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Bubalinos - Professor Abílio da Paixão Ciríaco

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CAPÍTULO XIII – BUBALINOS
ORIGEM
São originários da Índia, do Paquistão e do Extremo Oriente. Na Índia viviam em diferentes regiões como animais selvagens. Já estavam domesticados há 3.000 anos a.C. no Vale dos Indus e na região de Ur (Iraque).
Segundo técnicos de um instituto de pesquisa sobre leite na Índia (Instituto de Karnal), descobriu-se, mediante escavações arqueológicas que na Índia se conhece o búfalo desde 60.000 anos a.C. Considera-se que foram domesticados, tanto neste país como no Oriente Médio" ao redor de 6.000 anos a.C.
CLASSIFICAÇÃO
O búfalo, assim como os bovinos, é classificado zoologicamente na família Bovidae e na subfamília Bovinae. Figura 1.
Os bubalinos são animais da espécie Bubalus bubalis, a qual possui três variedades ou subespécies: bubalis, kerebau e fulvus. Bubalus bubalis var. bubalis compreende raças como Murrah, Jafarabadi e Mediterrâneo. Bubalus bubalis var. kerebau a.grupa os indivíduos da raça Carabao.
Outra classificação denomina os búfalos domésticos como búfalos de água, considerando a existência dos de rio e de pântano. Os primeiros são originários de regiões de rio e possuem hábitos de despender parte de seu tempo dentro da água ou lama, preferindo, porém, a água. Os búfalos de pântano são provenientes de regiões pantanosas, possuindo maior facilidade de locomoção em áreas atoladiças. Também, revolvem-se na lama ou banham-se na água. Os búfalos de rio são mais leiteiros do que os de pântano, que aliás produzem muito pouco leite, sendo, por isso, raramente usados para essa finalidade, prestando-se, no entanto, para produção de trabalho, carne e esterco.
Figura 1 – Tabela de classificação zoológica dos bubalinos
EVOLUÇÃO
Segundo uma teoria, a sua evolução foi a seguinte: o homem passou à agricultura, por isso teve que aproximar-se da água. Os búfalos também se aproximaram do rio e evoluíram devido a uma maior alimentação, passando de búfalos de pântano aos atuais búfalos de rio ou índicos. Na Indochina praticamente não houve evolução.
De acordo com esta teoria, essa evolução se relaciona com a pigmentação da pele: em áreas secas mantêm-se cor-de-rosa, e, em regiões úmidas, com pastagens e rios tomam a cor preta.
ESPÉCIES E TIPOS EXISTENTES
Dentro do grupo de bubalinos, existem na Índia duas espécies: o Bubalus arnee ou Búfalo Selvagem e, o Bubalus bubalis, também conhecido como Búfalo de água ou ainda Búfalo doméstico. A espécie búfalo de água ou doméstico está representada neste país pelos seus dois tipos: os búfalos de pântano de menor importância na Índia, e os búfalos de rios ou índico e entre esses dois tipos existe, naturalmente, cruzamentos, originando tipos variáveis de acordo com a região. A seguir estão dados de cada um desses tipos.
Búfalos de rio ou índicos (Bubalus bubalis var. bubalis): são chamados assim porque preferem a água clara e profunda. Esta classificação, baseada em diferenças de hábitos, búfalos de rio e búfalos de pântano, foi feita mais exatamente pela necessidade de classificá-los zoologicamente.
Os búfalos de rio são os búfalos da Índia e do Paquistão, que evoluíram por seleção para raças leiteiras.
Existem grandes populações bubalinas de antiga origem índica no Oriente Próximo, na Rússia e na Europa. Mais recentemente foram introduzidos na América e na Austrália.
Búfalo selvagem (Bubalus arnee): também chamado de "Wild Buffalo" ou "Arni". E o predecessor do Bubalus bubalis. E possível encontrá-lo em bosques do norte e pastagens naturais nos vales dos rios Ganges e Brahamaputra na Índia, sendo também encontrado nos bosques do Sri-Lanka e Vietnam. Apresenta o quarto dianteiro mais desenvolvido que o posterior. É semelhante ao búfalo de pântano, embora com os chifres para trás, é um tipo intermediário entre as raças Pandharpuri e Surti. Tem "colares" brancos no pescoço.
