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MARINHA DO BRASIL CENTRO DE INSTRUÇÃO ALMIRANTE ALEXANDRINO SUPERINTENDÊNCIA DE ENSINO ESCOLA DE TAIFA NIVELAMENTO PARA COZINHEIROS OSTENSIVO CIAA – 116 MARINHA DO BRASIL CENTRO DE INSTRUÇÃO ALMIRANTE ALEXANDRINO 2024 FINALIDADE: DIDÁTICA OSTENSIVO CIAA – 116 ATO DE APROVAÇÃO APROVO, para uso no processo de preparo para a realização da prova de nivelamento para os alunos do curso de aperfeiçoamento em cozinheiro (CO), elaborada pela, 1Ten (RM2-T) CAROLINA SILVA, em 16/08/2024, no Centro de Instrução Almirante Alexandrino. Os direitos de edição são reservados para o Centro de Instrução Almirante Alexandrino, sendo proibida a reprodução total ou parcial, sob qualquer forma ou meio. Rio de Janeiro, _____ / ______ / ______. ________________________________________ CAROLINA MOURA VIEIRA DA SILVA Primeiro - Tenente Coordenadora da Escola de Taifa OSTENSIVO CIAA – 116 ÍNDICE PÁGINAS Folha de Rosto.............................................................................................. I 1 Ato de Aprovação......................................................................................... II 2 Índice............................................................................................................ III 4 Introdução..................................................................................................…VI 5 6 CAPÍTULO 1 - Carne Bovina 11 CAPÍTULO 2 - Carne Suína 13 CAPÍTULO 3 - Aves 14 CAPÍTULO 4 - Pescados 14 CAPÍTULO 5 - Crustáceos 16 CAPÍTULO 6 - Cereais, grãos, legumes e verduras 20 CAPÍTULO 7 - Massas 22 CAPÍTULO 8 – Armazenagem e conservação de alimentos 24 CAPÍTULO 9 - Nutrição e dietética. 43 OSTENSIVO CIAA – 116 INTRODUÇÃO 1 – PROPÓSITO Esta publicação contém as informações das competências técnicas para os alunos do Curso de Cozinheiro (CO) no que concerne a atributos gerais da especialidade. 2 – DESCRIÇÃO Esta publicação está dividida em sete tópicos: 1. Carne Bovina; 2. Carne Suína; 3. Aves; 4. Pescados; 5.Crustáceos, 6. Cereais, grãos, legumes e verduras e 7.Massas. 3 – AUTORIA E EDIÇÃO Esta publicação foi elaborada pela 1Ten (RM2-T) CAROLINA MOURA VIEIRA DA SILVA, e editada no CENTRO DE INSTRUÇÃO ALMIRANTE ALEXANDRINO. 4 – DIREITOS DE EDIÇÃO Reservados para o CENTRO DE INSTRUÇÃO ALMIRANTE ALEXANDRINO. Proibida a reprodução total ou parcial sob qualquer forma ou meio. 5 - CLASSIFICAÇÃO Esta publicação é classificada de acordo com o EMA-411 (Manual de Publicações da Marinha) em: Publicação da Marinha, não controlada, ostensiva, didática e manual. OSTENSIVO CIAA – 116 1. CARNE BOVINA Conceitualmente, considera-se carne todas as partes comestíveis dos animais comíveis. Conceito na legislação: massas musculares e demais tecidos que as acompanham, incluindo ou não a massa óssea correspondente, que procede de animais abatidos sob inspeção veterinária e as classifica em carne vermelha; de aves; de pescados e de caça. De forma geral, as carnes proporcionam: Proteínas, Lipídios (gorduras), Carboidratos, Vitaminas e Minerais. As carnes são formadas por: a) Tecido muscular: Parte mais utilizada na gastronomia. Formado por proteínas, responsáveis pela cor, textura, suculência, sabor e aroma. As carnes vermelhas, e de aves, são formadas por fibras longas, agrupadas em feixes envolvidos pelo tecido conjuntivo. O desenvolvimento é afetado pela raça, sexo e atividade física. b)Tecido adiposo: Atua como retenção de umidade do músculo e proteção contra micro- organismos. Varia em quantidade e distribuição, na carcaça do animal. Variação da cor em decorrência da idade e da alimentação: do branco ao amarelado. Variação da quantidade em cortes, pelos fatores ambientais, pelas condições fisiológicas, pela espécie, raça, idade, herança genética, dieta e atividade física. Proporcionam mais sabor e suculência, com exceção da gordura presente nas carnes de coelho e alguns caprinos e ovinos. c)Tecido conjuntivo: A principal função é manter células, vasos e estruturas em seus lugares, formando uma rede de proteção. Formado por colágeno, elastina e reticulina. Varia conforme sexo, raça e partes da estrutura. Colágeno: flexível, branco, macio e semitransparente. Quando aquecido em meio líquido, o colágeno se dissolve formando a gelatina. A reticulina está mais presente em animais jovens, podendo ser a precursora do colágeno ou da elastina. A elastina encontra-se presente nas válvulas das artérias e veias, nos tendões e nos ligamentos dos músculos com os ossos. A elastina forma as cartilagens, que não amaciam na cocção. Pescados: pouco colágeno e alguma elastina. d)Tecido ósseo: Em animais adultos, o tecido ósseo é branco, duro e quebradiço. Nos animais jovens, é rosado, maleável e pouco quebradiço. Nos ossos localizados nas pernas de alguns mamíferos, encontrasse o tutano, formado por gordura,proteínas, minerais e vitaminas. Os ossos e espinhas dos peixes são mais simples e menos rijos, em sua maioria. Para uma boa conservação da carne em casa são necessários cuidados rigorosos para evitar alterações e contaminações, é importante estar atento a alguns conselhos básicos de higiene, que devem virar rotina em toda prática culinária: 1- Lavar bem as mãos e fazê-lo constantemente; 2- Lavar as superfícies e utensílios que entrarão em contato com a carne; 3- Não usar utensílios que já tiverem sido utilizados com carnes cruas para outros alimentos sem antes lavá-los bem com água e sabão; 4- Não se deve falar, cantar ou tossir sobre os alimentos; 5- É importante não colocar as mãos no nariz, na boca ou nos cabelos durante o preparo dos alimentos; OSTENSIVO CIAA – 116 6- Os cabelos devem estar presos ou contidos por uma rede durante o preparo das refeições; 7- Os alimentos não devem ser manipulados por pessoas que estiverem com doenças de pele, diarreia, gripe, dor de garganta ou doenças infecciosas; 8- A cozinha deve ser mantida limpa e os utensílios devem estar sempre lavados. 9- A geladeira e o freezer não devem ficar superlotados, pois isso dificulta a circulação de ar frio dentro do aparelho e compromete a conservação dos alimentos; 10- Mantenha o lixo em recipiente limpo, revestido de saco plástico e sempre tampado, evitando assim o aparecimento de insetos, baratas e ratos As Doenças transmitidas por alimentos (DTA) são doenças provocadas pelo consumo de alimentos que ocorrem quando micro organismos prejudiciais à saúde, parasitas ou substâncias tóxicas estão presentes no alimento. Os sintomas mais comuns de DTA são vômitos e diarreias, podendo também apresentar dores abdominais, dor de cabeça, febre, alteração da visão, olhos inchados, dentre outros. Para adultos sadios, a maioria das DTA dura poucos dias e não deixa sequelas. Para as crianças, as grávidas, os idosos e as pessoas doentes, as consequências podem ser mais graves, podendo inclusive levaracidentes desnecessários. Entretanto, isto nem sempre é possível, em se tratando de meios navais operativos, como navios e submarinos, entre outros. Será abordado a seguir as características físicas necessárias para um rancho, previstas em legislação: Localização O rancho deve se localizar no andar térreo, para facilitar o acesso dos fornecedores para abastecimento e remoção de lixo e equipamentos. No caso do rancho não se localizar no andar térreo, deve ser dotado de elevadores de carga ou monta-cargas. A área ao redor não deve oferecer riscos às condições gerais de higiene, ou seja, o rancho deve se localizar longe de depósitos ou aterros de lixo, áreas de derramamento de esgoto e locais de permanência ou guarda de animais. Iluminação A iluminação exerce uma forte influência no comportamento das pessoas. Sua utilização adequada evita doenças visuais, aumenta a eficiência do trabalho e diminui o número de acidentes. Deve ser uniforme por todo o ambiente, evitando ofuscamentos, sombras, reflexos fortes e contrastes excessivos. A luz deve incidir numa direção que não ofusque e nem prejudique a visão e os movimentos dos manipuladores. A iluminação mais indicada é a natural; porém, os raios solares que entram pelas janelas não devem incidir diretamente sobre a superfície de trabalho. A iluminação artificial deve ser de natureza tal que não altere as características visuais do alimento. Constata-se uma acentuada OSTENSIVO CIAA – 116 tendência para o uso de lâmpadas fluorescentes, por ser a iluminação branca o tipo mais adequado, por manter a cor natural dos alimentos, e não contribuir para a elevação da temperatura do local. Ventilação e temperatura A ventilação adequada assegura certo grau de conforto térmico, indispensável à realização de qualquer tipo de trabalho. Além disso, proporciona a renovação do ar, muito importante em cozinhas, devido à exalação constante de vapores provenientes dos processos de cocção das preparações, provocando um desconforto térmico nas pessoas que ali trabalham. A ventilação, sempre que possível, deve remover o ar viciado, de modo a manter o ambiente livre de fungos, gases, fumaça e vapores. Isto pode ocorrer através de janelas teladas que liguem o rancho ao ambiente externo e de exaustores dimensionados para o tamanho do local. Vale ressaltar que aparelhos de ar-condicionado e ventiladores não servem a este propósito e não devem ser utilizados nas áreas de processamento de alimentos. A inexistência desse conforto ocasiona o aparecimento de uma série de fatores negativos, como confinamento, prostração, dor de cabeça, mal-estar, tontura, náuseas, vômitos o que pode comprometer diretamente a produtividade e a qualidade do trabalho. Uma temperatura de 22° a 26°C, com umidade relativa de 50 a 60% é considerada compatível com as operações de um rancho. Sonorização Um ambiente de trabalho com sons irritantes conduz a reações negativas, interferindo na execução de qualquer tarefa. A capacidade auditiva do homem vai de 0 a 120 decibéis (db), porém ruídos entre 70 a 80 db já prejudicam a saúde e, passando dos 80db, prejudicam o aparelho auditivo. Sendo assim algumas medidas podem ser adotadas a fim de minimizar os ruídos como dar preferência a equipamentos silenciosos e carros que se movam sob rodízios de borracha. Cor A escolha das cores no ambiente de trabalho está diretamente relacionada ao seu índice de reflexão (a quantidade de luz que volta ao meio ambiente, após incidir numa superfície). As cores têm o poder de absorver luz em maior ou menor intensidade, daí sua importância no ambiente de trabalho. Por isso, as instalações do rancho devem ser pintadas de cores claras, como branca, creme, areia e outras. As cores devem ser utilizadas nos locais de trabalho para prevenção de acidentes, identificando os equipamentos de segurança, delimitando áreas, identificando as canalizações de água. As cores utilizadas são: -vermelha – Empregada com o sentido de advertência, perigo. Utilizada para identificar equipamentos e aparelhos de proteção e combate a incêndio, como caixas de alarme de incêndio, hidrantes, extintores portáteis, portas de saída de emergência, redes de água para incêndio; -amarela - indica cuidado, sendo usado em corrimões, parapeitos, portas rebaixadas, pisos e escadas que representem risco, faixas no piso da entrada de elevadores, gás de cozinha; - verde - indica segurança, sendo usada em caixas e equipamentos de socorro de urgência (máscara contra gases, macas, sala de curativos), quadros de aviso e exposição de cartazes, localização ou caixas com Equipamentos de Proteção Individual (EPI), água salgada; - branca - é empregada em áreas de bebedouros e armazenagem, localização e coletores de resíduos OSTENSIVO CIAA – 116 Piso Deve ser escolhido por suas características antiderrapantes, pela facilidade de higienização e desinfecção, impermeabilidade, durabilidade, resistência ao tráfego e ao ataque de substâncias corrosivas. Os rejuntes devem ser rasos, de maneira a não favorecer o empoçamento e possibilitar fácil higienização e secagem. O piso deve ser plano, com declive adequado, direcionando a água para os ralos e/ou grelhas, a fim de evitar empoçamentos. Ralos e canaletas Os ralos devem ser colocados à distância adequada uns dos outros, de modo a permitir uma drenagem eficaz. Devem ser circulares, e ter no mínimo 10 cm de diâmetro, possuindo algum artifício que possibilite o fechamento em sua parte superior, dotados de grelhas com proteção telada, para impedir a entrada de insetos e roedores. Devem ser mantidos em condições adequadas de higienização, conservação, com ausência de resíduos, a fim de evitar entupimentos. As canaletas devem ser providas de grelhas facilmente removíveis, isentas de manchas, ferrugens, resíduos, em adequado estado de conservação e higienização, e desobstruídas. Paredes e divisórias Devem ser lisas, em cores claras, duráveis, impermeáveis e resistentes a limpezas frequentes. Recomenda-se que sejam livres de falhas, rachaduras, umidade, bolor e descascamentos. Em locais de movimentação de carrinhos de transporte, é indicada a aplicação de cantoneiras e barras, para aumentar a resistência do material de revestimento. Portas e janelas As portas devem ter superfícies lisas, não absorventes, com fechamento automático com mola, abertura máxima a 1,0 (um) centímetro do piso e proteção inferior contra insetos e roedores. As cortinas de ar devem ser instaladas onde as portas, por qualquer motivo, permaneçam abertas constantemente ou por período prolongado. As janelas devem ter superfícies lisas e laváveis, bom estado de conservação, ajuste perfeito ao batente e sem falhas de revestimento. Devem ser fixas e usadas preferencialmente para iluminação. Devem sempre ser dotadas de telas, que tenham facilidade de remoção e possam ser mantidas limpas. Os vidros, onde forem utilizados, deverão ser incolores e impedir a incidência direta do sol sobre os alimentos. Teto e forro Deve ser isento de vazamentos e goteiras, evitando a instalação de telhas que permitam a ocorrência de respingos. O acabamento deve ser liso, impermeável, lavável, de cor clara e em bom estado de conservação. O forro deve ser limpo, livre de trincas, rachaduras, umidade, mofo e descascamento. O pé direito (altura) normal é de 3,0 (três) metros, sendo o mínimo aceitável, de 2,7 metros. Outras instalações O rancho ainda deve contar com: rede hidráulica, abastecimento e armazenamentode água, rede de coleta de efluentes. a) Rede hidráulica – dependendo da disponibilidade, o estabelecimento pode optar por utilizar água proveniente da rede pública de abastecimento ou de poços artesianos; b) Abastecimento de água – o rancho deve possuir um sistema de abastecimento de água OSTENSIVO CIAA – 116 potável em abundância, com pressão adequada, temperatura conveniente e proteção eficiente contra contaminação; c) Armazenamento de água – deve ser feito em reservatórios constituídos de material resistente, atóxico, que não emita partículas ou odores capazes de contaminar a água, e devem ser devidamente construídos, mantidos, conservados e higienizados. Devem estar elevados e providos de tampa. Devem ser lavados a cada 6 (seis) meses, com testes microbiológicos semestrais. A água deve ter sua potabilidade atestada por laudo oficial. A eliminação dos dejetos (excrementos) deve ter ligação com a rede de esgoto. Caso não seja possível, devem passar por tratamento, antes de serem eliminados em rios ou mares; d) Rede de coleta de efluentes – o rancho deve dispor de um sistema eficaz de eliminação de efluentes e águas residuais, como rede de esgoto em várias dependências, ligada a tubulações de coleta e caixas de gordura, sendo os efluentes destinados à rede pública de coleta de esgoto. Todos os tubos de escoamento (incluindo o sistema de esgoto) devem ser suficientemente dimensionados para suportar cargas máximas e devem ser construídos de modo a evitar refluxos e contaminação do abastecimento de água potável. A caixa de gordura e as caixas e canalizações de esgoto não podem, sob hipótese alguma, localizar-se dentro da área de processamento de alimentos. Recebimento e Armazenagem Área de recebimento de mercadorias O recebimento de mercadorias é feito em uma plataforma de descarga, que deverá situar- se em áreas externas do prédio, próximo à área de estocagem e ser de fácil acesso aos fornecedores. Deve ser provida de rampa e marquise para proteção das mercadorias na hora da entrega. Não deve existir cruzamento de fluxo dos produtos e mercadorias que entram com o lixo que sai. As mercadorias devem ser inspecionadas, pesadas e devidamente higienizadas sempre que possível. O referido local deve constituir-se num prolongamento da plataforma de descarga, evitando as áreas de circulação; deve dispor de espaço suficiente para acomodar a mercadoria no momento do controle; e ser aparelhado com balança do tipo plataforma, carros para transporte, e tanques ou pias para higienização de vegetais e frutas antes do seu armazenamento. A existência de um esguicho de pressão nesta área é importante, para auxiliar na higienização prévia dos vegetais, assim como de um suporte, para guardar a mangueira longe do piso, quando não estiver em uso. É conveniente ter um espaço no setor para transferir as mercadorias das embalagens de papelão e madeira para recipientes adequados, como monoblocos de plástico devidamente higienizados ou sacos plásticos próprios. Convém controlar a temperatura do recebimento dos produtos perecíveis e avaliar as características sensoriais (cor, odor, textura, aspecto, sabor e viscosidade) do produto. Deve-se, ainda, observar a existência do selo de fiscalização do Órgão de Inspeção Sanitária Oficial. Durante o recebimento, vários itens deverão ser observados, para que não sejam aceitos gêneros deteriorados, fora da especificação ou do prazo de validade. De um modo geral, todos os fornecedores deverão ser observados quanto à: -condições higiênicas dos veículos de entrega, com existência de alvará; -condições do entregador: devem estar com uniforme adequado e limpo, avental, sapato fechado, proteção para o cabelo ou mãos (rede, gorro ou luvas) quando necessário; OSTENSIVO CIAA – 116 -integridade e higiene das embalagens; -adequação da embalagem, para que o alimento não tenha contato direto com papel, papelão ou plástico reciclado; -características específicas de cada produto; -correta identificação do produto no rótulo, onde devem constar: nome, composição, lote, numero do registro no Órgão Oficial, dados do fabricante e fornecedor (CGC e endereço), temperatura recomendada para transporte e armazenamento, quantidade e datas de fabricação e validade; e -controle de temperatura, que deve ser adequada e registrada no ato do recebimento. No recebimento de mercadorias, caso haja mais de um fornecedor aguardando, dar preferência de atendimento na seguinte ordem: 1. Alimentos perecíveis resfriados e refrigerados; 2. Alimentos perecíveis congelados; 3. Alimentos perecíveis permitidos em temperatura ambiente; e 4. Alimentos não perecíveis. Temperaturas recomendadas para recebimento Os critérios gerais de temperatura de recebimento dos alimentos perecíveis são: -congelados:-18ºC, com tolerância até -12ºC; -resfriados: 6ºC a 10ºC ou de acordo com a especificação do fabricante; e -refrigerados: até 6ºC, com tolerância até 7ºC. Cuidados Gerais Os cuidados gerais na armazenagem dos gêneros visam à preservação da qualidade, a disposição adequada dos produtos e o controle na utilização da matéria-prima. Sendo assim, devem ser atentados os seguintes critérios: -estocar os gêneros alimentícios em local próprio com boa ventilação natural. A boa ventilação dentro do paiol pode ser conseguida mantendo estantes e estrados afastados entre si e das paredes; -os alimentos devem ser dispostos de acordo com as suas características (enlatados e outros), mantendo-os afastados entre si para permitir uma boa circulação do ar; -não permitir o contato direto dos alimentos com o piso, usando sempre os estrados e prateleiras; -os cereais em grãos e as leguminosas deverão ficar sobre os estrados fenestrados, acondicionados em sacos de aniagem ou algodão; -não arrastar, pelo piso, monoblocos, caixas e outros recipientes. Adotar o procedimento de carregá-los à mão ou utilizando carrinhos de transporte; -conservar alinhado o empilhamento das sacarias, em altura que não prejudique as características do produto e com amarração em forma de cruz, para favorecer a ventilação; -os gêneros acondicionados em pacotes, latas ou caixas deverão ser arrumados ou empilhados nas prateleiras, afastados da parede; -não manter caixas de madeira na área do paiol ou em qualquer outra área do rancho; -identificação do material - todos os itens em estoque devem ter etiquetas ou rótulos discriminando o tipo e nomenclatura dos gêneros, quantidade, data do recebimento e prazo de validade. A fixação destas etiquetas na face da embalagem que fica à vista do observador facilitará a identificação sem que seja necessário mover o produto; -observar constantemente a data de validade dos produtos, a fim de evitar o vencimento e desperdício. Produtos vencidos devem ser imediatamente desprezados; OSTENSIVO CIAA – 116 -atentar para quaisquer irregularidades com os produtos armazenados, providenciando imediatamente a sua inutilização ou substituição, conforme cada caso; -manter sempre limpas as embalagens dos alimentos e outros produtos da área em geral, retirando sucatas, embalagens vazias, materiais fora de uso etc; -manusear as caixas com cuidado, evitando submetê-las a peso excessivo; -ao armazenar macarrão, outras massas ou biscoitos, não devem ser colocados outros tipos de gêneros sobre eles, para evitar que se triturem; -materiaisde limpeza, se necessário, poderão ser guardados no próprio paiol, mas em separado dos alimentos. Durante a armazenagem dos gêneros alimentícios, vários fatores podem interferir nesse processo, alterando as características do gênero e reduzindo o valor financeiro e nutritivo dos alimentos. Entre eles estão: Temperatura - A temperatura de estocagem é um fator crucial na conservação dos alimentos. Se um alimento tiver indicação para ser armazenado sob refrigeração, deve ser empregada baixas temperaturas. No caso de gêneros que devem ser guardados à temperatura ambiente, deve ser evitado mantê-los, acima dos 26°C, pois, a exposição dos alimentos em temperaturas incompatíveis poderá favorecer o desenvolvimento de microrganismos deteriorantes, levando à perda parcial ou total do alimento. Sendo assim, torna-se imprescindível que os paioleiros cuidem para que a arrumação do paiol favoreça o máximo possível, a circulação do ar, com boa ventilação entre estantes, estrados e todos os outros acessórios lá existentes. Outro