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25/03/2020 Composição de Frutas e hortaliças
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Lição 07
Composição de Frutas e hortaliças
Composição dos Alimentos
Começar a aula
1. Conceitos e classificação
1.1 Introdução
Hortaliças, também conhecidas popularmente como verduras e legumes, são plantas ou partes de
plantas, tais como folhas, flores, frutos, caules, sementes, tubérculos e raízes. Já as frutas são os
frutos das plantas, geralmente de natureza polposa, aroma próprio, ricos em açúcares solúveis e
sabor doce, sendo que muito deles são ricos em sucos (água).
De forma geral, as frutas e hortaliças possuem composição nutricional predominantes em
carboidratos, fibras alimentares, vitaminas, minerais e fitoquímicos, geralmente com reduzido teor
de proteínas, gorduras e calorias. Além disso, possuem fatores antinutricionais, como taninos,
oxalato, ácido fítico, hemaglutininas, saponinas, solaninas e ácido cianídrico que podem reduzir o
valor nutritivo dos alimentos pela potencial influência na digestibilidade, absorção ou utilização
dos nutrientes.
Alguns compostos presentes nos vegetais, além de exercerem funções importantes no organismo,
conferem cor aos alimentos. Como exemplo, podemos citar os carotenoides, em especial o
betacaroteno, que exerce papel de pró-vitamina A e está presente em hortaliças verde-escuras e
amarelo-alaranjadas, além do licopeno, de cor avermelhada, encontrado em elevada concentração
no tomate e seus produtos derivados, além da goiaba, da melancia e da pitanga. A luteína e a
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zeaxantina estão presentes em hortaliças folhosas como brócolis, couve-de-bruxelas, espinafre e
salsa. Os polifenóis ou compostos fenólicos são pigmentos presentes na maioria das espécies
vegetais, especialmente nas frutas. Compreendem uma diversidade de compostos, entre eles os
flavonoides, como antocianinas, flavonas, isoflavonas, dentre outros.
Essa variedade de pigmentos fornece às frutas e hortaliças uma enorme possibilidade de cores que
além de estarem relacionadas às propriedades nutricionais e funcionais destes alimentos, conferem
às refeições uma beleza estética importante para a melhor aceitação de alimentos deste grupo,
especialmente por parte de crianças, e estimulam relações de afeto e prazer ao ato de comer, fator
fundamental para a promoção da alimentação saudável e adequada.
É importante ressaltar que as frutas e hortaliças são, sem dúvidas, alimentos importantes para a
composição de uma alimentação saudável e adequada, apesar de seu o consumo estar sendo
substituído pelo de alimentos com baixo valor nutricional, a exemplo de refrigerantes e biscoitos.
Além disso, a utilização de insumos químicos vem aumentando muito no cultivo desses alimentos.
Desta forma, apesar de ser importante estimular o consumo de frutas e hortaliças sob quaisquer
hipóteses, nunca é demais reforçar que, quando possível, o consumo desses alimentos deve ter
procedência orgânica ou agroecológica.
A beleza das cores de frutas e hortaliças.
Veja esse interessante artigo!
Consumo de refrigerantes e biscoitos reduz a aquisição de frutas e hortaliças: Clique aqui para
ler.
https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/aula_comali_top7_img01-768x538.jpeg
https://www.scielosp.org/pdf/csp/2017.v33n3/e00023316/pt
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1.2 Classificação das Frutas
Podemos classificar as frutas sob diversos aspectos. Quanto à sua origem biológica, os frutos podem
ser classificados como verdadeiros, quando são formados a partir do ovário das plantas (como
exemplo, temos a manga), ou pseudofrutos, quando se originam de outra estrutura, como o
pedúnculo (ex: caju) e o receptáculo (ex: maçã).
Vale lembrar que alguns frutos não originam sementes por sofrerem fecundação prévia. São os
chamados frutos partenocárpicos, a exemplo de banana e abacaxi.
Do ponto de vista nutricional, a classificação das frutas quanto ao teor de carboidratos é a mais
importante. Quando a fruta apresenta entre 5,1% e 10% de glicídios, classificamos como Fruta A.
São classificadas como Frutas B aquelas que apresentarem entre 10,1% e 30% de glicídios.
Atualmente, inseriu-se uma nova classificação proposta por Japur e Vieira (2012) para as chamadas
Frutas C, quando apresentarem teores superiores a 30% de glicídios, atualizando a classificação
clássica feita por Ornelas (2001). Na verdade, apenas o tamarindo é reconhecido com teor de
carboidratos tão elevado.
