Prévia do material em texto
AFYA CURSO DE MEDICINA - AFYA NOTA FINAL Aluno: Componente Curricular: Estágio em Atenção Ambulatorial e Hospitalar em Clínica Cirúrgica Professor (es): Período: 202501 Turma: Data: 11/06/2025 N2 INTERNATO - MEDICINA - CC - 2025.1 - ROT 3 - 11/JUNHO GABARITO DE PROVA (RESUMIDO) PROVA 16105 - CADERNO 001 Questão Resposta 001 (A ) 002 (C ) 003 (D ) 004 (C ) 005 (C ) 006 (B ) 007 (D ) 008 (B ) 009 (B ) 010 (A ) 011 (A ) 012 (D ) 013 (A ) 014 (B ) 015 (C ) Questão Resposta 016 (B ) 017 (C ) 018 (D ) 019 (D ) 020 (D ) 021 (D ) 022 (B ) 023 (D ) 024 (D ) 025 (A ) 026 (D ) 027 (C ) 028 (B ) 029 (D ) 030 (B ) 000161.050015.691729.da4507.a9ce22.15160f.aa076d.e3083 Pgina 1 de 1 AFYA CURSO DE MEDICINA - AFYA NOTA FINAL Aluno: Componente Curricular: Estágio em Atenção Ambulatorial e Hospitalar em Clínica Cirúrgica Professor (es): Período: 202501 Turma: Data: 11/06/2025 N2 INTERNATO - MEDICINA - CC - 2025.1 - ROT 3 - 11/JUNHO GABARITO DE PROVA (RESUMIDO) PROVA 16105 - CADERNO 002 Questão Resposta 001 (B ) 002 (A ) 003 (C ) 004 (D ) 005 (D ) 006 (D ) 007 (B ) 008 (A ) 009 (D ) 010 (C ) 011 (C ) 012 (D ) 013 (B ) 014 (B ) 015 (B ) Questão Resposta 016 (D ) 017 (A ) 018 (A ) 019 (A ) 020 (B ) 021 (B ) 022 (B ) 023 (D ) 024 (C ) 025 (D ) 026 (D ) 027 (D ) 028 (B ) 029 (D ) 030 (D ) 000161.05001d.b2ab35.83fca2.3d2f56.2847ba.549645.55a9a Pgina 1 de 1 AFYA CURSO DE MEDICINA - AFYA NOTA FINAL Aluno: Componente Curricular: Estágio em Atenção Ambulatorial e Hospitalar em Clínica Cirúrgica Professor (es): Período: 202501 Turma: Data: 11/06/2025 N2 INTERNATO - MEDICINA - CC - 2025.1 - ROT 3 - 11/JUNHO GABARITO DE PROVA (RESUMIDO) PROVA 16105 - CADERNO 003 Questão Resposta 001 (D ) 002 (D ) 003 (D ) 004 (D ) 005 (D ) 006 (D ) 007 (A ) 008 (C ) 009 (B ) 010 (C ) 011 (D ) 012 (B ) 013 (C ) 014 (B ) 015 (D ) Questão Resposta 016 (B ) 017 (A ) 018 (B ) 019 (D ) 020 (A ) 021 (D ) 022 (C ) 023 (D ) 024 (C ) 025 (A ) 026 (C ) 027 (D ) 028 (A ) 029 (B ) 030 (A ) 000161.05001e.1fccab.47daa0.90d668.884927.7ca786.1101d Pgina 1 de 1 AFYA CURSO DE MEDICINA - AFYA NOTA FINAL Aluno: Componente Curricular: Estágio em Atenção Ambulatorial e Hospitalar em Clínica Cirúrgica Professor (es): Período: 202501 Turma: Data: 11/06/2025 N2 INTERNATO - MEDICINA - CC - 2025.1 - ROT 3 - 11/JUNHO GABARITO DE PROVA (RESUMIDO) PROVA 16105 - CADERNO 004 Questão Resposta 001 (C ) 002 (C ) 003 (A ) 004 (A ) 005 (B ) 006 (C ) 007 (B ) 008 (D ) 009 (C ) 010 (D ) 011 (C ) 012 (A ) 013 (C ) 014 (D ) 015 (D ) Questão Resposta 016 (C ) 017 (D ) 018 (B ) 019 (C ) 020 (A ) 021 (C ) 022 (B ) 023 (B ) 024 (B ) 025 (C ) 026 (D ) 027 (D ) 028 (B ) 029 (C ) 030 (B ) 000161.050010.e1b071.0346ea.6c2574.05a77a.5a4fd8.9bcce Pgina 1 de 1 AFYA CURSO DE MEDICINA - AFYA NOTA FINAL Aluno: Componente Curricular: Estágio em Atenção Ambulatorial e Hospitalar em Clínica Cirúrgica Professor (es): Período: 202501 Turma: Data: 11/06/2025 N2 INTERNATO - MEDICINA - CC - 2025.1 - ROT 3 - 11/JUNHO RELATÓRIO DE DEVOLUTIVA DE PROVA PROVA 16105 - CADERNO 001 1ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Durante o atendimento inicial a um paciente politraumatizado em sala de emergência, a equipe segue o protocolo do Advanced Trauma Life Support (ATLS). Após garantir a segurança da cena, inicia-se o exame primário com o objetivo de identificar e tratar imediatamente lesões que oferecem risco à vida. Com base nesse protocolo, qual das alternativas a seguir descreve corretamente uma das etapas do exame primário e sua intervenção associada? Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Verificação da amplitude respiratória e ausculta pulmonar, com intervenção imediata em caso de pneumotórax hipertensivo com toracocentese de alívio. (alternativa B) Lavagem gástrica precoce para todos os pacientes com trauma abdominal fechado, independentemente da estabilidade hemodinâmica. (alternativa C) Avaliação da pupila e função motora dos membros inferiores, com realização imediata de tomografia de crânio. (alternativa D) Exame físico detalhado de todas as extremidades, com imobilização de fraturas e solicitação de radiografias de rotina. 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 1 de 47 Resposta comentada: Gabarito: Verificação da amplitude respiratória e ausculta pulmonar, com intervenção imediata em caso de pneumotórax hipertensivo com toracocentese de alívio. Resposta Comentada: “Avaliação da pupila e função motora dos membros inferiores, com realização imediata de tomografia de crânio.” — Incorreta. Essa conduta faz parte do exame neurológico do exame secundário, não do primário, e a tomografia só é realizada após estabilização clínica. “Verificação da amplitude respiratória e ausculta pulmonar, com intervenção imediata em caso de pneumotórax hipertensivo com toracocentese de alívio.” — Correta. Esta é uma etapa do "B" (Breathing) do exame primário do ATLS, com conduta imediata diante de uma condição potencialmente fatal. O pneumotórax hipertensivo é tratado com punção descompressiva seguida de drenagem torácica. “Exame físico detalhado de todas as extremidades, com imobilização de fraturas e solicitação de radiografias de rotina.” — Incorreta. Essa conduta pertence ao exame secundário, que é realizado após estabilização inicial e avaliação das funções vitais. “Lavagem gástrica precoce para todos os pacientes com trauma abdominal fechado, independentemente da estabilidade hemodinâmica.” — Incorreta. Lavagem gástrica não é indicada rotineiramente em trauma, e o tratamento do trauma abdominal depende da avaliação clínica e hemodinâmica, geralmente com FAST ou tomografia. Referência: AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS. Advanced Trauma Life Support (ATLS®): Student Course Manual. 10. ed. Chicago: ACS, 2018. 2ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um paciente de 35 anos, vítima de colisão de alta energia, é admitido na sala de trauma apresentando rebaixamento do nível de consciência, hipotensão arterial (PA 80/40 mmHg), taquicardia (FC 130 bpm) e respiração superficial. No exame primário do protocolo ATLS, é detectado sangramento ativo na pelve e instabilidade hemodinâmica refratária à reposição volêmica inicial com cristaloides. O FAST é positivo para líquido livre em pelve e espaço hepatorrenal, e a radiografia pélvica mostra fratura instável. Qual das condutas a seguir representa a estratégia terapêutica mais adequada e prioritária segundo o protocolo ATLS para esse paciente? 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 2 de 47 Alternativas: (alternativa A) Administração empírica de drogas vasopressoras para manutenção da perfusão cerebral, postergando a abordagem cirúrgica até reversão do choque. (alternativa B) Aplicação de manobras de compressão abdominal manual e monitoramento clínico até estabilização dos sinais vitais. (alternativa C) (CORRETA) Estabilização da pelve com cinta pélvica, acesso venoso calibroso com reposição volêmica guiada por metas, e encaminhamento imediato ao centro cirúrgico para controle de hemorragia. (alternativa D) Realizar tomografia computadorizada de abdome para avaliação da extensão do trauma abdominal antes de qualquer intervenção adicional. Resposta comentada: Gabarito: Estabilização da pelve com cinta pélvica, acesso venoso calibroso com reposição volêmica guiada por metas, e encaminhamento imediato ao centro cirúrgico para controle de hemorragia. Resposta Comentada: “Realizar tomografia computadorizada de abdome para avaliação da extensão do trauma abdominal antes de qualquer intervenção adicional.” — Incorreta. A TC não deve ser realizada em pacientes instáveis, conforme o protocolo do ATLS. O FAST positivo e a instabilidade indicam a necessidade de intervenção cirúrgica imediata. “Estabilização da pelve com cinta pélvica, acesso venoso calibroso com reposição volêmica guiada por metas, e encaminhamento imediato ao centro cirúrgico paraPrática Cirúrgica Moderna. 20ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019. 2 v. WALSH, P. C. CAMPBELL, M. F.; et al. Campbell-Walsh Urology. 11ª ed. Philadelphia: Saunders/Elsevier, 2016. 4 v. 23ª QUESTÃO 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 34 de 47 Enunciado: (Banco AFYA) Um homem de 25 anos apresenta dor escrotal aguda há 5 horas, iniciada subitamente, com náuseas e vômitos. Ao exame físico, o testículo direito encontra-se elevado, em posição horizontalizada, muito sensível, com ausência do reflexo cremastérico. A ultrassonografia com Doppler demonstra fluxo reduzido no testículo direito. Outro paciente, de 30 anos, também apresenta dor escrotal, de início insidioso, com febre baixa e disúria. Ao exame físico, há edema e dor à palpação do epidídimo, com reflexo cremastérico presente e melhora da dor à elevação do testículo (sinal de Prehn positivo). A urina tipo 1 mostra leucocitúria e bacteriúria. Com base nos achados clínicos e exames complementares, qual das alternativas corresponde corretamente à interpretação dos diagnósticos e sua diferenciação? Alternativas: (alternativa A) Ambos os casos representam orquiepididimite, sendo o Doppler pouco confiável para diferenciar a torção testicular. (alternativa B) O primeiro caso é compatível com orquiepididimite e o segundo com tumor testicular; a ausência de bacteriúria no primeiro paciente reforça o diagnóstico apenas inflamatório. (alternativa C) A torção testicular é possível em ambos os casos e a confirmação de infecção no segundo paciente depende da urocultura. (alternativa D) (CORRETA) O primeiro caso representa torção testicular, confirmada pela redução do fluxo ao Doppler, enquanto o segundo é orquiepididimite, com achados sugestivos de infecção. 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 35 de 47 Resposta comentada: “O primeiro caso é compatível com orquiepididimite e o segundo com tumor testicular; a ausência de bacteriúria no primeiro paciente reforça o diagnóstico apenas inflamatório.” — Incorreta. O quadro clínico agudo, ausência de reflexo cremastérico e Doppler com fluxo reduzido são típicos de torção testicular no primeiro paciente e o texto não menciona a análise da urina no primeiro paciente. A presença de bacteriúria e dor progressiva com sinal de Prehn positivo é mais compatível com orquiepididimite e não com tumor testicular. “O primeiro caso representa torção testicular, confirmada pela redução do fluxo ao Doppler, enquanto o segundo é orquiepididimite, com achados clínicos e laboratoriais sugestivos de infecção.” — Correta. A torção testicular é caracterizada por início súbito, dor intensa, reflexo cremastérico ausente e hipoperfusão testicular ao Doppler. Já a orquiepididimite apresenta início insidioso, disúria, leucocitúria e melhora com elevação testicular. “Ambos os casos representam orquiepididimite, sendo o Doppler pouco confiável para diferenciar a torção testicular.” — Incorreta. O Doppler é o exame de escolha na diferenciação entre torção (fluxo diminuído ou ausente) e orquiepididimite (fluxo aumentado por hiperemia). Sua sensibilidade é alta quando bem realizada. “A torção testicular é possível em ambos os casos e a confirmação de infecção no segundo paciente depende da urocultura.” — Incorreta. O primeiro caso representa torção testicular, enquanto o segundo é orquiepididimite, com achados clínicos e laboratoriais sugestivos de infecção. A confirmação da infecção já foi estabelecida pela leucocitúria associada à bacteriúria. A urocultura mostra o agente infeccioso. Referência: PATERSON-BROWN, Simon. Tópicos Essenciais em Cirurgia Geral e de Emergência: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788595156517. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595156517/. Acesso em: 28 maio 2024. 24ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um paciente de 63 anos, obeso, com antecedentes de DPOC e tabagismo, procura o pronto-socorro com dor intensa e progressiva em região inguinal direita, associada a náuseas, distensão abdominal e ausência de eliminação de flatos e fezes nas últimas 24 horas. Ao exame físico, apresenta massa endurecida, irredutível, dolorosa à palpação e sem sinais de peritonite. Com base nesse quadro, qual é a conduta terapêutica mais adequada diante da complicação apresentada? 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 36 de 47 Alternativas: (alternativa A) Solicitar tomografia abdominal para confirmação diagnóstica e indicar tratamento conservador com observação por 48 horas antes de qualquer intervenção. (alternativa B) Iniciar antibioticoterapia empírica, dieta zero e analgesia, aguardando melhora clínica para posterior indicação cirúrgica eletiva. (alternativa C) Realizar tentativa de redução manual com sedação e analgesia, seguida de alta hospitalar com agendamento ambulatorial de hernioplastia. (alternativa D) (CORRETA) Indicar cirurgia de urgência para herniorrafia, com exploração do saco herniário e possível ressecção intestinal, mesmo na ausência de sinais sistêmicos graves. 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 37 de 47 Resposta comentada: Gabarito: Indicar cirurgia de urgência para herniorrafia, com exploração do saco herniário e possível ressecção intestinal, mesmo na ausência de sinais sistêmicos graves. Resposta Comentada: “Iniciar antibioticoterapia empírica, dieta zero e analgesia, aguardando melhora clínica para posterior indicação cirúrgica eletiva.” — Incorreta. Em casos de hérnia encarcerada com obstrução intestinal, o tratamento não é conservador, pois há risco iminente de estrangulamento e necrose intestinal, mesmo na ausência de peritonite. “Realizar tentativa de redução manual com sedação e analgesia, seguida de alta hospitalar com agendamento ambulatorial de hernioplastia.” — Incorreta. A manobra de tax (redução manual) está contraindicada em pacientes com quadro obstrutivo e dor progressiva, pois pode mascarar uma alça já isquêmica e levar à perfuração intra-abdominal. “Indicar cirurgia de urgência para herniorrafia, com exploração do saco herniário e possível ressecção intestinal, mesmo na ausência de sinais sistêmicos graves.” — Correta. O quadro é sugestivo de hérnia encarcerada com obstrução intestinal, que exige abordagem cirúrgica de urgência. A exploração do conteúdo herniado permite avaliar a viabilidade das alças e realizar ressecção se necessário, evitando complicações como necrose, perfuração e sepse. “Solicitar tomografia abdominal para confirmação diagnóstica e indicar tratamento conservador com observação por 48 horas antes de qualquer intervenção.” — Incorreta. A tomografia pode auxiliar na avaliação, mas não deve postergar a cirurgia em um quadro típico de encarceramento com obstrução. A observação clínica é contraindicada nesse contexto. Referências: SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIRURGIA GERAL (SBCG). Diretrizes para tratamento das hérnias de parede abdominal. São Paulo: SBCG, 2023. BAILEY, C. B. ; LOVE, W. F. Cirurgia geral. 27. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2022. MCCARTHY, M. A. et al. Management of incarcerated and strangulated hernias. Surgical Clinics of North America, v. 100, n. 1, p. 123-134, 2024. 25ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Durante um procedimento de redução e fixação de fratura de rádio distal em ambiente de emergência, o anestesiologista opta por realizar um bloqueio do plexo braquial para analgesia adequada do membro superior. Considerando a anatomia e as técnicas de anestesia periférica, qual das alternativas abaixo corresponde corretamente ao bloqueio mais indicado para esse procedimento e sua justificativa anatômica? 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 38 de 47 Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Bloqueio supraclavicular do plexo braquial, por promover anestesia completa do membro superior desde o ombro até a mão, especialmente eficaz para cirurgias distais. (alternativa B) Bloqueio interescalênico, por sua eficácia na anestesia do plexo lombossacral e analgesiada extremidade distal do membro inferior. (alternativa C) Bloqueio do nervo ulnar na altura do punho, pois ele supre toda a inervação sensitiva do antebraço e da mão. (alternativa D) Bloqueio do nervo femoral, já que sua abrangência cobre a região do punho e facilita a imobilização do membro superior. Resposta comentada: “Bloqueio do nervo ulnar na altura do punho, pois ele supre toda a inervação sensitiva do antebraço e da mão.” — Incorreta. O bloqueio do nervo ulnar no punho não abrange toda a inervação do antebraço nem da mão; sua ação é limitada ao território específico do nervo, principalmente o lado medial da mão. “Bloqueio interescalênico, por sua eficácia na anestesia do plexo lombossacral e analgesia da extremidade distal do membro inferior.” — Incorreta. O bloqueio interescalênico é um bloqueio do plexo braquial, indicado para ombro e terço proximal do braço, e não tem efeito sobre o plexo lombossacral ou membros inferiores. “Bloqueio supraclavicular do plexo braquial, por promover anestesia completa do membro superior desde o ombro até a mão, especialmente eficaz para cirurgias distais.” — Correta. O bloqueio supraclavicular é considerado o bloqueio do plexo braquial mais eficaz para procedimentos distais do membro superior, como punho e mão, pois atinge os três troncos do plexo braquial com alto grau de previsibilidade e abrangência. “Bloqueio do nervo femoral, já que sua abrangência cobre a região do punho e facilita a imobilização do membro superior.” — Incorreta. O nervo femoral pertence ao plexo lombar, responsável pela inervação do membro inferior anterior, sem qualquer função no membro superior. Referência: SAVASSI-ROCHA, Paulo R.; SANCHES, Soraya Rodrigues de A.; SAVASSI-ROCHA, Alexandre L. Cirurgia de ambulatório. [Digite o Local da Editora]: MedBook Editora, 2013. E-book. ISBN 9786557830215. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786557830215/. Acesso em: 28 maio 2024. 26ª QUESTÃO 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 39 de 47 Enunciado: (AFYA Palmas) Um paciente politraumatizado é admitido no pronto-socorro e a equipe médica inicia o atendimento seguindo o protocolo do Advanced Trauma Life Support (ATLS). Após a abordagem primária (vias aéreas, respiração e circulação), identifica-se quadro de choque hemorrágico, com hipotensão persistente mesmo após infusão inicial de 1.000 mL de cristaloide isotônico aquecido. O paciente não apresenta traumatismo cranioencefálico (TCE) grave associado. Qual deve ser a conduta imediata mais apropriada neste cenário? Alternativas: (alternativa A) Iniciar infusão de vasopressores como noradrenalina de forma imediata, visando manter a pressão arterial enquanto aguarda exames complementares. (alternativa B) Continuar com a infusão de cristaloides até a melhora da instabilidade hemodinâmica e manter o paciente aquecido. (alternativa C) Realizar tomografia computadorizada de corpo inteiro para localização do sangramento e avaliar, após os resultados, a necessidade de intervenção cirúrgica. (alternativa D) (CORRETA) Iniciar transfusão de hemoderivados, avaliar inclusão em protocolo de transfusão maciça e manter hipotensão permissiva até o controle do sangramento. 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 40 de 47 Resposta comentada: Justificativas: Errada. Continuar com a infusão de cristaloides até a melhora da instabilidade hemodinâmica e manter o paciente aquecido. A infusão de grandes volumes de cristaloide pode agravar a coagulopatia do trauma e piorar a evolução clínica. Se não houver resposta à reposição inicial, deve-se prosseguir com transfusão de sangue e hemoderivados. Errada. Realizar tomografia computadorizada de corpo inteiro para localização do sangramento e avaliar, após os resultados, a necessidade de intervenção cirúrgica. A realização de tomografia em pacientes instáveis não é indicada. O ATLS recomenda que pacientes instáveis com suspeita de sangramento sejam avaliados com FAST ou levados à cirurgia, sem atrasos para exames de imagem. Correta. Iniciar transfusão de hemoderivados, avaliar inclusão em protocolo de transfusão maciça e manter hipotensão permissiva até o controle do sangramento. A transfusão precoce de hemoderivados e o uso do protocolo de transfusão maciça são indicados em pacientes que não respondem à reposição inicial. A hipotensão permissiva é uma estratégia apropriada, desde que o paciente não tenha TCE grave associado. Errada. Iniciar infusão de vasopressores como noradrenalina de forma imediata, visando manter a pressão arterial enquanto aguarda exames complementares. Vasopressores não devem ser utilizados como primeira escolha no choque hemorrágico. A prioridade é restaurar o volume intravascular com cristaloides iniciais e, se necessário, transfusão de hemoderivados. Referência: AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS. Advanced Trauma Life Support – ATLS: Student Course Manual. 10. ed. Chicago: American College of Surgeons, 2018. 27ª QUESTÃO Enunciado: (UNIDOMPEDRO) Homem, 19 anos, condutor de bicicleta, estava descendo a ladeira e colidiu com um carro. Foi trazido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Foi colocado em prancha rígida, com colar cervical e oxigênio suplementar em máscara a 15 L/min. Realizou-se expansão volêmica com 1000 mL de Ringer Lactato. Apresenta-se no atendimento inicial com Glasgow 14. Refere síncope. No momento, está lúcido e descolorado. PA: 91×58 mmHg; FC: 129 bpm; FR: 26 irpm; oximetria de pulso: 96%. Exame físico: Tórax e abdome: sem alterações; Extremidades: membro inferior esquerdo encurtado. O exame que auxilia no raciocínio para identificar outros possíveis locais de sangramento na sala de emergência é o(a): 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 41 de 47 Alternativas: (alternativa A) curva do pH e do lactato. (alternativa B) hemoglobina e hematócrito. (alternativa C) (CORRETA) ultrassonografia dirigida para trauma. (alternativa D) exame radiográfico de abdomen. Resposta comentada: Correta: Ultrassonografia dirigida para trauma. O uso da ultrassonografia dirigida para o trauma (FAST) tem grande valor na avaliação de determinadas localizações, como pelve, espaço hepatorrenal, espaço esplenorrenal e saco pericárdico. Justificativas: Exame radiográfico de abdômen. Não é eficaz para detectar sangramentos internos. Hemoglobina e hematócrito. Podem indicar sangramento, mas com atraso, não sendo úteis para diagnóstico imediato. Curva do pH e do lactato. Avaliam hipoperfusão e gravidade do choque, mas não localizam o sangramento. Referência: AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS. ATLS: Advanced Trauma Life Support: student course manual. 10ª ed. Chicago: American College of Surgeons, 2018. 28ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um lactente de 7 meses é levado ao pronto-socorro com histórico de episódios de choro intenso intermitente, palidez, vômitos e evacuação com muco e sangue. No exame físico, observa-se massa palpável no quadrante superior direito do abdome, sem sinais de irritação peritoneal. Considerando os principais diagnósticos diferenciais de abdome agudo em pediatria, qual das alternativas abaixo corresponde corretamente à hipótese diagnóstica mais provável, ao exame indicado e ao tratamento inicial recomendado? 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 42 de 47 Alternativas: (alternativa A) Má rotação intestinal; indicado o uso de enema opaco como primeiro exame e tratamento com suporte clínico e dieta leve. (alternativa B) (CORRETA) Intussuscepção intestinal; ultrassonografia como exame de escolha e tentativa de redução não cirúrgica com enema pneumático sob supervisão. (alternativa C) Invaginação intestinal; indicado o uso de tomografia computadorizada como primeira escolha e tratamento clínico com antibióticos e hidratação venosa. (alternativa D) Vólvulo intestinal; confirmação diagnóstica com ultrassonografia e tratamento ambulatorial com medidas expectantes, já que a condição é autolimitada. Respostacomentada: Gabarito: Intussuscepção intestinal; ultrassonografia com sinal do “alvo” como exame de escolha e tentativa de redução não cirúrgica com enema pneumático sob supervisão. Resposta Comentada: “Intussuscepção intestinal; indicado o uso de tomografia computadorizada como primeira escolha e tratamento clínico com antibióticos e hidratação venosa.” — Incorreta. A tomografia não é o exame de primeira linha em crianças devido à exposição à radiação. O tratamento não é clínico exclusivo, e sim reducional com enema, quando indicado. “Má rotação intestinal; indicado o uso de enema opaco como primeiro exame e tratamento com suporte clínico e dieta leve.” — Incorreta. A má rotação pode evoluir para vólvulo, quadro cirúrgico de emergência. O enema não é indicado; o exame mais apropriado é o trânsito intestinal com contraste oral ou sonda. “Intussuscepção intestinal; ultrassonografia com sinal do “alvo” como exame de escolha e tentativa de redução não cirúrgica com enema pneumático sob supervisão.” — Correta. O quadro clínico descrito é típico de intussuscepção intestinal, e o tratamento padrão, na ausência de sinais de perfuração, é a redução com enema sob controle radiológico. “Vólvulo intestinal; confirmação diagnóstica com ultrassonografia e tratamento ambulatorial com medidas expectantes, já que a condição é autolimitada.” — Incorreta. O vólvulo intestinal é uma emergência cirúrgica. A ultrassonografia pode ser usada como triagem, mas o exame principal é o trânsito intestinal contrastado. O tratamento é cirúrgico e imediato. Referências: Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Departamento de Cirurgia Pediátrica. Manual de orientação – Abordagem das urgências abdominais em pediatria. 2022. Behrman, Kliegman, Jenson. Nelson Tratado de Pediatria. 21. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2020. 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 43 de 47 29ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um paciente de 65 anos, com diagnóstico de choque séptico, necessita de acesso venoso central para administração de drogas vasoativas e monitorização hemodinâmica. Durante a avaliação pré-procedimento, o médico identifica que o paciente apresenta coagulopatia importante (INR 2,5) e plaquetopenia (40.000/mm³), além de uma infecção cutânea extensa na região cervical. Considerando as indicações, contraindicações e boas práticas para a inserção de um cateter venoso central (CVC), qual a conduta mais adequada neste caso? Alternativas: (alternativa A) Realizar o procedimento na veia jugular interna esquerda, com técnica anatômica tradicional, pois é uma abordagem de menor risco. (alternativa B) Realizar a punção venosa central na veia subclávia direita, por ser menos compressível, reduzindo o risco de sangramento. (alternativa C) Contraindicar o procedimento pela coagulopatia, independentemente da necessidade clínica, e optar por acesso venoso periférico. (alternativa D) (CORRETA) Proceder à correção dos distúrbios da coagulação, quando possível, e considerar a punção guiada por ultrassom na veia femoral. 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 44 de 47 Resposta comentada: Gabarito: Proceder à correção dos distúrbios da coagulação, quando possível, e considerar a punção guiada por ultrassom na veia femoral. Nos casos de coagulopatia e plaquetopenia, é recomendado corrigir esses distúrbios sempre que possível antes da inserção do CVC. A presença de infecção local na região cervical contraindica o acesso pela veia jugular. A veia femoral é uma opção viável em situações emergenciais, por ser facilmente compressível, reduzindo o risco de sangramento, especialmente quando guiada por ultrassonografia, que aumenta a segurança do procedimento. Justificativa das incorretas: Realizar a punção venosa central na veia subclávia direita, por ser menos compressível, reduzindo o risco de sangramento. Embora a veia subclávia seja considerada uma via de menor colonização bacteriana, ela é de difícil compressão e não recomendada em pacientes com coagulopatias importantes ou plaquetopenia, devido ao alto risco de sangramento incontrolável e pneumotórax. Portanto, essa escolha não é adequada. Contraindicar o procedimento pela coagulopatia, independentemente da necessidade clínica, e optar por acesso venoso periférico. A coagulopatia é uma contraindicação relativa, não absoluta, ao acesso venoso central. Em casos de necessidade emergencial, como no choque séptico, deve-se buscar corrigir os distúrbios, mas a obtenção do acesso é essencial para administração de medicamentos vasoativos. A via periférica não é suficiente para drogas irritantes ou de administração contínua em doses altas. Realizar o procedimento na veia jugular interna esquerda, com técnica anatômica tradicional, pois é uma abordagem de menor risco. A infecção extensa na região cervical contraindica o uso da veia jugular interna, pois o acesso através de um local infeccionado pode disseminar a infecção para a corrente sanguínea. Além disso, realizar a punção com técnica de anatomia tradicional, sem ultrassom, aumenta o risco de complicações. O uso de ultrassonografia é hoje considerado padrão de cuidado sempre que disponível. Referências: ASSOCIAÇÃO DE MEDICINA INTENSIVA BRASILEIRA. Diretrizes para inserção e manutenção de cateter venoso central em pacientes críticos. São Paulo: AMIB, 2017. MARINO, Paul. Manual de terapia intensiva. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2020. 30ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um homem de 68 anos, hipertenso, tabagista e com histórico de claudicação intermitente, é atendido no pronto-socorro com dor súbita intensa em membro inferior direito, associada a frialdade, palidez e ausência de pulsos distais. Ao exame físico, apresenta extremidade fria, sensibilidade diminuída e mobilidade limitada. Considerando o quadro clínico, o histórico do paciente e os princípios da abordagem vascular em urgência, qual das condutas abaixo representa corretamente o plano terapêutico inicial e as estratégias para prevenção de complicações? 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 45 de 47 Alternativas: (alternativa A) Solicitar radiografia de membros inferiores e iniciar antibioticoterapia profilática, pois o quadro sugere erisipela com obstrução linfática associada. (alternativa B) (CORRETA) Iniciar anticoagulação com heparina, realizar avaliação clínica urgente da viabilidade do membro e, se necessário, encaminhar para embolectomia ou revascularização cirúrgica. (alternativa C) Prescrever vasodilatadores orais e repouso com pernas elevadas para facilitar a circulação colateral, adiando condutas invasivas por pelo menos uma semana. (alternativa D) Administrar analgésicos e observar em ambiente ambulatorial por 48 horas, considerando que a claudicação intermitente é característica da DAOP e tende à autolimitação. 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 46 de 47 Resposta comentada: Gabarito: Iniciar anticoagulação com heparina, realizar avaliação clínica urgente da viabilidade do membro e, se necessário, encaminhar para embolectomia ou revascularização cirúrgica. Resposta Comentada: “Solicitar radiografia de membros inferiores e iniciar antibioticoterapia profilática, pois o quadro sugere erisipela com obstrução linfática associada.” — Incorreta. O quadro descrito é característico de obstrução arterial aguda e não de infecção de partes moles. Radiografia não tem papel na abordagem inicial de isquemia aguda arterial. “Iniciar anticoagulação com heparina, realizar avaliação clínica urgente da viabilidade do membro e, se necessário, encaminhar para embolectomia ou revascularização cirúrgica.” — Correta. O tratamento da obstrução arterial aguda começa com anticoagulação sistêmica imediata (heparina não fracionada), avaliação da viabilidade tecidual e indicação cirúrgica ou endovascular precoce se necessário. “Administrar analgésicos e observar em ambiente ambulatorial por 48 horas, considerando que a claudicação intermitente é característica da DAOPe tende à autolimitação.” — Incorreta. Claudicação intermitente é crônica e progressiva, enquanto este quadro agudo, com dor súbita e ausência de pulso, exige abordagem imediata para evitar perda do membro. “Prescrever vasodilatadores orais e repouso com pernas elevadas para facilitar a circulação colateral, adiando condutas invasivas por pelo menos uma semana.” — Incorreta. Em isquemia arterial aguda, o tempo é essencial. Elevar o membro pode agravar a hipoperfusão, e vasodilatadores orais não são eficazes nesse contexto. Referências: SOCIEDADE BRASILEIRA DE ANGIOLOGIA E DE CIRURGIA VASCULAR (SBACV). Diretrizes de tratamento da isquemia aguda de membros. São Paulo: SBACV, 2022. RUTHERFORD, R. B. Vascular surgery. 8. ed. Philadelphia: Elsevier, 2019. BRUNNER, L. S. ; SUDDARTH, D. S. Tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 14. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2018. UPTODATE. Acute limb ischemia: clinical features and diagnosis. Wolters Kluwer, 2024. Disponível em: https://www.uptodate.com. Acesso em: 22 maio 2025. 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 47 de 47 AFYA CURSO DE MEDICINA - AFYA NOTA FINAL Aluno: Componente Curricular: Estágio em Atenção Ambulatorial e Hospitalar em Clínica Cirúrgica Professor (es): Período: 202501 Turma: Data: 11/06/2025 N2 INTERNATO - MEDICINA - CC - 2025.1 - ROT 3 - 11/JUNHO RELATÓRIO DE DEVOLUTIVA DE PROVA PROVA 16105 - CADERNO 002 1ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um homem de 28 anos é admitido na emergência após colisão automobilística, apresentando taquicardia, hipotensão e rebaixamento do nível de consciência. Apresenta ainda fratura em extremidades, possivelmente fêmur. A equipe médica suspeita de lesão abdominal . Considerando a avaliação inicial e os exames complementares no contexto do trauma abdominal, qual das seguintes estratégias diagnósticas é a mais adequada para rápida triagem e tomada de decisão inicial? Alternativas: (alternativa A) Solicitar radiografia simples de abdome e pelve, além do membro inferior, seguida de exame laboratorial completo antes de qualquer outra medida. (alternativa B) (CORRETA) Realizar ultrassonografia FAST (Focused Assessment with Sonography for Trauma) no leito, priorizando a identificação de líquido livre intra-abdominal. (alternativa C) Solicitar tomografia computadorizada de abdome com contraste venoso em todos os casos, independentemente da estabilidade hemodinâmica. (alternativa D) Iniciar com dosagem de amilase e função hepática, pois alterações precoces nesses exames confirmam lesões viscerais e definem a necessidade de cirurgia. 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 1 de 48 Resposta comentada: “Solicitar tomografia computadorizada de abdome com contraste venoso em todos os casos, independentemente da estabilidade hemodinâmica.” — Incorreta. A TC é útil em pacientes hemodinamicamente estáveis. No caso de instabilidade, como o do paciente do enunciado, não se deve atrasar o diagnóstico com exames que exigem transporte e estabilidade clínica. “Solicitar radiografia simples de abdome, pelve e fêmur, seguida de exame laboratorial completo antes de qualquer outra medida.” — Incorreta. Embora úteis em casos selecionados (ex. fratura de pelve), radiografias simples não são sensíveis para detecção de lesões intra-abdominais graves, e exames laboratoriais isoladamente não são diagnósticos nem resolutivos em situações de urgência. “Realizar ultrassonografia FAST (Focused Assessment with Sonography for Trauma) no leito, priorizando a identificação de líquido livre intra-abdominal.” — Correta. O exame FAST é um método rápido, sensível e não invasivo, ideal para triagem de hemoperitônio em pacientes instáveis, permitindo decisões imediatas, como laparotomia de urgência. “Iniciar com dosagem de amilase e função hepática, pois alterações precoces nesses exames confirmam lesões viscerais e definem a necessidade de cirurgia.” — Incorreta. Embora úteis em avaliação complementar, esses exames não são suficientemente sensíveis ou específicos, nem devem ser priorizados na abordagem imediata de trauma abdominal com instabilidade. Referência: MORETTI, Miguel Antônio; BAPTISTA FILHO, Mario Lúcio Alves (ed.). Manual de cuidados perioperatórios. São Paulo: Manole, 2014. 1 recurso online. ISBN 9788520451663. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520451663/. Acesso em: 19 set. 2017. PATERSON-BROWN, Simon. Tópicos Essenciais em Cirurgia Geral e de Emergência. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788595156517. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595156517/. Acesso em: 28 maio 2024. RIBEIRO JUNIOR, Marcelo A. F. Fundamentos em cirurgia do trauma. Rio de Janeiro: Roca, 2016. 1 recurso online. ISBN 9788527730587. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730587/. Acesso em: 19 set. 2017. 2ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Durante atendimento emergencial, um paciente com trauma craniofacial grave é submetido a cricotireoidostomia por impossibilidade de intubação orotraqueal. Após estabilização, evolui com crepitação subcutânea cervical progressiva, estridor e dificuldade ventilatória. A equipe considera revisão do acesso cirúrgico e suspeita de complicação relacionada à via aérea. Dentre os possíveis eventos adversos associados ao ato realizado, qual das alternativas apresenta corretamente a complicação provável e a conduta adequada? 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 2 de 48 Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Enfisema subcutâneo por falsa via ou extravasamento de ar, exigindo remoção da cânula mal posicionada e nova abordagem com revisão da cricotireoidostomia. (alternativa B) Lesão de nervo laríngeo recorrente, devendo-se realizar traqueostomia imediata para substituição definitiva da via aérea. (alternativa C) Pneumotórax hipertensivo bilateral, sendo indicada drenagem torácica de urgência antes de qualquer outra intervenção. (alternativa D) Obstrução por coágulo ou deslocamento de cânula, devendo-se proceder à retirada, ventilação com máscara e nova cricotireoidostomia no mesmo local. Resposta comentada: “Lesão de nervo laríngeo recorrente, devendo-se realizar traqueostomia imediata para substituição definitiva da via aérea.” — Incorreta. Embora a lesão do nervo laríngeo recorrente possa ocorrer, não é a causa mais provável de enfisema subcutâneo ou estridor agudo. Além disso, sua manifestação costuma ser mais tardia e relacionada à disfonia. “Obstrução por coágulo ou deslocamento de cânula, devendo-se proceder à retirada, ventilação com máscara e nova cricotireoidotomia no mesmo local.” — Incorreta. A repetição da cricotireoidotomia no mesmo local pode agravar a lesão. Em caso de complicação, a abordagem alternativa, como traqueostomia, é preferível. “Enfisema subcutâneo por falsa via ou extravasamento de ar, exigindo remoção da cânula mal posicionada e nova abordagem por traqueostomia formal.” — Correta. O enfisema subcutâneo após cricotireoidotomia sugere má posição ou dissecção de falsa via, com escape de ar para tecidos moles. A conduta é suspender o uso da via ineficaz e estabelecer acesso definitivo e seguro por traqueostomia, preferencialmente em ambiente cirúrgico controlado. “Pneumotórax hipertensivo bilateral, sendo indicada drenagem torácica de urgência antes de qualquer outra intervenção.” — Incorreta. Embora pneumotórax possa causar sintomas respiratórios, o achado predominante de enfisema subcutâneo cervical após cricotireoidotomia sugere complicação local da via aérea, e não um pneumotórax primário. Referências: PATERSON-BROWN, Simon. Tópicos Essenciais em Cirurgia Geral e de Emergência: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788595156517. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595156517/. Acesso em: 28 maio 2024. RIBEIRO JUNIOR, Marcelo A. F. Fundamentos em cirurgia do trauma. Rio de Janeiro: Roca, 2016. 1 recurso online. ISBN 9788527730587. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730587/.Acesso em: 19 set. 2017. 3ª QUESTÃO 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 3 de 48 Enunciado: (FMIT) Paciente de 68 anos, sexo masculino, tabagista, com histórico de hipertensão arterial e diabetes mellitus tipo 2, apresenta queixa de dor do tipo cãibra em panturrilha direita ao deambular dois quarteirões da sua casa até a padaria, melhorando após breve repouso. Durante a investigação diagnóstica, é identificado, por meio de EcoDoppler, um aneurisma de aorta abdominal infrarrenal com 5,0 cm de diâmetro. Considerando a necessidade de aplicar um plano terapêutico para esse paciente, qual das seguintes condutas é a mais adequada no manejo imediato? Alternativas: (alternativa A) Indicar repouso relativo, evitar caminhadas longas e aguardar avaliação cirúrgica, pois a claudicação pode indicar risco iminente de ruptura do aneurisma. (alternativa B) Iniciar terapia antitrombótica com rivaroxabana e agendar angioplastia para a claudicação intermitente em caráter eletivo sem muita urgência. (alternativa C) (CORRETA) Orientar a cessação do tabagismo, controle rigoroso da pressão arterial e do diabetes, e acompanhamento regular com ultrassonografia para monitorar o aneurisma. (alternativa D) Programar correção endovascular do aneurisma de aorta abdominal com urgência, não havendo tempo para preparo pré-operatório. Resposta comentada: O manejo de pacientes masculinos com aneurisma de aorta abdominal (AAA) menor que 5,5 cm assintomático e doença arterial periférica (DAP) envolve medidas conservadoras para prevenir complicações. A cessação do tabagismo, o controle da pressão arterial e da glicemia são fundamentais para reduzir o risco de progressão do aneurisma e eventos cardiovasculares. Resposta correta. Para AAAdo membro superior, como punho e mão, pois atinge os três troncos do plexo braquial com alto grau de previsibilidade e abrangência. “Bloqueio do nervo femoral, já que sua abrangência cobre a região do punho e facilita a imobilização do membro superior.” — Incorreta. O nervo femoral pertence ao plexo lombar, responsável pela inervação do membro inferior anterior, sem qualquer função no membro superior. Referência: SAVASSI-ROCHA, Paulo R.; SANCHES, Soraya Rodrigues de A.; SAVASSI-ROCHA, Alexandre L. Cirurgia de ambulatório. [Digite o Local da Editora]: MedBook Editora, 2013. E-book. ISBN 9786557830215. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786557830215/. Acesso em: 28 maio 2024. 6ª QUESTÃO 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 7 de 48 Enunciado: (Banco AFYA) Um paciente de 45 anos dá entrada na emergência com dor abdominal localizada no quadrante inferior esquerdo, febre e leucocitose. A tomografia computadorizada de abdome com contraste mostra espessamento da parede do cólon sigmoide, infiltração da gordura pericólica e presença de bolhas de gás extraluminal sem líquido livre abundante. Considerando o quadro clínico e os achados radiológicos, qual das alternativas corresponde corretamente ao diagnóstico mais provável e aos principais achados de imagem associados às demais condições inflamatórias abdominais agudas? Alternativas: (alternativa A) O quadro é compatível com apendicite aguda. (alternativa B) Trata-se de colecistite aguda. (alternativa C) O diagnóstico é de obstrução intestinal secundária à má rotação. (alternativa D) (CORRETA) Trata-se de diverticulite aguda. Resposta comentada: Gabarito: Trata-se de diverticulite aguda. A diverticulite aguda do sigmoide é comum após os 40 anos, e os achados descritos na TC são clássicos, principalmente quando complicações como perfuração localizada estão presentes. Resposta Comentada: “O quadro é compatível com apendicite aguda — Esta afirmativa está incorreta. Apendicite aguda se manifesta por espessamento e dilatação do apêndice (>6 mm), realce da parede e inflamação da gordura periapendicular, não necessariamente com dilatação do ceco ou gás livre. “Trata-se de colecistite aguda — Esta afirmativa está incorreta. A colecistite aguda cursa com espessamento da parede da vesícula, líquido perivesicular e sinal de Murphy ultrassonográfico positivo, sem relação com espessamento colônico. “O diagnóstico é de obstrução intestinal secundária à má rotação — Esta afirmativa está incorreta. Esta condição é típica da infância, e os achados descritos no enunciado são mais compatíveis com inflamação colônica segmentar. Referências: BRASIL. Protocolo de uso da tomografia computadorizada no abdome agudo. Brasília: Ministério da Saúde, 2018. SILVA, A. C. ; COSTA, L. B. ; MARCHINI, G. S. Diagnóstico por imagem no abdome agudo. Radiologia Brasileira, São Paulo, v. 45, n. 4, p. 225–231, jul./ago. 2012. 7ª QUESTÃO 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 8 de 48 Enunciado: (Banco AFYA) Um lactente de 7 meses é levado ao pronto-socorro com histórico de episódios de choro intenso intermitente, palidez, vômitos e evacuação com muco e sangue. No exame físico, observa-se massa palpável no quadrante superior direito do abdome, sem sinais de irritação peritoneal. Considerando os principais diagnósticos diferenciais de abdome agudo em pediatria, qual das alternativas abaixo corresponde corretamente à hipótese diagnóstica mais provável, ao exame indicado e ao tratamento inicial recomendado? Alternativas: (alternativa A) Má rotação intestinal; indicado o uso de enema opaco como primeiro exame e tratamento com suporte clínico e dieta leve. (alternativa B) (CORRETA) Intussuscepção intestinal; ultrassonografia como exame de escolha e tentativa de redução não cirúrgica com enema pneumático sob supervisão. (alternativa C) Invaginação intestinal; indicado o uso de tomografia computadorizada como primeira escolha e tratamento clínico com antibióticos e hidratação venosa. (alternativa D) Vólvulo intestinal; confirmação diagnóstica com ultrassonografia e tratamento ambulatorial com medidas expectantes, já que a condição é autolimitada. 