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<p>PUERICULTURA</p><p>Objetivos:</p><p>1) Compreender o cuidado da puericultura.</p><p>2) Relembrar os marcos do DNPM, calendário</p><p>vacinal e suplementações.</p><p>3) Conhecer as principais dermatoses da infância e</p><p>suas condutas clínicas e cirúrgicas.</p><p>4) Pesquisar os aspectos relevantes da APLV.</p><p>FREQUENCIA DAS CONSULTAS</p><p>• Para a SBP:</p><p>A primeira consulta acontece entre 7 e 10 dias de vida</p><p>0 a 6m: mensal, 6 a 12m: bimestral, 2 a 18 m:</p><p>trimestral, 1 ½ a 5 anos: semestral, 5 a 18 anos: anual</p><p>• Para o MS:</p><p>Primeira consulta na primeira semana de vida</p><p>No primeiro ano: 1 mês; 2 meses; 4 meses; 6 meses;</p><p>9 meses; e 1 ano.</p><p>No segundo ano: semestralmente</p><p>A partir do terceiro ano: anualmente</p><p>NUTRICÃO (ALEITAMENTO MATERNO /</p><p>SUPLEMENTAÇÃO)</p><p>AM exclusivo: somente LM ou LH (SRO +</p><p>suplementos), recomendado pelos primeiros 6</p><p>meses;</p><p>AM predominante: LM + água/chás/sucos (líquidos</p><p>que não outros leites) a princípio, não é</p><p>recomendado em nenhuma situação;</p><p>AM misto/parcial: LM + outros leites</p><p>AM complementado: LM + alimentos sólidos e</p><p>semissólidos (6 meses aos 2 anos, no mínimo!)</p><p>COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL:</p><p>Melhor alimento para a espécie humana;</p><p>Comparado ao leite de vaca, o leite humano possui:</p><p>• Menos proteína (menor % caseína);</p><p>• Proteína do soro: alfa-lactoalumina (alto valor</p><p>biológico de fácil digestão) (a da vaca é a</p><p>beta);</p><p>• Menos eletrólitos (principalmente sódio),</p><p>diminuindo a sobrecarga renal (risco de HAS</p><p>na fase adulta);</p><p>• Mais lactose (ajuda a amolecer as fezes -</p><p>evacuação na posição horizontal);</p><p>• Mais gorduras (colesterol, LC-PUFA</p><p>(ARA/DHA)) - principalmente em qualidade;</p><p>Menor risco de dislipedmia; Formação da</p><p>retina e mielinização do SNC; Lipase!</p><p>• Quantidade semelhante de ferro, porém com</p><p>maior biodisponibilidade (lactoferrina</p><p>quelação do ferro e maior absorção);</p><p>FATORES DE PROTEÇÃO:</p><p>Menor risco de morte por doenças infecciosas</p><p>(diarreias e pneumonias);</p><p>Específicos:</p><p>• Imunoglobulina (IgA secretória) “História da</p><p>mãe”</p><p>• Inespecíficos:</p><p>• Fator bífido age como prebiótico</p><p>• Lisozima atividade bactericida (qtd aumenta</p><p>após 6 meses de lactação)</p><p>• Lactoferrina (também protege contra a E.Coli)</p><p>• Lactoperoxidase (ação oxidativa</p><p>em estreptococos)</p><p>Leite pasteurizado não tem o mesmo valor biológico</p><p>que o leite cru!</p><p>• Inativação de vários desses fatores de</p><p>proteção pela alta temperatura.