Búfalos dos Pântanos (Bubalus bubalis var. Kerebao): também chamado "Swamp Buffalo”, "Krbau", "Carabao" e Rosilho". Tem pouca importância na Índia e está localizado na parte centro-sul do país, muito misturado com búfalos indefinidos dos diferentes lugares. É basicamente, um animal de trabalho para a agricultura de arroz.
Preferem buracos pantanosos, feitos com seus próprios chifres, onde possam se cobrir com uma camada protetora de lama.
Seus chifres são compridos e abertos. Seu corpo é curto e seu ventre largo. A frente é plana, os olhos proeminentes, a cara curta, o focinho largo, o pescoço é relativamente comprido e a cernelha e a garupa são proeminentes. Seus membros são curtos. Não há diferenças marcantes entre machos e fêmeas. O quarto dianteiro é forte e o posterior pouco desenvolvido com um úbere pequeno e deslocado para trás. A cauda é curta. No macho o pênis se mantém próximo ao corpo, a exceção de uma parte livre no extremo, muito pequena. O escroto é curto. Sua cor é cinzenta. Tem manchas nos membros, na frente e no pescoço (em forma de "colar").
Sua produção de leite é muito baixa, porém, usando genes de búfalo leiteiro (Índico) para cruzar com o dos pântanos, pode-se aumentar consideravelmente essa produção, fazendo-a atingir níveis próximos aos 800-1.000 litros de lactação.
Búfalo indefinido: também chamado "Country Buffalo", "Desi Buffalo", "Gowly" ou "Búfalo Comum". É uma cruza entre o búfalo índico e o búfalo de pântano. Conforme a região onde se localiza, assemelha-se mais a um ou ao outro tipo. Em regiões férteis como Godavary em Andhra Pradesh, por exemplo, são de excelente conformação, semelhantes à raça Surti, porém com pele preta e chifres mais curtos. Geralmente é um pobre leiteiro: 1 a 2 litros por dia, e é pobre em tamanho e qualidade.
RAÇAS
As raças de búfalos domésticos existentes na Índia, e que são reconhecidas como tais são 18 (dezoito), incluindo os búfalos de pântano como raça, 16 (dezesseis) raças de búfalos índicos e o resto da população como "búfalo indefinido" ou "comum".
As dezesseis raças índicas são as seguintes: Murrah, Jafarabadi, Nili-Ravi, Kundi, Surti, Mehsana, Nagpuri, Pandharpuri, Manda, Jerangi, Kalahandi, Sambalpur, Bhadawari, Tharai, Toda e South Kanara.
Dentre estas, as duas primeiras são criadas no Brasil, a primeira para a exploração leiteira e a segunda como animal mais especializado para corte, existindo ainda a raça Carabao, do grupo de búfalos de pântano, e a raça mediterrânea, originada na Itália.
Murrah
Os animais destas raças são compactos, robustos, com uma conformação profunda e larga, de membros e ossos pesados.
Seu nome é uma palavra hindu que significa "espiralado" e deriva da forma dos seus chifres. Estes são pretos e espiralados a partir da mesma base. Primeiro se orientam para os lados e depois completam o espiral para trás. A cor da pele e dos pêlos é preto azeviche. Suas orelhas são curtas. Figura 2
Têm úbere bem desenvolvido, com veias bem marcadas e quartos bem enquadrados. Os mamilos são de fácil manipulação e tração. A descida do leite é rápida. Tudo isto faz com que sejam excelentes leiteiras.
Figura 2 – Búfalo Murrah
Não se aceitam manchas brancas nos membros, mas sim no extremo da vassoura da cauda. Sua pele é grossa. E a raça mais adaptada ao frio. Não são muito aptos para trabalhos pesados por serem lentos e pouco tolerantes ao calor. E a raça preferida entre todas as raças da Índia. Com boa alimentação produz mais leite, com um teor de gordura maior de que de outras raças.
Existe no Brasil, uma variedade com todas as características da raça Murrah, porém com pelagem mais clara, chamada de búfalo baio, objeto de preservação por parte da EMBRAPA-Recursos Genéticos. É um búfalo de pelagem baia ou pardacenta e, segundo técnicos da própria EMBRAPA, provavelmente pertencente ao grupo Murrah (gruo racial a qual a raça pertente), contando hoje com pequeno número de animais em todo o País. Presta-se para a produção de carne, leite e tração.
