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E N D O C R I N O L O G I A 2 0 2 4 É expressamente proibida a reprodução, parcial ou total, do conteúdo, conforme preceitua a lei 9610/98. O uso e a reprodução desautorizada do material imputa em crime de violação de direito autoral, que está previsto no artigo 184 do Código Penal, sob o risco de detenção de 3 meses a 1 ano, ou multa. Se você compactua de qualquer forma com a reprodução indevida, saiba que está cometendo CRIME. O seu acesso é concedido pela plataforma da Kiwify, detentora do programa DRM Social (Digital Right Management), que possui um conjunto de tecnologias que são aplicadas visando inibir a reprodução e/ou compartilhamento indesejado de arquivos digitais. São monitorados acessos suspeitos e envios indevidos dos arquivos fornecidos a você, que são protegidos por senha, com seu nome e CPF na forma de marca d’água no rodapé de todas as páginas. - 1.Conceitos Iniciais ANATOMIA: A TIREOIDE PESA 20 GRAMAS! A tireoide tem um formato semelhante ao de um escudo e abraça a traqueia, pesando 20g. Tem que saber isso! Se uma questão vier dizendo que um USG estimou o peso da tireoide em 40g, 60g, já sabemos que esse paciente tem bócio, tem aumento da glândula! ENTENDENDO O EIXO HORMONAL... O hormônio liberador de tireotropina (TRH), liberado pelo hipotálamo, age nos tireotropos, localizados na hipófise, estimulando a secreção de TSH. A tireoide é uma das maiores glândulas endócrinas, e é responsável pela secreção de T3 e T4. A secreção dos hormônios tireoidianos (T3 e T4) é controlada, principalmente, pelo TSH (hormônio tireoestimulante) secretado pela hipófise anterior. Cerca de 93% dos hormônios liberados pela tireoide consistem em tiroxina (T3), e 7% são tri-iodotironina (T4). No entanto, nos tecidos, quase toda a tiroxina é convertida em tri- iodotironina, que é cerca de quatro vezes mais potente que a tiroxina, mas está em menor quantidade no sangue e persiste por um tempo muito curto. Ao serem liberados no sangue, os hormônios tireoidianos ligam-se às proteínas plasmáticas. Porém, devido à alta afinidade da ligação, esses hormônios – sobretudo a tiroxina) são liberados de forma lenta para as células teciduais. Nas células-alvo, esses hormônios ligam-se às proteínas intracelulares, são armazenadas e, lentamente, utilizadas ao longo de dias ou semanas. Para manter o nível ideal de secreção de hormônio tireoidiano, mecanismos específicos de feedback agem no hipotálamo e na hipófise anterior, com o fito de controlar a secreção tireoidiana. Através de um feedback negativo, quando estão em grandes quantidades, os hormônios tireoidianos inibem a hipófise, reduzindo a liberação de TSH, e o hipotálamo, reduzindo a liberação de TRH. Por outro lado, quando os níveis de hormônios estão reduzidos, ocorre um feedback positivo, estimulando a hipófise e o hipotálamo a liberar mais TSH e TRH, respectivamente. FISIOLOGIA: - FOLÍCULO TIREOIDIANO: unidade morfofuncional da tireoide. - A CÉLULA FOLICULAR é quem produz o hormônio tireoidiano! Qual é a unidade funcional da tireoide? Em nefro, é néfron. Em hepato, é o lóbulo hepático. É a menor parte do órgão capaz de exercer as suas funções... Qual a menor parte da tireoide capaz de produzir os hormônios tireoidianos? É o folículo tireoidiano! Existem milhões de folículo tireoidiano! Doenças da Tireoide @ casalmedresumos - EFEITO TRÓFICO - SÍNTESE HORMONAL - LIBERAÇÃO HORMONAL Imagem: adaptado de SILVERTHORN, D. Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada, 7ª Edição, Artmed, 2017. Imagem: br.pinterest.com Imagem: atin.icb.usp.br - HORMÔNIO TIREOIDIANO = TIREOGLOBULINA (produzido pela célula folicular) + IODO (advém da dieta). TIREOPEROXIDASE (TPO) = ENZIMA QUE JUNTA A TIREOGLOBULINA AO IODO QUE VEM DA DIETA ou seja, é a enzima responsável pela PRODUÇÃO DOS HORMÔNIOS TIREOIDIANOS. Vamos imaginar uma única célula folicular... O que essa célula tem de diferente de qualquer outra célula do nosso corpo? Ela concentra o iodeto da dieta... O iodo da dieta! Existe 20x mais iodo nessa célula do que em qualquer outra parte do nosso corpo! A grande tarefa dessa célula é concentrar o iodeto, substrato necessário para a produção dos hormônios tireoidianos! Depois que concentra o iodeto da dieta, uma enzima, a mais importante para a produção hormonal, chamada tireoperoxidase (TPO), nós temos a formação de T3 e T4. Qual a principal causa de hipotireoidismo no Brasil? Hashimoto, em 90% dos casos. E por que surge Hashimoto? Porque surgem anticorpos contra essa enzima! Anticorpos anti-TPO. Outro exemplo... Existem medicamentos que inibem TPO! São os inibidores da TPO... Quando é que temos que inibir TPO? Quando o paciente tem muita produção hormonal... Quando ele tem doença de Graves! Se tem substrato (iodeto), se tem a enzima (TPO), conseguimos produzir T3 e T4, que são armazenados junto a tireoglobulina, que só serve para entrar e sair da célula mesmo... A célula folicular então pega T3 e T4 juntos da tireoglobulina no coloide, internaliza, e depois manda para a circulação os hormônios tireoidianos, reaproveitando a tireoglobulina. A incorporação de uma molécula de iodo à tireoglobulina gera uma monoiodotirosina (MIT), e a incorporação de duas moléculas de iodo gera uma diiodotirosina (DIT). No passo seguinte, o acoplamento de uma MIT com uma DIT, o qual é catalisado pela própria TPO, vai originar o T3, enquanto o acoplamento de duas DIT gera T4. DESIODASE TIPO 1 E 2 CONVERSÃO PERIFÉRICA DE T4 EM T3 (BIOLOGICAMENTE ATIVO) A tireoide produz 20x mais T4 do que T3! T3 é o hormônio biologicamente ativo! Por causa disso, existe uma conversão periférica de T4 em T3. É a desiodase tipo 1! Onde tem essa enzima? Fígado, rim, músculo... E só adiantando uma situação do tratamento para aproveitar: existe uma vantagem do PTU em relação ao MMZ: ambas as drogas inibem a TPO, mas só o PTU inibe a desiodase tipo 1! DESIODASE TIPO 3 CONVERSÃO PERIFÉRICA DE T4 EM T3 REVERSO A desiodase tipo III converte o T4 em RT3 em casos de excesso de T4. Esse RT3 é responsável por inibir a desiodase I (gerando ↓conversão de T4 em T3). PECULIARIDADES IMPORTANTES... O HORMÔNIO FICA ARMAZENADO! A TIREOIDE TEM ESSA PECULIARIDADE! O hormônio que usamos hoje é o hormônio que foi produzido há 2-3 semanas atrás! É por isso que o tratamento com anti-TPO leva 2-3 semanas para fazer efeito = é por causa desse hormônio que fica armazenado! A TIREOIDE É UM ÓRGÃO RICAMENTE VASCULARIZADO! E como é que se dá a produção hormonal? A célula folicular (que compõe o folículo tireoidiano) pega o iodeto que vem da dieta, gera T3 e T4 e lança no coloide. Quando o organismo precisa desses hormônios, essa mesma célula pega um “pedacinho” de coloide, internaliza, e joga os hormônios para a circulação. A tireoide é um órgão ricamente vascularizado! Tem que ter preparo cirúrgico para operar, se não sangra muito! A tireoide produz 20x mais T4 do que T3! Imagem: atin.icb.usp.br - CÉLULAS PARAFOLICULARES OU CÉLULAS C: PRODUTORAS DE CALCITONINA CARCINOMA MEDULAR DE TIREOIDE Fora da unidade funcional existem as células parafoliculares ou células C, que produzem calcitonina. Elas produzem calcitonina, mas no ser humano a calcitonina não serve para nada! No cachorro, é importante, porque regula o cálcio. No ser humano nós temos a paratireoide para esse controle! Tem pouquíssima importância... Entretanto, vamos ver adiante, essas células podem iniciar um tipo de câncer da tireoide! Um câncer diferente, chamado carcinoma medular da tireoide! Veremos no decorrer do resumo! FUNÇÕES DOS HORMÔNIOS TIREOIDIANOS: - FORMAR RECEPTORES BETA-ADRENÉRGICOS - ESTIMULAR O METABOLISMO BASAL - PRODUZIR CALOR - “ACELERAR” O SISTEMA NERVOSO CENTRAL AUTORREGULAÇÃO DOS HORMÔNIOS TIREOIDIANOS PELO IODO (“AJUSTE FINO”): ↑IODO > ↓SENSIBILIDADEAdrenal - Cortisol - Androgênios - Aldosterona (RIM) SÍNDROME DE CUSHING “SECUNDÁRIA” (ACTH DEPENDENTE) SÍNDROME DE CUSHING “PRIMÁRIA” (ACTH INDEPENDENTE) SÍNDROME DE CUSHING Se o problema for primário, e agora estamos falando de uma hiperfunção cortical, há excesso de cortisol. Se lá em cima (hipófise) não tem nenhum problema, o feedback negativo ocorrerá normalmente o os níveis de ACTH vão diminuir. Beleza... No problema primário temos cortisol alto e ACTH baixo. Se o problema vier lá de cima, por excesso de estímulo de ACTH, o cortisol também vai aumentar. Quando o cortisol aumenta, a tendência é que o ACTH caia... Mas como ‘lá em cima’ está doente, isso não acontece! Então, quando o problema é secundário, temos ACTH e cortisol elevado! Só que quando nós estudamos síndrome de Cus hing nos livros, a gente não vê esses termos de ‘primária’ e ‘secundária’. Os termos utilizados são ACTH dependente (secundária) e independente (primária). ACTH DEPENDENTE ACTH INDEPENDENTE CAUSAS 1. DOENÇA DE CUSHING (ADENOMA HIPOFISÁRIO PRODUTOR DE ACTH) A principal causa da síndrome de Cushing ACTH dependente é a doença de Cushing! A doença de Cushing representa um adenoma de hipófise produtor de ACTH! Então, não confunda! Síndrome de Cushing representa o excesso de cortisol! Uma de suas causas é a doença de Cushing, que é o adenoma hipofisário! 2. SECREÇÃO ECTÓPICA DE ACTH (OAT CELL, CARCINOIDE DE TIMO, CA MEDULAR DE TIREOIDE) Perceba como a síndrome de Cushing não representa necessariamente uma hiperfunção do córtex adrenal! O excesso de ACTH pode vir de uma secreção ectópica! Ou seja, não tem nada a ver com a hipófise! E se não tem nada a ver com a hipófise, não podemos chamar de secundária! Todos esses tumores neuroendócrinos citados podem fazer isso! Essa é a graça da síndrome de Cushing... O problema pode não estar na adrenal ou no SNC! Pode estar no pulmão, pescoço... Pode ter problema fora do eixo! Por isso o termo mais adequado é ACTH dependente! ADENOMA, HIPERPLASIA OU CÂNCER ADRENAL Não depende do ACTH! O problema está na glândula! Pode ser uma hiperfunção por adenoma, hiperplasia suprarrenal... Ou até mesmo um câncer... PRINCIPAL CAUSA: IATROGENIA A principal causa da síndrome de Cushing no dia-dia é o uso de corticoide! É a iatrogenia! Não há mistério para a prova... O paciente vai chegar com o quadro clínico clássico e vai ter história do uso crônico de corticoide! CLÍNICA E LABORATÓRIO: - OBESIDADE CENTRAL/VISCERAL, GIBOSIDADE, FACE “LUA CHEIA”: é tanta quebra de gordura que ocorre uma redistribuição mais central desses lipídeos. - HIPERGLICEMIA: por catabolismo - HIRSUTISMO: aparecimento de pêlo em áreas desprovidas de pilificação. - ESTRIAS VIOLÁCEAS: > 1cm, espessas, grossas e principalmente em abdome - OSTEOPENIA/OSTEOPOROSE: ↑cortisol inibe células que promovem a reabsorção óssea - FRAGILIDADE CAPILAR - OUTROS: HIPOGONADISMO, OSTEOPOROSE, LABILIDADE EMOCIONAL, PSICOSE, ACNE, HIRSUTISMO, FRAQUEZA PROXIMAL, etc - HIPERTENSÃO + HIPOCALEMIA (EFEITO MINERALOCORTICOIDE): os glicocorticoides são parecidos em sua estrutura com os mineralocorticoides. Quando em excesso, os efeitos produzidos no rim são semelhantes ao da aldosterona: é o efeito mineralocorticoide do excesso de cortisol. Muito sódio é reabsorvido (hipertensão) em troca de potássio (hipocalemia). - HIPERPIGMENTAÇÃO: se aumento de ACTH - ↓ACTH - ↑CORTISOL - ↑ACTH - ↑CORTISOL - Algoritmo Diagnóstico e Terapêutico: (1) PRIMEIRO: SUSPEITA CLÍNICA (manifestações citadas acima) + EXCLUIR IATROGENIA (2) SEGUNDO: REALIZAR EXAMES DE TRIAGEM/RASTREIO (screening) para hipercortisolismo SE 2 EXAMES ALTERADOS = SÍNDROME DE CUSHING - 1MG DE DEXAMETASONA ÀS 23H = sem ↓cortisol sérico de 8h. Se esse 1mg fosse feito em pessoas normais, como a dexametasona é um glicocorticoide, ocorrerá feedback negativo em hipófise e hipotálamo. A consequência é uma madrugada inteira sem liberar nada de ACTH, pois o eixo está inibido. Quando o cortisol plasmático for dosado às 8h, esse cortisol estará reduzido! O exame está alterado se não houver essa queda! Nesse caso, o screening está positivo. - CORTISOL LIVRE URINÁRIO 24H = elevado - CORTISOL SALIVAR A MEIA-NOITE = elevado (3) TERCEIRO: DOSAR ACTH - SE SUPRIMIDO: causa ACTH independente. Complementar com TC DE ADRENAL, visto que as possibilidades são: Adenoma (10-15%) Hiperplasia ( 1CM) identificados em exame de imagem feito por qualquer outro motivo. EPIDEMIOLOGIA: - PRINCIPAL CAUSA: ADENOMA não funcionante - Prevalência aumenta com idade ABORDAGEM: (1) Funcionante x Não Funcionante Por isso... Sempre investigar: FEOCROMOCITOMA: metanefrinas e frações HIPERCORTISOLISMO: cortisol pós 1mg dexa Se HAS ou hipocalemia: investigar HIPERALDOSTERONISMO com relação aldosterona/atividade da renina plasmática (2) Benigno x Maligno = FAZER EXAME DE IMAGEM! PONTO 1: TAMANHO DA LESÃO Risco de malignidade se > 4cm PONTO 2: CONTORNO DA LESÃO ADENOMAS: regulares CARCINOMAS: irregulares PONTO 3: DENSIDADE DA LESÃO ADENOMAS: 25-30 HU PONTO 4: WASH-OUT ADENOMAS: > 60% de clareamento em 10 minutos CARCINOMAS E FEOCROMOCITOMA: 4CM LESÃO FUNCIONANTE SINAIS DE MALIGNIDADE Lembrando os principais hormônios secretados por um adenoma de adrenal... 1º lugar: CORTISOL 2º lugar: CATECOLAMINAS Imagem: cbi.nlm.nih.gov GENES ENVOLVIDOS (curiosidade) - HIPERPLASIAADRENAL CONGÊNITA CONCEITOS: - Distúrbio autossômico recessivo da esteroidogênese caracterizado pela FALTA DE ALGUMA ENZIMA FUNDAMENTAL PARA A SÍNTESE DO CORTISOL. A falta de cortisol leva a um aumento na liberação de ACTH, que leva a hiperplasia da glândula e acúmulo de metabólitos intermediários não alterados pela falta da enzima, como androgênios e mineralocorticoides. (*) A enzima faltante é a 21-HIDROXILASE em 90-95% dos casos. FISIOPATOLOGIA: QUADRO CLÍNICO: - A apresentação vai depender da enzima que se encontra deficiente! Destaque para a DEFICIÊNCIA DE 21-HIDROXILASE, que é a mais importante. Nela, encontramos as seguintes formas de apresentação: DEFICIÊNCIA GRAVE DA 21-HIDROXILASE: CORTISOL ALDOSTERONA DESIDRATAÇÃO, VÔMITOS, PERDA DE PESO 2ª SEMANA DE VIDA VIRILIZAÇÃO GENITÁLIA AMBÍGUA (XX) DEFICIÊNCIA “LEVE” DA 21-HIDROXILASE: CORTISOL ALDOSTERONA DIAGNÓSTICO TARDIO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL COM SOP Cortisol ↑ACTH HIPERPLASIA ADRENAL Consequências INSUFICIÊNCIA ADRENAL PERDA DE SAL HIPERANDROGENISMO HIPERPLASIA ADRENAL FORMA CLÁSSICA FORMA NÃO CLÁSSICA (TARDIA) Diagnóstico Diferencial com ESTENOSE HIPERTRÓFICA DE PILORO Estenose hipertrófica = ALCALOSE + HIPOCALEMIA Hiperplasia adrenal = ACIDOSE + HIPERCALEMIA Imagem: embrioglandulasendocrinas.blogspot.com - APROFUNDANDO... FORMA CLÁSSICA PERDEDORA DE SAL - Corresponde a 75% dos casos. História típica A PARTIR DA SEGUNDA SEMANA DE VIDA com desidratação, vômitos, perda ponderal, anorexia, distúrbios do ritmo cardíaco, cianose e dispneia. Sem tratamento, a criança costuma evoluir para óbito. Costuma ser confundida com estenose pilórica. FORMA APENAS VIRILIZANTE - Menino: normal ao nascimento, mas com sinais de PUBERDADE PRECOCE que podem aparecer nos primeiros 6 meses. Se não diagnosticada, o fechamento precoce das epífises pode determinar baixa estatura no adulto. - Menina: já ao nascimento observamos HIPERTROFIA DO CLITÓRIS, graus variados de FUSÃO LABIAL, desenvolvimento de SEIO UROGENITAL (vagina e uretra numa abertura comum) e PSEUDO-HERMAFRODITISMO. FORMA NÃO-CLÁSSICA (DE APARECIMENTO TARDIO) - NÃO OCORRE VIRILIZAÇÃO NAS MENINAS AO NASCIMENTO COMO NA FORMA CLÁSSICA, MAS NA INFÂNCIA OU ADOLESCÊNCIA PODE SIMULAR SOP. Essa é a forma que temos mais probabilidade de encontrar na prova de CM. Outras condições que entrariam no