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561173_Texto 03 Em busca do sentido da Vida. A religião como mediação histórica 2012 (1)

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
IFTDJ – Instituto de Filosofia e Teologia Dom João Resende Costa
Departamento de Ciências da Religião Disciplina: Cultura Religiosa I
Prof. Edward N. M. B. Guimarães Ano: 2012/ 2
TEXTO 03: EM BUSCA DO SENTIDO DA VIDA E A RELIGIÃO COMO MEDIAÇÃO HISTÓRICA. 
Edward Neves M. B. Guimarães�
I - APROXIMAÇÃO AO SENTIDO DA EXISTÊNCIA HUMANA
A VIDA É PRO-POSTA
Nenhuma pessoa, ao nascer, escolheu a família e a herança genética. Quando nascemos recebemos o dom da vida sem deliberar nada sobre sexo, constituição física. Entramos no mundo sem intervir sobre o lugar geográfico, a nacionalidade, classe social, se no hemisfério norte ou no hemisfério sul. Não decidimos a época histórica, se seria no inverno ou no verão, se o país estaria próspero ou em crise, em guerra ou em paz. A rigor, tudo nos é proposto sem qualquer participação nossa. A vida em sua proposta é pura gratuidade.
1 - Você já parou para pensar na realidade de sua existência? Não é maravilhoso o fato de agora você ter consciência de estar vivo? De sentir em si, na individualidade do próprio eu, o pulsar da vida? Nem sempre foi assim. Quando nascemos não tínhamos a menor idéia de quem éramos, de onde estávamos e o que estávamos fazendo ali. A vida humana, em seu começo, é sempre sim: total dependência!
2 - A vida desde o seu nascimento é relação, conexão, interdependência. Cada um de nós está inserido e faz parte da imensa rede: a teia da vida! Da teia da vida recebemos o cuidado necessário para sobreviver e dar os primeiros passos em nossa trajetória.
A VIDA É DOM GRATUITO
Cada um de nós, primeiramente foi amado, recebeu gratuitamente afeto e sem nenhuma consciência provou o deleite de ter sido amado. Não pedimos para nascer, nem decidimos nada nesse processo. Nascemos simplesmente. Totalmente indefesos e dependentes de “algo” que nos ultrapassa. Basicamente, dependentes de nossos genitores, dependentes das condições de possibilidade deste planeta azul. Parafraseando o filósofo J. P. Sartre, a existência precede a consciência.
3 - Somente depois de recebermos cuidado e atenção, amor e carinho, é que a pessoa pode assumir e acolher com liberdade, com certa independência, esse dom maravilhoso que é a própria existência. Se observarmos bem, independente do grau de autonomia conquistada, continuaremos, de certa forma, dependentes de “algo” além de nós. Continuaremos famintos de cuidado e atenção, respeito e reconhecimento, carinho e amor (dependentes dos outros) e dependentes, sobretudo, das condições do planeta Terra.
A VIDA É RES-POSTA
A própria vida, em seu dinamismo de desenvolvimento, nos chama a dar uma resposta. Acolher conscientemente o dom que nos foi dado e desenvolvê-lo com responsabilidade. A vida pede de cada um uma resposta generosa e apaixonada: buscar a cada dia ser uma pessoa melhor, procurando desenvolver habilidades e aprender a cada passo do caminho, com os erros e acertos, aprender a difícil arte de amar, conviver e ser feliz.
II - TRÊS CARACTERÍSTICAS HUMANAS A SERVIÇO DA VIDA
1 - já que é constitutiva e intrinsecamente “um projeto infinito”, na feliz expressão de Leonardo Boff�, Na tarefa de tornar-se pessoa humana, pode-se dizer que cada ser humano se caracteriza, basicamente, por três aspectos ou capacidades em sua existência no tempo e no espaço: 
A capacidade de vir-a-ser;
A capacidade de perguntar pelo sentido;
A capacidade de transcender.
2 - Em primeiro lugar pela CAPACIDADE DE VIR A SER, de “tornar-se”, de “transformar-se” e de “construir-se” em determinada direção. Nasce e será a vida toda inacabado. Estará sempre se construindo e, ao mesmo tempo, sendo construído pela cultura, pela educação, pelas experiências que vai fazendo e pelas pessoas com as quais convive ou toma conhecimento. Torna-se pessoa à medida que se humaniza. Nesse sentido, é fundamental o desenvolvimento do hábito contínuo de reflexão sobre o sentido da vida pessoal e coletiva: sobre o passado (o que tem sido ou como tem vivido: ele, sua geração, seus companheiros na jornada da vida), sobre o presente (o que está sendo ou como está vivendo a pessoa humana) e sobre a abertura ao futuro (o que será ou em que direção caminha, quais as metas e objetivos que têm norteado a vida atual).