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 9 de 48 Resposta comentada: Gabarito: Intussuscepção intestinal; ultrassonografia com sinal do “alvo” como exame de escolha e tentativa de redução não cirúrgica com enema pneumático sob supervisão. Resposta Comentada: “Intussuscepção intestinal; indicado o uso de tomografia computadorizada como primeira escolha e tratamento clínico com antibióticos e hidratação venosa.” — Incorreta. A tomografia não é o exame de primeira linha em crianças devido à exposição à radiação. O tratamento não é clínico exclusivo, e sim reducional com enema, quando indicado. “Má rotação intestinal; indicado o uso de enema opaco como primeiro exame e tratamento com suporte clínico e dieta leve.” — Incorreta. A má rotação pode evoluir para vólvulo, quadro cirúrgico de emergência. O enema não é indicado; o exame mais apropriado é o trânsito intestinal com contraste oral ou sonda. “Intussuscepção intestinal; ultrassonografia com sinal do “alvo” como exame de escolha e tentativa de redução não cirúrgica com enema pneumático sob supervisão.” — Correta. O quadro clínico descrito é típico de intussuscepção intestinal, e o tratamento padrão, na ausência de sinais de perfuração, é a redução com enema sob controle radiológico. “Vólvulo intestinal; confirmação diagnóstica com ultrassonografia e tratamento ambulatorial com medidas expectantes, já que a condição é autolimitada.” — Incorreta. O vólvulo intestinal é uma emergência cirúrgica. A ultrassonografia pode ser usada como triagem, mas o exame principal é o trânsito intestinal contrastado. O tratamento é cirúrgico e imediato. Referências: Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Departamento de Cirurgia Pediátrica. Manual de orientação – Abordagem das urgências abdominais em pediatria. 2022. Behrman, Kliegman, Jenson. Nelson Tratado de Pediatria. 21. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2020. 8ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um adolescente de 15 anos procura a emergência com dor testicular súbita, intensa, iniciada há 4 horas, associada a náuseas e vômitos. Ao exame físico, observa-se testículo elevado e horizontalizado, com ausência do reflexo cremastérico à direita e importante sensibilidade local. Diante do quadro clínico e dos achados complementares, qual das condutas abaixo representa a terapêutica mais eficaz e imediata? 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 10 de 48 Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Encaminhar imediatamente para exploração cirúrgica e orquidopexia, preferencialmente dentro das primeiras 6 horas. (alternativa B) Iniciar tratamento para priapismo com punção aspirativa e irrigação com solução salina fria, seguido de injeção intracavernosa de simpatomimético. (alternativa C) Prescrever anti-inflamatórios e analgésicos, solicitar avaliação ambulatorial com urologista e repetir Doppler em 24 horas. (alternativa D) Realizar biópsia testicular para confirmação do diagnóstico de orquiepididimite e iniciar antibióticos de amplo espectro. Resposta comentada: “Prescrever anti-inflamatórios e analgésicos, solicitar avaliação ambulatorial com urologista e repetir Doppler em 24 horas.” — Incorreta. O atraso no diagnóstico e tratamento da torção testicular pode levar à necrose testicular. O tempo de viabilidade testicular é menor que 6 horas, e condutas conservadoras colocam em risco a função gonadal. “Realizar biópsia testicular para confirmação do diagnóstico de orquiepididimite e iniciar antibióticos de amplo espectro.” — Incorreta. A biópsia testicular é contraindicada em contexto agudo e não é necessária para diagnóstico de orquiepididimite. Além disso, o quadro clínico e ultrassonográfico favorece fortemente torção, não infecção. “Encaminhar imediatamente para exploração cirúrgica e orquidopexia, preferencialmentedentro das primeiras 6 horas.” — Correta. O quadro é clássico de torção testicular. A torção testicular é uma emergência urológica, e o tempo de viabilidade testicular diminui progressivamente após 6 horas. A conduta correta é exploração cirúrgica imediata com orquidopexia, geralmente bilateral. “Iniciar tratamento para priapismo com punção aspirativa e irrigação com solução salina fria, seguido de injeção intracavernosa de simpatomimético.” — Incorreta. A conduta descrita é apropriada para priapismo isquêmico, mas o quadro clínico descrito é incompatível com priapismo, e sim típico de torção testicular. Referência: PATERSON-BROWN, Simon. Tópicos Essenciais em Cirurgia Geral e de Emergência: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788595156517. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595156517/. Acesso em: 28 maio 2024. 9ª QUESTÃO 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 11 de 48 Enunciado: (AFYA Palmas) Um paciente de 45 anos, previamente saudável, sofreu um ferimento cortante na região anterior da perna, há cerca de 10 dias, com profundidade moderada e sem comprometimento muscular. A ferida foi inicialmente limpa com soro fisiológico e suturada no pronto-socorro, mas agora o paciente retorna queixando-se de dor, exsudato amarelado e bordas eritematosas. Ao exame, percebe-se tensão na sutura, sinais locais de infecção e ausência de sinais sistêmicos. Considerando os principais fatores técnicos que favorecem uma boa cicatrização e as estratégias eficazes no cuidado de feridas, qual é a conduta mais adequada neste caso? Alternativas: (alternativa A) Manter a sutura, intensificar curativos secos e aguardar evolução, evitando manipulações para não interferir na cicatrização. (alternativa B) Deixar a ferida exposta ao ar, interromper curativos e indicar repouso absoluto para acelerar a cicatrização espontânea. (alternativa C) Reforçar a sutura com pontos adicionais, utilizar solução antisséptica alcoólica e aplicar pomada antibiótica tópica. (alternativa D) (CORRETA) Retirar parte dos pontos, aliviar a tensão, realizar desbridamento e instituir curativos úmidos, além de reavaliar a necessidade de antibioticoterapia. 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 12 de 48 Resposta comentada: Correta: Retirar parte dos pontos, aliviar a tensão, realizar desbridamento e instituir curativos úmidos, além de reavaliar a necessidade de antibioticoterapia. A presença de tensão na sutura é um fator técnico negativo, que compromete a perfusão local e favorece complicações como deiscência e infecção. A conduta adequada inclui: Alívio da tensão (retirada de pontos). Desbridamento de tecido desvitalizado. Implementação de curativos úmidos, que mantêm o equilíbrio hídrico ideal para a cicatrização. Avaliação criteriosa da necessidade de antibioticoterapia sistêmica, conforme a gravidade da infecção. Essa estratégia técnica melhora a perfusão, reduz infecção e promove ambiente propício à cicatrização. Justificativa das incorretas: Deixar a ferida exposta ao ar, interromper curativos e indicar repouso absoluto para acelerar a cicatrização espontânea. Deixar a ferida exposta ao ar prejudica o equilíbrio da umidade, favorece a desidratação tecidual e formação de crostas, que retardam a cicatrização. Além disso, a ausência de curativos impede o controle adequado do exsudato e da infecção local. O repouso absoluto não corrige os fatores mecânicos prejudiciais. Reforçar a sutura com pontos adicionais, utilizar solução antisséptica alcoólica e aplicar pomada antibiótica tópica. Reforçar a sutura aumenta ainda mais a tensão tecidual, comprometendo a vascularização e agravando o risco de deiscência e infecção. O uso de antissépticos alcoólicos pode ser citotóxico, prejudicando as células envolvidas na reparação tecidual. Pomadas antibióticas tópicas não são suficientes para manejar infecção com sinais clínicos. Manter a sutura, intensificar curativos secos e aguardar evolução, evitando manipulações para não interferir na cicatrização. Manter a sutura sob tensão e realizar curativos secos favorece a desidratação e aderência do curativo ao leito da ferida, prejudicando a cicatrização e aumentando o risco de dor e trauma na troca. A estratégia passiva de "aguardar" não resolve os fatores técnicos prejudiciais identificados. Referência: DOHERTY, Gerard M. CURRENT Cirurgia. [Digite o Local da Editora]: Grupo A, 2017. E-book. ISBN 9788580556018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580556018/. Acesso em: 28 maio 2024. 10ª QUESTÃO 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 13 de 48 Enunciado: (Banco AFYA) Um paciente de 55 anos, vítima de trauma facial grave, foi submetido a traqueostomia de urgência para garantir a via aérea. Após a estabilização clínica, permanece em unidade de terapia intensiva com suporte ventilatório mecânico. Considerando o manejo pós-operatório da via aérea cirúrgica, qual plano de cuidados é mais adequado para evitar complicações e promover a segurança do paciente? Alternativas: (alternativa A) Após 48 horas de monitoramento com estabilidade, reduzir a frequência de avaliação local a cada 72 horas. (alternativa B) Manter curativo oclusivo e compressivo no local da traqueostomia, aspirar secreções apenas quando o paciente apresentar tosse ou desconforto. (alternativa C) (CORRETA) Realizar fixação adequada da cânula, monitorar acúmulo de secreções, inspecionar o local da incisão regularmente e material de aspiração à beira do leito. (alternativa D) Evitar manipulações próximas à cânula nas primeiras 72 horas para prevenir infecções, suspendendo a higiene local nesse período. 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 14 de 48 Resposta comentada: “Manter curativo oclusivo e compressivo no local da traqueostomia, aspirar secreções apenas quando o paciente apresentar tosse ou desconforto.” — Incorreta. O curativo não deve ser compressivo e a aspiração de secreções deve ser feita de forma programada ou conforme avaliação clínica, não apenas por sintomas. “Realizar fixação adequada da cânula, monitorar acúmulo de secreções, inspecionar o local da incisão regularmente e material de aspiração à beira do leito.” — Correta. Essas são práticas recomendadas no cuidado com a traqueostomia, prevenindo deslocamento acidental, obstruções, infecções e falhas ventilatórias. O cuidado envolve monitoramento contínuo, higiene local e suporte da equipe multiprofissional. “Após 48 horas de monitoramento com estabilidade, reduzir a frequência de avaliação local a cada 72 horas.” — Incorreta. Mesmo com estabilidade após 48h, não exime a necessidade de monitoramento contínuo. “Evitar manipulações próximas à cânula nas primeiras 72 horas para prevenir infecções, suspendendo a higiene local nesse período.” — Incorreta. A higiene local é essencial desde o pós- operatório imediato para evitar colonização e infecções. Manipulações devem ser feitas com técnica asséptica, não evitadas. Referências: PATERSON-BROWN, Simon. Tópicos Essenciais em Cirurgia Geral e de Emergência: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788595156517. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595156517/. Acesso em: 28 maio 2024. RIBEIRO JUNIOR, Marcelo A. F. Fundamentos em cirurgia do trauma. Rio de Janeiro: Roca, 2016. 1 recurso online. ISBN 9788527730587. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730587/. Acesso em: 19 set. 2017. 11ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um homem de 40 anos, vítima de ferimento torácico penetrante, é admitido na emergência com dispneia, cianose periférica e abaulamento de veias cervicais. O exame revela bulhas cardíacas abafadas, queda progressiva da pressão arterial e pulso paradoxal. Qual das condutas abaixo é mais adequada quanto ao tratamento imediato recomendado no manejo do choque nesse contexto? 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 15 de 48 Alternativas: (alternativa A)Realizar toracocentese com agulha no segundo espaço intercostal e infundir cristaloides em pequena quantidade para evitar sobrecarga cardíaca. (alternativa B) Iniciar ressuscitação volêmica vigorosa com 2.000 mL de solução hipertônica e encaminhar o paciente para tomografia antes da intervenção cirúrgica. (alternativa C) (CORRETA) Realizar punção pericárdica imediata (pericardiocentese) e iniciar infusão de 500 a 1.000 mL de cristaloide para manter enchimento cardíaco adequado até abordagem definitiva. (alternativa D) Indicar drenagem torácica bilateral com sonda 36 Fr e iniciar infusão contínua de noradrenalina para restaurar o débito cardíaco antes de qualquer intervenção invasiva. 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 16 de 48 Resposta comentada: “Realizar toracocentese com agulha no segundo espaço intercostal e infundir cristaloides em pequena quantidade para evitar sobrecarga cardíaca.” — Incorreta. A toracocentese no segundo espaço intercostal é indicada para pneumotórax hipertensivo, e não para tamponamento cardíaco, cuja abordagem correta é pericardiocentese. “Iniciar ressuscitação volêmica vigorosa com 2.000 mL de solução hipertônica e encaminhar o paciente para tomografia antes da intervenção cirúrgica.” — Incorreta. Volumes muito altos podem agravar o tamponamento, e a tomografia não deve ser priorizada em instabilidade hemodinâmica, especialmente em uma emergência clínica já identificada clinicamente. “Realizar punção pericárdica imediata (pericardiocentese) e iniciar infusão de 500 a 1.000 mL de cristaloide para manter enchimento cardíaco adequado até abordagem definitiva.” — Correta. A pericardiocentese é a medida de alívio temporário indicada para tamponamento cardíaco, e a infusão de cristaloides em volume moderado ajuda a manter a pré-carga enquanto se organiza a toracotomia ou pericardiotomia definitiva. “Indicar drenagem torácica bilateral com sonda 36 Fr e iniciar infusão contínua de noradrenalina para restaurar o débito cardíaco antes de qualquer intervenção invasiva.” — Incorreta. A drenagem torácica não resolve o tamponamento pericárdico, e vasopressores não são a conduta inicial. O alívio da compressão sobre o coração é prioritário antes do uso de drogas vasoativas. Referências: MORETTI, Miguel Antônio; BAPTISTA FILHO, Mario Lúcio Alves (ed.). Manual de cuidados perioperatórios. São Paulo: Manole, 2014. 1 recurso online. ISBN 9788520451663. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520451663/. Acesso em: 19 set. 2017. PATERSON-BROWN, Simon. Tópicos Essenciais em Cirurgia Geral e de Emergência: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788595156517. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595156517/. Acesso em: 28 mai. 2024. RIBEIRO JUNIOR, Marcelo A. F. Fundamentos em cirurgia do trauma. Rio de Janeiro: Roca, 2016. 1 recurso online. ISBN 9788527730587. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730587/. Acesso em: 19 set. 2017. 12ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um paciente em estado crítico é submetido à inserção de cateter venoso central pela veia jugular interna direita, guiado por ultrassonografia. Após o procedimento, é realizada uma radiografia de tórax para verificar a localização do cateter e descartar complicações. A imagem revela a ponta do cateter posicionada no átrio direito, sem desvio lateral ou pneumotórax. Com base nos critérios de posicionamento adequado do cateter venoso central e na interpretação de exames, qual das alternativas abaixo está correta? 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 17 de 48 Alternativas: (alternativa A) O posicionamento da ponta do cateter tem que ser confirmado com a ultrassonografia, por ser o exame preferencial para definir a localização exata. (alternativa B) O cateter deve ser imediatamente retirado, pois sua ponta nunca pode ultrapassar a veia cava superior, sendo contraindicado o posicionamento próximo ao átrio direito. (alternativa C) A ponta do cateter deve sempre permanecer acima da clavícula na radiografia, pois essa posição evita risco de tamponamento cardíaco. (alternativa D) (CORRETA) A localização da ponta do cateter no átrio direito é aceitável em pacientes sob monitoramento intensivo, desde que não haja complicações clínicas ou sinais de arritmia. 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 18 de 48 Resposta comentada: Gabarito: A localização da ponta do cateter no átrio direito é aceitável em pacientes sob monitoramento intensivo, desde que não haja complicações clínicas ou sinais de arritmia. Resposta Comentada: “O cateter deve ser imediatamente retirado, pois sua ponta nunca pode ultrapassar a veia cava superior, sendo contraindicado o posicionamento próximo ao átrio direito.” — Incorreta. Embora o ideal seja manter a ponta no terço inferior da veia cava superior, em situações específicas como monitorização hemodinâmica intensiva, a ponta pode se posicionar no átrio direito, desde que haja vigilância para complicações, como arritmias. “A localização da ponta do cateter no átrio direito é aceitável em pacientes sob monitoramento intensivo, desde que não haja complicações clínicas ou sinais de arritmia.” — Correta. Esse posicionamento pode ser clinicamente aceitável, principalmente quando se busca medições precisas de pressão venosa central ou uso de dispositivos com múltiplos lúmens. Monitoramento eletrocardiográfico contínuo é essencial nesses casos. “A ponta do cateter deve sempre permanecer acima da clavícula na radiografia, pois essa posição evita risco de tamponamento cardíaco.” — Incorreta. A localização acima da clavícula indica mau posicionamento do cateter, possivelmente na veia jugular externa ou subclávia proximal, o que não é funcional para infusões de alta osmolaridade ou monitorização hemodinâmica. “O posicionamento da ponta do cateter tem que ser confirmado com a ultrassonografia por ser o exame preferencial para definir a localização exata. — Incorreta. A ultrassonografia é útil para guiar a punção e avaliar pneumotórax, mas não substitui completamente a radiografia, especialmente para confirmar a posição da ponta do cateter, que deve ser avaliada por imagem torácica. Referências: ASSOCIAÇÃO DE MEDICINA INTENSIVA BRASILEIRA. Diretrizes para inserção e manutenção de cateter venoso central em pacientes críticos. São Paulo: AMIB, 2017. MARINO, Paul. Manual de terapia intensiva. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2020. 13ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um homem de 68 anos, hipertenso, tabagista e com histórico de claudicação intermitente, é atendido no pronto-socorro com dor súbita intensa em membro inferior direito, associada a frialdade, palidez e ausência de pulsos distais. Ao exame físico, apresenta extremidade fria, sensibilidade diminuída e mobilidade limitada. Considerando o quadro clínico, o histórico do paciente e os princípios da abordagem vascular em urgência, qual das condutas abaixo representa corretamente o plano terapêutico inicial e as estratégias para prevenção de complicações? 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 19 de 48 Alternativas: (alternativa A) Administrar analgésicos e observar em ambiente ambulatorial por 48 horas, considerando que a claudicação intermitente é característica da DAOP e tende à autolimitação. (alternativa B) (CORRETA) Iniciar anticoagulação com heparina, realizar avaliação clínica urgente da viabilidade do membro e, se necessário, encaminhar para embolectomia ou revascularização cirúrgica. (alternativa C) Solicitar radiografia de membros inferiores e iniciar antibioticoterapia profilática, pois o quadro sugere erisipela com obstrução linfática associada. (alternativa D) Prescrever vasodilatadores orais e repouso com pernas elevadas para facilitar a circulação colateral, adiando condutas invasivas por pelo menos uma semana. 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 20 de 48 Resposta comentada: Gabarito: Iniciaranticoagulação com heparina, realizar avaliação clínica urgente da viabilidade do membro e, se necessário, encaminhar para embolectomia ou revascularização cirúrgica. Resposta Comentada: “Solicitar radiografia de membros inferiores e iniciar antibioticoterapia profilática, pois o quadro sugere erisipela com obstrução linfática associada.” — Incorreta. O quadro descrito é característico de obstrução arterial aguda e não de infecção de partes moles. Radiografia não tem papel na abordagem inicial de isquemia aguda arterial. “Iniciar anticoagulação com heparina, realizar avaliação clínica urgente da viabilidade do membro e, se necessário, encaminhar para embolectomia ou revascularização cirúrgica.” — Correta. O tratamento da obstrução arterial aguda começa com anticoagulação sistêmica imediata (heparina não fracionada), avaliação da viabilidade tecidual e indicação cirúrgica ou endovascular precoce se necessário. “Administrar analgésicos e observar em ambiente ambulatorial por 48 horas, considerando que a claudicação intermitente é característica da DAOP e tende à autolimitação.” — Incorreta. Claudicação intermitente é crônica e progressiva, enquanto este quadro agudo, com dor súbita e ausência de pulso, exige abordagem imediata para evitar perda do membro. “Prescrever vasodilatadores orais e repouso com pernas elevadas para facilitar a circulação colateral, adiando condutas invasivas por pelo menos uma semana.” — Incorreta. Em isquemia arterial aguda, o tempo é essencial. Elevar o membro pode agravar a hipoperfusão, e vasodilatadores orais não são eficazes nesse contexto. Referências: SOCIEDADE BRASILEIRA DE ANGIOLOGIA E DE CIRURGIA VASCULAR (SBACV). Diretrizes de tratamento da isquemia aguda de membros. São Paulo: SBACV, 2022. RUTHERFORD, R. B. Vascular surgery. 8. ed. Philadelphia: Elsevier, 2019. BRUNNER, L. S. ; SUDDARTH, D. S. Tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 14. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2018. UPTODATE. Acute limb ischemia: clinical features and diagnosis. Wolters Kluwer, 2024. Disponível em: https://www.uptodate.com. Acesso em: 22 maio 2025. 14ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um paciente de 35 anos foi internado em unidade de queimados após acidente com chama direta, apresentando queimaduras de espessura parcial profunda e total em membros superiores e tronco anterior, totalizando 25% da superfície corporal queimada (SCQ). Após realização de desbridamento cirúrgico e enxertia, a equipe médica planeja os cuidados pós- operatórios para otimizar a recuperação e prevenir infecções. Qual das alternativas a seguir representa corretamente uma conduta baseada em evidências para o cuidado pós-operatório de queimaduras com foco na prevenção de infecções? 