diagnóstico diferencial de síndrome virilizante seriam o hirsutismo idiopático, síndrome de resistência a insulina hiperandrogênica e os tumores ovarianos e suprarrenais. - Nesta outra causa de HAC, a DEFICIÊNCIA DE 11-BETA-HIDROXILASE apresenta-se uma SÍNDROME VIRILIZANTEE, mas SEM PERDA DE SAL. Pelo contrário, ocorre HIPERTENSÃO e HIPOCALEMIA, graças ao ACÚMULO DE DESOXICORTISOL (DOC) que possui efeito mineralocorticoide semelhante ao da aldosterona. DIAGNÓSTICO - AUMENTO DE 17-OH PROGESTERONA - REDUÇÃO DE CORTISOL - AUMENTO DA ATIVIDADE DA RENINA PLASMÁTICA - HIPERCALEMIA, HIPONATREMIA, ACIDOSE METABOLICA, AUMENTO DE UREIA. TRATAMENTO: - INSUFICIÊNCIA ADRENAL: repor GLICOCORTICOIDE (hidrocortisona, prednisona). Glicocorticoide ↓ACTH ↓estímulo para hiperplasia e síntese de andrógenos - HIPOALDOSTERONISMO: repor MINERALOCORTICOIDE (fludrocortisona). SE RN DESIDRATADO: infundir CRISTALOIDE. - VIRILIZAÇÃO: clitoroplastia e vulvoplastia são opções. - PNMT 3. Doenças da Medula da Adrenal FEOCROMOCITOMA CONCEITOS: - NEOPLASIA/TUMOR DE CÉLULAS CROMOAFINS (medula adrenal e paragangliomas) PRODUTOR DE CATECOLAMINAS TUMOR PEQUENO: secreção prioritária de ADRENALINA TUMOR GRANDE: secreção prioritária de NORADRENALINA SE EXTRA-ADRENAL: secreção somente de NORADRENALINA, pela AUSÊNCIA DA ENZIMA PNMT (feniletanolamina N-metiltransferase), que converte noradrenalina em adrenalina. - RARA, distribuição igual entre homens e mulheres, IDADE ENTRE 30-50 ANOS - 90% DAS VEZES: BENIGNO, UNILATERAL E NA SUPRARRENAL O feocromocitoma é um tumor produtor de catecolaminas! É um tumor das células cromoafins, que estão na medula suprarrenal produzindo as catecolaminas! A chance de cura nessa situação é de praticamente 100%! O problema é que existe essa regra... É 10% de coisa ruim! Essas situações conferem agora um prognóstico mais reservado, fugindo daquele padrão de quase 100% de chance de cura. E saiba: o feocromocitoma pode ser extra-adrenal! Lembre que as células cromoafins não estão somente na glândula adrenal. Temos os gânglios simpáticos para-aórticos que também são capazes de produzir catecolaminas. Se há um tumor de célula cromoafim, ele também pode acontecer nesses gânglios. Quando esse tumor ocorre na suprarrenal, por definição, ele é um feocromocitoma. Se ele surgir em gânglio para- aórtico, o nome passa a ser paraganglioma. A clínica é idêntica, o tratamento é idêntico. Só muda a localização! ETIOLOGIA: - ESPORÁDICO (90%) - HEREDITÁRIO (NEM 2) NEM 2A: + CMT + HIPERPARA PRIMÁRIO NEM 2B: + CMT + NEUROMAS + BIOTIPO MARFANOIDE - SÍNDROME DE VON HIPPEL-LINDAU + ANGIOMA RETINIANO + HEMANGIOBASTOMA CEREBELAR + HIPERNEFROMA - NEUROFIBROMATOSE HEREDITÁRIA TIPO 1 + NEUROFIBROMAS + MANCHAS CAFÉ COM LEITE CLÍNICA: - HAS PAROXÍSTICA - PAROXISMOS DE SINTOMAS ADRENÉRGICOS: cefaleia, palpitações, sudorese... - HIPOTENSÃO POSTURAL - PIORA COM BETABLOQUEADOR (estímulo concentra nos receptores alfa-1) - HIPERGLICEMIA: catecolaminas são contrainsulínicos... NORADRENALINA (10%) ADRENALINA (90%) REGRA DOS 10 - EM 10% DOS CASOS PODEM SER BILATERAIS EXTRA-ADRENAIS [em 10% são no tórax] EM PACIENTES JOVENS ( 10 UH) Captação de contraste Wash-out tardio RNM DE ABDOME Sinal hiperintenso em T2 e hipointenso em T1 CINTILOGRAFIA MIBG/PET-SCAN Para localizar os tumores extra-adrenais CATETERISMO VENOSO Para suspeita alta com todos os exames negativos. Usar em último caso. TRATAMENTO: PRÉ-OPERATÓRIO - ESTIMULAR INGESTA DE SAL - Primeiro: BLOQUEIO ALFA (+/- 14 dias) Alfabloqueadores: fenoxibenzamina, prazosina, doxazosina, fentolamina - DEPOIS, SE NECESSÁRIO (TAQUICARDIA): bloqueio beta Como é esse preparo? Tem uma ordem... Primeiro alfa-bloqueia e depois (se necessário) beta-bloqueia! Por quê? Nos vasos, tem receptor alfa e receptor beta. O receptor alfa fecha o vaso e o beta abre. Então, qual a ideia? Se fizer um beta-bloqueio primeiro, ele vai fechar quem estimula a abrir (então a partir de agora o vaso não abre mais). Em contrapartida, a catecolamina vai agir lá no alfa, que vai fechar o vaso! O vaso vai ficar que nem um “fio de cabelo”... Se a pessoa for coronariopata, ela infarta... É por isso que inverte! Bloqueia o alfa primeiro! Agora o vaso não fecha... E a catecolamina vai agir no beta, abrindo o vaso, mas também freando o coração. O paciente, assim, consegue ir para a cirurgia sem hipertensão e sem arritmia... (bloqueio “alfabético” primeiro alfa, depois beta) CIRURGIA - ADRENALECTOMIA laparoscópica unilateral - Anti-hipertensivos PÓS-OPERATÓRIO - SE HIPERTENSÃO, SÃO POSSIBILIDADES: Catecolaminas circulantes (1-3 semanas no pós-operatório) Tumor residual Dano renal - SE HIPOTENSÃO: pensar em hipovolemia - Follow-up anual (não há consenso) Imagem: Pheochromocytoma crisis | Clinical Endocrinology MANEJO DA CRISE DE FEOCROMOCITOMA - Internação em UTI - REPOSIÇÃO VOLÊMICA vigorosa - ALFA-BLOQUEIO - Possibilidade terapêutica: SULFATO DE MAGNÉSIO - Se HAS refratária: NIPRIDE - - 1. Conceitos Iniciais METABOLISMO DO CÁLCIO: A ingestão diária normal do cálcio é de 1000mg por dia, mas apenas 35% desse cálcio (350 mg) é absorvido pelos intestinos e enviado à corrente sanguínea. Sendo essa absorção facilitada pela vitamina D. Além disso, aproximadamente 250mg são excretadas pelas fezes diariamente, por meio de sulcos gastrointestinais e células epiteliais descamadas. Assim, cerca de 90% do cálcio consumido é excretado pelas fezes. E mais, 10% do cálcio ingerido é filtrado nos rins. Todavia, 99% dele é reabsorvido pelos túbulos renais, através da ação do PTH. Doenças da Paratireoide @ casalmedresumos PTH Ativa 1-α- hidroxilase Aumenta reabsorção Ca e excreta P ↑absorção de Ca P ↑reabsorção óssea ↑ CÁLCIO - Osso = RISCO EM FOSFATO DE CÁLCIO - Principal fonte de cálcio: ALIMENTO Cálcio vem da alimentação é absorvido no intestino com ajuda da vitamina D (ativada pelo rim) depositado no osso. - PTH: TIRA O CÁLCIO DO OSSO E COLOCA NO SANGUE. Imagem: Tratado de Fisiologia Médica (2021) - 2. Hiperparatireoidismo Primário CAUSAS: - PRINCIPAL: ADENOMA SOLITÁRIO (80-85% dos casos) A paratireoide que tem o adenoma não fica atrofiada, pois está trabalhando, mas as outras atrofiam, poiso adenoma está fazendo todo o serviço... - HIPERPLASIA - CARCINOMA LABORATÓRIO: - ↑PTH - ↑CÁLCIO - ↓FÓSFORO O paratormônio (PTH) é produzido pelas glândulas paratireoides e age aumentando a reabsorção de cálcio e fósforo. Além disso, atua diminuindo a excreção de cálcio pelos rins e aumentando sua absorção intestinal. Entretanto, apesar do aumento da reabsorção do fósforo, ocorre a diminuição do fósforo sérico, porque acaba promovendo o aumento da excreção renal desse mineral. Vamos entender pelo gráfico a seguir: CLÍNICA: - PODE SER ASSINTOMÁTICO... - SE HOUVER SINTOMAS: o principal é FRAQUEZA MUSCULAR. Mialgia e artralgia também podem ocorrer. - NEFROLITÍASE/NEFROCALCINOSE/DOENÇA RENAL CRÔNICA. O excesso de cálcio se acumula na urina... - DOENÇA ÓSSEA (OSTEOPOROSE/FRATURA/OSTEÍTE FIBROSA CÍSTICA). - PELA HIPERCALCEMIA: POLIÚRIA, FRAQUEZA, ↓INTERVALO QT CONSEQUÊNCIAS DO ↑PTH: ↑Reabsorção óssea ↑Reabsorção renal de cálcio Ativa 1-α-hidroxilase ↑Excreção de Fósforo Imagem: drasuzanavieira.med.br Imagem: Tratado de Fisiologia Médica (2021) - TRATAMENTO: PARATIREOIDECTOMIA! QUANDO FAZER? (1) SINTOMÁTICO (2) ASSINTOMÁTICO SE: R: rim: Cl Cr 400 mg/24h I: idade 1 mg/dl do limite superior normalidade O: osso: osteoporose ou fratura prévia SE HOUVER INDICAÇÃO CIRÚRGICA... Tem que descobrir qual a paratireoide que está causando o problema! FAZER ULTRASSOM + TC COM SESTAMIBI [padrão-ouro] SE NÃO HOUVER INDICAÇÃO CIRÚRGICA... Não precisa descobrir! FAZER ACOMPANHAMENTO! COMPLICAÇÃO PÓS-CIRÚRGICA DE UM ADENOMA SOLITÁRIO: - HIPOCALCEMIA - LESÃO DE NERVO LARÍNGEO + ROUQUIDÃO É UMA POSSIBILIDADE Quando tira a paratireoide que tem o adenoma, as outras 3 paratireoides remanescentes estão ainda meio “capengas”! Ficam meio lentas para secretar o PTH nos próximos 3-5 dias! MANEJO DA HIPERCALCEMIA ABORDAGEM: PASSO 1 CORRIGIR O VALOR DO CÁLCIO TOTAL Opção 1: dosar o cálcio IONIZADO Opção 2: calcular pela fórmula abaixo. Cálcio sérico + 0,8 x (albumina normal – albumina paciente) Imagem: repositoriodavoz.wordpress.com - PASSO 2 IDENTIFICAR A ETIOLOGIA = DOSAR O PTH! AS 3 GRANDES CAUSAS DE HIPERCALCEMIA... 1. HIPERPARATIREOIDISMO PRIMÁRIO PTH ALTO PERFIL DE PACIENTE: MAIS JOVEM, AMBULATORIAL, MELHOR ESTADO GERAL 2. NEOPLASIA (METÁSTASE, PTH-RP OU SÍMILE) PTH BAIXO + “OSSO DOENTE” PERFIL DE PACIENTE: IDOSO, INTERNADO, PIOR ESTADO GERAL Mecanismos: (1) HIPERCALCEMIA HUMORAL (PTH-RP); (2) METÁSTASE (hipercalcemia osteolítica local); (3) SÍNTESE DE VITAMINA D ATIVA (calcitriol) por células cancerígenas, principalmente doenças linfoproliferativas. O PTH símile faz todo o serviço do PTH... Então, com muito cálcio no sangue, a paratireoide interpreta que não precisa mais secretar PTH. Fica baixo... Esse é o mecanismo mais cobrado em prova! 3. HIPERVITAMINOSE D PTH BAIXO + “OSSO SAUDÁVEL” PERFIL DE PACIENTE: DOENÇAS GRANULOMATOSAS, USO EXÓGENO/SUPLEMENTAÇÃO Absorve muito cálcio e o PTH cai... Para diferenciar de neoplasia, aqui NÃO TEM LESÃO ÓSSEA. TRATAMENTO AGUDO DA HIPERCALCEMIA (1) HIDRATAÇÃO VENOSA - SOLUÇÃO SALINA ISOTÔNICA (SF/RL) 300 ML/HORA (2-4 LITROS/DIA) mantendo débito urinário de 100-150ml/hora. Cuidado com cardiopatas. FUROSEMIDA: dose não padronizada. Usar somente depois de restaurada a volemia para controle hídrico! Ou seja, somente se indícios de hipervolemia! (2) INIBIDORES DA REABSORÇÃO ÓSSEA 2.1. EXERCEM EFEITO MAIS SUSTENTADO EM 24-48H - BIFOSFONATOS: ZOLEDRONATO (ÁCIDO ZOLEDRÔNICO): é o agente de primeira escolha pela potência mais elevada que o pamidronato e pelo tempo de administração mais conveniente (5-15 minutos x 2 horas). A dose usual é de 4-8mg IV em 15 minutos. PAMIDRONATO: bastante comum no nosso meio, utilizado na dose de 30-90mg IV, em 2 horas. O efeito da droga permanece em média por 15 dias e a dose não deve ser repetida durante, pelo menos, 7 dias. (*) A necrose avascular da mandíbula foi descrita como efeito adverso do uso crônico de bifosfonatos, principalmente intravenosos, sendo o zoledronato o mais associado. O risco parece maior em pacientes com higiene oral precária e com próteses mal adaptadas. - DENOSUMABE: anticorpo monoclonal que se liga ao receptor ativador do fator-kB (RANKL) dos osteoclastos, inibindo a reabsorção óssea. É o agente antirreabsortivo mais potente disponível. Já era utilizado no tratamento da osteoporose e recentemente foi aprovado para o tratamento da hipercalcemia. A dose é de 120mg SC, podendo ser repetida. 2.2. EXERCE EFEITO MAIS IMEDIATO, PORÉM RÁPIDO - CALCITONINA: peptídeo hormonal de efeito oposto ao PTH (hipocalcemiante) por inibir os osteoclastos e aumentar a excreção renal de cálcio. A dose é de 2-8U/kg, IV, IM ou SC a cada 6-12 horas. O INÍCIO DE AÇÃO É RÁPIDO – em torno de 4 horas – porém o seu EFEITO É LIMITADO (redução de 1-2mg/dl) e TRANSITÓRIO (24-48h) por conta do desenvolvimento de TAQUIFILAXIA. Assim, a maior utilidade seria nas hipercalcemias mais graves, junto com a hidratação venosa, enquanto se espera por um efeito mais sustentado dos bifosfonatos, que só iniciam sua ação 24-48h após a infusão. - (3) GLICOCORTICOIDES EM CASOS ESPECÍFICOS - GLICOCORTICOIDES: úteis apenas nos casos de MALIGNIDADES (efeito antitumoral no mieloma, leucemia e doença de Hodgkin) e DOENÇAS QUE CURSAM COM AUMENTO DE VITAMINA D (intoxicação exógena, doenças granulomatosas, linfoma). Atuam aumentando a excreção renal de cálcio e reduzindo sua absorção intestinal. A droga padrão é a PREDNISONA, 40-100mg/dia, em 4 doses. (4) AVALIAR REFRATARIEDADE - HEMODIÁLISE: último recurso, sobretudo naqueles em que a hidratação vigorosa não é possível. - FOSFATO VENOSO: nos casos em que não é possível a hemodiálise, é a última da última alternativa. Risco altíssimo de hipocalcemia. 3. Hiperparatireoidismo Secundário ETIOLOGIA: - HIPOVITAMINOSE D - DOENÇA RENAL CRÔNICA (OSTEÍTE FIBROSA CÍSTICA) Na prática, fica fácildiferenciar, mas na prova é diferente! LABORATÓRIO: - ↑PTH - ↓CÁLCIO OSTEÍTE FIBROSA CÍSTICA - Pela redução da função renal, ocorre aumento de fosfato (que é um quelante de cálcio) e redução da vitamina D (que gera diminuição da absorção de cálcio). Ou seja, são 2 mecanismos gerando a HIPOCALCEMIA. A consequência é uma ELEVAÇÃO DO PTH. - O excesso de PTH ativa osteoclasto, que gera um “buraco no osso”. Para consertar o problema, o osteblasto vai lá e tenta fechar o buraco, mas não tem cálcio... O resultado é uma osteogênese imperfeita (OSTEÍTE FIBROSA). DIAGNÓSTICO: - FOSFATO ALTO - CÁLCIO BAIXO - CALCITRIOL BAIXO - PTH ALTO ACHADOS CARACTERÍSTICOS: - REABSORÇÃO SUBPERIOSTEAL DA FALANGE - TUMOR MARROM (OSTEOCLASTOMA) - CRÂNIO EM SAL E PIMENTA - COLUNAS EM RUGGER-JERSEY COMO DIFERENCIAR EM PROVA? FOSFATO! Imagem: drasuzanavieira.med.br CRÂNIO EM SAL E PIMENTA REAB. SUBPERIOST. FALANGES COLUNA EM RUGGER-JERSEY OSTEOCLASTOMA Imagem: dicasradiologia.blogspot.com | radiopaedia.org - TRATAMENTO: G3 (TFG: 30-59) - RESTRIÇÃO DE FOSFATO NA DIETA (800-1000mg/dia) G4/G5 (TFG: 15-29/ 9,5: optar pelo SEVELAMER - CALCITRIOL: SE FOSFATO NORMAL + VITAMINA D BAIXA (somente nessa situação) - CALCIOMIMÉTICO: CINACALCET REFRATÁRIO? - PARATIREOIDECTOMIA, se: NÍVEIS PERSISTENTES DE ↑PTH HIPERCALCEMIA (SECREÇÃO AUTÔNOMA) HIPERPARATIREOIDISMO TERCIÁRIO 4. Hipoparatireoidismo QUAIS SERIAM AS CONSEQUÊNCIAS, ENTÃO, DE ↓PTH: HIPOCALCEMIA HIPERFOSFATEMIA É o que ocorre no hipoparatireoidismo... ETIOLOGIA: PRIMÁRIO: - CAUSAS: RETIRADA OU LESÃO CIRÚRGICA DA GLÂNDULA, RT CERVICAL, AUTOIMUNES, etc. - CLÍNICA: sinais de HIPOCALCEMIA PARESTESIAS, CÃIBRAS, ESPASMOS; TETANIA CHVOSTEK e TROSSEAU CALCIFICAÇÕES (NEFROCALCINOSE, SÍNDROME DE FAHR): em quadros mais crônicos, lembre que o fosfato elevado se liga ao cálcio e se deposita nos tecidos, gerando calcificação dos mesmos. Exemplo: nos rins = nefrocalcinose; nos gânglios da base = síndrome de Fahr ALTERAÇÕES INTERVALO QT CONVULSÕES E COMA - DIAGNÓSTICO: CÁLCIO 65) PHP tipo I: SÍNDROME DE ALBRIGHT (IA) PHP tipo II: RARO - TRATAMENTO: REPOSIÇÃO DE CÁLCIO PARA FIXAR O CONTEÚDO CÁLCIO FOSFATO HIPERPARA Alto Baixo HIPOPARA Baixo Alto INTOX. VIT. D Alto Alto DEF. VIT. D Baixo Baixo EXTRAS... PARA PASSAR O OLHO Distúrbios do Fosfato HIPO ( 4,5) MECANISMO Glicólise Lise celular CAUSA Hiperpara 1º Deficiência Vit.D Cetoacidose + INS Hipopara 1º Intox. Vit. D Trauma/IR TRATAMENTO KHPO4 IV 24h SF0,9% + diálise Distúrbios do Magnésio HIPO ( adenoma (principal no esporádico) - TUMORES ENTEROPANCREÁTICOS (75-80%) Gastrinoma (40%), não funcionantes (20%), insulinoma (10%) Geralmente MULTIFOCAIS com maior potencial de malignização - TUMORES HIPOFISÁRIOS (15-20%) Prolactinoma (60%) Somatotropinoma (15%) Adenoma clinicamente não funcionante (10%) São maiores e mais precoces! OUTRAS MANIFESTAÇÕES PRESENTES: ANGIOFIBROMA FACIAL, COLAGENOMA, LIPOMA... NEM 2 - Mutação no PROTO-ONCOGENE RET - NEM 2A é mais comum = 95% dos casos de NEM 2 - CARCINOMA MEDULAR DE TIREOIDE (> 95%) costuma ser MULTICÊNTRICO - FEOCROMOCITOMA (40-60%) benigno e pode ser BILATERAL - NEM 2A: hiperparatireoidismo primário está presente em 10-20% - NEM 2B: neuromas e hábitos marfanoides estão presentes em > 98% Neoplasia Endócrina Múltipla (NEM) @ casalmedresumos Imagem: lecturio.com - 1. Raquitismo e Osteomalácia RELEMBRANDO CONCEITOS... PTH - Estimula reabsorção óssea - Ativa vitamina D - Reabsorve cálcio Vitamina D - Estimula absorção