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Processo de iniciação na Igreja Primitiva

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O que é Catequese
O Papa João Paulo II disse: "A catequese é uma educação da fé das crianças, dos jovens e dos adultos, a qual compreende especialmente um ensino da doutrina cristã, dado em geral de maneira orgânica e sistemática, com fim de os iniciar na plenitude da vida cristã" (CT). Segundo O Novo Catecismo da Igreja Católica (1992) "no centro da catequese encontramos essencialmente uma Pessoa, a de Jesus Cristo de Nazaré, Filho único do Pai... 
A finalidade definitiva da catequese é levar à comunhão com Jesus Cristo: só Ele pode conduzir ao amor do Pai no Espírito e fazer-nos participar da vida da Santíssima Trindade... Todo catequista deveria poder aplicar a si mesmo a misteriosa palavra de Jesus: 'Minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou' (Jo 7,16)" (NCIC, 426-427). Em sua origem, o termo "CATEQUESE" diz respeito à proclamação da Palavra. O termo se liga a um verbo que significa "Fazer" - "Ecoar" (gr. Kat-ekhéo). Assim a catequese tem por objetivo último fazer escutar e repercutir a Palavra de Deus. 
Desta forma, é missão da Igreja anunciar o Evangelho em todo o mundo, mas, em primeiro lugar, a Palavra de Deus deve ser anunciada aos seus próprios membros. É dentro da Igreja que se desenvolve a formação de seus membros, para que possam depois anunciar a todos a Palavra de Deus. Quando se fala em catequese, muitos pensam na catequese que se prepara as crianças à Primeira Eucaristia. Catequese hoje não se deve confundir com o "dar catecismo". 
A catequese faz parte da ação evangelizadora da Igreja que envolve aqueles que aderem a Jesus Cristo. Catequese é o ensinamento essencial da fé, não apenas da doutrina como também da vida, levando a uma consciente e ativa participação do mistério litúrgico e irradiando uma ação apostólica. Segundo o Documento de Puebla (1979) e a afirmação dos Bispos do Brasil, a catequese é um processo de educação da fé em comunidade, é dinâmica, é sistemática e permanente. Os Bispos da América Latina reunidos em Santo Domingo (1992) nos disseram": "Damos graças a Deus pelos esforços de tantos e tantas catequistas que cumprem seu serviço eclesial com sacrifício, selado, às vezes, com suas vidas. Contudo, devemos reconhecer como pastores que ainda há muito por fazer. 
Existe ainda muita ignorância religiosa, a catequese não chega a todos e muitas vezes chega em forma superficial, incompleta quanto a seus conteúdos, ou puramente intelectual, sem força para transformar a vida das pessoas e de seus ambientes" (DSD, 41). Todo cristão que aceita Cristo por inteiro, esse é o verdadeiro cristão balizado, ele é responsável, em anunciar a Palavra de Deus, a começar por si próprio e pela família. Para tanto, tem uma maturidade cristã de fé e de amor ao próximo e à Igreja. 
Processo de iniciação na Igreja Primitiva
Por “Igreja Primitiva” entendemos, aqui, as comunidades cristãs dos quatro primeiros séculos do Cristianismo. Tempos marcados pelo nascimento da Igreja, fundada na ressurreição de Jesus Cristo, com a vinda do Espírito Santo e o testemunho dos Apóstolos; a expansão da mensagem de Jesus para além da Palestina, atingindo Roma, o centro do Império Romano: “a era apostólica” (33-100).
 Entrelaçada com esse período, inicia-se a “era dos mártires” (64-311), com o surgimento dos Padres Apostólicos e dos Padres Apologistas: época das perseguições e do testemunho dos cristãos até a suprema identificação com o Senhor, com o derramamento do próprio sangue. 
Em 313, a Igreja ganha liberdade de culto e as graças do Império Romano, iniciando-se um novo período, conhecido como a “era da Igreja Imperial”, marcada pela contribuição dos grandes Padres da Igreja, a “era de ouro da Patrística”, com os primeiros concílios ecumênicos.