3 - Segundo pela CAPACIDADE DE PERGUNTAR PELO SENTIDO: Quem é? De onde veio? Para onde vai? Por que a morte? Há vida após a morte? Por que tanta dor? Por que o ser humano é estradeiro, eterno caminhante, faminto de amor e continuamente insatisfeito? Por que a vida é finita se cada um parece carregar o infinito dentro de si? O que é o homem? Qual o sentido da vida? Dentre outras. Mas também de buscá-lo ao longo da vida. A vida é feita de contínuas indagações e de incessantes buscas de respostas. Nesse sentido, ele pauta sua existência pela constante busca de aprender a ser e a conviver. Está sempre à procura de realização e felicidade. A felicidade, para ele, está na vida com sentido, através da qual ama e experimenta-se amado. Aos poucos aprende que a felicidade não está no fim do caminho, mas é encontrada e construída ao longo do caminho, no próprio caminhar. Não está na posse ou na conquista de “algo”, definitivamente, mas no dinamismo e no ritmo que empreende em seu existir. Depende mais do “avesso da pele”, do que está dentro dele, em sua interioridade, do que, propriamente, na exterioridade do outro ou do mundo. Ele vive no mundo, é parte do mundo, depende do equilíbrio do mundo, mas tem o coração do horizonte. Em linguagem religiosa, sua morada definitiva é a comunhão com Deus.
4 - E, por fim, pela CAPACIDADE DE TRANSCENDÊNCIA. Transcender é ir além da pura materialidade da realidade na qual está inserido. A pessoa humana tem o dom de transcender a história, o cotidiano, a vida presente e abrir-se, projetando-se para horizonte maior, para além de si mesmo, para além da materialidade do mundo ou da inexorabilidade do tempo. O sonho, a fantasia e a imaginação sustentam-lhe a lucidez e a teimosia de viver. Ele possui habilidades profundas que lhe permite alçar vôo: a fé, a esperança, o amor. Nesse sentido, compreende-se a necessidade humana de abertura ao outro, a Deus ou ao Sagrado, a um sentido maior do que ele mesmo ou da história. O ser humano, em todas as culturas, criou ritos, construiu símbolos, expressou nas artes, buscou experiências espirituais, narrou mitos que, de alguma forma, expressam essa capacidade humana de ir além. Há nele a recusa radical da finitude e da redução da vida à pura materialidade do mundo. Ele é portador da esperança maior de que a realidade esteja perpassada por “algo mais”. Carrega o desejo inquebrantável de eternidade.
5 - Ao acolher as características acima e reconhecê-las na vida humana, permite-nos afirmar que o nível biológico diz muito pouco do que é o ser humano. Ele é seu corpo, mas é muito mais do que mero organismo animal. Daí a necessidade de se expressar pela arte (música, dança, poesia, pintura, escultura etc.), pelo mito (narra histórias para espantar os medos e gerar segurança e sensação de conforto) e pelo símbolo (linguagem dos significados, do sentido, dos afetos, das experiências, da religião etc.). 
Por descobrir, em seu próprio ser, os limites no tempo histórico, (um dia começou a ser, nasceu, e um dia não estará mais na história, pois, morrerá) experimenta GRANDE MISTÉRIO DE GRATUIDADE, no começo (recebeu a vida como grande dom) E DE CONTINGÊNCIA NO FIM (a morte escapa à sua liberdade de querer continuar a viver, lhe ultrapassa). 
III - RELIGIÃO: AUXÍLIO NA RESPOSTA HUMANA AO CHAMADO DA VIDA
	Para buscar o sentido maior do grande mistério de gratuidade que é a existência, a humanidade criou as RELIGIÕES. Elas representam o imenso desejo do ser humano encontrar sentido para tudo à sua volta: o tempo e o espaço, o prazer e a dor, o amor e o ódio, a vida e a morte, o céu e a terra, o eu e os outros, o finito e o infinito, o ser e o nada.
