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Acidentes com animais Ofidismo · causado por serpentes peçonhentas · Todas elas têm em comum a presença da fosseta loreal (um órgão sensorial termorreceptor que fica entre o olho e a narina da serpente) MEDIDAS GERAIS APÓS ACIDENTE OFÍDICO As condutas de primeiros socorros são: • lavar a ferida com água e sabão; • manter o paciente deitado e hidratado; • procurar atendimento médico; • se possível, levar o animal para identificação. É preciso ter cuidado para não tentar pegar o animal vivo e causar outro acidente (isso acontece, acredite!). É importante, também, saber o que não fazer: • não fazer torniquete ou garrote. Dessa forma, o veneno fica concentrado no local e as manifestações clínicas pioram; • não cortar o local da picada; • não perfurar ao redor do local da picada; • não colocar folhas, pó de café ou outras substâncias; • não oferecer bebidas alcoólicas ou outros tóxicos. ACIDENTE BOTRÓPICO · aquele causado por espécies como a Bothrops jararaca e jararacussu, serpente mais conhecida como jararaca. Manifestações clínicas: · coagulante: há consumo dos fatores de coagulação e o paciente pode apresentar hemorragias e um coagulograma alargado (tempo de coagulação, tempo de protrombina e tempo de tromboplastina parcialmente ativada); · hemorrágica: essa ação leva a manifestações no local da picada, como equimoses e sangramentos. Também pode levar à plaquetopenia e a alterações da coagulação; · proteolítica: essa ação é a responsável pelo intenso processo inflamatório no local da picada, que leva a sinais e sintomas como dor e edema. · Entre as manifestações sistêmicas, podem ocorrer hemorragias, como epistaxes, gengivorragias, hematúria etc. · o paciente pode evoluir com insuficiência renal aguda e choque. Achados laboratoriais · Tempo de coagulação alterado · hemograma com leucocitose às custas de neutrófilos e plaquetopenia. · alteração na função renal, com piora na ureia e creatinina. Classificação · leve: dor e edema ausentes ou pouco intensos, com ou sem sangramentos locais; · moderado: dor e edema evidentes que ultrapassam o segmento anatômico picado, com ou sem sangramentos locais ou sistêmicos; · grave: manifestações locais, podendo atingir todo o membro picado, geralmente há bolhas e podem aparecer sinais de isquemia. Tratamento · Após 24 horas da soroterapia, devemos repetir o tempo de coagulação e indicar 2 ampolas adicionais de soro, caso o exame ainda esteja alterado. · recomenda-se a infusão de drogas anti-histamínicas, como a prometazina ou dextroclorfeniramina e hidrocortisona, antes da administração do soro. · Hidrocortisona 500mg IV, Cimetidina 300mg IV, Prometazina 50mg IM ACIDENTE CROTÁLICO · é o mais letal por conta da frequência com que os pacientes evoluem para insuficiência renal aguda. · Quem causa esse acidente são as serpentes da espécie Crotalus durissus. Conhecida como cascavel MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS · Neurotóxica: em decorrência dessa ação do veneno, a vítima pode apresentar sonolência, inquietação e boca seca. logo nas primeiras horas após a picada, o paciente pode apresentar fácies miastênica (ptose palpebral uni ou bilateral, com flacidez da musculatura da face); oftalmoplegia (dificuldade de mexer os olhos), turvação visual e/ou diplopia. É uma paralisia de evolução craniocaudal; · Miotóxica: o paciente evolui com rabdomiólise da musculatura esquelética e com consequente queixa de mialgia intensa. · Coagulante: há o consumo do fibrinogênio, que pode levar à incoagulabilidade sanguínea. Em geral, as manifestações hemorrágicas são discretas. · Não apresenta manifestações locais importantes. Geralmente, não há dor. Algumas vezes, o paciente pode queixar-se de um discreto edema e parestesia. · A principal complicação sistêmica desse envenenamento é a insuficiência renal aguda com necrose tubular de início nas primeiras 48 horas Exames laboratoriais: · lesão muscular por meio da elevação de CK (creatinoquinase), AST, ALT, LDH (lactato desidrogenase) e aldolase. · mioglobinúria. Isso leva ao aparecimento de uma urina escurecida, TRATAMENTO · Leve: Soro antibotrópico-Crotálico 5 ampolas · Moderado: Soro antibotrópico-Crotálico 10 ampolas · Grave: Soro antibotrópico-Crotálico 20 ampolas · Hidratação vigorosa · Manitol ou furosemida se permanência da oligúria · Manter pH urinário acima de 6,5 – fazer bicarbonato se necessário ACIDENTE LAQUÉTICO · causado por serpentes do gênero Lachesis, que popularmente são conhecidas como surucucu. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS · coagulante, uma vez que uma fração do veneno tem atividade tipo trombina (converte fibrinogênio em fibrina); · hemorrágica, resultando em equimoses e sangramentos no local da picada; · proteolítica, levando ao aparecimento de manifestações intensas no local da picada, como dor e edema; · neurotóxica (por estimulação vagal). hipotensão, tontura, bradicardia, cólica abdominal e diarreia; · Complicações, como síndrome compartimental, necrose e abscessos, podem estar presentes em casos mais graves. TRATAMENTO o soro antilaquético ou antibotrópico-laquético. · Leve: 5 ampolas · Moderada: 10 ampolas · Grave: 20 ampolas Se choque anafilático: Adrenalina aquosa 1:1000 SC ou IM no Vasto medial da coxa. 0,3-0,5 ml no adulto e 0,01ml/kg em criança. ACIDENTE ELAPÍDICO · causado por serpentes do gênero Micrurus, popularmente conhecidas como cobras-corais. · Existem serpentes que se parecem com as corais, porém os anéis de seu corpo não envolvem toda a circunferência dele. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS · O veneno dessa serpente tem somente ação neurotóxica. Ele compete com a acetilcolina na junção pós-sináptica e pode bloquear sua liberação na junção neuromuscular. · o impulso nervoso é impedido, e o paciente evolui com fraqueza muscular progressiva. Assim como no acidente crotálico, a flacidez muscular pode levar ao aparecimento de fácies miastênica, ptose palpebral e dificuldade em manter a postura ereta. · progressão do quadro e o comprometimento da musculatura respiratória, o paciente pode apresentar apneia com insuficiência respiratória aguda. TRATAMENTO Soro antielapidico: · Leve: não faz · Moderado: 5 Ampolas · Grave: 10 Ampolas · neostigmina (um anticolinesterásico) e a atropina podem ser utilizadas. Caso o paciente evolua para insuficiência respiratória; · A atropina deve ser administrada sempre antes da infusão da neostigmina, para aumentar a frequência cardíaca do paciente. Protocolo de manejo do Acidente ofídico SAVING Medicina de emergência Abordagem prática 18ED picadas de cobra no mundo todo: Uptodate 2023 image1.png image2.png image3.png image4.png