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DIREITO PENAL I - CCJ0007 – Plano de Aula 12
1 - Leandro, um policial militar em serviço, ao se deparar com dois elementos suspeitos na iminência de furtar um veículo efetua voz de prisão. Porém, um deles saca uma arma e dispara contra o policial, o qual a fim de repelir a agressão efetua dois disparos, os quais atingem, causando a morte do ladrão. O segundo, diante do flagrante tenta fugir, mas o policial corre atrás dele mandando que pare e diante da recusa de parar, Leandro efetua um disparo em sua perna, causando uma lesão corporal permitindo a sua prisão. Com isto, analisando as duas situações, defina a responsabilidade penal de Leandro. Justifique sua resposta analisando as descriminantes. Justifique sua resposta.
Resposta: Na primeira situação, embora o policial tenha matado um dos criminosos, não haverá crime, visto que o policial atuou em legítima defesa de sua vida, ao revidar uma injusta agressão. 
Na segunda situação, o enunciado nos traz o emprego de arma de fogo, após determinação de parar, com disparo na perna do segundo criminoso, o que permitiu ao policial realizar a prisão. Assim, a situação nos remete à hipótese do reconhecimento da excludente da ilicitude, na modalidade estrito cumprimento do dever legal. No caso, ao que parece, teria ocorrido uma lesão sem maiores consequências. E se ocorresse uma lesão grave ou mesmo sobreviesse a morte? 
Pois bem, ocorrendo lesão leve, grave ou gravíssima ou mesmo a morte ou até mesmo nada ocorrendo, pode o policial efetuar disparos contra aquele que, sem emprego de violência, busca fugir à prisão em flagrante? A conduta não parece ser adequada. De fato, a atuação policial decorre da lei, contudo, se desenvolve estritamente de acordo com o regramento jurídico, inclusive em conformidade com os preceitos constitucionais. Reforçando a ideia que a conduta do policial não está em conformidade com a excludente anteriormente mencionada, segue um trecho colhido na jurisprudência, constante do Recurso Especial nº 402.419 - RO (2001/0191236-6), de 21/10/2003, do Superior Tribunal de Justiça, sendo relator o Ministro Hamilton Carvalhido: “2. Não há falar em estrito cumprimento do dever legal, precisamente porque a lei proíbe à autoridade, aos seus agentes e a quem quer que seja desfechar tiros de revólver ou pistola contra pessoas em fuga, mais ainda contra quem, devida ou indevidamente, sequer havia sido preso efetivamente”.
Dentro desse raciocínio, penso que o policial deverá responder pelo crime de lesão corporal.
Reforçando o que já foi exposto, coloco a seguinte situação: Um jovem, conduzindo um veículo sem habilitação, avista uma blitz policial a sua frente. Com medo de ser preso e descoberta a sua situação, empreende fuga com o veículo, não obedecendo aos acenos para que parasse. Um dos policiais, em razão dessa desobediência, efetua disparos contra o veículo e acaba atingindo mortalmente seu condutor. Balizando-se os bens jurídicos protegidos, de um lado a incolumidade pública (conduzir o veículo sem habilitação) do outro lado a vida, qual deles deve prevalecer? A resposta somente poder ser a vida.
Professora: No segundo caso o policial entrou no excesso pois não havia agressão e a lei não permite o disparo de arma em suspeito em fuga.
2 - Acrásio encontrava-se detido em uma delegacia da polícia civil por ter ameaçado a vida de um terceiro. Lá, apresentou comportamento violento e incontido: debatia-se contra as grades, agredia outros detentos e dirigia impropérios contra os policiais. Após os outros detentos serem retirados da cela, Acrásio foi algemado, momento em que passou a provocar e a ofender Sinfrônio, policial que o guardava, que, em seguida, adentrou a cela e lhe desferiu vários golpes de cassetete, causando em Acrásio graves lesões (constatadas por laudo pericial), agressão que somente cessou após a intervenção de outro policial. Logo, a conduta do policial Sinfrônio: (2014 - FUNCAB - PC-MT - Investigador)
não configurou crime, haja vista estar sob a exclusão de ilicitude exercício regular do direito, em face das provocações e agressões verbais proferidas pelo detido.
não configurou crime, haja vista estar sob a exclusão de ilicitude estado de necessidade, em face das provocações e agressões verbais proferidas pelo detido.
configurou o crime de tortura previsto no artigo 1º, § 1º, da Lei n° 9.455/1997.
não configurou crime, haja vista estar sob a exclusão de ilicitude legítima defesa, em face das provocações e agressões verbais proferidas pelo detido.
não configurou crime, haja vista estar sob a exclusão de ilicitude estrito cumprimento do dever legal, em face das provocações e agressões verbais proferidas pelo detido.
3 - Jaime, objetivando proteger sua residência, instala uma cerca elétrica no muro. Certo dia, Cláudio, com o intuito de furtar a casa de Jaime, resolve pular o referido muro, acreditando que conseguiria escapar da cerca elétrica ali instalada e bem visível para qualquer pessoa. Cláudio, entretanto, não obtém sucesso e acaba levando um choque, inerente à atuação do mecanismo de proteção. Ocorre que, por sofrer de doença cardiovascular, o referido ladrão falece quase instantaneamente. Após a análise pericial, ficou constatado que a descarga elétrica não era suficiente para matar uma pessoa em condições normais de saúde, mas suficiente para provocar o óbito de Cláudio, em virtude de sua cardiopatia.
Nessa hipótese é correto afirmar que: (FGV - 2014 - OAB - Exame de Ordem Unificado – XIII)
Jaime deve responder por homicídio culposo, na modalidade culpa consciente.
Jaime deve responder por homicídio doloso, na modalidade dolo eventual.
Pode ser aplicado à hipótese o instituto do resultado diverso do pretendido.
Pode ser aplicado à hipótese o instituto da legítima defesa preordenada

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