fator a ser considerado é a penetração dos raios solares por aberturas no paiol, como janelas, escotilhas, etc. Além de levar ao aumento da temperatura, a radiação ultravioleta presente na luz solar favorece reações químicas que provocam alterações em produtos e algumas embalagens que porventura venham a ser irradiados. Portanto, se não é possível evitar a luz solar, para melhorar a iluminação natural, faz-se necessário alterar a disposição dos gêneros dentro do paiol, para evitar a incidência direta da luz solar sobre os alimentos. Umidade -Associada à temperatura, a umidade é o fator que pode provocar maiores alterações nos alimentos. A umidade relativa (UR) indicada para paióis de gêneros alimentícios fica em torno de 50 a 60%. A influência da UR pode ocorrer de duas maneiras, como veremos a seguir. Se o alimento tem alta atividade de água (quantidade de água livre que o alimento possui em sua composição natural) e a UR do ambiente é baixa, isto desencadeará um processo de desidratação, ou seja, o alimento perderá umidade para o ambiente, ressecando-se. Isto é prejudicial, pois as características sensoriais e nutricionais serão alteradas, podendo ser necessário desprezar todo o lote daquele gênero. Além disto, o alimento agora se tornará susceptível ao ataque de outros tipos de microrganismos, como os bolores, o que antes não ocorria justamente pela alta atividade de água do alimento. Por outro lado, se o alimento tem baixa atividade de água e a UR é alta, o alimento se reidratará. No caso dos gêneros secos, como cereais, leguminosas e produtos desidratados, o aumento da umidade favorecerá o desenvolvimento microbiano, de bolores, com possibilidade de produção de toxinas, o que traz graves riscos à saúde humana. Assim, é necessário procurar ajuda técnica quando forem identificados problemas dessa natureza, para que sejam corrigidos com a maior brevidade possível. Sujeira e poeira - A sujeira pode ser definida como uma mera mistura de materiais variados, como produtos químicos, gordurosos, água, poeira, etc. Na maioria dos casos de preservação o OSTENSIVO CIAA – 116 material, o fator predominante é manter o material livre da sujeira, porque nessa mistura de diferentes componentes desenvolvem-se quimicamente elementos que são extremamente nocivos à vida dos itens e que, se associados a ela, os contaminariam de forma irremediável, iniciando os processos degenerativos. O problema essencial da poeira não está na sua composição química, mas na capacidade de absorver água. À medida que a poeira se deposita sobre algum item em estoque, ela tende a absorver a umidade do ar e iniciar ou acelerar um processo de deterioração ou ferrugem, que pode levar à corrosão, no caso de embalagens metálicas. CONTROLE DE PRAGAS E VETORES O controle de pragas e vetores é definido como conjunto de ações preventivas e corretivas de monitoramento ou aplicação, ou ambos, com periodicidade minimamente mensal, visando impedir de modo integrado que vetores e pragas urbanas se instalem ou reproduzam no ambiente. Essas medidas devem ser tomadas em conjunto com uma empresa controladora de pragas, devidamente autorizada pelo órgão de vigilância sanitária local a prestar serviços de controle de pragas. Sendo assim, a empresa deve prover medidas para prevenir o ingresso, abrigo, estabelecimento e proliferação de pragas ao longo de todas as instalações onde alimentos são manipulados, armazenados, transportados ou preparados. As pragas, insetos e roedores podem constituir problemas graves para os estabelecimentos de alimentação, causando também danos aos alimentos, suprimentos e instalações. Cabe salientar que as implicações mais importantes das pragas à saúde reside na disseminação das doenças, inclusive as de origem alimentar. Insetos A ação dos insetos nos alimentos pode ser danificando os grãos sadios, ou se alimentando de fungos ou detritos, contribuindo para alterar a qualidade do grão. Segundo o Depósito de Subsistência da Marinha no Rio de Janeiro, o controle de pragas compreende os seguintes mecanismos: -Vigilância na recepção para evitar, ao máximo, a entrada de produtos infestados; - Desinsetização das instalações e equipamentos, pois, algumas pragas têm fases do seu ciclo evolutivo fora dos produtos atacados, o que pode ocorrer em frestas, ranhuras ou superfícies de instalações e equipamentos; -Preservação dos produtos estocados por meio de agentes que sirvam de obstáculos à infestação (polvilhamento das pilhas de gêneros com inseticida de contato); -Expurgo - aplicação de inseticidas voláteis (que se tornam em vapor, após algum tempo da aplicação). Estas substâncias devem agir sobre todas as fases da vida dos insetos e não deve ter ação residual tóxica para o homem. Deverá também atingir todo o lote que for submetido ao tratamento; -Vigilância permanente sobre os produtos armazenados, para evitar a infestação e a reinfestação dos lotes já tratados, através de inspeções periódicas; -Desinsetização da sacaria e de outros recipientes vazios, que sejam reutilizáveis, por meio de polvilhamento ou pulverização; e -Limpeza dos resíduos em toda a superfície do paiol, inclusive debaixo dos estrados. A medida mais indicada para a erradicação de pragas é a ação dos profissionais qualificados na área, de modo que todo o processo seja realizado com o sucesso esperado e sem qualquer perigo para os envolvidos na operação. Roedores e Pássaros OSTENSIVO CIAA – 116 O controle de roedores é feito em duas linhas de ação paralelas: controle e eliminação. a) O controle deve ser feito mediante a construção de barreiras, com as seguintes características: - Piso com espessura de 7,5 cm; - Revestimento externo dos alicerces e bases das paredes com massa forte de cimento; - Portas metálicas, de boa vedação e sem orifícios; - Ralos e canaletas com grade de ferro de espaçamento fino, no máximo de 1 cm, bem ajustados nos encaixes; e -Proteção das entradas de condutores elétricos e, sempre que outras eventuais aberturas forem necessárias, usar proteção com telas. A outra medida de controle corresponde ao saneamento geral. - Limpeza dos paióis; - Eliminação do lixo, - Limpeza externa, com capinação; e - Eliminação dos pontos de refúgio e reprodução dos roedores. b) A eliminação pode ser feita através dos processos de envenenamento e armadilhas. O envenenamento é o processo mais comum. Os raticidas têm como requisito ser usados em pequenas doses e provocar morte não violenta, para que a colônia não perceba e refugue as iscas. Paraum processo mais eficiente, deve ser feito rodízio de iscas, raticidas e locais de colocação. As iscas devem ser colocadas nos locais de passagem dos ratos, próximos às paredes, entre pilhas ou sob os estrados etc. Recomenda-se o uso de luvas, pois os ratos têm grande capacidade olfativa e podem rejeitar as iscas em que pressintam o contato humano. Os raticidas devem ser guardados em suas embalagens originais, com os rótulos íntegros, e em armário especialmente destinado para este fim. As armadilhas podem ser gaiolas, guilhotinas ou outros dispositivos, com iscas como atrativos. São colocadas nos locais de passagem dos ratos. Devem ser manuseadas com luvas, para não despertar a desconfiança dos ratos. MICROBIOLOGIA DE ALIMENTOS A Microbiologia é o estudo dos micro-organismos, visíveis ao nível do microscópio. Os microrganismos são seres unicelulares e que possuem vida própria (com a exceção de vírus e dos parasitas, que dependem de um hospedeiro para se reproduzirem). Há diversos tipos de microrganismos, cada espécie com características biológicas diferentes (no formato, no tamanho e na patogenicidade). Essa última se refere à capacidade de pôr em risco a saúde do homem, em maior ou menor grau. Algumas destas características trazem prejuízos à saúde, podendo até mesmo levar à morte. Por outro lado, há microrganismos que são até benéficos e necessários, tanto na indústria de alimentos (para a produção de alimentos e bebidas), como para proteger várias regiões do nosso organismo, como o intestino. Existem 3 tipos específicos de Microrganismos: a)Bactérias OSTENSIVO CIAA – 116 São seres unicelulares, invisíveis a olho nu, podem ser encontrados em todos os ambientes (terra, água e ar), inclusive nos alimentos e no corpo humano e animal. Preferem alimentos que tenha algum teor de água, embora algumas espécies possam desenvolver-se em alimentos mais secos. As bactérias também preferem alimentos que sejam ricos em proteínas (Ex. carnes, aves, peixes, moluscos, ovos, leite, queijo etc). Algumas bactérias produzem, em decorrência de sua multiplicação, as chamadas “toxinas”, substâncias de efeito tóxico para o homem. Algumas bactérias desenvolvem uma estrutura de resistência e de latência de vida, denominada esporo, sendo formada geralmente quando as condições para o seu desenvolvimento não são ideais, passando a apresentar grande resistência ao calor e aos agentes desinfetantes. Quando não está na forma de esporo, a bactéria está na fase vegetativa, ou seja, está se multiplicando. b)Fungos São divididos em bolores e leveduras. Os bolores são fungos amplamente distribuídos na natureza, encontrados no solo, em superfícies de vegetais, nos animais, no ar e na água. As leveduras são conhecidas como fermentos e também estão amplamente distribuídas na natureza (água, ar, solo, plantas e animais). Os fungos podem multiplicar-se em alimentos mais secos, frescos e que tenham maiores quantidades de açúcar. Há fungos que crescem em restos de frutas e sucos, nos produtos de panificação, gêneros secos, como amendoim e outras leguminosas. A gravidade do desenvolvimento de fungos nos alimentos em estoque está na produção de toxinas (alergênicas ou cancerígenas), como a aflatoxina, produzida por fungos no amendoim, que pode ser cancerígena para o homem. Outros fungos também podem ser cultivados por meio de culturas preparadas pelo próprio homem. c) Vírus Não possuem vida própria e só crescem quando estão dentro da célula do organismo do homem e animal. O homem adquire esses microrganismos através da ingestão de água, leite, ou outro alimento contaminado e também pelo ar ou junto a pessoas doentes, através de contato direto, ou da manipulação dos alimentos (Ex. hepatite). Obs.: Os parasitas intestinais, também não possuem vida própria. Podem ser encontrados no solo, água, alimentos e no intestino humano e animal. A falta de higiene é um dos principais fatores de contaminação por estes parasitas. DETERIORAÇÃO DE ALIMENTOS a) Conceito A deterioração dos alimentos é um processo que inclui alterações que podem ocorrer na estrutura, composição química e características sensoriais dos alimentos, como consequência do processo natural de amadurecimento e envelhecimento, que é acelerado por fatores ambientais, como temperatura e umidade, assim como o desenvolvimento microbiano. Os alimentos perecíveis, como carnes, leite e derivados, e os hortifrutigranjeiros são os mais susceptíveis à deterioração. Isto ocorre porque, em geral, são alimentos com grande quantidade de nutrientes e água em sua composição e, se não forem armazenados nas condições apropriadas para cada tipo de alimento, o risco de deterioração aumenta, podendo levar à perda de toneladas de alimentos por ano. No entanto, é importante destacar que o processo de deterioração pode ocorrer não apenas quando o alimento é mal armazenado. Condições ambientais impróprias também podem favorecer o processo de deterioração dos alimentos, tendo OSTENSIVO CIAA – 116 início desde a produção e seguir pelas etapas de beneficiamento, transporte, distribuição e comercialização. Quando estes alimentos são expostos à venda, o consumidor já pode encontrá-los de baixa qualidade, e com preços elevados. Sendo assim, é importante identificar as características próprias e impróprias dos alimentos, a fim de que, ao receber o alimento, possamos evitar prejuízos ao nosso setor, e ao nosso próprio trabalho ao adquirir alimentos com possíveis sinais de deterioração. Incluímos na designação carne todo músculo estriado que recobre o esqueleto, bem como diafragma, língua, esôfago e vísceras de diferentes. A carne compreende tecido muscular, conjuntivo, adiposo e toda parte comestível de animal, seja doméstico ou [ carnes, em geral, têm um risco elevado de deterioração, já que são ricas em nutrientes e apresentam alta atividade de água, bem como um pH bastante favorável ao desenvolvimento da maioria das espécies microbianas. A quantidade e as espécies que se desenvolverão na carne dependerão das condições do abate, do tempo, temperatura, e condições higiênicas em que as etapas do processamento da carne serão realizadas. Identificação dos alimentos deteriorados por tipo Características das Carnes Próprias e Impróprias para o Consumo a) Carne bovina - Própria para o consumo: As carnes devem possuir consistência firme, não amolecida, nem pegajosa, sem escurecimento ou manchas esverdeadas. As carnes vermelhas devem apresentar cor viva e vermelha e odor agradável. A origem da carne deve ser conhecida e receber carimbo do Serviço de Inspeção Federal (SIF) do Ministério da Agricultura. Preferencialmente, a carne deve ser moída à vista do consumidor, para que não haja mistura de carne boa com carne deteriorada, e de carne de primeira com de segunda, quando o cliente especificar o tipo. A peça inteira deve ter o carimbo SIF. Se a carne moída já estiver embalada, é importante verificar o estado de embalagem, a aparência da carne e conferir a data de validade e as demais informações contidas no rótulo. A carne pode ser adquirida fresca ou depois ter sido congelada. A carne descongelada adquirida no varejo (açougue) jamais deve ser congelada novamente. Em frigoríficos em que a carne é descongelada lentamente com precauções técnicas, ela pode ser mantida no refrigerador de 8 a 10 dias em câmaras refrigeradas a 2o C a 4o C e umidade de 75 a 80%. - Imprópria para o consumo: coloração esverdeadae/ escurecida, consistência mole e odor desagradável. É necessária muita atenção na hora de adquirir a carne, pois o vermelho vivo pode ser provocado pelo acréscimo de substâncias químicas (sulfitos e nitritos) em carnes que se encontram com prazo de validade ultrapassado. Porém, logo após o cozimento, a carne mantém vermelha, ao contrário da carne sem aditivos, cuja cor fica o marrom. b) Carne Suína - Própria para o consumo: coloração rosada, consistência firme e sem cisticercos (formações brancas, semelhante a ̈canjicas ̈). - Imprópria para o consumo: coloração pardacenta, amarronzada ou esverdeada em tons pálidos; consistência amolecida, pegajosa, desprendendo-se do osso; odor desagradável. c) Aves - Próprias para o consumo: coloração amarelo-rosada, consistência macia ao contato, pele elástica e quase lisa, superfície brilhante. OSTENSIVO CIAA – 116 - Impróprias para o consumo: consistência amolecida, soltando dos ossos; superfície pegajosa e odor desagradável. d) Embutidos e Frios (Produtos cárneos (salsichas, presuntos e apresuntados, mortadelas, linguiças, salames, fiambre etc.) produzidos à base de carnes suínas, bovinas e de aves). - Impróprios para o consumo: se apresentarem com a superfície úmida, pegajosa, amolecida, esverdeada ou embolorada; desprendimento de líquidos; odor desagradável; presença de ranço. e) Deterioração dos Pescados (Peixes, moluscos e crustáceos) 1) Peixes frescos - Próprios para o consumo: Carne branca à rosada, firme e elástica resistindo a pressão dos dedos; aspecto geral brilhante, com reflexos cintilantes/ madrepérola; cauda firme na direção do corpo; escamas brilhantes e aderentes; pele firme, íntegra, viscosa (aparência úmida) e de cores vivas, olhos brilhantes e salientes, ocupando toda a órbita; ânus fechado; odor próprio; guelras vermelhas. - Impróprios para o consumo: guelras de coloração marrom; olhos afundados e sem brilho; ventre inchado (não volta ao normal após uma leve pressão com os dedos); carne desfazendo-se entre os dedos, pele ressecada e sem brilho; odor fétido. 2)Moluscos Polvos e Lulas -Próprios para o consumo: pele lisa e úmida; carne consistente e elástica; olhos vivos e salientes nas órbitas; coloração roxo-clara e odor próprio. -Impróprios para o consumo: características adversas das descritas acima. Ostras e mexilhões - Próprios para o consumo: Conchas duras, bem ajustadas e quando comprimidas não provocam som, carne sólida, de cor clara e brilhante e livre de impureza, líquido claro e brilhante (sem adição de água), odor e sabor agradáveis. - Impróprios para o consumo: Conchas mal ajustadas, separadas e quando comprimidas provocam som, carne ressecada, descorada ou escura, sem brilho, com impurezas, líquido ausente ou adicionado de água, odor e sabor forte. 3) Crustáceos Camarões −Próprios para o consumo: a carne é firme, geralmente de cor branco-acinzentada, tornando-se rosada quando cozida, odor e sabor agradáveis. -Impróprios para o consumo: a carne é pouco firme, de cor escura, azulada ou esverdeada, mesmo quando cozida, odor e gosto forte e desagradável. Lagosta, Siri e Caranguejos: - Próprios para o consumo: a lagosta deve ser adquirida preferencialmente viva, e ser submetida ao cozimento ainda viva, o que faz com que a cauda se encurve para baixo do corpo. Siris e caranguejos também devem estar vivos até a hora da cocção. - Impróprios para o consumo: Modificações da coloração dorsal e ventral (preta), sabor, textura e odor amoniacal, aspecto gelatinoso com opacidade da carne. O mesmo refere-se às modificações OSTENSIVO CIAA – 116 em siris e caranguejos. A lagosta frigorificada, com a cauda esticada em sentido horizontal indica que foi submetida à cocção depois de morta, apresentando restrições quanto à sua qualidade. Deterioração do Leite O leite é um excelente meio para o desenvolvimento de microrganismos, devido à sua riqueza em nutrientes, alta atividade de água e pH próximo à neutralidade. A contaminação pode ocorrer na ordenha, nos equipamentos utilizados nas etapas de beneficiamento, transporte, distribuição, comercialização e não apenas quando o alimento é mal armazenado. - Próprio para o consumo: odor suave e característico; cor esbranquiçada; líquido uniforme, sem granulações. Os leites em pó e longa vida devem estar dentro do prazo de validade, com a embalagem íntegra e sem estufamentos. - Impróprio para o consumo: coagulado; odor diferente; coloração azulada, amarelada ou avermelhada. Deterioração de Hortifrutigranjeiros a) Ovos de galinha: Muito usado na alimentação sendo considerado um alimento com elevado valor nutricional e suscetíveis à deterioração. As principais características são: - Próprios para o consumo: casca limpa e íntegra; cheiro próprio e suave; clara firme e concentrada ao redor da gema. Obs.: o ovo fresco afunda na água. - Impróprios para o consumo: casca com rachaduras e sem brilho, clara amolecida (se espalha quando a casca é quebrada), cheiro forte ou extremamente desagradável, se o ovo estiver podre. Obs.: o ovo velho flutua na água. b) Vegetais (verduras e/ou legumes) Apesar de não serem ricos em proteínas, os vegetais apresentam alta atividade de água e quantidades razoáveis de carboidratos, fibras, minerais e vitaminas, o que também os torna suscetíveis à deterioração microbiana. O tempo de vida útil ou vida de prateleira e o processamento são muito diferentes para cada tipo de vegetal. A mudança estrutural mais importante ocorrida no processo de amadurecimento dos vegetais é o amolecimento ou perda de textura, causado por reações químicas naturais que degradam as paredes celulares da planta. Em seguida, ocorre a alteração do sabor, aroma e a perda de valor nutricional. Quando isto ocorre, torna-se mais fácil o ataque microbiológico. Os microrganismos podem provocar o apodrecimento do vegetal. Exemplos de deterioração microbiana dos vegetais: podridão negra do repolho e da couve-flor; podridão cinza do morango; pêssego com áreas amarronzadas ou cor de creme etc. - Próprios para o consumo: ausência de danos físicos ou mecânicos, devem estar frescos (colheita recente), íntegros, firmes, sem traços de descoloração ou manchas, isentos de aroma, sabor e odores estranhos, isentos de insetos, moluscos e larvas. Não devem conter corpos estranhos aderentes à superfície externa, como terra, bolor, mucosidade ou umidade externa anormal (“gosmenta”), tamanho, cor, aroma, sabor próprios da espécie; textura resistente à pressão dos dedos; ausência de partes amassadas ou manchas estranhas. - Impróprios para o consumo: cascas ressecadas, ásperas, onduladas, com depressões ou manchas; polpa amolecida; folhas das verduras amareladas, murchas ou podres. c) Frutas Os alimentos designados como frutas geralmente apresentam a natureza polposa, aromas próprios, sabor agradável, com elevado teor de água, fibras, vitaminas e minerais. Várias modificações ocorrem nas frutas durante o processo de amadurecimento, tais como: alteração da OSTENSIVO CIAA – 116 cor com intensificação do colorido, abrandamento da parte polposa ação enzimática sobre o amido, diminuição da acidez e desintegração da fruta por falta de elemento cimentante. Deterioração de Gêneros Secos O desenvolvimento bacteriano nos gêneros secos é mais difícil, devido à baixa atividade de águadestes alimentos. Entretanto, os bolores podem se desenvolver em alimentos com menor umidade, conforme veremos a seguir. a) Cereais, farinhas, produtos de panificação, açúcares e doces São alimentos utilizados há muitos anos na alimentação devido à facilidade de conservação, por fornecerem carboidratos e em menor grau vitaminas, minerais e lipídios. Os microrganismos podem existir nestes alimentos na forma de esporos. Em geral, os produtos de panificação não são muito afetados por microrganismos devido sua à baixa umidade. Entretanto, quando são preparados a partir de farinhas contaminadas por esporos, e armazenados em ambientes com umidade elevada, podem embolorar. Os bolos, açúcares e doces também são afetados, pois, por conterem grande quantidade de açúcar, apresentam baixa atividade de água. Por este motivo, o tipo de deterioração mais comum também é a formação de bolor superficial, no caso dos bolos e doces, e alteração da espessura dos líquidos açucarados. b) Leguminosas e frutas oleaginosas As sementes leguminosas são classificadas em oleaginosas (soja e amendoim) e as de grão (feijão, lentilha, ervilha e fava). São frutas oleaginosas: nozes, castanhas, amêndoas, avelãs, bem como alguns tipos de sementes. A baixa atividade de água e o alto teor de gordura insaturada (das frutas oleaginosas) dificultam o desenvolvimento microbiano. Entretanto, se forem armazenadas em ambientes com alta