Tabela 1: Classi�cação das frutas quanto ao teor de glicídios.
Classificação
Teor de
glicídios
Exemplos
A 5,1% a 10% Abacate, acerola, jambo, laranja pera, melão, melancia, morango,
pêssego
B
10,1% a 15% Abacaxi, ameixa, caju, carambola, �go, goiaba, kiwi, laranja lima, mamão,
maracujá, pera, uva
15,1% a 20% Caqui, graviola, jabuticaba, maçã, manga
20,1% a 30% Banana nanica, banana prata, jaca
C Acima de 30%
(72,5%)
Tamarindo
Fonte: Japur e Vieira (2012), adaptado.
A utilização desta classificação pelo nutricionista merece atenção, uma vez que, como salientado,
ela se baseia no teor de glicídios, não no valor calórico. Desta forma, é preciso cuidado para indicar
determinadas frutas para determinados objetivos na prescrição dietética. Por exemplo: um
indivíduo com objetivo de perda de peso deve limitar consumo de frutas que sejam muito calóricas,
como o abacate (96 Kcal/100 g), mesmo ele sendo classificado como Fruta A (6 g de
Carboidrato/100 g). Seu valor calórico elevado reflete seu conteúdo em lipídio que, mesmo
considerado “gordura boa”, deve ter seu consumo moderado para se adequar aos limites
recomendados de consumo deste nutriente.
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1.3 Classificação das Hortaliças
As principais formas de classificação das hortaliças referem-se à sua origem botânica e ao teor de
carboidratos.
Quanto à classificação pela origem botânica, temos uma variedade de estruturas das plantas que
são consideradas comestíveis e, conforme já mencionado, a depender da estrutura em questão
obteremos composição nutricional diferenciada.
Ressalta-se que também do ponto de vista botânico, alguns alimentos são classificados como
hortaliças por sua composição ser similar a este grupo alimentar, mesmo sendo originadas de
espécies de plantas cujas sementes já foram analisadas aqui (cereais e leguminosas). Por exemplo, o
milho verde, mesmo sendo originado de uma gramínea e, botanicamente, ser um cereal, apresenta
características que mais se assemelham a uma hortaliça, tais como alto teor de umidade e
consequentemente menor teor de nutrientes.
Quadro 1: Classi�cação das hortaliças quanto à origem botânica.
Estrutura da
botânica
Alimentos exemplos
Folhas Acelga, agrião, aipo, alface, almeirão, couve, espinafre, rúcula, repolho
Sementes Ervilha verde, milho verde, vagem
Raízes Beterraba, cenoura, nabo, rabanete, Batata-doce mandioca (aipim)
Tubérculos Batata inglesa, cará, mandioquinha, mandioca (aipim)
Bulbos Alho, cebola
Flores Alcachofra, brócolis, couve-�or
Frutos Abóbora, abobrinha, berinjela, chuchu, jiló, pepino, pimentão, quiabo, tomate,
maxixe
Abacate: fruta calórica e, ao mesmo tempo, com baixo teor de carboidratos.
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Quadro 1: Classi�cação das hortaliças quanto à origem botânica.
Estrutura da
botânica
Alimentos exemplos
Caules Acelga, aipo, aspargo,palmito
Fonte: Japur e Vieira (2012), adaptado.
Outra forma de classificar as hortaliças, tal como nas frutas, é seu teor de carboidratos. Destaca-se
nestes alimentos uma enorme variedade de composição em carboidratos, coexistindo alimentos em
que o teor de carboidratos é irrisório e outros alimentos com elevadíssimo teor deste
macronutrientes.
Da mesma forma que nas frutas, o nutricionista deve ter atenção ao utilizar tais alimentos na
prescrição dietética e observar, além do teor de carboidratos, outros atributos dos vegetais para
poder inseri-los na dieta dos indivíduos, incluindo o teor de fibra alimentar, valor calórico e
composição em micronutrientes. Desta forma, essa classificação é mais usualmente utilizada para
elaboração de cardápios em Unidades de Alimentação e Nutrição - UAN.