</p><p>MODIFICAÇÕES DO LEITE:</p><p>DURANTE A LACTAÇÃO:</p><p>Colostro:</p><p>• 3º ao 5º dia;</p><p>• Mais proteína (especialmente</p><p>imunoglobulinas), eletrólitos e vitamina A</p><p>(coloração amarelada);</p><p>Leite de transição:</p><p>Leite maduro:</p><p>• Mais gordura e mais lactose;</p><p>• Esses componentes dependem da síntese da</p><p>glândula mamária;</p><p>DURANTE A MAMADA:</p><p>• Leite anterior: solução com proteína do soro e</p><p>lactose;</p><p>• Leite posterior: emulsão com mais gordura</p><p>(saciedade);</p><p>ASPECTOS PRÁTICOS:</p><p>Frequência e duração:</p><p>• Livre demanda;</p><p>• Não limitar a duração da mamada;</p><p>• Só mudar de mama quando ela esvaziar;</p><p>Armazenamento do leite:</p><p>• Geladeira: 12 horas;</p><p>• Congelador/freezer: 15 dias;</p><p>• Oferta preferencial com copinho</p><p>(evitar confusão de bicos)</p><p>Técnica de amamentação:</p><p>• O bebê não suga, ele ordenha;</p><p>• Posicionamento: criança bem apoiada,</p><p>cabeça e tronco no mesmo eixo, corpo</p><p>próximo à mão e rosto de frente para a mama;</p><p>• Pega: boca bem aberta, lábio inferior evertido,</p><p>mais aréola acima da boca e queixo toca a</p><p>mama;</p><p>PROBLEMAS RELACIONADOS COM</p><p>AMAMAMENTAÇÃO:</p><p>Dor e trauma:</p><p>• Orientar a técnica;</p><p>• Começar pela mama menos afetada;</p><p>• Ordenha antes da mamada (facilita a ejeção);</p><p>• Orientar posições diferentes;</p><p>• Não aplicar pomadas;</p><p>• A exposição ao sol é útil para PREVENÇÃO de</p><p>fissuras. Caso ela aconteça, pode piorar</p><p>(ressecamento)</p><p>• Manter o aleitamento!</p><p>Candidíase:</p><p>• Pele vermelha e brilhante</p><p>• Dor em “agulhadas” ou “fisgadas”</p><p>• Fazer tratamento da mãe e da criança</p><p>Ingurgitamento:</p><p>• Acúmulo de leite + congestão + obstrução</p><p>linfática;</p><p>• Tratamento:</p><p>o Manter AM em livre demanda;</p><p>o Ordenhar excesso;</p><p>o Ordenhar antes da mamada;</p><p>o Compressas frias no intervalo</p><p>das mamadas;</p><p>Mastite:</p><p>• Processo inflamatório localizado (com ou sem</p><p>infecção);</p><p>• Manter AM;</p><p>• Avaliar antibioticoterapia (S.aureus);</p><p>• Formação de abscesso - suspende o AM</p><p>naquela mama.</p><p>“Pouco leite”:</p><p>• Avaliar técnica e regime alimentar;</p><p>• Manter AME;</p><p>• Avaliação objetiva: ganho ponderal;</p><p>CONTRAINDICAÇÕES:</p><p>Doenças maternas:</p><p>• Absolutas: HIV e HTLV;</p><p>• Situações especiais:</p><p>o Herpes simples: não pode haver</p><p>contato com a LESÃO;</p><p>o CMV: contraindicado se RN 37 semanas e peso ao nascer > 2.500g</p><p>o Com fatores de risco: 3 meses a 2 anos</p><p>o Sem fatores de risco: 6 meses a 2 anos</p><p>o 1 mg/kg/dia de ferro elementar</p><p>• RN 2.500g: 2 mg/kg/dia</p><p>de ferro</p><p>o Dose no 2º ano: 1 mg/kg/dia de ferro</p><p>elementar</p><p>Reposição de vitamina D (SBP):</p><p>• Iniciar para todas as crianças na primeira</p><p>semana de vida;</p><p>• 1º ano: 400 U/DIA</p><p>• 2º ano: 600 U/DIA</p><p>ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR</p><p>1) Amamentar até 2 anos ou mais, oferecendo</p><p>somente o leite materno até 6 meses - Não</p><p>oferecer leite de vaca no primeiro ano de vida</p><p>(SBP) X 9 meses (MS)</p><p>2) Oferecer alimentos in natura ou minimamente</p><p>processados, além do leite materno, a partir dos</p><p>seis meses</p><p>3) Oferecer água própria para o consumo à criança</p><p>em vez de sucos, refrigerantes e outras bebidas</p><p>açucaradas - Sucos não devem ser oferecidos</p><p>para menores de um ano</p><p>4) Oferecer a comida amassada quando a criança</p><p>começar a comer outros alimentos além do leite</p><p>materno - Não peneirar ou liquidificar</p><p>5) Não oferecer açúcar nem preparações ou</p><p>produtos que contenham açúcar à criança até 2</p><p>anos de idade.