umidade relativa, os bolores podem crescer e produzir toxinas, pondo em risco a saúde de quem as ingere. De uma forma geral outras alterações que consideram os grãos avariados são grãos com indícios de germinação, carunchudos (perfuração ou danos causados por carunchos e outros insetos), danificados (grãos que, por ação de danos físicos se encontram amassados ou com deformação acentuada, mofados (que se apresenta com fungos, mofos ou bolores, mostrando a olho nu, aspectos aveludados ou algodoentos). c) Alimentos envasados ou enlatados Os alimentos enlatados sofrem processamento térmico prévio e não deveriam deteriorar. Entretanto, quando a deterioração ocorre, pode ser por: - Contaminação através de falhas na costura da lata (vazamentos); - Deterioração pré-processamento (matéria-prima contaminada); - Resfriamento inadequado (lento); - Processamento térmico inadequado (temperatura final de processamento não atingida conforme o programado). No primeiro caso, a contaminação ocorre após o processamento; nos demais, pode ter ocorrido contaminação prévia do alimento por esporos e, assim que o alimento é resfriado, começa o crescimento microbiano, que pode produzir estufamento da lata; alteração de cor, odor, sabor, consistência e turbidez do alimento. MÉTODOS DE CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS OSTENSIVO CIAA – 116 Cada alimento é suscetível a um ou mais tipos de deterioração. Para evitar perdas ou alterações que poderiam gerar prejuízos financeiros, diversos métodos de conservação foram desenvolvidos e aprimorados. O emprego de baixas temperaturas inibe o crescimento de microrganismos e desacelera as ações enzimáticas. É amplamente utilizado em ambientes domésticos e comercialmente. A temperatura empregada varia para cada tipo de alimento e para o tempo que deseja conservá-lo. As temperaturas elevadas que são empregadas na conservação dos alimentos se baseia também nos efeitos nocivos do calor sobre os microrganismos, de forma que o tratamento térmico necessário para a destruição dos microrganismos varia com o tipo, a forma destes e do ambiente em que se encontram (ex: microrganismos na forma de esporos e que resistem a elevadas temperaturas, se o meio tem alta atividade água, pH, oxigênio disponível etc.). a) Métodos de refrigeração A maioria dos microrganismos de interesse em alimentos são de espécies mesófilas e, portanto, têm como temperatura mínima de crescimento 20oC. Sendo assim, o emprego de baixas temperaturas é empregado para impedir o desenvolvimento dos microrganismos e permitir maior conservação dos alimentos. As temperaturas de refrigeração que são empregadas irão variar, principalmente, em função das características dos alimentos. O processo de refrigeração é simples, porém, pode acarretar sérios danos à estrutura de um alimento, ocasionando perdas de nutrientes, alterações das características sensoriais, além de aumentar a suscetibilidade à deterioração microbiana. Sendo assim, a refrigeração deve ser rápida, efetuada imediatamente após o recebimento, pré- preparo ou cocção do alimento. Quando for realizada lavagem prévia, deve ser evitado o acúmulo de água durante o armazenamento à frio, pois provoca aumento da umidade dentro do refrigerador, o que eleva o risco de desenvolvimento microbiano, especialmente de espécies psicrófilas, cuja afinidade é por ambientes de baixas temperaturas. Caso a refrigeração seja efetuada lentamente, o alimento torna-se vulnerável à deterioração no decorrer do processo, já que os microrganismos estarão em condições favoráveis ao seu crescimento, por tempo superior ao ideal. Os alimentos devem ser resfriados em porções pequenas, para que o processo seja realizado com maior rapidez, alcançando as partes mais internas do alimento, reduzindo o risco de deterioração. b) Métodos de congelamento Com os mesmos princípios da refrigeração, o congelamento visa a ampliação do prazo de utilização dos alimentos frescos, que pode chegar a vários meses. As temperaturas empregadas são baixas o suficiente para reduzir o desenvolvimento microbiano e, por consequência, a deterioração dos alimentos. Ademais, em temperaturas inferiores a -10°C a atividade de água é tão baixa que praticamente inviabiliza o crescimento da maioria dos microrganismos. O congelamento também é um dos métodos mais eficazes para a conservação das características sensoriais de muitos alimentos. Tipos de congelamento - Congelamento lento - a mesma temperatura é atingida num período de 3h a 72h. Isto é o que ocorre nos congeladores domésticos - Congelamento rápido - a temperatura é reduzida para aproximadamente -20oC em 30 minutos, através de imersão em um líquido refrigerante ou por passagem de correntes de ar frio pelo alimento a ser congelado. É em geral empregado em processamento comercial. Vantagem do OSTENSIVO CIAA – 116 Congelamento rápido em relação ao lento: No congelamento rápido, os cristais de gelo formados são pequenos e, por isso, não danifica a estrutura do alimento. Algumas das vantagens do congelamento como método de conservação são: - Não adiciona e nem remove substâncias presentes no alimento; - Não diminui a digestibilidade (facilidade de digestão) nem causa perda significativa do valor nutritivo. Algumas desvantagens do método de congelamento são: - Os esporos são muito resistentes e as toxinas produzidas não são destruídas; - Os alimentos congelados, se embalados de maneira inadequada, desidratam rapidamente, alterando o aroma e a aparência geral do alimento. O processo de descongelamento é de grande importância, deve ocorrer lentamente para que, à medida que os cristais de gelo forem se desfazendo, a estrutura dos microrganismos sobreviventes seja danificada, provocando a sua destruição. Quanto mais rápido for, mais microrganismos sobreviverão ao processo. Devem ser evitados repetidos congelamentos e descongelamentos, pois, se por um lado a estrutura microbiana é rompida e o microrganismo, destruído, o mesmo ocorre às estruturas dos alimentos, ocasionando perda de nutrientes e alteração das característicassensoriais. Métodos de tratamento térmico Pasteurização A pasteurização altera o teor de nutrientes de qualquer alimento, principalmente de vitaminas hidrossolúveis. O método de pasteurização utilizado na industrialização do leite tem duas modalidades: -Baixa temperatura/longo tempo - submete os alimentos a 63oC por 30 min e resfriamento em seguida; -Alta temperatura/tempo curto - submete os alimentos a 72oC a 75oC por 15 a 20 segundos e resfriamento em seguida. Ambos os processos são realizados em ambiente fechado para que os gases dissolvidos no leite não escapem e não alterem as suas características sensoriais iniciais. Em ambos os casos, os tratamentos são suficientes para destruir os microrganismos patogênicos não formadores de esporos. Esterilização É um processo no qual o tratamento é realizado por bactocentrifugação, a velocidade muito elevada, possibilitando a eliminação dos microrganismos, o que torna os alimentos mais seguros. Aplica-se também a combinação de outros métodos para melhor controle microbiológico (aplicação de radiação ionizante, raios UV). É um método conseguido apenas nas indústrias de alimentos. A esterilização quando aplicada ao leite, é realizada em condições assépticas (para evitar qualquer tipo de contaminação), a 135oC – 150oC por 2 seg. a 4 seg. (leite tipo longa vida). Este processo é denominado U.H.T., do inglês, Temperatura Ultra Alta. Este tipo de leite pode ser armazenado por mais de oito semanas, sem qualquer alteração de cor e sabor. Desidratação O controle microbiano através da desidratação consiste em reduzir o conteúdo de água de um alimento a um ponto em que o desenvolvimento microbiano é inibido, cessando a OSTENSIVO CIAA – 116 deterioração e produção de toxinas. Além disso, contribui para a redução dos custos de embalagem, transporte e armazenamento. Para evitar o desenvolvimento microbiano pode ser adicionado: sal, açúcar e alguns aditivos químicos. São considerados como exemplos destes alimentos: frutas secas; bolos e produtos de confeitaria, açúcar, mel, geleias e xaropes; sucos de fruta concentrados, leite condensado. A escolha da embalagem apropriada é fundamental para o sucesso do processo, pois se ela for permeável à umidade e o alimento desidratado for armazenado em ambientes de elevada umidade relativa, haverá reidratação e possível deterioração do alimento. Liofilização A liofilização é uma técnica de desidratação mais branda, em que o produto é congelado e transformado diretamente em substância seca, pelo processo de desidratação em ambientes de alto vácuo. Dessa forma, a liofilização remove a água e outros solventes do produto congelado pelo processo de sublimação. Os alimentos liofilizados reidratam-se muito rapidamente e retornam a sua forma e volume originais. A sublimação permite que a água congelada presente nas células do alimento passe diretamente do estado sólido para o gasoso. O processo ocorre em câmaras onde a temperatura aumenta e a pressão do ar diminui. Este ambiente permite que os microcristais de gelo evaporem sem romper as estruturas moleculares. Feito isso, as membranas das células de proteínas e vitaminas continuam intactas. A liofilização também é empregada no preparo dos alimentos para astronautas em missões espaciais. São exemplos: ovos, leite, sucos, café, mate etc. Irradiação de alimentos O termo radiação refere-se aos processos físicos de emissão e propagação de energia. A irradiação é o processo de aplicação dessa energia a um material, tal como alimentos, com a finalidade de esterilizá-los ou preservá-los pela destruição de microrganismos. A radiação ultravioleta (UV) é utilizada principalmente para descontaminação do ar ambiente e esterilização superficial da água e de equipamentos. A esterilização de embalagens utilizadas em processos assépticos, esterilização superficial de pães e redução da microbiota superficial de carnes mantidas em câmaras de refrigeração constituem exemplos de aplicações da UV na indústria de alimentos. No tratamento dos alimentos pela irradiação, as doses aplicadas não devem comprometer as características sensoriais dos produtos. Para a aplicação deste método são necessários alguns cuidados, tais como: seleção, limpeza e embalagem prévia dos alimentos, e branqueamento ou tratamento térmico para destruir proteínas que possam alterar o alimento após o processamento. O emprego da irradiação pode ser para: - Inibir a germinação; - Eliminar insetos e parasitas; - Prolongar tempo de conservação; - Melhorar as propriedades tecnológicas do alimento; e −Descontaminação de ingredientes. Benefícios resultantes da irradiação: A irradiação pode controlar o desenvolvimento microbiano em alimentos sem acarretar alterações sensoriais sensíveis. O efeito térmico durante o tratamento é desprezível, viabilizando sua aplicação em diversos produtos, inclusive em congelados. OSTENSIVO CIAA – 116 Além do efeito letal sobre os microrganismos, a irradiação inibe o brotamento de raízes e tubérculos, elimina a infestação de grãos, frutas, vegetais e retarda a decomposição dos alimentos. O tratamento pode aumentar o tempo de estocagem dos produtos sem ocorrer a formação de resíduos indesejáveis. Essas características favorecem a produção e comercialização dos produtos irradiados, inclusive para mercados internacionais, pois, além da garantia de segurança dos alimentos, a qualidade nutricional não é afetada, uma vez que, o uso de produtos químicos prejudiciais à saúde humana responsáveis por alterações sensoriais é desprezível, em especial quando comparado com os métodos tradicionais de controle biológico. Como resultado da melhor qualidade higiênico-sanitária, constata-se a redução dos custos médico-hospitalares, decorrentes da queda de produtividade devido ao absenteísmo, por doença transmitida por alimentos. Limitações do emprego da Irradiação: É importante destacar que a irradiação não substitui a manipulação adequada dos produtos, pois, não é capaz de melhorar a qualidade de um produto que não é fresco: não devolve suas propriedades sensoriais normais, ou seja, não elimina odores e sabores desagradáveis, bem como o mau aspecto dos alimentos decompostos. Também não é capaz de prevenir a contaminação que pode ocorrer durante a estocagem ou preparação do alimento irradiado. Eventualmente, também pode ser observada a formação de odores e sabores estranhos, oxidação lipídica e perda de alguns nutrientes, principalmente vitaminas. A intensidade e natureza dessas alterações estão relacionadas ao tipo, à variedade e composição dos alimentos, dose de radiação aplicada e às condições de armazenamento após o tratamento. ANÁLISE DE PERIGO E PONTOS CRÍTICOS DE CONTROLE a) Conceito As BPF e os POP compõem o programa de pré-requisitos para a produção de alimentos seguros, uma vez que controlam as contaminações e são necessários para a manutenção de um ambiente em condições sanitárias. Por outro lado, existe a de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC), que controla especificamente os prováveis perigos provenientes do processo produtivo. É a aplicação das três técnicas que, efetivamente, garante a segurança dos alimentos. O sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) teve seu início com o programa espacial norte-americano há 35 anos. É um instrumento criado para melhorar os padrões de qualidade alimentar, fazendo ressaltar aspectos críticos em todas as áreas voltadas à manipulação dos alimentos. É baseado naideia de que se os perigos biológicos, químicos ou físicos forem identificados em pontos específicos no fluxo de preparo do alimento, eles poderão ser eliminados ou reduzidos a níveis seguros. É uma operação, prática, procedimento ou processo ao qual uma medida de controle preventivo pode ser exercida para eliminar, prevenir ou minimizar um perigo ou vários perigos. Na realidade, os pontos críticos que podem ser corrigidos e controlados tornam-se pontos críticos de controle, que devem garantir a segurança do processo. b) Execução do APPCC de alimentos No desenvolvimento de uma inspeção sanitária, busca-se a identificação de perigos e pontos críticos de controle, em que as falhas podem ter ocasionado a contaminação do alimento ou da preparação alimentícia. Os pontos críticos de controle podem ser classificados em: a) PCC – 1: Operação onde o perigo pode ser eliminado ou prevenido, ou seja, pode garantir a segurança do processo. Pode ser dividido em dois tipos: OSTENSIVO CIAA – 116 ⇒ PCCe Operação na qual o perigo é eliminado. Como exemplo, temos a cocção para microrganismos vivos, parasitas e vírus; porém, não elimina os esporos. ⇒ PCCp Operação na qual o perigo é prevenido, mas não eliminado. Como exemplo, temos o congelamento dos alimentos. b) PCC – 2: Operação onde o perigo não é eliminado nem prevenido, e sim minimizado (retardado ou reduzido), não garantindo a segurança do processo. Pode também ser dividido em dois tipos: ⇒ PCCr Cuja operação retarda o aparecimento do perigo (refrigeração e resfriamento) e reduz a ocorrência do perigo (higiene corporal, dos alimentos, equipamentos, utensílios e ambiente). O controle dos perigos durante a manipulação e processamento dos alimentos não é garantido apenas por um tipo de ponto crítico de controle e, sim, por vários que em conjunto, garantem o mínimo de contaminação, eliminam os microrganismos patogênicos vivos e evitam a multiplicação dos que sobraram nos outros controles. Os pontos críticos podem ser controlados através de medidas que envolvem o monitoramento das temperaturas de cocção e refrigeração, do tempo de manipulação e processamento, do pH e atividade de água final dos alimentos. Para identificação do PCC, existem formas, como a aplicação da ÁRVORE DECISÓRIA, e a resposta a seus quesitos. Entretanto, esta identificação, como todo o Sistema APPCC, deve ter por base o conhecimento especializado dos perigos, do fluxograma e do processamento do produto. Critérios São limites especificados para as características de origem física (tempo e temperatura), química (substâncias preservativas) e biológica (sensorial ou microbiológica). Os critérios são os valores ou as condições que conferem segurança ao processo e devem ser atingidos através das medidas corretivas. Se os valores estabelecidos como critérios para assegurar as condições higiênico-sanitárias não forem atingidos, o método se tornará ineficaz e os riscos inerentes a cada tipo de alimento ou preparação continuarão existindo. Levando em consideração as condições mais críticas as quais os alimentos estão sujeitos desde a recepção até o consumo, ou seja, durante a preparação, podemos dividir os critérios de segurança em: - Critérios de tempo e temperatura (exemplos: Distribuição de alimentos quentes a 65oC ou mais por 12 horas, Distribuição de alimentos resfriados ou refrigerados Até 10oC por até 4 horas, Amostra de alimentos (no armazenamento) a 4°C por 72 horas, Ovos “in natura” refrigerados até 10°C por 14 dias), - Critérios de saúde (exemplos: exame médico e análises laboratoriais admissionais, revisionais e demissionais; exame médico para avaliação do estado clínico do funcionário, principalmente, das condições da pele e das mãos dos manipuladores de alimentos); - Critérios técnicos (exemplos: pré-preparo em temperatura ambiente pode ser realizado em até 30 minutos, já em ambiente climatizado entre 12° e 16°C pode ser em até 2 horas). OSTENSIVO CIAA – 116 - Critérios de higiene (exemplos: as mãos devem estar livres de microrganismos potencialmente patogênicos ou indicadores de contaminação fecal; os alimentos vegetais (verduras legumes e frutas) devem ser lavados e desinfetados de modo atingir os padrões microbiológicos estabelecidos para esta categoria de alimentos, não devendo existir resíduos de desinfetantes (por exemplo, hipoclorito de sódio) em concentrações nocivas à saúde; o meio de conhecer o estado de contaminação dos equipamentos e utensílios é através de exames laboratoriais microbiológicos periódicos dos alimentos e de resíduos retirados dos equipamentos). 9. NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DEFINIÇÃO DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO O termo “sistema alimentar” refere-se ao conjunto de processos que incluem agricultura, pecuária, produção, processamento, distribuição, importação e exportação, publicidade, abastecimento, comercialização, preparação e consumo de alimentos e bebidas. Os sistemas alimentares são profundamente influenciados pelas condições naturais do clima e solo, pela história, pela cultura e pelas políticas e práticas econômicas e comerciais. Esses são fatores ambientais fundamentais que afetam a saúde de todos. A responsabilidade compartilhada entre o Estado, sociedade, setor produtivo privado e setor público é o caminho para a construção de modos de vida que tenham como objetivo central a promoção da saúde e a prevenção das doenças. Assim, é pressuposto da promoção da alimentação saudável ampliar e fomentar a autonomia decisória dos indivíduos e grupos, por meio do acesso à informação para a escolha e adoção de práticas alimentares (e de vida) saudáveis. A alimentação pode ser definida como o processo pelo qual os seres vivos obtêm e assimilam alimentos para compor a sua dieta, com a finalidade de assegurar as suas funções vitais. A nutrição inicia-se desde os primeiros momentos de vida e desempenha funções específicas no crescimento e desenvolvimento do ser humano. É a ciência que estuda os alimentos, os nutrientes e outras substâncias, sua ação, interação e balanço em relação à saúde e enfermidade, ou seja, refere-se à processos por meio dos quais o organismo ingere, absorve, transporta, utiliza e excreta as substâncias alimentares. A nutrição também pode ser entendida como um conjunto de fenômenos através dos quais o organismo obtém as substâncias imprescindíveis à manutenção da vida, com o objetivo específico de assegurar a saúde e a integridade do organismo. Enquanto a alimentação consiste em um processo voluntário, através do qual o ser humano procura e obtém produtos para o seu consumo, a nutrição é um processo involuntário. É a continuação destes processos, quando o organismo recebe e utiliza o material necessário para obter energia e manter suas funções normais, além de formar, regenerar e repor as células dos tecidos e órgãos. FASES DA NUTRIÇÃO A nutrição se desenvolve em vários tempos e etapas que ocorrem fora e dentro do organismo, ou seja, antes da entrada do alimento no organismo, e no meio interno, onde ele é metabolizado e excretado. OSTENSIVO CIAA – 116 A nutrição compreende 3 fases: 1ª - Alimentação - compreende as etapas que vão desde a escolha e aquisição do alimento, preparo, ingestão, até a sua digestão no organismo. Cabe ressaltar que a digestão e a absorção são processos que ocorrem simultaneamente, isto é, os nutrientes passam a ser absorvidos assim que estejamna forma simplificada em que o organismo é capaz de absorvê-los. 2ª - Metabolismo - inclui a absorção dos nutrientes até o momento em que o organismo os utiliza como material para a execução normal de suas funções. 