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 21 de 48 Alternativas: (alternativa A) Deixar as áreas enxertadas expostas ao ar para acelerar a formação de crostas secas e reduzir o risco de colonização bacteriana. (alternativa B) (CORRETA) Realizar curativos oclusivos com trocas diárias, associando limpeza com soluções antissépticas suaves e monitoramento constante dos sinais locais e sistêmicos de infecção. (alternativa C) Suspender os curativos após a primeira semana, promovendo o banho diário apenas com água corrente, sem necessidade de avaliação médica contínua. (alternativa D) Manter o uso de antibióticos sistêmicos de amplo espectro por tempo prolongado, mesmo na ausência de sinais clínicos de infecção. Resposta comentada: “Manter o uso de antibióticos sistêmicos de amplo espectro por tempo prolongado, mesmo na ausência de sinais clínicos de infecção.” — Incorreta. O uso indiscriminado de antibióticos aumenta a resistência bacteriana e não é recomendado como prevenção rotineira. O tratamento antimicrobiano sistêmico só deve ser instituído mediante sinais clínicos ou laboratoriais de infecção. “Realizar curativos oclusivos com trocas diárias, associando limpeza com soluções antissépticas suaves e monitoramento constante dos sinais locais e sistêmicos de infecção.” — Correta. Essa conduta promove um ambiente úmido favorável à cicatrização, evita colonização secundária e permite detecção precoce de infecção, além de ser compatível com os protocolos modernos de manejo em unidades de queimados. “Deixar as áreas enxertadas expostas ao ar para acelerar a formação de crostas secas e reduzir o risco de colonização bacteriana.” — Incorreta. A exposição das áreas queimadas aumenta o risco de infecção e retarda a cicatrização, especialmente em áreas enxertadas, que exigem proteção mecânica e controle do meio ambiente local. “Suspender os curativos após a primeira semana, promovendo o banho diário apenas com água corrente, sem necessidade de avaliação médica contínua.” — Incorreta. Pacientes com queimaduras profundas ou extensas exigem cuidados contínuos, avaliação médica frequente e acompanhamento da evolução da ferida, especialmente nas áreas enxertadas. Referência: TOY, Eugene C. ; LIU, Terrence H. CAMPBELL, André R. Casos clínicos em cirurgia. 4. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013. 1 recurso online. ISBN 9788580552607. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580552607/. Acesso em: 19 set. 2017. 15ª QUESTÃO 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 22 de 48 Enunciado: (UNIGRANRIO Barra) Paciente idoso, cardiopata com prótese metálica valvar, de 80 anos, obeso, no 8º dia de pós-operatório de fratura de fêmur, apresenta queixa de edema, dor à dorsiflexão do pé e empastamento da panturrilha esquerda. Embasado nesse quadro, qual das condutas a seguir está correta em relação ao manejo inicial e seguimento desse paciente? Alternativas: (alternativa A) A terapia anticoagulante deve ser monitorada pelo INR, que deve permanecer abaixo de 1,2 durante toda a fase de tratamento com heparina não fracionada. (alternativa B) (CORRETA) O tratamento com heparina não fracionada deve ser ajustado para manter o TTPa entre 60 e 80 segundos, com transição para anticoagulante oral (varfarina) visando INR entre 2,0 e 3,0. (alternativa C) A duração máxima recomendada da anticoagulação para TVP associada a fator de risco transitório, como cirurgia, é de três meses. (alternativa D) Em pacientes idosos e obesos, é preferível evitar o uso de HBPM, iniciando-se diretamente a anticoagulação oral com varfarina. 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 23 de 48 Resposta comentada: A terapia anticoagulante deve ser monitorada pelo INR, que deve permanecer abaixo de 1,2 durante toda a fase de tratamento com heparina não fracionada. Incorreta – O INR é usado para monitorar varfarina, e não a heparina. A heparina não fracionada é monitorada através do TTPa, enquanto a HBPM não exige monitoramento de rotina, exceto em casos especiais. Além disso, durante anticoagulação oral com varfarina, o INR alvo deve estar entre 2,0 e 3,0. INR abaixo de 1,2 é próximo ao normal, e não é indicativo de anticoagulação terapêutica. A duração máxima recomendada da anticoagulação para TVP associada a fator de risco transitório, como cirurgia, é de três meses. Incorreta – As principais diretrizes orientam que, para TVP provocada por fator de risco transitório (ex.: cirurgia ortopédica), a duração mínima recomendada da anticoagulação é de 3 meses. Não se define uma "duração máxima" rígida, pois pode ser prolongada conforme avaliação do risco de recorrência e sangramento. Em pacientes idosos e obesos, é preferível evitar o uso de HBPM, iniciando-se diretamente a anticoagulação oral com varfarina. Incorreta – A heparina de baixo peso molecular (HBPM), como enoxaparina, é uma opção segura e eficaz para tratamento inicial de TVP, mesmo em idosos e obesos. O que deve ser considerado é a função renal e, em casos de obesidade extrema, o ajuste da dose. A monoterapia inicial com varfarina não é recomendada, pois o início isolado pode provocar estado pró-trombótico. O tratamento com heparina não fracionada deve ser ajustado para manter o TTPa entre 60 e 80 segundos, com transiçãopara anticoagulante oral visando INR entre 2,0 e 3,0. Correta – É objetivo do tratamento com heparina não fracionada manter o PTT em 60 e 80 segundos, seguido pela terapia com varfarina com INR de 2,5 a 3,0. Referência: Sabiston Textbook of Surgery: The Biological Basis of Modern Surgical Practice, 20ª edição. 16ª QUESTÃO Enunciado: (AFYA Santa Inês) Um paciente de 68 anos, com histórico de hipertensão arterial sistêmica (HAS) e diabetes mellitus (DM) insulinodependente de difícil controle, deu entrada em uma unidade de pronto atendimento relatando dor intensa no hipocôndrio direito, com início há aproximadamente 48 horas. O quadro clínico é acompanhado de náusea, um episódio de vômito e febre (38 ºC). O uso de analgésicos proporcionou alívio mínimo dos sintomas. Foram solicitados exames laboratoriais e uma tomografia computadorizada (TC) de abdome como parte da investigação inicial, que revelou quadro sugestivo de colecistite aguda enfisematosa. Considerando o quadro clínico descrito, qual é o principal agente etiológico associado a essa condição? 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 24 de 48 Alternativas: (alternativa A) Escherichia coli (alternativa B) Proteus mirabilis (alternativa C) Klebsiella pneumoniae (alternativa D) (CORRETA) Clostridium perfringens 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 25 de 48 Resposta comentada: Resposta correta: Clostridium welchii. O paciente apresenta um quadro clínico sugestivo de colecistite aguda enfisematosa, uma forma grave de colecistite aguda caracterizada pela presença de gás na parede da vesícula biliar, identificado na tomografia de abdome. Esse tipo de infecção ocorre com maior frequência em pacientes diabéticos e idosos, como o caso descrito. A colecistite enfisematosa é causada por bactérias anaeróbias formadoras de gás, sendo o Clostridium welchii (sinônimo de Clostridium perfringens) o agente etiológico mais comum. Esse microrganismo consegue produzir toxinas e gás, explicando a presença de ar na parede da vesícula observada na TC. Demais alternativas: Escherichia coli – Incorreta A E. coli é uma bactéria Gram-negativa frequentemente envolvida em infecções do trato urinário e em casos de colecistite aguda não enfisematosa. Embora possa estar presente em até 15% dos casos de colecistite enfisematosa, não é o agente mais prevalente. Apesar de ser comum em infecções abdominais, não é a principal causadora da forma enfisematosa da doença. Proteus mirabilis – Incorreta O Proteus mirabilis é uma bactéria Gram-negativa, associada principalmente a infecções do trato urinário e à formação de cálculos renais devido à sua capacidade de produzir urease. Raramente está envolvido em infecções da vesícula biliar, especialmente na forma enfisematosa. Não é um patógeno comum em colecistite enfisematosa. Klebsiella pneumoniae – Incorreta A Klebsiella pneumoniae pode ser isolada em alguns casos de infecções biliares, incluindo colecistite aguda, especialmente em pacientes imunossuprimidos e diabéticos. Apesar de estar associada a infecções graves, não é o microrganismo mais comum na colecistite enfisematosa. Embora possa estar presente, sua prevalência é menor em comparação com o Clostridium welchii. Referências: AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS. ATLS: Advanced Trauma Life Support: Student Course Manual. 10ª ed. Chicago: American College of Surgeons, 2018. ISBN: 978-0-9968262-3-5. SCHWARTZ, Seymour I. ; BRUNICARDI, F. C.; et al. Princípios de Cirurgia. 9ª ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2014. 2 v. TOWNSEND, C. M. BEAUCHAMP, R. D. ; EVERS, B. M. ; MATTOX, K. L. Sabiston: Tratado de Cirurgia – A Base Biológica da Prática Cirúrgica Moderna. 20ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019. 2 v. WALSH, P. C. CAMPBELL, M. F.; et al. Campbell-Walsh Urology. 11ª ed. Philadelphia: Saunders/Elsevier, 2016. 4 v. 17ª QUESTÃO 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 26 de 48 Enunciado: (Banco AFYA) Um paciente de 42 anos chega à sala de emergência após colisão de alta energia, apresentando dispneia, dor torácica intensa, enfisema subcutâneo e desvio de traqueia para o lado esquerdo. No exame físico, observa-se ausência de murmúrio vesicular no hemitórax direito, turgência jugular e instabilidade hemodinâmica. Considerando os diferentes tipos de trauma torácico e seus sinais clínicos, qual é o diagnóstico mais provável e a conduta imediata adequada? Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Pneumotórax hipertensivo à direita; realizar descompressão imediata com agulha e, em seguida, drenagem torácica em selo d’água. (alternativa B) Tórax instável; realizar imobilização torácica com faixa compressiva e administrar opioides para analgesia. (alternativa C) Hemotórax maciço à direita; realizar toracocentese com agulha de grosso calibre no segundo espaço intercostal, linha médio-clavicular. (alternativa D) Contusão pulmonar à esquerda; iniciar antibiótico intravenoso e oxigenoterapia de alto fluxo. 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 27 de 48 Resposta comentada: “Hemotórax maciço à direita; realizar toracocentese com agulha de grosso calibre no segundo espaço intercostal, linha médio-clavicular.” — Incorreta. O hemotórax requer drenagem torácica com tubo em espaço intercostal inferior (geralmente 5º ou 6º EIC, linha axilar média), não toracocentese com agulha, que é mais indicada para alívio rápido de pneumotórax hipertensivo. “Pneumotórax hipertensivo à direita; realizar descompressão imediata com agulha e, em seguida, drenagem torácica em selo d’água.” — Correta. O quadro clínico (dispneia grave, desvio traqueal, enfisema subcutâneo, ausência de murmúrio e instabilidade) é típico de pneumotórax hipertensivo, uma emergência que requer descompressão imediata com agulha no segundo EIC, linha médio-clavicular, seguida de drenagem com tubo em selo d’água. “Contusão pulmonar à esquerda; iniciar antibiótico intravenoso e oxigenoterapia de alto fluxo.” — Incorreta. Contusão pulmonar causa hipoxemia, mas não há desvio traqueal nem turgência jugular. Além disso, antibióticos não são indicados sistematicamente sem sinais de infecção. “Tórax instável; realizar imobilização torácica com faixa compressiva e administrar opioides para analgesia.” — Incorreta. O tórax instável exige analgesia eficaz, porém faixas compressivas são contraindicadas, pois restringem a ventilação e agravam a hipoxemia. Além disso, o quadro descrito no enunciado não é compatível com tórax instável. Referências: MORETTI, Miguel Antônio; BAPTISTA FILHO, Mario Lúcio Alves (ed.). Manual de cuidados perioperatórios. São Paulo: Manole, 2014. 1 recurso online. ISBN 9788520451663. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520451663/. Acesso em: 19 set. 2017. PATERSON-BROWN, Simon. Tópicos Essenciais em Cirurgia Geral e de Emergência. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788595156517. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595156517/. Acesso em: 28 maio 2024. RIBEIRO JUNIOR, Marcelo A. F. Fundamentos em cirurgia do trauma. Rio de Janeiro: Roca, 2016. 1 recurso online. ISBN 9788527730587. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730587/. Acesso em: 19 set. 2017. 18ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um paciente de 35 anos, vítima de colisão de alta energia, é admitido na sala de trauma apresentando rebaixamento do nível de consciência, hipotensão arterial (PA 80/40 mmHg), taquicardia (FC 130 bpm) e respiração superficial. No exame primário do protocolo ATLS, é detectado sangramento ativo na pelve e instabilidade hemodinâmica refratária à reposição volêmica inicial com cristaloides. O FAST é positivo para líquido livre em pelve e espaço hepatorrenal, e a radiografia pélvica mostra fratura instável. Qual das condutas a seguir representa a estratégia terapêutica mais adequada e prioritária segundo o protocolo ATLS para esse paciente? 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pginacontrole de hemorragia.” — Correta. Esta conduta segue os princípios do controle de danos, com estabilização da fratura pélvica, reposição volêmica prudente (restrita e guiada) e cirurgia emergencial para hemostasia. “Aplicação de manobras de compressão abdominal manual e monitoramento clínico até estabilização dos sinais vitais.” — Incorreta. Manobras manuais não são efetivas na contenção de hemorragias internas. A conduta expectante não é indicada em pacientes com instabilidade hemodinâmica e FAST positivo. “Administração empírica de drogas vasopressoras para manutenção da perfusão cerebral, postergando a abordagem cirúrgica até reversão do choque.” — Incorreta. Vasopressores não devem ser usados como tratamento inicial do choque hemorrágico. O foco deve ser o controle da fonte do sangramento, ou seja, intervenção cirúrgica precoce. Referência: AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS. Advanced Trauma Life Support (ATLS®): Student Course Manual. 10. ed. Chicago: ACS, 2018. 3ª QUESTÃO 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 3 de 47 Enunciado: (Banco AFYA) Um homem de 28 anos é admitido na emergência após colisão automobilística, apresentando taquicardia, hipotensão e rebaixamento do nível de consciência. Apresenta ainda fratura em extremidades, possivelmente fêmur. A equipe médica suspeita de lesão abdominal . Considerando a avaliação inicial e os exames complementares no contexto do trauma abdominal, qual das seguintes estratégias diagnósticas é a mais adequada para rápida triagem e tomada de decisão inicial? Alternativas: (alternativa A) Solicitar tomografia computadorizada de abdome com contraste venoso em todos os casos, independentemente da estabilidade hemodinâmica. (alternativa B) Solicitar radiografia simples de abdome e pelve, além do membro inferior, seguida de exame laboratorial completo antes de qualquer outra medida. (alternativa C) Iniciar com dosagem de amilase e função hepática, pois alterações precoces nesses exames confirmam lesões viscerais e definem a necessidade de cirurgia. (alternativa D) (CORRETA) Realizar ultrassonografia FAST (Focused Assessment with Sonography for Trauma) no leito, priorizando a identificação de líquido livre intra-abdominal. 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 4 de 47 Resposta comentada: “Solicitar tomografia computadorizada de abdome com contraste venoso em todos os casos, independentemente da estabilidade hemodinâmica.” — Incorreta. A TC é útil em pacientes hemodinamicamente estáveis. No caso de instabilidade, como o do paciente do enunciado, não se deve atrasar o diagnóstico com exames que exigem transporte e estabilidade clínica. “Solicitar radiografia simples de abdome, pelve e fêmur, seguida de exame laboratorial completo antes de qualquer outra medida.” — Incorreta. Embora úteis em casos selecionados (ex. fratura de pelve), radiografias simples não são sensíveis para detecção de lesões intra-abdominais graves, e exames laboratoriais isoladamente não são diagnósticos nem resolutivos em situações de urgência. “Realizar ultrassonografia FAST (Focused Assessment with Sonography for Trauma) no leito, priorizando a identificação de líquido livre intra-abdominal.” — Correta. O exame FAST é um método rápido, sensível e não invasivo, ideal para triagem de hemoperitônio em pacientes instáveis, permitindo decisões imediatas, como laparotomia de urgência. “Iniciar com dosagem de amilase e função hepática, pois alterações precoces nesses exames confirmam lesões viscerais e definem a necessidade de cirurgia.” — Incorreta. Embora úteis em avaliação complementar, esses exames não são suficientemente sensíveis ou específicos, nem devem ser priorizados na abordagem imediata de trauma abdominal com instabilidade. Referência: MORETTI, Miguel Antônio; BAPTISTA FILHO, Mario Lúcio Alves (ed.). Manual de cuidados perioperatórios. São Paulo: Manole, 2014. 1 recurso online. ISBN 9788520451663. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520451663/. Acesso em: 19 set. 2017. PATERSON-BROWN, Simon. Tópicos Essenciais em Cirurgia Geral e de Emergência. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788595156517. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595156517/. Acesso em: 28 maio 2024. RIBEIRO JUNIOR, Marcelo A. F. Fundamentos em cirurgia do trauma. Rio de Janeiro: Roca, 2016. 1 recurso online. ISBN 9788527730587. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730587/. Acesso em: 19 set. 2017. 4ª QUESTÃO Enunciado: (AFYA Palmas) Um paciente de 45 anos, previamente saudável, sofreu um ferimento cortante na região anterior da perna, há cerca de 10 dias, com profundidade moderada e sem comprometimento muscular. A ferida foi inicialmente limpa com soro fisiológico e suturada no pronto-socorro, mas agora o paciente retorna queixando-se de dor, exsudato amarelado e bordas eritematosas. Ao exame, percebe-se tensão na sutura, sinais locais de infecção e ausência de sinais sistêmicos. Considerando os principais fatores técnicos que favorecem uma boa cicatrização e as estratégias eficazes no cuidado de feridas, qual é a conduta mais adequada neste caso? 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 5 de 47 Alternativas: (alternativa A) Reforçar a sutura com pontos adicionais, utilizar solução antisséptica alcoólica e aplicar pomada antibiótica tópica. (alternativa B) Deixar a ferida exposta ao ar, interromper curativos e indicar repouso absoluto para acelerar a cicatrização espontânea. (alternativa C) (CORRETA) Retirar parte dos pontos, aliviar a tensão, realizar desbridamento e instituir curativos úmidos, além de reavaliar a necessidade de antibioticoterapia. (alternativa D) Manter a sutura, intensificar curativos secos e aguardar evolução, evitando manipulações para não interferir na cicatrização. 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 6 de 47 Resposta comentada: Correta: Retirar parte dos pontos, aliviar a tensão, realizar desbridamento e instituir curativos úmidos, além de reavaliar a necessidade de antibioticoterapia. A presença de tensão na sutura é um fator técnico negativo, que compromete a perfusão local e favorece complicações como deiscência e infecção. A conduta adequada inclui: Alívio da tensão (retirada de pontos). Desbridamento de tecido desvitalizado. Implementação de curativos úmidos, que mantêm o equilíbrio hídrico ideal para a cicatrização. Avaliação criteriosa da necessidade de antibioticoterapia sistêmica, conforme a gravidade da infecção. Essa estratégia técnica melhora a perfusão, reduz infecção e promove ambiente propício à cicatrização. Justificativa das incorretas: Deixar a ferida exposta ao ar, interromper curativos e indicar repouso absoluto para acelerar a cicatrização espontânea. Deixar a ferida exposta ao ar prejudica o equilíbrio da umidade, favorece a desidratação tecidual e formação de crostas, que retardam a cicatrização. Além disso, a ausência de curativos impede o controle adequado do exsudato e da infecção local. O repouso absoluto não corrige os fatores mecânicos prejudiciais. Reforçar a sutura com pontos adicionais, utilizar solução antisséptica alcoólica e aplicar pomada antibiótica tópica. Reforçar a sutura aumenta ainda mais a tensão tecidual, comprometendo a vascularização e agravando o risco de deiscência e infecção. O uso de antissépticos alcoólicos pode ser citotóxico, prejudicando as células envolvidas na reparação tecidual. Pomadas antibióticas tópicas não são suficientes para manejar infecção com sinais clínicos. Manter a sutura, intensificar curativos secos e aguardar evolução, evitando manipulações para não interferir na cicatrização. Manter a sutura sob tensão e realizar curativos secos favorece a desidratação e aderência do curativo ao leito da ferida, prejudicando a cicatrização e aumentando o risco de dor e trauma na troca. A estratégia passiva de "aguardar" não resolve os fatores técnicos prejudiciais identificados.28 de 48 Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Estabilização da pelve com cinta pélvica, acesso venoso calibroso com reposição volêmica guiada por metas, e encaminhamento imediato ao centro cirúrgico para controle de hemorragia. (alternativa B) Administração empírica de drogas vasopressoras para manutenção da perfusão cerebral, postergando a abordagem cirúrgica até reversão do choque. (alternativa C) Aplicação de manobras de compressão abdominal manual e monitoramento clínico até estabilização dos sinais vitais. (alternativa D) Realizar tomografia computadorizada de abdome para avaliação da extensão do trauma abdominal antes de qualquer intervenção adicional. Resposta comentada: Gabarito: Estabilização da pelve com cinta pélvica, acesso venoso calibroso com reposição volêmica guiada por metas, e encaminhamento imediato ao centro cirúrgico para controle de hemorragia. Resposta Comentada: “Realizar tomografia computadorizada de abdome para avaliação da extensão do trauma abdominal antes de qualquer intervenção adicional.” — Incorreta. A TC não deve ser realizada em pacientes instáveis, conforme o protocolo do ATLS. O FAST positivo e a instabilidade indicam a necessidade de intervenção cirúrgica imediata. “Estabilização da pelve com cinta pélvica, acesso venoso calibroso com reposição volêmica guiada por metas, e encaminhamento imediato ao centro cirúrgico para controle de hemorragia.” — Correta. Esta conduta segue os princípios do controle de danos, com estabilização da fratura pélvica, reposição volêmica prudente (restrita e guiada) e cirurgia emergencial para hemostasia. “Aplicação de manobras de compressão abdominal manual e monitoramento clínico até estabilização dos sinais vitais.” — Incorreta. Manobras manuais não são efetivas na contenção de hemorragias internas. A conduta expectante não é indicada em pacientes com instabilidade hemodinâmica e FAST positivo. “Administração empírica de drogas vasopressoras para manutenção da perfusão cerebral, postergando a abordagem cirúrgica até reversão do choque.” — Incorreta. Vasopressores não devem ser usados como tratamento inicial do choque hemorrágico. O foco deve ser o controle da fonte do sangramento, ou seja, intervenção cirúrgica precoce. Referência: AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS. Advanced Trauma Life Support (ATLS®): Student Course Manual. 