intestinal de cálcio e fósforo Cálcio e Fósforo - Matéria-prima para formação óssea** (**) O TURN-OVER ÓSSEO PASSA POR 4 ETAPAS: REABSORÇÃO (osteoblasto) FORMAÇÃO DA MATRIZ (osteoclasto) MINERALIZAÇÃO (osteoclasto) DIFERENCIAÇÃO dos osteoblastos em osteócitos CONCEITOS INICIAIS: - Distúrbios da MINERALIZAÇÃO ÓSSEA ETIOLOGIA: - DEFICIÊNCIA DE CÁLCIO (VITAMINA D), FÓSFORO OU FOSFATASE ALCALINA (HIPOFOSFATASIA) - Essa deficiência pode ser ADQUIRIDA (baixa ingesta, síndrome disabsortiva, etc) ou CONGÊNITA CONSEQUÊNCIAS CLÍNICAS: - FRATURAS POR FRAGILIDADE - DORES DIFUSAS - FRAQUEZA MUSCULAR - SÍNDROME DE IMOBILIDADE E SUAS CONSEQUÊNCIAS ACHADOS RADIOLÓGICOS CARACTERÍSTICOS: - Raquitismo: “OSSO EM TAÇA” (placa epifisária mais “alargada”) - Osteomalácia: “ZONAS DE LOOSER” (regiões perpendiculares de radiotransparência) TRATAMENTO: - DEPENDE DA CAUSA REPOR O QUE ESTÁ FALTANDO (cálcio, fósforo, vitamina D, fosfatas alcalina sob a forma de alfa-afostase) OSTEOMALÁCIA Desmineralização do osso CORTICAL E TRABECULAR RAQUITISMO Desmineralização da PLACA EPIFISÁRIA, que gera como consequências: - ATRASO DO CRESCIMENTO (baixa estatura) - ATRASO NO FECHAMENTO DAS FONTANELAS - DEFORMIDADE NOS OSSOS LONGOS - DEFORMIDADES DA COLUNA (ROSÁRIO RAQUÍTICO) - COMPROMETIMENTO DA DENTIÇÃO Doenças do Metabolismo Ósseo @ casalmedresumos OSSO EM TAÇA Z. LOOSER Imagem: sciencedirect.com Imagem: danielsoutoortopedista.com.br OSSO EM TAÇA Imagem: blogs.unicamp.br - 2. Doença de Paget Óssea DEFINIÇÃO: - Distúrbio focal do metabolismo ósseo que cursa com ↑REMODELAMENTO DO OSSO. EPIDEMIOLOGIA: - Principalmente HOMENS > 55 ANOS FISIOPATOLOGIA: - ↑Atividade de osteoclastos atividade de osteoblastos remodolamento ósseo desorganizado CRESCIMENTO ÓSSEO EXCESSIVO. Localizado: MONOSTÓTICA | Difuso: POLIOSTÓTICA POR QUE ISSO ACONTECE? POUCO SE SABE, mas suspeita-se que exista papel de fatores GENÉTICOS e AMBIENTAIS (principalmente infecção VIRAL). CLÍNICA: - Maioria ASSINTOMÁTICOS - DOR, DEFORMIDADES, FRATURA, ARTROSE, COMPRESSÃO NERVOSA (PERDA AUDITIVA...) - É causa de IC DE ALTO DÉBITO (por aumento da demanda óssea) LABORATÓRIO: - CÁLCIO E FÓSFORO NORMAIS + ↑FOSFATASE ALCALINA Diagnóstico: - CLÍNICO-LABORATORIAL+ IMAGEM (RX/CINTILOGRAFIA) TRATAMENTO: - SE SINTOMAS OU DOENÇA ATIVA (imagem positiva, aumento de FA) PRIMEIRA OPÇÃO: ÁCIDO ZOLEDRÔNICO 5mg IV SEGUNDA OPÇÃO: CALCITONINA Uma pessoa com a doença de Paget necessita tratamento se os sintomas causarem desconforto ou se houver risco significativo de complicações, como perda auditiva, osteoartrite e deformidade. Pode não ser necessário tratar pessoas que não apresentam sintomas. Os analgésicos comumente usados, como paracetamol e anti‑inflamatórios não esteroides (AINEs), ajudam a reduzir a dor óssea. Se uma perna se torna arqueada e encurtada, elevadores de calcanhar podem ajudar a facilitar o caminhar. Às vezes, é necessário realizar uma cirurgia para aliviar a compressão de nervos ou para substituir uma articulação que se tornou artrítica devido à doença de Paget. Os bifosfonatos são medicamentos que inibem o turnover ósseo e podem ser usados para retardar a progressão da doença de Paget. O ácido zoledrônico é o bifosfonato de escolha. Outros bifosfonatos, como alendronato, risedronato, pamidronato, tiludronato e etidronato, são às vezes usados como alternativa. Exceto pelo pamidronato e ácido zoledrônico, que costumam ser administrados pela veia (via intravenosa), esses medicamentos são administrados por via oral. Esses medicamentos são administrados para tratar a dor causada pela doença de Paget e não de outra origem, como osteoartrite. No RX de lombar, encontramos: Espessamento da cortical superior e inferior aspecto de “MOLDURA” Imagem: dreamstime.com Imagens: MSD Manuals | Dr. P. Marazzi - Inibe 1. Conceitos Iniciais Entendendo o eixo: HIPOTÁLAMO ADENO-HIPÓFISE GHRH GH GnRH FSH/LH TRH TSH CRH ACTH DOPAMINA (-) PROLACTINA NEURO-HIPÓFISE ADH/OCITOCINA HIPOPITUITARISMO ETIOLOGIA: - PRINCIPAL: ADENOMA HIPOFISÁRIO - OUTRAS: DOENÇAS INFILTRATIVAS, SÍNDROME DE SHEEHAN (necrose hipofisária pós-parto), APOPLEXIA HIPOFISÁRIA, etc. - CAUSAS HIPOTALÂMICAS: mais RARO, mas atenção ao detalhe haverá HIPOPITUITARISMO COMPLETO, mas com HIPERPROLACTINEMIA, visto que a dopamina deixa de ser produzida para inibir a prolactina. CLÍNICA: Segue a sequência: GH > FSH/LH > TSH > ACTH > PROLACTINA GH CRIANÇAS: BAIXA ESTATURA ADULTOS: PERDA DE FORÇA, PERDA DE MASSA ÓSSEA FSH/LH CRIANÇAS: ATRASO PUBERAL ADULTOS: HIPOGONADISMO TSH HIPOTIREOIDISMO ACTH INSUFICIÊNCIA ADRENAL SECUNDÁRIA PROLACTINA Incapacidade de amamentar (atenção para SÍNDROME DE SHEEHAN) + Efeito de massa (se tumor) - CEFALEIA: costuma ser de característica trigeminal: PERI-ORBITÁRIA, COM SINTOMAS AUTONÔMICOS, EXCRUCIANTE, UNILATERAL... - ALTERAÇÃO VISUAL por compressão de quiasma óptico Doenças da Hipófise @ casalmedresumos DOPAMINA PROLACTINA HIPERPROLACTINEMIA! Imagem: sobiologia.com.br - DIAGNÓSTICO: - LABORATÓRIO/BIOQUÍMICA + - IMAGEM (RNM SELA TÚRCICA) TRATAMENTO: - REPOSIÇÃO HORMONAL. Alguns detalhes: GH: reposição é controversa em adultos. A clínica é muito inespecífica e a reposição não é isenta de riscos, como neoplasia (por estímulo celular) HIPOTIREOIDISMO CENTRAL: avaliar insuficiência adrenal antes de repor levotiroxina. Com a levotiroxina você aumenta o consumo de cortisol e piora ou desencadeia os sintomas. Primeiro repõe glicocorticoide e depois a levotiroxina! HIPERPROLACTINEMIA ETIOLOGIA: - PRINCIPAL: FARMACOLÓGICA - SEGUNDA: PROLACTINOMA FISIOLÓGICAS: gravidez, lactação, estresse DROGAS: ANTI-PSICÓTICOS, ANTIDEPRESSIVOS, METOCLOPRAMIDA, ANTAGONISTAS H2 PATOLÓGICAS: ADENOMA HIPOFISÁRIO (PROLACTINOMA), ACNF (adenoma hipofisário clinicamente não funcionante), HIPOTIREOIDISMO* ARMADILHAS! EFEITO HASTE COMPRESSÃO DA HASTE HIPOFISÁRIA PELO TUMOR (inclusive ACNF), não deixando que a dopamina passe do hipotálamo até a hipófise, que fica liberada para produzir a prolactina. MACROPROLACTINEMIA PRL + IGG. PACIENTE NÃO TEM CLÍNICA! A macroprolactina é a prolactina ligada a uma IGG (formando uma macromolécula). O método laboratorial não diferencia da PRL normal. É como se fosse um falso positivo. Nesses casos, fazemos um preparo do soro com POLIETILENOGLICOL, que separa as moléculas e identifica a PRL biologicamente ativa. EFEITO GANCHO MACROADENOMA + AUMENTO DISCRETO DA PRL. É tanta molécula de prolactina circulante, que o método laboratorial não consegue contabilizar de forma correta. Como resolver? DILUINDO O SANGUE DO PACIENTE. DIAGNÓSTICO: - DOSAGEM DE PROLACTINA + - RNM DE SELA TÚRCICA QUADRO CLÍNICO: - GALACTORREIA, HIPOGONADISMO*, OSTEOPOROSE * A prolactina em níveis muito elevados inibe a secreção de GnRH (*) TRH EM NÍVEIS MUITO ELEVADOS PODEM ESTIMULAR A PRODUÇÃO DE PROLACTINA! Imagem: mayoclinic.org - TRATAMENTO: - TRATAR A CAUSA BASE - PROLACTINOMA = AGONISTA DOPAMINÉRGICO (CABERGOLINA ou bromocriptina). É o TRATAMENTO DE ESCOLHA SEMPRE, mesmo se o tumor estiver gerando sintomas compressivos! - CIRURGIA TRANSESFENOIDAL somente se: REFRATÁRIOS MACROPROLACTINOMA (> 3CM) + DESEJO DE GESTAÇÃO - RADIOTERAPIA: último recurso ACROMEGALIA DEFINIÇÃO: - ADENOMA HIPOFISÁRIO PRODUTOR DE GH CLÍNICA: AS CONSEQUÊNCIAS SÃO... - CRIANÇAS = GIGANTISMO - ADULTOS = AUMENTO DE EXTREMIDADES, ALTERAÇÕES CRANIOFACIAIS, ARTRALGIA, HVE, tendência a DIABETES, APNEIA DO SONO RISCOS: - EVENTOS CARDIOVASCULARES | CA COLORRETAL | NÓDULOS DE TIREOIDE DIAGNÓSTICO: - Rastreio: DOSAGEM DE GH e IGF-1 GH 0,4 E/OU IGF1 AUMENTADO = TOTG COM DOSAGEM DE GH E IGF1 (0, 30, 60, 90, 120): diagnóstico feito se NÃO HOUVER SUPRESSÃO DE GH seguir o protocolo com RNM DE SELA TÚRCICA TRATAMENTO: - CIRURGIA TRANSESFENOIDAL - NÃO CUROU OU NÃO PODE: ANÁLOGOS DA SOMATOSTATINA - TERCEIRA LINHA: RADIOTERAPIA OU PEGVISOMANT (antagonista do receptor periférico do GH) Entendendo as funções do GH: - CRESCIMENTO E SÍNTESE PROTEICA (via IGF-1) - Mudança no metabolismo energético (AUMENTA RESISTÊNCIA INSULÍNICA E LIPÓLISE) Imagens: Chanson P, Salenave S. Acromegaly. Orphanet J Rare Dis 2008; 3:17. ADENOMA HIPOFISÁRIO - PERÍODO PÓS-PRANDIAL ↑GLICOSE e ↑INSULINA ANABOLISMO JEJUM ↓GLICOSE e ↓INSULINA CATABOLISMO (GLICONEOGÊNESE) 1. Conceitos Iniciais DEFINIÇÕES: - Distúrbio do METABOLISMO INTERMEDIÁRIO relacionado ao HIPOINSULINISMO - JEJUM GLICOGENÓLISE/LIPO/PROTEÓLISE HIPERGLICEMIA INCRETINAS: tentam controlar a glicemia, ↑insulina x ↓glucagon INSULINA: hormônio ANABÓLICO (↑proteína, gordura, glicogênio) GLUCAGON, GH, CORTISOL, ADRENALINA: hormônios CATABÓLICOS (↑glicose, corpos cetônicos) - Diabetes = HIPOINSULINISMO (sem insulina ou resistência periférica) com CATABOLISMO = HIPERGLICEMIA (via glicogenólise e gliconeogênese) e CORPOS CETÔNICOS O METABOLISMO INTERMEDIÁRIO: O que é esse metabolismo intermediário? É o metabolismo nutricional! Metabolismo dos nutrientes, de carboidratos, proteínas, gordura... Vamos jogar isso para a nossa vida diária... O que acontece depois que a gente se alimenta? Como a nossa dieta tem fundamentalmente os carboidratos como base (muito carboidrato, pouca gordura e pouca proteína), a tendência e ficar com a glicose mais alta. Como estamos falando de endocrinologia, um hormônio vai ser ‘aceso’ para funcionar de acordo com a variação da glicemia. Esse hormônio é a insulina, que é diretamente proporcional à glicemia! Glicemia subiu, insulina subiu. E o que acontece agora? A insulina vai pegar essa glicose que está circulando e vai colocar dentro da célula para que haja fonte energética! Inclusive, a principal fonte energética que nós temos é a glicose, principalmente para o cérebro! Além disso, essa glicose que está alta nesse momento também vai servir para mais tarde. Então, tem que haver um jeito de armazenar esse excesso. E é a própria insulina quem pega esseexcesso que sobra e armazena! Quando armazenamos qualquer nutriente, armazenamos sob a forma de macromoléculas! Armazenar, criar macromoléculas, por definição, significa ANABOLISMO! Ela pega esse excesso de glicose e armazena sob a forma de glicogênio (muscular, hepático). Vai pegar também a gordura “pequenininha”, o ácido graxo que comenos e vai armazenar em macromolécula, em gordura corporal! Também vai pegar os aminoácidos e vai transformar em proteínas! Isso que é o anabolismo! A insulina é o hormônio anabolizante! Vamos inverter agora... Imagine uma situação de jejum. O que acontece com a glicemia nesse momento? Vai cair... Se a glicemia cai, a insulina não é diretamente proporcional a ela? Cai também... E o que acontece a partir de agora? Quando insulina e glicose caem, vão entrar em ação os hormônios contrainsulínicos! Entram em ação o glucagon, a adrenalina, o cortisol e o GH. Esses hormônios, então, com ação contrainsulínica, vão fazer o oposto desse hormônio: vão promover o CATABOLISMO! Vão quebrar as macromoléculas que a insulina tinha armazenado como fonte de energia para entregar glicose para os tecidos, fazendo a glicemia subir! Então, o que fazem esses hormônios? Pegam o glicogênio e quebram em glicose, pegam as proteínas e quebram em aminoácidos e pegam as gorduras e quebram em ácidos graxos. E através desses substratos não-carboidratos, também se chega à glicose, num processo conhecido como GLICONEOGÊNESE! SE LIPÓLISE EM EXCESSO CORPOS CETÔNICOS! E aí temos um problema... Se esse catabolismo for exagerado, podemos ter um problema... Quando se quebra glicogênio em excesso, tranquilo, vai ter muita glicose. Proteólise em excesso, beleza, também vai aumentar a glicose. Agora... Lipólise em excesso, pode aparecer um metabólito tóxico, vamos dizer assim... São os corpos cetônicos! Guarde essa informação no bolso... Vamos entender melhor mais para frente! Diabetes @ casalmedresumos - ↑GLICOGÊNIO - ↑GORDURA - ↑PROTEÍNA - ↓GLICOGÊNIO ↑GLICOSE - ↓GORDURA ↑ÁC. GRAXOS - ↓PROTEÍNA ↑AMINOÁCIDOS Imagem: es.123rf.com - 2. Tipos TIPO 1 Sintomático + outras doenças presentes (Hashimoto, Celíaca) - CONCEITO: HIPOINSULINISMO ABSOLUTO (destruição de células beta) Temos como avaliar se o paciente está sem insulina alguma ou se ainda produz alguma coisa através do peptídeo C. A insulina não é boa para se dosar, porque varia ao longo do dia e tem meia-vida curta. O que se faz é medir a proteína carreadora dela, que é esse peptídeo C. Se o peptídeo C estiver normal, o indivíduo tem insulina normal... Se estiver ausente ou abaixo de 0,1, é o paciente com hipoinsulinismo absoluto! - ETIOLOGIA: GENÉTICO/AUTOIMUNE HLA DR3-DR4 ANTICORPOS ANTI- ICA (GAD, IA2...) O grande motivo da destruição das ilhotas pancreáticas produtoras de insulina é a doença autoimune! - PERFIL: PACIENTE 45 ANOS, OBESO, QUADRO “LENTO” É o perfil epidemiológico oposto do DM1! Com 25 anos, pode começar um DM2? Pode, mas não é o padrão! Além disso, provavelmente esse paciente maior de 45 anos, obeso, não tem fator de risco só para DM! Deve ser dislipidêmico, deve ser hipertenso... Engloba mais coisas! O paciente geralmente tem síndrome metabólica! - - CLÍNICA: ASSINTOMÁTICO. Sintomas surgem após as COMPLICAÇÕES CRÔNICAS Com o desequilíbrio entre insulina e resistência, a glicemia desse paciente vai subir... Só que não vai subir igual ao tipo 1, que um dia estava com 80 e com 3 semanas foi para 500. Essa fadiga é progressiva! Hoje está com 127, amanhã com 128, depois 132, 134... Ou seja, é acima do normal, mas nada muito alarmante! Mas essa glicemia já lesa vaso... Então, fica dessa forma: glicemia sobe-vaso lesado, glicemia sobe-vaso lesado! E vida que segue... E aí, um belo dia, depois de anos com a doença, ele abre o quadro com complicações, sejam elas micro ou macro vasculares! - LABORATÓRIO: HOMA-IR (ÍNDICE DE RESISTÊNCIA) Cálculo simples fundamentado na dosagem de insulina e glicose, ambas em jejum. Podem ser realizados dois cálculos: HOMA IR que avalia a resistência insulínica e HOMA BETA que avalia a capacidade de secreção de insulina pelas células beta pancreáticas. OUTROS TIPOS - DM GESTACIONAL - TIPOS ESPECÍFICOS (alterações genéticas, endocrinopatias, medicações, etc) LADA (ADULTOS) - “DIABETES AUTOIMUNE DE APARECIMENTO TARDIO NO ADULTO” - Autoimune, evolução lenta e tardia - É como se fosse o DIABETES TIPO 1 EM ADULTOS! A diabetes autoimune latente do adulto (LADA) é uma doença autoimune (DAI),com deficiência de insulina por destruição progressiva dos ilhéus pancreáticos. O DIAGNÓSTICO BASEIA-SE NOS CRITÉRIOS DE FOURLANOS DE 2006: IDADE INFERIOR A 50 ANOS AO DIAGNÓSTICO; PRESENÇA DE SINTOMAS AGUDOS, ÍNDICE DE MASSA CORPORAL 126 - GLICEMIA 2H PÓS-TOTG > 200 - HBA1C > 6,5% - GLICEMIA ALEATÓRIA > 200 + SINTOMAS DM BASTA 1! OBSERVAÇÕES IMPORTANTES: Glicemia CAPILAR não faz diagnóstico! Não precisa ser testes diferentes em 2 ocasiões para dar o diagnóstico! Pode ser, por exemplo, GJ + GJ, mas também pode ser GJ + TOTG. Se 1 teste normal + 1 alterado = escolher o alterado e repetir! PRÉ-DIABETES - JEJUM: 100-125 = é fundamental pedir TOTG nesses casos! Será que é somente pré-diabetes mesmo? - GLICEMIA APÓS 2H PÓS-TOTG: 140-199 - HBA1C: 5,7-6,4% 4. Rastreamento (DM2) - ADA COMO? - GLICEMIA JEJUM 3/3 ANOS QUANDO? - > 35 ANOS (SBD: > 45 anos) - ↑IMC (> SOBREPESO) + FATOR DE RISCO (ver abaixo) - PRÉ-DIABETES - PASSADO DE DM GESTACIONAL - HIV: ANTES E DEPOIS DA TARV (monitorizar anualmente) FATORES DE RISCO: História familiar de 1° grau Doença cardiovascular/HAS/Dislipidemia Ovário policístico/Acantose/Sedentarismo DM gestacional/HIV/Pré-diabetes 2 OCASIÕES! NÃO PRECISA REPETIR! CONSIDERAR METFORMINA, SE: IDADE 25-59 ANOS, IMC 40 horas NOVIDADES: FIASP (FASTER ASPART) = ULTRARRÁPIDA COM INÍCIO DE AÇÃO DE 2 MINUTOS INSULINA INALATÓRIA = CARA, POUCO DISPONÍVEL, POSOLOGIA MENOS AGRADÁVEL... AINDA EM ESTUDO! ESTRATÉGIA: ESQUEMA 1 (50% NPH 2-3X/DIA + 50% REGULAR 3X/DIA) ESQUEMA 2 (50% GLARGINA 1X/DIA + 50% LISPRO 3X/DIA ANTES DAS REFEIÇÕES) = a vantagem é a menor incidência de hipoglicemia! PODE COLOCAR AS 2 NA MESMA SERINGA, MAS PRIMEIRO SE ASPIRA A INSULINA REGULAR E DEPOIS A NPH SITUAÇÕES DE PROVA... - Glicemia PRÉ-CAFÉ ajustar NPH NOITE - Glicemia PRÉ-ALMOÇO ajustar REGULAR MANHÃ - Glicemia PRÉ-JANTAR ajustar NPH MANHÃ - Glicemia ANTES DE DORMIR ajustar REGULAR NOITE O que as bancas costumam fazer em prova é fornecer a glicemia pré-café, pré-almoço, pré-jantar e antes de dormir. Dão os valores, algumas estão alteradas e vão perguntar quem é a culpada! Vão pedir para corrigir o que está errado... ARMADILHA HIPERGLICEMIA MATINAL: Destas, a que adora cair em prova é a alteração da glicemia pré-café! É uma glicemia programada fisiologicamente para dar problema... Lembre que logo ao acordar temos um pico de cortisol, hormônio contrainsulínico que gera aumento da glicose! Então, o grande problema que temos aqui é a hiperglicemia matinal! Dois fenômenos podem provocar isso... Ou o chamado ‘fenômeno do alvorecer’, que consiste justamente na ação desses hormônios contrainsulínicos (manhã desprotegida), porque pode acabar a ação a NPH da noite; ou o chamado ‘efeito Somogyi’, caracterizado por uma hipoglicemia na madrugada. O paciente faz a NPH às 18h e quando chega 3h da manhã ocorre o pico dessa NPH, sendo que o paciente pode não ter comido nada... E a hipoglicemia gera imediatamente a liberação contrainsulínica de rebote, que evolui para uma hiperglicemia de manhã... Então, é a hipoglicemia de madrugada gerando um rebote e cursando com hiperglicemia matinal! O QUE É? O QUE FAZER? F. ALVORECER Manhã desprotegida Hipoglicemia de madrugada NPH MAIS TARDE (antes de dormir) OU AUMENTAR A DOSE (se já está tomando tarde, antes de dormir) EFEITO SOMOGYI Hipoglicemia de madrugada ↓NPH OU NPH MAIS TARDE (antes de dormir)OU LANCHE A NOITE - ENTENDENDO... FENÔMENO DO ALVORECER HIPERGLICEMIA MATINAL POR ↑CONTRAINSULÍNICOS EFEITO SOMOGYI HIPOGLICEMIA DE MADRUGADA + HIPERGLICEMIA MATINAL DE REBOTE PARA DIFERENCIAR... GLICEMIA 3H DA MANHÃ: - SOMOGYI: ↓ - ALVORECER: NORMAL OU ↑ PARA RESOLVER... - ALVORECER: AUMENTAR NPH DA NOITE (18H) OU NPH ANTES DE DORMIR - SOMOGYI: NPH ANTES DE DORMIR OU REDUZIR A DOSE OU LANCHE A NOITE E como saber se essa hiperglicemia matinal é decorrente do efeito alvorecer ou Somogyi? Basta checar a glicemia 3h da manhã... Se houver hipoglicemia, é Somogyi; se a glicemia estiver normal ou até mesmo aumentada, é alvorecer! A solução então é aumentar a dose da noite? Se for o paciente com efeito Somogyi, se aumentar a insulina noturna, ele piora, pode morrer de madrugada! Se for alvorecer, ele melhora! Por isso é importante saber qual é o problema! Se a prova não der essa opção de dosar a glicemia às 3h da manhã e apenas pedir para resolver o problema, o que podemos fazer para solucionar os dois problemas é jogar a NPH das 18h para antes de dormir! Se fizer isso, o pico ocorre às 6h da manhã, bem na hora do pico dos hormônios contrainsulínicos! ALTERNATIVAS EM CASOS DE REFRATARIEDADE: - PRAMLINTIDA (análogo da amilina = peptídeo secretado pelo pâncreas que ajuda a insulina a agir) - TRANSPLANTE DE PÂNCREAS (em últimos casos) 4.2. Tratamento – DM2 ARSENAL TERAPÊUTICO: 1. ↓RESISTÊNCIA INSULINA BIGUANIDA (METFORMINA) FÍGADO - ↓Peso? Estudos mais recentes relaram que possui efeito NEUTRO sobre o peso - Benefício (discreto) cardiovascular - Colaterais: gastrointestinais, ↓B12, acidose lática - Contraindicações: “insuficiências” (cardíaca, hepática, TFG 7: - ESTÁGIO 2: METFORMINA + 2ª DROGA (“decisão entre médico e paciente”) Doença ateroscleróTIDA: TIDA (análogo GLP1) Doença do RIM ou IC: glifoZIN (inibidor SGLT2) Obesidade, hipoglicemia: análogo GLP1 ou inibidor SGLT2. Evitar sulfonilureia Custo é importante: sulfonilureias e pioglitazona REAVALIAR COM HB GLICADA A CADA 3-6 MESES. SE > 7: - ESTÁGIO 3: METFORMINA + 3ª DROGA (escolher de acordo com os mesmos critérios). REAVALIAR A CADA 3-6 MESES COM HB GLICADA. SE > 7: - ESTÁGIO 4: INSULINA BASAL (NPH NOTURNA 10U = BEDTIME) Suspender sulfonilureia Aumentar progressivamente a dose (NPH 2x/dia + regular 3x/dia) até chegar a insulinização plena OUTRAS SITUAÇÕES IMPORTANTES PARA O USO DE INSULINA... - GRAVIDEZ - ESTRESSE (cirurgia/infecção/internação) - DOENÇA RENAL/HEPÁTICA AVANÇADA - USO DE CONTRASTE IODADO SEM DOENÇA CARDÍACA/RENAL COM DOENÇA CARDÍACA/RENAL AGLP-1 OU ISGLT2* (*) Preferência, se IC/DRC (só usar se TFG > 20) HB GLICADA 9,0-10% OU SINTOMÁTICO OU GJ > 250-300 INSULINA +/- METFORMINA COMO COMEÇAR A INSULINA? - NPH NOTURNA (BEDTIME) OU - ↑PROGRESSIVO DE DOSE ATÉ INSULINIZAÇÃO Quando se inicia a insulina, podemos MANTER A METFORMINA, mas devemos SUSPENDER A SULFONILUREIA. - 5. Complicações Agudas CETOACIDOSE DIABÉTICA FISIOPATOLOGIA: - HIPOINSULINISMO ABSOLUTO = CATABOLISMO EXTREMO! - HIPERGLICEMIA CORPOS CETÔNICOS ACIDOSE METABÓLICA (↑ÂNION GAP) Predomínio dos CONTRAINSULÍNICOS! ↑GLICOSE LIPÓLISE (corpos cetônicos = ácido beta-hidroxibutírico, ácido acetoacético, acetona acidose metabólica com ↑AG) Olhando para o paciente DM1, o lado da insulina não existe na balança! Só existe o lado dos contrainsulínicos! O que vai acontecer? Catabolismo intenso, glicemia lá em cima! Catabolismo intenso, lipólise exagerada gerando a formação de corpos cetônicos! Quem são os corpos cetônicos? Ácido beta- hidroxibutírico, ácido aceto-acético e acetona. É tudo ácido! O paciente desenvolve uma acidose metabólica com ânion gap alto! Isso é cetoacidose! MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: - POLIÚRIA, DESIDRATAÇÃO, HÁLITO CETÔNICO, DOR ABDOMINAL (simula abdome agudo), HÁLITO CETÔNICO, RITMO DE KUSSMAUL COM AUMENTO DE FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA, ALTERAÇÃO DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA, LEUCOCITOSE, ↑ CREATININA, AMILASE, TG (diagnóstico diferencial com pancreatite) Como esse paciente vai se apresentar? O quadro de DM1 já conhecemos! São os P’s. Agora... Aqui o quadro é agudo! É complicação aguda! Glicemia lá em cima... Esse excesso de glicose vai embora junto com água... O paciente desidrata! Ele chega seco! Totalmente desidratado! E a desidratação é tão intensa, tão intensa, que desidrata o peritônio! Pode haver muita dor abdominal, chegando ao ponto de ter irritação peritoneal! Isso é clássico... A cetoacidose entra então como um diagnóstico diferencial de um falso abdome agudo cirúrgico! Além disso, é um paciente em acidose! Qual a resposta fisiológica para isso? Hiperventilação, com ritmo de Kussmaul! Além disso, também faz leucocitose, porque começa a haver recrutamento de neutrófilos para o interior do vaso. É um paciente que começa a aumentar a creatinina, porque está seco, desidratado, e começa a evoluir para uma insuficiência pré-renal! E com o pâncreas “sofrido”, sem mais nada, também há liberação de amilase. Triglicerídeos também começam a subir. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS: GLICEMIA > 200-250MG/DL CETONEMIA/CETONÚRIA (3+/4+) PHincorretamente, tem mortalidade de 100%! É incompatível com a vida! Se tratar corretamente, a mortalidade chega a 5%! Você tem que acertar o padrão entre insulina, volume e potássio! Vamos separar cada etapa... INSULINA CONTRAINSULÍNICOS MAIS CARACTERÍSTICA NO DM1! - (1) VOLUME - SF 0,9% 1 – 1,5 LITROS NA 1ª HORA (15-20ml/kg) - Pedir exames... SE SÓDIO NORMAL OU AUMENTADO (> 135): mudar para NaCl 0,45%. SE SÓDIO DIMINUÍDO ( 5,2: ADIAR REPOSIÇÃO DE POTÁSSIO - SE 7,3, HCO3 > 15-18, AGFISIOPATOLOGIA: - HIPOINSULINISMO RELATIVO - HIPERGLICEMIA AUMENTO DE OSMOLARIDADE SEM ACIDOSE - ↑Glicose, mas não bebe água DESIDRATAÇÃO E ↑OSMOLARIDADE, MAS AINDA TEM INSULINA (não tem cetoacidose) O diabético tipo 1, com 600 de glicemia, tem como problema a ausência de insulina e a lipólise exagerada. A consequência é a cetoacidose, acidose metabólica. O paciente com EHHNC tem insulina! Pode ser uma insulina que não consiga controlar a glicemia dele, mas pelo menos não permite uma lipólise exagerada! Não faz cetoacidose... Então, o que vai acontecer com esse paciente? Entenda o raciocínio: imagine um diabético tipo 2, com 700 de glicemia. Não faz cetoacidose e tem insulina, lembra disso! 500 de glicemia! Com a glicemia lá em cima, a osmolaridade também vai lá pra cima! O plasma ficou hiperosmolar... Roubou água do tecido! Encheu os vasos! Filtrou mais no rim! Urinou tudo isso... Agora está hiperosmolar e sem volume. O que acontece? Fica com sede... E bebe água. Bebeu água, voltou a diluir o plasma, a osmolaridade caiu... Só que essa água não vai para o tecido porque a glicemia está muito alta... Ela fica no vaso! E aí o volume arterial efetivo de novo está alto, passa muito pelo rim, depois sai na urina, a osmolaridade aumenta... O que sente depois? Sede... Bebe água novamente e o ciclo se repete. Ou seja, você fica nesse ciclo de poliúra, polidipsia... Bebe água, urina, bebe água, urina... A vida do diabético tipo 2 com glicemia de 700, fica assim... Bebe água e urina... Então, quando o paciente vai chegar nessa complicação? Quando ele perde a capacidade de beber água! A partir do momento que não se consegue mais beber água, o plasma fica muito hiperosmolar! Vai puxar água do neurônio e vai ocorrer rebaixamento do nível de consciência, entra em coma... Para facilitar o entendimento e a comparação, podemos dizer que a cetoacidose é um estado hiperosmolar hiperglicêmico CETÓTICO. A diferença é essa! - Característico do DM2. “IDOSO ACAMADO, LIMITADO, RESTRITO...” Aqui, pelo perfil, é uma complicação de paciente IDOSO, que já não tem o centro da sede muito funcionante... Geralmente é o idoso que faz alguma comorbidade aguda, como IAM, AVE, pneumonia... Esse é o perfil epidemiológico! É por isso que, proporcionalmente, o EHHNC mata muito mais que a cetoacidose! Lá na cetoacidose era uma criança que até então era hígida... Aqui, além de idoso, é idoso que teve IAM, teve pneumonia grave, está intubado... CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS: GLICEMIA > 600 OSMOLARIDADE > 320 PH > 7,3 + HCO3 > 18 É o paciente que tem uma glicemia maior que 600, para poder gerar uma osmolaridade lá em cima; a osmolaridade consequentemente também está lá em cima. Além disso, os critérios diagnósticos da cetoacidose não são preenchidos! Não pode ter acidose metabólica... - TRATAMENTO: = ao da cetoacidose (VIP). ATENÇÃO PARA HIPERNATREMIA/DESIDRATAÇÃO! Geralmente usamos NaCl 0,45%. MELHOR PARÂMETRO DE CURA: OSMOLARIDADE duro > chama > algodão > de rosa”) MICROaneurisma Exsudato DURO Hemorragia em CHAMA de vela Exsudato ALGONODOSO Veias em ROSÁrio - PROLIFERATIVA NEOVASCULARIZAÇÃO Possui terapias específicas para o tratamento ANTI-VEGF (Ac inibidor do endotélio vascular), FOTOCOAGULAÇÃO A LASER DOENÇA RENAL DO DIABETES Evento inicial: HIPERFLUXO! RASTREAMENTO: ALBUMINÚRIA (relação albumina/creatinina urinária) ANUAL TFG (creatinina sérica) ANUAL (1) ALBUMINÚRIA MODERADAMENTE AUMENTADA OU MICROALBUMINÚRIA: RELAÇÃO ALBUMINA/CREATININA > 30MG/G CONDUTA: - REALIZAR O CONTROLE DA GLICEMIA/ALBUMINÚRIA COM IECA/BRA (mesmo na ausência de hipertensão) ou ISGLT-2 (GLIFOZINA) IECA/BRA = vasoconstrição da arteríola eferente = redução da pressão intraglomerular. GLIFOZIN SOMENTE SE TFG > 20-30 ALTERNATIVA AOS REFRATÁRIOS: FINERENONA (antagonista da aldosterona, com menos efeitos adversos, que também promove melhora dos desfechos renais) (2) ALBUMINÚRIA ACENTUADAMENTE AUMENTADA OU MACROALBUMINÚRIA: relação albumina/creatinina > 300mg/g CONDUTA: - CONTROLE DA PA (IECA ou BRA + outro anti-hipertensivo). O manejo envolve o CONTROLE DA GLICEMIA! Não existem medidasTSH > T4/T3 NORMAIS ↓IODO > ↑SENSIBILIDADE TSH > T4/T3 NORMAIS Já sabemos que a célula folicular tem a capacidade de concentrar iodeto. Já sabemos que a principal enzima é a TPO, que armazenamos T3 e T4 no coloide e que quando o organismo os precisa se soltam da tireoglobulina e são lançados na circulação. Vamos ver agora uma situação mais peculiar: é a autorregulação do iodo na célula folicular. Digamos que se vá numa churrascaria e se coma muita carne (que tem sal de cozinha, logo, iodeto). Todo esse iodeto vai para a célula folicular. Quer dizer que vamos sair da churrascaria com hipertireoidismo? A tendência é essa, mas isso não acontece... E isso não acontece justamente por causa dessa autorregulação do iodo na célula folicular! Então, em pacientes normais, existe um mecanismo fino que controla isso! Quando tem invasão de iodeto, essa célula folicular fica menos sensível ao TSH! Responde menos... Produz menos hormônio, apesar de mais substrato, deixando os níveis normais! Então, aumentou a ingestão de iodo... Opa, a célula folicular percebe isso e reduz a sensibilidade dela ao TSH, mantendo os hormônios normais! E o contrário também ocorre! Se fizermos uma dieta com pouco sal, com pouco iodeto, vamos ficar com hipotireoidismo? Não... A célula folicular entende isso e aumenta a sensibilidade ao TSH, deixando T3 e T4 na faixa normal!” O CONTROLE FINO É PERDIDO QUANDO HÁ “DOENÇA” NA GLÂNDULA! EFEITO DE WOLFF-CHAIKOFF: HIPOTIREOIDISMO DE BASE (“EXCESSO DE IODO CAUSANDO HIPOTIREOIDISMO”) “DÁ IODO E FAZ HIPOTIREOIDISMO” (↓PRODUÇÃO HORMONAL) EXEMPLOS: ANTI-TPO POSITIVO, DROGAS ANTITIREOIDIANAS O problema é que esse controle fino é totalmente perdido quando existe doença na glândula! Então, imagine uma paciente de 25 anos de idade com Hashimoto subclínico. Ela não sabe que tem a doença... Isso é comum! A paciente passa anos tendo a doença sem saber! A paciente não quer produzir hormônio de jeito nenhum e você dá iodo para ela! Se você dá iodo para ela, diminui a sensibilidade da célula folicular ao TSH. A paciente evolui com hipotireoidismo... Qual o nome desse efeito? Hipotireoidismo induzido por iodo? Efeito de Wolff-Chaikoff. A pessoa tem “doença”, não é uma pessoa normal! Ela tem um hipotireoidismo de base! Ela não quer produzir, a glândula está inibida! Você ‘tasca’ iodo e tira o TSH da jogada... Aí é que ela não produz mais nada mesmo! Hipotireoidismo! Ela abre o quadro clínico nesse momento... Imagem: biorender.com PARA FIXAR O CONTEÚDO... - A TIREOIDE PRODUZ 20X + T4 (meia-vida + longa) DO QUE T3 (meia-vida + curta). - T4 É UM PRÉ-HORMÔNIO! T3 É O HORMÔNIO BIOLOGICAMENTE ATIVO e é responsável por: - Nos tecidos, existe a enzima DESIODASE I e II, que CONVERTE O T4 (pré- hormônio) EM T3 (forma ativa). - A DESIODASE III CONVERTE O T4 EM RT3 em casos de excesso de T4. Esse RT3 é responsável por inibir a desiodase I (gerando menos conversão de T4 em T3. - FENÔNENO DE JOD-BASEDOW: HIPERTIREOIDISMO DE BASE (“EXCESSO DE IODO CAUSANDO HIPERTIREOIDISMO”) “DÁ IODO E FAZ HIPERTIREOIDISMO” (↑PRODUÇÃO HORMONAL) EXEMPLOS: DEFICIÊNCIA DE IODO, GRAVES, NÓDULO TÓXICO Mas também tem o contrário do efeito de Wolff-Chaikoff... Se tem um paciente assintomático com doença de Graves e você dá iodo para ele, por mais que ocorra uma redução da sensibilidade ao TSH, não vai ter jeito... É uma doença! A pessoa “quer” produzir muito hormônio! Você está dando substrato em grande quantidade e ela vai responder a isso produzindo muito hormônio! É o fenômeno de Jod-Basedow. É o hipertireoidismo induzido