3ª - Excreção - compreende a eliminação do material não utilizado pelo organismo. Quaisquer transgressões às normas que regem o desenvolvimento natural das etapas da nutrição criam condições que prejudicam as funções orgânicas, ou seja, implicam na ruptura das condições de segurança do organismo, levando o indivíduo a estados de subnutrição, desnutrição total ou outros agravos à saúde. - LEIS FUNDAMENTAIS DA ALIMENTAÇÃO Lei da quantidade A quantidade de alimentos deve ser suficiente para cobrir as exigências energéticas do organismo e manter em equilíbrio o seu balanço. As calorias que são ingeridas devem ser suficientes para permitir o cumprimento das atividades de uma pessoa, bem como para manter constante a temperatura do corpo. As diferentes atividades determinam exigências calóricas diferentes, devendo haver uma distribuição entre os alimentos. Não é uma questão simples de contagem de calorias, mas, sim, de distribuir estas calorias entre alimentos com função plástica, reguladora e energética. Lei da qualidade A alimentação deve ser completa em sua composição, para oferecer ao organismo, que é uma unidade individual, todas as substâncias que o integram. A alimentação racional procura incluir todos os nutrientes que devem ser ingeridos diariamente. Lei da harmonia Quantidades dos diversos nutrientes que integram a alimentação devem guardar uma relação de proporção entre si. Não basta que a alimentação aporte todos os nutrientes indispensáveis, estes devem guardar certas proporções entre si, para que o organismo os utilize convenientemente e sem provocar alterações. Lei da adequação A finalidade da alimentação está subordinada à sua adequação ao organismo. A adequação está subordinada ao momento biológico da vida e, além disso, deve adequar-se aos hábitos individuais, à situação socioeconômica do indivíduo, e, em relação ao enfermo, deve se adequar também ao seu sistema digestório e aos órgãos ou sistemas afetados pela enfermidade. Resumindo, a alimentação normal deve ser quantitativamente suficiente, qualitativamente completa, além de harmoniosa em seus componentes e adequada à sua finalidade e ao organismo a que se destina. OSTENSIVO CIAA – 116 1.3 – NUTRIENTES E SUAS FONTES Nutrientes são todas as substâncias que, após a digestão (simplificação) dos alimentos, exercem funções de nutrição, ou seja, contribuem para a manutenção da saúde e atividades normais do indivíduo. São exemplos de nutrientes: protídeos (proteínas), glicídios, lipídios, sais minerais, vitaminas e fibras. A importância dos nutrientes não é medida apenas pelo desempenho e valor de seus nutrientes, mas também pelo tempo em que o organismo pode suportar a sua ausência. Enquanto muitos nutrientes podem faltar durante algum tempo, o organismo não pode ser privado de água por uns poucos dias e de oxigênio por mais que alguns segundos, sem causar grandes prejuízos à vida. A baixa ingestão ou má absorção/aproveitamento dos nutrientes provocam enfermidades carenciais. Alguns nutrientes são necessários em quantidades extremamente pequenas. Mesmo assim, a sua ausência no regime alimentar pode provocar graves disfunções e doenças que podem pôr em risco a vida do indivíduo. Funções dos Nutrientes 1) Função plástica ou construtora Desempenhada pelos nutrientes que são utilizados para formar, repor e regenerar células e tecidos. É exercida principalmente por proteínas. 2) Função energética Desempenhada principalmente pelos glicídios e lipídios. Os nutrientes que cumprem essa função são responsáveis pelo fornecimento de energia (calorias) ao organismo, assegurando a manutenção da temperatura corporal, da atividade física diária e das funções corporais durante o repouso. 3) Função reguladora Esta função assegura a regulação de todos os processos orgânicos, acelerando, controlando ou viabilizando as reações bioquímicas específicas para o funcionamento normal do corpo. É desempenhada principalmente por: água, sais minerais e vitaminas. CARBOIDRATOS São conhecidos genericamente como “açúcares” pelo sabor adocicado da maioria das substâncias pertencentes a este grupo. a) Classificação a.1) Carboidratos simples - Monossacarídeos (são as menores unidades de carboidratos)- não necessitam sofrer qualquer transformação para serem absorvidos pelo organismo. Exemplo: glicose, frutose e galactose. - Dissacarídeos: necessitam de enzimas específicas para que sejam desdobrados nas menores unidades de carboidratos. Exemplo: sacarose (açúcar comum, formado pela combinação de glicose + frutose), lactose (açúcar do leite, formado pela combinação de glicose + galactose ). a.2) Carboidratos complexos - precisam sofrer digestão até se transformarem em carboidratos simples, para serem absorvidos pelo organismo. A união de muitas moléculas de glicose forma: - amido - é o carboidrato dos vegetais, presente em grande quantidade em cereais, leguminosas e tubérculos; OSTENSIVO CIAA – 116 - glicogênio - é a forma sob a qual a glicose é armazenada no organismo animal, especificamente no fígado e músculos. b) Função A função principal dos carboidratos na alimentação humana é proporcionar energia. Um indivíduo saudável deve ingerir glicídios na quantidade necessária para manter suas atividades diárias. Quando a ingestão é aumentada e esgota-se a capacidade de armazenar a glicose sob a forma de glicogênio, o excesso é convertido em gordura e depositado sob a forma de tecido adiposo (gorduroso), podendo levar à obesidade. Em um processo inverso, quando há quantidade insuficiente de glicose ou glicogênio disponível, o organismo utiliza esta gordura para suprir energia. c) Fontes alimentares As melhores fontes de glicídios são os alimentos naturais pois contêm, além de glicídios, outros nutrientes. As fontes mais ricas são as seguintes: açúcar, mel, derivados da cana-de-açúcar, tubérculos, cereais e leguminosas, além dos produtos derivados destes alimentos. PROTEÍNAS As proteínas são substâncias de estrutura complexa, que desempenham importantes funções no organismo. As menores unidades das proteínas são os aminoácidos, que são de 22 tipos diferentes. Alguns são produzidos pelo organismo humano a partir de outras substâncias, sendo chamados de não essenciais. Outros, porém, o organismo não é capaz de produzir, sendo necessário recebê-los através da alimentação. Estes são chamados aminoácidos essenciais. a) Classificação De acordo com o teor de aminoácidos essenciais (valor biológico), as proteínas podem ser divididas em dois grupos: a.1) Proteínas de alto valor biológico (AVB) São proteínas completas, formadas por todos os aminoácidos essenciais em quantidades suficientes. O uso destas proteínas em quantidades adequadas dispensa o acréscimo de outras fontes proteicas à refeição. São elas: as proteínas do ovo, leite, carnes e vísceras. A soja é o único vegetal cujas proteínas são consideradas de AVB. a.2) Proteínas de baixo valor biológico (BVB) São proteínas que têm um ou mais aminoácidos essenciais em quantidade insuficiente, que são chamados de aminoácidos limitantes. Estas proteínas necessitam ser complementadas por outras de origem animalou vegetal, para fornecer todos os aminoácidos nas quantidades necessárias à alimentação. Um recurso utilizado para melhorar o valor proteico da refeição é aliar os alimentos vegetais. Por exemplo, o aminoácido limitante do arroz é diferente daquele do feijão; assim, junta- se o arroz ao feijão e temos uma refeição com todos os aminoácidos essenciais necessários à saúde. b) Função A função principal das proteínas é fornecer o substrato para a formação e reparação proteínas, células e tecidos (regeneração celular). Além disso, s proteínas são importantes para o transporte de substâncias no sangue, como nutrientes e gases, formação de anticorpos (agentes de defesa OSTENSIVO CIAA – 116 contra microrganismos), hormônios e outras substâncias. Na ausência de outros nutrientes energéticos, as proteínas passam a ser utilizadas para o fornecimento de energia. Se a ingestão destes for normal, entretanto, o excesso é convertido em gorduras. c) Fontes alimentares As proteínas devem ser selecionadas pela qualidade (valor biológico) e pelo custo da sua aquisição, visto que os alimentos ricos em proteínas AVB têm custo bem mais elevado que as de BVB. São exemplos de fontes proteicas: leite, ovos, vísceras, soja, carnes etc. LIPÍDIOS O termo lipídio engloba um grupo heterogêneo de substâncias que incluem óleos, banhas e outras gorduras encontradas nos organismos animais e vegetais. Os ácidos graxos são as unidades básicas das gorduras e podem ser de dois tipos: Saturados (AGS), que são sólidos à temperatura ambiente. Entre eles se inclui o colesterol. Os AGS devem ser consumidos em pouca quantidade, pois se acumulam no interior dos vasos sanguíneos, formando placas que os entopem, e que são as principais causas de infartos e derrames cerebrais. Insaturados (AGI), são os óleos, que estão na forma líquida à temperatura ambiente. Ao contrário dos AGS, são benéficos no controle dos níveis alterados das gorduras sanguíneas, ou seja, combatem o aumento do colesterol sanguíneo. a) Função As gorduras desempenham várias funções no organismo, tais como: fornecer energia, fazer parte da estrutura das paredes de todas as células, dar proteção aos órgãos vitais e transportar outras gorduras e vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K). b) Fontes alimentares As gorduras podem ser de origem animal e vegetal. Fontes de origem animal (ricas em AGS): creme de leite, manteiga, toucinho, banha, óleo de fígado de bacalhau, gordura do leite, dos queijos, carnes, vísceras, crustáceos e a gordura dos peixes. Esta última é considerada exceção, pois é rica em AGI. Fontes de origem vegetal (ricas em AGI): margarina, óleos (milho, soja, oliva, algodão etc.), gorduras de: cacau, abacate, frutas oleaginosas e gordura hidrogenada. Esta última é exceção, pois contêm alto teor de AGS. VITAMINAS São nutrientes não energéticos cuja presença na dieta, em quantidades mínimas, é indispensável para garantir o perfeito desenvolvimento e funcionamento do organismo. Se o organismo não recebe, ou recebe quantidade insuficiente de uma vitamina durante um determinado período, ocorrem perturbações que são chamadas hipovitaminoses. A hipervitaminose – ingestão excessiva de vitamina – também pode causar sérios distúrbios. No entanto, as hipovitaminoses são mais comuns. As vitaminas são classificadas em: lipossolúveis e hidrossolúveis. Muitos são os alimentos fontes de vitaminas e minerais. Por isso, é importante que haja uma boa variedade de alimentos no regime diário, para que todos os nutrientes estejam presentes em quantidades suficientes na alimentação diária. OSTENSIVO CIAA – 116 a) Vitaminas lipossolúveis ou solúveis em gorduras (A, D, E, K) - Vitamina A A função fisiológica mais conhecida da vitamina A é a inerente ao processo visual, cuja falta pode causar cegueira noturna (maior dificuldade de adaptação da visão no escuro), secura da pele e maior suscetibilidade às infecções. A deficiência de vitamina A é um problema de saúde pública até em países desenvolvidos. Mundialmente, é o segundo problema nutricional, só perdendo para a deficiência de ferro. São alguns exemplos de alimentos ricos em vitamina A: fígado, óleo de fígado de bacalhau, cenoura, batata-doce, manga, espinafre e brócolis. - Vitamina D É sintetizada na pele por ação dos raios UV-radiação B se o indivíduo tiver uma correta exposição à luz solar. A vitamina D tem a função de manter as concentrações de cálcio e fósforo dentro das concentrações normais. A deficiência de vitamina D na infância leva ao raquitismo, com um quadro clínico característico, em que ossos e dentes são sujeitos a fraturas, o crescimento é deficiente e há o aparecimento de deformações ósseas. As fontes alimentares da vitamina D são os óleos de fígado de peixes, gema de ovo, leite e seus derivados fortificados. A melhor maneira de obter a vitamina D é através da exposição ao sol matutino das 07 às 09 horas, diariamente, por 15 minutos. - Vitamina E Constitui um dos principais antioxidantes do organismo, ou seja, atua no combate aos radicais livres. Sua deficiência em seres humanos é demasiadamente rara. Uma das principais funções atribuídas à vitamina E é a proteção que confere às membranas celulares contra o estresse oxidativo, talvez atuando em conjunto com pequenas moléculas e enzimas para defender as células contra o dano causado pelos radicais de oxigênio. Ocorre em grandes concentrações no germe do trigo, nas amêndoas e avelãs, e é encontrada, também, nos óleos vegetais, principalmente aqueles com ácidos graxos polinsaturados, como o extraído do germe de trigo, do girassol, algodão, do dendê, do amendoim, do milho e da soja. - Vitamina K Tem como função mais conhecida a inerente ao processo de coagulação sanguínea, sendo conhecida como vitamina anti-hemorrágica. Por ser amplamente distribuída na natureza, sua deficiência é desconhecida. Alimentos ricos em vitamina K são: vegetais verde-escuros (couve, espinafre, brócolis, agrião), alface, nabo e fígado. A maior parte da vitamina K utilizada pelo organismo é produzida pela flora bacteriana natural, presente no intestino humano; as fontes alimentares são um complemento desta vitamina. b) Vitaminas hidrossolúveis ou solúveis em água (complexo B e vitamina C) - Vitamina C ou Ácido Ascórbico Atua como cofator de várias enzimas; sua deficiência foi relatada entre marinheiros e viajantes, no século XV, que desenvolveram o escorbuto. A vitamina C participa da síntese do colágeno e na absorção e metabolismo do ferro. Outra função interessante é a proteção à vitamina E, pois, atua na oxidação de lipídios e na presença de ambas, é oxidada sem alterar a função da vitamina E. Exemplos: Laranja, limão, acerola, mamão papaia, morango, kiwi, tomate, manga, brócolis, couve- flor, repolho crespo etc. OSTENSIVO CIAA – 116 - Vitamina B1 ou Tiamina A vitamina B1 ou tiamina parece atuar na transmissão nervosa. Sua deficiência, conhecida como beribéri (doença do sistema nervoso periférico), é relatada há cerca de 1.300a. É necessária para o metabolismo normal dos carboidratos, permitindo a liberação da energia necessária ao organismo. Exemplos: carnes magras, grãos integrais, castanha do Brasil, pistache, nozes. Avelãs etc. - Vitamina B2 ou Riboflavina A vitamina B2 ou riboflavina possui múltiplas funções de importante papel no metabolismo energético, bem comoà morte. CORTES DE CARNES BOVINA 1. Pescoço - A carne de pescoço é um corte bovino constituído de massas ou fibras musculares, de tecido conjuntivo e de gordura. É considerada uma carne de terceira. O tempo de cozimento da carne de pescoço é demorado. 2. Acém - O acém é considerado uma carne de segunda, relativamente magra. Na culinária, é usada em refogados, assados e cozidos. Também é utilizada moída e em bifes. 3. Peito e peito com osso - A carne de peito exige muito tempo para ser cozida, por ter uma grande quantidade de fibras e músculos. É considerada uma carne de segunda. Os principais pratos feitos com este corte bovino são o pastrame, o carpaccio, ou ainda o tradicional cozido argentino puchero. 4. Paleta ou miolo de paleta - Este corte bovino está localizado nas pernas dianteiras do boi. É uma carne apropriada para picadinhos, assados de panela e cozidos. É uma carne suculenta e macia. Se assemelha ao corte bovino patinho. 5. Fraldinha - É uma carne composta pela parede do abdômen do boi, localizada na lateral do corpo do animal. Possui fibras longas, nervos e gordura. É um corte bovino pequeno, suculento e macio, por isso, muito apreciado em churrascos. Pode ser usada, também, em assados de panela, receitas de strogonoff, espetinhos, entre outros. 6. Ponta de agulha - Localizada nas últimas costelas do boi. É considerada carne de terceira. Pode ser consumida inteira, em pedaços ou moída. É outro corte que demanda muito tempo de cozimento. 7. Filé mignon - O filé mignon é um corte bovino que pesa, aproximadamente, 2 quilos. É considerada uma carne nobre, extremamente terna, macia e suculenta, porém não muito saborosa. Requer bons temperos, acompanhamentos e molhos, por suas características citadas acima. Ideal para bifes altos e mal passados. 8. Filé de Costela - O filé de costela também é conhecido como filé de costa. É uma carne com tempo demorado de cozimento, usada em refogados e cozidos de panela. É considerada uma carne de segunda. 9. Contra filé - O contra filé também é conhecido como filé do lombo e fica localizado ao lado do filé mignon. É uma carne nobre, macia, com a parte interna magra; e a parte externa contendo uma espessa camada de gordura. É um corte bovino indicado para assados e bifes. Com esse corte OSTENSIVO CIAA – 116 bovino, é feita a famosa e tradicional receita Bife à Cavalo, que é muito apreciada na culinária brasileira. 10. Capa de filé - Carne com textura desigual e grande quantidade de nervos. É considerada uma carne de segunda, que demanda cozimento mais demorado. Pode ser usada em assados, ensopados e refogados. 11. Alcatra - A alcatra é uma carne de primeira, considerada por muitos a “rainha das carnes”. Possui fibras macias, sendo extremamente saborosa. É um dos cortes bovinos mais versáteis. A alcatra inteira mede cerca de 80 cm, e dela, podem ser retirados 5 tipos de carnes diferentes: a maminha, a picanha, o baby beef, o tender steak e o top sirloin. É usada para o preparo de bifes, ensopados, assados e refogados. Também é um corte muito usado em churrascos. 12. Patinho - O patinho é uma carne de primeira, com fibras macias. Pode ser utilizado para o preparo de bifes, cozidos e picadinhos. 13. Coxão duro - O coxão duro também é conhecido como chandanca, posta vermelha, perniquim, lagarto plano, lagarto vermelho, lagarto chato, coxão de fora, chã de fora ou lagarto atravessado. É uma carne com longas e rijas fibras, e gordura localizada na parte externa. O seu cozimento é lento. É usada para o preparo de carnes recheadas, cozidos e assados de panela e rosbifes. 14. Coxão mole - O coxão mole também é conhecido como chã de dentro, chã, coxão de dentro, polpa ou polpão. É constituída por fibras curtas e macias, com nervos e gordura. É uma carne mais macia do que o coxão duro, e fica ótimo em ensopados, assados, escalopes, bifes à milanesa, picadinhos e enrolados. Também pode ser consumida moída. 15. Lagarto - O lagarto também é conhecido como tatu ou lagarto branco. É considerada uma carne de primeira, constituída por fibras longas e magras, em formato arredondado. Apesar de ser de primeira, é uma carne seca, dura e pouco suculenta. 16. Músculo dianteiro - O músculo dianteiro também é conhecido como músculo duro, braço ou mão de vaca. É um corte constituído de massas musculares sobrepostas. É indicado para o preparo de caldos de carne, carne de panela, e sopas. 17. Músculo traseiro - No Brasil, é considerada carne de segunda, porém ganha status na culinária italiana, com o corte ossobuco (a carne com o osso). 18. Aba do filé - É uma carne mais utilizada como carne moída, por ser extremamente enervada. 19. Maminha da alcatra - É um corte bovino retirado da peça inteira da alcatra. É uma carne famosa pela maciez e suculência. Ideal que seja acompanhada por molhos, nas receitas, pois não é das carnes mais saborosas. 20. Picanha - Essa carne é extremamente macia, saborosa e suculenta. É o corte mais famoso nas churrascarias, sendo servida inteira ou em bifes, mas também pode ser usada para o preparo de cozidos, levada ao forno ou simplesmente frita. A melhor parte da picanha é a ponta. 21. Cupim - O cupim está localizado na corcova dos bois zebuínos e de seus cruzamentos. Também é conhecido como giba ou mamilo. É uma carne caracterizada pela gordura entremeada, que lhe confere sabor e maciez. É muito usada em churrascos. Seu tempo de cozimento é demorado. 22. Rabo - A carne, muito saborosa, deve ser cozida lentamente no preparo de ensopados e carne de panela. PREPARANDO PRATOS DE CARNES BOVINA O objetivo da cocção da carne é destruir germes patogênicos, abrandar os tecidos e proporcionar um sabor agradável, que a torne apetecível. Os cortes de carne de primeira qualidade são geralmente utilizados para preparações de grelha, assados, bifes, etc, empregando- se o calor seco. O método usado depende do tamanho e espessura do corte utilizado. Os bifes OSTENSIVO CIAA – 116 podem ser submetidos a alta temperatura, que forma uma crosta impedindo a perda do suco interno (goteio), especialmente na carne mal assada, que permanece úmida e suculenta. Quando se assa qualquer carne, deve se colocá-la inicialmente em forno brando, impedindo que se produza o goteio, o que torna a carne ressecada, além de reduzir o rendimento. Quando já estiver cozida, aumenta-se a temperatura do forno para se obter o dourado final. Alguns fatores influem sobre a penetração de calor no interior na carne, tais como: volume total, formato, espessura, presença de osso (aquece mais rápido, pois é um bom condutor de calor), congelamento, presença de camada de gordura lateral (que facilita a penetração do calor) e gordura entremeada na carne (que retarda a penetração do calor). A maneira mais precisa de se verificar a penetração do calor na carne é através do termômetro de imersão, que ainda não é muito adotado em nosso meio. O uso do termômetro introduzido na carne dá uma indicação precisa do grau de cocção da mesma: Abaixo de 65ºC Mau passada De 65 a 70ºC Ao ponto De 70 a 80ºC Bem passada De 80 a 95ºC Muito bem passada O tempo de cocção para assar ao forno varia com o corte de carne e o peso. Para os cortes de carne macia (filé mignon, contrafilé, maminha de alcatra) pode se calcular de uma hora para assar um quilograma, mal passado. Peças com peso acima de 2 quilogramas de carnes menos macias (lagarto, pernil de porco, língua, presunto defumado) podem levar de duas até quatro horas, em forno a temperatura aproximada de 150ºC. Deve-se sempre seccionar as fibras musculares no sentidona regulação das enzimas tireoidianas, formação das células vermelhas do sangue e na ativação da vitamina B6. São considerados como exemplos: fígado, amêndoas, soja, mariscos, leite e derivados. - Vitamina B12 ou Cianocobalamina Essencial para a produção dos glóbulos vermelhos do sangue, para o funcionamento normal das células, bem como para a formação do DNA, que é o código genético individual. Carência: Provoca anemia, glossite, redução na produção de esperma e distúrbios psiquiátricos. Fontes: Praticamente, os alimentos de origem animal são as fontes exclusivas: fígado, rins, carne, queijo e ovos. O conteúdo de vitamina B12 das carnes brancas é bem menor que o das carnes vermelhas e o leite pode perder de 40 a 90% da vitamina durante o processamento. - Vitamina B3 ou Niacina Tem um papel importante no metabolismo gerador de energia. A deficiência desta vitamina chama-se pelagra, cujos principais sintomas são diarréia, demência e dermatite (inflamações na pele), língua dolorida, tremores, distúrbios digestivos e nervosos. Constituem exemplos de alimentos ricos em niacina: carnes (vermelha, especialmente), peixe, fígado, legumes, leite, ovos, grãos, cereais, leveduras e milho. - Vitamina B6 ou Piridoxina A vitamina B6 ou piridoxina tem sua principal ação no metabolismo de aminoácidos. Contudo, age como coenzima em mais de 100 reações enzimáticas inerentes ao metabolismo de neurotransmissores, carboidratos e lipídios. Sua deficiência é rara, uma vez que se encontra amplamente distribuída pelos alimentos. Os Alcoólatras podem apresentar deficiência de vitamina B6. Fígado, levedura, germe de trigo, cereais integrais, banana, salmão, frango e batatas constituem fontes de vitamina B6. - Vitamina B9 ou Ácido fólico Nos últimos anos, cresceram as evidências relacionando as concentrações elevadas de homocisteína e o aumento no risco de doenças cardiovasculares. Sua retirada da corrente sanguínea depende do ácido fólico e das vitaminas B6 e B12. As concentrações elevadas de homocisteína, por sua vez, estão associadas com doença vascular precoce. O suprimento adequado de ácido fólico é obtido a partir