Jafarabadi
O nome deriva da cidade de Jafarabadi. Também são chamados Bhavanagari e Gir. Este último é devido ao bosque de Gyr, na Península de Kathiawar, de onde é originária.
São de cor preta. As manchas brancasna cabeça e na parte inferior dos membros são aceitas.
A frente é muito proeminente. Os chifres são pesados e largos. Estende-se para baixo, às vezes cobrindo os olhos e, no extremo viram-se para trás, fazendo um rolo. Rejeitam-se os animais que apresentam os chifres direitos para baixo. Figura 3
A média de peso nos machos é de 590 kg e em fêmeas 454 kg. A altura no macho é de 142 cm e na fêmea 140 cm.
No Brasil, foi dividida em duas variedades de acordo com características externas, uma denominada "Gir-Buf" (mais leve) e a outra "palitana".
De acordo com uma teoria, é possível que os primeiros sejam procedentes da zona de Rajkot, onde são menores e de ossos mais leves e, que os últimos procedam da região de Bhavanagar, onde são maiores e de ossos mais pesados.
Esta raça é apta para regiões com pastagens abundante e alta, embora não verde. Precisa de muito volume para gerar energia suficiente e para se manter. Ante restrições de alimentação, alonga o intervalo entre partos.
A produção habitual de leite oscila entre 1.800 e 2.700 litros em 300 dias, com uma alta percentagem de gordura.
Figura 3 – Búfalo Jafarabadi
Mediterrânea
São búfalos índicos, descendentes também do Bubalus Arnee ou Búfalo Selvagem e surgidos, aparente e principalmente, da raça Surti. As cores comuns são cinzenta escura, marrom escura e preta.
As manchas brancas não são aceitas. Vêm-se animais com despigmentação parcial na íris dos olhos.
Os chifres são medianos, deslocados para trás e para os lados, com as pontas viradas para cima e para dentro, formando uma meia lua (no Brasil Meridional, os chifres são mais curvos). A cara é comprida e fina e apresenta pêlos compridos e escassos na borda inferior ida mandíbula. O corpo é largo em relação á sua longitude e as patas são curtas e robustas. Figura 4
A cernelha é mais alta que o sacro. O peito é profundo e o abdome volumoso. A cauda é curta, mas chega até o jarrete por ser a sua inserção baixa. Em geral, é um animal compacto, musculoso e profundo. Têm uma boa conformação de garupa.
O úbere é de tamanho mediano, mas bem formado, com quartos bem enquadrados.
A média de peso vivo do animal adulto é de 700-800 kg em machos e 600 kg em fêmeas. Alcançam bons resultados em regime de confinamento.
A idade média no primeiro parto é de 40 meses.
Figura 4 – Búfalo Mediterrâneo
Carabao
É originário da Indochina e conhecido como o "trator do oriente".
Possui perfil craniano retilíneo, com chanfro também reto. Os chifres são longos, grandes e fortes, pontiagudos, de seção triangular, emergindo lateralmente da cabeça e dirigindo-se em posição horizontal para fora e depois para trás e para cima. As orelhas são de tamanho médio, horizontais e, via de regra, cobertas de pêlos longos e claros. Figura 5
A pelagem é cinza escura ou rosilha, sendo portadores de manchas de tonalidade clara ou branca nas patas, no pescoço logo abaixo da mandíbula e próximas ao peito em forma de listras circulares e paralelas, além de tufos claros nas arcadas orbitarias superiores, nas comissuras labiais e no ventre.
 Figura 5 – Búfalo Carabao
No Brasil, a maior população desta raça está concentrada na Ilha de Marajó, no estado do Pará. É a única raça adaptada às regiões pantanosas e, por isto, apresentando pelagem mais clara. Também é conhecido por sua dupla aptidão, produzindo carne e sendo excelente para tração.
MANEJO
Comportamento geral
Existe muito mito quanto ao comportamento do búfalo, provavelmente devido a associações a espécies como o bisão americano e ao búfalo africano, porém essas espécies nada têm a ver com o búfalo doméstico.
Apesar do mito de animais agressivos, são de deslocamento lento, apresentando-se calmos e vagarosos e deslocando-se com muita preguiça ao "tocar" dos peões, nas movimentações de curral, o que torna de certa forma, mais demorados os trabalhos de vacinações, pulverizações etc.
