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🧫 AULA 4 – MICRORGANISMOS INDICADORES Prof. Montagna ✅ 1. Definição Microrganismos indicadores são bactérias usadas como “sinalizadores” para mostrar se há contaminação em alimentos ou água. 🔎 Eles não causam doenças diretamente, mas indicam que patógenos ou toxinas podem estar presentes. 🧪 2. Utilizações principais Servem para detectar: ● Contaminação fecal ● Presença de microrganismos patogênicos ● Potencial de deterioração dos alimentos ● Condições sanitárias ruins na: ○ Produção ○ Processamento ○ Armazenamento 🧬 3. Características ideais de um indicador Um bom microrganismo indicador deve: ● Ser barato, rápido e fácil de detectar ● Crescer junto com o patógeno ● Ter comportamento semelhante ao patógeno ● Ser fácil de eliminar ● Ser fácil de diferenciar de outros microrganismos 💩 4. Indicadores de contaminação fecal 🔹 Escherichia coli (E. coli) ● Vive exclusivamente no intestino. ● É encontrada em grande quantidade nas fezes. ● Muito resistente no ambiente. ● É o principal indicativo de contaminação fecal recente. ● Fácil de detectar. 🔹 Coliformes fecais (ex: Enterobacter, Citrobacter, Klebsiella) ● Podem viver em solo, vegetais e fezes. ● Nem sempre indicam fezes humanas, mas alertam para riscos higiênicos. 🧪 AULA 3 – ALTERAÇÕES QUÍMICAS CAUSADAS POR MICRORGANISMOS NOS ALIMENTOS Prof. Walter Montagna Filho ⚠ Introdução Os microrganismos deterioram alimentos e também podem causar prejuízos em papel, madeira, algodão e até riscos à saúde. 🔬 Agentes: ● Bactérias ● Fungos ● Insetos ● Roedores 🧱 Componentes dos alimentos afetados 1. Carboidratos 2. Proteínas 3. Lipídeos 🍞 1. CARBOIDRATOS Microrganismos degradam carboidratos para obter energia. 🔹 Monossacarídeos (ex: glicose) ● Bactérias aeróbicas → fazem metabolismo oxidativo (menos comum). ● Bactérias anaeróbicas → fazem fermentação (mais comum). ➤ Principais tipos de fermentação: 🔹 Polissacarídeos ● Exemplos: amido, glicogênio, celulose, pectinas. ● Poucas bactérias os atacam. ● Bacillus aureus é um dos que causam dano em pectinas, livros e papel. 🥩 2. PROTEÍNAS ● Atuam apenas em proteínas pequenas. ● Geram aminoácidos deteriorados que causam: ○ Cheiro de putrefação ○ Produção de compostos como cadaverina ● Reações envolvem desaminação e descarboxilação. 🎓 Resumo prático: proteína apodrece → cheiro forte → sinal de contaminação. 🧈 3. LIPÍDEOS ● Alvo: triglicerídeos (gorduras). ● Microrganismos não crescem em óleos puros, só em gorduras hidrolisadas. ● Ocorre a rancificação: gordura estraga, cheiro ruim. ● Exemplo de alimentos afetados: ○ Margarina, creme de leite, manteiga ● Microrganismos envolvidos: ○ Pseudomonas, Staphylococcus, leveduras. 🧠 PONTOS A SEREM AVALIADOS NESSA AULA 1. Estrutura e função do tubo digestório – Entender como o sistema digestivo funciona nos ajuda a entender como os microrganismos causam doença. 2. Caracterização das doenças de origem alimentar – Saber diferenciar intoxicação de infecção. 3. Mecanismos de defesa – Como o nosso corpo se protege contra esses microrganismos. 🦠 DOENÇAS MICROBIANAS DE ORIGEM ALIMENTAR 🍽 1. Intoxicações alimentares ● Causadas por toxinas produzidas por microrganismos nos alimentos. ● A bactéria pode nem estar mais presente, só a toxina (como um veneno deixado para trás). 🧫 2. Infecções alimentares ● A doença acontece pela presença ativa do microrganismo no alimento. ● A bactéria se multiplica e produz toxinas dentro do corpo da pessoa. 