das vísceras, feijão e os vegetais de folhas verdes como o espinafre, o aspargo e o brócolis. Bactérias intestinais também podem sintetizar o ácido fólico. Além disso, o ácido fólico é necessário para a formação dos glóbulos vermelhos do sangue, do DNA e das proteínas. As gestantes devem fazer amplo uso desta vitamina nos três primeiros meses, pois ela é essencial para a formação do sistema nervoso fetal. OSTENSIVO CIAA – 116 - Vitamina B5 ou Ácido Pantotêmico Desempenha importante papel na biossíntese de ácidos graxos, bem como no metabolismo de geração de energia e de proteínas. É amplamente distribuído nos alimentos e a sua deficiência não foi observada em seres humanos. Carne bovina, frango, batata, aveia e outros cereais integrais, tomate, fígado e vísceras, gema de ovo e brócolis são fontes dietéticas. MINERAIS O papel preponderante desenvolvido pelos minerais no nosso corpo vai desde a constituição de ossos, dentes, músculos, sangue, células nervosas, até a formação de hormônios manutenção do equilíbrio hídrico. Os microminerais, também chamados “elementos-traço”, são minerais necessários em pequenas quantidades diárias para a manutenção da normalidade metabólica e o funcionamento adequado das células. Além de componente estrutural, os microminerais exercem funções específicas no organismo, incluindo ação hormonal, atuando como cofator enzimático ou estabilizador de reações químicas, entre as neutralizações de radicais livres. Os minerais formam um outro grupo de nutrientes não calóricos essenciais para o homem, pois entram na composição de todas as células, tecidos, proteínas e hormônios do organismo. - Cálcio Grande parte desse mineral é encontrada nos dentes e ossos (99%). Constitui, ainda, o mineral mais abundante do organismo. Como sua maior porção encontra-se no esqueleto, o cálcio desempenha importante função estrutural, além de ser utilizado na contração muscular e coagulação sanguínea. O ácido fítico e a fibra dietética presente no feijão cru, sementes e castanha podem reduzir sua absorção. O consumo excessivo de sódio aumenta a excreção urinária de cálcio. São boas fontes de cálcio: leite e derivados, amêndoa, avelã, vegetais verde-escuros e sardinha. - Fósforo Como o cálcio, grande parte desse mineral está fixada nos ossos (85%). Tem como função participar do crescimento de tecidos e, em segundo lugar, repor as perdas por excreção. A carência de fósforo praticamente não existe, pois, este mineral é fartamente distribuído pelos alimentos. São fontes de fósforo: semente de abóbora seca, soja, amêndoa, sardinha, castanha do Brasil e semente de girassol. Junto com o cálcio, é essencial para a formação de ossos e dentes. - Ferro Sua principal função está ligada ao transporte de oxigênio realizado pela hemoglobina nas hemácias e pela mioglobina, no músculo. A deficiência de ferro constitui a principal causa de anemia, caracterizando-se como um grave problema de saúde pública. Enquanto a vitamina C aumenta a biodisponibilidade do ferro, a deficiência em vitamina A pode afetar o seu transporte e a produção de hemácias. Os refrigerantes à base de cola reduzem a absorção do ferro se consumidos durante a refeição. É essencial para a formação dos glóbulos vermelhos e células musculares, e para a produção de energia pelas células. Quando fornecido pelas carnes, esse mineral é melhor absorvido do que os de origem vegetal. Mariscos, ostras, fígado, semente de abóbora, tofu, feijão, melado, cereais enriquecidos, folhosos de coloração verde-escura e carnes vermelhas são excelentes fontes de ferro. -Iodo OSTENSIVO CIAA – 116 Sua principal função é compor os hormônios da tireoide, reguladores do crescimento e do desenvolvimento do corpo humano. São boas fontes desse mineral: Cavala, mexilhão, bacalhau e peixes de água salgada são boas fontes desse mineral. -Magnésio Participa de muitas funções celulares como metabolismo de energia, proliferação celular e transporte de íons potássio e cálcio. É também muito importante no metabolismo de fósforo, cobre, sódio, ferro e na transmissão neuromuscular, no equilíbrio intracelular e na ativação da tiamina. São fontes de magnésio: semente de abóbora, alimentos do mar, amêndoas, avelã, castanha do Brasil. - Zinco Participa da estrutura de muitas proteínas, do DNA, dos ossos e de quase todos os tecidos, além de ser importante para as defesas do organismo. Sua carência durante a infância provoca distúrbios no desenvolvimento sexual. Fontes: Ostras e outros frutos do mar, germe de trigo, carne bovina magra, fígado bovino, carne de peru (escura), ricota, amendoim torrado, carne de porco, de aves, de carneiro, farelo de trigo, soja (grão), leite de vaca, amêndoas, aveia. -Selênio O selênio desempenha várias funções importantes como combate aos radicais livres, juntamente com as vitaminas E, C e A, na desintoxicação hepática, ação anticancerígena, conversão de T4 em T3 (hormônios tireoidianos), dentre outras. A melhor fonte é a castanha do Brasil. ÁGUA A água é de fundamental importância para o organismo e constitui cerca de 70% do peso total do corpo. A água é o veículo dos nutrientes do aparelho gastrointestinal para as células, sendo ainda necessária para a remoção dos metabólitos. É essencial para a regulação da temperatura corporal e para o equilíbriodos líquidos no organismo, a fim de que todos os tecidos e órgãos mantenham seu teor de água, sem prejudicar seu funcionamento normal. Em meio aquoso, se realizam os processos químicos da vida. A água é perdida por meio da urina, do suor, das fezes, dos pulmões etc. Pode ser encontrada em bebidas, sopas, e como água de constituição dos alimentos sólidos tais como carne, verduras, legumes e frutas como melancia e melão (que possuem 80 e 60% de água, respectivamente). De modo geral, recomenda-se, a ingestão mínima de dois litros de líquidos por dia. Em circunstâncias especiais, quando a perda de água é aumentada (calor, exercício físico, febre, diarréia e vômitos), o organismo exige que a reposição seja equivalente às perdas. FIBRAS As fibras podem ser encontradas apenas nos vegetais, pois são as estruturas que lhes dão sustentação (cascas, películas, sementes) e não fornecem calorias. A presença das fibras na alimentação diária é muito importante por várias razões: - Não têm calorias e não são digeridas pelo tubo digestivo; - Agem estimulando os movimentos intestinais, ajudando na passagem de todos os nutrientes, e contribuem para regular as funções de eliminação e excreção das fezes; OSTENSIVO CIAA – 116 - Fazem volume no estômago, aumentando a saciedade; - Tem a propriedade de reduzir o colesterol do sangue, quando associadas a uma dieta pobre em gorduras; também removem substâncias tóxicas que passam pelo intestino; e - Promovem a absorção gradual de nutrientes, evitando alterações bruscas na taxa de glicose sanguínea; isto ajuda a controlar a diabete e ajuda a prevenir esta doença na fase adulta. As fibras são divididas em dois grupos: Insolúveis. As fibras insolúveis, não absorvem água. Elas ajudam no volume e peso das fezes facilitando a movimentação pelo trato gastrointestinal. O consumo deste tipo de fibra ajuda na prevenção e tratamento da prisão de ventre, hemorroidas e doenças intestinais. São fontes de fibras insolúveis: farelos de cereais (trigo e milho), alimentos feitos com grãos integrais (pães, biscoitos, cereais integrais), nozes, amendoim, amêndoa, frutas (pêra e maçã com casca etc.), hortaliças (ervilha, vagem, brócolis, etc.). Solúveis Já as fibras solúveis, absorvem água, formam um gel dentro do estômago, retendo os alimentos ali por mais tempo, aumentando assim a saciedade e produzindo fezes mais macias. São fontes de fibras solúveis: sementes e leguminosas (feijões, lentilha, ervilha), farelos de aveia, cevada e arroz, algumas frutas (polpas de maçã e pêra, laranja, banana) e hortaliças (cenoura e batata). Para obter um benefício maior, é importante ingerir ambos os tipos de fibras, sendo recomendado para um adulto, de 25 a 35 gramas por dia, além de aumentar a ingestão de líquidos durante todo o dia, para melhorar função intestinal. Tipos de Alimentos O meio ambiente oferece ao homem uma grande variedade de elementos que podem compor a sua alimentação diária. a) Alimento Convencional É aquele produzido com o uso do solo, de adubos químicos altamente solúveis e com uso de agrotóxicos. b) Alimento Orgânico É aquele produzido com o uso do solo equilibrado, ou seja, um solo vivo com boas condições desenvolvimento da planta. Não é permitido a utilização de agrotóxicos e adubos químicos de alta solubilidade e de nenhum produto que deixe resíduo no solo, na água, no animal e nos alimentos. O alimento traz em sua embalagem o ¨selo verde¨ como garantia de sua qualidade c) Alimento hidropônico É aquele produzido em ambiente protegido (estufas) sem uso de solo e com uso de adubos químicos de alta solubilidade em água. As plantas são cultivadas dentro de tubos plásticos perfurados, ou em recipientes com substrato, e nutridas com solução de água e adubos químicos. d) Alimento funcional OSTENSIVO CIAA – 116 Um novo grupo de alimentos tem sido alvo de diversas pesquisas considerado capaz de propiciar efeitos benéficos à saúde quando consumidos com frequência. Esses alimentos que, ao mesmo tempo, nutrem e previnem doenças, conforme suas propriedades, são chamados de alimentos funcionais. São exemplos de alguns alimentos funcionais: -Alho: contém compostos sulfurados, os quais reduzem as concentrações de colesterol no sangue e a pressão sanguínea, além de inibir a agregação plaquetária. Outros compostos como a alicina e o ajoeno têm ação anti-inflamatória. -Aveia: fonte de B-glucana, atua na redução da absorção da glicose, no colesterol total e no LDL colesterol (colesterol ruim); -Azeite de oliva: é rico em ácidos graxos monoinsaturados, os quais reduzem o colesterol total, LDL colesterol, além de atuar na inibição da agregação plaquetária. Alguns estudos sugerem ainda que reduzem a incidência de câncer de mama, melhoram as concentrações de glicose em indivíduos com diabetes não-insulino-dependente e reduzem a necessidade de insulina nos insulino- dependentes; -Berinjela: fonte de vitaminas A, C, tiamina, riboflavina, ácido pantotênico e de minerais como potássio, cálcio e magnésio. -Brássicas: família composta pelo repolho, couve-flor, couve de bruxelas, couve-manteiga, couve- chinesa, mostarda, nabo, rúcula, rabanete, agrião, brócolis. Contém agentes protetores (fitoquímicos), compostos de ação antioxidante tais como quercetina, isotiocianato; -Castanha do Brasil : fonte de proteína, selênio, magnésio, zinco, vitamina E, além de ácidos graxos insaturados; -Chá verde : preparado com as folhas da Camellia sinensis. Contém flavonóides que atuam reduzindo as concentrações de colesterol total, da pressão arterial, da resposta inflamatória. Possui ainda ação anticarcinogênica, além de contribuir para o aumento do gasto energético; -Gengibre: possui ação antifúngica, antioxidante e anti-inflamatória; -Gergelim: possui ação antioxidante e anti-inflamatória. Ótima fonte de cálcio. -Maçã: rica em polifenóis os quais conferem proteção contra o desenvolvimento da aterosclerose. contém ainda bom teor de fibra solúvel; -Tomate e goiaba : fontes de licopeno o qual tem demonstrado que o seu consumo possui relação inversa com o risco de doença cardiovascular e alguns tipos de câncer; -Semente de linhaça : ação anti-inflamatória. Fonte de ácidos graxos insaturados; -Soja: contém isoflavonas, as quais possuem ação antioxidante, anticarcinogênica; OSTENSIVO CIAA – 116 -Uvas e derivados : ótima fonte de antioxidantes. O vinho possui ainda como propriedades proteção contra disfunções neurológicas, efeito anti-inflamatório e ação anticancerígena. e) Alimento transgênico ou geneticamente modificados Os alimentos transgênicos são aqueles que tiveram introduzido entre os seus genes um novo gene ou fragmento de ácido desoxirribonucleico (DNA), pelo processo de engenharia genética. f) Alimento diet Alimentos dietéticos são aqueles especialmente formulados e/ou padronizados de forma que sua composição atenda às necessidades dietoterápicas especiais de pessoas com exigência físicas, metabólicas, fisiológicas e/ou patológicas particulares. São geralmente utilizados em dietas de restrição, devendo ter a total ausência de um determinado ingrediente, como carboidrato (sacarose), proteína, gordura ou sódio. g) Alimento Light São alimentos com redução mínima de 25% de qualquer de seus atributos, como calorias, açúcar, sal, gordura, carboidrato e colesterol. Os produtos possuem teor reduzido de nutrientes ou de valor energético quando comparados aos alimentos similaresde mesmo fabricante ou de valor médio de três produtos similares. h) Alimento enriquecido ou fortificado É quando um ou mais nutrientes essenciais contidos naturalmente ou não no alimento, são adicionados com o objetivo de reforçar o seu valor nutritivo e/ ou prevenir ou corrigir deficiências demonstradas em um ou mais nutrientes na alimentação da população ou em grupos específicos. SUBSÍDIOS PARA APOIO À NUTRICIONISTA NA ELABORAÇÃO DE CARDÁPIOS Educação Nutricional A educação nutricional tem como proposta essencial prevenir ou corrigir maus hábitos alimentares que, em geral, ocorrem devido a pouca variedade na seleção e preparo dos alimentos, bem como pela preferência por guloseimas ou por alimentos processados, amplamente divulgados pela mídia. Isto exclui do regime diário diversos alimentos nutritivos, em favor de alimentos com “calorias vazias”, devido ao alto teor energético e ausência de outros nutrientes, como açúcar, balas e doces, xaropes, refrigerantes e bebidas alcoólicas. Chamamos a esta característica “monotonia alimentar”. Comer muito não é garantia de saúde. Uma pessoa pode ser obesa e apresentar doenças carenciais, como anemia, cárie dentária, fragilidade óssea, etc. A dieta balanceada observa quantidades adequadas de alimentos dos diferentes grupos básicos, podendo reduzir o peso, se for necessário. Com isto, são fornecidos ao organismo os nutrientes de que ele necessita, nas quantidades adequadas para manter o funcionamento e saúde integral. De acordo com os princípios de uma alimentação saudável, todos os grupos de alimentos devem compor a dieta diária. A alimentação saudável deve fornecer água, carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas, fibras e minerais, os quais são insubstituíveis e indispensáveis ao bom funcionamento do organismo. Para que a população possa entender, com clareza, os princípios das Leis da Alimentação, foram criadas e desenvolvidos manuais e guias, que são recursos utilizados para que o homem OSTENSIVO CIAA – 116 aprenda a balancear a sua alimentação a partir de um enfoque prático, para que o resultado seja a redução das doenças carenciais. O Guia Alimentar para a População Brasileira, publicado em 2006, apresentou as primeiras diretrizes alimentares oficiais para a nossa população. Diante das transformações sociais vivenciadas pela sociedade brasileira, que impactaram sobre suas condições de saúde e nutrição, fezse necessária a apresentação de novas recomendações. A segunda edição do guia passou por um processo de consulta pública, que permitiu o seu amplo debate por diversos setores da sociedade e orientou a construção da versão final em 2014. Tendo por pressupostos os direitos à saúde e à alimentação adequada e saudável, o guia é um documento oficial que aborda os princípios e as recomendações de uma alimentação adequada e saudável para a população brasileira, configurando-se como instrumento de apoio às ações de educação alimentar e nutricional. o guia alimentar reforça o compromisso do Ministério da Saúde de contribuir para o desenvolvimento de estratégias para a promoção e a realização do direito humano à alimentação adequada. Os 10 passos para uma alimentação adequada e saudável são: 1. Priorize alimentos in natura ou minimamente processados 2. Utilize óleo, sal e açúcar em pequenas quantidades 3. Limite o consumo de alimentos processados 4. Evite consumir alimentos ultraprocessados 5. Alimente-se devagar e com atenção 6. Compre alimentos em feiras livres, sacolões, varejões, mercados ou direto do produtor 7. Cozinhe: aprenda e compartilhe habilidades culinárias 8. Planeje o tempo para preparar as refeições 9. Prefira refeições feitas na hora 10. Seja crítico: existem muitos mitos e publicidade enganosa em torno da alimentação Orientações para montagem de cardápios saudáveis e para pessoas com doenças crônicas não transmissíveis O cardápio consiste em uma listagem das preparações a serem servidas em uma ou mais refeições. Objetivos da Elaboração e Planejamento de Cardápios -Apresentar os alimentos de forma apetecível, sem prejuízo do valor nutricional, obedecendo a um critério econômico na escolha dos alimentos e preparações; -Programar tecnicamente refeições que atendam pré-requisitos como hábitos alimentares; -Controlar a quantidade e qualidade de gorduras e dos carboidratos ofertados; -Aumentar a oferta de alimentos ricos em fibras, vitaminas e minerais; e reduzir o consumo de alimentos de alta densidade calórica; -Assegurar a qualidade higiênico-sanitária dos alimentos e/ou preparações; -Atender as necessidades nutricionais, por meio de alimentos processados por diferentes técnicas de preparo, obedecendo aos limites financeiros disponíveis Diretrizes básicas para o planejamento de um cardápio saudável De uma forma geral, tem se observado que os cardápios na Marinha do Brasil (MB) tendem a refletir os hábitos alimentares dos brasileiros como um todo. A prática desse planejamento tem demonstrado uma tendência crescente na utilização de alimentos ricos em ácidos graxos saturados OSTENSIVO CIAA – 116 e colesterol (carnes bovinas gordurosas, leite integral, queijos amarelos, manteiga etc.), carboidratos simples (doces, como sobremesa, e sucos adoçados com excesso de açúcar), e pobre em fibras (hortaliças, frutas e cereais integrais), o que contribui positivamente como um dos fatores de risco, para ocorrência de doenças cardiovasculares. Com base nestas informações, o planejamento de cardápios na MB, implica na consideração de novos aspectos relacionados aos hábitos alimentares. Para tanto, durante a fase de planejamento, objetivando a prevenção primária das doenças cardiovasculares, seria necessário o estabelecimento das seguintes diretrizes básicas: a) Reduzir teor de gorduras saturadas, trans, ácidos graxos e colesterol, limitando uso de: - Carne bovina (cortes magros) a, no máximo, três vezes por semana; - Pratos tradicionais (feijoada, dobradinha, rabada etc.) quinzenalmente; - Preparações fritas, no máximo, duas vezes por semana; - Vísceras de frango ou de boi como fígado, coração, moela etc.; - Carnes salgadas e bacon no preparo de feijões; - Salsicha, linguiça, paio, mortadela, presunto e outros frios; -Biscoitos recheados, amanteigados, bolos industrializados, batatas fritas industrializadas; Preferir o uso de: - Preparações cozidas, grelhadas ou assadas; - Frango ou peru (ambos sem pele), duas vezes por semana; - Peixes, no mínimo, duas vezes por semana; - Alimentos light; - Embutidos e frios com especificação no rótulo de reduzida quantidade de gordura, quando seu uso for imprescindível; - Azeite para tempero de saladas e óleos vegetais para cocção, em quantidade moderada; - Café coado com filtro de papel. É aconselhável que sejam realizadas as seguintes substituições: - Margarina por manteiga; - Leite integral por leite semidesnatado ou desnatado; - Iogurte por iogurte desnatado; - Queijos amarelos (prato, Mussarela, parmesão etc.) por queijos brancos (ricota, cottage e minas); - Sorvete cremoso por sorvete de frutas ou picolé de frutas. a) Reduzir o teor de carboidratos simples e aumentar o teor de carboidratos complexos, fibras, minerais e vitaminas. Evitar: - Doces como sobremesa; - Bebidas açucaradas (principalmente os industrializados) e refrigerantes às refeições; e Preferir: - Alimentos integrais (pães, biscoitos, cereais, farinhas etc.) em substituição aos refinados; - Sucos de frutas naturais tipo polpa de frutas; - Hortaliças cruas, sob a forma de saladas; e - Frutas no desjejum, ceia e sobremesas. OSTENSIVOCIAA – 116 *Verificar Anexo F da 1 Revisão da DSM 1003. Aspectos importantes que influenciam no planejamento, escolha e elaboração de cardápios. Além do conhecimento dos princípios básicos da Nutrição, para se elaborar cardápios nutritivos e variados outros aspectos possibilitam a adequação do cardápio planejado às necessidades de cada OM e precisam ser levados em consideração, tais como: Provisões disponíveis Antes do planejamento do cardápio, verificar as provisões a bordo e aquelas que podem ser obtidas com certa facilidade. Seria imprudência planejar servir morangos fora da época de colheita. Tempo de duração das provisões Gêneros perecíveis não duram muito tempo, mesmo sob as melhores condições de estocagem; terão que ser consumidos em tempo hábil, evitando, assim perdas e prejuízo financeiro. Sobras Desperdícios podem ser evitados com a utilização das sobras das refeições. Quando ocorrem sobras, as mesmas devem ser guardadas na câmara frigorífica para evitar a deterioração e usadas o mais cedo possível. Por exemplo: sobras de pão, podem ser aproveitadas para fazer pudim de pão; sobras de feijão ou legumes no almoço podem ser utilizadas na sopa do jantar. Custo É um item que limita a ação de quem planeja um cardápio. Entretanto, existem recursos para manter moderado o custo das refeições. Por exemplo: servir frutas e hortaliças da estação, quando o preço é bem menor. Fatores que influenciam o apetite O apetite é influenciado pela cor, aroma, sabor, consistência, temperatura e apresentação dos alimentos indicados no cardápio. Cor O contraste de cores torna atrativa uma refeição. Quando o cardápio oferece preparações de cores variadas, a visão leva o cérebro a produzir estímulos no sistema digestório para aumentar o apetite. Um cardápio cujas preparações sejam compostas por alimentos de cores semelhantes não é visualmente atraente. Por exemplo: peito de frango grelhado, purê de batatas, salada de couve-flor, arroz branco e pudim de coco, programados para a mesma refeição, a tornam desinteressante. Já os alimentos que contrastam em cores, tais como saladas feitas com verduras e/ou legumes frescos, com frutas ou combinação de legumes e frutas, estimulam o apetite. Por exemplo: peito de frango grelhado, cenoura Sauté, salada verde com tomates, arroz, feijão e pudim de coco com calda caramelada. Portanto, alimentos e preparações da mesma cor devem ser