</p><p>6) Não oferecer alimentos ultraprocessados para a</p><p>criança</p><p>7) Cozinhar a mesma comida para a criança e para a</p><p>família</p><p>8) Zelar para que a hora da alimentação da criança</p><p>seja um momento de experiencias positivas,</p><p>aprendizado e afeto junto da família</p><p>9) Prestar atenção aos sinais de fome e saciedade</p><p>da criança e conversar com ela durante a refeição</p><p>10) Cuidar da higiene em todas as etapas da</p><p>alimentação da criança e da família</p><p>11) Oferecer a criança alimentação adequada e</p><p>saudável também fora de casa</p><p>12) Proteger a criança da publicidade de alimentos</p><p>ESQUEMA ALIMENTAR APÓS 6 MESES:</p><p>• 6m: LM em livre demanda + 3 refeições</p><p>(almoço + lanches em forma de frutas)</p><p>• 7m – 8m: LM em livre demanda + Almoço +</p><p>Jantar + 2 lanches</p><p>• 9m – 11m: ajuste a consistência</p><p>• 12m: cardápio família</p><p>OBS: a SBP recomenda que não seja acrescentado</p><p>sal. O MS recomenda pouco sal.</p><p>CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO</p><p>Presença das cartilagens - alongamento dos ossos até</p><p>a puberdade;</p><p>• Fatores intrínsecos:</p><p>o Genéticos: potencial</p><p>genético, anomalias genéticas;</p><p>o Neuroendócrinos: GH, TSH, T4L</p><p>• Fatores extrínsecos:</p><p>o nutricionais ambiente,</p><p>o atividade física.</p><p>FASES DE CRESCIMENTO:</p><p>• Intrauterino:</p><p>• Ambiente uterino, condições</p><p>placentárias, condições da saúde materna...</p><p>• Lactente:</p><p>o Nutrição;</p><p>o Crescimento intenso e desacelerado;</p><p>• Infantil:</p><p>o Potencial genético;</p><p>o Constante;</p><p>o 5 a 7 cm por ano;</p><p>• Puberal:</p><p>o Esteroides sexuais;</p><p>o Aceleração;</p><p>AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO:</p><p>• Peso:</p><p>o indicador sensível;</p><p>o 1º trimestre - 700 g/mês;</p><p>o 2º trimestre - 600 g/mês;</p><p>o 3º trimestre - 500 g/mês</p><p>o 4º trimestre - 400 g/mês</p><p>o Costuma duplicar entre 4-5 meses e</p><p>triplicar perto de 1 ano</p><p>• Estatura:</p><p>o Até dois anos - comprimento;</p><p>o Após dois anos - altura;</p><p>o 25 cm/ano</p><p>▪ 1º trimestre - 3,5 cm/mês</p><p>▪ 2º trimestre - 2 cm/mês</p><p>▪ 3º trimestre - 1,5 cm/mês</p><p>▪ 4º trimestre - 1,2 cm/mês</p><p>▪ Primeiro semestre 15 cm e</p><p>segundo semestre 10 cm</p><p>• Perímetro cefálico:</p><p>o Crescimento cerebral;</p><p>o 1º trimestre - 2 cm/mês</p><p>o 2º trimestre - 1 cm/mês</p><p>o 2º semestre 0,5 cm/mês</p><p>o 12cm em 1 ano (35- 47)</p><p>FASES DO DESENVOLVIMENTO NEURO PSICO</p><p>MOTOR</p><p>IMUNIZAÇÕES</p><p>Imunidade