 
 “Este Jesus que foi morto numa cruz, Deus o ressuscitou e disso nós somos testemunhas!” (cf. Atos 2, 14-36; 2, 38-39; 3, 13-26; 4, 8-12; 5, 30-32; 10, 34-43; 13, 16-41). Trata-se do “querigma”, o anúncio fundamental dos que conviveram com o Senhor, passaram pelo escândalo da sua crucificação e a quem o Senhor apareceu ressuscitado, enviando-os em missão. O encontro com o Senhor vivo encheu-os de alegria e coragem. Os que ouviram esse anúncio, acreditaram e muitas foram as conversões. “Que fazemos, agora? Arrependam-se dos seus pecados, creiam e sejam batizados” (cf. Atos 2,37-41).
 Processo de Iniciação Cristã: Passos 
Testemunho – Anúncio  – Conversão – Fé – Batismo. Aqui estão os passos que desencadearam o processo de “iniciação à vida cristã na Igreja Antiga”. A catequese (o “ecoar” do primeiro anúncio) era dada por um grupo de ministros, chamados “doutores” nas comunidades paulinas.
 A vida das comunidades cristãs primitivas firmava-se sobre quatro pilares:
o anúncio/
a doutrina dos Apóstolos;
a fração do pão (ceia do Senhor/ Eucaristia); 
a oração e a comunhão de almas e corações, que levava à partilha dos bens, ao cuidado dos pobres e dos necessitados: “vejam como eles se amam!” (cf. Atos 2, 42-46; 4, 32-35). Anúncio e vida estavam intimamente ligados. Catequese e inserção progressiva na vida da comunidade eram inseparáveis.
 
Em torno do Batismo, porta de entrada para a comunidade cristã, desenvolveu-se o “Credo”, ou “Símbolo da Fé”, que se tornou o conteúdo básico da preparação para a iniciação à vida cristã, juntamente com os “exercícios” para uma vida nova: orações, jejuns, obras de misericórdia: esmolas, visita aos enfermos e prisioneiros, cuidado com os pobres. Normalmente um membro da comunidade apresentava um simpatizante ou um convertido aos coordenadores (bispos, presbíteros e diáconos). Tornava-se assim responsável direto pelo seu acompanhamento na preparação para receber os primeiros sacramentos da iniciação cristã, intimamente ligados: Batismo – Unção e Eucaristia: era o “padrinho ou madrinha”.
 
Essa prática era denominada “catecumenato”. O tempo de preparação variava de um a três anos. Na Quaresma, havia a preparação imediata; e na Vigília Pascal recebiam-se os três sacramentos, que formavam uma unidade. Os novos cristão eram então chamados “neófitos” (renascidos) ou “fotizómenoi” (iluminados).
 
Nos três primeiros séculos, o fato de alguém querer ser cristão já era sinal de autêntica conversão, pois significava assumir um risco de vida frente à possibilidade da perseguição. Após o Edito de Milão (313), muita gente acorreu à Igreja para se fazer cristão, nem sempre por convicção, mas por conveniência. A partir daí o catecumenato passa por uma nova estruturação, desenvolvendo-se mais as chamadas “catequeses mistagógicas”.
Características da Igreja Primitiva
 Era a Igreja formada pelos primeiros cristãos em áreas urbanas (forma organizada das cidades romanas), onde as transformaram (At 17,4). Eram as primeiras comunidades cristãs. Elas viviam escondidas, mas em união total. Todos continuavam firmes no ensino dos apóstolos, viviam em amizade uns com os outros, e se reuniam para as refeições e as orações. Os cristãos desta época tinham um sentimento de irmandade, caridade e fé, inegavelmente muito maior que o cristão de hoje. O melhor documento histórico para entendermos bem o período é o livro dos Atos dos Apóstolos, escrito por São Lucas Evangelista, onde vemos como essas comunidades se desenvolverem, suas dificuldades nos arredores da Palestina e parte da Ásia menor. 
Ao ler At 2, 42-47, podemos perceber o dia-a-dia dos primeiros cristãos. Eles viviam em regime de comunhão de bens, se aplicavam também na Oração (sendo a força catalisadora para a mudança de vida à a oração precisa da razão, assim como a fé), a fração do pão (partilha do todo, segundo a necessidade de cada um – o “pão” – sendo visto como a totalidade da necessidade) e havia meditação na Doutrina dos Apóstolos (consideravam o estudo, a investigação e a reflexão para terem certeza daquilo que iriam acreditar). Sua atuação se dá em Atenas, Jerusalém, Éfeso, Corinto, Roma, Alexandria, Antioquia e Tessalônia. Eram as próprias comunidades que financiavam as peregrinações dos Apóstolos e PeregrinosEvangelizadores pelo mundo todo. Eles aceitavam a própria morte e torturas física por amor a Jesus.