evitados em uma mesma refeição. Aroma OSTENSIVO CIAA – 116 O alimento deve exalar, sempre que possível, um odor agradável quando estiver sendo cozido ou servido. Se o alimento que foi planejado exalar um odor desagradável, por ocasião da confecção, o cozinheiro deverá tomar as providências necessárias, podendo lançar mão de alguns recursos culinários para melhorar o aroma daquele prato. Por exemplo: repolho e brócolis exalam um aroma durante a cocção, que pode ser desagradável; logo, é importante acionar o sistema de exaustão para dispersar o odor ou, então, acrescentar tempero, molho, bacon etc., para tornar o aroma da preparação agradável ao olfato. Sabor O contraste de sabores precisa ser lembrado no planejamento do cardápio. O alimento pode ser nutritivo, bem-preparado, colorido e atrativamente servido, mas poderá ser rejeitado pelo seu sabor. Os sabores naturais dos alimentos poderão ser realçados: 1º - pela combinação de alimentos; 2º - pelo correto emprego dos temperos; 3º - pela forma de cocção. No trabalho diário na cozinha, podemos constatar que determinados pratos combinam melhor do que outros. Por exemplo: peixes podem ser combinados com batatas em várias formas de preparo, suflês, pirão etc., mas não combinam bem com massas e farofa. Por outro lado, um bife, que combina com batata frita e salada verde, não combinaria tão bem se fosse servido com pirão de legumes ou, então, com purê de abóbora (quibebe), que combina com carne seca. Existem também alimentos que são historicamente combinados, tais como: ovos e presunto, alface e tomate, queijo e goiabada etc. O apetite é estimulado pelo correto emprego dos temperos e molhos. São muitos os temperos existentes, que variam com a cultura dos diversos povos. Estes temperos são propagados para outros povos, que os empregam em outros tipos de alimentos, criando preparações, com novos e diferentes sabores. Deste modo, sempre é possível testar, com critério e criatividade, novos alimentos e temperos, para criar novos sabores que estimulam o apetite. A forma de cozinhar o alimento também influencia grandemente o seu sabor. A gordura realça o sabor, enquanto o cozimento retira parte das substâncias contidas do alimento, que passam para a água de cocção. Desta forma, a fritura concentra o sabor, ao contrário do cozimento. Se o alimento for refogado, também terá melhor sabor do que se apenas cozido. Consistência (textura) Quando vários alimentos são servidos juntos, as texturas devem contrastar, sempre que possível. Deve-se evitar planejar cardápios em que todos os alimentos sejam de origem sólida, ou pastosa, ou líquida. Por exemplo: sopa creme de cebola, omelete de queijo, purê de batatas e arroz. Podemos observar que todos as preparações têm cores claras e consistência macia. Por outro lado, um cardápio com bife à milanesa, purê de batatas e salada verde ou de legumes oferece contraste de consistência, de cor, aroma e sabor. Se houver necessidade de servir dois alimentos com a mesma consistência, é interessante colocá-los em travessas separadas. Existem alimentos que podem ser preparados de várias formas, cada qual com textura diferente. Estes alimentos devem ser empregados com criatividade, pois assim, agradarão os comensais. É o caso das batatas: podem ser empregadas fritas, em purê, em saladas, cozidas ou Sauté, em suflês etc. OSTENSIVO CIAA – 116 Muitos fatores, porém, podem influenciar a textura dos alimentos. Se uma salada for servida com os legumes demasiadamente embebidos em azeite ou vinagre, ficarão encharcados e moles; batatas malcozidas, bifes duros ou frios, frango malpassado, entre outros, serão recusados, pois não são apresentados em sua textura normal. Temperatura das preparações O clima é um fator primordial na determinação da quantidade de alimentos energéticos. Nas regiões frias ou durante os meses de inverno, o corpo necessita de um suprimento maior de energia para manter-se aquecido. Desta forma, temperatura em que os alimentos são servidos também é de extrema importância e vai refletir na aceitação do cardápio pelos clientes. Sendo assim, se o clima é frio, preparações quentes serão mais aceitas. Nos trópicos (região Norte do Brasil) ou durante o verão, onde se observa que a temperatura ambiente é elevada, é de bom tom servir com mais frequência alimentos frescos ou servidos frios, tais como, hortaliças, saladas, sorvetes, frutas e bebidas frias. Procurar servir o alimento na temperatura correta, é sempre uma preocupação importante, pois, algumas preparações servidas fora da temperatura que se espera, podem interferir negativamente na aceitação do cardápio pelos clientes. Por exemplo: bifes endurecem quando esfriam e o sabor de determinados alimentos perde o realce, entre outras alterações que diminuem a aceitação do cardápio. Apresentação No planejamento do cardápio deve-se lembrar que alimentos servidos em diferentes formas evitam a monotonia. Alimentos cujos formatos são semelhantes, tais como bolinho de bacalhau, batatas cozidas inteiras e maçãs assadas, seservidos na mesma refeição, tornam-na bastante monótona. O modo como a preparação é apresentada ao comensal têm grande influência na aceitação da mesma. Exemplos de pratos que não têm boa aceitação: carne assada descorada ou servida esmigalhada; purê de batata ralo; salada de verduras com as folhas murchas, etc. Sempre que for possível, é importante servir as preparações bem arranjadas nas travessas ou cubas, usando enfeites simples, como flores de tomate, folhas de salsa, milho, ervilha, etc. Isto reflete o cuidado do cozinheiro com a apresentação dos pratos e os tornam mais atraentes àqueles que irão ingeri-los. Variedade e harmonia Pelo que se viu, uma das grandes preocupações de quem planeja um cardápio é evitar a monotonia dentro de cada refeição, através do uso dos contrastes nos cardápios. A monotonia, entretanto, também precisa ser evitada dentro do planejamento de cardápios, para as refeições de um dia, de uma semana e até de um mês. Portanto, uma das preocupações de quem planeja um cardápio deve ser a variedade e a harmonia. Para se alcançar a variedade e harmonia de um cardápio, deve-se observar alguns princípios básicos, tais como: - Evitar repetir frequentemente o mesmo cardápio, mesmo que ele tenha sido bem aceito da primeira vez. Quem gostaria de saber que toda terça feira comerá picadinho e que toda sexta feira será servido peixe frito? Deve ser evitado que o planejamento recaia em uma rotina; - Evitar a monotonia nos métodos de pré-preparo e cozimento, ou seja, variar o método de preparação dos alimentos; Exemplo: as cenouras podem ser servidas como purê, cozidas, em saladas, em suflês, em bolinhos, refogadas, cortadas em rodelas, palitos, cubos e raladas. O mesmo ocorre com outros alimentos. OSTENSIVO CIAA – 116 A criatividade deve ser estimulada. Uma questão importante na formulação de cardápios é iniciá-la pela distribuição do prato principal ao longo da programação, considerando a variedade nas preparações à base de carne bovina, suína, pescado, aves, ovos, embutidos e pratos especiais (feijoada etc.). No entanto, o mesmo tipo de carne sempre aparece mais de uma vez na programação semanal, fato que deve ser contornado com a variedade na sua apresentação e técnica de preparo (grelhados, cozidos, assados, picados, desfiados, moídos, fritos, empanados, à dorê, à milanesa). Muitas vezes, com o intuito de agradar aos clientes atendendo a seus pedidos, comete-se o erro de oferecer no mesmo dia, ou em dias consecutivos, ou ainda em dias alternados, mas em curto espaço de tempo: preparações excessivamente gordurosas, (ex.: feijoada, frituras; preparações com molho, rolê ao sugo, almôndegas ao molho, bife a pizzaiolo) cardápios excessivamente calóricos que elevam o teor de carboidratos e/ou gorduras e desequilibram a refeição (ex: salada de maionese, bife à milanesa, lasanha à bolonhesa e torta de frutas, bife à cavalo com farofa de ovo; frango assado com batatas e purê de batatas), alimentos que contenham a mesma cor (ex: salada de tomate, espaguete ao sugo e sobremesa caqui), alimentos com a mesma consistência (ex: sopas-creme com purês, purês e doces cremosos). Para se alcançar a variedade e harmonia de um cardápio, deve-se observar alguns princípios básicos, tais como: - Escolher a sobremesa em função do tipo da refeição que a antecede, isto é, depois de uma refeição pesada, deve-se planejar uma sobremesa leve e assim por diante; - Planejar os cardápios evitando que sejam influenciados pelas próprias preferências alimentares. Deve-se lembrar que os gostos individuais não podem se sobrepor ao gosto da maioria; - Planejar cardápios com duas semanas de antecedência. Isto gerará mais tempo para a obtenção dos alimentos e para efetuar as substituições necessárias; - Evitar servir frequentemente alimentos de pouca aceitação, como fígado, que não terá grande aceitação se servido toda semana, mas poderá ser apreciado se for servido quinzenalmente; - Fazer comparações entre os cardápios (da semana anterior, da atual e da posterior), para corrigir erros, vícios e repetições que porventura tenham ocorrido; - Escolher as preparações com cuidado: a forma de preparação dos alimentos obedece às receitas pré-estabelecidas que, quanto mais exatas e claras, mais valiosas são, pois asseguram resultados preciosos e constantes; - Evitar colocar no cardápio pratos que necessitem de gêneros ou equipamentos que não estejam disponíveis. Se o forno e a fritadeira não funcionam, o frango será sempre feito ensopado, levando à monotonia; A harmonia do cardápio é dada pela combinação de cores, consistências e sabores, o que exige senso estético e arte. É necessário desenvolver o aspecto artístico da culinária, experimentando receitas novas, criando combinações inéditas de alimentos, selecionando receitas tradicionais e adaptando-as às exigências da técnica dietética. Existem ainda aspectos formais em que certas regras de etiquetas ditam a sequência dos pratos no cardápio. De acordo com estas regras, nas refeições principais serve-se primeiro o prato de sopa ou de entrada (constituindo-se normalmente de saladas e frios). Havendo peixe ou outras carnes para serem servidas, o pescado precede o prato de carne bovina ou de porco. O prato de peru é sempre servido por último. Acompanham os pratos de carne: arroz, batata, farofa, OSTENSIVO CIAA – 116 hortaliças etc. Depois dos pratos principais servem-se a sobremesa de doces. Existindo frutas, são servidas após os doces (como opção) e, finalmente o café. A importância das preferencias alimentares e hábitos alimentares A elaboração de cardápios durante um certo período leva o profissional conhecer as preferências alimentares da maioria dos seus clientes. Isto é verificado através da observação da quantidade de comida consumida e os comentários feitos sobre a mesma, que vão refletir na aceitação do cardápio. Portanto, é necessário observar, atenta e constantemente, a aceitação pela maioria, se os pratos foram bem preparados e corretamente servidos. A quantidade de um determinado alimento consumida em uma refeição poderá servir como indicativo da quantidade a ser requisitada quando houver um cardápio semelhante. Nos grandes ranchos não há oportunidade para satisfazer gostos individuais. Quando houver planejamento de bifes, por exemplo, deverá ser feita uma parte malpassada e outra bem passada. Assim, ao ser servido, cada cliente poderá escolher o bife que lhe agradar. Um outro item que deverá ser levado em consideração é a origem do pessoal, pois, são indivíduos oriundos de diversas regiões, carregando consigo uma bagagem cultural diversa que, claramente, se estende à alimentação. Sendo assim, não se deve abusar da confecção de pratos típicos regionais, para não correr o risco de agradar apenas a uma minoria. A observância dos hábitos alimentares, no que se refere ao número de refeições e horário das mesmas, atendendo também às conveniências de trabalho, é outro ponto importante no planejamento de cardápios. Tendo ajustado o número de refeições, que podem variar de três a seis, são escolhidos, então, os alimentos que deverão compor cada refeição. Segue abaixo outros fatores importantes e relacionados às preferências e hábitos alimentares: Produtos regionais Deve-se procurar confeccionar os cardápios o mais próximo possível dos costumes de cada região, do contrário, haverá pouca aceitação e elevação do custo do cardápio. Tradições e tabus Vários costumes alimentares são baseados em tradições que passam de pai para filho, por várias gerações. Da mesmaforma, a existência de tabus considerando que um alimento – ou a combinação de alimentos – “faça bem” ou “mal” levará à sua aceitação, ou não, pelo grupo de clientes. Por exemplo: gestantes e lactantes devem comer canjica para aumentar a produção de leite, manga com leite ¨faz mal¨, etc. Religiões Existem determinados grupos de pessoas cujos hábitos alimentares seguem preceitos religiosos. Por exemplo: católicos comem peixe na Sexta-feira Santa; Adventistas do Sétimo Dia seguem o vegetarianismo; judeus consomem pães não fermentados etc. Aspectos importantes para a confecção de cardápios - Planejamento: é essencial para o bom funcionamento de qualquer serviço. Se não há um bom planejamento, podem ocorrer situações em que o cardápio do almoço pede 100 kg de espaguete, mas no estoque só há 80 kg de fubá de milho, sendo necessário fazer alterações. O planejamento deve ser bem executado para evitar alterações de última hora no cardápio. - Compras: é consequência direta do planejamento. O aprovisionamento deve ser executado com antecedência, para que os fornecedores tenham tempo hábil para efetuar as entregas de acordo com o planejado. OSTENSIVO CIAA – 116 - Fornecedores: as entregas de gêneros devem ser inspecionadas com rigor, para que os alimentos estejam sempre dentro da qualidade e especificações esperadas. - Controle de gêneros e estoque de segurança: sempre que um gênero em estoque tiver sua contagem próxima aos valores da margem de segurança, deve ser providenciada nova aquisição, de modo que não haja alterações de última hora, especialmente se acontecer se o navio estiver em alto mar. Controle de qualidade Vários itens de higiene refletem a qualidade de um serviço de refeições para coletividades, que necessitam de um controle criterioso e constante, de modo que as condições de preparo de refeições se mantenham dentro do aceitável. São eles: - Pessoal - Utensílios - Ambiente - Equipamentos Controle de produção A produção de refeições deve merecer atenção, como todo e qualquer processo produtivo. A meta do controle de produção é obter um produto final com características pré-estabelecidas de cor, sabor, odor, textura, consistência e peso. Para que se obtenha um produto de qualidade, todas as etapas deverão ser conhecidas, detalhadas e o pessoal, capacitado para sua execução. Ocasionalmente, podem ocorrer falhas estéticas na montagem do balcão self-service ou falhas humanas no atendimento, que provocam o descontentamento do cliente. O descaso na esfera administrativa permitirá a reincidência destas falhas, bem como a ocorrência de outras mais graves como: evidência de falta de higiene ou asseio, falhas na higienização e sanitização de gêneros e/ou ambiente, falta de pessoal, reposição tardia das preparações no balcão, tempo prolongado na fila de espera. OSTENSIVO CIAA – 116 Características do peixe da água doce Características do peixe da água salgadatransversal, pois no sentido horizontal, a preparação se torna dura. O mesmo se aplica ao cortar fatias de pernil ou carne assada, que ficarão mais macias e a apresentação será melhor. A carne submetida a cocção em meio úmido perde parte dos nutrientes para o meio de cocção. A cocção rápida em temperatura alta provoca o endurecimento da carne. O rendimento obtido na carne limpa e no peso final da carne cozida depende da técnica e dos métodos empregados no seu preparo. Por exemplo: no pré-preparo, perde em ossos e aparas, 28% do peso inicial; na cocção, perde de 10 a 35% ou mais. Tomando em conta os fatores que influem sobre o rendimento final, é necessário conhecer o corte ou peso usado e escolher o método adequado de cocção. Daremos a seguir uma noção geral dos métodos básicos de calor seco, úmido e misto que podem ser usados para a cocção das carnes e os cortes mais indicados. a) Bifes I) Grelhados, fritos e turnedôs - É necessário empregar cortes de carne de 1a. Os mais indicados são filé mignon, contrafilé, maminha e entrecosto de alcatra. Tempere na hora para impedir que o sal retire o suco da carne. Passe o bife na gordura ou chapa quente, esperando dourar bem de um lado antes de virar. Sirva imediatamente. O turnedô é um bife grosso redondo, feito de filé mignon, semelhante ao medalhão, com dois centímetros de espessura e sete centímetros de diâmetro, envolto por uma fatia de toucinho defumado, que é presa por barbante ou palito. A envoltura de toucinho mantém a forma, confere sabor e torna o bife mais macio. II) Ensopados, enrolados de caçarola, a rolé, empanados e milanesa - Podem ser empregados cortes menos macios de carne de 1a ou 2a (chã de dentro, acém e patinho). Os bifes são cortados mais finos e podem ser batidos para que fiquem mais macios. III) De carne moída - hambúrguer, que pode empregar diferentes cortes e aparas de carne. OSTENSIVO CIAA – 116 b) Carne assada I) Assado no espeto - exige uma carne macia (filé, alcatra ou chã de dentro), inclusive quando se trata da carne de outros animais. A técnica empregada neste método de cocção é muito importante: vai-se girando a carne inicialmente a baixa temperatura, que será aumentada gradativamente, até atingir o dourado final. II) Rosbife - para se obter uma ótima preparação, exige um corte de carne bem macia (filé, alcatra ou chã de dentro). Para manter o assado em determinado formato, basta passar ao redor um fio grosso ou barbante. Deixe a carne de molho no tempero por, pelo menos, três horas para tomar gosto. Doure rapidamente na gordura quente, com a assadeira colocada no fogo, antes de levá- la ao forno brando. Dois quilogramas de carne levarão cerca de meia hora para ficar ao ponto, com o centro rosado. Desejando a carne mal passada, deixe menos tempo no forno. - Carne de forno - várias são as receitas de carne simples, lardeada ou recheada, assada no forno. É conveniente escolher cortes macios (lagarto, alcatra, filé, chã, etc), pois os cortes mais duros levam mais tempo no forno e resultam numa preparação muito seca. Asse sempre em forno brando, aumentando a temperatura somente para o dourado final, depois de constatar que a carne já está cozida. III) Braisé - Para as carnes menos macias aconselha-se o braisé, que é um tipo de cocção mista. Coloque a carne no forno e vá regando com molho e água até atingir o ponto desejado de cocção. As receitas de carne braisé incluem hortaliças ao molho. IV) Assado simples de panela - é uma preparação muito comum, principalmente para quem não dispõe de forno. São utilizados diferentes cortes de carne, sendo que as carnes de segunda requerem maior tempo de cocção. Quando se deseja abreviar o tempo de cocção é aconselhável usar a panela de pressão para abrandar a carne e então fazer o dourado final pela cocção na assadeira, com gordura e temperos. Os acompanhamentos e ingredientes empregados caracterizam a infinidade de receitas de carne assada a esta ou àquela moda. c) Carne cozida I) Cozido ou escaldado - qualquer carne pode ser usada num cozido ou escaldado (inclusive carcaça de aves, cabeça de porco, de peixe, etc). São mais indicadas carnes de segunda, que são bem aproveitadas, pois se abrandam pela cocção prolongada em meio úmido. As receitas de cozidos podem incluir uma variedade de carnes defumadas, desidratadas e embutidos, além de variados vegetais. Os ingredientes que exigem maior tempo de cocção devem ir ao fogo primeiro ou, então, ser cozidos em panela de pressão. II) Ensopados e guisados - são preparações nas quais se emprega carne subdividida em pedaços pequenos, aproveitando-se também os cortes menos macios. A rigor, qualquer parte comestível do animal, depois de subdividida, pode integrar um ensopado. Dependendo dos ingredientes, o ensopado leva nomes que se consagraram na cozinha nacional e internacional, tais como: sarapatel, guisado de dobradinha, mocotó, “goulash”, “strogonoff”, etc. A subdivisão facilita a cocção e confere sabor aos ingredientes acrescidos à preparação. TEMPEROS, CONDIMENTOS E ESPECIARIAS PARA CARNES BOVINAS a) Carne vermelha - Dependendo do modo de preparo, um tempero funciona melhor do que outro. O curinga mesmo é o chimichurri, uma mistura de pimenta calabresa, vinagre, limão, azeite, salsinha e orégano. OSTENSIVO CIAA – 116 b) Carne assada - Combina com: cebola, cebolinha, alho, cominho, cravo-da-Índia, canela, gengibre fresco, pimenta calabresa, salsa, mostarda em pó, tomilho. c) Carne grelhada - Combina com: coentro, pimenta calabresa, alecrim, folhas de louro. d) Carne cozida - Combina com: folhas de louro, mostarda, noz-moscada, orégano, páprica doce ou picante,pimenta preta, salsinha, tomilho, salsão, coentro. e) Carne frita - Combina com: noz-moscada, salsa, coentro, alho, cebola. f) Molhos - Abuse de cominho, curry, molho shoyu, noz-moscada, páprica (picante ou doce) e pimenta calabresa. g) Carne moída - Combina com: hortelã, manjericão, manjerona, menta, shoyu ou pimenta calabresa. 2. CORTE DE CARNE SUÍNA A carne suína é a fonte de proteína animal mais consumida no mundo, sendo aproximadamente 77% superior ao volume de carne bovina e 25% superior ao volume de carne de frango . O maior produtor mundial de carne suína é a China, representando 49% do volume total produzido no ano de 2011, seguido pela União Europeia com 22%, Estados Unidos com 10% e Brasil com 3%. Estudos e investimentos na suinocultura posicionaram o Brasil em quarto lugar no ranking de produção e exportação mundial de carne suína. 01. Bisteca - É um dos cortes mais populares. A bisteca vai muito bem com as refeições do dia a dia, pois é possível combiná-la com inúmeros acompanhamentos. Ela pode ser preparada grelhada, assada e frita. Empanada então, fica uma delícia! Conforme o corte ela ganha maciez, suculência e até outro nome: Prime Rib suíno. É assim que os americanos a chamam o corte, que é retirado do lombo central do suíno. 02. Copa Lombo - É um dos cortes mais ricos e versáteis do suíno. A peça é encontrada inteira, em tiras ou cubos e pode ter distintos preparos. 03. Coxão duro - É uma peça derivada do lombo suíno e sua textura da carne torna o corte tão nobre quanto a alcatra. Pode ser fatiada de maneiras diferentes e oferece inúmeras alternativas de preparo. 