Destaca-se, de acordo com a tabela 2 abaixo, que as autoras Japur e Vieira (2012) também
desenvolveram uma adaptação atualizada da classificação proposta por Ornelas (2001), tendo em
vista os dados recentes da Tabela de Composição dos Alimentos – TACO. Desta forma, ampliou-se
o espectro de possibilidades para 4 classificações (A, B, C e D), sendo que antes havia apenas 3
classes (A, B e C).
Tabela 2: Classi�cação das hortaliças quanto ao teor de glicídios.
Classificação
Teor de
glicídios
Exemplos
Vegetal A Até 5,0%
Abóbora moranga, abobrinha italiana, acelga, agrião, aipo, alface, almeirão,
berinjela, brócolis, chuchu, couve, couve-�or, escarola, espinafre, nabo, pepino,
rabanete, repolho branco, rúcula, tomate
Vegetal B
5,1% a
10%
Abobrinha paulistana, cenoura, jiló, quiabo, repolho, roxo, vagem
Vegetal C
10,1% a
20%
Beterraba, batata inglesa
Vegetal D
Acima
de 20%
Batata-doce, cará, inhame, mandioca, mandioquinha
Fonte: Japur e Vieira (2012), adaptado.
Podemos perceber que na classe Vegetal A encontramos, basicamente, todas as verduras, que
apresentam teores muito reduzidos de carboidratos, apresentando valor calórico normalmente
muito baixo, com elevados teores de minerais, como ferro e cálcio. Já as demais estruturas
demonstram diversidade quanto à composição e, por isso, possuem exemplos em todos os demais
grupos, à exceção dos Vegetais D, que são compostos apenas por raízes e tubérculos.
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2. Valor nutricional das frutas e hortaliças
Frutas e hortaliças são alimentos saudáveis, devem fazer parte da alimentação diária de qualquer
pessoa, sempre seguindo os critérios de moderação, variedade e equilíbrio.
Do ponto de vista nutricional, esses alimentos fornecem uma variedade enorme de nutrientes, de
forma que, ao contrário de cereais e leguminosas, possuem uma grande diversidade de aspectos que
distinguem uma das outras.
O teor dos diversos nutrientes nas frutas e hortaliças, porém, pode variar de acordo com a espécie,
o grau de amadurecimento, a natureza do solo, características de colheita e conservação.
O nutricionista precisa estar atentos aos determinantes destas perdas para tomar atitudes, dentro
de seus limites de atuação, para reduzir ao máximo as perdas de nutrientes. A vitamina C, por
exemplo, sofre influência de diversos fatores podendo ter seus teores bastante variados nos
Alimentos saudáveis: frutas e hortaliças devem fazer parte da alimentação diária.
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alimentos a depender do estágio de utilização do alimento.
2.1 Frutas
De uma forma geral, as frutas são ricas em vitaminas hidrossolúveis, especialmente vitamina C
(ácido ascórbico). O teor desta vitamina nas frutas pode variar muito entre as diferentes espécies,
mas é fato que a quantidade presente, de forma geral, é satisfatória para as necessidades humanas
(aproximadamente 90 mg diárias).
Vejamos abaixo o teor de vitamina C em algumas frutas importantes:
Tabela 3: Teor de vitamina C em frutas diversas.
Fruta Teor de Vitamina C (g/100 g)
Abacate 8,6
Abacaxi 34,6
Acerola 941,4
Banana Prata 21,6
Caju 219,3
Laranja Pera 53,7
Limão tahiti 38,2
Mamão Papaia 82,2
Manga (Palmer) 65,5
Morango 63,6
Fonte: TACO (2011).
Nota-se uma discrepância considerável entre os exemplos apresentados, mas todas com teores
importantes desta importante vitamina. O destaque é, sem dúvidas, a acerola, que apresenta
aproximadamente 1000% da recomendação de vitamina C em 100 g da fruta.
O artigo a seguir apresenta um estudo a este respeito.
Variação do teor de vitamina C frente a processos de armazenamento, preparo e distribuição
de alimentos em restaurantes: Clique aqui para ler.
http://www.scielo.br/pdf/csc/v15n1/a10v15n1.pdf
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Além da vitamina C, as frutas apresentam quantidades importantes de outras vitaminas,
especialmente a vitamina A na sua forma pró-ativa (B-caroteno), característica que será também
evidente nas hortaliças, como veremos a seguir.