Aprendem e habituam-se muito rapidamente ao sistema de manejo adotado, auto escravizando-se a eles e se opondo às mudanças repentinas. 
Água
São animais que gostam de água para banhar-se, portanto os pastos, quando possível, devem ser servidos de pelo menos um brejo. Os animais se encarregarão de ali fazer suas poças, onde se deitam parte do dia. Se a única fonte de água é brejo ou banhado, os búfalos se apresentarão constantemente com seu corpo recoberto por uma dura crosta de barro e, apesar do aspecto desagradável, não apresenta maiores problemas.
O fato de os animais mergulharem na água ou a lama é muito mais para umedecer a pele do que para se refrescar, portanto a criação poderá ser feita sem uma fonte natural de água através de umedecimento de áreas onde os animais farão as poças de lama; ou ainda, através de uma corda grossa de fibra natural (cânhamo ou sisal) embebida em óleo, esticada, presa a um ponto mais alto que tenha a altura dos animais maiores e no outro, mais baixo, da altura dos animais menores.
Pastagens cuja divisória for um rio ou um brejo não podem ser utilizadas, pois pela facilidade que os animais têm para se deslocar nessas áreas permitirá que os mesmos a transponham, indo para o outro lado.
Forragens
Os bubalinos são capazes de produzir satisfatoriamente mesmo com forragens de baixa digestibilidade e alto teor de fibra, porém responde bem a alimentações mais ricas, sendo no geral, os alimentos destinados a essa espécie, os mesmos dos bovinos, principalmente os animais melhorados das raças leiteiras como a Murrah e a Mediterrâneo e de corte como a Jafarabadi.
Cercas
As cercas para bubalinos podem ser do mesmo tipo da destinada aos bovinos, com o detalhe de que podem ser mais baixas, pois é rara a possibilidade dos búfalos saltarem; é necessário, porém, que as mesmas sejam de qualidade, pois esses animais apresentam a característica de tentar transpô-las entre os fios, mas isso somente acontece em caso de separação de lotes e escassez de forragem.
Reprodutivo
De maneira geral, estabelece-se uma relação de 30 fêmeas/macho adulto.
Atingem idade reprodutiva entre 24 e 30 meses, com ciclo estral médio de 21 dias e um tempo de prenhez entre 300 e 329 dias (10,5 meses).
Além dos cuidados vistos com o parto de bovinos, é recomendável às vésperas de parição deixar as búfalas prenhes em pastos onde não exista represa muito funda, para prevenir a possibilidade de estas parirem dentro d’água, afogando a cria recém-nascida, apesar de ser um fato raro, mas acontece. Uma vez nascido, não existe mais problemas, pois a cria acompanhará a mãe sem risco de afogamento, já no segundo dia de vida.
Logo após o parto, convém manejar o mínimo a cria por alguns dias sob o risco de enjeitamento por parte da mãe. Se, por qualquer motivo, isso acontecer, não se deve insistir demais, pois muitas outras búfalas estarão dispostas a adotá-la com certa facilidade, já que esses animais apresentam esse comportamento, facilitado pela concentração do parto.
São animais bastante longevos, permanecendo em atividade reprodutiva com resultados econômicos até os 15 a 20 anos de idade.
Manejo de lotes
Búfalos têm comportamento gregário, ou seja, formam grupos com certa harmonia hierárquica e não aceitam serem separados abruptamente. Caso haja necessidade de subdivisão de lotes adultos, devemos levar os grupos resultantes para pastos que não sejam contíguos, por alguns meses, até que os indivíduos de um lote se "esqueçam" dos outros e, a partir de então, estes poderão ser colocados em pastos contíguos, sem problemas com cercas. Animais jovens não criam problemas em separações, por não se encontrarem ainda suficientemente "integrados" no grupo.
Outro ponto a ser observado é o comportamento de harém apresentado pelos touros adultos, em que estes não aceitam a presença de outros machos, o que ocasiona brigas freqüentes. Para contornar esse problema, deve-se trabalhar com touros relativamente novos de até 6 ou 8 anos ou, em caso de animais mais velhos, mantê-los separados por lotes de até 30 fêmeas/macho.