04. Filé Mignon - Derivado do lombo, é macio, saboroso e combina com distintos acompanhamentos. Tem um excelente custo-benefício e pode ser encontrado em cortes como bife, medalhão e escalope. 05. Barriga - Também conhecida como Pancetta, é um corte de sabor marcante e muito versátil. No entanto,proporciona uma casquinha saborosa e crocante ao prepará-la no forno ou churrasqueira. Além de ser um corte suculento, é da Pancetta que se deriva talvez o corte mais queridinho: o bacon! 06. Pé - O corte pode ser desossado depois de cozido. Faz parte dos ingredientes para preparar a clássica feijoada. 07. Suã - O corte é a sobre da retirada da costela e do lombo. A peça proporciona muito sabor quando cozida e faz sucesso nos pratos tradicionais de Minas Gerais, Goiás e parte do interior de São Paulo. 08. Pernil - Este famoso e suculento corte suíno inclui a alcatra, picanha, coxão duro, patinho, ossobuco e a maminha. Pode ser preparado inteiro, assado no forno ou churrasqueira, ou fatiado em escalopes ou cubinhos. 09. Fraldinha - A Fraldinha é um corte naturalmente suculento. É ideal para ser assada e, além do tempero tradicional, é possível recheá-la. 10. Lombo - Também chamado de lombinho, é um corte que completa os pratos leves das refeições do dia a dia e, claro, é um corte que não pode faltar no churrasco do fim de semana. OSTENSIVO CIAA – 116 11. Ossobuco - É um corte macio retirado do pernil e fica com um sabor surpreendente ao ser cozido ou assado. 12. Costela - Os apaixonados por carne suína não resistem a esse corte. O preparo da costela exige mais atenção para manter a suculência. Pode ser marinada ou feita com tempero secos. 13. Maminha - É outro corte suíno retirado do pernil perfeito para combinar com pratos leves ou com acompanhamentos mais eldorados. Pode ser preparado como bife na frigideira, no grill ou na churrasqueira. 14. Alcatra - É um corte suíno magro, suculento e macio derivado do pernil. É possível prepará-la de diversas maneiras, sendo indicada para as refeições práticas do dia a dia. 15. Picanha - Uma das peças mais saborosas, é um sub-corte da alcatra, pode ser temperado de várias formas e assado em forno ou churrasqueira. 16. Paleta - O corte pode ser encontrado com osso ou desossado. Seu preparo é versátil: cozido, assado na brasa, no forno ou ainda refogado. Assim, é simples de combiná-la com os pratos do dia a dia. 18. Rabo - Outro corte usado para proporcionar o sabor único da feijoada, tradicional prato brasileiro. 19. Papada - O corte é famoso pelo seu sabor marcante e deve prepará-lo cozido para obter uma textura macia ou ainda é possível fazer um bom torresmo com essa peça suína. 20. Joelho - O joelho suíno é um sub-corte do pernil, usado para acrescentar sabor na feijoada. 21. Orelha - A peça pode ser preparada cozidas ou fritas. Aqui no Brasil, é usada para enriquecer a tradicional e apetitosa feijoada. 22. T-Bone - é o contra filé e filé mignon suíno. Isso mesmo, porém ele é separado por um osso em formato de T. O corte também é conhecido mundialmente pela maciez e pelo sabor marcante. Pode ser preparado grelhado, no forno, no churrasco. 23. Prime Rib - O corte é caracterizado por ter um osso e pelo seu sabor único. Preparar na grelha e servir com um purê deixa o prato simplesmente espetacular. 24. Ribeye - O Ribeye é uma carne macia, derivado da costela, e fica ótimo preparado em frigideira ou grelha. Sem contar que seu tempero pode ser simples e é fácil de preparar. 25. Lombo Inglês - É um dos cortes mais magros da carne suína. O lombo inglês apresenta menos gordura que a carne de frango e oferece um preparo rápido e é de fácil combinação de acompanhamentos. 26. Carré - Neste corte é encontrado o lombo suíno e o suã. Seu sabor fica mais em evidência ao preparar a peça assada no forno, com papel alumínio, e regar a carne para preservar a suculência. PREPARANDO PRATOS DE CARNES SUÍNA a) Carré de porco frito Execução: Separe as costeletas pelas juntas e bata levemente com o batedor de bifes. Tempere com o vinha d’alhos e deixe tomar gosto durante algum tempo. Frite em óleo bem quente. Sirva em uma travessa, acompanhado de farofa e rodelas de limão. Nota: Em grandes quantidades, arrume as costeletas em tabuleiros e leve ao forno para assar. b) Lombo de porco com laranja Execução: Limpe, lave o lombo e esfregue com suco de limão. Tempere com o vinha d’alhos e deixe tomar gosto por 30 minutos. Coloque o lombo em uma assadeira e cubra com fatias de bacon. Leve ao forno moderado, coberto com papel alumínio. Quando o lombo estiver cozido, retire o toucinho e espalhe a geleia sobre ele. Misture o vinho branco com o suco de laranja e vá despejando sobre o lombo a medida em que for assando e corando. Cinco minutos antes de retirar a carne do forno, coloque os gomos das seis laranjas para aquecer junto com o lombo. Engrosse o OSTENSIVO CIAA – 116 caldo do tabuleiro e sirva como molho. Corte a carne em fatias e sirva enfeitado com os gomos de laranja. Notas: Sirva acompanhado de purê de batata. A laranja pode ser substituída pela maçã. Neste caso, substitua a geleia por uma de maçã e utilize como acompanhamento, purê de maçã. c) Lombo de porco ensopado com batatas Execução: Corte o lombo em pedaços regulares e retire o sal. Ferva uma vez, depois de retirado da água em que foi dessalgado. Em uma caçarola, faça um refogado com o óleo, o alho socado e metade da cebola ralada. Refogue bem o lombo neste preparado. Corte em pedaços pequenos a cebola restante, o tomate e o pimentão, sem pele ou sementes. Acrescente ao lombo, juntamente com o cheiro-verde. Acrescente o extrato de tomate, tampe a panela e deixe cozinhar. Quando o lombo estiver quase macio, acrescente as batatas descascadas e cortadas em tamanhos regulares e deixe cozinhar. Nota: Utilize a mesma receita para preparar carne seca ensopada com batata. c) Pernil ao forno Execução: Limpe o pernil, retirando o excesso de gordura. Esfregue bastante com suco de limão. Com o auxílio de uma seringa para tempero, introduza o vinha d’alhos no interior do pernil. Deixe de molho no tempero por, no mínimo, doze horas. Leve uma caçarola com óleo ao fogo e coloque dentro o pernil com o vinha d’alhos. Quando secar vá acrescentando água. Prepare o molho de tomate cremoso. Estando o pernil quase macio, leve ao forno para corar. Sirva inteiro ou fatiado, acompanhado de farofa e molho de tomate. Nota: Se for feito diretamente ao forno, deverá ser em temperatura média, para que a carne cozinhe antes de corar. TEMPEROS, CONDIMENTOS E ESPECIARIAS PARA CARNES SUÍNAS a) Carnes de carneiro e de porco - Combinam com: alecrim, limão, chimichurri, coentro, pimenta calabresa, erva-doce, hortelã,manjericão e manjerona 3. CORTE DE CARNES DE AVES Aves também possuem cortes específicos conforme a região a ser degustada. A maneira clássica de cortar frango ou galinha consiste em dividir a ave segundo sua própria anatomia, separando-a pelas juntas. Você não precisa fazer força, serrar ou usar o martelo. Mas é imprescindível ter à mão duas facas bem afiadas (uma grande, outra menor, ambas de lâmina fina), uma tesoura e uma tábua de madeira. Antes de cortar, procure sentir exatamente o ponto de junção dos ossos, onde será dado o talho. As facas devem ser manejadas com firmeza, por meio de um só corte, incisivo e direto. Não se esqueça de que existem diferenças na textura da carne, dependendo da parte onde é retirada. Se o corte não for feito de maneira correta, você corre o risco de dividir a ave em partes mal acabadas, que se desfazem nas bordas. Os três tipos mais comuns de frango são: Frango de leite ou galeto - Ave de até 3 meses, com aproximadamente 600g. Tem a carne macia, com pouca gordura e sabor suave. Geralmente é grelhado, assado ou frito. Frango comum - Tem entre 3 e 7 meses e chega a pesar mais de 1 kg. Seu sabor é um pouco mais acentuado e possui mais teor de gordura. Frango capão - É o frangocastrado, para que engorde mais. Tem a carne muito saborosa e muito gordurosa. Abaixo temos os cortes do frango: 1. Pescoço: é utilizado principalmente em sopas. OSTENSIVO CIAA – 116 2. Filé de cavala: está localizado abaixo do filé de peito, também poderíamos dizer que é "o lombo de frango." É a parte da carne considerada mais magra, e usado principalmente em dietas. 3. Asas: Possui pouca carne. É bastante utilizada como aperitivo e acompanhamento. É usada para sopas ou feita na grelha, assada ou frita. É bem-vinda em churrascos! A coxinha da assa é a parte que tem mais carne. 4. Coxa: é usada principalmente para ensopados, mas também é perfeita para fazer na grelha ou no forno, assada, empanada ou frita. É bem-vinda em churrascos, podendo também ser desfiada. 5. Sobrecoxa: Pode ser frita, assada, grelhada. É utilizada para ensopados, empanadas ou recheadas. Sem a pele e sem o osso. Podendo também ser desfiada. 6. Peito: A Parte que contém mais carne. Dela se tira os filés, a carcaça é aproveitada em caldos. Utilizado frito, cozido, assado, grelhado, recheado. Em pratos como: saladas, assados, molhos, empanados, caldos, sopas, recheio de vários pratos. Desfiada depois de cozida ou até mesmo crua, retirando o filé e os pedaços geralmente cubos ou tiras. Presente em pratos como: Salpicão, estrogonofes, frango xadrez, rolos recheados e outros. 7. Dorso: Corte oposto ao do peito, geralmente com pouco carne. É bem utilizada em sopas, caldos, molhos, para se extrair o sabor e o aroma da carne, que acompanharam outras receitas. Aproveitando também a carne desfiada. 8. Miúdos: O coração, a moela e o fígado podem entrar em farofas e molhos. 9. Coração: É um ótimo aperitivo, cozido, assado ou grelhado. Também utilizado como prato principal, sopas, caldos e farofa. 10. Moela: É também utilizada como aperitivo, bem cozida, por ser um pouco dura. Acompanha sopas, molhos e farofas. 11. Fígado: Dele se faz um bom patê. Geralmente se faz cozido, acompanhando os outros pedaços, ou em sopas, caldos, farofas. PREPARANDO PRATOS DE AVES São variadas as formas como podem ser preparadas as aves: cozidas, fritas, assadas, grelhadas, etc. O tempo de cocção varia de acordo com o tamanho e idade da ave. Para as aves assadas, é preferível usar temperatura menor e tempo de cocção maior para obter uma carne mais tenra e macia. A tabela que apresentamos a seguir pode servir de orientação. As carnes de aves estão sujeitas às mesmas modificações e perdas que as demais carnes. As aves recheadas de véspera apresentam o inconveniente de que, se a preparação não for feita com os cuidados higiênicos adequados durante a manipulação, pode gerar contaminação. Se não houver um resfriamento adequado até o interior da ave e, depois, na cocção, um aquecimento completo do recheio, existe o perigo de deterioração, podendo produzir intoxicação alimentar. Para melhor aproveitamento da ave, é aconselhável fazer um prato de preparação mista com os pedaços pequenos (canja, croquete, pastelão) e servir separadamente os pedaços maiores em porções individuais. TEMPEROS, CONDIMENTOS E ESPECIARIAS PARA AVES Combina com: alho granulado, cebola, cebolinha, chimichurri, cominho, pimenta calabresa, pimenta chilli, salsa e colorau. 4. CORTE DE PESCADOS Uma parte importante na dieta dos seres humanos, desde muito antes da invenção da agricultura, o peixe tem sido historicamente abundante, barato e relativamente fácil de adquirir e OSTENSIVO CIAA – 116 preparar. O oceano possui 1300 quilogramas de peixes comestíveis por acre cúbico, muito além da produção comestível de um acre de solo. Peixes são excelentes fontes de proteínas e ácidos graxos saudáveis. Quanto ao teor de gordura, os peixes se classificam em: a) Magros (com 4% de gordura) - pescadinha, robalo, linguado, bonito, lúcio, truta, esturjão, caçonete, namorado, badejo, galo, vermelho, espada, etc (os peixes magros têm sabor mais suave); e b) Gordos (com 6 a 15% de gordura) - salmão, cavala, carpa, atum, merluza, enguia, sardinha, arenque, etc Várias espécies de peixe se encontram no mercado com uma grande variedade de cortes: 1. Filé - o filé é um corte que remove a pele e os ossos e é fatiado em paralelo à espinha. um exemplo de filé (da palavra francesa 'fillet') é uma fatia de salmão ou o filé de sole. além de outras variedades como bacalhau, perca, truta, salmão, robalo, traíra e peixe branco, são normalmente preparados desta maneira. o filé é um dos cortes mais populares por ser fácil de comer, entretanto ainda pode conter alguns pequenos ossos. 2. Posta - a posta é uma parte mais grossa cortada fazendo a volta no peixe, de forma perpendicular à espinha. a posta geralmente retém parte do osso dorsal. o peixe-espada, o atum e o salmão são geralmente cortados em postas. geralmente corta-se de 1,3 a 2,5 centímetros de espessura. são retiradas as escamas e a pele da posta, entretanto, na de salmão, geralmente se deixa um pouco de pele. 3. Supreme - um corte "supreme" é tirado a partir de uma fatia de peixe cortada de um filé em uma certa inclinação. é considerado o melhor corte para um peixe. chamado também de pavé, o corte supreme remove todos os espinhos do filé. 4. Costeleta - para fazer uma costeleta parte-se de um filé. um lado do peixe é fatiado a partir da parte atrás da cabeça, por volta da barriga e cortado de forma cônica em direção ao rabo. o processo é repetido do outro lado do peixe, produzindo-se um filé conectado ou duplo. 5. Limpo - se desejado, muitos mercados podem limpar um peixe inteiro gratuitamente. tiram-se as escamas do peixe e removem-se todos os órgãos internos. pode-se ainda remover as barbatanas a calda e a cabeça para limpá-lo completamente. 6. Cortes especiais - Além dos cortes mais comuns de peixe, existem vários cortes especiais usados em certas receitas. Pode-se empanar uma fatia de filé com farinha de trigo, ovo batido e coberto com farinha de rosca. Tronçon é um peixe de corpo achatado como o linguado, sole ou pregado, corte no osso. Paupiette é um filé que é recheado e amarrado. Cravatte é um filé no qual se dá um nó. Delice é um flé que é recheado e dobrado. En-Lorgnette é um filé cortado em duas fatias, deixando-se uma intacta e enrolando a outra. Colére é socado e frito por trás da pele. Olhos, guelras e barbatanas são removidas; Características do peixe da água doce Os peixes de água doce são pequenos (comparados com os de água salgada) e absorvem mais líquidos. Por isso, sua carne é mais gordurosa e tem um sabor parecido com o de terra. Não tem como falar de peixes de água doce e não citar a tilápia – queridinha dos brasileiros – é rica em nutrientes, vitaminas e minerais que atuam diretamente no organismo, acelerando o metabolismo, reduzindo o risco de doenças crônicas, prevenindo vários tipos de câncer, além de melhorar a saúde do cabelo e fortalecer o sistema imunológico. Entre as principais espécies de peixes de água doce estão: Traíra, Lambari, Piava / Piapara / Piau, Mandi Pintado, Jundiá, Tilápia, Jacundá, Saicanga / Branca / Tambica, Cará / Acará, Tucunaré etc. OSTENSIVO CIAA – 116 Características do peixe da água salgada A maioria das espécies de peixes são de água salgada, vivem nos oceanos. Ele possuem uma carne mais leve e menos gordurosa. As suas principais características envolvem maior atividade, maior tamanho (em relação aos peixes de água doce), e diversas cores. Ospeixes de água salgada, como o salmão ou o atum, por exemplo, são extremamente ricos em gordura boa – principal aliada ao cérebro e ao coração. Ela ajuda na redução do colesterol e também fortalece o sistema imunológico. Entre as espécies de peixes de água salgada estão: Anchova, Badejo, Bagre- bandeira, Baiacu, Corvina, Dourado-do-mar, Linguado, Olho de cão etc. PREPARANDO PRATOS DE PESCADOS Por sua própria natureza, o pescado apresenta um desperdício normal no preparo, constituído por vísceras, escamas, cauda, nadadeiras, etc. A cabeça e o espinhaço podem ser mantidos no preparo de peixes pequenos inteiros ou aproveitados em caldos, gelatinas, moquecas. Dependendo da espécie do peixe, o rendimento pode variar, dependendo da técnica e dos métodos empregados no seu preparo. Por exemplo: comprado inteiro, pode perder no pré-preparo de 15 a 35% do peso inicial; na cocção úmida, de 15 a 30%; em fritura simples de 20 a 40%; porém, em frituras com envolturas (milanesa) pode ganhar de 30 a 45% do peso. Para escamar: segure-o firmemente pela cauda e passe uma faca afiada no sentido contrário às escamas, desprendendo-as. Para eviscerar: abra o ventre do peixe com tesoura ou faca afiada. Retire as vísceras cuidadosamente com a mão, com cuidado para não rompê-las. Remova a membrana aderida ao espinhaço. Apare as guelras, a cauda e as nadadeiras. Para filetar o peixe, faça uma incisão no dorso, da cauda à cabeça e, passando a faca afiada bem rente à espinha, remova a carne de um lado e do outro. Ainda com a faca afiada, levante um pedacinho da pele, segure firme, comprima o fio da faca entre a pele e a carne do peixe e, então, puxe cuidadosamente; a pele se desprenderá inteira. TEMPEROS, CONDIMENTOS E ESPECIARIAS PARA PESCADOS Não é preciso muito tempero para deixá-lo incrível e saboroso. Tanto a posta quanto a peça inteira devem ser preparadas da mesma maneira, sem esquecer de temperar internamente. Combina com: manjericão, alecrim, sálvia, manjerona, louro, segurelha e tomilho. a) Filé de peixe - Por já estar separado da peça inteira, deve ser temperado com sal e pimenta-do- reino a gosto, ou dependendo da receita, o tempero poderá ser incrementado no molho. b) Peixe inteiro - Peixes inteiros devem ser temperados por dentro. Capriche no recheio com ervas aromáticas, rodelas de limão e até legumes. Quando feito na churrasqueira pode-se colocar apenas sal grosso por fora e por dentro e fechar com folha de bananeira. 5. CRUSTÁCEOS EM GERAL Os crustáceos são ingredientes super delicados, e que precisam de cuidados maiores na hora de limpar e preparar. Os crustáceos, como a lagosta e o camarão precisam de atenção redobrada na hora de cozinhar: se você ultrapassar o tempo correto de cozimento, em poucos segundos esses ingredientes deixam de ser macios e perfumados, e passam para uma consistência dura e sem gosto, ficando com aquele aspecto “borrachudo”. 1. Caranguejos e siris - Eles estragam tão rápido que geralmente as pessoas os compram ainda vivos, e os preparam jogando-os diretamente numa panela de água fervente. Se você está longe da praia, o jeito é comprá-los congelados. A carne se concentra quase que totalmente nas patas do caranguejo. Depois de retirar a carne, você pode usá-la como recheio para tortas, suflês e saladas. OSTENSIVO CIAA – 116 No caso dos siris, para saber o ponto de cozimento, basta ver a cor da carcaça – ela muda de azul para vermelho. 2. Lagosta, cavaquinha e lagostim - Assim como os caranguejos e siris, as lagostas devem ser compradas vivas e escaldadas em água fervente com sal. Na hora de comprar lagostas e cavaquinhas, sempre escolha as maiores, entre 500 g e 1 kg, pois sua carne é mais macia, e seu sabor, mais delicado. Suas caudas também podem ser encontradas congeladas – e aí, neste caso, use a técnica do descongelamento dentro da geladeira, por 24 horas. Tanto lagostins quanto lagostas e cavaquinhas podem ser cozidos, grelhados com a casca, em risotos, massas, saladas e salteados com temperos. 3. Camarão - Mais comum do país. Os tipos mais utilizados no Brasil são o rosa e o cinza. Assim como os outros frutos do mar, quando frescos não apresentam cheiro forte. Na hora de comprar, veja se a cabeça está bem presa ao corpo. Guarde os camarões na geladeira tomando o cuidado de colocá-los em recipientes plásticos, entre camadas de gelo. Na hora de limpar, tire sempre o cordão escuro que fica nas costas. você pode servi-los cozidos em água ou em molho, salteados, grelhados com ou sem a casca, fritos, empanados e no vapor. O tempo de cozimento também é curto – entre 1 e 4 minutos, dependendo do tamanho do camarão. 4. Mexilhão e vôngole - Compre-os sempre frescos ou ainda vivos. Guarde na geladeira por até 24 horas, em sua própria concha. Na hora de limpar, esfregue bem as conchas com uma escova sob água corrente. Um jeito fácil de abri-los é cozinhando com pouca água – as conchas abrem com o calor. Se elas não abrirem mesmo com o cozimento, significa que não estão frescas. Você pode servi-los crus, cozidos em água e sal, no vapor e também com vinho e temperos aromáticos. 5. Ostras - Compre-as sempre vivas, guardando no gelo ou na geladeira por até 24 horas. Sua carne deve estar firme, úmida e brilhante. Antes de servir, escove bem as conchas, lavando em água corrente, para depois abrir a ostra com uma faca curta, de lâmina dura. Você pode servir as ostras in natura, apenas com gotas de limão e pimenta, ou então em versões empanadas, fritas ou gratinadas. PREPARANDO PRATOS DE CRUSTÁCEOS 1. Caranguejos e siris Os pratos mais tradicionais feitos com siri são: Casquinha de Siri, Empadas de Siri, Escondidinho de Siri, Arroz de Siri, Moqueca de Siri etc. 2. Lagosta, cavaquinha e lagostim - Escalopes de lagosta à Parisienne: fria. Dispor as escalopes de lagosta em travessa, ao redor de uma macedônia de legumes adicionadas dos restos das carnes da lagosta (patas, etc.). Temperar com maionese e guarnecer com gelatina picada. - Lagosta Clarence: Napar os escalopes de lagosta com molho bechamel misturado com as partes cremosas da mesma e perfumadas com curry. Decorar com frutas. - Lagosta à la nage (para lagostas pequenas): Cozinhar as lagostas de tamanho pequeno num court boillon aromatizado de vinho branco. Servir as lagostas no mesmo caldo. Acompanhar com molho manteiga à parte. -Lagosta à Newburg: Cozinhar os escalopes de lagosta na manteiga. Deglacear com vinho branco e conhaque. Acrescentar fumet de peixe, gema crua e creme de leite, pitada de caiena. Obs: Não é preciso gratinar. - Lagosta Archiduc: Idem lagosta à newburg, porém “deglacear”com vinho do Porto, xerez e conhaque. -Lagosta à thermidor: Colocar os escalopes de lagosta na própria carapaça. Napar com molho mornay adicionado de mostarda. Polvilhar com queijo ralado (gruyère) e gratinar. OSTENSIVO CIAA – 116 - Cocktail de lagosta: Misturar a lagosta (cortada em dados), em molho golf. Servir em taças de cocktail (especial), forrada com uma juliana de alface. -Taça Caprice: Cocktail de lagosta adicionado de uma noisette de melão. 