No que diz respeito aos minerais, frutas podem ser ricas ou pobres em minerais, a depender da
espécie. É fato que dificilmente encontraremos frutas ricas em minerais importantes do ponto de
vista dietético, como ferro, cálcio e zinco. Normalmente, encontramos frutas ricas em potássio,
como a banana. Tal constatação é evidente no teor de cinzas desses alimentos, que gira em torno de
0,3 g a 0,6 g, em média.
Proteínas e lipídios são macronutrientes escassos nas frutas, o que as define como alimentos com
baixo valor calórico e com funções eminentemente reguladoras, uma vez que sobressaem nutrientes
com tais funções, além de seu elevador teor de umidade.
Em relação aos carboidratos, o mais comum é a frutose, monossacarídeo característico destes
alimentos. Contudo, é possível encontrarmos teores de sacarose e glicose em algumas frutas.
Dentre os polissacarídeos, há pouquíssima presença de amido nas frutas maduras, uma vez que à
medida que a fruta vai amadurecendo, o amido é hidrolisado, gerando açúcares simples.
Uma pausa: frutose, afinal, é aliada ou vilã da saúde? A este estágio de seus estudos, é importante
que você já reconheça os termos “equilíbrio e moderação” como palavras direcionadoras para a
alimentação, mas nunca é demais aprofundarmos assuntos como esse. Obviamente que o consumo
exagerado de sucos de fruta, que correspondem, muitas vezes, a muitas porções de fruta em um
copo de suco, pode trazer algumas consequências negativas.
As principais fibras alimentares presentes nas frutas são a celulose (Fibra alimentar insolúvel) e,
especialmente a pectina (Fibra alimentar solúvel), esta última responsável pela característica
inerente a estes alimentos de poderem sofrer gelificação.
Diversos pigmentos são encontrados nas frutas, proporcionando uma variedade de cores e funções.
Os carotenoides, por exemplo, proporcionam colorações que vão do amarelo ao vermelho, passando
pelo alaranjado. O betacaroteno e o licopeno são dois importantes carotenoides e estão presentes,
por exemplo, no mamão e na melancia, respectivamente.
As antocianinas são flavonoides que apresentam importante poder antioxidante e podem gerar
pigmentos diversos com colorações vermelhas, azuis, roxas e laranjas, sendo responsáveis pela
coloração do morango e das uvas, por exemplo.
As antoxantinas são pigmentos que produzem coloração amarela ou mesmo não produzem
coloração alguma. Exemplos de antoxantinas são a quercetina, presente no morango, a miricetina,
presente na uva e a tangerinita, presente na tangerina.
2.2 Hortaliças
Acerola: excelente fonte de vitamina C.
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De forma geral, assim como as frutas, as hortaliças apresentam elevado teor de umidade, restando
em torno de 5% a 10% em média de sua composição centesimal para serem distribuídos em
macronutrientes, fibra alimentar, vitaminas e cinzas. Algumas hortaliças se afastam desta regra, e
podem conter um percentual maior de nutrientes.
As hortaliças tendem a ser excelentes fontes de pró-vitamina A (betacaroteno), especialmente
aquelas com coloração alaranjada típica do betacaroteno (cenoura e abóbora, por exemplo) e as
folhas verdes escuras. As folhas verdes apresentam, além de betacaroteno, a clorofila como
pigmento verde. A clorofila, porém, se sobrepõe aos outros pigmentos. Quando uma folha está em
processo de envelhecimento, indicando a quebra da clorofila, ela vai adquirindo coloração
amarelada.
No organismo humano, o betacaroteno (vitamina A pró-ativa) é convertido a retinol (vitamina A
ativa) através de reações de conversão, conforme ilustrado na imagem a seguir:
A vitamina C também está presente na maioria das hortaliças, em proporções que se assemelham às
frutas, especialmente nos folhosos. A vitamina K (filoquinona) é outra vitamina bastante presente
nesses alimentos. Variedades de hortaliças podem apresentar quantidades satisfatórias de diversas
vitaminas do complexo B, como tiamina, riboflavina, ácido pantotênico, ácido fólico e piridoxina.
A presença de minerais também está mais concentrada em vegetais folhosos, especialmente quanto
ao teor de cálcio, ferro e magnésio. Outras hortaliças, não folhosas, podem apresentar quantidades
importantes de minerais, mas dependerá da espécie e dos fatores externos já apresentados.
É importante considerar, portanto, que o consumo de hortaliças, além das frutas, fornece
quantidades importantes de vitaminas e minerais. Mas e suplementação desses nutrientes, com
compostos sintéticos, é também válida?