10. ed. Chicago: ACS, 2018. 19ª QUESTÃO 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 29 de 48 Enunciado: (Banco AFYA) Durante a preparação para um bloqueio de plexo braquial via abordagem axilar em um paciente de 70 kg, com função hepática e renal preservadas, o anestesiologista opta pelo uso de lidocaína sem vasoconstritor. Considerando a dose máxima recomendada de lidocaína sem vasoconstritor de 4,5mg/Kg e utilizando uma solução de lidocaína a 2%, qual é o volume máximo que pode ser administrado? Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) 15,75 mL (alternativa B) 14 mL (alternativa C) 31,5 mL (alternativa D) 17,5 mL 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 30 de 48 Resposta comentada: Cálculo e Resposta Comentada: Passo 1: Calcular a dose máxima em mg. Fórmula: Dose máxima (mg) = peso (kg) × dose máxima recomendada (mg/kg) → 70 kg × 4,5 mg/kg = 315 mg Passo 2: Calcular o volume correspondente em mL para solução a 2%. Lidocaína 2% = 20 mg/mL Volume (mL) = Dose (mg) ÷ Concentração (mg/mL) → 315 mg ÷ 20 mg/mL = 15,75 mL Análise das Alternativas: 14 mL” — Incorreta. Subestima tanto a dose máxima quanto o volume correspondente. 15,75 mL” — Correta. Calculada com base em peso e concentração da solução. 31,5 mL” — Incorreta. Excede a dose, uma vez que a solução usada é 2%. 17,5 mL” — Incorreta. Excede a dose máxima recomendada, aumentando o risco de toxicidade sistêmica. Referência: SAVASSI-ROCHA, Paulo R. ; SANCHES, Soraya Rodrigues de A. ; SAVASSI-ROCHA, Alexandre L. Cirurgia de ambulatório: MedBook Editora, 2013. E-book. ISBN 9786557830215. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786557830215/. Acesso em: 28 maio 2024. 20ª QUESTÃO Enunciado: (AFYA Palmas) Uma criança de 18 meses, previamente hígida, é levada ao pronto-socorro com história de episódios de choro inconsolável, com flexão das pernas sobre o abdome, alternados com períodos de aparente melhora, iniciados há cerca de 12 horas. A mãe refere também vômitos e a presença de fezes com sangue e muco, descritas como "geléia de morango". Ao exame físico, a criança apresenta-se prostrada, com abdome distendido e doloroso à palpação, associado a sinais de irritação peritoneal difusa. Qual deve ser a conduta inicial mais adequada neste caso? 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 31 de 48 Alternativas: (alternativa A) Iniciar hidratação intravenosa com antibiótico empírico por 48h e considerar laparotomia. (alternativa B) (CORRETA) Contraindicar enema, optando por cirurgia imediata devido aos sinais clínicos de peritonite difusa. (alternativa C) Confirmar o diagnóstico com tomografia e tentar redução com enema baritado. (alternativa D) Realizar radiografia de abdômen. Confirmada a intussuscepção, realizar redução com solução salina ou ar. Resposta comentada: Correta. Contraindicar enema, optando por cirurgia imediata devido aos sinais clínicos de peritonite difusa. A conduta recomendada em casos com sinais clínicos de peritonite é a cirurgia imediata. A redução não cirúrgica com enema está absolutamente contraindicada na presença de peritonite ou instabilidade hemodinâmica. Errada. Confirmar o diagnóstico com tomografia e tentar redução com enema baritado. O exame de escolha para avaliação inicial de invaginação intestinal é a ultrassonografia, não a tomografia, especialmente em crianças pequenas, devido à ausência de radiação e alta sensibilidade. A presença de sinais clínicos de irritação peritoneal indica provável complicação grave (necrose, perfuração, peritonite) e, nesses casos, a redução com enema é contraindicada. A conduta é a cirurgia imediata, não tentativa de redução com enema. Errada. Realizar radiografia de abdômen. Confirmada a intussuscepção, realizar redução com solução salina ou ar. A radiografia pode sugerir invaginação ou excluir pneumoperitônio, mas não é necessária para diagnóstico definitivo além do que o exame de escolha é a ultrassonografia. Na presença de sinais de irritação peritoneal, é contraindicado realizar qualquer tentativa de redução não cirúrgica, incluindo redução hidrostática ou pneumática. O risco de perfuração e agravamento é muito elevado. Errada. Iniciar hidratação intravenosa com antibiótico empírico por 48h e considerar laparotomia. É correta a necessidade de iniciar hidratação venosa e antibioticoterapia empírica. Contudo, a presença de sinais de peritonite difusa exige intervenção cirúrgica imediata. Não se deve "aguardar 48 horas" nem "considerar" laparotomia — deve-se realizá-la prontamente. A conduta expectante não é segura nesse quadro. Referências: Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Departamento de Cirurgia Pediátrica. Manual de orientação – Abordagem das urgências abdominais em pediatria. 2022. Behrman, Kliegman, Jenson. Nelson Tratado de Pediatria. 21. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2020. 21ª QUESTÃO 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 32 de 48 Enunciado: (Banco AFYA) Um paciente de 63 anos, obeso, com antecedentes de DPOC e tabagismo, procura o pronto-socorro com dor intensa e progressiva em região inguinal direita, associada a náuseas, distensão abdominal e ausência de eliminação de flatos e fezes nas últimas 24 horas. Ao exame físico, apresenta massa endurecida, irredutível, dolorosa à palpação e sem sinais de peritonite. Com base nesse quadro, qual é a conduta terapêutica mais adequada diante da complicação apresentada? Alternativas: (alternativa A) Solicitar tomografia abdominal para confirmação diagnóstica e indicar tratamento conservador com observação por 48 horas antes de qualquer intervenção. (alternativa B) (CORRETA)Indicar cirurgia de urgência para herniorrafia, com exploração do saco herniário e possível ressecção intestinal, mesmo na ausência de sinais sistêmicos graves. (alternativa C) Iniciar antibioticoterapia empírica, dieta zero e analgesia, aguardando melhora clínica para posterior indicação cirúrgica eletiva. (alternativa D) Realizar tentativa de redução manual com sedação e analgesia, seguida de alta hospitalar com agendamento ambulatorial de hernioplastia. 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 33 de 48 Resposta comentada: Gabarito: Indicar cirurgia de urgência para herniorrafia, com exploração do saco herniário e possível ressecção intestinal, mesmo na ausência de sinais sistêmicos graves. Resposta Comentada: “Iniciar antibioticoterapia empírica, dieta zero e analgesia, aguardando melhora clínica para posterior indicação cirúrgica eletiva.” — Incorreta. Em casos de hérnia encarcerada com obstrução intestinal, o tratamento não é conservador, pois há risco iminente de estrangulamento e necrose intestinal, mesmo na ausência de peritonite. “Realizar tentativa de redução manual com sedação e analgesia, seguida de alta hospitalar com agendamento ambulatorial de hernioplastia.” — Incorreta. A manobra de tax (redução manual) está contraindicada em pacientes com quadro obstrutivo e dor progressiva, pois pode mascarar uma alça já isquêmica e levar à perfuração intra-abdominal. “Indicar cirurgia de urgência para herniorrafia, com exploração do saco herniário e possível ressecção intestinal, mesmo na ausência de sinais sistêmicos graves.” — Correta. O quadro é sugestivo de hérnia encarcerada com obstrução intestinal, que exige abordagem cirúrgica de urgência. A exploração do conteúdo herniado permite avaliar a viabilidade das alças e realizar ressecção se necessário, evitando complicações como necrose, perfuração e sepse. “Solicitar tomografia abdominal para confirmação diagnóstica e indicar tratamento conservador com observação por 48 horas antes de qualquer intervenção.” — Incorreta. A tomografia pode auxiliar na avaliação, mas não deve postergar a cirurgia em um quadro típico de encarceramento com obstrução. A observação clínica é contraindicada nesse contexto. Referências: SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIRURGIA GERAL (SBCG). Diretrizes para tratamento das hérnias de parede abdominal. São Paulo: SBCG, 2023. BAILEY, C. B. ; LOVE, W. F. Cirurgia geral. 27. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2022. MCCARTHY, M. A. et al. Management of incarcerated and strangulated hernias. Surgical Clinics of North America, v. 100, n. 1, p. 123-134, 2024. 22ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um paciente de 65 anos, com diagnóstico de choque séptico, necessita de acesso venoso central para administração de drogas vasoativas e monitorização hemodinâmica. Durante a avaliação pré-procedimento, o médico identifica que o paciente apresenta coagulopatia importante (INR 2,5) e plaquetopenia (40.000/mm³), além de uma infecção cutânea extensa na região cervical. Considerando as indicações, contraindicações e boas práticas para a inserção de um cateter venoso central (CVC), qual a conduta mais adequada neste caso? 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 34 de 48 Alternativas: (alternativa A) Contraindicar o procedimento pela coagulopatia, independentemente da necessidade clínica, e optar por acesso venoso periférico. (alternativa B) (CORRETA) Proceder à correção dos distúrbios da coagulação, quando possível, e considerar a punção guiada por ultrassom na veia femoral. (alternativa C) Realizar a punção venosa central na veia subclávia direita, por ser menos compressível, reduzindo o risco de sangramento. (alternativa D) Realizar o procedimento na veia jugular interna esquerda, com técnica anatômica tradicional, pois é uma abordagem de menor risco. 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 35 de 48 Resposta comentada: Gabarito: Proceder à correção dos distúrbios da coagulação, quando possível, e considerar a punção guiada por ultrassom na veia femoral. Nos casos de coagulopatia e plaquetopenia, é recomendado corrigir esses distúrbios sempre que possível antes da inserção do CVC. A presença de infecção local na região cervical contraindica o acesso pela veia jugular. A veia femoral é uma opção viável em situações emergenciais, por ser facilmente compressível, reduzindo o risco de sangramento, especialmente quando guiada por ultrassonografia, que aumenta a segurança do procedimento. Justificativa das incorretas: Realizar a punção venosa central na veia subclávia direita, por ser menos compressível, reduzindo o risco de sangramento. Embora a veia subclávia seja considerada uma via de menor colonização bacteriana, ela é de difícil compressão e não recomendada em pacientes com coagulopatias importantes ou plaquetopenia, devido ao alto risco de sangramento incontrolável e pneumotórax. Portanto, essa escolha não é adequada. Contraindicar o procedimento pela coagulopatia, independentemente da necessidade clínica, e optar por acesso venoso periférico. A coagulopatia é uma contraindicação relativa, não absoluta, ao acesso venoso central. Em casos de necessidade emergencial, como no choque séptico, deve-se buscar corrigir os distúrbios, mas a obtenção do acesso é essencial para administração de medicamentos vasoativos. A via periférica não é suficiente para drogas irritantes ou de administração contínua em doses altas. Realizar o procedimento na veia jugular interna esquerda, com técnica anatômica tradicional, pois é uma abordagem de menor risco. A infecção extensa na região cervical contraindica o uso da veia jugular interna, pois o acesso através de um local infeccionado pode disseminar a infecção para a corrente sanguínea. Além disso, realizar a punção com técnica de anatomia tradicional, sem ultrassom, aumenta o risco de complicações. O uso de ultrassonografia é hoje considerado padrão de cuidado sempre que disponível. Referências: ASSOCIAÇÃO DE MEDICINA INTENSIVA BRASILEIRA. Diretrizes para inserção e manutenção de cateter venoso central em pacientes críticos. São Paulo: AMIB, 2017. MARINO, Paul. Manual de terapia intensiva. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2020. 23ª QUESTÃO Enunciado: (FASA VIC) Paciente do sexo feminino, 64 anos, hipertensa e obesa (IMC = 34 kg/m²), apresenta dor, sensação de peso e edema em membro inferior esquerdo, que surgiram de forma súbita há 3 dias. Refere ainda coloração arroxeada da panturrilha e piora do edema ao final do dia. No exame físico, observa-se edema unilateral até o joelho, empastamento muscular, sinal de Homans positivo e discreta hipertermia local. Ela relata histórico de veias varicosas diagnosticadas há 10 anos, sem tratamento cirúrgico. Não faz uso de anticoagulantes. Com base no caso apresentado, qual entre as opções abaixo é a melhor estratégia terapêutica inicial para a paciente? 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 36 de 48 Alternativas: (alternativa A) Prescrever varfarina oral de início imediato e suspender o uso de meias de compressão até a resolução completa do quadro. (alternativa B) Indicar trombólise venosa por cateter e contraindicar o uso de compressão elástica devido ao risco de síndrome pós-trombótica. (alternativa C) Iniciar heparina de baixo peso molecular (HBPM) em dose terapêutica e prescrever meias de compressão elástica para manejo da insuficiência venosa crônica. (alternativa D) (CORRETA) Iniciar anticoagulação oral direta com rivaroxabana e recomendar elevação do membro afetado, com compressão elástica após estabilização clínica. Resposta comentada: Alternativa: Iniciar anticoagulação oral direta com rivaroxabana e recomendar elevação do membro afetado, com compressão elástica após estabilização clínica. Correta. Anticoagulantes orais diretos, como rivaroxabana, são preferidos para TVP em pacientes estáveis, pela eficácia e praticidade. A compressão elástica é introduzida após a fase aguda para prevenir a síndrome pós-trombótica. Aelevação do membro ajuda a reduzir o edema e a dor no curto prazo. Alternativa: Iniciar heparina de baixo peso molecular (HBPM) em dose terapêutica e prescrever meias de compressão elástica para manejo da insuficiência venosa crônica. Incorreta. Embora a HBPM seja amplamente utilizada no manejo inicial da TVP, o uso de meias de compressão elástica deve ser adiado até que o paciente esteja estabilizado, para evitar a exacerbação de sintomas agudos. Alternativa: Prescrever varfarina oral de início imediato e suspender o uso de meias de compressão até a resolução completa do quadro. Incorreta. Varfarina não é iniciada isoladamente devido ao risco de hipercoagulabilidade transitória; deve ser associada à HBPM nos primeiros dias. Além disso, suspender completamente o uso de compressão elástica pode agravar os sintomas de insuficiência venosa crônica. Alternativa: Indicar trombólise venosa por cateter e contraindicar o uso de compressão elástica devido ao risco de síndrome pós-trombótica. Incorreta. A trombólise venosa é reservada para casos graves, como TVP extensa com risco iminente de síndrome compartimental ou embolia pulmonar. A compressão elástica, quando usada adequadamente, reduz o risco de síndrome pós-trombótica e deve ser recomendada. Referência: TOWNSEND, Courtney M. Sabiston Textbook of Surgery: The Biological Basis of Modern Surgical Practice. 21ª edição. Elsevier, 2022. 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 37 de 48 24ª QUESTÃO Enunciado: (AFYA Palmas) Uma mulher de 55 anos, previamente saudável, procura atendimento médico com queixa de dor no quadril direito e massa progressiva na região inguinal, que aumenta ao ficar em pé e diminui ao deitar-se. No exame físico, observa-se uma protuberância abaixo do ligamento inguinal, dolorosa à palpação, com redução difícil, porém possível. Não há sinais de encarceramento, estrangulamento ou obstrução intestinal. Qual das condutas abaixo representa a abordagem inicial mais apropriada, considerando o risco associado a esse tipo de hérnia? Alternativas: (alternativa A) Orientar perda ponderal e o uso de faixa para contenção da hérnia, postergando a cirurgia até redução de peso e melhora dos sintomas. (alternativa B) Realizar redução manual em ambiente ambulatorial e manter a paciente em observação clínica, com retorno se houver sinais de agravamento. (alternativa C) (CORRETA) Indicar correção cirúrgica programada, considerando o risco elevado de encarceramento e a localização anatômica desfavorável da hérnia femoral. (alternativa D) Solicitar ressonância magnética da pelve para avaliar melhor a extensão da lesão e confirmar a hipótese de hérnia inguinal antes de indicar cirurgia. 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 38 de 48 Resposta comentada: Justificativas: Correta. Indicar correção cirúrgica programada, considerando o risco elevado de encarceramento e a localização anatômica desfavorável da hérnia femoral. A hérnia femoral apresenta um risco elevado de encarceramento e estrangulamento, mesmo quando ainda reduzível. O tratamento padrão é a correção cirúrgica programada. Não há necessidade de cirurgia em caráter de urgência na ausência de sinais de complicação, mas também não se recomenda conduta expectante. Errada. Orientar perda ponderal e o uso de faixa para contenção da hérnia, postergando a cirurgia até redução de peso e melhora dos sintomas. A hérnia femoral não deve ser tratada de forma conservadora devido ao risco elevado de complicações. Perda de peso e uso de faixa são medidas que podem ser sugeridas em alguns casos de hérnias inguinais assintomáticas, mas são inadequadas e insuficientes aqui. A conduta correta é a correção cirúrgica. O consenso internacional e as principais diretrizes orientam que toda hérnia femoral deve ser reparada cirurgicamente assim que diagnosticada, mesmo na ausência de sintomas. A perda ponderal pode reduzir o risco cirúrgico em outros contextos, mas não altera a necessidade de reparação da hérnia femoral. O uso de faixa pode mascarar sintomas, sem prevenir complicações, podendo até atrasar o diagnóstico de um estrangulamento iminente. Errada. Solicitar ressonância magnética da pelve para avaliar melhor a extensão da lesão e confirmar a hipótese de hérnia inguinal antes de indicar cirurgia. O exame físico já é suficiente para diagnóstico: massa abaixo do ligamento inguinal, dolorosa, no triângulo femoral. Além disso, trata-se de hérnia femoral, não inguinal. A ressonância magnética raramente é necessária para o diagnóstico de hérnias. O tratamento não depende de maior avaliação de extensão, mas sim do risco elevado de complicação. Errada. Realizar redução manual em ambiente ambulatorial e manter a paciente em observação clínica, com retorno se houver sinais de agravamento. Embora a hérnia seja reduzível, o risco de encarceramento é elevado. A estratégia de "reduzir e observar" não é segura para hérnias femorais. O tratamento recomendado é a correção cirúrgica programada, independentemente da ausência de sinais agudos. Referências: ZURCHER, R. M. ; MELLO, A. L. C. Tratado de Clínica Cirúrgica – Hérnias Abdominais. Rio de Janeiro: Atheneu, 2019. AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS. Current Diagnosis and Treatment: Surgery. 15. ed. McGraw-Hill, 2020. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIRURGIA – SBC. Diretrizes clínicas para o manejo das hérnias inguinais e femorais em adultos. Acesso em: 2023. 25ª QUESTÃO 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 39 de 48 Enunciado: (UNIDOMPEDRO) Homem, 19 anos, condutor de bicicleta, estava descendo a ladeira e colidiu com um carro. Foi trazido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Foi colocado em prancha rígida, com colar cervical e oxigênio suplementar em máscara a 15 L/min. Realizou-se expansão volêmica com 1000 mL de Ringer Lactato. Apresenta-se no atendimento inicial com Glasgow 14. Refere síncope. No momento, está lúcido e descolorado. PA: 91×58 mmHg; FC: 129 bpm; FR: 26 irpm; oximetria de pulso: 96%. Exame físico: Tórax e abdome: sem alterações; Extremidades: membro inferior esquerdo encurtado. O exame que auxilia no raciocínio para identificar outros possíveis locais de sangramento na sala de emergência é o(a): Alternativas: (alternativa A) curva do pH e do lactato. (alternativa B) exame radiográfico de abdomen. (alternativa C) hemoglobina e hematócrito. (alternativa D) (CORRETA) ultrassonografia dirigida para trauma. Resposta comentada: Correta: Ultrassonografia dirigida para trauma. O uso da ultrassonografia dirigida para o trauma (FAST) tem grande valor na avaliação de determinadas localizações, como pelve, espaço hepatorrenal, espaço esplenorrenal e saco pericárdico. Justificativas: Exame radiográfico de abdômen. Não é eficaz para detectar sangramentos internos. Hemoglobina e hematócrito. Podem indicar sangramento, mas com atraso, não sendo úteis para diagnóstico imediato. Curva do pH e do lactato. Avaliam hipoperfusão e gravidade do choque, mas não localizam o sangramento. Referência: AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS. ATLS: Advanced Trauma Life Support: student course manual. 10ª ed. Chicago: American College of Surgeons, 2018. 26ª QUESTÃO 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 40 de 48 Enunciado: (Banco AFYA) Um homem de 25 anos apresenta dor escrotal aguda há 5 horas, iniciada subitamente, com náuseas e vômitos. Ao exame físico, o testículo direito encontra-se elevado, em posição horizontalizada, muito sensível, com ausência do reflexo cremastérico. A ultrassonografia com Doppler demonstra fluxo reduzido no testículo direito. Outro paciente, de 30 anos, também apresenta dor escrotal, de início insidioso, com febre baixa e disúria. Ao exame físico, há edema e dor à palpação do epidídimo, com reflexo cremastérico presente e melhora da dor à elevação do testículo (sinal de Prehn positivo). A urina tipo 1 mostra leucocitúria e bacteriúria. Com base nos achados clínicos e exames complementares, qual das alternativas correspondecorretamente à interpretação dos diagnósticos e sua diferenciação? Alternativas: (alternativa A) O primeiro caso é compatível com orquiepididimite e o segundo com tumor testicular; a ausência de bacteriúria no primeiro paciente reforça o diagnóstico apenas inflamatório. (alternativa B) Ambos os casos representam orquiepididimite, sendo o Doppler pouco confiável para diferenciar a torção testicular. (alternativa C) A torção testicular é possível em ambos os casos e a confirmação de infecção no segundo paciente depende da urocultura. (alternativa D) (CORRETA) O primeiro caso representa torção testicular, confirmada pela redução do fluxo ao Doppler, enquanto o segundo é orquiepididimite, com achados sugestivos de infecção. 