	
1 - Religião significa “ligar de novo”:ligar a existência concreta a um “SENTIDO MAIOR”, horizonte de significados que a envolve e a abrange, mas, sobretudo, que a ultrapassa. Ligar a um “SENTIDO ABSOLUTO”, que se experimenta e se reconhece nas profundezas de seu próprio ser, mas que, ao mesmo tempo, apercebe absolutamente distinto de si. 
2 - Experimenta-se esse SENTIDO PROFUNDO como “ALTERIDADE MAIOR E IRREDUTÍVÉL”, portadora de “ROSTO FASCINANTE E ACOLHEDOR”, mas simultaneamente “AMEDRONTADOR E PLENIFICANTE”, autêntico “MISTÉRIO INEFÁVEL E ATRAENTE”. Denominado simplesmente por “DEUS”, que significa LUZ, PLENITUDE, PODER! Essa realidade suprema foi nomeada de muitos modos e por muitos nomes ao longo da história. A religião surge, exatamente, da própria busca de encontrar formas ou ritos que expressem o desejo humano de aproximar-se, deixar-se tocar ou, até mesmo, estabelecer relação com Deus. Ela nasce da experiência, de uma pessoa ou grupo de pessoas que têm a pretensão de ter vivido um ENCONTRO autêntico com Deus, e do desejo de transmiti-la a outros.
	3 - Até hoje, em todas as culturas, das mais primitivas às mais contemporâneas, surgiram ou foram acolhidas formas de celebrar a vida e explicitar a experiência humana com Deus. Ao longo da história, os seres humanos criaram variegada gama de ritos, símbolos, amuletos, cantos, danças, orações e toda uma linguagem com a finalidade de expressar, manifestar ou educar esta dimensão da vida humana.
	Refletindo sobre a vida humana, descobre-se que ela está envolvida por dois grandes mistérios: no seu surgimento (de onde veio?, por que nasceu?...) e no seu limite (por que a morte?, para onde vai?, há vida além da morte ou ela é o fim de tudo?...). Daí a necessidade de encontrar sentido para essa existência efêmera. A vida humana adquire maior intensidade e densidade quando se reflete sobre seu sentido. Nas palavras do filósofo Sócrates, “uma vida humana sem reflexão não merece ser vivida”. Viver sem reflexão seria viver vida bruta, animal, mas não a vida humana propriamente dita.
	4 - Em certa ocasião perguntaram ao mestre budista tibetano Dalai Lama qual seria, para ele, a melhor religião. Esperava-se que ele dissesse, sem pestanejar, ser o “Budismo Tibetano”, pois, esta era a religião dele. Mas não. Respondeu, de modo sábio e inusitado, que a melhor religião não é essa ou aquela. A melhor religião para você é aquela que o torna melhor pessoa: mais humana, fraterna, apaixonada, responsável e cuidadosa com a vida. � As religiões são mediações ou caminhos de “salvação”�. Pretendem iluminar a vida de seus adeptos, levando-os a uma vida plena. As religiões, portanto, merecem respeito e, no mínimo, atenção e busca de compreensão.
5 - Muitas religiões apontam para a existência de um (a) Criador (a), que num gesto de grande generosidade e gratuidade ofereceu o dom da vida. O cristianismo, por exemplo, testemunha que Deus-criador, não somente deu ao ser humano o dom da vida, mas o criou à sua imagem e semelhança. O ser humano tem a vocação de ser co-criador, ou seja, tem a capacidade de liberdade e autonomia, com a responsabilidade de viver na práxis da justiça e do amor. Viver com essa perspectiva revela-se como um caminho privilegiado para a vida em plenitude. Segundo a tradição cristã, Deus dotou o ser humano com o dom de tornar-se seu filho ou filha. Dessa maneira, Deus potencializa e possibilita a fraternidade entre as pessoas, pois, ao revelar o seu amor gratuito pelo ser humano e acolhendo-o como seu filho, Deus possibilita que este enxergue o outro como irmão ou irmã. Nessa experiência religiosa a vida humana é concebida como portadora de desafiante tarefa: o ser humano tem a missão de construir convivência fraterno-sororal. 