A autora Elaine de Azevedo (2012) defende que os suplementos vitamínicos e de minerais, em
cápsulas, sejam utilizados para carências emergenciais e não como parte de uma estratégia diária
de consumo desses nutrientes.
Conversão do betacaroteno em retinol.
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25/03/2020 Composição de Frutas e hortaliças
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Conforme já salientamos ao falarmos da classificação dos vegetais, há uma variação enorme no teor
de carboidratos das hortaliças, sendo que os vegetais folhosos e algumas variedades de legumes são
pobres nesse macronutriente. Em compensação, outros exemplos de legumes, como tubérculos e
raízes apresentam quantidades bastante significativas. Já os teores de proteínas e lipídios são, em
regra, muito reduzidos nesses alimentos.
As hortaliças também são reconhecidas pela sua boa oferta em fibra alimentar, tanto as solúveis
quanto insolúveis.
Vejamos abaixo, na tabela 4, os teores de alguns componentes de exemplos importantes das
hortaliças, consumidas comumente pela população.
Tabela 4: Composição centesimal de algumas hortaliças em relação
a Umidade, Carboidrato, Fibra alimentar, Cálcio, Ferro, Vitamina C e
Vitamina B1.
Hortaliça
Umidade
(%)
CHO
(g)
FA
(g)
Ca
(mg)
Fe
(mg)
Vit.
C
(mg)
Vit.
B1
(mg)
Alface
Americana
97,2 1,7 1,0 14,0 0,3 11,0 0,03
Tomate 95,1 3,1 1,2 7,0 0,2 21,2 0,12
Cenoura
(crua)
90,1 7,7 3,2 23,0 0,2 5,0 Tr
Beterraba
(crua)
86,0 11,1 3,4 18,0 0,3 3,1 0,04
Abóbora
Moranga
(crua)
95,9 2,7 1,7 3,0 Tr 9,6 Tr
Devemos ficar atentos!
“A fonte de vitaminas e minerais, antes associada ao consumo frequente de frutas e verduras, está
cada vez mais vinculada a suplementos nutricionais sintéticos. Especial cuidado deve ser tomado
com as doses excessivas de tais nutrientes, que podem interferir na saúde. Sabe-se, por exemplo,
que o excesso de vitaminas hidrossolúveis – vitamina C e as do complexo B – é eliminado pela
urina, sobrecarregando a função renal, enquanto o excesso de vitaminas lipossolúveis – A, D, E e K –
acumula-se nos tecidos gordurosos e pode causar sobrecarga hepática, além do desequilíbrio na
absorção e aproveitamento de outros nutrientes. Além disso, vitaminas e minerais sintéticos não
contêm em si os princípios ativos e os cofatores naturais encontrados nos alimentos, que facilitam
sua correta e eficiente absorção” (p. 266).
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Tabela 4: Composição centesimal de algumas hortaliças em relação
a Umidade, Carboidrato, Fibra alimentar, Cálcio, Ferro, Vitamina C e
Vitamina B1.
Hortaliça
Umidade
(%)
CHO
(g)
FA
(g)
Ca
(mg)
Fe
(mg)
Vit.
C
(mg)
Vit.
B1
(mg)
Chuchu (cru) 94,6 4,8 1,0 8,0 0,1 5,6 0,03
Batata
Inglesa
(crua)
82,9 14,7 1,2 4,0 0,4 31,1 0,10
Couve (crua) 90,9 4,3 3,1 131 0,5 96,7 0,20
Repolho 94,7 3,9 1,9 35 0,2 18,7 Tr
Rúcula 94,8 2,2 1,7 117 0,9 46,3 0,04
Fonte: TACO (2011)
Legenda: CHO: Carboidrato; FA: Fibra Alimentar; Ca: Cálcio; Fe: Ferro; Vit. C: Vitamina C; Vit. B1: Vitamina B1; Tr:
Traços.
Os pigmentos presentes nas hortaliças são basicamente os mesmos presentes nas frutas, citados
anteriormente. Dentre aquelas que possuem quantidades grandes de carotenoides, podemos citar o
tomate (licopeno e betacaroteno), a cenoura (alfa-caroteno e betacaroteno), dentre outros.
As antocianinas, por sua vez, estão presentes na berinjela, no rabanete e no repolho roxo. Apesar de
também possuir coloração arroxeada, a beterraba apresenta outro pigmento com característica de
coloração semelhante a muitas antocianindas. Trata-se das betalaínas, sendo que na beterraba a
principal é a betacianina.
