Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Universidade Federal Fluminense Instituto Noroeste Fluminense de Educação Superior Curso: Licenciatura em Pedagogia Disciplina: Escola, Currículo e Cultura Professor (a): Ana Angélica Texto: O planejamento escolar e o projeto pedagógico – curricular Cap. VIII (José Carlos Libâneo) Iúry Fagundes Da Silva Matrícula: 212065098 Setembro, 2013 Os estudos na área de currículo, a partir dos anos 70, originaram novas tendências teóricas. Explique tal mudança e diferencie currículo numa concepção positiva e numa concepção crítica. Desde o início dos anos 70 os estudos sobre currículo tiveram um desenvolvimento considerável. Os educadores da época se mobilizaram intensamente para buscar uma educação crítica a serviço das transformações sociais, políticas e econômicas, tendo em vista superar as desigualdades existentes no interior da sociedade. Diante dessa mobilização originaram-se as novas tendências teóricas, e com elas veio às mudanças. Tais mudanças introduziram referências de cunho crítico para a investigação do currículo, assim superando as concepções positivistas anteriores. Essas concepções que foram superadas (concepções positivistas) tinha a ideia de que o currículo era o elemento principal no projeto pedagógico. Assim, o currículo definia o que ensinar, para que ensinar, como ensinar e as formas de avaliações. Com isso sendo a projeção do projeto pedagógico. Já com o passar do tempo algumas dessas teorias trouxeram um olhar crítico em relação ao currículo, dizendo que o mesmo quase sempre se expressa em interesses dos grupos sociais com o poder econômico, social e político mais elevado. Sendo assim, o currículo sustentava representações (ideias, conhecimentos, modos de agir) da classe dominante e que devem ser reproduzidos pelos grupos sociais inferiores, assim assegurando o funcionamento de um tipo de sociedade. Conceitue currículo numa concepção crítica (progressista): As críticas referentes ao currículo vão surgindo na década de 60, diante dos movimentos sociais e culturais que a caracterizaram. A sociedade capitalista utiliza a educação para reproduzir seu ideal, e pelo currículo formar essa ideologia, no qual não seguia o conteúdo explícito de suas disciplinas, mas privilegiando sempre a diferença das relações sociais, aonde os dominantes e os subordinados aprendem a praticar seus papéis. Assim, as escolas reproduzem os aspectos necessários para a sociedade capitalista, aonde o currículo dessas instituições se baseia na cultura dominante. Com isso a classe dominante entende perfeitamente a linguagem que o currículo passa. Já a classe dominada não tem ideia, tornando essa linguagem um código indecifrável. Diferencia e exemplifique (currículo formal, currículo real, currículo oculto): Das décadas de 60 e 70 foram realizados diversos estudos sobre currículo, no qual se destacaram os três níveis existentes nas escolas, currículo formal, real e oculto. O currículo formal é o determinado pelo governo, estabelecido pelos sistemas de ensino ou instituições educacional. É estruturado por diretrizes normativas prescritas institucionalmente, sua intenção é dar uma base nacional comum à educação. Como exemplo desse currículo tem as propostas curriculares dos estados e municípios, os parâmetros curriculares nacionais divulgados pelo Ministério da Educação. Já o currículo real é o currículo que acontece dentro da sala de aula com os professores e alunos a cada dia em decorrência de um projeto pedagógico e dos planos de ensino. Constituído pela prática de ensino do professor e o que está sendo aprendido pelos alunos, sendo assim uma contextualização dos conteúdos e o que efetivamente se passa em sala de aula. Uma característica deste currículo é que ele pode ser mudado. De acordo com os professores, no qual muitas vezes acham que seus alunos não estão aprendendo, assim o mesmo pode mudar o currículo a fim de que seus alunos possam aprender mais. E por fim o currículo oculto, que diz respeito àquelas aprendizagens que fogem ao controle da própria escola e do professor, passando quase despercebidas, mas que possui uma força formadora muito intensa. É tudo que o aluno aprende no meio social escolar e que interfere significativamente no aprendizado do mesmo, como cultura, religião, entre outros. Este termo “oculto” usado para especificar esse currículo é usado porque ele não é prescrito, não aparece no planejamento, embora seja um importante fator de aprendizagem. Afinal, mesmo que a escola tenha uma forma de currículo implantada e usada pelos professores, sabemos que cada aluno é único. Faça um quadro sintético (mas contendo as principais características) que diferenciem os seguintes currículos: Tipos de currículos Características Currículo tradicional - É o mais utilizado. - Ensino centrado no professor e na matéria. - O aluno é o armazenador de informações. Incapazes de fazerem seu próprio percurso de aprendizagem. - Organizado em uma “grade curricular”. - Ideias de planos de estudos. Currículo racional – tecnológico (tecnicista) - Transmissão de conteúdo de uma forma mecânica e objetiva. - Introdução de técnicas refinadas de transmissão, como computadores, mídias e etc. - Restrita ao saber – fazer sem acentuar os saberes e os processos cognitivos. - Os professores tem que seguir o que está nos livros didáticos e manuais, assim tendo um apego a eles. - A relação entre professor e aluno era distante, não havia tratos afetivos. Currículo escolanovista (ou progressista) - Currículo centrado no aluno e a forma de liga-lo a escola. - O conteúdo vem das experiências dos alunos, assim o professor facilitando a aprendizagem. - Valoriza a pesquisa do aluno e o clima social da sala de aula e da escola. - Identificado com as ideias de John Dewey. Currículo construtivista (diferença “concepção cognitivista” da “concepção sociointeracionista”) - Diretamente associado à influência de Jean Piaget e seguidores. - Crença no papel ativo do sujeito no processo de aprendizagem. - Atividades correspondentes ao nível intelectual do aluno. - O professor tem o papel de facilitar a aprendizagem do aluno com os objetos de conhecimento. - Valoriza o conhecimento do próprio aluno do que a influência do professor. (Concepção cognitivista) - Objetivo é buscar novos modelos e referências para avançar na investigação sobre os processos psicológicos e a cognição (psicolinguística, a teoria da comunicação e a da cibernética). (Concepção cognitivista) - Desenvolve entre nós o interacionismo de orientação histórico – social, se apoiando nas teorias de Vigotsky. (Concepção sociointeracionista) - Ensino na promoção do desenvolvimento social e cognitivo dos alunos. (Concepção sociointeracionista) Currículo sociocrítico (ou histórico – social) - A educação cobre a função de transmissão cultural. - Aprendizagem como construção de conhecimento, ligada a soluções de problemas. - Ajudar o aluno a adquirir autonomia de pensamento e a busca do interesse coletivo. Currículo integrado ou globalizado - Estrutura cognitiva dos alunos que acentuam uma maneira própria de atribuir significados e construir e integrar conhecimentos. - Busca integrar os conhecimentos e experiências que facilitem as compreensões mais reflexivas. - Ressaltar, ao lado dos conteúdos culturais, o domínio dos processos necessários ao acesso aos conhecimentos (o aprender a aprender). - A escola torna-se um espaço de reconstrução dos alunos. - Aprendizagem ligada à vivência cultural dos alunos. Currículo como “produção cultural” - Questiona como são construídos os saberes escolares. - Propõe analisar o saber particular de cada grupo de alunos. - A cultura é vista como terreno de produção cultural e de política cultural. - Em questão do sistema de ensino, leva a políticas de integração de minorias sociais, étnicas e culturais.
Compartilhar