🔍 PRINCIPAIS MICRORGANISMOS CAUSADORES ● Bactérias Gram-positivas ● Bactérias Gram-negativas ● Fungos produtores de micotoxinas ● Vírus ✅ BACTÉRIAS GRAM-POSITIVAS ABORDADAS: ● Clostridium botulinum ● Clostridium perfringens ● Bacillus cereus ● Staphylococcus aureus Vamos focar aqui nas duas primeiras do conteúdo: Clostridium botulinum e Clostridium perfringens. 🧬 CLOSTRIDIUM BOTULINUM ⚙ Características gerais ● Bacilo Gram-positivo, formador de esporos, produtor de neurotoxinas. ● Cresce em pH de 4,5 a 9,0, e temperatura de 3,5°C a 45°C. ● Sais dificultam seu crescimento. ● Ganhou o nome de “botulismo” a partir de “botulus”, que significa salsicha em latim (os primeiros casos vieram de salsichas contaminadas). 🤢 Características da doença (botulismo) ● Incubação: 12 a 36 horas após o consumo. ● Fase inicial: náuseas, vômitos e diarreia. ● Fase mais grave: a toxina afeta visão, fala, deglutição e músculos respiratórios. ● Tratamento: feito com soro antitoxina (soroterapia). 🌍 Epidemiologia ● Ocorre em todos os continentes. ● Associado a conservas vegetais caseiras, carnes e frutos do mar. ● A bactéria se desenvolve bem em água e ambientes com pouco oxigênio. 🛡 Medidas de controle ● Nitratos e nitritos: dificultam o crescimento. ● Microrganismos competidores: produzem ácidos que inibem o botulismo. ● Sal e pH baixo: ajudam no controle. ● Tratamento térmico alto: destrói a bactéria. ● Congelamento não é eficaz. 🧬 CLOSTRIDIUM PERFRINGENS ⚙ Características gerais ● Bacilo Gram-positivo, anaeróbio, formador de esporos. ● Produz toxinas e enzimas que: ○ Degradam proteínas. ○ Fermentam carboidratos. ● Cresce em pH entre 6,0 e 7,0, e resiste a temperaturas acima de 45°C. 🤢 Características da doença ● Sintomas: dores abdominais agudas, diarreia, vômitos, febre. ● Incubação: de 8 a 12 horas. ● Duração: de 12 a 24 horas. ● Raramente leva à morte. ● Associado ao consumo de carne de porco mal cozida. 🌍 Epidemiologia ● É uma das principais causas de surtos alimentares no mundo. ● Ataca tanto alimentos crus quanto processados. ● Se prolifera com facilidade em temperaturas inadequadas, como em estufas mal reguladas ou alimentos mal refrigerados. ● Muito comum em: ○ Restaurantes ○ Fábricas ○ Hospitais ○ Escolas 🛡 Medidas de controle ● Temperaturas acima de 60°C impedem seu crescimento. ● Aplicar choque térmico (esquentar e resfriar corretamente) para destruir os esporos. ● Manter alimentos fora da “zona de risco” (entre 10 e 60 🧫 BACILLUS CEREUS 🧬 Características gerais ● É um bacilo Gram-positivo (bactéria em forma de bastonete). ● Anaeróbio facultativo (pode viver com ou sem oxigênio). ● Mesófilo: cresce melhor em temperaturas moderadas (10 a 48 °C). ● pH ideal para crescimento: entre 4,9 e 9,3. ● Possui 48 subespécies. ● Tem alta atividade metabólica, mas nem todas as toxinas produzidas têm importância alimentar. ● Degrada principalmente carboidratos dos alimentos. 🎓 Didaticamente: imagine um microrganismo que “adora” alimentos com amido (como arroz e vegetais), se multiplica rápido no calor e pode causar problemas se os alimentos forem mal armazenados. 🤢 Características da doença ● Causa dois tipos principais de sintomas: vômitos e diarreias. ● Alimentos comumente contaminados: ○ Arroz, principalmente o tipo oriental (pensa naquele arroz que fica fora da geladeira por horas). ○ Vegetais crus ou cozidos, carnes e pescados. ● Período de incubação: entre 6 a 24 horas. 