Hortaliças que possuem antoxantinas como pigmento natural possuem, normalmente, coloração
esbranquiçada ou levemente amareladas, como batata, cebola, alho e couve-flor.
Outro pigmento, bastante conhecido e mais presente nas hortaliças do que nas frutas, é a clorofila.
Apenas frutas em estágios iniciais de maturação possuem esse pigmento. Já nas hortaliças, os
vegetais folhosos são ricos em clorofila.
2.2 Fatores antinutricionais em Hortaliças
A presença de fatores antinutricionais em alimentos já foi conceituada no primeiro módulo e
aprofundada no conteúdo sobre leguminosas. Contudo, torna-se elemento importante de discussão
também na análise das hortaliças, uma vez que diversas espécies de verduras e legumes possuem
fatores antinutricionais importantes que podem interferir na qualidade nutricional de diversos
alimentos.
A seguir apresentamos um breve apanhado dos principais fatores antinutricionais e algumas
hortaliças em que estão presentes:
Quadro 2: Principais fatores antinutricionais presentes em hortaliças.
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Fatores
Antinutricionais
Hortaliça em que estão
presentes
Ações
Quadro 2: Principais fatores antinutricionais presentes em hortaliças.
Fatores
Antinutricionais
Hortaliça em que estão
presentes
Ações
Taninos Folhas de couve e brócolis Reduzem a digestão de proteínas através de sua
solubilização e inativação de enzimas
Ácido oxálico Cenoura, couve-�or,
espinafre, repolho, folhas de
mandioca
Forma complexo com minerais, especialmente ferro,
cálcio, zinco e magnésio, reduzindo sua
biodisponibilidade.
Ácido Fítico Aipo, cebola, espinafre Forma complexo com minerais, especialmente ferro,
cálcio, zinco e magnésio, reduzindo sua
biodisponibilidade.
Hemaglutininas Folhas de mandioca Desnaturação de proteínas
Saponinas Aspargo, açafrão, espinafre,
folhas de mandioca
Podem produzir hemólise de eritrócitos
Glicoalcalóides Batata Possui toxicidade comprovada
Ácido cianídrico Mandioca-brava Possui toxicidade comprovada
Fonte: Japur e Vieira (2012)
Vale ressaltar que muitos desses fatores antinutricionais são facilmente removidos com ação decalor, tais como as hemaglutininas. Por isso, mais uma vez o nutricionista assume papel importante
para que a orientação sobre o que comer seja acompanhada por orientações de como comer, quais
as melhores técnicas a serem utilizadas para que o potencial nutritivo dos alimentos seja realmente
aproveitado quando consumido.
3. Conclusão
As frutas e hortaliças são considerados alimentos de elevada importância no que diz respeito à
garantia da alimentação adequada e saudável. De forma geral, proporcionam a ingestão de
vitaminas, minerais e fibras, contribuem para a variedade na alimentação, fornecem compostos
bioativos importantes e são alternativas alimentares nas diversas refeições diárias.
O consumo diário de frutas, verduras e legumes deve ser estimulado pelo nutricionista, ao menos 3
porções de frutas e 3 porções de hortaliças ao dia, variando as cores e os tipos de alimentos deste
grupo.
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Argumentos que incentivam o terrorismo nutricional de frutas, pela presença de frutose, ou
hortaliças ricas em carboidratos, muito comuns na sociedade, devem ser combatidos pelo
nutricionista, sempre se apoiando nas clássicas e irrefutáveis concepções de equilíbrio e moderação
que prezadas pelas concepções contemporâneas de promoção da alimentação adequada e saudável.
4. Referências
AZEVEDO, E. Alimentos orgânicos: ampliando os conceitos de saúde humana, ambiental e
social. São Paulo: Ed. SENAC, 2012.
GOMES, F. S.; SILVA, G. A.; CASTRO, I. R. R. Aquisição domiciliar de refrigerantes e de biscoitos
reduz o efeito de uma intervenção de promoção de frutas e hortaliças. Cad. Saúde Pública, v.33,
n.3, 2017.
JACOMINO, A. P. et al. Transformações bioquímicas em produtos hortícolas após a colheita. In:
KOBLITZ, M. G. B. (coord.). Bioquímica de alimentos: teoria e aplicações práticas. Rio de
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