3. Camarão: Carne firme, de cor branco-acinzentada, quando cozida, adquire cor rosada; e cheiro e gosto característicos e agradáveis. Receitas: - Camarões no bafo – (gigantes, molho Bonne Femme, arroz). - Camarões à baiana – (manteiga, acebolada, molho de tomate, azeite, dendê, leite de coco, pirão e pimenta à parte) - Camarões carioca – (molho, tomates, ervilhas, palmitos). - Camarão ao catupiri - Camarão gigante à paulista – (alho, óleo, batata sautê). - Camarão miúdo à Flórida – (na manteiga, ervilhas, palmito, azeitona,molho de tomate). - Camarão à grega – (espetinho de camarão médio à milanesa, intercalados com dados de queijo e g.c / arroz à grega). - Camarões Itapeva – (ensopados com quiabos, pirão, pimenta vermelha). - Camarões marajá – (miúdos, na manteiga, ovo duro picado, tempero verde, azeitonas, recheando maçã assada, coberta com molho curry, gratinada). - Camarão à Pernambuco – (salteado na manteiga, molho branco, milho, arroz com leite de coco). - Camarão à Polonesa – (na manteiga, flambados, aipo, croutons e nata). - Camarão Príncipe de Gales – (molho branco, whisky, ketchup e passas de uva). - Camarão provençal – (na manteiga, alho, molho de tomate, arroz). - Camarões à Província de São Pedro – (molho de tomate, ervilhas). - Camarão Punta Del Leste – (na manteiga, juliana de presunto, azeitonas, molho branco e gratinado). - Camarão São Salvador – (na manteiga, palmito, ervilha, molho de tomate, arroz). - Camarão à Thermidor – (molho branco, mostarda, champignons e gratinado). - Camarão à Tour – (salteado na manteiga, molho de tomates, batatas noisetes). - Pimentões Beira Mar – (camarões salteados na manteiga, dados de queijo, molho provençal, gratinados). 4. Ostras: São consumidas principalmente cruas ao limão. Eis a seguir algumas receitas de ostras: - Ostras ao caviar (huîtres au caviar): Guarnecer uma pequena quantidade de caviar na concha da ostra. Pôr em cima uma ostra crua. Servir com limão cortado em quatro. - Ostras à mornay: Dentro da própria concha, e napada de molho mornay, polvilhar com queijo ralado (gruyére) e gratinar. - Molho de ostras (sauce aux huîtres): Caldo de ostras perfumado ao vinho branco, ligado com roux escuro, e adicionado de ostras pochés. -Entrecôte grelhado ao molho de ostras: (Entrecôte grillée sause aux huîtres). Uma vez grelhada, napar o entrecôte com molho de ostras. - Galinha com ostras (poulard aux huîtres): Napar a galinha com um molho supreme ao suco de ostras. Guarnecer com ostras pochés. TEMPEROS, CONDIMENTOS E ESPECIARIAS PARA CRUSTÁCEOS a) Camarão - O camarão deve ser temperado cru e combina muito bem com sal, pimenta-do-reino, alho, vinho branco, limão. Deixe marinar por aproximadamente 10 minutos. OSTENSIVO CIAA – 116 b) Lagosta e caranguejo - Para cozinhar crustáceos de carapaça dura, como lagosta e caranguejo, deve-se temperar a água onde eles serão cozidos e depois de prontos podem ser adicionados molhos e outros temperos. c) Frutos do mar (lula, polvo,ostra e mexilhão) - Sálvia, tomilho, alecrim, manjerona e aipo. combinação perfeita para marinar frutos do mar. PRATOS REGIONAIS E INTERNACIONAIS Em todo o mundo existe uma variedade infinita de pratos típicos, desde os mais gordurosos aos vegetarianos. Eles existem de acordo com as especificidades de cada continente e país. a) Comidas do Sul: A culinária da região sul foi bastante influenciada por italianos e alemães. Como a região é responsável pela criação de bois, vacas, ovelhas, carneiros e cordeiros, uma das comidas mais populares, especialmente no Rio Grande do Sul, é o churrasco feito com linguiças e carnes assadas na brasa que pode ser consumido com farinha e polenta. Como bebida, o chimarrão, é o destaque do sul. b) Comidas do Sudeste: A culinária da região sudeste foi influenciada, principalmente por espanhóis, árabes, indígenas, japoneses, alemães e italianos. As comidas são variadas, mas os pratos populares são a feijoada, no Rio de Janeiro, a moqueca capixaba, tradicional do Espírito Santo e o cuscuz paulista. Outros produtos populares são aqueles derivados do leite, como requeijão, manteigas, doces e o queijo produzido em Minas Gerais e a deliciosa galinha caipira com feijão tropeiro. c) Comidas do Nordeste: Na culinária da região nordeste prevalece uma comida típica bem temperada, com pratos saborosos que conquistaram o paladar de todos aqueles que a experimentam. Tendo como principais ingredientes o feijão, a macaxeira, o azeite de dendê, peixes e frutos do mar, além de frutas da região. Os principais pratos típicos são o acarajé, da Bahia; dobradinha, carne de sol, munguzá, cuscuz, vatapá; bolo de mandioca, dentre outros. d) Comidas do Centro-Oeste: A culinária da região centro-oeste é caracterizada pela cozinha do interior do Brasil e também pelos indígenas. Pratos que se destacam são aqueles elaborados com pequi, um fruto do cerrado; além daqueles com aves de caça, peixes e bebidas como erva-mate. Goiânia é produtora de um dos pratos típicos da região, o empadão goiano. Já Mato Grosso do Sul, o destaque naqueles que possuem carne vermelha. E, Brasília, é uma cidade que possui um misto de culinárias, onde pode-se provar um pouco de cada culinária do país. e) Comidas do Norte: Na culinária do norte, como a região possui uma fauna e flora riquíssima, bem como uma das maiores bacias hidrográficas do mundo, os principais pratos típicos que fazem parte das receitas do norte são aqueles produzidos com peixes como o pirarucu, tambaqui e tucunaré são ingredientes de inúmeras receitas. Os frutos da amazônia também são bastante explorados pela culinária regional, com sucos e doces diferentes. Outro ingrediente famoso dentro da culinária do norte é tucupi, um líquido extraído da raíz da mandioca, do qual se prepara o pato no tucupi. As pimentas também fazem parte dos pratos como a cajurana, murupi, murici, pimenta de cheiro, dentre outras. f) Comidas do Mundo: Nas comidas típicas do mundo, pratos típicos foram trazidos para a cozinha brasileira, dando a ela novos sabores. Nas regiões sul e sudeste, por exemplo, são encontrados restaurantes que exploram culinárias de vários países tais como Coreia, China, Japão, França, Croácia, Rússia, Ucrânia, Itália, etc. Exemplos: •Pastel de Belém - É um doce típico de Portugal. Outros pratos populares são aqueles feitos com bacalhau; •Tacos - Semelhante à panqueca, é uma massa feita com milho com recheio de carne, queijo, tomate e alface. Outros recheios podem ser acrescentados. É um prato típico do México; OSTENSIVO CIAA – 116 •Sushi: É um prato típico do Japão que consiste na preparação de peixe com arroz e vinagre; •Alfajor: Doce produzido na Argentina com cobertura de chocolate e recheio original de doce de leite; •Paella: Prato típico da Espanha composto por arroz com diversas variações; •Escargot: Aperitivo criado na França com caracóis cozidos servidos dentro da casca com manteiga de alho e salsa. •Pot-au-feu: Consumido no inverno. É um cozido de carne (aves, bovina, frutos do mar) e especiarias; •Risotto e Pizza: São pratos italianos populares. O primeiro com arroz típico da Itália, cozinhado no azeite ou na manteiga, com vinho, cebola e outros ingredientes. Já a pizza é uma massa no formato redondo com molho de tomate e vários recheios; •Chucrute: É um prato típico consumido na Alemanha com repolho, água e sal; •Hambúrguer, cachorro-quente e batata frita: Fast-foods produzidos nos Estados Unidos; • Irish Stew: Receita feita com carne de carneiro, legumes, salsa, sal e pimenta muito consumido na Irlanda; •Bulgogi: É um prato típico coreano cuja tradução quer dizer carne de fogo. É uma carne bovina temperada com cebola, vinho, alho, óleo de gergelim, molho de soja com vegetais; •Goulash: Prato típico da Hungria, um cozido com carne, páprica, pimenta e vegetais; •Wiener Schitzel: Prato conhecido no Brasil como Bife à Milanesa, tem origem austríaca; •Pudim de Yorkshire: Receita típica da Inglaterra servida nos almoços dos ingleses composta por leite, ovos e farinha de trigo. Não é doce como o dos brasileiros. •Bobotie: Pratofamoso na África do Sul que consiste numa torta com carne moída, curry, castanha, açafrão e cebola; •Chop Suey: Prato tradicional da culinária chinesa com legumes e molho de amido; •Dhal: Prato produzido na Índia com caldo de legumes e temperos; •Pad Thai: Prato popular consumido na Tailândia com omelete, camarão, talharim de arroz frito, amendoim, tamarindo e outros temperos; •Kafta: É um prato típico Árabe assado feito com carne de cordeiro ou vaca, temperado com cominho, sal, pimenta e cebola; •Ceviche: Prato tradicional do Peru com peixes, frutos do mar, milho, batata e temperos. 6. CEREAIS, GRÃOS, LEGUMES E VERDURAS ARROZ O Grupo dos Cereais é constituído pelos alimentos ricos em carboidratos, como arroz, milho, trigo, aveia, pães, macarrão, farinhas, tubérculos e raízes (batata, mandioca, inhame), etc. Alimentos do Grupo dos Cereais podem ser integrais ou refinados, sendo que os grãos integrais preservam muito mais nutrientes (especialmente a fibra dietética), do que os refinados. Atualmente é fácil encontrar em qualquer supermercado vários produtos integrais, como arroz, pães, biscoitos, farinhas, macarrão. Para ter uma alimentação saudável, coma diariamente cereais integrais: eles são capazes de tornar a absorção da glicose mais lenta e de reduzir a absorção de gorduras. a) Arroz - O preparo do arroz começa com a escolha dos grãos, retirando as impurezas porventura presentes. Cerca de duas horas antes de levar o arroz ao fogo, deve ser feita a lavagem e o escorrimento numa peneira. Para obter um arroz cozido solto deve-se refogá-lo na gordura para impedir a penetração rápida da água e a adesão dos grãos (arroz papa). Adiciona-se água em ebulição na proporção de 2:1, para que seja totalmente absorvida e, então, a temperatura é reduzida e abafa-se a panela, ajustando bem a tampa para que a cocção seja lenta e uniforme. OSTENSIVO CIAA – 116 GRÃOS Leguminosas são grãos que nascem em vagens. Muitas são as espécies desta família botânica, dentre as quais destacamos os feijões (preto, mulatinho, manteiga, carioca, verde, fradinho, etc), soja, ervilhas, lentilhas, grão-de-bico, tremoço, guando, amendoim e alfarroba. São alimentos ricos em carboidratos, proteínas e fibras. As leguminosas representam a base da alimentação em nosso país, juntamente com os cereais. As leguminosas são alimentos que devem aparecer com frequência nos cardápios, especialmente os econômicos, mas devem ser complementadas com carnes, ovos ou pescado, exceto quando se usa a soja ou combinações vegetais (cereais e leguminosas). a) Feijão - A preparação mais comum é o feijão à moda brasileira, refogado com temperos. As mais complexas levam carne-seca, toucinho, paio, dobradinha e outros produtos salgados de porco, além de hortaliças. Pratos que são preparados com feijão cozido simples: amassado para a confecção de bolinhos (acarajé), croquetes, etc. As sopas são muito apreciadas, servidas simples ou com acompanhamento. b) Lentilhas - Podem ser empregadas em quase todas as preparações indicadas para o feijão, além de ensopadas com carne, linguiça ou bacon. c) Grão-de-bico - Serve para purês, croquetes, refogado simples ou com carnes, saladas, etc. d) Ervilha seca e outros - Ervilhas, tremoços e guandos: empregados em sopas, purês ou ensopados com outros alimentos (carne, bacon, lingüiça, etc). Também são servidos simples, refogados com gordura e temperos; os tremoços são servidos como tira-gosto. e) Soja - Dentre os produtos alimentares de soja estão: óleo, farinha, pão, biscoitos, feijão soja em grão, doce de soja, café de grão de soja (para infusão). A remoção da cutícula externa, depois de um remolho de oito horas ou mais, favorece o sabor da preparação. Como as demais leguminosas, o tempo de cocção varia de acordo com a espécie de soja usada e o método de cocção escolhido. LEGUMES A preparação de legumes é muito simples; no entanto, é preciso dar muita atenção a alguns detalhes essenciais. Para seu aproveitamento na alimentação, os legumes são submetidos a operações culinárias que incluem limpeza, subdivisão e cocção. Após a escolha da hortaliça, deve ser realizado o pré-preparo, que começa com a remoção de folhas velhas, talos endurecidos, pedaços deteriorados, casca, etc. Cada vegetal deve ser limpo segundo regras que, em geral, são descritas nas receitas. Uma vez limpo, deve ser lavado mais de uma vez, próximo à hora do uso. O fator de correção para os legumes é, geralmente, alto, e representa uma perda inevitável que pode chagar a até 62% do peso bruto, como é o caso do milho verde. Este fator deve ser levado em conta no ato da compra, observando-se, cuidadosamente, o aspecto e as condições em que os vegetais são oferecidos. Não se deve deixar seduzir por preços aparentemente baixos e, sim, procurar ver o quanto, realmente, se aproveitará do vegetal, depois da limpeza e pré-preparo. VERDURAS O Grupo das Hortaliças é composto pelos vegetais folhosos, alimentos de fácil acesso à população, ricos em minerais, vitaminas e fibras - nutrientes com funções reguladoras e indispensáveis ao organismo. Há tanta variedade disponível no mundo inteiro que é possível experimentar combinações diversas e usar ingredientes originais e exóticos. Mesmo o menor mercado oferece uma multiplicidade extraordinária de hortaliças: da alface comum à americana, folhas tenras de OSTENSIVO CIAA – 116 espinafre, acelga, rúcula, almeirão, escarola, agrião e, se você procurar em lojas mais especializadas, encontrará endívia, radicchio, brotos variados, lollo rosso ou lolo sanguine, couve- chinesa, folhas baby etc. As flores comestíveis como a capuchinha e o amor-perfeito são complementos lindos para salada. Estes alimentos devem ser consumidos preferencialmente crus - tomando-se todos os cuidados com a higienização - ou cozidos no vapor. Quanto mais colorida for sua salada, mais saudável ela será. Evite os legumes refogados, sempre acrescidos de óleo, o que torna a preparação mais calórica. 7.MASSAS O termo “massa” inclui uma grande variedade de tipos e formas, dos quais talvez os mais famosos sejam o talharim, o espaguete e a lasanha. O espaguete pode ser encontrado em várias espessuras e até furado (neste caso, se chama furadinho). O talharim é uma tira de massa chata e comprida, e a lasanha é um retângulo do tamanho de um cartão postal, mais ou menos fino. Além destes, existem outros, tais como: espirais, parafusos, penas lisas e “rigadas”, gravatas, “tortilloni”, “rigatoni”, chumbinho, alpiste, arrozinho, estrelinhas, alfabeto, aneizinhos, ave-marias, argolas, conchas e toda uma variedade empregada no preparo de sopas. Há também várias de massas para rechear, como: “ravióli”, “tortellini”, “cappelletti”, “caneloni”, etc, A massa é uma preparação gostosa e satisfatória a um preço relativamente baixo, pois o custo maior é o do molho e/ou recheio usados para enriquecer o sabor. Combina com praticamente qualquer tipo de alimento e pode ser usada como entrada, salada, prato principal, acompanhamento e, até, sobremesa. Fundamentalmente, o preparo é o mesmo para qualquer tipo de massa, mas o tipo caseiro é preparado com farinha de trigo comum e ovos, enquanto o industrializado é feito com farinha de trigo do tipo duro (com maior teor de glúten), para poder aguentar a pressão das máquinas sem queimar. A massa pode ser servida com tempero simples, a base de azeite, óleo, manteiga ou margarina ou outro molho a gosto. TIPOS DE MASSA Tipode massa Característica Ideal para Espaguete Massa longa Formato mais tradicional, fino e cilíndrico. • Macarronadas • Molhos mais líquidos Linguine Massa longa Formato mais achatado que o espaguete. • Macarronadas • Molhos mais líquidos • Frutos do mar Talharim, fettucine, tagliatelle e pappardelle Massa longa Formato bastante achatado. Normalmente, formam um ninho. Variam de acordo com a largura. • Molhos leves que possam aderir à massa. Aletria ("cabelinho de anjo") Massa longa Formato cilíndrico mais fino em ninho. • Doces (aletria) • Sopas Bucatini ("macarrão furadinho") Massa longa Formato cilíndrico, mais grosso que o espaguete e possui um furo no meio como um canudo. • Molhos bastante líquidos que possam adentrar a massa. Penne Massa curta Formato curto, oco, pontiagudo e com ranhuras para a adesão do molho. • Molhos espessos e com pedaços. OSTENSIVO CIAA – 116 Tipo de massa Característica Ideal para • Preparos no forno (ex: gratinado). Rigatoni Massa curta Cilindros grossos e curtos, com ranhura para aderir ao molho. • Molhos espessos e com pedaços. Fusili ("macarrão parafuso") Massa curta Formato de parafuso (helicoidal). • Saladas • Pratos leves Farfalle ("gravatinha") Massa curta Formato de borboleta (farfalle, em italiano) ou gravata borboleta (por isso, o apelido de "gravatinha"). • Saladas • Pratos leves • Molhos espessos Chifferi ("caracol" ou "cotovelo") Massa curta Formato em "L", cilíndrico e oco. • Mac and cheese Macarrão de arroz Massa oriental Formato parecido com o talharim, massa feita com farinha de arroz. • Pratos orientais • Pratos leves Lamen Massa oriental Formato fino e crespo, rápida cozedura. Conhecido como miojo ou macarrão oriental. • Molhos bastante líquidos. • Preparos com legumes Ravioli Massa recheada Formato de pastel, recheado com carne, queijo ou legumes. • Molhos líquidos que combinem com seu recheio. Capeletti e Tortellini Massa recheada Massa recheada de fechamento quadrado ou triangular e união das pontas em uma forma anelada. • Molhos líquidos que combinem com seu recheio. Guioza Massa recheada Massa recheada em forma de pastel, pode ser cozida ou frita. • Servida com molho a base de shoyu. TIPOS DE MOLHO Massa e molho formam uma das duplas mais amadas da gastronomia mundial. A união desses dois itens é tão comum na cozinha que, muitas vezes, nem pensamos, só fazemos, não é mesmo? Se existe tanta variedade de pastas no mercado não é à toa. Cada uma delas combina mais com um ou outro tipo de molho. As massas podem ser longas ou curtas, de espessura mais fina ou larga, lisas ou texturizadas e ter diferentes formas. Já os molhos vão dos mais líquidos aos mais encorpados, dos mais suaves aos intensos. Vamos entender como fazer as melhores harmonizações para criar pratos equilibrados e cheios de sabor? Começamos pelo básico: pomodoro ou molho sugo. É aquele tipo de receita que pode ser simples, mas que, bem feita, ninguém resiste! Ele pode ser preparado em casa, com tomates frescos ou tomates pelados enlatados, e levar aquele tempero caprichado. Combina com massas longas, como espaguete e talharim, mas também é boa companhia para o nhoque de batatas. Para incrementar, umas folhinhas de manjericão e queijo parmesão ralado vão muito bem. Outro molho tradicional no dia a dia do brasileiro é o bolonhesa. Tendo como ingredientes principais o molho de tomate e carne bovina moída, ele pede massas longas, porém mais largas que o espaguete. O tagliatelle e o parppardelle são boas sugestões para harmonizar com esse OSTENSIVO CIAA – 116 molho mais robusto. Em formato de concha, o conchiglie é outra opção para o bolonhesa, que também não pode faltar na receita clássica da lasanha. O carbonara, Feito com gemas de ovos, queijo pecorino (ou parmesão), guanciale (a bochecha do porco, que pode ser substituída por pancetta ou bacon) e pimenta do reino, esse molho aveludado e de sabor mais potente vem ganhando o paladar dos brasileiros. Além do espaguete, muito utilizado nessa receita, o penne, o seu “primo” rigatoni e o orichiette (que lembra uma pequena orelha), têm formatos adequados para reter o molho. O molho pesto, clássico italiano que leva folhas de manjericão, pinoli (nozes são alternativa), alho, queijo parmesão, azeite de oliva é saboroso, muito aromático e uma opção mais fresca para acompanhar massas. As mais finas e longas, como linguine e fettuccine, vão bem com pesto, que também pode escoltar massas mais delicadas, como o farfalle, a famosa gravatinha, e o nhoque. Molho pesto é uma opção saborosa, aromática e mais fresca para massas como farfalle Criado em Roma, no início dos anos 1900, pelo restaurateur Alfredo Di Lelio, o Fettuccine all’Alfredo alcançou fama mundial – e até hoje é carro-chefe do restaurante romano Alfredo. O molho leva apenas manteiga e queijo parmesão e um pouco da água do cozimento da massa, mas hoje é comum a adição (desnecessária?) de creme de leite. A receita original é com fettuccine, mas o pappardelle pode ser uma alternativa. O molho branco – também chamado de bechamel – é bastante versátil na cozinha. A base é de leite engrossado com farinha trigo e manteiga, além de noz-moscada e pimenta do reino, mas há quem goste de acrescentar queijo ou creme de leite, por exemplo. As massas curtas são mais recomendadas para esse molho cremoso, como o parafuso, o penne e o caracolino, muito conhecido pelo Mac & Cheese, prato norte-americano de macarrão com queijo gratinado. Está sem tempo ou sem inspiração de preparar um bom molho? Vá de alho e óleo. Claro que você pode incrementar com outros ingredientes, como pimenta, salsinha e até verduras e legumes – espinafre e brócolis ficam ótimos! Menos encorpada, essa opção combina com massas longas e mais finas, como espaguete, espaguetine e linguine. OSTENSIVO CIAA – 116 8.ARMAZENAGEM E CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS CONCEITOS E PRINCÍPIOS BÁSICOS DE ARMAZENAGEM DOS ALIMENTOS a) DEFINIÇÃO DE ARMAZENAGEM Armazenar é o ato de guardar ou recolher a um determinado local de estocagem, certo item, por um período, garantindo a manutenção de suas características essenciais até o seu uso efetivo. A armazenagem pode ser em um armazém, paiol, estoque, despensa, etc. b) FASES DA ARMAZENAGEM A armazenagem é constituída por cinco fases, como são descritas a seguir: 1. Recebimento - é o ato de examinar e conferir o material quanto à quantidade, à vista do documento fiscal que o acompanha (nota fiscal, remessa-fatura, listagem, etc.); 2. Perícia - é o ato de vistoriar ou efetuar exame técnico detalhado, de forma a certificar que o material recebido tenha as características técnicas e a qualidade desejadas; 3. Estocagem - é a arrumação dos itens de um material em uma área previamente definida, de modo organizado, para que se obtenha o melhor aproveitamento do espaço disponível, dentro dos parâmetros que permitam a movimentação rápida e segura, quando for necessário; 4. Guarda - é a capacidade de manter o material salvaguardado de danos físicos, extravios ou furtos; 5. Conservação - é a capacidade de manter asseguradas aos itens, suas características básicas e específicas, até o momento da utilização. c) CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO RANCHO A área destinada ao rancho deve, sempre que possível, ser projetada para obedecer a um fluxo racional de trabalho, que impeça cruzamentos indesejáveis, provocando atrasos ou mesmo