inata: barreiras mecânicas, fisiológicas,</p><p>sistema complemento, sistema fagocitário</p><p>Imunidade adquirida: anticorpos específicos e</p><p>memória imunológica</p><p>• Ativa - estimulação antigênica (formação</p><p>de células de memória)</p><p>o Natural: infecção</p><p>o Artificial: vacinas</p><p>• Passiva - anticorpos pré-formados</p><p>(proteção imediata, mas temporária)</p><p>o Natural: anticorpos maternos</p><p>o Artificial: soro ou imunoglobulina</p><p>CONTRAINDICAÇÕES:</p><p>Falsas:</p><p>• Doenças benignas comuns sem febre</p><p>• Desnutrição</p><p>• Prematuridade (segue idade cronológica)</p><p>• Amamentação (cuidado: Febre Amarela se</p><p>lactente</p><p>• 6 anos) para controle do</p><p>prurido.</p><p>• Conduta Cirúrgica: Não é indicada. Em casos</p><p>de infecções secundárias graves (impetigo,</p><p>abscessos), drenagem pode ser necessária.</p><p>2. Dermatite de Fraldas</p><p>• Características: Irritação e inflamação na área</p><p>das fraldas, causada por umidade, fricção e</p><p>contato prolongado com urina e fezes.</p><p>• Conduta Clínica: Troca frequente de fraldas,</p><p>higienização com água morna e secagem</p><p>completa antes de colocar uma nova fralda.</p><p>Uso de pomadas de barreira, como óxido de</p><p>zinco, após cada troca de fralda.</p><p>• Conduta Medicamentosa:</p><p>o Antifúngicos tópicos (se houver</p><p>infecção por Candida): Nistatina ou</p><p>miconazol, aplicados 2-3 vezes ao dia,</p><p>por 7-14 dias.</p><p>o Corticosteroides leves (se houver</p><p>inflamação significativa):</p><p>Hidrocortisona 1%, aplicando uma fina</p><p>camada 1-2 vezes ao dia, por no</p><p>máximo 7 dias.</p><p>• Conduta Cirúrgica: Não indicada.</p><p>3. Impetigo</p><p>• Características: Infecção bacteriana</p><p>superficial, geralmente causada por</p><p>Staphylococcus aureus ou Streptococcus</p><p>pyogenes, caracterizada por lesões bolhosas</p><p>ou crostas melicéricas (cor de mel).</p><p>• Conduta Clínica: Higienização cuidadosa das</p><p>lesões com água e sabão neutro. Evitar o</p><p>contato com outras crianças para prevenir a</p><p>disseminação.</p><p>• Conduta Medicamentosa:</p><p>o Antibióticos tópicos: Mupirocina 2%</p><p>ou ácido fusídico, aplicados 3 vezes ao</p><p>dia por 7-10 dias.</p><p>o Antibióticos orais (em casos extensos</p><p>ou resistentes): Cefalexina 25-50</p><p>mg/kg/dia dividida em 4 doses ou</p><p>Amoxicilina-clavulanato 40-50</p><p>mg/kg/dia dividida em 3 doses, por 7-10</p><p>dias.</p><p>• Conduta Cirúrgica: Drenagem de abscessos,</p><p>se presente.</p><p>4. Molluscum Contagiosum</p><p>• Características: Infecção viral benigna,</p><p>caracterizada por pápulas umbilicadas,</p><p>geralmente assintomáticas.</p><p>• Conduta Clínica: Observação para a maioria</p><p>dos casos, pois a condição tende a resolver</p><p>espontaneamente em 6-12 meses. Em casos</p><p>esteticamente incômodos ou que causam</p><p>coceira, pode-se optar por remoção.</p><p>• Conduta Medicamentosa:</p><p>o Terapia tópica: Aplicação de hidróxido</p><p>de potássio 5-10% 1-2 vezes ao dia até</p><p>que ocorra inflamação (sinal de</p><p>resolução).