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DRENAGENS Remoção do acúmulo de líquidos ou ar em alguma cavidade serosa, ferimento ou abscesso ● Incisão direta ● Auxílio de métodos de imagem (ex: ultrassom, tomografia) ● Dispositivos de drenagem (ex: agulhas, drenos, cateteres QUAIS SÃO OS MECANISMOS DE DRENAGEM? ● Espontaneamente ● Procedimento invasivo e cruento (abertura na pele) ○ Drenagem simples ○ Drenagem por aspiração Exemplo: espontaneamente – empiema (acúmulo de pus na cavidade pleural) necessitatis – você tem um derrame pleural que complicou com um empiema pleural e se não drenado, o pus vai querer sair para algum local, se deixar tempo suficiente, geralmente drena para pele, o nome dessa condição é empiema de necessidade. O problema é que pode drenar para o mediastino e fazer mediastinite (80% de chance de morte) Objetivo ● Terapêutico: coleção prévia ● Profilático: alto risco de formação de nova coleção ou fístula Por que usamos dreno? ● Facilitar a drenagem de sangue, pus, líquidos e ar ● Drenar a cavidade ou região de acúmulo de líquido ou ar que ● ajudará na aceleração da cicatrização ● Diminuir espaço morto evitando infecção ● A drenagem além de evitar infecção, ajuda na cicatrização Exemplo: cirurgia de cabeça e pescoço – geralmente utiliza-se o dreno de Suctor ou Portovac – nesse caso diminui-se o espaço morto local evitando infecção Mecanismos ● capilaridade: diferença entre as forças de adesão e coesão de fluídos ○ dreno de Penrose ○ A saída da secreção se dá através da superfície do dreno. Não há passagem de líquido pela sua luz ● Gradiente de pressão: diferença de pressão ○ dreno de tórax, drenos tubulares (ex Kehr) ○ dreno de tórax, abdominal conectados a um frasco ou bolsa ● Sucção: secreções são direcionadas por um sistema de de aspiração contínua ○ portovac, blake, sistema VAC ○ mais utilizados onde há acúmulo de líquido, refazendo vácuo o mesmo faz aspiração ativa Qual a importância da escolha do local? A escolha do local da drenagem é de fundamental importância, mas dependerá do diagnóstico e localização do líquido ou ar que será esvaziado Por exemplo, nos empiemas pleurais, quando não temos mais expansão pulmonar, há uma situação chamada de pleurostomia (comunica o espaço pleural com o meio externo). Isso é uma drenagem aberta. Existem dois tipos de pleurostomia (tubular e aberta), a diferença entre as duas, uma utiliza-se um dreno cortado e a aberta nós confeccionamos uma abertura no tórax, Highlight Highlight capilaridade Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight retira-se 2 costelas, sutura a pele na pleura e deixa-se essa abertura A escolha do local onde vai realizado o empiema é de extrema importância, pois ele deve drenar por gravidade, não há sucção. Quando o paciente fica em pé por gravidade o líquido deve sair e quando ele deita a mesma coisa. Devemos buscar um ponto póstero-lateral adequado para que ocorra a drenagem por gravidade Um erro fatal é realizar uma pleurostomia alta ou em uma posição inadequada, pois não vai haver drenagem de secreção e vai ter acúmulo e o paciente vai começar a ter sintomas sistêmicos ● Nessa condição a fisiologia do espaço se perdeu, não preciso drenar fechado pois não há mais diferença de pressão ● Essencial o ponto de drenagem, se não colocado de maneira correta e no lugar certo não vai drenar – drenagens espontâneas no tórax necessita de dreno em baixos pontos do tórax O QUE FAZ UMA DRENAGEM NOS ABSCESSOS? A drenagem converte um abscesso em uma fístula controlada. Ou seja, comunica o interior com o meio externo Exemplos de drenagem de abcessos: ● Abertura de uma ferida infectada ● Colocação de dreno torácico (tratamento de empiema pleural) ● Nefrostomia percutânea ● Colecistostomia percutânea ● Drenagem de abscesso mediastinal (perfuração esofágica) ● Abertura do abdômen por peritonite difusa QUAL A IMPORTÂNCIA DA REMOÇÃO CIRÚRGICA DOS ABSCESSOS E TECIDOS NECROSADOS? O desbridamento, drenagem de abscesso, remoção de tecidos necrosados e corpos estranhos infectados permitem a chegada de antibióticos, nutrientes e células de defesa do hospedeiro ao local eliminando as colônias de microrganismos presentes INDICAÇÕES DE DRENAGEM Diagnóstica: ● Drenagem da cavidade pleural (toracocentese) ● Drenagem da cavidade abdominal (paracentese) ● Observar volume de drenagem (hemotórax) ● Observar o ritmo de drenagem ● Identificar a presença de infecção (derrames pleurais) Curativa: ● Eliminação de líquidos ● Eliminação de pus ● Evitar disseminação do processo infeccioso ○ Drenagem de abscesso e cavidade localizada (líquido); Cavidade pleural e cavidade abdominal (pus) Outras indicações: ● Infecção em ambiente fechado (abscesso) ● Remover sangue, exsudatos e corpos estranhos prevenir ● hematomas, seromas e espaço morto ● Após traumatismos com lesão extensa de tecido mole onde o desbridamento for incompleto Quando vamos remover sangue de cavidade, drenagem de hematoma em algumas situações, é justamente para evitar que isso caminhe para um abscesso DOENÇAS DO TRATO GASTROINTESTINAL E DA 5 ou 6 espaço intercostal Highlight CAVIDADE TORÁCICA QUE NECESSITA DE DRENAGEM ● Rafia de úlcera gastroduodenal perfurada ● Exclusão pilórica (lesões complexas duodenais ou pancreáticas) ● Ressecção de cólon nas doenças diverticulares (diverticulite perfurada) ● Colostomia proximal (perfuração dos cólons) ● Colecistectomia (colecistite aguda gangrenosa) ● Descorticação pulmonar (empiema pleural) ● Trauma torácico (pneumotórax ou hemotórax) ● Derrames pleurais (parapneumônico, tubérculose, ICC...) Rafia de úlcera: espero uma contaminação grande O dreno transforma uma infecção confinada em uma fístula controlada TÉCNICA PARA DRENAGEM TORÁCICA 1. Posicionar paciente 2. Anti-sepsia 3. Anestesiar a pele e tecido subcutâneo 4. Incisão na pele, dissecar a gordura e tecido subcutâneo 5. Com a pinça de dissecção abrir o músculo e a pleura 6. Com o indicador explorar a cavidade pleural 7. Medir e marcar o dreno torácico 8. Introduzir o dreno com o auxílio de uma pinça de Kelly, clampeando sua extremidade distal 9. Fixar o dreno à pele com um ponto em U 10. Conectar o sistema de drenagem 11. Confirmar a saída de ar ou líquido 12. Confirmar com RX tórax o posicionamento do dreno Posição de drenagem é o paciente deitado, geralmente, em um ângulo leve de 30° com o braço atrás da cabeça A costela é nosso ponto de segurança no tórax, nós vamos drenar imediatamente superior a costela para fugir do feixe neuromuscular. Após penetração ou pleurostomia romba divulsionamos levemente nosso material e penetramos com o dedo indicador (exploração digital). Depois disso , introduzimos o dreno com auxílio de uma pinça kelly, sem esquecer de medir esse dreno para não colocarmos dentro de mais ou de menos dentro da cavidade. Fixamos o dreno com ponto em U seguido de bailarina. Conectamos o sistema de drenagem e confirmamos saída de líquido ou ar, e depois RX de tórax de controle DISSECÇÃO DE VEIA Função: estabelecer acesso venoso profundo nos casos da impossibilidade de se obter um acesso venoso superficial ou quando este não é suficiente. Ou quando não consegue outro acesso profundo. Exemplo: não consegue pegar uma veia periférica, é feito o acesso venoso profundo. Punciona uma subclávia, jugular, femoral, utilizando veias de maior calibre. Se não conseguir, parte para a dissecção venosa QUANDO UTILIZAR: técnica percutânea não foi bem sucedida e necessita-se do acesso ● Necessidade de infusão de grande volume ● Necessidade de longo período de administração de medicação endovenosa ● Impossibilidade de acesso venoso superficial profundo por punção ● Necessidade de PVC - pressão venosa central ● Se tem acesso periférico ou profundo e precisa trocar esses Highlight sítios de tempo em tempo para não infeccionar o cateter, então confecciono a dissecção para ter acesso por um período prolongado comum em pacientes pediátricos, paciente renal crônico, pacientes muito magros VEIAS UTILIZADAS: veias periféricas, região medial docotovelo (basílica), veia cefálica e braquial, comum no trauma - veia safena no nível do maléolo CONTRAINDICAÇÕES: flebite, trombose, insuficiência arterial local, úlceras, lesões locais ● Trombose venosa ● Infecções locais e sistêmicas ● Obstrução do cateter ● Hematomas e hemorragias ● Canulação inadvertida de artérias ● Mal posicionamento do cateter ● Lesão venosa ● Embolia gasosa TEMPOS CIRÚRGICOS DA DISSECÇÃO VENOSA 1. Assepsia local 2. Anestesia local 3. Secção transversal de 1,5 a 2cm da pele com bisturi (geralmente na fossa cubital) 4. Dissecção da veia com pinça anatômica e tesoura 5. Ligadura da parte distal da veia (parte mais próxima do membro) 6. Venotomia parcial com tesoura ou bisturi – abro parte da veia 7. Introdução do cateter na veia em direção cefálica 8. Saída do cateter por incisão contralateral 