Os primeiros cristãos mudavam as cidades, mexiam com o sistema, eram intelectuais... Podemos dividir esse período em: 
“Período Apostólico” (30-70 d.C), 
“Período Sub-apóstólico” (70-135 d.C) e
“Período dos Mártires e da Institucionalização da Igreja” (135-313 d.C). O termo “Apóstolo” significa “enviado”, em grego. Missionários itinerantes, que tiveram contato com Jesus de Nazaré. Foram testemunhas oculares. Até o ano 100 d.C os cristãos ainda são bem desconhecidos. Os romanos os confundem com os judeus. Aos poucos, o cristianismo vai mostrando sua existência. Era o início da “Grande Igreja”. 
Contexto Histórico
O Cristianismo nasceu e desenvolveu-se dentro do quadro político-cultural do Império Romano. Durante três séculos o Império Romano perseguiu os cristãos (época das perseguições), porque a sua religião era vista como uma ofensa ao Estado representava outro universalismo e proibia os fiéis de prestarem culto religioso ao soberano. Aos poucos se propagou em Roma e pelo império. 
As principais e maiores perseguições foram as do imperador Nero, no século I (morte de Paulo, Pedro), a de Décio no ano 250, a de Valeriano (253-260) e a maior, mais violenta e última a de Diocleciano entre 303 e 304 que tinha por objetivo declarado acabar com o cristianismo e a Igreja. O balanço final desta última perseguição constituiu-se num rotundo fracasso, Diocleciano, após ter renunciado, ainda viveu o bastante para ver os cristãos viverem em liberdade. 
No século IV, o Cristianismo começou a ser tolerado pelo Império, para alcançar depois um estatuto de liberdade e converter-se finalmente, no tempo do imperador Teodósio (379-395), em religião oficial do Estado (380). O imperador romano, por esta época, convocou as grandes assembléias dos bispos, a saber, os concílios e a Igreja puderam então dar início à organização de suas estruturas territoriais.
Alguns fatos importantes:
 O Concílio de Jerusalém (49 d.C) à Ele seria o marco definitivo da ruptura do judaísmo com o cristianismo. A admissão de gentios (não-judeus) era um fato de difícil compreensão para os cristãos-judeus, que ainda se encontravam em parte presos às velhas tradições e práticas antigas. Foi presidido pelo Apóstolo Pedro. Seria o Concílio de Jerusalém, o primeiro deles. Assim foi aceito o batismo de não-judeus. “A salvação é pela fé e pela graça, não pela observância da Lei” (At 15:7-11).
Início do Monaquismo (séc. IV) à A Cristandade instrumentaliza a Igreja pelo Estado até um determinado ponto. Alguns bispos e os ascetas (eremitas) percebem esse perigo da “mundanização da Igreja”, pois o imperador está “na Igreja e não acima da Igreja” (Santo Ambrósio, bispo de Milão). Eremitas (Latim) / Anacoretas “ir para” (Grego) / Mônacos (Grego) 
à pessoas solitárias que fugiam do convívio das cidades e aldeias e iam para as margens do deserto. Esses bispos escrevem textos assinalando fronteiras, pois a igreja está no mundo, mas não é o mundo. Ela podia ser protegida pelo Estado, mas não queriam pagar com a sua submissão perante ele. Ela não é poder político. Primeiramente esse movimento é considerado “anárquico”, pois ele se automarginalizou, contudo, foi recuperado pela Igreja e deixou de ficar a margem.
1.      A catequese no período apostólico (30 d.C. – 100 d.C.)
No período da pregação apostólica, podem ser encontrados doismomentos distintos: o primeiro (de 30 d.C. até 70  d.C ) foi o do anúncio inicial (querigma), onde se buscava despertar nos ouvintes a fé inicial em Jesus, converter e apresentar os eventos centrais de Cristo;já o segundo(de 70 d.C. até 100 d.C) foi o do aprofundamento da fé e da transformação da vida, movidos pela Palavra, em preparação para o Batismo (ensinamento, instrução , narração, catequese).