</p><p>• Conduta Cirúrgica: Curetagem, crioterapia ou</p><p>aplicação de ácidos (como ácido</p><p>tricloroacético) nas lesões.</p><p>5. Verrugas Vulgares</p><p>• Características: Lesões cutâneas causadas</p><p>pelo papilomavírus humano (HPV), comum em</p><p>mãos, dedos e joelhos.</p><p>• Conduta Clínica: Observação pode ser</p><p>suficiente, pois muitas verrugas resolvem</p><p>espontaneamente.</p><p>• Conduta Medicamentosa:</p><p>o Ácido salicílico 17-40%: Aplicar</p><p>diariamente após lixar a verruga, por</p><p>várias semanas.</p><p>o Imiquimode 5%: Aplicar 3 vezes por</p><p>semana antes de dormir, por até 16</p><p>semanas.</p><p>• Conduta Cirúrgica: Crioterapia (aplicação de</p><p>nitrogênio líquido) ou curetagem se as verrugas</p><p>forem dolorosas ou resistentes ao tratamento.</p><p>6. Escabiose (Sarna)</p><p>• Características: Infestação cutânea causada</p><p>pelo ácaro Sarcoptes scabiei, levando a prurido</p><p>intenso, especialmente à noite.</p><p>• Conduta Clínica: Tratar todos os membros da</p><p>família e pessoas em contato próximo. Lavar</p><p>roupas de cama e vestuário a temperaturas</p><p>altas.</p><p>• Conduta Medicamentosa:</p><p>o Permetrina 5%: Aplicar em todo o</p><p>corpo, do pescoço para baixo, deixar</p><p>por 8-12 horas antes de lavar. Repetir</p><p>em 7 dias.</p><p>o Ivermectina oral: 200 mcg/kg em dose</p><p>única, repetir em 7 dias (em crianças</p><p>>15 kg e >5 anos de idade).</p><p>• Conduta Cirúrgica: Não é indicada.</p><p>7. Pitiríase Versicolor</p><p>• Características: Infecção fúngica superficial</p><p>causada por leveduras do gênero Malassezia,</p><p>resultando em manchas hipopigmentadas ou</p><p>hiperpigmentadas na pele, principalmente no</p><p>tronco.</p><p>• Conduta Clínica: Exposição ao sol (com</p><p>proteção adequada) pode ajudar na</p><p>repigmentação.</p><p>• Conduta Medicamentosa:</p><p>o Cetoconazol shampoo 2%: Aplicar</p><p>nas áreas afetadas por 5-10 minutos</p><p>antes de enxaguar, diariamente por 5-7</p><p>dias.</p><p>o Sulfeto de selênio 2,5%: Aplicar na</p><p>pele úmida, deixar por 10 minutos,</p><p>depois enxaguar, uma vez ao dia por 7</p><p>dias.</p><p>o Antifúngicos orais: Fluconazol 6</p><p>mg/kg em dose única ou Itraconazol 5</p><p>mg/kg/dia por 7 dias, em casos</p><p>extensos.</p><p>• Conduta Cirúrgica: Não é indicada.</p><p>8. Hemangioma Infantil</p><p>• Características: Tumor benigno vascular,</p><p>aparecendo no nascimento ou nas primeiras</p><p>semanas de vida. Pode crescer rapidamente</p><p>antes de começar a involuir.</p><p>• Conduta Clínica: A maioria dos hemangiomas</p><p>regride espontaneamente, sem necessidade de</p><p>intervenção.</p><p>• Conduta Medicamentosa:</p><p>o Propranolol oral: 1-3 mg/kg/dia</p><p>dividido em 2-3 doses, monitorar a</p><p>pressão arterial e frequência cardíaca.</p><p>Utilizado em hemangiomas que</p><p>causam complicações (obstrução de</p><p>vias aéreas, comprometimento ocular,</p><p>etc.).