pelo iodo! E DE ONDE VEM ESSE IODO? SAL DE COZINHA, AMIODARONA*, TC COM CONTRASTE... E o iodo não vem só do sal de cozinha (desde 1956). Quando é se fornece grande quantidade de iodo para o ser humano? Com amiodarona, por exemplo! O principal antiarrítmico utilizado na prática clínica! AmIODOarona! Quase 40% da sua composição é de iodo! Fornecer amiodarona significa dar iodo! Então, de acordo com o que explicamos acima, a amiodarona pode induzir ao hipotireoidismo pelo efeito de Wolff-Chaikoff ou hipertireoidismo pelo fenômeno de Jod-Basedow. E existe outra situação que também se dá iodo para a pessoa? Existe... É uma situação comum e cai em prova! TC com contraste! O contraste é iodado! Na pessoa normal, não acontece nada... Agora, quem tem doença de base pode evoluir com hipo ou hipertireoidismo! ENTENDENDO O EIXO ENDÓCRINO... TRH (HIPOTÁLAMO) TSH (HIPÓFISE) T3/T4 (TIREOIDE) SE PROBLEMA NA TIREOIDE: PRIMÁRIO (↓T4, ↑TSH se hipotireoidismo) SE PROBLEMA NA HIPÓFISE: SECUNDÁRIO (↓TSH, ↓T4 se hipotireoidismo) SE PROBLEMA NO HIPOTÁLAMO: TERCIÁRIO MEDIDAS IMPORTANTES... TSH (0,5 – 5,0) Exame MAIS SENSÍVEL Sempre varia inversamente nos distúrbios primários Sentinela de distúrbios clínicos (se altera antes dos sintomas) TOPOGRAFA o distúrbio: primário/secundário É o PRIMEIRO QUE SE ALTERA! T4 LIVRE (0,7 – 1,8) Informa se é HIPO ou HIPER A fração LIVRE corresponde a atividade biológica (T4 total é influenciado por alterações sistêmicas RESUMINDO... T4 TSH T3 - MAIS SENSÍVEL QUE T3 - LIVRE: FORMA ATIVA/NÃO SOFRE INFLUÊNCIA DA TBG - TOPOGRAFA A SÍNDROME (PRIMÁRIA X SECUNDÁRIA) - GRANDE EXAME DE RASTREIO (+ SENSÍVEL) - PODE CAUSAR TIREOTOXICOSE POR T3 (5% DOS CASOS) - PODE PEDIR T3 TOTAL (SOFRE POUCA INFLUÊNCIA NAS ALTERAÇÕES DA TBG) TSH é o hormônio + sensível do eixo! É o 1º hormônio que se altera! POR QUE DOSAR PRINCIPALMENTE O T4 E NÃO O T3? - O T4 É ALTERADO PRIMEIRO QUE O T3! É mais sensível! - Na tireotoxicose por T3 é importante dosar o T3! E POR QUE DOSO O T4 LIVRE? - Porque a FRAÇÃO LIGADA A TBG SOFRE INFLUÊNCIA DE VÁRIOS OUTROS FATORES, como síndrome nefrótica, hiperandrogenismo etc. O eixo endócrino CORRIGE A FRAÇÃO LIVRE! QUESTÃO DE PROVA... T4 TOTAL DIMINUÍDO, COM T4 LIVRE E TSH NORMAIS = alteração na TBG! Exemplos: SÍNDROME NEFRÓTICA e HIPERANDROGENISMO. T4 TOTAL AUMENTADO, COM T4 LIVRE E TSH NORMAIS = alteração na TBG! Exemplos: GRAVIDEZ e CIRROSE (situações de HIPERESTROGENISMO). Imagem: anatomiadocorpo.com - 3 PRINCIPAIS CAUSAS DE DESCARGA ADRENÉRGICA EM PROVA: TIREOTOXICOSE, FEOCROMOCITOMA E HIPOGLICEMIA! AVALIAÇÃO LABORATORIAL: HIPERTIREOIDISMO PRIMÁRIO: ↑T4L e ↓TSH HIPERTIREOIDISMO SECUNDÁRIO: ↑TSH e ↑T4L HIPOTIREOIDISMO PRIMÁRIO: ↓T4L e ↑TSH HIPOTIREOIDISMO SECUNDÁRIO: ↓TSH e ↓T4 2. Tireotoxicose e Hipertireoidismo HIPERTIREOIDISMO X TIREOTOXICOSE: HIPERTIREOIDISMO: Hiperfunção da glândula TIREOTOXICOSE: Síndrome do excesso de hormônio tireoidiano Qual a diferença entre hipertireoidismo e tireotoxicose? A tireotoxicose representa o excesso de hormônio tireoidiano circulante! Quando esse excesso de hormônio vem de uma hiperfunção da glândula, chamamos de hipertireoidismo! Qual a principal causa de tireotoxicose? Hipertireoidismo primário! Qual a grande doença causadora de hipertireoidismo primário? Graves! 90% de todos os casos de tireotoxicose! E quais outras situações podem gerar tireotoxicose? Hipertireoidismo secundário... Um tumor hipofisário produtor de TSH! E a tiretoxicose que não vem de hipertireoidismo? Pode vir de uma intoxicação exógena (ou tireotoxicose factícia)! Mulher jovem que tenta emagrecer ingerindo T4... E tem algum exame que possa me dizer se a tireoide está trabalhando muito, normalmente ou está inibida? Tem... Vamos ver em breve! E também tem uma outra situação de tireotoxicose que não vem de hiperfunção da glândula: são as tireoidites! Quando tem inflamação da glândula ocorre escape de coloide! E escape de coloide não é hiperfunção da glândula... A glândula está inibida! Só está havendo o escape do coloide! Vamos prosseguir para entender melhor! TIREOTOXICOSE QUADRO CLÍNICO: - ↑RECEPTORES BETA-ADRENÉRGICOS = OLHAR FIXO, INSÔNIA, TREMOR, TAQUICARDIA/PALPITAÇÕES/ARRITMIAS,específicas! Microaneurismas e exsudato duro Exsudato algodonoso Neovascularização (proliferativa) Imagem: saudebemestar.com.pt Imagens: MSD Manuals | slideshare.com - (3) AZOTEMIA CONDUTA: - DIÁLISE + PRECOCE/ALTO RISCO CARDIOVASCULAR NEUROPATIA DIABÉTICA RASTREAMENTO: - Exame neurológico ANUAL MANIFESTAÇÕES: POLINEUROPATIA SIMÉTRICA E DISTAL (“LUVAS E BOTAS”) - Mais comum - Perda principalmente SENSITIVA (“perda da sensibilidade protetora”) - PÉ DIABÉTICO (“principal causa de amputação não traumática”) - Rastreamento: DIAPASÃO/MONOFILAMENTO/MARTELO - TRATAMENTO: Antidepressivos: AMITRIPTILINA/DULOXETINA Anticonvulsivante: PREGABALINA GASTROPARESIA: - Tratamento com ERITROMICINA OUTRAS FORMAS: - MONONEUROPATIA: MEDIANO, III E VI PAR - DISAUTONOMIA: cardiovascular (HIPOTENSÃO POSTURAL); TGI (GASTOPARESIA, DISPEPSIA, DIARREIA); genito- urinária (DISFUNÇÃO ERÉTIL, INCONTINÊNCIA URINÁRIA); periférica (DESIDRATAÇÃO). - CONDUTA: FLUDOCORTISONA (cardiovascular), BROMOPRIDA (TGI), SILDENAFIL (disfunção erétil)... Depende do tipo de disautonomia! - QUAL A LESÃO MAIS COMUM? GLOMERULOESCLEROSE DIFUSA. - QUAL A LESÃO MAIS ESPECÍFICA? GLOMERULOESCLEROSE NODULAR (KIMMELSTIEL-WILSON) - TREINAMENTO PRÁTICO... FIGURA 1: - ACHADO: PAPILEDEMA - DOENÇA: HAS - ESTÁGIO: grau IV FIGURA 2: - ACHADO: MICROANEURISMAS E EXSUDATOS DUROS - DOENÇA: DM - ESTÁGIO: não proliferativa FIGURA 3: - ACHADO: ESTREITAMENTO ARTERIOLAR - DOENÇA: HAS - ESTÁGIO: grau I FIGURA 4: - ACHADO: CRUZAMENTO AV PATOLÓGICO - DOENÇA: HAS - ESTÁGIO: grau II FIGURA 5: - ACHADO: NEOVASOS - DOENÇA: DM - ESTÁGIO: proliferativa Imagens: MSD Manuals | slideshare.com - PÉ DIABÉTICO DEFINIÇÃO E FISIOPATOLOGIA: - LEMBRANDO... NEUROPATIA DIABÉTICA: Mais comum: polineuropatia simétrica distal Fibras finas: sensibilidade térmica e dolorosa Fibras grossas: propriocepção, sensibilidade vibratória e reflexos profundos - COM O ACOMETIMENTO DAS FIBRAS PELA NEUROPATIA, HÁ: INSENSIBILIDADE E DEFORMIDADES ESTRUTURAIS ÁREAS DE PRESSÃO ANORMAIS - PELA DISFUNÇÃO AUTONÔMICA, HÁ: PELE RESSECADA causada pela anidrose - ALÉM DISSO... Também há DOENÇA ARTERIAL PERIFÉRICA, que deflagra ou complica com ULCERAÇÃO E O PÉ DE CHARCOT? - Insensibilidade + área de pressão anormal + inflamação = OSTEÓLISE, FRATURAS E DEFORMIDADES. É uma COMPLICAÇÃO DO PÉ DIABÉTICO. AVALIAÇÃO DO PÉ: EM QUEM? - TODOS os diabéticos ANUALMENTE - Se alteração sensitiva: toda consulta PRIMEIRO PASSO: - Anamnese: pesquisar os fatores de risco amputação prévia, HPP de úlcera no MMII, neuropatia periférica, deformidade nos pés, doença vascular periférica, distúrbio visual, DRC, controle glicêmico inadequado e tabagismo. SEGUNDO PASSO: - Exame Físico! Inspeção: alterações dermatológicas e deformidades Avaliação neurológica: pesquisar PERDA DE SENSIBILIDADE PROTETORA PÉ DIABÉTICO = infecção, ulceração e/ou destruição de tecidos moles associadas a alterações neurológicas e vários graus de doença arterial periférica em membros inferiores. ESTESIÔMETRO OU MONOFILAMENTO DE 10 GRAMAS + pelo menos um dos exames abaixo: (1) Teste com diapasão 128Hz (2) Martelo para pesquisa do reflexo Aquileu (3) Pino (neurotip) ou palito (pinprick sensation) Imagens: Termo Diagnose | ITU/SP - TERCEIRO PASSO: - EXAME VASCULAR! TRATAMENTO: “O MELHOR É A PREVENÇÃO’ - Controle glicêmico e pressórico - Cessar tabagismo - Orientações gerais: NUNCA ANDAR DESCALÇO EXAMINAR O PÉ DIARIAMENTE Uso de PALMILHAS E ÓRTESES ESPECÍFICAS SE JÁ HOUVER ÚLCERA... - CURATIVO EM COMPRESSA ÚMIDA - EVITAR ANTISSÉPTICOS SE HOUVER SINAIS DE INFECÇÃO NA ÚLCERA... LEVE ERITEMA 2CM OU SINAIS SISTÊMICOS ATB IV: cobrir gram positivos, negativos e anaeróbios Exemplo: AMOX-CLAV, CIPRO + CLINDA, PIPE-TAZO, CARBAPENÊMICOS DESBRIDAMENTO! Pesquisar OSTEOMIELITE! ÍNDICE TORNOZELO-BRAQUIAL Em quem? - Sinais/sintomas de vasculopatia, pacientes > 50 anos* (segundo alguns autores) Como? - DOPPLER: maior PAs do tornozelo/maior PAs das artérias braquiais ITB > 0,9: normal ITB 30kg/m² P (kg)/A2 (m2) 18,5 – 24,9 Peso ideal > 25,0 – 29,9 Sobrepeso > 30,0 – 34,9 Obesidade leve (grau I) > 35,0 – 39,9 Obesidade moderada (grau II) > 40 Obesidade mórbida/grave (grau III) > 50 “Hiper-obeso” FISIOPATOLOGIA: - BALANÇA: ↑CALORIAS INGERIDAS X ↓GASTO ENERGÉTICO - GENÉTICOS: polimorfismos e algumas síndromes (ex: Prader-Willi) - AMBIENTAIS: má alimentação e sedentarismo - MODULADORES CENTRAIS E PERIFÉRICOS DO APETITE: MODULADORES CENTRAIS DO APETITE Orexígenos NPY, AgRP Anorexígenos CART, POMC (ACTH e MSH) MODULADORES PERIFÉRICOS DO APETITE Orexígenos Grelina Anorexígenos Leptina, GLP-1, PYY, CCK, insulina Obesidade @ casalmedresumos Imagem: UFPR | Dra. Gisele Faria - NA OBESIDADE... RESISTÊNCIA À LEPTINA RESISTÊNCIA À INSULINA ↓GLP-1 ↓GLP-2 ↓PYY Tudo isso ATIVA A VIA OREXÍGENA COMORBIDADES ASSOCIADAS: - ENDÓCRINA: RESISTÊNCIA INSULÍNICA, DM2, DISLIPIDEMIA - OSTEOARTICULAR: OSTEOARTRITE, DISCOPATIA, TÚNEL DO CARPO - CARDIOVASCULAR: HAS, ICC, DAP, FA, INSUFICIÊNCIA VENOSA - RESPIRATÓRIA: DISPNEIA, APNEIA DO SONO - TGI: DRGE, ESTEATOSE - NEUROLÓGICA: PSEUDOTUMOR CEREBRI (HIC IDIOPÁTICA) - PSICOSSOCIAL: DEPRESSÃO, ISOLAMENTO, ↓AUTO-ESTIMA Imagem: UFPR | Dra. Gisele Faria - TRATAMENTO: PASSO 1 MUDANÇA NO ESTILO DE VIDA! - DIETA + EXERCÍCIO + MUDANÇA COMPORTAMENTAL - Qual a melhor dieta? Não existe... PASSO 2 TRATAMENTO FARMACOLÓGICO! INDICAÇÕES: IMC > 30 OU > 27 COM COMORBIDADES ARSENAL TERAPÊUTICO: ORLISTAT - Reduz absorção de gordura pela inibição da lipase pancreática - Efeitos adversos gastrointestinais SIBUTRAMINA - Inibe a recaptação de nora e serotonina no hipotálamo = ↑POMC - Efeitos adversos: cefaleia, insônia, ↑PA/FC (risco cardiovascular) AGONISTA GLP-1 - ↑GLP-1= efeito direto no hipotálamo (mecanismo ainda pouco conhecido) Liraglutida 3mg/dia (SAXENDA) Semaglutida 2,4mg/semana (OZEMPIC) - Efeitos adversos: náuseas NALTREXONA + BUPROPIONA - ↑POMC FENERMINA + TOPIRAMATO - ↑SN simpático + modulação GABA - Esquema não aprovado no Brasil - PASSO 3 TRATAMENTO CIRÚRGICO! INDICAÇÕES: OBESIDADE GRAU III (IMC > 40) OU OBESIDADE GRAU II (IMC > 35) + COMORBIDADES AGRAVADAS OU CAUSADAS PELA OBESIDADE E QUE MELHORAM QUANDO A MESMA É TRATADA DE FORMA EFICAZ; OU OBESIDADE GRAU I (IMC > 30) + DM2 REFRATÁRIO A TERAPIA CLÍNICA Indicação por 2 endocrinologistas Refratariedade ao tratamento clínico Idade entre 30-70 anos QUE A OBESIDADE PODE AGRAVAR, ENTRA COMO INDICAÇÃO! Idade mínima: maiores de 18 anos. Jovens entre 16 e 18 anos podem ser operados, mas exigem precauções especiais e o risco/benefício deve ser bem analisado. Adolescentes com 16 anos completos e menores de 18 anos poderão ser operados, mas além das exigências citadas, um PEDIATRA DEVE ESTAR PRESENTE na equipe multiprofissional e deve haver a CONSOLIDAÇÃO DAS CARTILAGENS EPIFÁRIAS de crescimento dos punhos. A cirurgia com MENOS DE 18 ANOS ainda é considerada EXPERIMENTAL! Também É PERMITIDA A CIRURGIA EM > 65 ANOS, desde que haja a análise do risco-benefício. CRITÉRIOS: FALHA NA TERAPIA NUTRICIONAL/REFRATARIEDADE (tratamento clínico, pelo menos 2 anos) PSIQUIATRICAMENTE ESTÁVEL sem uso de álcool ou drogas ilícitas (> 6m) INSTRUÇÃO SOBRE A OPERAÇÃO E SEQUELAS por parte do paciente e familiares MOTIVAÇÃO individual AUSÊNCIA DE PROBLEMAS CLÍNICOS que se oponham à sobrevida da cirurgia IDADE > 18 ANOS (entre 16-18 anos, precisa de autorização de responsável) SEM CONTRAINDICAÇÃO ao procedimento* (**) Prader-Willi: contraindicação absoluta? Polêmico... - TIPOS E TÉCNICAS: PREDOMINANTEMENTE DISABSORTIVAS - Derivação biliopancreática: Scopinaro - Switch duodenal PREDOMINANTEMENTE RESTRITIVAS - By-Pass RESTRITIVAS - Balão intragástrico - Banda gástrica ajustável - Sleeve Descrição Vantagens Desvantagens SCOPINARO Gastrectomia horizontal distal + Y de Roux com alça comum de ± 50cm - Reservatório gástrico ajustável - Componente metabólico (ajuda nas comorbidades) - ↑↑Perda de peso ↑Complicações nutricionais - Desmineralização óssea - ↑Evacuação, flatos fétidos SWITCH DUODENAL “Alteração de Scopinaro” com gastrectomia vertical (sleeve) + Y de Roux com alça comum de ± 100cm Descrição Vantagens Desvantagens BYPASS GÁSTRICO (FOBI-CAPELLA) Pequeno reservatório gástrico + Y de Roux com alça alimentar de 120cm - Componente metabólico (escolha para diabetes) - ↑↑Perda de peso - Trata DRGE - Irreversível - Estômago excluso se torna de difícil acesso (cuidado com neoplasia, úlcera, etc) - Complicações: dumping, deficiência de ferro e B12, fístulas na anastomose gastrojejunal Descrição Vantagens Desvantagens BALÃO Método endoscópico Saciedade precoce e restrição Indicações restritas: - Risco cirúrgico proibitivo - Preparo pré-operatório BANDA GÁSTRICA AJUSTÁVEL Banda de silicone no estômago proximal - Reversível - Permite ajuste -↓Repercussão nutricional -↓Perda de peso - Exige cooperação do paciente - Risco de migração SLEEVE Gastrectomia vertical (primeira etapa do Switch Duodenal) - Simples -↑Perda de peso - Transformável (pode transformar em by-pass) - Permite acesso (pode ser avaliado por EDA) -↓Repercussão nutricional, - ↓Disabsorção - Risco de fístula no ângulo de Hiss (dica: TAQUICARDIA) ALTERAÇÕES FUNCIONAIS PÓS-BARIÁTRICA: Cirurgia Grelina GLP-1 PYY Sleeve ↓↓ ↑ ↑ Bypass Variável ↑↑ ↑↑ AMBAS MELHORAM COMORBIDADES, com destaque para o Bypass* PREDOMINANTEMENTE DISABSORTIVAS PREDOMINANTEMENTE RESTRITIVAS RESTRITIVAS (*) BYPASS Remissão do DM2 em 80% dos casos ↓ 46% complicações microvasculares ↓ Mortalidade Página 1 Página 2 Página 3 Página 4 Página 5 Página 6 Página 7 Página 8 Página 9 Página 10 Página 11 Página 12 Página 13 Página 14 Página 15 Página 16 Página 17 Página 18 Página 19 Página 20 Página 21 Página 22 Página 23 Página 24 Página 25 Página 26 Página 27 Página 28 Página 29 Página 30 Página 31 Página 32 Página 33 Página 34 Página 35 Página 36 Página 37 Página 38 Página 39 Página 40 Página 41 Página 42 Página 43 Página 44 Página 45 Página 46 Página 47 Página 48 Página 49 Página 50 Página 51 Página 52 Página 53 Página 54 Página 55 Página 56 Página 57 Página 58 Página 59 Página 60 Página 61 Página 62 Página 63 Página 64 Página 65 Página 66 Página 67 Página 68 Página 69 Página 70 Página 71 Página 72 Página 73 Página 74 Página 75 Página 76 Página 77SUDORESE EXCESSIVA, HAS DIVERGENTE, MIDRÍASE, BRONCODILATAÇÃO, DISPNEIA/HIPERVENTILAÇÃO, AUMENTO DO APETITE, NERVOSISMO, LABILIDADE EMOCIONAL - ↑METABOLISMO BASAL (TFG, depuração hepática de substâncias tóxicas) = POLIFAGIA, EMAGRECIMENTO (“come e emagrece”), HIPERCALCEMIA (↑turn-over ósseo). - ↑PRODUÇÃO DE CALOR = INTOLERÂNCIA AO CALOR, ↑TEMPERATURA CORPORAL Tireotoxicose em geral gera insônia, nervosismo, confusão mental, sudorese excessiva, intolerância ao calor, pele quente e úmida, perda de peso com polifagia, tremor, taquicardia... São vários os achados clínicos adrenérgicos que advém desse processo de aumento de hormônio E o que a adrenalina tem a ver com T3 e T4? Será que eles aumentam a quantidade de adrenalina no corpo? Não... Na verdade, os hormônios tireoidianos aumentam a quantidade de receptor beta adrenérgico no organismo! Tanto beta-1 cardíaco quanto beta-2 nos vasos periféricos! Por isso o indivíduo começa a ter pele quente e úmida, intolerância ao calor... Por causa da vasodilatação! Beta-2 adrenérgico faz vasodilatação! Alfa adrenérgico faz