🎓 Resumo fácil: se você deixar arroz cozido fora da geladeira, o Bacillus cereus pode se multiplicar e causar intoxicação alimentar no dia seguinte. 🌍 Epidemiologia e controle ● Está em todo lugar na natureza (solo, ar, alimentos). ● Altamente presente no arroz mal conservado: em 40 a 100% das amostras. ● Mais comum nos meses de verão. ● Também pode contaminar queijos, farinhas e alimentos desidratados. 🛡 Medidas de controle: ● Resfriar alimentosrapidamente após o cozimento. ● Conservar sempre abaixo de 5 °C. ● Reaquecer bem antes de servir. 🦠 STAPHYLOCOCCUS AUREUS 🧬 Características gerais ● Cocos Gram-positivos (formato de bolinha). ● Se organizam em cachos de uva no microscópio. ● Aeróbios ou anaeróbios facultativos. ● Mesófilos: crescem entre 7 e 48 °C. ● Produzem toxinas termoestáveis (resistem ao calor!). ● Crescem até em alimentos salgados (alta concentração de sal). ● pH para crescimento: 4 a 9,8. ● Precisam de muita umidade. 🎓 Resumo prático: uma bactéria que pode estar na sua pele ou nariz e, se contaminar alimentos, pode produzir toxinas perigosas — mesmo que você cozinhe depois, o “veneno” já está ali. 🤢 Características da doença ● Período de incubação rápido: de 30 minutos a 8 horas. ● Sintomas: ○ Náusea, vômito, dor abdominal intensa. ○ Dor de cabeça, calafrios, febre, queda de pressão. ● Gravidade depende da quantidade ingerida e da sensibilidade da pessoa. 🩺 Tratamento: ● Normalmente é suporte com reposição de água e eletrólitos. ● A doença costuma ser autolimitada (melhora sozinha com hidratação). 🌍 Epidemiologia e controle ● Vive naturalmente em nariz, mãos e pele. ● Pode contaminar alimentos durante o manuseio por pessoas infectadas. ● Também pode contaminar o leite diretamente pela vaca (glândulas mamárias). ● Alimentos mais afetados: ○ Leite, cremes, queijos, iogurtes e outros derivados. 🛡 Medidas de controle: ● Educação sanitária: lavar bem as mãos. ● Evitar manipular alimentos com feridas expostas. ● Refrigerar alimentos logo após o preparo. ● Evitar deixar alimentos prontos em temperatura ambiente por muito tempo. 🎯 TEMA CENTRAL: Escherichia coli (E. coli) e suas variações patogênicas 🧫 Características gerais da E. coli ● Gram-negativa, em forma de bastonete. ● Anaeróbia facultativa: pode viver com ou sem oxigênio. ● Faz parte da flora intestinal normal, mas algumas cepas são patogênicas. ● Não forma esporos e usa glicose como fonte de energia. 🔎 Duas formas de enxergar a E. coli: 1. Como indicador de contaminação: ○ Quando aparece em alimentos, indica presença de fezes e falta de higiene na manipulação. 2. Como bactéria patogênica: ○ Algumas cepas têm fatores de virulência (capacidade de causar doença), sendo causadoras de diarreia e outros sintomas. 🔬 Subtipos patogênicos de E. coli Agora vamos estudar as 5 principais cepas patogênicas. Todas causam gastroenterite, mas cada uma tem sintomas, formas de transmissão e públicos-alvo específicos. 1⃣ E. coli Enteropatogênica (EPEC) ● Afeta recém-nascidos e lactentes jovens. ● Causa principal de diarreia infantil em países tropicais subdesenvolvidos, inclusive no Brasil. ● Sintomas: diarreia intensa, dores abdominais, febre e vômitos. ● Duração: de 6 horas a 3 dias. ● Transmissão: alimentos e água contaminados. ● Importância clínica: representa 30% dos casos de diarreia em lactentes no Brasil. 🎓 Pense assim: EPEC é como a “vilã das crianças pequenas”, perigosa porque o sistema imunológico delas ainda é imaturo. 