</p><p>• Conduta Cirúrgica: Excisão cirúrgica, lasers ou</p><p>injeções intralesionais de corticosteroides são</p><p>considerados em casos de hemangiomas</p><p>ulcerados, complicados ou não responsivos a</p><p>terapias medicamentosas.</p><p>9. Eritema Tóxico Neonatal</p><p>• Características: Erupção cutânea benigna,</p><p>comum em recém-nascidos, caracterizada por</p><p>pápulas eritematosas e pústulas</p><p>que surgem</p><p>nos primeiros dias de vida.</p><p>• Conduta Clínica: Não é necessário tratamento</p><p>específico, pois a condição é autolimitada e</p><p>desaparece espontaneamente em poucos dias.</p><p>• Conduta Medicamentosa: Não é necessária.</p><p>• Conduta Cirúrgica: Não é indicada.</p><p>10. Psoríase Infantil</p><p>• Características: Doença autoimune crônica</p><p>que causa placas eritematosas e escamosas</p><p>na pele, frequentemente no couro cabeludo,</p><p>cotovelos e joelhos.</p><p>• Conduta Clínica: Evitar fatores</p><p>desencadeantes como estresse, infecções e</p><p>traumas cutâneos. Manter a pele hidratada.</p><p>• Conduta Medicamentosa:</p><p>o Corticosteroides tópicos:</p><p>Betametasona 0,05% ou mometasona</p><p>0,1% aplicados 1-2 vezes ao dia</p><p>durante surtos.</p><p>o Análogos da vitamina D: Calcipotriol</p><p>0,005% aplicado 1-2 vezes ao dia,</p><p>pode ser usado em combinação com</p><p>corticosteroides tópicos.</p><p>o Fototerapia UVB: Considerada em</p><p>casos de psoríase extensa e resistente.</p><p>o Tratamento sistêmico: Metotrexato</p><p>0,2-0,5 mg/kg/semana ou Ciclosporina</p><p>3-5 mg/kg/dia em casos graves ou</p><p>refratários.</p><p>• Conduta Cirúrgica: Não é indicada.</p><p>Essas são as principais condutas para dermatoses na</p><p>infância, com foco nas opções clínicas e</p><p>medicamentosa, bem como nas indicações para</p><p>intervenção cirúrgica, quando necessário</p><p>ALERGIA À PROTEÍNA DO LEITE DE VACA.</p><p>A alergia à proteína do leite de vaca (APLV) é uma das</p><p>alergias alimentares mais comuns em crianças,</p><p>especialmente nos primeiros anos de vida. Ela ocorre</p><p>quando o sistema imunológico reage anormalmente</p><p>às proteínas do leite de vaca, como a caseína e as</p><p>proteínas do soro.</p><p>Manifestações Clínicas, Sinais e Sintomas</p><p>As manifestações da APLV podem variar amplamente</p><p>em termos de gravidade e tipo de sintomas. Elas</p><p>podem ser divididas em reações mediadas por IgE</p><p>(rápidas) e reações não mediadas por IgE (tardias).</p><p>Reações mediadas por IgE (ocorrem minutos a</p><p>poucas horas após a ingestão)</p><p>• Cutâneas: Urticária, angioedema, eczema</p><p>atópico exacerbado.</p><p>• Gastrointestinais: Vômitos, diarreia, cólicas</p><p>abdominais.</p><p>• Respiratórias: Rinite, sibilância,</p><p>broncoespasmo.</p><p>• Anafilaxia: Reação sistêmica grave, com risco</p><p>de vida, envolvendo hipotensão, edema de</p><p>glote e choque anafilático.</p><p>Reações não mediadas por IgE (ocorrem horas a</p><p>dias após a ingestão)</p><p>• Gastrointestinais: Colite alérgica, enterocolite</p><p>induzida por proteína alimentar, esofagite</p><p>eosinofílica. Manifestações incluem diarreia</p><p>com muco ou sangue, vômitos, refluxo</p><p>gastroesofágico, irritabilidade, recusa</p><p>alimentar, e falha de crescimento.