6 - Diante dos gigantescos desafios da nossa realidade atual, a solidariedade, mesmo entre aqueles que não experimentaram ou experimentam a beleza das religiões, é a grande utopia. Uma experiência e um valor a ser aprendido capaz de mudar o mundo. Este aprendizado é uma tarefa de todos e está carregado de um sentimento de urgência irrenunciável. Globalizar a solidariedade é, talvez, a resposta ou o caminho para a construção de um mundo melhor para todos, sem individualismo, sem violência, sem exclusão. 
	A religião cumprirá o seu papel se, e somente se, ajudar as pessoas a serem melhores... Melhores na dor, melhores no amor, melhores em tudo... Ajudá-las a serem mais justas e solidárias, mais cuidadosas e sensíveis diante de toda forma de vida. 
7 - A religião trabalha a formação da consciência humana e procura suscitar a transformação interior do adepto ou fiel. A verdadeira experiência religiosa, ao explicitar a nossa interdependência, provoca o crescimento da consciência da “teia da vida”. Nesse sentido, uma das maiores tarefas da religião é mostrar que toda mentalidade impregnada de auto-suficiência é humanamente pobre, pois, somos seres de relação e de convivência afetiva e cidadã, oxalá um dia, de convivência fraterna.
IV - LINGUAGEM E EXPERIÊNCIA RELIGIOSA
	1 - As religiões têm linguagem própria. Não é a linguagem objetiva da racionalidade científica, mas simbólica e metafórica. Aproxima-se mais da linguagem poética e das cartas de amor do que da exatidão denotativa da linguagem científica. É a linguagem do coração, mais do que da razão. Mas nem por isso menos importante. Assim sendo, se quisermos conhecer a fundo a beleza das religiões, é preciso estar atentos à sua linguagem e ao sentido da experiência religiosa. Seu objetivo é parenético, exortativo e performativo. Visa levar a conversão da vida humana para Deus. Pretende levar ao compromisso de uma vida nova, pautada por valores humanos.
	2 - A necessidade de compreensão da linguagem e experiência religiosas está no fato delas fazem parte do cotidiano, do mundo que nos cerca e que construímos. Até mesmo quem ainda não vê importância nessa realidade, freqüentemente se relaciona com pessoas que estão usando a linguagem ou partilhando experiências religiosas. Observa-se, historicamente, que sem um mínimo de reflexão crítica e busca de entendimento da especificidade da linguagem e experiência religiosas, a religião transforma-se em fonte de mal-entendidos, incompreensões, guerras e mortes.
	3 - Na relação amorosa, profunda e autêntica, o amante pode dizer para a amada “você habita o meu coração”. E ninguém, sob pena de equivocar-se, compreenderia que o amante fez do órgão cardíaco, a moradia física para sua amada. Assim também, o fiel ao ler um texto sagrado, por exemplo, da Bíblia: “O senhor é o meu pastor e nada me faltará? Sobre verdes pastagens Ele me faz repousar” (Sl 22) cometeria grave equívoco se o compreendesse literalmente e tirasse conclusões, tais como: Se Deus é pastor ele vai querer me tratar como ovelha, será que ele vai me dar pastagem como alimento? Ou ainda, se a Bíblia é Palavra de Deus, e a Palavra de Deus diz que “nada me faltará”, então posso ficar tranqüilo, não preciso trabalhar, pois Ele disse que “nada me há de faltar” e eu confio em Deus.
	Além de inúmeros mal-entendidos, a história testemunha-nos que a incompreensão da linguagem religiosa ou do autêntico sentido da experiência religiosa leva a variados tipos de enganos, a equívocos e abusos da boa fé das pessoas, fato que gera revolta em quem tem um mínimo de sensibilidade humanitária. Sedentos de “milagres”, as pessoas acabam sendo enganadas, roubadas mesmo, e abusadas em sua boa fé. Outras, ingenuamente, acreditam em qualquer coisa, superstições, magias, forças ocultas que prejudicam seu dia a dia etc., e tornam-se presas fáceis de inescrupulosos.
	Além disso, o que mais nos preocupa, enquanto estudioso das religiões, é que, para além das atitudes e posturas de infantilidade e imaturidade religiosa – e até de rejeição a todo e qualquer sentido positivo e verdadeiro da religião na vida humana (agnosticismo) ou de Deus mesmo (ateísmo) –, muitos se tornam indiferentes ao amor salvífico de Deus. Passam a ser intolerantes, irônicos e sarcásticos com quem busca, com sinceridade, viver a dimensão religiosa e se comprometercom uma religião.