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 41 de 48 Resposta comentada: “O primeiro caso é compatível com orquiepididimite e o segundo com tumor testicular; a ausência de bacteriúria no primeiro paciente reforça o diagnóstico apenas inflamatório.” — Incorreta. O quadro clínico agudo, ausência de reflexo cremastérico e Doppler com fluxo reduzido são típicos de torção testicular no primeiro paciente e o texto não menciona a análise da urina no primeiro paciente. A presença de bacteriúria e dor progressiva com sinal de Prehn positivo é mais compatível com orquiepididimite e não com tumor testicular. “O primeiro caso representa torção testicular, confirmada pela redução do fluxo ao Doppler, enquanto o segundo é orquiepididimite, com achados clínicos e laboratoriais sugestivos de infecção.” — Correta. A torção testicular é caracterizada por início súbito, dor intensa, reflexo cremastérico ausente e hipoperfusão testicular ao Doppler. Já a orquiepididimite apresenta início insidioso, disúria, leucocitúria e melhora com elevação testicular. “Ambos os casos representam orquiepididimite, sendo o Doppler pouco confiável para diferenciar a torção testicular.” — Incorreta. O Doppler é o exame de escolha na diferenciação entre torção (fluxo diminuído ou ausente) e orquiepididimite (fluxo aumentado por hiperemia). Sua sensibilidade é alta quando bem realizada. “A torção testicular é possível em ambos os casos e a confirmação de infecção no segundo paciente depende da urocultura.” — Incorreta. O primeiro caso representa torção testicular, enquanto o segundo é orquiepididimite, com achados clínicos e laboratoriais sugestivos de infecção. A confirmação da infecção já foi estabelecida pela leucocitúria associada à bacteriúria. A urocultura mostra o agente infeccioso. Referência: PATERSON-BROWN, Simon. Tópicos Essenciais em Cirurgia Geral e de Emergência: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788595156517. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595156517/. Acesso em: 28 maio 2024. 27ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Durante o atendimento inicial a um paciente politraumatizado em sala de emergência, a equipe segue o protocolo do Advanced Trauma Life Support (ATLS). Após garantir a segurança da cena, inicia-se o exame primário com o objetivo de identificar e tratar imediatamente lesões que oferecem risco à vida. Com base nesse protocolo, qual das alternativas a seguir descreve corretamente uma das etapas do exame primário e sua intervenção associada? 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 42 de 48 Alternativas: (alternativa A) Lavagem gástrica precoce para todos os pacientes com trauma abdominal fechado, independentemente da estabilidade hemodinâmica. (alternativa B) Avaliação da pupila e função motora dos membros inferiores, com realização imediata de tomografia de crânio. (alternativa C) Exame físico detalhado de todas as extremidades, com imobilização de fraturas e solicitação de radiografias de rotina. (alternativa D) (CORRETA) Verificação da amplitude respiratória e ausculta pulmonar, com intervenção imediata em caso de pneumotórax hipertensivo com toracocentese de alívio. Resposta comentada: Gabarito: Verificação da amplitude respiratória e ausculta pulmonar, com intervenção imediata em caso de pneumotórax hipertensivo com toracocentese de alívio. Resposta Comentada: “Avaliação da pupila e função motora dos membros inferiores, com realização imediata de tomografia de crânio.” — Incorreta. Essa conduta faz parte do exame neurológico do exame secundário, não do primário, e a tomografia só é realizada após estabilização clínica. “Verificação da amplitude respiratória e ausculta pulmonar, com intervenção imediata em caso de pneumotórax hipertensivo com toracocentese de alívio.” — Correta. Esta é uma etapa do "B" (Breathing) do exame primário do ATLS, com conduta imediata diante de uma condição potencialmente fatal. O pneumotórax hipertensivo é tratado com punção descompressiva seguida de drenagem torácica. “Exame físico detalhado de todas as extremidades, com imobilização de fraturas e solicitação de radiografias de rotina.” — Incorreta. Essa conduta pertence ao exame secundário, que é realizado após estabilização inicial e avaliação das funções vitais. “Lavagem gástrica precoce para todos os pacientes com trauma abdominal fechado, independentemente da estabilidade hemodinâmica.” — Incorreta. Lavagem gástrica não é indicada rotineiramente em trauma, e o tratamento do trauma abdominal depende da avaliação clínica e hemodinâmica, geralmente com FAST ou tomografia. Referência: AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS. Advanced Trauma Life Support (ATLS®): Student Course Manual. 10. ed. Chicago: ACS, 2018. 28ª QUESTÃO 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 43 de 48 Enunciado: (AFYA Palmas) Homem de 38 anos, vítima de incêndio residencial, chega ao pronto-socorro com queimaduras de terceiro grau em 35% da superfície corporal total (SCT), atingindo tronco anterior, ambos os membros inferiores e parte do rosto. Foi admitido 3 horas após o acidente, apresentando sinais de choque hipovolêmico e lesões profundas com risco de infecção. Após estabilização inicial, é transferido para unidade de queimados, onde evolui com dor intensa em membros inferiores, parestesia distal nas pernas e diminuição da perfusão nas extremidades. A pressão intra-compartimental nas panturrilhas é de 40 mmHg. Com base no quadro clínico e no valor da pressão compartimental, qual é a conduta mais apropriada neste momento? Alternativas: (alternativa A) A elevação da pressão intra-compartimental é comum nas primeiras 24 horas e deve ser tratada com analgesia, hidratação e reavaliação clínica periódica antes de qualquer cirurgia. (alternativa B) (CORRETA) O diagnóstico de síndrome compartimental deve ser considerado e está indicada a fasciotomia imediata, com o objetivo de evitar isquemia e necrose muscular progressiva. (alternativa C) A prioridade inicial é controlar o risco infeccioso e manter a estabilidade hemodinâmica, postergando qualquer intervenção muscular até o terceiro dia de evolução. (alternativa D) A fasciotomia só está indicada se houver sinais clínicos de necrose muscular, que ainda não foram identificados neste caso, sendo adequada a observação com suporte clínico. 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 44 de 48 Resposta comentada: Correta. O diagnóstico de síndrome compartimental deve ser considerado e está indicada a fasciotomia imediata, com o objetivo de evitar isquemia e necrose muscular progressiva. A síndrome compartimental é uma emergência cirúrgica. A pressão de 40 mmHg associada à dor intensa, parestesia e hipoperfusão distal confirma o diagnóstico. A fasciotomia imediata está indicada para evitar necrose muscular, dano nervoso e perda funcional. Errada. A elevação da pressão intra-compartimental é comum nas primeiras 24 horas e deve ser tratada com analgesia, hidratação e reavaliação clínica periódica antes de qualquer cirurgia. Embora a elevação da pressão compartimental possa ocorrer em queimaduras, valores acima de 30 mmHg com sintomas clínicos não devem ser tratados conservadoramente. Atrasar a intervenção cirúrgica pode resultar em lesão irreversível.Errada. A fasciotomia só está indicada se houver sinais clínicos de necrose muscular, que ainda não foram identificados neste caso, sendo adequada a observação com suporte clínico. A necrose muscular é uma complicação tardia. A fasciotomia deve ser feita antes que ela ocorra, com base em sinais clínicos precoces e pressão elevada, como no caso apresentado. Errada. A prioridade inicial é controlar o risco infeccioso e manter a estabilidade hemodinâmica, postergando qualquer intervenção muscular até o terceiro dia de evolução. A síndrome compartimental é uma urgência absoluta e não deve ser postergada para após a estabilização hemodinâmica tardia. O risco de dano permanente é elevado se o tratamento for adiado. Referências: AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS. Advanced Trauma Life Support – ATLS: Student Course Manual. 10. ed. Chicago: ACS, 2018. MATHES, S.J. ; NAHABEDIAN, M.Y. Surgical Treatment of Burns and Wounds. In: Plastic Surgery. 3rd ed. Elsevier, 2013. 29ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um paciente com diabetes mellitus tipo 2 descompensado procura o serviço de emergência apresentando ferida crônica em região plantar, com bordas espessadas, base com exsudato purulento e tecido necrótico focal. O exame físico mostra ausência de sinais sistêmicos de infecção. Considerando os princípios fisiológicos da cicatrização, as comorbidades do paciente e a abordagem baseada em evidências, qual das estratégias terapêuticas a seguir é mais apropriada para promover a cicatrização dessa lesão? 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 45 de 48 Alternativas: (alternativa A) Cobertura com gaze seca e uso empírico de antibióticos por via oral, mantendo a ferida ocluída até o desaparecimento completo do exsudato. (alternativa B) Aplicação diária de solução iodada em alta concentração, exposição contínua ao ar para secagem e evitar manipulação da ferida. (alternativa C) Imersão da ferida em solução salina hipertônica e interrupção do uso de qualquer cobertura até que ocorra cicatrização espontânea. (alternativa D) (CORRETA) Desbridamento do tecido necrótico, controle glicêmico rigoroso, curativo com ambiente úmido e reavaliação periódica da ferida. 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 46 de 48 Resposta comentada: Gabarito: Desbridamento do tecido necrótico, controle glicêmico rigoroso, curativo com ambiente úmido e reavaliação periódica da ferida. Resposta Comentada: “Cobertura com gaze seca e uso empírico de antibióticos por via oral, mantendo a ferida ocluída até o desaparecimento completo do exsudato.” — Incorreta. A gaze seca não promove um ambiente ideal para cicatrização, e o uso empírico de antibióticos sem sinais sistêmicos de infecção não é indicado de forma rotineira. O exsudato deve ser manejado, e não evitado a qualquer custo. “Desbridamento do tecido necrótico, controle glicêmico rigoroso, curativo com ambiente úmido e reavaliação periódica da ferida.” — Correta. Essa estratégia reúne os elementos fundamentais para cicatrização de feridas crônicas em pacientes diabéticos: remoção de tecido desvitalizado, controle metabólico, uso de curativos modernos que mantêm a umidade ideal e acompanhamento clínico regular. “Aplicação diária de solução iodada em alta concentração, exposição contínua ao ar para secagem e evitar manipulação da ferida.” — Incorreta. Soluções iodadas em alta concentração são citotóxicas, e a exposição ao ar seco retarda a cicatrização. Manipulação cuidadosa e ambiente úmido são princípios da moderna abordagem de feridas. “Imersão da ferida em solução salina hipertônica e interrupção do uso de qualquer cobertura até que ocorra cicatrização espontânea.” — Incorreta. A cicatrização espontânea em feridas crônicas não é eficiente sem intervenções locais adequadas. A salina hipertônica pode ser útil em casos selecionados para desbridamento osmótico, mas não substitui curativo apropriado e desbridamento eficaz. Referências: SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES (SBD). Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2023-2024. São Paulo: Clannad, 2023. INTERNATIONAL WORKING GROUP ON THE DIABETIC FOOT (IWGDF). IWGDF Guidelines on the prevention and management of diabetic foot disease. The Hague: IWGDF, 2023. FERREIRA, L. M.; et al. Bases fisiológicas e clínicas da cicatrização. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, v. 43, n. 3, p. 174–179, 2016. 30ª QUESTÃO Enunciado: (AFYA Palmas) Um paciente politraumatizado é admitido no pronto-socorro e a equipe médica inicia o atendimento seguindo o protocolo do Advanced Trauma Life Support (ATLS). Após a abordagem primária (vias aéreas, respiração e circulação), identifica-se quadro de choque hemorrágico, com hipotensão persistente mesmo após infusão inicial de 1.000 mL de cristaloide isotônico aquecido. O paciente não apresenta traumatismo cranioencefálico (TCE) grave associado. Qual deve ser a conduta imediata mais apropriada neste cenário? 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 47 de 48 Alternativas: (alternativa A) Continuar com a infusão de cristaloides até a melhora da instabilidade hemodinâmica e manter o paciente aquecido. (alternativa B) Iniciar infusão de vasopressores como noradrenalina de forma imediata, visando manter a pressão arterial enquanto aguarda exames complementares. (alternativa C) Realizar tomografia computadorizada de corpo inteiro para localização do sangramento e avaliar, após os resultados, a necessidade de intervenção cirúrgica. (alternativa D) (CORRETA) Iniciar transfusão de hemoderivados, avaliar inclusão em protocolo de transfusão maciça e manter hipotensão permissiva até o controle do sangramento. Resposta comentada: Justificativas: Errada. Continuar com a infusão de cristaloides até a melhora da instabilidade hemodinâmica e manter o paciente aquecido. A infusão de grandes volumes de cristaloide pode agravar a coagulopatia do trauma e piorar a evolução clínica. Se não houver resposta à reposição inicial, deve-se prosseguir com transfusão de sangue e hemoderivados. Errada. Realizar tomografia computadorizada de corpo inteiro para localização do sangramento e avaliar, após os resultados, a necessidade de intervenção cirúrgica. A realização de tomografia em pacientes instáveis não é indicada. O ATLS recomenda que pacientes instáveis com suspeita de sangramento sejam avaliados com FAST ou levados à cirurgia, sem atrasos para exames de imagem. Correta. Iniciar transfusão de hemoderivados, avaliar inclusão em protocolo de transfusão maciça e manter hipotensão permissiva até o controle do sangramento. A transfusão precoce de hemoderivados e o uso do protocolo de transfusão maciça são indicados em pacientes que não respondem à reposição inicial. A hipotensão permissiva é uma estratégia apropriada, desde que o paciente não tenha TCE grave associado. Errada. Iniciar infusão de vasopressores como noradrenalina de forma imediata, visando manter a pressão arterial enquanto aguarda exames complementares. Vasopressores não devem ser utilizados como primeira escolha no choque hemorrágico. A prioridade é restaurar o volume intravascular com cristaloides iniciais e, se necessário, transfusão de hemoderivados. Referência: AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS. Advanced Trauma Life Support – ATLS: Student Course Manual. 10. ed. Chicago: American College of Surgeons, 2018. 000161.050012.d040f4.5dc9f8.339b60.1748dd.055062.c41e8 Pgina 48 de 48 AFYA CURSO DE MEDICINA - AFYA NOTA FINAL Aluno: Componente Curricular: Estágio em Atenção Ambulatorial e Hospitalar em Clínica Cirúrgica Professor (es): Período: 202501 Turma: Data: 11/06/2025 N2 INTERNATO - MEDICINA - CC - 2025.1 - ROT 3 - 11/JUNHO RELATÓRIO DE DEVOLUTIVA DE PROVA PROVA 16105 - CADERNO 003 1ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um homem de 68 anos, hipertenso, tabagista e com histórico de claudicação intermitente, é atendido no pronto-socorro com dor súbita intensa em membro inferior direito, associada a frialdade, palidez e ausência de pulsos distais. Ao exame físico,apresenta extremidade fria, sensibilidade diminuída e mobilidade limitada. Considerando o quadro clínico, o histórico do paciente e os princípios da abordagem vascular em urgência, qual das condutas abaixo representa corretamente o plano terapêutico inicial e as estratégias para prevenção de complicações? Alternativas: (alternativa A) Administrar analgésicos e observar em ambiente ambulatorial por 48 horas, considerando que a claudicação intermitente é característica da DAOP e tende à autolimitação. (alternativa B) Prescrever vasodilatadores orais e repouso com pernas elevadas para facilitar a circulação colateral, adiando condutas invasivas por pelo menos uma semana. (alternativa C) Solicitar radiografia de membros inferiores e iniciar antibioticoterapia profilática, pois o quadro sugere erisipela com obstrução linfática associada. (alternativa D) (CORRETA) Iniciar anticoagulação com heparina, realizar avaliação clínica urgente da viabilidade do membro e, se necessário, encaminhar para embolectomia ou revascularização cirúrgica. 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 1 de 48 Resposta comentada: Gabarito: Iniciar anticoagulação com heparina, realizar avaliação clínica urgente da viabilidade do membro e, se necessário, encaminhar para embolectomia ou revascularização cirúrgica. Resposta Comentada: “Solicitar radiografia de membros inferiores e iniciar antibioticoterapia profilática, pois o quadro sugere erisipela com obstrução linfática associada.” — Incorreta. O quadro descrito é característico de obstrução arterial aguda e não de infecção de partes moles. Radiografia não tem papel na abordagem inicial de isquemia aguda arterial. “Iniciar anticoagulação com heparina, realizar avaliação clínica urgente da viabilidade do membro e, se necessário, encaminhar para embolectomia ou revascularização cirúrgica.” — Correta. O tratamento da obstrução arterial aguda começa com anticoagulação sistêmica imediata (heparina não fracionada), avaliação da viabilidade tecidual e indicação cirúrgica ou endovascular precoce se necessário. “Administrar analgésicos e observar em ambiente ambulatorial por 48 horas, considerando que a claudicação intermitente é característica da DAOP e tende à autolimitação.” — Incorreta. Claudicação intermitente é crônica e progressiva, enquanto este quadro agudo, com dor súbita e ausência de pulso, exige abordagem imediata para evitar perda do membro. “Prescrever vasodilatadores orais e repouso com pernas elevadas para facilitar a circulação colateral, adiando condutas invasivas por pelo menos uma semana.” — Incorreta. Em isquemia arterial aguda, o tempo é essencial. Elevar o membro pode agravar a hipoperfusão, e vasodilatadores orais não são eficazes nesse contexto. Referências: SOCIEDADE BRASILEIRA DE ANGIOLOGIA E DE CIRURGIA VASCULAR (SBACV). Diretrizes de tratamento da isquemia aguda de membros. São Paulo: SBACV, 2022. RUTHERFORD, R. B. Vascular surgery. 8. ed. Philadelphia: Elsevier, 2019. BRUNNER, L. S. ; SUDDARTH, D. S. Tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 14. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2018. UPTODATE. Acute limb ischemia: clinical features and diagnosis. Wolters Kluwer, 2024. Disponível em: https://www.uptodate.com. Acesso em: 22 maio 2025. 2ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um paciente em estado crítico é submetido à inserção de cateter venoso central pela veia jugular interna direita, guiado por ultrassonografia. Após o procedimento, é realizada uma radiografia de tórax para verificar a localização do cateter e descartar complicações. A imagem revela a ponta do cateter posicionada no átrio direito, sem desvio lateral ou pneumotórax. Com base nos critérios de posicionamento adequado do cateter venoso central e na interpretação de exames, qual das alternativas abaixo está correta? 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 2 de 48 Alternativas: (alternativa A) O posicionamento da ponta do cateter tem que ser confirmado com a ultrassonografia, por ser o exame preferencial para definir a localização exata. (alternativa B) O cateter deve ser imediatamente retirado, pois sua ponta nunca pode ultrapassar a veia cava superior, sendo contraindicado o posicionamento próximo ao átrio direito. (alternativa C) A ponta do cateter deve sempre permanecer acima da clavícula na radiografia, pois essa posição evita risco de tamponamento cardíaco. (alternativa D) (CORRETA) A localização da ponta do cateter no átrio direito é aceitável em pacientes sob monitoramento intensivo, desde que não haja complicações clínicas ou sinais de arritmia. 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 3 de 48 Resposta comentada: Gabarito: A localização da ponta do cateter no átrio direito é aceitável em pacientes sob monitoramento intensivo, desde que não haja complicações clínicas ou sinais de arritmia. Resposta Comentada: “O cateter deve ser imediatamente retirado, pois sua ponta nunca pode ultrapassar a veia cava superior, sendo contraindicado o posicionamento próximo ao átrio direito.” — Incorreta. Embora o ideal seja manter a ponta no terço inferior da veia cava superior, em situações específicas como monitorização hemodinâmica intensiva, a ponta pode se posicionar no átrio direito, desde que haja vigilância para complicações, como arritmias. “A localização da ponta do cateter no átrio direito é aceitável em pacientes sob monitoramento intensivo, desde que não haja complicações clínicas ou sinais de arritmia.” — Correta. Esse posicionamento pode ser clinicamente aceitável, principalmente quando se busca medições precisas de pressão venosa central ou uso de dispositivos com múltiplos lúmens. Monitoramento eletrocardiográfico contínuo é essencial nesses casos. “A ponta do cateter deve sempre permanecer acima da clavícula na radiografia, pois essa posição evita risco de tamponamento cardíaco.” — Incorreta. A localização acima da clavícula indica mau posicionamento do cateter, possivelmente na veia jugular externa ou subclávia proximal, o que não é funcional para infusões de alta osmolaridade ou monitorização hemodinâmica. “O posicionamento da ponta do cateter tem que ser confirmado com a ultrassonografia por ser o exame preferencial para definir a localização exata. — Incorreta. A ultrassonografia é útil para guiar a punção e avaliar pneumotórax, mas não substitui completamente a radiografia, especialmente para confirmar a posição da ponta do cateter, que deve ser avaliada por imagem torácica. Referências: ASSOCIAÇÃO DE MEDICINA INTENSIVA BRASILEIRA. Diretrizes para inserção e manutenção de cateter venoso central em pacientes críticos. São Paulo: AMIB, 2017. MARINO, Paul. Manual de terapia intensiva. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2020. 3ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um homem de 28 anos é admitido na emergência após colisão automobilística, apresentando taquicardia, hipotensão e rebaixamento do nível de consciência. Apresenta ainda fratura em extremidades, possivelmente fêmur. A equipe médica suspeita de lesão abdominal . Considerando a avaliação inicial e os exames complementares no contexto do trauma abdominal, qual das seguintes estratégias diagnósticas é a mais adequada para rápida triagem e tomada de decisão inicial? 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 4 de 48 Alternativas: (alternativa A) Iniciar com dosagem de amilase e função hepática, pois alterações precoces nesses exames confirmam lesões viscerais e definem a necessidade de cirurgia. (alternativa B) Solicitar radiografia simples de abdome e pelve, além do membro inferior, seguida de exame laboratorial completo antes de qualquer outra medida. (alternativa C) Solicitar tomografia computadorizada de abdome com contraste venoso em todos os casos, independentemente da estabilidade hemodinâmica. (alternativa D) (CORRETA) Realizar ultrassonografia FAST (Focused Assessment with Sonography for Trauma) no leito, priorizando a identificação de líquido livre intra-abdominal. 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09Pgina 5 de 48 Resposta comentada: “Solicitar tomografia computadorizada de abdome com contraste venoso em todos os casos, independentemente da estabilidade hemodinâmica.” — Incorreta. A TC é útil em pacientes hemodinamicamente estáveis. No caso de instabilidade, como o do paciente do enunciado, não se deve atrasar o diagnóstico com exames que exigem transporte e estabilidade clínica. “Solicitar radiografia simples de abdome, pelve e fêmur, seguida de exame laboratorial completo antes de qualquer outra medida.” — Incorreta. Embora úteis em casos selecionados (ex. fratura de pelve), radiografias simples não são sensíveis para detecção de lesões intra-abdominais graves, e exames laboratoriais isoladamente não são diagnósticos nem resolutivos em situações de urgência. “Realizar ultrassonografia FAST (Focused Assessment with Sonography for Trauma) no leito, priorizando a identificação de líquido livre intra-abdominal.” — Correta. O exame FAST é um método rápido, sensível e não invasivo, ideal para triagem de hemoperitônio em pacientes instáveis, permitindo decisões imediatas, como laparotomia de urgência. “Iniciar com dosagem de amilase e função hepática, pois alterações precoces nesses exames confirmam lesões viscerais e definem a necessidade de cirurgia.” — Incorreta. Embora úteis em avaliação complementar, esses exames não são suficientemente sensíveis ou específicos, nem devem ser priorizados na abordagem imediata de trauma abdominal com instabilidade. Referência: MORETTI, Miguel Antônio; BAPTISTA FILHO, Mario Lúcio Alves (ed.). Manual de cuidados perioperatórios. São Paulo: Manole, 2014. 1 recurso online. ISBN 9788520451663. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520451663/. Acesso em: 19 set. 2017. PATERSON-BROWN, Simon. Tópicos Essenciais em Cirurgia Geral e de Emergência. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788595156517. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595156517/. Acesso em: 28 maio 2024. RIBEIRO JUNIOR, Marcelo A. F. Fundamentos em cirurgia do trauma. Rio de Janeiro: Roca, 2016. 1 recurso online. ISBN 9788527730587. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730587/. Acesso em: 19 set. 2017. 4ª QUESTÃO Enunciado: (AFYA Palmas) Um paciente de 45 anos, previamente saudável, sofreu um ferimento cortante na região anterior da perna, há cerca de 10 dias, com profundidade moderada e sem comprometimento muscular. A ferida foi inicialmente limpa com soro fisiológico e suturada no pronto-socorro, mas agora o paciente retorna queixando-se de dor, exsudato amarelado e bordas eritematosas. Ao exame, percebe-se tensão na sutura, sinais locais de infecção e ausência de sinais sistêmicos. Considerando os principais fatores técnicos que favorecem uma boa cicatrização e as estratégias eficazes no cuidado de feridas, qual é a conduta mais adequada neste caso? 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 6 de 48 Alternativas: (alternativa A) Manter a sutura, intensificar curativos secos e aguardar evolução, evitando manipulações para não interferir na cicatrização. (alternativa B) Deixar a ferida exposta ao ar, interromper curativos e indicar repouso absoluto para acelerar a cicatrização espontânea. (alternativa C) Reforçar a sutura com pontos adicionais, utilizar solução antisséptica alcoólica e aplicar pomada antibiótica tópica. (alternativa D) (CORRETA) Retirar parte dos pontos, aliviar a tensão, realizar desbridamento e instituir curativos úmidos, além de reavaliar a necessidade de antibioticoterapia. 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 7 de 48 Resposta comentada: Correta: Retirar parte dos pontos, aliviar a tensão, realizar desbridamento e instituir curativos úmidos, além de reavaliar a necessidade de antibioticoterapia. A presença de tensão na sutura é um fator técnico negativo, que compromete a perfusão local e favorece complicações como deiscência e infecção. A conduta adequada inclui: Alívio da tensão (retirada de pontos). Desbridamento de tecido desvitalizado. Implementação de curativos úmidos, que mantêm o equilíbrio hídrico ideal para a cicatrização. Avaliação criteriosa da necessidade de antibioticoterapia sistêmica, conforme a gravidade da infecção. Essa estratégia técnica melhora a perfusão, reduz infecção e promove ambiente propício à cicatrização. Justificativa das incorretas: Deixar a ferida exposta ao ar, interromper curativos e indicar repouso absoluto para acelerar a cicatrização espontânea. Deixar a ferida exposta ao ar prejudica o equilíbrio da umidade, favorece a desidratação tecidual e formação de crostas, que retardam a cicatrização. Além disso, a ausência de curativos impede o controle adequado do exsudato e da infecção local. O repouso absoluto não corrige os fatores mecânicos prejudiciais. Reforçar a sutura com pontos adicionais, utilizar solução antisséptica alcoólica e aplicar pomada antibiótica tópica. Reforçar a sutura aumenta ainda mais a tensão tecidual, comprometendo a vascularização e agravando o risco de deiscência e infecção. O uso de antissépticos alcoólicos pode ser citotóxico, prejudicando as células envolvidas na reparação tecidual. Pomadas antibióticas tópicas não são suficientes para manejar infecção com sinais clínicos. Manter a sutura, intensificar curativos secos e aguardar evolução, evitando manipulações para não interferir na cicatrização. Manter a sutura sob tensão e realizar curativos secos favorece a desidratação e aderência do curativo ao leito da ferida, prejudicando a cicatrização e aumentando o risco de dor e trauma na troca. A estratégia passiva de "aguardar" não resolve os fatores técnicos prejudiciais identificados. Referência: DOHERTY, Gerard M. CURRENT Cirurgia. [Digite o Local da Editora]: Grupo A, 2017. E-book. ISBN 9788580556018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580556018/. Acesso em: 28 maio 2024. 5ª QUESTÃO 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 8 de 48 Enunciado: (FMIT) Paciente de 68 anos, sexo masculino, tabagista, com histórico de hipertensão arterial e diabetes mellitus tipo 2, apresenta queixa de dor do tipo cãibra em panturrilha direita ao deambular dois quarteirões da sua casa até a padaria, melhorando após breve repouso. Durante a investigação diagnóstica, é identificado, por meio de EcoDoppler, um aneurisma de aorta abdominal infrarrenal com 5,0 cm de diâmetro. Considerando a necessidade de aplicar um plano terapêutico para esse paciente, qual das seguintes condutas é a mais adequada no manejo imediato? Alternativas: (alternativa A) Programar correção endovascular do aneurisma de aorta abdominal com urgência, não havendo tempo para preparo pré-operatório. (alternativa B) Indicar repouso relativo, evitar caminhadas longas e aguardar avaliação cirúrgica, pois a claudicação pode indicar risco iminente de ruptura do aneurisma. (alternativa C) Iniciar terapia antitrombótica com rivaroxabana e agendar angioplastia para a claudicação intermitente em caráter eletivo sem muita urgência. (alternativa D) (CORRETA) Orientar a cessação do tabagismo, controle rigoroso da pressão arterial e do diabetes, e acompanhamento regular com ultrassonografia para monitorar o aneurisma. Resposta comentada: O manejo de pacientes masculinos com aneurisma de aorta abdominal (AAA) menor que 5,5 cm assintomático e doença arterial periférica (DAP) envolve medidas conservadoras para prevenir complicações. A cessação do tabagismo, o controle da pressão arterial e da glicemia são fundamentais para reduzir o risco de progressão do aneurisma e eventos cardiovasculares. Resposta correta. Para AAAcom repouso. Referências: Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV). Diretrizes para o Tratamento do Aneurisma de Aorta Abdominal e Doença Arterial Periférica. 2021. Hirsch, A. T., et al. "ACC/AHA Guidelines for the Management of Patients with Peripheral Arterial Disease." Journal of the American College of Cardiology, 2016. 6ª QUESTÃO 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 9 de 48 Enunciado: (AFYA Palmas) Uma mulher de 55 anos, previamente saudável, procura atendimento médico com queixa de dor no quadril direito e massa progressiva na região inguinal, que aumenta ao ficar em pé e diminui ao deitar-se. No exame físico, observa-se uma protuberância abaixo do ligamento inguinal, dolorosa à palpação, com redução difícil, porém possível. Não há sinais de encarceramento, estrangulamento ou obstrução intestinal. Qual das condutas abaixo representa a abordagem inicial mais apropriada, considerando o risco associado a esse tipo de hérnia? Alternativas: (alternativa A) Orientar perda ponderal e o uso de faixa para contenção da hérnia, postergando a cirurgia até redução de peso e melhora dos sintomas. (alternativa B) Realizar redução manual em ambiente ambulatorial e manter a paciente em observação clínica, com retorno se houver sinais de agravamento. (alternativa C) Solicitar ressonância magnética da pelve para avaliar melhor a extensão da lesão e confirmar a hipótese de hérnia inguinal antes de indicar cirurgia. (alternativa D) (CORRETA) Indicar correção cirúrgica programada, considerando o risco elevado de encarceramento e a localização anatômica desfavorável da hérnia femoral. 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 10 de 48 Resposta comentada: Justificativas: Correta. Indicar correção cirúrgica programada, considerando o risco elevado de encarceramento e a localização anatômica desfavorável da hérnia femoral. A hérnia femoral apresenta um risco elevado de encarceramento e estrangulamento, mesmo quando ainda reduzível. O tratamento padrão é a correção cirúrgica programada. Não há necessidade de cirurgia em caráter de urgência na ausência de sinais de complicação, mas também não se recomenda conduta expectante. Errada. Orientar perda ponderal e o uso de faixa para contenção da hérnia, postergando a cirurgia até redução de peso e melhora dos sintomas. A hérnia femoral não deve ser tratada de forma conservadora devido ao risco elevado de complicações. Perda de peso e uso de faixa são medidas que podem ser sugeridas em alguns casos de hérnias inguinais assintomáticas, mas são inadequadas e insuficientes aqui. A conduta correta é a correção cirúrgica. O consenso internacional e as principais diretrizes orientam que toda hérnia femoral deve ser reparada cirurgicamente assim que diagnosticada, mesmo na ausência de sintomas. A perda ponderal pode reduzir o risco cirúrgico em outros contextos, mas não altera a necessidade de reparação da hérnia femoral. O uso de faixa pode mascarar sintomas, sem prevenir complicações, podendo até atrasar o diagnóstico de um estrangulamento iminente. Errada. Solicitar ressonância magnética da pelve para avaliar melhor a extensão da lesão e confirmar a hipótese de hérnia inguinal antes de indicar cirurgia. O exame físico já é suficiente para diagnóstico: massa abaixo do ligamento inguinal, dolorosa, no triângulo femoral. Além disso, trata-se de hérnia femoral, não inguinal. A ressonância magnética raramente é necessária para o diagnóstico de hérnias. O tratamento não depende de maior avaliação de extensão, mas sim do risco elevado de complicação. Errada. Realizar redução manual em ambiente ambulatorial e manter a paciente em observação clínica, com retorno se houver sinais de agravamento. Embora a hérnia seja reduzível, o risco de encarceramento é elevado. A estratégia de "reduzir e observar" não é segura para hérnias femorais. O tratamento recomendado é a correção cirúrgica programada, independentemente da ausência de sinais agudos. Referências: ZURCHER, R. M. ; MELLO, A. L. C. Tratado de Clínica Cirúrgica – Hérnias Abdominais. Rio de Janeiro: Atheneu, 2019. AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS. Current Diagnosis and Treatment: Surgery. 15. ed. McGraw-Hill, 2020. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIRURGIA – SBC. Diretrizes clínicas para o manejo das hérnias inguinais e femorais em adultos. Acesso em: 2023. 7ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Durante um procedimento de redução e fixação de fratura de rádio distal em ambiente de emergência, o anestesiologista opta por realizar um bloqueio do plexo braquial para analgesia adequada do membro superior. Considerando a anatomia e as técnicas de anestesia periférica, qual das alternativas abaixo corresponde corretamente ao bloqueio mais indicado para esse procedimento e sua justificativa anatômica? 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 11 de 48 Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Bloqueio supraclavicular do plexo braquial, por promover anestesia completa do membro superior desde o ombro até a mão, especialmente eficaz para cirurgias distais. (alternativa B) Bloqueio do nervo femoral, já que sua abrangência cobre a região do punho e facilita a imobilização do membro superior. (alternativa C) Bloqueio interescalênico, por sua eficácia na anestesia do plexo lombossacral e analgesia da extremidade distal do membro inferior. (alternativa D) Bloqueio do nervo ulnar na altura do punho, pois ele supre toda a inervação sensitiva do antebraço e da mão. Resposta comentada: “Bloqueio do nervo ulnar na altura do punho, pois ele supre toda a inervação sensitiva do antebraço e da mão.” — Incorreta. O bloqueio do nervo ulnar no punho não abrange toda a inervação do antebraço nem da mão; sua ação é limitada ao território específico do nervo, principalmente o lado medial da mão. “Bloqueio interescalênico, por sua eficácia na anestesia do plexo lombossacral e analgesia da extremidade distal do membro inferior.” — Incorreta. O bloqueio interescalênico é um bloqueio do plexo braquial, indicado para ombro e terço proximal do braço, e não tem efeito sobre o plexo lombossacral ou membros inferiores. “Bloqueio supraclavicular do plexo braquial, por promover anestesia completa do membro superior desde o ombro até a mão, especialmente eficaz para cirurgias distais.” — Correta. O bloqueio supraclavicular é considerado o bloqueio do plexo braquial mais eficaz para procedimentos distais do membro superior, como punho e mão, pois atinge os três troncos do plexo braquial com alto grau de previsibilidade e abrangência. “Bloqueio do nervo femoral, já que sua abrangência cobre a região do punho e facilita a imobilização do membro superior.” — Incorreta. O nervo femoral pertence ao plexo lombar, responsável pela inervação do membro inferior anterior, sem qualquer função no membro superior. Referência: SAVASSI-ROCHA, Paulo R.; SANCHES, Soraya Rodrigues de A.; SAVASSI-ROCHA, Alexandre L. Cirurgia de ambulatório. [Digite o Local da Editora]: MedBook Editora, 2013. E-book. ISBN 9786557830215. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786557830215/. Acesso em: 28 maio 2024. 8ª QUESTÃO 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 12 de 48 Enunciado: (Banco AFYA) Durante atendimento emergencial, um paciente com trauma craniofacial grave é submetido a cricotireoidostomia por impossibilidade de intubação orotraqueal. Após estabilização, evolui com crepitação subcutânea cervical progressiva, estridor e dificuldade ventilatória. A equipe considera revisão do acesso cirúrgico e suspeita de complicação relacionada à via aérea. Dentre os possíveis eventos adversos associados ao ato realizado, qual das alternativas apresenta corretamente a complicação provável e a conduta adequada? Alternativas: (alternativa A) Obstrução por coágulo ou deslocamento de cânula, devendo-se proceder à retirada, ventilação com máscara e nova cricotireoidostomia no mesmo local. (alternativa B) Lesão de nervo laríngeo recorrente,devendo-se realizar traqueostomia imediata para substituição definitiva da via aérea. (alternativa C) (CORRETA) Enfisema subcutâneo por falsa via ou extravasamento de ar, exigindo remoção da cânula mal posicionada e nova abordagem com revisão da cricotireoidostomia. (alternativa D) Pneumotórax hipertensivo bilateral, sendo indicada drenagem torácica de urgência antes de qualquer outra intervenção. 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 13 de 48 Resposta comentada: “Lesão de nervo laríngeo recorrente, devendo-se realizar traqueostomia imediata para substituição definitiva da via aérea.” — Incorreta. Embora a lesão do nervo laríngeo recorrente possa ocorrer, não é a causa mais provável de enfisema subcutâneo ou estridor agudo. Além disso, sua manifestação costuma ser mais tardia e relacionada à disfonia. “Obstrução por coágulo ou deslocamento de cânula, devendo-se proceder à retirada, ventilação com máscara e nova cricotireoidotomia no mesmo local.” — Incorreta. A repetição da cricotireoidotomia no mesmo local pode agravar a lesão. Em caso de complicação, a abordagem alternativa, como traqueostomia, é preferível. “Enfisema subcutâneo por falsa via ou extravasamento de ar, exigindo remoção da cânula mal posicionada e nova abordagem por traqueostomia formal.” — Correta. O enfisema subcutâneo após cricotireoidotomia sugere má posição ou dissecção de falsa via, com escape de ar para tecidos moles. A conduta é suspender o uso da via ineficaz e estabelecer acesso definitivo e seguro por traqueostomia, preferencialmente em ambiente cirúrgico controlado. “Pneumotórax hipertensivo bilateral, sendo indicada drenagem torácica de urgência antes de qualquer outra intervenção.” — Incorreta. Embora pneumotórax possa causar sintomas respiratórios, o achado predominante de enfisema subcutâneo cervical após cricotireoidotomia sugere complicação local da via aérea, e não um pneumotórax primário. Referências: PATERSON-BROWN, Simon. Tópicos Essenciais em Cirurgia Geral e de Emergência: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788595156517. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595156517/. Acesso em: 28 maio 2024. RIBEIRO JUNIOR, Marcelo A. F. Fundamentos em cirurgia do trauma. Rio de Janeiro: Roca, 2016. 1 recurso online. ISBN 9788527730587. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730587/. Acesso em: 19 set. 2017. 9ª QUESTÃO Enunciado: (AFYA Palmas) Um paciente politraumatizado é admitido no pronto-socorro e a equipe médica inicia o atendimento seguindo o protocolo do Advanced Trauma Life Support (ATLS). Após a abordagem primária (vias aéreas, respiração e circulação), identifica-se quadro de choque hemorrágico, com hipotensão persistente mesmo após infusão inicial de 1.000 mL de cristaloide isotônico aquecido. O paciente não apresenta traumatismo cranioencefálico (TCE) grave associado. Qual deve ser a conduta imediata mais apropriada neste cenário? 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 14 de 48 Alternativas: (alternativa A) Iniciar infusão de vasopressores como noradrenalina de forma imediata, visando manter a pressão arterial enquanto aguarda exames complementares. (alternativa B) (CORRETA) Iniciar transfusão de hemoderivados, avaliar inclusão em protocolo de transfusão maciça e manter hipotensão permissiva até o controle do sangramento. (alternativa C) Realizar tomografia computadorizada de corpo inteiro para localização do sangramento e avaliar, após os resultados, a necessidade de intervenção cirúrgica. (alternativa D) Continuar com a infusão de cristaloides até a melhora da instabilidade hemodinâmica e manter o paciente aquecido. Resposta comentada: Justificativas: Errada. Continuar com a infusão de cristaloides até a melhora da instabilidade hemodinâmica e manter o paciente aquecido. A infusão de grandes volumes de cristaloide pode agravar a coagulopatia do trauma e piorar a evolução clínica. Se não houver resposta à reposição inicial, deve-se prosseguir com transfusão de sangue e hemoderivados. Errada. Realizar tomografia computadorizada de corpo inteiro para localização do sangramento e avaliar, após os resultados, a necessidade de intervenção cirúrgica. A realização de tomografia em pacientes instáveis não é indicada. O ATLS recomenda que pacientes instáveis com suspeita de sangramento sejam avaliados com FAST ou levados à cirurgia, sem atrasos para exames de imagem. Correta. Iniciar transfusão de hemoderivados, avaliar inclusão em protocolo de transfusão maciça e manter hipotensão permissiva até o controle do sangramento. A transfusão precoce de hemoderivados e o uso do protocolo de transfusão maciça são indicados em pacientes que não respondem à reposição inicial. A hipotensão permissiva é uma estratégia apropriada, desde que o paciente não tenha TCE grave associado. Errada. Iniciar infusão de vasopressores como noradrenalina de forma imediata, visando manter a pressão arterial enquanto aguarda exames complementares. Vasopressores não devem ser utilizados como primeira escolha no choque hemorrágico. A prioridade é restaurar o volume intravascular com cristaloides iniciais e, se necessário, transfusão de hemoderivados. Referência: AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS. Advanced Trauma Life Support – ATLS: Student Course Manual. 10. ed. Chicago: American College of Surgeons, 2018. 