Características da catequese no período apostólico:
         a missão fundamental é a transmissão dos ensinamentos de Jesus. O Evangelho é o anúncio de um fato positivo, vivencial, alegre, vitorioso, destinado a todos (Mc 16,15);
         o conteúdo da pregação refere-se à vida, paixão, morte e ressureição de Jesus Cristo;
         o anúncio da fé é adaptado aos destinatários;
         a catequese é destinada aos adultos em comunidade (Gl 1,2; 1Cor 1,2; Fm 1,2).
Enfoques da catequese no período apostólico:
         Catequese cristocêntrica (centrada na sua mensagem);
         catequesemissionária (Mt 28,19);
         catequeselitúrgica (centrada na Palavra, na reunião fraterna e na fração do pão (At 2,42-47)); 
         catequesetestemunhal, cujo modelo de vida era Cristo (andar de acordo com seu projeto, vida e mensagem, e não cumprir simples preceitos);
         catequeseexperiencial (a fé ainda não se encontra formulada em dogmas, mas é integralmente vivida pelos fiéis e apresentada com o entusiasmo e a alegria de quem descobriu sua salvação). 
2.      A catequese no período patrístico (100 d.C. – 400 d.C.): a época do catecumenato
No início deste período se admitia ao Batismo todos aqueles que o pediam, mediante uma simples profissão de fé no Cristo. Porém, logo surgiram as heresias que ameaçavam seduzir as pessoas mais ignorantes. Além disso, aumentaram as perseguições, com o perigo dos mais fracos não resistirem e entregarem seus irmãos ao exército. Tudo isso levou a comunidade cristã a pensar em fazer maiores exigências aos seus candidatos: preceder o Batismo por um período mais ou menos prolongado de instrução na doutrina e na moral cristãs; e pedir o testemunho favorável de membros da comunidade. 
No século III, a Igreja determina sua doutrina em fórmulas definitivas. Também passa a fazer maiores exigências aos que se preparavam ao Batismo: o candidato precisava dar provas de sinceridade e não exercer nenhuma profissão incompatível com os compromissos; também devia ser apresentado oficialmente à Igreja por cristãos que se responsabilizassem por ele. 
Características do catecumenato no período patrístico:
        Era uma catequese para adultos;
         o candidato era apresentado à comunidade por um cristão e os seus motivos eram seriamente examinados;
         uma vez aceito, ingressa no catecumenato por um rito religioso; um catequista encarrega-se de sua instrução religiosa e de verificar o seu comportamento; quando admitido à liturgia, pode ter um lugar especial: é ouvinte da pregação e, ao ser despedido antes da liturgia eucarística, reza-se sobre ele uma oração com imposição das mãos;
         a primeira fase do catecumenato era concluída com um novo exame por parte da comunidade cristã, com a finalidade de constatar se o catecúmeno havia progredido com a formação, e se merecia ser eleito para receber o Batismo;
         o testemunho do catequista era decisivo; se neste exame ele também obtivesse bom êxito, o catecúmeno era admitido a uma preparação imediata para o Batismo. Com a Igreja, vivia a quaresma em jejuns e penitências, e em instruções diárias com as liturgias pré-batismais;
         o catecúmeno recebia o símbolo (Creio) e o Pai Nosso, sendo deles examinado oito dias depois (escrutínios);
         recebido o Batismo, os neófitos mantinham-se de vestes brancas e completavam a sua instrução sacramental nas chamadas catequeses mistagógicas. Esta instrução ia até o segundo domingo da Páscoa, quando as vestes brancas eram depostas. 
Do quarto século em diante começam a surgir os problemas na organização do catecumenato. O Batismo de crianças se torna costume. Além disso, muitos pagãos decidem abraçar o cristianismo quando este se torna religião oficial, mas sem disposição de mudar de vida e de seguir as práticas impostas. Tudo isso fez com que as regras que fixavam o catecumenato fossem relaxadas.
Referências bibliográficas
GEEURICKX, J. A catequese na comunidade cristã: pequena história da catequese. Petrópolis: Vozes,1991.
KESTERING, J.; BERTOLDI, M. Elementos da história da catequese. Florianópolis: [SI].SANTOS, L. P. dos. Catequese ontem e hoje. Porto Alegre: EST/UCS, 1979.

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