Identificação
A identificação de bubalinos possui características especiais devidoà espessura e cor da pele; por esse motivo as marcações a ferro candente (ferro quente) não apresentam resultado satisfatório.
Opções para essa prática são brinco (número, código de barras, eletrônico), marcação criogênica (nitrogênio líquido e gelo seco+álcool absoluto), transponders (chip), tatuagem na prega da cauda (por ser menos pigmentado), picotes na orelha (australiano) e marcação nos chifres com um código especial desenvolvido pela Associação Brasileira de Criadores de Búfalos (sistema TVI), onde:
A letra T vale 1,2,3,4 de acordo com sua posição em movimento anti-horário;
A letra V vale 5,6,7,8 de acordo com sua posição em movimento anti-horário;
A letra I vale 9 na vertical e 0 sendo horizontal.
Todos esses sistemas, porém, apresentam vantagens e desvantagens, conforme tabela abaixo
	TIPO 
	VANTAGEM
	DESVANTAGEM
	Brincos (visual e por código de barras)
	-Fácil colocação;
-Custo baixo
	-Problemas de visualização (barro);
-Possibilidades de perda.
	Brinco eletrônico
	-Fácil colocação.
	-Possibilidades de perda;
-Alto custo.
	Marcação criogênica
	-Boa persistência.
	-Alto custo;
-Difícil operacionalidade.
	Transponders (chip)
	-Permanente
	-Necessidade de equipamentos especiais para leitura;
-Alto custo.
	Tatuagem na prega da cauda
	-Permanente;
-Baixo custo.
	-Difícil visualização;
-Difícil operacionalidade.
	Picotes na orelha
	-Baixo custo.
	-Difícil operacionalidade;
-Possibilidade de danos (lesões na orelha).
	Marcação candente nos chifre
	-Baixo custo.
	-Difícil operacionalidade;
-Possibilidade de danos (descamação);
-Problemas de visualização (barro);
SANIDADE
De uma maneira geral, os búfalos apresentam os mesmos problemas de sanidade que os bovinos, tanto no que tange a doenças como no tocante a endo e ectoparasitas, sendo em alguns caso ligeiramente mais resistente que os bovinos, principalmente aos ectoparasitas, devido a maior rusticidade apresentada.
Apenas em alguns casos, há que se dar destaque especial, como no caso de piolhos e algumas verminoses específicas.
PRODUTOS
Os bubalinos apresentam três produtos básicos de interesse econômico: a carne, o leite e o trabalho.
A carne se apresenta com alternativa à carne bovina devido às suas características como o sabor peculiar, principalmente assada, além de possuir menor quantidade em colesterol (40%), maior teor protéico (11%), maior quantidade de minerais (10%), menos calorias (55%) e doze vezes menos gordura. Figura 6
O leite de búfalas, assim como a carne, apresenta características peculiares. Em comparação com o leite de vaca, possui 30% a mais de proteína e 35% a mais de sólidos totais, em grande parte devido ao teor de gordura, que é cerca de 2,5 vezes maior do que o daquela. Figura 7
Outro ponto importante a se destacar em favor do leite de búfalas é que a verdadeira mozzarella é a que é feita com esse leite, sendo inclusive motivo certificação legal para algumas pizzas italianas.
Figura 6 - Composição básica da carne de búfalos
Figura 7 – Comparativo entre o elite de bovinos e bubalinos
REFERÊNCIAS
Associação brasileira de criadores de búfalos: Carabao. Encontrado em http://www.bufalo.com.br/racas/carabao.htm
FONSECA, W. Búfalo: estudo e comportamento. São Paulo:Ícone. 1987.
LÁU, H. D. Doenças em búfalos no Brasil – diagnósticos, epidemiologia e controle. Belém: EMBRAPA-CPATU. 1999.
MUNARETTI, N. O búfalo na mesa – receitas. Guaiba: Livraria e Editora Agropecuária. 1995.
NASCIMENTO, C; CARVALHO, L. O. M. Criação de búfalos: alimentação, manejo, melhoramento e instalações. Brasília: EMBRAPA.1993.
PASSOS, B. Raças bubalinas. Encontrado em http://zootecniae10.blogspot.com/2011/11/racas-bubalinas.html
ZAVA, M. A. R. A. Produção de búfalos. Campinas: Instituto Campineiro de Ensino Agrícola. 1984.

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