vasoconstrição! Se vasodilata, a PA diastólica cai! Se o normal é 80, vai para 50! E ao mesmo tempo que isso acontece, a ação em beta-1 faz inotropismo e cronotropismo positivo! Aumenta a PA sistólica! Surge a HAS divergente! Fica 160 x 50, por exemplo. E se aumenta beta-1, também aumenta a chance de fibrilação atrial! São dois achados típicos de prova! E o mais importante de tudo... Como é que tratamos tireotoxicose em geral? Com betabloqueador! Propranolol! Tem que ser um não seletivo, para bloquear beta-1 e 2! Observação: BÓCIOS - O grande responsável pelo surgimento é o ↑TSH! - Podem ser causados por um hipotireoidismo OU hipertireoidismo - ETIOLOGIA DA TIREOTOXICOSE: COM HIPERTIREOIDISMO - DOENÇA DE GRAVES - BÓCIO MULTINODULAR TÓXICO. Tireoide cheia de nódulos funcionantes. - ADENOMA TÓXICO (PLUMMER). Tireoide com um nódulo funcionante. - TUMOR HIPOFISÁRIO PRODUTOR DE TSH (HIPERTIREOIDISMO SECUNDÁRIO) Obs: se tem “tóxico” no nome = hipertireoidismo PRIMÁRIO! SEM HIPERTIREOIDISMO - TIREOIDITE SUBAGUDA - TIREOTOXICOSE FACTÍCIA/EXÓGENA (USO DE HORMÔNIO). As provas geralmente utilizam um paciente que está usando hormônio tireoidiano para FÓRMULA DE EMAGRECIMENTO. COMO DIFERENCIAR AS PRINCIPAIS CAUSAS DE PROVA? CINTILOGRAFIA/RAIU (NORMAL: 5-30%) COM hipertireoidismo (Doença de Graves) SEM hipertireoidismo (Tireoidite) CINTILO = IMAGEM RAIU = CAPTAÇÃO DE IODO 24H RAIU = 35-95% CINTILOGRAFIA = CAPTAÇÃO DIFUSA CINTILO = IMAGEM RAIU = CAPTAÇÃO DE IODO 24H RAIU BAIXAS TITULAÇÕES > SEM CONSEQUÊNCIA CLÍNICA > TÍPICO DE HASHIMOTO. Lembre que é característico de outra doença: Hashimoto! Só que pode estar positivo aqui também... Como assim? Não vai diminuir a produção hormonal? Não! Está positivo em baixos títulos! Não vai fazer nada... É só um marcador de doença! Presente em 80% dos casos! Mas não confunda... O anticorpo típico de Graves é o TRAB! Então, se tiver TRAB e anti- TPO positivos na prova, não é Hashimoto! É Graves! Imagens: wikipedia | Netter | researchgate.com BÓCIO EXOFTALMIA MIXEDEMA LID LAG - - NA DÚVIDA: AUTOANTICORPOS: TRAB Há necessidade de pedir TRAB de forma rotineira? Não... A grande indicação é a paciente que tem a doença de Graves, mas está eutireoideo... T4 livre não está alto! Mas tem a doença... Vai manifestar “lá na frente”! É a paciente que tem exoftalmia, por exemplo, mas está eutireoidea... Será que é a doença? Nesse caso vale a pena pedir o TRAB. É só nos casos de dúvida! Não é rotina! USG: BÓCIO DIFUSO A glândula fica grande, macia, fibroelástica, indolor e sem nódulos! O aumento é difuso! RAIU-24H: CAPTAÇÃO > 35% Um outro exame é a captação do iodo radioativo! Aqui não é imagem! A RAIU não tem imagem! O paciente ingere o iodo radioativo, vai para casa e volta no dia seguinte para uma sonda com uma câmera captar a quantidade de radiação que foi parar na tireoide! O normal é uma captação entre 5-20% da dose que foi administrada. Em Graves, essa captação é maior que 20%! E aquela mulher jovem que tentou emagrecer tomando T4 (factícia)? Se fizer uma RAIU nela essa captação vai ser inferior a 5%! A glândula está inibida... A RAIU é um exame muito importante para esse diagnóstico diferencial! CINTILOGRAFIA: HIPERCAPTAÇÃO DIFUSA É de imagem: a cintilografia com iodo radioativo! Qual a ideia do exame? É fornecer uma imagem da tireoide! Se fornecer o iodo radioativo, onde estiver hiperativo a imagem mostra! E qual a imagem que observamos no paciente com Graves? Captação difusa! Não há nódulos! Só para início de conversa (vamos ver os diagnósticos diferenciais adiante). Na cintilografia da doença de Plummer é UM nódulo quente. O iodo concentra só em um lóbulo! E a presença de nódulo fala contra a doença de Graves! OBS: dosar T3 nos casos de hipertireoidismo, visto que em 5% dos casos ocorre aumento somente de T3 PEGADINHA DE PROVA... CLÍNICA DE AUMENTO DOS HORMÔNIOS TIREOIDIANOS + TSH NORMAL + T4 LIVRE ALTO = HIPERTIREOIDISMOSECUNDÁRIO! É adenoma hipofisário secretor de TSH! No hipertireoidismo secundário o TSH pode estar normal ou alto! Não esqueça... Não pode ser doença de Graves pois o TSH teria que estar baixo! Imagens: gov.br | Carlos Vitor Braga Rodrigues - TRATAMENTO: (1) MEDICAMENTOSO: Quais são os medicamentos que vamos utilizar quando para inibir a tireoide na sua produção hormonal? Quem inibe TPO? PTU e MMZ! Quais os medicamentos que vão diminuir a clínica do paciente? Betabloqueador não seletivo! A abordagem medicamentosa é regra... Se não der certo, vamos ablar! E se a ablação não der certo, cirurgia! São 3 etapas! - BETA-BLOQUEADOR (sintomático para todos!) - DAT (inibem a TPO) METIMAZOL OU PROPILTIURACIL MMZ: ESCOLHA, MELHOR TOLERADO, DOSE ÚNICA DIÁRIA PTU: INIBE A DESIODASE TIPO 1. ESCOLHA NO 1º TRIMESTRE DA GESTAÇÃO E NA CRISE TIREOTÓXICA EFEITOS COLATERAIS: HEPATITE E AGRANULOCITOSE (agranulocitose = atenção para os sintomas iniciais = febre e faringite) Na primeira etapa são os medicamentos! Já sabemos que o betabloqueio é fundamental... Melhora a clínica! E vamos controlar a produção hormonal com PTU ou MMZ? Qual o medicamento mais barato? MMZ! Qual a dose mais favorável? MMZ! Todo mundo faz o que? MMZ! E qual a vantagem do PTU em relação ao MMZ? Inibir a desiodase do tipo 1! Então, na tempestade tireoidiana, o PTU passa a ser a escolha! Mas, via de regra, é propranolol com MMZ! Somente fique atento aos efeitos colaterais clássicos: hepatite e agranulocitose. O ALVO TERAPÊUTICO É O T4 ENTRE NORMAL. Qual é o alvo? É atingir o T4L entre 0,9 e 2,0! E cuidado com isso! O alvo não é TSH normal! Esquece TSH aqui! TSH foi bom para diagnóstico! Foi o primeiro parâmetro que se alterou... Agora, quando você quer um indivíduo eutireoideo, nesse contexto de hipertireoidismo, você quer T4L normal! (2) IODO RADIOATIVO: - SE RECIDIVA OU REAÇÃO TÓXICA ÀS DROGAS. - CONTRAINDICAÇÃO: GRAVIDEZ/GRANDES BÓCIOS/OFTALMOPATIA GRAVE Se o paciente recidivou após 1 ano ou se surgiram efeitos colaterais antes disso, tem que suspender a medicação e ablar! A dose de iodo radioativo é altíssima! O objetivo é destruir a célula folicular! E é claro que não podemos fazer isso para grávidas... Aliás, nem cintilografia, nem RAIU. Iodo radioativo e grávida não combinam! E também não devemos ablar quando a tireoide é muito grande, pois a quantidade de iodo radioativo que vamos precisar fornecer consequentemente também será muito grande... Não pode! E, por fim, para os pacientes que tem exoftalmia grave também não podemos fazer, pois já foi comprovado em estudos que o dano ocular piorava! (3) TIREOIDECTOMIA (total ou subtotal): - SE GESTANTE REFRATÁRIA A DAT, GRANDES BÓCIOS OU OFTALMOPATIA GRAVE (ou seja, sem melhora farmacológica ou CI ao iodo radioativo). Fez o medicamento e não deu certo? Ablo! Não pode ablar? Cirurgia! Se está contraindicada a ablação, é cirurgia! Então, as contraindicações do processo ablativo (gravidez não controlada com remédio, grandes bócios e oftalmopatia grave) são hoje as grandes indicações de cirurgia! PREPARO: MMZ/PTU PELO MENOS 2 SEMANAS + IODO/LUGOL. Último detalhe... Existe um esquema que tem que fazer de forma obrigatória antes de operar o indivíduo! Não vamos internar um paciente com doença de Graves hoje e amanhã operar... O cirurgião encararia uma tireoide enorme, cheia de coloide, cheia de sangue... Existe um preparo cirúrgico! Como é esse preparo? Vamos ter que inibir a produção hormonal! Quando fazemos isso, vamos diminuindo aos poucos o estoque de coloide! Então, antes de qualquer tireoidectomia, inibimos a glândula com inibidores da TPO (PTU ou MMZ). Com eles, a glândula até diminui de tamanho! E quando faltarem 2 semanas para o ato cirúrgico, internamos o paciente e prescrevemos lugol em grande quantidade! Repare que o iodo é só depois do inibidor da TPO! Com a glândula inibida, o lugol faz o efeito de Wolff- Chaikoff! Se não tivesse inibida, faria Jod-Basedow! Enfim... Com isso diminuímos a vascularização da glândula. Durante o ato cirúrgico vai sangrar menos... - COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS DA TIREOIDECTOMIA HEMATOMA CERVICAL - Mais temida - INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA POR compressão de estruturas venosas + EDEMA DE GLOTE. - A conduta é a REABORDAGEM DA FERIDA. Se não der certo: TRAQUEOSTOMIA. Tentar intubar pode ser desastroso por conta do edema de glote. LESÃO DO NERVO LARINGEO RECORRENTE - Mais grave - ROUQUIDÃO (lesão unilateral) - INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA (lesão bilateral) LESÃO DO NERVO LARINGEO SUPERIOR - Alteração no TIMBRE DA VOZ HIPOPARATIREOIDISMO - Mais comum - Geralmente TRANSITÓRIA - Evolui com HIPOCALCEMIA = tetania, Chvostek, Trosseau BÓCIO MULTINODULAR TÓXICO CONCEITOS: - MÚLTIPLOS NÓDULOS AUTÔNOMOS E HIPERFUNCIONANTES - Mulheres ACIMA DE 50 ANOS - Comum história de bócio multinodular ATÓXICO previamente MUTAÇÃO no receptor do TSH automatismo na produção de hormônios bócio multinodular TÓXICO QUADRO CLÍNICO: - TIREOTOXICOSE (“mais leve”) Arritmia, ICC são comuns! - SINTOMAS COMPRESSIVOS Disfagia, dispneia, S. de Pemberton DIAGNÓSTICO: - THS ↓, T4 LIVRE E T3 ↑ - CINTILOGRAFIA (NÓDULOS QUENTES) TRATAMENTO: - CIRURGIA (preferência/não precisa preparo) ou RADIOIODO ADENOMA TÓXICO (DOENÇA DE PLUMMER) CONCEITOS: - NÓDULO SOLITÁRIO > 3CM (PODE HAVER + DE 1) AUTÔNOMO E HIPERFUNCIONANTE - Mutação pontual somática no receptor de TSH ativação constitutiva/constante QUADRO CLÍNICO: - NÓDULO PALPÁVEL + TIREOTOXICOSE OLIGOSSINTOMÁTICA Imagem: spect.com.br - DIAGNÓSTICO: - THS ↓, T4 LIVRE E T3 ↑ - CINTILOGRAFIA (NÓDULO QUENTE) TRATAMENTO: - RADIOIODO (preferência geral) ou CIRURGIA (LOBECTOMIA + ISTMECTOMIA) (preferência para nódulos muito grandes ou pacientes jovens com grande expectativa de vida) DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE HIPERTIREOIDISMO GRAVES PLUMMER BMT Bócio DIFUSO Nódulo ÚNICO MULTINODULAR Cintilografia com CAPTAÇÃO DIFUSA Cintilografia com NÓDULO ÚNICO HIPERCAPTANTE Cintilografia com VÁRIOS NÓDULOS HIPERCAPTANTES E A CRISE TIREOTÓXICA (“TEMPESTADE TIREOIDIANA”)? - CONCEITO: EXACERBAÇÃO DE UM CASO DE HIPERTIREOIDISMO com risco de vida - PRINCIPAL ETIOLOGIA: doença de Graves - FATORES PRECIPITANTES: INFECÇÕES (!), cirurgias, trauma, terapia com iodo, suspensão de drogas antitireoidianas, amiodarona, toxemia da gravidez, hipoglicemia, parto, TEP, AVE, etc... - FISIOPATOLOGIA: aumento das catecolaminas + aumento súbito de T4L - CLÍNICA: confusão, delirium, psicose, coma, febre alta, IC, FA aguda, icterícia... Atenção para as manifestações neurológicas! - DIAGNÓSTICO: tireotoxicose + disfunção orgânica CRITÉRIOS DE BURCH E WARTOFSKY** > 45: altamente sugestivo 25-44: iminente tireoidianos também são CATABÓLICOS! O organismo, em um contexto de inflamação, entende que, como o catabolismo já é intenso, não precisa mais produzir hormônios tireoidianos, certo? Para manter uma homeostase! Então, para não piorar esse catabolismo, o organismo: - INIBE DESIODASE TIPO 1 (para que não haja conversão de T4 em T3) - ATIVA A DESIODAS TIPO 3 (aumentando a conversão de T4 em T3R, que é a forma inativa). Consequências: ↑↑T3R e ↓↓T3 Isso é o básico... É o que ocorre na PERIFERIA por conta da inibição da desiodase tipo 1! A alteração só ocorre no fim da cascata, a nível de tireoide. - CASOS GRAVES: + ↓TSH, ↓T4 TOTAL Em doenças MUITO GRAVES, entretanto, o cenário muda! Também ocorre a INIBIÇÃO DA DESIODASE TIPO II, que atua em nível de SISTEMA NERVOSO CENTRAL! Quando ela faz isso e o T3 se liga nos receptores hipotalâmicos e hipofisários, ocorre REDUÇÃO DE TRH e TSH! Consequências: ↓TSH, ↓T4 total, ↓T3, ↑T3R OBS 1: T4 total rem relação direta com o PROGNÓSTICO do paciente! Quanto mais baixo, pior o prognóstico! Quando está 2, a mortalidade já chega em 80%. OBS 2: Na síndrome do eutireoideo doente, a dosagem do T4 LIVRE não é confiável! APÓS A RECUPERAÇÃO CLÍNICA... O eixo normaliza, as desiodases voltam a trabalhar normalmente. Mesmo assim, de forma transitória, pode haver: AUMENTO TRANSITÓRIO DE TSH ( tireotoxicose > hipotireoidismo > eutireoidismo) - SE SUBAGUDA = “evolui fase por fase” e abre o quadro com tireotoxicose! - SE CRÔNICA = “vai da inflamação para o hipotireoidismo” e abre o quadro com hipotireoidismo! CLASSIFICAÇÃO: SUBAGUDA GRANULOMATOSA SUBAGUDA (DE QUERVAIN) - Aumento 2-3x MUITO DOLOROSO da glândula (BÓCIO) - Faz diagnóstico diferencial com HIPERTIREOIDISMO - Febre, mal-estar, tipicamente em MULHERES 20-40 ANOS - Patogênese desconhecida. Geralmente PÓS-VIRAL (1-3 semanas) Olha o nome... O grande dado que vai chamar atenção é a dor! É uma tireoide que dói muito! Sabe o que acontece aqui? É um paciente que tem uma infecção viral. Por causa dessa infecção viral ele faz uma resposta granulomatosa! Só que essa resposta, além de atacar o vírus, também acaba atacando a tireoide! Gera a tireoidite... Ocorre uma cervicalgia intensa! Dói a ponto de o paciente sequer deixar ser examinado. É uma inflamação pós-viral! Aparece essa história na prova... - ↑VHS/PCR - Tratamento: AINE > CORTICOIDE (se refratário). BETABLOQUEADOR na fase de tireotoxicose. NÃO É PARA FAZER DROGA ANTIREOIDIANA! É uma tireoidite subaguda! Vem, fica um pouco e depois melhora... Aqui não tem nenhum tratamento específico! O que fazemos é tentar melhorar essa dor, melhorar a inflamação... Usa AINE! Se mesmo assim continuar doendo, podemos pensar em corticoide... O grande ponto é: não é para fazer DAT! AGUDA BACTERIANA (70% dos casos): RARA INDUZIDA POR DROGAS: AMIODARONA/LÍTIO/INTERFERON ALFA (*) Amiodoarona = pode causar tireoidite, Jod-Basedow, Wolff-Chaikoff Então, a amiodarona pode causar hipo ou hipertireoidismo! Não causa diretamente... Causa naquele paciente que não sabia que tinha, mas tem a doença! Sabemos que a amiodarona é uma droga de depósito! Os principais efeitos colaterais decorrem da deposição nos tecidos! Se suspendo a amiodarona “hoje”, ela permanece no corpo por 4 semanas no mínimo! É isso que gera alguns efeitos colaterais, como pneumotoxicidade, toxicidade ocular, hepática... Só que a amiodarona também se deposita na tireoide! Pode causar uma inflamação da tireoide! Tireoidite... Dessa vez, diretamente, a amiodarona pode causar tireoidite! Quando temos uma tireoidite induzida por amiodarona, o que acontece é um escape de coloide! Excesso de hormônio tireoidiano cai na circulação! Imagem: pt.slideshare.net - CRÔNICA DOENÇA DE HASHIMOTO (LINFOCÍTICA CRÔNICA) - Principal causa de hipotireoidismo no Brasil. Pico: MULHER 40-60 ANOS - DOENÇA AUTOIMUNE (ANTI-TPO positivo em 95-100% dos casos!) dano direto (linfócitos T) + autoanticorpos (linfócitos B) - Clínica típica: abrir o quadro com HIPOTIREOIDISMO + BÓCIO (maioria/80% dos casos) TIREOTOXICOSE (HASHITIRETOXICOSE): pode abrir o quando também, mas é muito menos comum (5% dos casos). Inflamação intensa > rompe folículo > escapa coloide > liberação dos hormônios tireoidianos. Pode ocorrer ELEVAÇÃO DE PROLACTINA (hipogonadismo, galactorreia, amenorreia) e DISLIPIDEMIA associados Pode evoluir com MIXEDEMA em casos mais extremos RISCO DE LINFOMA DE TIREOIDE (tumor linfocítico crônico...). CA + Hashimoto = linfoma! PAAF: se for feita por algum motivo (não é recomendado na abordagem diagnóstica) evidencia as CÉLULAS DE ASKANAZY LABORATÓRIO: - ↓T4 LIVRE, ↑TSH, ANTI TPO POSITIVO - ANTI-TIREOGLOBULINA pode estar positivo - TRAB (INIBITÓRIO) também pode estar positivo Em Graves, o TRAB é estimulador! Não confunda! Aqui, com o TRAB inibitório, não haverá o bócio! Isso ocorre em 10-20% dos