	
4 - A história está cheia de exemplos de pessoas, cuja experiência religiosa foi vivida de modo deturpado e confuso. Mas, o contrário, também é verdadeiro. Muitas pessoas encontraram e encontram sentido para sua vida através da linguagem e da experiência religiosas. Mais ainda, experimentam a proximidade do Amor de Deus. Sentem-se amadas e chamadas a amar ao outro como irmão. Sentem-se desafiadas a construir um mundo melhor para todos.
	5 - Se na experiência de amor acontecem enganações, abusos, desilusões, infantilidades, imaturidades, erros, etc., na experiência religiosa não é diferente. Mas, mesmo com todo o risco de fracasso, quem experimenta verdadeiramente o amor, sabe que a vida não teria sentido sem ele. Assim também, religiosamente falando, pode-se dizer que quem experimenta verdadeiramente o Amor – e Deus é Amor - sabe que a vida não teria sentido sem Ele. Portanto, podemos concluir que a experiência religiosa, como toda e qualquer experiência humana é ambivalente. E por isso precisa ser refletida, discernida e avaliada continuamente.
EXERCÍCIOS:
EXPLIQUE, com suas palavras, o sentido da afirmação “a vida é, simultaneamente, proposta e resposta”.
DESCREVA, com suas palavras, as características da pessoa humana apontadas no texto: a) capacidade de vir a ser; b) capacidade de perguntar e buscar o sentido; c) capacidade de transcender.
APONTE e COMENTE duas consequências ou desdobramentos para nossa vida do fato de entendermos a inseparabilidade entre a experiência de DEPENDÊNCIA do outro e a da conquista crescente da AUTONOMIA.
EXPLIQUE seu modo atual de compreender os dois mistérios da vida: o nascimento (de onde vim?, quem sou?, por que estou aqui?) e a morte (para onde vou?, há vida além desta vida?, por que a morte?). (Resposta individual)
COMENTE o conteúdo e POSICIONE-SE diante da resposta do líder do budismo tibetano, Dalai Lama, sobre a melhor religião.
As religiões, geralmente, anunciam a experiência do amor e da misericórdia infinita de Deus e, sem exceções, ensinam e estimulam o amor ao próximo. EXPLIQUE a razão de haver tantas guerras e disputas entre elas.
A partir do horizonte das ideias do texto, EXPLIQUE, a partir de exemplo e comentário, o sentido das seguintes expressões: a)“mentalidade de auto-suficiência” e b) “interdependência de todos os seres”.
ELABORE um paralelo de posturas que ajudam e que impedem a boa convivência entre pessoas com concepções religiosas distintas. Em sua resposta considere também posturas religiosas, agnósticas e ateias. MOSTRE o que gera conflito beligerante entre as pessoas e o que é necessário para cultivarmos a cultura da paz.
EXPLIQUE, com palavras suas e a partir do horizonte das ideias do texto: a) O que significa que uma experiência seja considerada ambivalente; b) Por que se pode dizer que toda experiência humana revela-se marcada pela ambivalência. Justifique com exemplo. c) Apresente duas conseqüências ou desdobramentos para a vida humana do fato de tomarmos consciência de que toda experiência humana ser ambivalente.
POSICIONE-SE argumentativamente a partir de seus conhecimentos em relação à afirmação: “todas as religiões são iguais e têm o mesmo valor para a vida humana”.
� O autor é mestre em Teologia Sistemática pela FAJE. Na PUC Minas é coordena o CESTEP – Centro Superior de Estudos Teológicos e Pastorais e é professor de Cultura Religiosa e Filosofia. É professor e Coordena de curso de Teologia Pastoral do Centro Loyola de Espiritualidade, Fé e Cultura e é professor de Teologia do IRPAC – Instituto Regional de Pastoral Catequética do Leste II, CNBB..
� Cf. BOFF, Leonardo, Tempo de Transcendência. O ser humano como um projeto infinito, Rio de Janeiro: Ed. Sextante, 2000. 
� BOFF, Leonardo, Espiritualidade, Rio de Janeiro: Sextante, 2000.
� Salvação é uma palavra religiosa. Ela expressa a realidade da pessoa que experimentou o Amor de Deus, ou seja, experimentou o sentido da vida na relação com Deus. Experimenta que vale a pena acolher o convite de viver bem, pois, o destino último da vida é a comunhão com Deus. 
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