2⃣ E. coli Enteroinvasiva (EIEC) ● Muito parecida com a Shigella, tanto na estrutura quanto nos sintomas. ● Sintomas: disenteria (fezes com sangue), febre, cólicas, mal-estar. ● Atinge principalmente crianças maiores e adultos. ● Pode ser necessário isolar o paciente. ● Transmissão: contato direto entre pessoas. 🎓 Resumo fácil: EIEC “invade” a mucosa intestinal e provoca inflamação com sangue nas fezes – como a disenteria clássica. 3⃣ E. coli Enterotoxigênica (ETEC) ● Produz enterotoxinas, substâncias que irritam o intestino. ● Sintomas: diarreia aquosa (tipo “água de arroz”), febre leve, dor abdominal, náusea. ● Causa desidratação severa, principalmente em surtos. ● Pode durar várias semanas. ● Atinge todas as idades. ● Transmissão: água e alimentos contaminados. ● Frequente em epidemias em países pobres. 🎓 Dica para lembrar: ETEC é a clássica diarreia do viajante – você bebe água contaminada e passa dias no banheiro. 4⃣ E. coli Entero-hemorrágica (EHEC ou EHCE) ● Principal agente de enterite hemorrágica. ● Produz toxinas que causam grandes sangramentos no intestino. ● Sintomas: dor abdominal severa, disenteria com muito sangue, sem febre. ● Duração: de 2 a 9 dias. ● Pode levar a problemas renais graves (como síndrome hemolítico-urêmica). ● Transmissão: ingestão de carne bovina mal cozida. ● Inativada a 45 °C, por isso cozinhar bem os alimentos é essencial. 🎓 Resumo rápido: EHEC = sangue nas fezes sem febre, é a mais perigosa das cepas. Cuidado com hambúrguer mal passado! 5⃣ E. coli Enteroagregativa (EAggEC) ● Mais recentemente descoberta entre as cepas. ● Atua na região do cólon. ● Também produz enterotoxinas. ● Interfere na absorção de sais e eletrólitos, causando diarreia crônica. ● A via de transmissão ainda não é completamente conhecida. 🎓 Dica final: EAggEC se “agrega” ao cólon e causa diarreia que não vai embora fácil, especialmente em crianças. 🧫 AULA 4 – MICRORGANISMOS INDICADORES ✅ 1. Definição 🧪 2. Utilizações principais 🧬 3. Características ideais de um indicador 💩 4. Indicadores de contaminação fecal 🔹 Escherichia coli (E. coli) 🔹 Coliformes fecais (ex: Enterobacter, Citrobacter, Klebsiella) 🧪 AULA 3 – ALTERAÇÕES QUÍMICAS CAUSADAS POR MICRORGANISMOS NOS ALIMENTOS ⚠️ Introdução 🧱 Componentes dos alimentos afetados 🍞 1. CARBOIDRATOS 🔹 Monossacarídeos (ex: glicose) ➤ Principais tipos de fermentação: 🔹 Polissacarídeos 🥩 2. PROTEÍNAS 🧈 3. LIPÍDEOS 🧠 PONTOS A SEREM AVALIADOS NESSA AULA 🦠 DOENÇAS MICROBIANAS DE ORIGEM ALIMENTAR 🍽️ 1. Intoxicações alimentares 🧫 2. Infecções alimentares 🔍 PRINCIPAIS MICRORGANISMOS CAUSADORES ✅ BACTÉRIAS GRAM-POSITIVAS ABORDADAS: 🧬 CLOSTRIDIUM BOTULINUM ⚙️ Características gerais 🤢 Características da doença (botulismo) 🌍 Epidemiologia 🛡️ Medidas de controle 🧬 CLOSTRIDIUM PERFRINGENS ⚙️ Características gerais 🤢 Características da doença 🌍 Epidemiologia 🛡️ Medidas de controle 🧫 BACILLUS CEREUS 🧬 Características gerais 🤢 Características da doença 🌍 Epidemiologia e controle 🦠 STAPHYLOCOCCUS AUREUS 🧬 Características gerais 🤢 Características da doença 🌍 Epidemiologia e controle 🎯 TEMA CENTRAL: Escherichia coli (E. coli) e suas variações patogênicas 🧫 Características gerais da E. coli 🔬 Subtipos patogênicos de E. coli 1️⃣ E. coli Enteropatogênica (EPEC) 2️⃣ E. coli Enteroinvasiva (EIEC) 3️⃣ E. coli Enterotoxigênica (ETEC) 4️⃣ E. coli Entero-hemorrágica (EHEC ou EHCE) 5️⃣ E. coli Enteroagregativa (EAggEC)