casos! TRATAMENTO: - NA FASE DE TIREOTOXICOSE: BETABLOQUEADOR - NA FASE DE HIPOTIREOIDISMO: LEVOTIROXINA VEREMOS MAIS DETALHES A SEGUIR! Imagem: Dr. Hussein Awada - 5. Hipotireoidismo QUADRO CLÍNICO: - ↓RECEPTORES BETA-ADRENÉRGICOS = BRADICARDIA, HAS CONVERGENTE - ↓METABOLISMO BASAL = DISLIPIDEMIA, GANHO DE PESO (“come pouco e ganha peso”), CONSTIPAÇÃO, ANEMIA (na verdade, pancitopenia), LENTIDÃO DO RACIOCÍNIO, SONOLÊNCIA, HUMOR DEPRIMIDO, BRADICARDIA - ↓PRODUÇÃO DE CALOR = INTOLERÂNCIA AO FRIO, ↓TEMPERATURA CORPORAL - RAREFAÇÃO DE PELOS, MADAROSE (perda do terço distal da sobrancelha) - OUTROS: HIPERPROLACTINEMIA, MIXEDEMA, DERRAME PLEURAL, PUBERDADE PRECOCE, PELE SECA, UNHAS QUEBRADIÇAS DIAGNÓSTICO: DOSAR TSH E T4 LIVRE + ANTI-TPO - HIPOTIREOIDISMO PRIMÁRIO: ↓T4L e ↑TSH - HIPOTIREOIDISMO CENTRAL: ↓TSH e ↓T4L - HIPOTIREOIDISMO SUBCLÍNICO: ↑TSH e T4L normal CAUSAS: - PRIMÁRIO: HASHIMOTO, OUTRAS TIREOIDITES, IATROGÊNICA (tireoidectomia, iodo radioativo), DROGA (lítio, amiodarona), CARÊNCIA DE IODO (principal causa no MUNDO). - CENTRAL: DOENÇA HIPOFISÁRIA, TUMOR, DOENÇA HIPOTALÂMICA (raro) - SUBCLÍNICO: MESMAS CAUSAS DO PRIMÁRIO CONDUTA: PRIMÁRIO: - Com a HISTÓRIA CLÍNICA você diferencia as causas menos comuns... Fica a dúvida... HASHIMOTO ou TIREOIDITE? Solicitar ANTI-TPO! É o mesmo raciocínio para o subclínico... POSITIVO: HASHIMOTO NEGATIVO: OUTRAS TIREOIDITES SECUNDÁRIO: - RNM DE CRÂNIO SELA TÚRCICA Imagem: chegg.com - TRATAMENTO: - LEVOTIROXINA 1,6mcg/kg/dia 1x ao dia, em jejum, pela manhã CUIDADO COM CORONARIOPATAS E IDOSOS! Começar com doses mais baixas (25-50mcg/dia) ou primeiro tratar o problema cardiovascular! Aumentar dose a cada 2-4 semanas. E O HIPOTIREOIDISMO SUBCLÍNICO? LABORATÓRIO: ↑TSH + T4L NORMAL PRIMEIRO PASSO: REPETIR E CONFIRMAR EM 2-6 MESES QUANDO TRATAR? (1) SINTOMÁTICO (fazer teste terapêutico por 3 meses e reavaliar) (2) GRÁVIDAS OU INTENÇÃO DE GRAVIDEZ; (3) TSH > 10; (o normal é entre 0,5-5); (4) ANTI-TPO POSITIVO; (5) USG COM TIREOIDITE (glândula de aspecto heterogêneo) (6) IDADE 7 E O COMA MIXEDEMATOSO? - CONCEITO: EXACERBAÇÃO DE UM CASO DE HIPOTIREOIDISMO com risco de vida - FATORES PRECIPITANTES E ASSOCIADOS: hipotireoidismo, infecções respiratórias (pneumonia é clássico) e trato urinário, sedativos, IAM, ICC, AVE, etc. - CLÍNICA: hipotermia, ↓drive ventilatório, mixedema, macroglossia, bradicardia e ↓DC, hiponatremia, hipoglicemia - TRATAMENTO: reconhecer e tratar fatoresprecipitantes + drogas específicas LEVOTIROXINA IV BOLUS 200-400mcg + 1,6mcg/kg/dia VO ou reduzir 25% se IV + HIDROCORTISONA IV 100mg + 50mg 6/6h + VM, se necessário + AQUECIMENTO/COBERTORES TÉRMICOS + Correção de hipoglicemia e hiponatremia + SUPORTE VENTILATÓRIO 6. Hipotireoidismo Congênito CONCEITOS: é a principal causa de DEFICIÊNCIA MENTAL REVERSÍVEL no mundo! ETIOLOGIA: - PRIMÁRIO (↓T3/T4 + ↑TSH) DISGENESIA/AGENESIA (85%). É o paciente que já nasce sem tireoide funcionante! O TSH tenta estimular essa tireoide a produzir T3/T4, mas é como se ela "não existisse". DISORMONOGÊNESE (15%). A tireoide está presente, mas por algum problema funcional/enzimático, não responde ao estímulo de TSH para produzir T3/T4. - SECUNDÁRIO/CENTRAL (↓T3/T4 + ↓TSH) HIPOPITUIRARISMO (raro) Imagem: researchgate.net Imagem: Blog Mendelics - QUADRO CLÍNICO: - Mais de 95% são ASSINTOMÁTICOS Ainda há circulação de hormônio tireoidiano materno e muitos desses bebês ainda produzem "alguma coisa" de hormônio tireoidiano. Por isso os sintomas demoram a se desenvolver. - MANIFESTAÇÃO INICIAL MAIS COMUM: ICTERÍCIA NEONATAL PROLONGADA. Geralmente é o dado que as bancas mais colocam em prova. - MANIFESTAÇÕES MAIS TARDIAS E CLÁSSICAS: LETARGIA, CHORO ROUCO, ENGASGOS FREQUENTES, CONSTIPAÇÃO, HÉRNIA UMBILICAL, FONTANELA AMPLA, HIPOTONIA, MOVIMENTOS LENTOS e PELE SECA. - PODE HAVER OUTRAS MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS ASSOCIADAS (cardíaca, renal, TGI, etc) RASTREAMENTO: - TESTE DO PEZINHO ENTRE 3º e 5º DIA DE VIDA! - SE PREMATURO EXTREMO OU MUITO BAIXO PESO: reavaliar com 1 mês de vida ou na alta hospitalar É o que mais costuma cair em prova! TRATAMENTO: - Instituir NOS PRIMEIROS 14 DIAS DE VIDA! Após isso, aumenta a chance de evoluir para deficiência mental. - DROGA: LEVOTIROXINA (dose 10-15mcg/kg/dia) - MONITORAMENTO: TSH E T4 LIVRE Em 2 e 4 semanas após o início da terapia REPETIR: Entre 0-6 meses de idade: a cada 1-2 meses Entre 6 meses-3 anos de idade: a cada 2-3 meses Em maiores de 3 anos de idade: a cada 6-12 meses DOSAGENS ADICIONAIS: 4 semanas após cada mudança de dose Se a regularidade do tratamento for questionada Se valores forem anormais ATENÇÃO COM ICTERÍCIA NEONATAL PROLONGADA! - 7. Nódulo Tireoidiano Sempre se preocupar com 2 coisas: FUNCIONALIDADE E MALIGNIDADE CONCEITOS INICIAIS: EXTREMAMENTE COMUM (1-5% DA POPULAÇÃO) A GRANDE MAIORIA É BENIGNO! É extremamente comum... Tem que saber para o dia-dia e para a prova! Está presente em cerca de 1-5% da população! Precisa ficar sempre preocupado com câncer? Claro que não... A grande maioria dos nódulos tireoidianos são benignos! Pode ser um adenoma que a pessoa teve a vida inteira... Na maioria das vezes é só um nódulo... É extremamente comum! EM 5% DOS CASOS PODE SER CÂNCER FICAR ATENTO PARA OS FATORES DE RISCO = (1) EXTREMOS DE IDADE ( 70); (2) SEXO MASCULINO; (3) HISTÓRIA DE RADIAÇÃO (PAPILÍFERO); (4) HISTÓRIA FAMILIAR +; (5) NÓDULO DURO, ADERIDO, COM GÂNGLIO +; (6) USG COM NÓDULO > 1CM; SÓLIDO E quando tem que pensar que isso pode ser um câncer? Quando alguns fatores de risco estão presentes... Será que pode ser câncer? Tem que ter esse discernimento... Extremos de idade, sexo masculino (nódulo é muito mais comum em mulheres), história de irradiação, que é o grande fator de risco para o principal câncer de tireoide (papilífero), história familiar, exame físico com nódulo duro, aderido e gânglio positivo; ou então você viu um USG com um nódulo > 1cm, sólido... NÃO É PARA FAZER PAAF LOGO DE CARA EM TODO MUNDO! A primeira conduta é fazer PAAF! Não é assim? Claro que não... Não é para sair fazendo PAAF em todo mundo! ABORDAGEM: 1. ANAMNESE + EXAME FÍSICO (história de irradiação, linfadenopatia, etc) 2. 1º PASSO: TSH A primeira conduta é avaliar a função dessa tireoide! O câncer normalmente preserva a função tireoidiana. Então, se tem a função tireoidiana preservada com um nódulo, a primeira coisa que tem que fazer, claro, é avaliar essa função da tireoide. Se há hiperfunção, ficamos um pouco mais tranquilos... Se estiver normal, tem que ir atrás! Fazer uma USG para ver se encontramos algum fator de risco que nos leve a pensar em câncer! Se o nódulo é suspeito, ou se o paciente tem alguns dos fatores de risco citados, aí sim, partimos para a PAAF. Se não for suspeito, nem faz a PAAF... Só acompanha! Vamos entender o fluxograma! - NORMAL/ALTO: SOLICITAR USG 1CM OU SUSPEITO*: PAAF - BAIXO: CINTILOGRAFIA QUENTE/CAPTANTE: ADENOMA TÓXICO (PLUMMER) FRIO/NÃO CAPTANTE: SOLICITAR USG 1CM OU SUSPEITO*: PAAF FATORES QUE SUGEREM MALIGNIDADE (SUSPEITOS): SEXO MASCULINO IDADE 65 ANOS HISTÓRIA DE IRRADIAÇÃO RÁPIDO CRESCIMENTO HISTÓRIA FAMILIAR POSITIVA NÓDULO FIXO, ENDURECIDO E ADERIDO SINTOMAS OBSTRUTIVOS (EX: ROUQUIDÃO) CARACTERÍSTICAS SUSPEITAS NA USG: NÓDULO HIPOECOICO NÓDULO MAIS ALTO DO QUE LARGO MARGENS IRREGULARES MICROCALCIFICAÇÕES EXTENSÃO EXTRA-TIREOIDIANA VASCULARIZAÇÃO CENTRAL (CHAMMAS IV-V) CLASSIFICAÇÃO DE CHAMMAS - PERCEBA... SE TSH BAIXO: CINTILOGRAFIA Se tem hiperfunção da glândula (TSH baixo), normalmente não é câncer... Mas o que vai garantir isso? Quem vai garantir que essa hiperfunção é decorrente do nódulo que palpamos? Quem garante que isso não pode ser uma doença de Graves que está fazendo um bócio e nesse bócio está surgindo um nódulo cancerígeno? Aqui o próximo passo é uma cintilografia! Se encontrar um nódulo frio, um nódulo hipocaptante (frio), a hiperfunção não é decorrente do nódulo! Seguimos o raciocínio e pedimos USG... Pode ser câncer... Agora, se encontrar um nódulo quente, hipercaptante, tem que pensar em doença de Plummer! A PAAF NOS FORNECE O DIAGNÓSTICO CITOLÓGICO (E NÃO O HISTOPATOLÓGICO)! Cuidado... A PAAF não nos fornece o diagnóstico histopatológico, não, hein! A PAAF nos dá o diagnóstico citológico! Fica atento com esse detalhe... E SE NÓDULO ISO/HIPERECOICO, SEM CARACTERÍSTICAS SUSPEITAS? Deve ser benigno... Será? CONSIDERAR PAAF SE > 1,5-2,0cm PAAF COMO AVALIAR O RESULTADO? CLASSIFICAÇÃO DE BETHESDA Classe Risco Descrição Conduta I 1-5% Insatisfatório Repetir PAAF II 0-3% Benigno Acompanhar (USG 1-2 anos) III 5-15% Lesão folicular indeterminada Repetir PAAF ou cirurgia IV 15-30% Neoplasia folicular Cirurgia ou repetir PAAF V 65-75% Suspeito de malignidade Cirurgia VI 97-100% Maligno Cirurgia (*) Para as classes III/IV, podemos fazer TESTE MOLECULAR. Se não houver mutações, podemos tratar como classe II. Se houver, tratar como classe V. CLASSIFICAÇÃO DE BETHESDA CLASSIFICAÇÃO DE CHAMMAS CLASSIFICAÇÃO TIRADS SEM VASCULARIZAÇÃO VASC. PERIFÉRICA VASC. PERIF > CENT VASC. CENT > PERIF VASC. CENTRAL VASC. CENT > PERIF Fonte: FARIAS M.A.S. | A avaliação da vascularização dos nódulos da tireoide por ultrassonografia e sua correlação com achados citopatológicos. Brasília: Univ. Brasília, 2009, pg31. TREINANDO O OLHO... HIPOECOGENICIDADE MICROCALCIFICAÇÕES ALTURA > LARGURA MARGENS IRREGULARES - 8. Câncer de Tireoide TIPOS: BEM DIFERENCIADO Mais comum (90%) Bom prognóstico REPRESENTANTES: PAPILÍFERO E FOLICULAR Seja de tireoide, seja de qualquer outro tipo de câncer, quando se fala em um câncer bem diferenciado, estamos afirmando é que essa célula cancerígena sofreu um processo de diferenciação quase que igual ao da célula normal. É um câncer, mas é um câncer que é quase que igual ao da célula normal. Por isso, normalmente a função tireoidiana está preservada... Na grande maioria dos casos o câncer ébem diferenciado! É mais comum de acontecer (90%). O prognóstico é bom e geralmente acomete mulheres de 20-40 anos. Os tipos presentes são o papilífero e o folicular. POUCO DIFERENCIADO Menos comum (9%) Pior prognóstico REPRESENTANTES: MEDULAR (CMT) E ANAPLÁSICO Os pouco diferenciados (ainda bem que são minoria), correspondem a 9%. O prognóstico é pior... Os tipos são o medular e o anaplásico. ESTADIAMENTO: ESCORE DE AMES/AGES (usar o bom senso!) BAIXO RISCO ALTO RISCO IDADE 40 anos SEXO Feminino Masculino EXTENSÃO Tumor confinado a tireoide, sem extensão capsular ou extracapsular Extensão extratireoidiana, com invasão capsular METÁSTASE Ausente Presente TAMANHO 4cm GRAU Bem diferenciado Pobremente diferenciado CARCINOMA PAPILÍFERO - MAIS COMUM! - MULHER DE 20-40 ANOS - CRESCIMENTO LENTO e disseminação por via LINFÁTICA - Prognóstico EXCELENTE! - Patogênese: mutações BRAF (1º) > RAS (2º) > RET/PTC (3º) relação com HISTÓRIA PRÉVIA DE IRRADIAÇÃO DE CABEÇA/PESCOÇO (principalmente na infância) - Presença de CORPOS PSAMOMATOSOS - Diagnóstico: PAAF CITOLOGIA - SE 1CM, METÁSTASE, IRRADIAÇÃO OU 2CM: TIREOIDECTOMIA TOTAL Se for maior que 2cm, alto risco, não tem o que discutir... Tireoidectomia total! - SUBTIPO: CARCINOMA DE CÉLULAS DE HURTHLE variante mais agressiva e menos diferenciada do folicular, com disseminação linfática e pior prognóstico (↓resposta ao radioiodo) PAPILÍFERO FOLICULAR Tipo Bem diferenciado Bem diferenciado Características Gerais - Mais comum/Mulher 20-40 anos - Excelente prognóstico - Crescimento lento - Disseminação linfática - Associado à irradiação/oncogene RAS/Corpos psamomatosos - 2º mais comum/Mulher 40-60 anos - Bom prognóstico - Disseminação hematogênica - Associação c/ carência iodo - ↑↑↑Células foliculares Diagnóstico PAAF Histopatológico (!) (PAAF não ≠ de adenoma) Tratamento 1cm ou c/risco: total 2cm ou c/risco: total Seguimento Supressão TSH Levotiroxina USG a cada 6 meses Se tireoglobulina > 1-2 ou cintilografia +: ablação com iodo radioativo A PAAF NÃO DIFERENCIA CARCINOMA FOLICULAR DE ADENOMA! Imagem: varsomics - CARCINOMA DE CÉLULAS DE HURTHLE - VARIANTE MAIS AGRESSIVA E MENOS DIFERENCIADA DO FOLICULAR. - DISSEMINAÇÃO LINFÁTICA - Grande tamanho e citoplasma eosinofílico e granular: ONCÓCITOS - Tratamento: TIREOIDECTOMIA TOTAL + LINFADENECTOMIA. BAIXA RESPOSTA AO RADIOIODO! SEGUIMENTO PÓS-TIREOIDECTOMIA - SUPRIMIR TSH COM LEVOTIROXINA! Se TSH estiver alto, há estímulo de resíduo tumoral! Tem que suprimir! - ABLAÇÃO COM RADIOIODO, se alto risco. Lembre: não pode ter resíduo tumoral! - ACOMPANHAMENTO COM TIREOGLOBULINA SÉRICA + USG SERIADA OU CINTILOGRAFIA DE CORPO INTEIRO (PCI), SE ALTO RISCO SE TIREOGLOBULINA > 1-2 OU USG/CINTILOGRAFIA +: ABLAÇÃO COM IODO RADIOATIVO CARCINOMA MEDULAR DE TIREOIDE (CMT) - Se desenvolvem nas CÉLULAS C PARAFOLICULARES (produtoras de CALCITONINA) é uma neoplasia ENDÓCRINA! - MARCADORES: CALCITONINA - 2 APRESENTAÇÕES DISTINTAS: ESPORÁDICO (80%) FAMILIAR (20%): associação com NEM-2! NEM-2A: CMT + FEOCROMOCITOMA + HIPERPARATIREOIDISMO NEM-2B: CMT + FEOCROMOCITOMA + NEUROMAS - PATOGÊNESE: Importante associação com o PROTO-ONCOGENTE-RET: PESQUISAR EM PARENTES DE 1º GRAU e fazer tireoidectomia profilática se positivo. - DIAGNÓSTICO: PAAF + DOSAGEM DE CALCITONINA. Sempre pesquisar feocromocitoma e hiperparatireoidismo! - TRATAMENTO: TIREOIDECTOMIA TOTAL + LINFADENECTOMIA - SEGUIMENTO: CALCITONINA CARCINOMA ANAPLÁSICO OU INDIFERENCIADO - INDIFERENCIADO - PIOR PROGNÓSTICO - MAIS AGRESSIVO - Predomínio em IDOSAS - MAIS RARO (2% das neoplasias tireoidianas) - PATOGÊNESE: mutações no GENE SUPRESSOR TUMORAL P53 - DIAGNÓSTICO: PAAF +/- IMUNOHISTOQUÍMICA - TRATAMENTO: PALIATIVO (traqueostomia + QT/RT) ↑CALCITONINA = PODE CAUSAR DIARREIA! Imagem: mypathologyreport.ca PERCEBA QUE O FOLICULAR É O ÚNICO SUBTIPO QUE NÃO SE DÁ O DIAGNÓSTICO COM PAAF! Imagem: rbc.inca.gov.br | Sofia de Souza Boscoli; Ighor Ramon Pallu Doro Pereira; Mara Rejane Rodrigues Correa Segalla; Eduardo Morais de Castro - 1. Conceitos Iniciais NÃO É UM ÓRGÃO DE ORIGEM ÚNICA! Na verdade, durante o seu desenvolvimento embrionário, ela tem 2 origens. Conforme ela vai evoluindo, essas duas partes se juntam e formam uma glândula só. CÓRTEX: CORTISOL, ANDROGÊNIOS, ALDOSTERONA MEDULA: CATECOLAMINAS (NORADRENALINA/ADRENALINA) E essa origem diferente acaba criando também formação de hormônios diferentes! O córtex produz 3 hormônios: o cortisol, nosso corticoide endógeno; androgênios, menos importante, pois é um androgênio fraco; e aldosterona. A medula, na verdade, nem é uma parte endocrinológica... É uma parte neuroendócrina que secreta catecolaminas: noradrenalina e adrenalina. NÃO FUNCIONA DE FORMA AUTÔNOMA! Ela tem um controle! Não funciona de forma autônoma... Existe um controle da parte cortical! HIPOTÁLAMO (CRH) HIPÓFISE (ACTH) CÓRTEX DA SUPRARRENAL (CORTISOL/ANDROGÊNIOS) Esse controle é dividido... Tudo começa no hipotálamo, que estimula a hipófise através da liberação de CRH. O CRH chega até a hipófise e estimula a liberação de ACTH, que vai até ao córtex da suprarrenal estimular a produção de cortisol e androgênios. O fundamental aqui é o estímulo ao cortisol! O cortisol, então, quando atinge níveis desejados, por retroalimentação negativa (ou feedback negativo), avisa tanto para o hipotálamo quanto para a hipófise que não precisa mais da liberação de CRH e ACTH. E assim, eles entram numa homeostase. QUEM CONTROLA A ALDOSTERONA É O RIM! Agora... Quando se fala da aldosterona, esse controle não é mais de sistema nervoso central! Quem controla é o rim! RENINA ALDOSTERONA O rim controla