9. Fixação do cateter à pele 10. Sutura da pele 11. Curativo oclusivo CURATIVO CIRURGICO Dispositivos com cobertura estéril que são colocados nas feridas ou laceração da pele após as cirurgias e/ou ferimentos OBJETIVO: proteger a área, promover melhor cicatrização e prevenir contaminações e infecções do local. QUAIS AS FINALIDADES? ● Prevenir a contaminação ● Facilitar a cicatrização ● Proteger a ferida ● Facilitar a drenagem ● Aliviar a dor QUAIS SÃO OS TIPOS? ● Aberto: Curativo em feridas de infecção, que após o tratamento permanecem abertos (sem proteção de gaze) ● Oclusivo: Curativo que após a limpeza da ferida e aplicação do medicamento é fechado ou ocluído com gaze ou atadura ● Compreensivo: Curativo que faz compressão para estancar hemorragia ou vedar bem uma incisão ● Curativo com irrigação: Nos ferimentos com infecção dentro da cavidade ou fístula, com indicação de irrigação com soluções salinas ou anti-séptico ● Curativo com drenagem: Nos ferimentos com grande quantidade de exsudato (coloca-se dreno de Penrose ou Kehr, tubos, cateteres ou bolsas de colostomia) ● Drenagem: curativo em uma incisão que já tem um dreno ● Dreno de penrose: capilaridade ● Dreno de suctor ou portovac; dreno por sucção ● Dreno de tórax ou abdominais: drenam por gravidade CUIDADOS AO FAZER UM CURATIVO Highlight ● Antes de iniciar o curativo devemos saber que tipo de ferida o paciente tem e observar seu estado ● Nas feridas cirúrgicas, a pele ao redor da ferida é considerada mais contaminada que a própria ferida, enquanto que nas feridas infectadas a área mais contaminada é a do interior da lesão iniciar o curativo pela incisão fechada e limpa, seguindo-se as lesões abertas não infectadas e por último as infectadas ● Geralmente, 48h após a cirurgia, é recomendado deixar o curativo aberto ● Ao tomar banho aproveitar para lavar a lesão ● Não comprimir demais as ataduras e esparadrapo o local da ferida a fim de permitir boa circulação ● Os curativos devem ser trocamos diariamente e sempre que se apresentarem úmidos ou sujos ● Não é necessário o uso de luvas para fazer curativo. Exceto quando não utilizar pinça. Neste caso as luvas devem ser esterilizadas ● Nas feridas com suspeita de infecção deve ser colhida amostra para bacterioscopia O que mais acontece em dreno de tórax é tração inadvertida do dreno. Então fazemos um curativo especial para fixar o dreno na pele. Não trazer germes de pele para dentro da ferida, e quando a ferida está contaminada, proteger os tecidos adjacentes Quando vai trocar o curativo, deve observar se está drenando secreção espontaneamente MEDIDAS DE ASSEPSIA ● Lavar as mãos ● Diminuir tempo de exposição da ferida ● Não falar ao manipular material Manipular o material esterilizado sempre com o auxílio de pinças ou luvas esterilizadas ● Considerar contaminado qualquer objeto que toque em locais não esterilizados ● Colocar na proteção da ferida somente material estéril SUBSTÂNCIAS UTILIZADAS NOS CURATIVOS ● Água e sabão ● Anti-sépticos (água oxigenada, permanganato de potássio, clorexidina) ● Agentes de remoção de tecidos (benzina e vaselina) ● Soro fisiológico ● Bactericida (PVPI degermante ao redor da lesão e PVPI tópico na lesão) ● Benzina e vaselina: quando temos gordura envolta da incisão cirúrgica (dificulta a adesão do curativo na pele). Faz a emulsificação da gordura ● Orientar o que o paciente vai precisar fazer em casa CRITÉRIOS PARA UM CURATIVO ADEQUADO ● Manter a ferida limpa ● Remover o excesso de exsudação ● Permitir troca gasosa ● Fornece isolamento térmico ● Ser impermeável a bactérias ● Ser isento de particular contaminadoras ● Permitir remoção sem trauma CURATIVO A VÁCUO - SISTEMA VAC O método a vácuo de curativo tópico é um sistema utilizado na cicatrização de feridas em que se institui uma pressão negativa localizada e controlada, com o objetivo de estimular a granulação e a cicatrização. ● programa-se a quantidade de pressão que quer deixar no vácuo OBJETIVOS: acelerar a cicatrização ● Efeitos diretos: manutenção do meio úmido, redução do edema da ferida, deformação da fenda (estímulo para remodelação tecidual) ● Efeitos indiretos: aumento do fluxo sanguíneo, redução da resposta inflamatória, redução da carga bacteriana, estímulo celular CONTRAINDICAÇÃO ● Exposição de estruturas vitais ● Presença de infecção contínua ● Presença de tecido neoplásico ● Presença de pele frágil ● Feridas isquêmicas ● Alergias Highlight