</p><p>• Cutâneas: Dermatite atópica, eritema perianal.</p><p>Diagnóstico</p><p>O diagnóstico da APLV é baseado em uma</p><p>combinação de história clínica, exames laboratoriais e</p><p>testes de provocação alimentar. Os principais</p><p>métodos incluem:</p><p>• História Clínica: Relato de sintomas</p><p>relacionados à ingestão de leite de vaca, tempo</p><p>de aparecimento e padrão dos sintomas.</p><p>• Testes Cutâneos de Puntura (Prick Test):</p><p>Detecta reações mediadas por IgE, mas pode</p><p>ser negativo em reações não mediadas por IgE.</p><p>• Dosagem de IgE Específica para Leite de</p><p>Vaca: Teste de sangue para detecção de</p><p>anticorpos IgE específicos contra as proteínas</p><p>do leite de vaca.</p><p>• Dieta de Exclusão: Remoção completa do leite</p><p>de vaca e derivados da dieta por 2 a 4 semanas.</p><p>Monitoramento dos sintomas para ver se há</p><p>melhora.</p><p>• Teste de Provocação Oral: Realizado sob</p><p>supervisão médica, consiste em reintroduzir</p><p>gradualmente o leite de vaca na dieta para</p><p>observar reações alérgicas. Este é considerado</p><p>o padrão-ouro para o diagnóstico da APLV.</p><p>Tratamento</p><p>O tratamento da APLV envolve a exclusão do leite de</p><p>vaca e seus derivados da dieta da criança. As</p><p>estratégias incluem:</p><p>• Substituição do Leite de Vaca:</p><p>o Fórmulas Extensamente</p><p>Hidrolisadas: Onde as proteínas do</p><p>leite de vaca são quebradas em</p><p>pequenos peptídeos, tornando-as</p><p>menos alergênicas.</p><p>o Fórmulas de Aminoácidos: Usadas</p><p>em casos de alergia severa, onde há</p><p>intolerância às fórmulas hidrolisadas.</p><p>o Leites Vegetais Fortificados (ex. leite</p><p>de soja, amêndoas): Alternativas para</p><p>crianças acima de 2 anos, mas deve-se</p><p>ter cautela devido ao risco de alergias</p><p>cruzadas.</p><p>• Dietas de Exclusão para Mães que</p><p>Amamentam: Se a criança está sendo</p><p>amamentada, a mãe deve evitar o consumo de</p><p>leite de vaca e seus derivados.</p><p>• Tratamento de Reações Alérgicas:</p><p>o Antihistamínicos: Para controle de</p><p>sintomas leves como urticária.</p><p>o Adrenalina Injetável: Para tratamento</p><p>de anafilaxia. Famílias devem ser</p><p>instruídas sobre o uso correto de</p><p>autoinjetores de epinefrina.</p><p>• Reintrodução Gradual: Em alguns casos, após</p><p>um período de exclusão, pode-se tentar</p><p>reintroduzir o leite de vaca sob supervisão</p><p>médica, para verificar se houve a aquisição de</p><p>tolerância.</p><p>Prognóstico</p><p>Muitas crianças com APLV desenvolvem tolerância ao</p><p>leite de vaca à medida que envelhecem. A maioria das</p><p>crianças supera a alergia entre 3 a 5 anos de idade,</p><p>embora algumas possam manter a alergia por mais</p><p>tempo.</p><p>O manejo adequado e a supervisão por um</p><p>alergologista são fundamentais para garantir o</p><p>crescimento e desenvolvimento saudáveis da criança</p><p>afetada pela APLV.</p>