a secreção de aldosterona pela liberação de renina! E aí a renina vai lá e estimula a liberação de aldosterona! E depois é o mesmo esquema... Se a aldosterona estáem níveis desejáveis, por feedback negativo diminui a liberação da renina. Certo? Então, já começamos a perceber que uma mesma porção da suprarrenal (córtex) tem dois controles: um que envolve o SNC e outro que envolve o rim! Guarde essa informação! NINGUÉM CONTROLA AS CATECOLAMINAS FAZEM PARTE DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO! E aí tem as catecolaminas (noradrenalina/adrenalina). Lembre-se que são neurotransmissores que fazem parte do sistema nervoso autônomo! Sistema nervoso simpático! Então, perceba: se é um neurotransmissor do sistema nervoso AUTÔNOMO, olha o nome, AUTÔNOMO, significa que não depende de ACTH, de renina... O que precisa é da inter-relação com o ambiente! Catecolamina é “luta ou fuga”! É o neurotransmissor de estresse agudo! Então, dessa forma, ninguém toma conta! Ela é liberada ‘sozinha’! ENTÃO... A SUPRARRENAL É UMA GLÂNDULA 3:1 CONTROLADA POR SNC, RIM e SNA! Em termos de controle, a suprarrenal é uma glândula 3:1! Tem uma parte que ninguém controla, uma parte que quem controla é o ACTH e outra parte que quem controla é a renina. E qual a importância de entender isso? A importância é a seguinte: se tiver um problema na suprarrenal, perde “essa turma toda”! O quadro clínico fica cheio de manifestações... Não tem mais catecolaminas, androgênios, aldosterona, cortisol... O quadro é florido! Agora... Se perder o rim, também vai ter um problema na suprarrenal, mas o quadro não vai ser florido. Se perder a hipófise, também vai ter um problema na suprarrenal, mas o quadro também não vai ser amplo, cheio de manifestações... Então, começamos a perceber que o paciente com manifestação de suprarrenal pode ter um quadro clínico enorme e também pode ter um quadro pequeno... Depende de como o sistema está sendo afetado! Doenças da Adrenal @ casalmedresumos Imagem: edisciplinas.usp.br - PRINCIPAIS FUNÇÕES DE CADA HORMÔNIO DA ADRENAL... CORTISOL Catabólico (↑glicose), ação permissiva às catecolaminas, regula sistema imune ALDOSTERONA Reabsorve sódio, trocando por potássio ou hidrogênio ANDROGÊNIOS Pilificação feminina. “Em homens, têm pouca importância devido à produção testicular” CATECOLAMINAS Aumento do tônus vascular AS POSSIBILIDADES DE DOENÇAS... HIPOFUNÇÃO: - INSUFICIÊNCIA ADRENAL HIPERFUNÇÃO: - SÍNDROME DE CUSHING (↑cortisol) - HIPERPLASIA ADRENAL CONGÊNITA (↑androgênios) - HIPERALDOSTERONISMO PRIMÁRIO (↑aldosterona. Já visto em HAS) - FEOCROMOCITOMA (↑catecolaminas) NÓDULO/CÂNCER: - INCIDENTALOMA ADRENAL - CARCINOMA ADRENOCORTICAL Imagem: edisciplinas.usp.br Imagem: abaddison.org.br - Hipotálamo Hipófise Córtex Adrenal - Cortisol - Androgênios - Aldosterona (RIM) INSUFICIÊNCIA SUPRARRENAL SECUNDÁRIA INSUFICIÊNCIA SUPRARRENAL PRIMÁRIA (DOENÇA DE ADDISON) Problema em hipófise/hipotálamo Problema no córtex adrenal 2. Doenças do Córtex da Adrenal INSUFICIÊNCIA ADRENAL Podemos ter um problema de insuficiência adrenal lidando com duas partes! Ou temos um problema na própria glândula (caracterizando uma insuficiência suprarrenal primária, que recebe o nome de doença de Addison); ou temos problema no sistema nervoso central, afetando hipotálamo ou hipófise. Assim como na tireoide, um problema hipotalâmico gerando problema na suprarrenal é raro demais! Muito raro! Geralmente só pensamos em hipófise... Então, o que os livros costumam fazer é colocar tudo no mesmo pacote e só usar o termo ‘secundário/central’! Nem faz diferença, porque sabemos que se tem problema no SNC, esse problema é na hipófise! Problema no hipotálamo gerando consequência suprarrenal é o raro, do raro, do raro, do raro! Se a lesão é no córtex (insuficiência suprarrenal primária), não vai ter cortisol, não vai ter androgênio e não vai ter aldosterona! Então, temos os 3 hormônios baixos! Os 3! E se o cortisol caiu, não temos mais o feedback negativo lá no SNC! A hipófise e o hipotálamo que estão funcionando normalmente tentam aumentar a produção de ACTH para tentar estimular essa adrenal. Então, na insuficiência suprarrenal primária temos queda de cortisol, androgênios e aldosterona, e elevação de ACTH! Agora... Por sua vez, se tiver uma insuficiência suprarrenal secundária, lá em cima (hipotálamo/hipófise, geralmente hipófise), não está havendo liberação de ACTH! E sem ACTH não conseguimos liberar cortisol e nem androgênio! Por isso, cortisol e androgênio caem! Agora... Aldosterona não tem a ver com ACTH! A aldosterona é de controle renal! Então, o padrão hormonal que encontramos é um ACTH baixo, com cortisol e androgênios baixos, e aldosterona normal! ETIOLOGIA: PRIMÁRIA (ADDISON) SECUNDÁRIA DESTRUIÇÃO DA GLÂNDULA ADRENALITE AUTOIMUNE (!) INFECÇÕES DOENÇAS INFILTRATIVAS... METÁSTASE Para fazer doença de Addison, um problema primário, temos uma destruição glandular! A glândula está destruída! Em termos de destruição de glândula endócrina, quais são as doenças que fazem isso? Lembra... Quem mais destrói a tireoide? Quem destrói o pâncreas? O mais comum são as doenças autoimunes! Aqui também é assim... Então, a principal causa de insuficiência suprarrenal primária (doença de Addison) é a adrenalite autoimune! Agora... Também pode ter infecções! Por exemplo: uma tuberculose pode chegar até a suprarrenal, paracoccidioidomicose também pode, CMV... E assim começamos a perceber que essas situações preferem o indivíduo imunodebilitado! O principal representante no nosso meio é o HIV+! INTERRUPÇÃO DO EIXO SUSPENSÃO ABRUPTA DE CORTICOIDE EXÓGENO (!) LESÃO DE HIPÓFISE OU HIPOTÁLAMO (TUMOR, SANGRAMENTO, ETC) CONGÊNITA... Aqui está a principal causa de insuficiência suprarrenal! Qual é? A interrupção do eixo! O bloqueio do eixo hipotálamo > hipófise > córtex. Como se faz isso? Fazendo corticoide em doses suprafisiológicas... Vamos pensar: pegando a prednisona, que é o corticoide que mais utilizamos, até 7,5mg/dia é a dose fisiológica. Acima disso, a dose já é suprafisiológica. Quem utiliza essas doses suprafisiológicas, o que acontece? Com uma dose muito alta de cortisol, por feedback negativo nós inibimos o ACTH. Sem ACTH, o que acontece com a suprarrenal? Ela não é mais estimulada... O que acontece com ela? Atrofia! Perceba: todo mundo que toma hormônio, a glândula que produz esse hormônio originalmente fica atrofiada, sem funcionar! E se suspender “de uma vez” o remédio? A glândula está atrofiada... Imediatamente ela não vai conseguir voltar a produzir o hormônio! Ela vai demorar até se recuperar! Acaba havendo insuficiência glandular praticamente de forma imediata! Por isso, sempre que estiver usando hormônio por muito tempo, essa retirada deve ser GRADUAL, para que a glândula volte a funcionar aos poucos! - ↓ACTH - ↓CORTISOL E ANDROGÊNIOS - ALDOSTERONA NORMAL - ↑ACTH - ↓CORTISOL E ANDROGÊNIOS - ↓ALDOSTERONA - QUADRO CLÍNICO: OCORRE EM AMBAS... ↓CORTISOL: ↓PA, DOR ABDOMINAL, ↓GLICOSE, EOSINOFILIA Se tem diminuição do cortisol, o que acontece? Lembre que ele confere ação permissiva às catecolaminas... Catecolamina é fundamental para tônus, PA... O que acontece? A pressão cai! O paciente tem dor abdominal, pára de quebrar macromoléculas! Pára de quebrar o glicogênio... E se pára de quebrar o glicogênio, não tem glicose! A glicose despenca... Outra coisa que pode existir é uma eosinofilia. Agora... A tríade clássica que sempre aparece em prova é: PA baixa, dor abdominal e glicose baixa! Pegou um quadro desse, é insuficiência suprarrenal! ↓ANDROGÊNIO: ↓PILIFICAÇÃO FEMININA Também há queda de outros hormônios... Se caiu androgênio, qual a importância clínica disso? Lembre que o homem “se garante” nessa questão por causa dos testículos! A mulher, não... Então, em termos clínicos, o importanteé a diminuição da pilificação em mulheres! Agora, perceba que as manifestações da queda de cortisol e de androgênios está presente tanto na insuficiência suprarrenal primária (Addison) quanto na secundária! Todas elas têm cortisol e androgênios baixos! OCORRE SÓ NA PRIMÁRIA... ↓ALDOSTERONA: ↓NA+, ↑K+, ↑H+ (ACIDOSE METABÓLICA) Pela queda da aldosterona, o que acontece? Lembre que ela reabsorve sódio (e água) ora em troca de hidrogênio e ora em troca de potássio. Sem aldosterona, não temos mais sódio e água! Se não temos mais sódio e água, não sai potássio, não sai hidrogênio! Sobe potássio, sobe hidrogênio! O paciente faz hipercalemia, acidose metabólica e hiponatremia! E por que o sódio está baixo? É porque a bomba de sódio-potássio não está sendo estimulada pela aldosterona e então o sódio não entra, não é reabsorvido? Não... Não é por isso! O sódio não é uma medida absoluta! É uma medida relativa da sua diluição na água! Quando se mede o sódio sérico de alguém, está se medindo o sódio diluído na água! Aqui, o sódio não entra, mas a água também não entra. Então, vendo por esse lado, os níveis não se alterariam. O grande problema não é esse... Se não entra a água, o paciente fica hipovolêmico! E quando se está hipovolêmico, o grande hormônio que mantém o volume é o ADH! O ADH, quando ativo, tem a função de trazer água! Só água! Com muita água, o sódio sérico cai... Então, aqui, o sódio cai por causa do ADH! Lembre que a principal causa de hiponatremia é a hiponatremia hipovolêmica! OBS: também pode ocorrer HIPONATREMIA na insuficiência adrenal secundária, por SIADH. ↑ACTH (POMC): PIGMENTAÇÃO (principalmente em áreas de cicatriz prévia, mucosa labial, áreas foto-expostas e linhas da palma da mão). Para completar, outra coisa importante! O ACTH alto tem a capacidade de estimular melanócitos! Fazendo isso, o paciente começa a ficar hiperpigmentado! Ele começa a ficar bronzeado, começa a ficar com manchas pelo corpo! E repare... A queda da aldosterona e a elevação do ACTH só ocorre na doença de Addison, na forma primária! Às vezes, só com a clínica já conseguimos fazer o diagnóstico! Sem dosar nenhum hormônio! DIAGNÓSTICO: - PASSO 1: documentar HIPOCORTISOLISMO com ↓CORTISOL BASAL (8-9H) - PASSO 2: dosar ACTH (alto: primária | normal ou baixo: secundária) TRATAMENTO: - AGUDA: GLICOCORTICOIDE (HIDROCORTISONA IV) Para as crises agudas de insuficiência adrenal, priorizar a hidrocortisona IV em altas doses, exerce efeito glicocorticoide e mineralocorticoide. - PRIMÁRIA: GLICOCORTICOIDE (PREDNISONA VO, HIDROCORTISONA VO) + MINERALOCORTICOIDE (FLUDROCORTISONA) - SECUNDÁRIA: somente GLICOCORTICOIDE - A REPOSIÇÃO ANDROGÊNICA é opcional. No homem não precisa e na mulher é mais uma questão estética. Imagem: MSD Manuals - Renina Aldosterona HIPERALDOSTERONISMO SECUNDÁRIO (HIPOFLUXO RENAL ESTENOSE DE A. RENAL) Angiotensina HIPERALDOSTERONISMO PRIMÁRIO (ADENOMA/HIPERPLASIA BILATERAL DE ADRENAL) COMO “DESMAMAR” O CORTICOIDE? - ATÉ 2-3 SEMANAS: pode suspender abruptamente INDEPENDENTE DA DOSE! Esse não é um esquema universal, mas fica como sugestão! HIPERALDOSTERONISMO Já entendemos a aldosterona em nefrologia. Vamos ver agora a visão do endocrinologista sobre a aldosterona. Vamos lembrar, mais uma vez, que a aldosterona age lá no túbulo coletor trocando sódio ora por potássio, ora por hidrogênio. Como seria, então, o quadro clínico de alguém que apresenta hiperaldosteronismo? EPIDEMIOLOGIA (PRIMÁRIO): - MULHERES DE MEIA-IDADE - Principal causa endócrina de HAS secundária QUADRO CLÍNICO: - HAS GRAVE + ALCALOSE METABÓLICA + HIPOCALEMIA Se vem muito sódio e água, a pressão aumenta. Se o potássio vai embora, hipocalemia. Se o hidrogênio vai embora, alcalose! Se na prova aparece um hipertenso com potássio baixo, deve ser hiperaldosteronismo! - A HAS grave pode ocasionar aumento da RVP e consequente HIPERTROFIA DE VE, com possibilidade de PALPITAÇÕES E TAQUIARRITMIAS. - TETANIA, PARESTESIA, FRAQUEZA podem surgir em casos de hipocalemia. - NÃO É COMUM HAVER EDEMA! Dose de prednisona em uso Redução da dose a cada 2 semanas > 40mg 10mg 20-40mg 5mg 10-20mg 2,5mg 5-10mg 1mg 5mg Suspender - ↓RENINA/ANGIOTENSINA - ↑ALDOSTERONA - ↑RENINA/ANGIOTENSINA - ↑ALDOSTERONA - DIAGNÓSTICO: - RAZÃO (↑) ALDOSTERONA/(↓) ATIVIDADE DE RENINA AUMENTADA Relação > 30 + aldosterona > 15ng/dl Fazemos o diagnóstico através da relação, da razão entre aldosterona e a atividade de renina. Pegamos a aldosterona e dividimos pela atividade de renina: se isso der alto, o paciente tem hiperaldosteronismo! E fique atento! É a ATIVIDADE da renina! A dosagem isolada de renina é menos confiável... Isso costuma cair. Ok, mas por que essa razão? Vamos lembrar aqui do sistema renina-angiotensina-aldosterona. Lembre que é a angiotensina II que vai lá no córtex adrenal promover a liberação de aldosterona. Então, mesmo esquema de antes: como temos um controle exercido para que haja a secreção de aldosterona, podemos ter um problema primário ou secundário... - LOCALIZAÇÃO: TC DE ADRENAIS ou CATETERISMO DE VEIAS ADRENAIS SECUNDÁRIO (HIPERRENINÊMICO) PRIMÁRIO (HIPORRENINÊMICO) RENINA ↑ ↓ ANGIOTENSINA I ↑ ↓ ANGIOTENSINA II ↑ ↓ ALDOSTERONA ↑ ↑ CAUSA/TRATAMENTO ESTENOSE DE A. RENAL = IECA (SE UNILATERAL) ADENOMA (SÍNDROME DE CONN) = ADRENALECTOMIA UNILATERAL HIPERPLASIA BILATERAL = ESPIRONOLACTONA Vamos começar com o hiperaldosteronismo secundário. Olha o raciocínio... Se é ‘hiperaldosteronismo’, a aldosterona está alta, claro. Se é ‘secundário’, é porque quem controla a glândula está hiperestimulando! Então também há aumento de renina! Por consequência, também há o aumento de angiotensina I e angiotensina II. Beleza... E qual situação gera isso? Hipofluxo renal! Paciente está desidratado, tem estenose de artéria renal, tem hipovolemia... Pouco volume no rim! O rim estimula a renina, que estimula a angiontensina, que estimula a aldosterona! O grande exemplo de hiperaldosteronismo secundário é a estenose de artéria renal! Isso é o hiperaldosteronismo secundário ou hiperaldosteronismo hiperreninêmico! Agora vamos raciocinar em relação ao primário! Se é ‘hiperaldosteronismo’, aldosterona alta. Se é ‘primário’, o problema está na suprarrenal! Ela produz muita aldosterona, que por feedback negativo faz o que? Queda de renina! Renina cai, angiotensina cai... Por isso, também chamamos o hiperaldosteronismo primário de hiperaldosteronismo hiporreninêmico! Os dois pacientes estão hipertensos... Qual é a droga de escolha para diminuir a pressão de um paciente com hiperaldosteronismo secundário? A droga que consegue quebrar a cascata da renina elevada até a aldosterona elevada... Quem faz isso? IECA! Qual a droga para tratar estenose unilateral de artéria renal? IECA! E se a estenose for bilateral? Faz IECA? Não, o paciente pode perder o rim... Certo? Fora essa situação, se quisermos baixar a pressão de um paciente com hiperaldo secundário, a droga é IECA! No hiperaldo primário, baixamos a pressão com IECA? O paciente nem tem renina alta, nem tem angiontensina alta! Tem que fazer uma droga que atue diretamente na aldosterona! Uma droga que bloqueie a aldosterona em si! Que droga é essa? A espironolactona! IECA não é um bom medicamento para quem tem renina baixa! Isso é o que você faz para controlar a hipertensão... Para resolver o quadro, vai ter que fazer cirurgia! Quem causa isso ou é um adenoma produtor de aldosterona, ou é a hiperplasia bilateral da glândula. Então, podemos ir fazendo espironolactona para controlar a pressão até que se resolva definitivamente o problema com cirurgia. E preste atenção! É ADENOMA, e não CARCINOMA! Carcinoma geralmente leva à síndrome de Cushing! - Hipotálamo Hipófise Córtex