10ª QUESTÃO 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 15 de 48 Enunciado: (Banco AFYA) Um paciente de 35 anos, vítima de colisão de alta energia, é admitido na sala de trauma apresentando rebaixamento do nível de consciência, hipotensão arterial (PA 80/40 mmHg), taquicardia (FC 130 bpm) e respiração superficial. No exame primário do protocolo ATLS, é detectado sangramento ativo na pelve e instabilidade hemodinâmica refratária à reposição volêmica inicial com cristaloides. O FAST é positivo para líquido livre em pelve e espaço hepatorrenal, e a radiografia pélvica mostra fratura instável. Qual das condutas a seguir representa a estratégia terapêutica mais adequada e prioritária segundo o protocolo ATLS para esse paciente? Alternativas: (alternativa A) Realizar tomografia computadorizada de abdome para avaliação da extensão do trauma abdominal antes de qualquer intervenção adicional. (alternativa B) Aplicação de manobras de compressão abdominal manual e monitoramento clínico até estabilização dos sinais vitais. (alternativa C) (CORRETA) Estabilização da pelve com cinta pélvica, acesso venoso calibroso com reposição volêmica guiada por metas, e encaminhamento imediato ao centro cirúrgico para controle de hemorragia. (alternativa D) Administração empírica de drogas vasopressoras para manutenção da perfusão cerebral, postergando a abordagem cirúrgica até reversão do choque. 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 16 de 48 Resposta comentada: Gabarito: Estabilização da pelve com cinta pélvica, acesso venoso calibroso com reposição volêmica guiada por metas, e encaminhamento imediato ao centro cirúrgico para controle de hemorragia. Resposta Comentada: “Realizar tomografia computadorizada de abdome para avaliação da extensão do trauma abdominal antes de qualquer intervenção adicional.” — Incorreta. A TC não deve ser realizada em pacientes instáveis, conforme o protocolo do ATLS. O FAST positivo e a instabilidade indicam a necessidade de intervenção cirúrgica imediata. “Estabilização da pelve com cinta pélvica, acesso venoso calibroso com reposição volêmica guiada por metas, e encaminhamento imediato ao centro cirúrgico para controle de hemorragia.” — Correta. Esta conduta segue os princípios do controle de danos, com estabilização da fratura pélvica, reposição volêmica prudente (restrita e guiada) e cirurgia emergencial para hemostasia. “Aplicação de manobras de compressão abdominal manual e monitoramento clínico até estabilização dos sinais vitais.” — Incorreta. Manobras manuais não são efetivas na contenção de hemorragias internas. A conduta expectante nãoé indicada em pacientes com instabilidade hemodinâmica e FAST positivo. “Administração empírica de drogas vasopressoras para manutenção da perfusão cerebral, postergando a abordagem cirúrgica até reversão do choque.” — Incorreta. Vasopressores não devem ser usados como tratamento inicial do choque hemorrágico. O foco deve ser o controle da fonte do sangramento, ou seja, intervenção cirúrgica precoce. Referência: AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS. Advanced Trauma Life Support (ATLS®): Student Course Manual. 10. ed. Chicago: ACS, 2018. 11ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um paciente de 63 anos, obeso, com antecedentes de DPOC e tabagismo, procura o pronto-socorro com dor intensa e progressiva em região inguinal direita, associada a náuseas, distensão abdominal e ausência de eliminação de flatos e fezes nas últimas 24 horas. Ao exame físico, apresenta massa endurecida, irredutível, dolorosa à palpação e sem sinais de peritonite. Com base nesse quadro, qual é a conduta terapêutica mais adequada diante da complicação apresentada? 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 17 de 48 Alternativas: (alternativa A) Iniciar antibioticoterapia empírica, dieta zero e analgesia, aguardando melhora clínica para posterior indicação cirúrgica eletiva. (alternativa B) Realizar tentativa de redução manual com sedação e analgesia, seguida de alta hospitalar com agendamento ambulatorial de hernioplastia. (alternativa C) Solicitar tomografia abdominal para confirmação diagnóstica e indicar tratamento conservador com observação por 48 horas antes de qualquer intervenção. (alternativa D) (CORRETA) Indicar cirurgia de urgência para herniorrafia, com exploração do saco herniário e possível ressecção intestinal, mesmo na ausência de sinais sistêmicos graves. 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 18 de 48 Resposta comentada: Gabarito: Indicar cirurgia de urgência para herniorrafia, com exploração do saco herniário e possível ressecção intestinal, mesmo na ausência de sinais sistêmicos graves. Resposta Comentada: “Iniciar antibioticoterapia empírica, dieta zero e analgesia, aguardando melhora clínica para posterior indicação cirúrgica eletiva.” — Incorreta. Em casos de hérnia encarcerada com obstrução intestinal, o tratamento não é conservador, pois há risco iminente de estrangulamento e necrose intestinal, mesmo na ausência de peritonite. “Realizar tentativa de redução manual com sedação e analgesia, seguida de alta hospitalar com agendamento ambulatorial de hernioplastia.” — Incorreta. A manobra de tax (redução manual) está contraindicada em pacientes com quadro obstrutivo e dor progressiva, pois pode mascarar uma alça já isquêmica e levar à perfuração intra-abdominal. “Indicar cirurgia de urgência para herniorrafia, com exploração do saco herniário e possível ressecção intestinal, mesmo na ausência de sinais sistêmicos graves.” — Correta. O quadro é sugestivo de hérnia encarcerada com obstrução intestinal, que exige abordagem cirúrgica de urgência. A exploração do conteúdo herniado permite avaliar a viabilidade das alças e realizar ressecção se necessário, evitando complicações como necrose, perfuração e sepse. “Solicitar tomografia abdominal para confirmação diagnóstica e indicar tratamento conservador com observação por 48 horas antes de qualquer intervenção.” — Incorreta. A tomografia pode auxiliar na avaliação, mas não deve postergar a cirurgia em um quadro típico de encarceramento com obstrução. A observação clínica é contraindicada nesse contexto. Referências: SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIRURGIA GERAL (SBCG). Diretrizes para tratamento das hérnias de parede abdominal. São Paulo: SBCG, 2023. BAILEY, C. B. ; LOVE, W. F. Cirurgia geral. 27. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2022. MCCARTHY, M. A. et al. Management of incarcerated and strangulated hernias. Surgical Clinics of North America, v. 100, n. 1, p. 123-134, 2024. 12ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um lactente de 7 meses é levado ao pronto-socorro com histórico de episódios de choro intenso intermitente, palidez, vômitos e evacuação com muco e sangue. No exame físico, observa-se massa palpável no quadrante superior direito do abdome, sem sinais de irritação peritoneal. Considerando os principais diagnósticos diferenciais de abdome agudo em pediatria, qual das alternativas abaixo corresponde corretamente à hipótese diagnóstica mais provável, ao exame indicado e ao tratamento inicial recomendado? 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 19 de 48 Alternativas: (alternativa A) Má rotação intestinal; indicado o uso de enema opaco como primeiro exame e tratamento com suporte clínico e dieta leve. (alternativa B) (CORRETA) Intussuscepção intestinal; ultrassonografia como exame de escolha e tentativa de redução não cirúrgica com enema pneumático sob supervisão. (alternativa C) Vólvulo intestinal; confirmação diagnóstica com ultrassonografia e tratamento ambulatorial com medidas expectantes, já que a condição é autolimitada. (alternativa D) Invaginação intestinal; indicado o uso de tomografia computadorizada como primeira escolha e tratamento clínico com antibióticos e hidratação venosa. Resposta comentada: Gabarito: Intussuscepção intestinal; ultrassonografia com sinal do “alvo” como exame de escolha e tentativa de redução não cirúrgica com enema pneumático sob supervisão. Resposta Comentada: “Intussuscepção intestinal; indicado o uso de tomografia computadorizada como primeira escolha e tratamento clínico com antibióticos e hidratação venosa.” — Incorreta. A tomografia não é o exame de primeira linha em crianças devido à exposição à radiação. O tratamento não é clínico exclusivo, e sim reducional com enema, quando indicado. “Má rotação intestinal; indicado o uso de enema opaco como primeiro exame e tratamento com suporte clínico e dieta leve.” — Incorreta. A má rotação pode evoluir para vólvulo, quadro cirúrgico de emergência. O enema não é indicado; o exame mais apropriado é o trânsito intestinal com contraste oral ou sonda. “Intussuscepção intestinal; ultrassonografia com sinal do “alvo” como exame de escolha e tentativa de redução não cirúrgica com enema pneumático sob supervisão.” — Correta. O quadro clínico descrito é típico de intussuscepção intestinal, e o tratamento padrão, na ausência de sinais de perfuração, é a redução com enema sob controle radiológico. “Vólvulo intestinal; confirmação diagnóstica com ultrassonografia e tratamento ambulatorial com medidas expectantes, já que a condição é autolimitada.” — Incorreta. O vólvulo intestinal é uma emergência cirúrgica. A ultrassonografia pode ser usada como triagem, mas o exame principal é o trânsito intestinal contrastado. O tratamento é cirúrgico e imediato. Referências: Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Departamento de Cirurgia Pediátrica. Manual de orientação – Abordagem das urgências abdominais em pediatria. 2022. Behrman, Kliegman, Jenson. Nelson Tratado de Pediatria. 21. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2020. 13ª QUESTÃO 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 20 de 48 Enunciado: (AFYA Palmas) Homem de 38 anos, vítima de incêndio residencial, chega ao pronto-socorro com queimaduras de terceiro grau em 35% da superfície corporal total (SCT), atingindo tronco anterior, ambos os membros inferiores e parte do rosto. Foi admitido 3 horas após o acidente, apresentando sinais de choque hipovolêmico e lesões profundas com risco de infecção. Após estabilização inicial, é transferido para unidade de queimados, onde evolui com dor intensa em membros inferiores, parestesia distal nas pernas e diminuição da perfusão nas extremidades. A pressão intra-compartimental nas panturrilhas é de 40 mmHg. Com base no quadro clínico e no valor da pressão compartimental, qual é a conduta mais apropriada neste momento? Alternativas: (alternativa A) A fasciotomia só está indicada se houver sinais clínicos de necrose muscular, que ainda não foram identificados neste caso, sendo adequadaReferência: DOHERTY, Gerard M. CURRENT Cirurgia. [Digite o Local da Editora]: Grupo A, 2017. E-book. ISBN 9788580556018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580556018/. Acesso em: 28 maio 2024. 5ª QUESTÃO Enunciado: (UNIGRANRIO Barra) Paciente idoso, cardiopata com prótese metálica valvar, de 80 anos, obeso, no 8º dia de pós-operatório de fratura de fêmur, apresenta queixa de edema, dor à dorsiflexão do pé e empastamento da panturrilha esquerda. Embasado nesse quadro, qual das condutas a seguir está correta em relação ao manejo inicial e seguimento desse paciente? 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 7 de 47 Alternativas: (alternativa A) A terapia anticoagulante deve ser monitorada pelo INR, que deve permanecer abaixo de 1,2 durante toda a fase de tratamento com heparina não fracionada. (alternativa B) A duração máxima recomendada da anticoagulação para TVP associada a fator de risco transitório, como cirurgia, é de três meses. (alternativa C) (CORRETA) O tratamento com heparina não fracionada deve ser ajustado para manter o TTPa entre 60 e 80 segundos, com transição para anticoagulante oral (varfarina) visando INR entre 2,0 e 3,0. (alternativa D) Em pacientes idosos e obesos, é preferível evitar o uso de HBPM, iniciando-se diretamente a anticoagulação oral com varfarina. Resposta comentada: A terapia anticoagulante deve ser monitorada pelo INR, que deve permanecer abaixo de 1,2 durante toda a fase de tratamento com heparina não fracionada. Incorreta – O INR é usado para monitorar varfarina, e não a heparina. A heparina não fracionada é monitorada através do TTPa, enquanto a HBPM não exige monitoramento de rotina, exceto em casos especiais. Além disso, durante anticoagulação oral com varfarina, o INR alvo deve estar entre 2,0 e 3,0. INR abaixo de 1,2 é próximo ao normal, e não é indicativo de anticoagulação terapêutica. A duração máxima recomendada da anticoagulação para TVP associada a fator de risco transitório, como cirurgia, é de três meses. Incorreta – As principais diretrizes orientam que, para TVP provocada por fator de risco transitório (ex.: cirurgia ortopédica), a duração mínima recomendada da anticoagulação é de 3 meses. Não se define uma "duração máxima" rígida, pois pode ser prolongada conforme avaliação do risco de recorrência e sangramento. Em pacientes idosos e obesos, é preferível evitar o uso de HBPM, iniciando-se diretamente a anticoagulação oral com varfarina. Incorreta – A heparina de baixo peso molecular (HBPM), como enoxaparina, é uma opção segura e eficaz para tratamento inicial de TVP, mesmo em idosos e obesos. O que deve ser considerado é a função renal e, em casos de obesidade extrema, o ajuste da dose. A monoterapia inicial com varfarina não é recomendada, pois o início isolado pode provocar estado pró-trombótico. O tratamento com heparina não fracionada deve ser ajustado para manter o TTPa entre 60 e 80 segundos, com transição para anticoagulante oral visando INR entre 2,0 e 3,0. Correta – É objetivo do tratamento com heparina não fracionada manter o PTT em 60 e 80 segundos, seguido pela terapia com varfarina com INR de 2,5 a 3,0. Referência: Sabiston Textbook of Surgery: The Biological Basis of Modern Surgical Practice, 20ª edição. 6ª QUESTÃO 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 8 de 47 Enunciado: (Banco AFYA) Um paciente com diabetes mellitus tipo 2 descompensado procura o serviço de emergência apresentando ferida crônica em região plantar, com bordas espessadas, base com exsudato purulento e tecido necrótico focal. O exame físico mostra ausência de sinais sistêmicos de infecção. Considerando os princípios fisiológicos da cicatrização, as comorbidades do paciente e a abordagem baseada em evidências, qual das estratégias terapêuticas a seguir é mais apropriada para promover a cicatrização dessa lesão? Alternativas: (alternativa A) Cobertura com gaze seca e uso empírico de antibióticos por via oral, mantendo a ferida ocluída até o desaparecimento completo do exsudato. (alternativa B) (CORRETA) Desbridamento do tecido necrótico, controle glicêmico rigoroso, curativo com ambiente úmido e reavaliação periódica da ferida. (alternativa C) Imersão da ferida em solução salina hipertônica e interrupção do uso de qualquer cobertura até que ocorra cicatrização espontânea. (alternativa D) Aplicação diária de solução iodada em alta concentração, exposição contínua ao ar para secagem e evitar manipulação da ferida. 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 9 de 47 Resposta comentada: Gabarito: Desbridamento do tecido necrótico, controle glicêmico rigoroso, curativo com ambiente úmido e reavaliação periódica da ferida. Resposta Comentada: “Cobertura com gaze seca e uso empírico de antibióticos por via oral, mantendo a ferida ocluída até o desaparecimento completo do exsudato.” — Incorreta. A gaze seca não promove um ambiente ideal para cicatrização, e o uso empírico de antibióticos sem sinais sistêmicos de infecção não é indicado de forma rotineira. O exsudato deve ser manejado, e não evitado a qualquer custo. “Desbridamento do tecido necrótico, controle glicêmico rigoroso, curativo com ambiente úmido e reavaliação periódica da ferida.” — Correta. Essa estratégia reúne os elementos fundamentais para cicatrização de feridas crônicas em pacientes diabéticos: remoção de tecido desvitalizado, controle metabólico, uso de curativos modernos que mantêm a umidade ideal e acompanhamento clínico regular. “Aplicação diária de solução iodada em alta concentração, exposição contínua ao ar para secagem e evitar manipulação da ferida.” — Incorreta. Soluções iodadas em alta concentração são citotóxicas, e a exposição ao ar seco retarda a cicatrização. Manipulação cuidadosa e ambiente úmido são princípios da moderna abordagem de feridas. “Imersão da ferida em solução salina hipertônica e interrupção do uso de qualquer cobertura até que ocorra cicatrização espontânea.” — Incorreta. A cicatrização espontânea em feridas crônicas não é eficiente sem intervenções locais adequadas. A salina hipertônica pode ser útil em casos selecionados para desbridamento osmótico, mas não substitui curativo apropriado e desbridamento eficaz. Referências: SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES (SBD). Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2023-2024. São Paulo: Clannad, 2023. INTERNATIONAL WORKING GROUP ON THE DIABETIC FOOT (IWGDF). IWGDF Guidelines on the prevention and management of diabetic foot disease. The Hague: IWGDF, 2023. FERREIRA, L. M.; et al. Bases fisiológicas e clínicas da cicatrização. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, v. 43, n. 3, p. 174–179, 2016. 7ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um paciente de 42 anos chega à sala de emergência após colisão de alta energia, apresentando dispneia, dor torácica intensa, enfisema subcutâneo e desvio de traqueia para o lado esquerdo. No exame físico, observa-se ausência de murmúrio vesicular no hemitórax direito, turgência jugular e instabilidade hemodinâmica. Considerando os diferentes tipos de trauma torácico e seus sinais clínicos, qual é o diagnóstico mais provável e a conduta imediata adequada? 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 10 de 47 Alternativas: (alternativa A) Tórax instável; realizar imobilização torácica com faixa compressiva e administrar opioides para analgesia. (alternativa B) Contusão pulmonar à esquerda; iniciar antibiótico intravenoso e oxigenoterapia de alto fluxo. (alternativa C) Hemotórax maciço à direita; realizar toracocentese com agulha de grosso calibre no segundo espaço intercostal, linha médio-clavicular. (alternativa D) (CORRETA) Pneumotórax hipertensivo à direita; realizar descompressão imediata com agulha e, em seguida, drenagem torácica em selo d’água. Resposta comentada: “Hemotórax maciço à direita; realizar toracocentese com agulha de grosso calibre no segundo espaço intercostal, linha médio-clavicular.” — Incorreta. O hemotórax requera observação com suporte clínico. (alternativa B) A elevação da pressão intra-compartimental é comum nas primeiras 24 horas e deve ser tratada com analgesia, hidratação e reavaliação clínica periódica antes de qualquer cirurgia. (alternativa C) (CORRETA) O diagnóstico de síndrome compartimental deve ser considerado e está indicada a fasciotomia imediata, com o objetivo de evitar isquemia e necrose muscular progressiva. (alternativa D) A prioridade inicial é controlar o risco infeccioso e manter a estabilidade hemodinâmica, postergando qualquer intervenção muscular até o terceiro dia de evolução. 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 21 de 48 Resposta comentada: Correta. O diagnóstico de síndrome compartimental deve ser considerado e está indicada a fasciotomia imediata, com o objetivo de evitar isquemia e necrose muscular progressiva. A síndrome compartimental é uma emergência cirúrgica. A pressão de 40 mmHg associada à dor intensa, parestesia e hipoperfusão distal confirma o diagnóstico. A fasciotomia imediata está indicada para evitar necrose muscular, dano nervoso e perda funcional. Errada. A elevação da pressão intra-compartimental é comum nas primeiras 24 horas e deve ser tratada com analgesia, hidratação e reavaliação clínica periódica antes de qualquer cirurgia. Embora a elevação da pressão compartimental possa ocorrer em queimaduras, valores acima de 30 mmHg com sintomas clínicos não devem ser tratados conservadoramente. Atrasar a intervenção cirúrgica pode resultar em lesão irreversível. Errada. A fasciotomia só está indicada se houver sinais clínicos de necrose muscular, que ainda não foram identificados neste caso, sendo adequada a observação com suporte clínico. A necrose muscular é uma complicação tardia. A fasciotomia deve ser feita antes que ela ocorra, com base em sinais clínicos precoces e pressão elevada, como no caso apresentado. Errada. A prioridade inicial é controlar o risco infeccioso e manter a estabilidade hemodinâmica, postergando qualquer intervenção muscular até o terceiro dia de evolução. A síndrome compartimental é uma urgência absoluta e não deve ser postergada para após a estabilização hemodinâmica tardia. O risco de dano permanente é elevado se o tratamento for adiado. Referências: AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS. Advanced Trauma Life Support – ATLS: Student Course Manual. 10. ed. Chicago: ACS, 2018. MATHES, S.J. ; NAHABEDIAN, M.Y. Surgical Treatment of Burns and Wounds. In: Plastic Surgery. 3rd ed. Elsevier, 2013. 14ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um paciente de 45 anos dá entrada na emergência com dor abdominal localizada no quadrante inferior esquerdo, febre e leucocitose. A tomografia computadorizada de abdome com contraste mostra espessamento da parede do cólon sigmoide, infiltração da gordura pericólica e presença de bolhas de gás extraluminal sem líquido livre abundante. Considerando o quadro clínico e os achados radiológicos, qual das alternativas corresponde corretamente ao diagnóstico mais provável e aos principais achados de imagem associados às demais condições inflamatórias abdominais agudas? 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 22 de 48 Alternativas: (alternativa A) O diagnóstico é de obstrução intestinal secundária à má rotação. (alternativa B) (CORRETA) Trata-se de diverticulite aguda. (alternativa C) O quadro é compatível com apendicite aguda. (alternativa D) Trata-se de colecistite aguda. Resposta comentada: Gabarito: Trata-se de diverticulite aguda. A diverticulite aguda do sigmoide é comum após os 40 anos, e os achados descritos na TC são clássicos, principalmente quando complicações como perfuração localizada estão presentes. Resposta Comentada: “O quadro é compatível com apendicite aguda — Esta afirmativa está incorreta. Apendicite aguda se manifesta por espessamento e dilatação do apêndice (>6 mm), realce da parede e inflamação da gordura periapendicular, não necessariamente com dilatação do ceco ou gás livre. “Trata-se de colecistite aguda — Esta afirmativa está incorreta. A colecistite aguda cursa com espessamento da parede da vesícula, líquido perivesicular e sinal de Murphy ultrassonográfico positivo, sem relação com espessamento colônico. “O diagnóstico é de obstrução intestinal secundária à má rotação — Esta afirmativa está incorreta. Esta condição é típica da infância, e os achados descritos no enunciado são mais compatíveis com inflamação colônica segmentar. Referências: BRASIL. Protocolo de uso da tomografia computadorizada no abdome agudo. Brasília: Ministério da Saúde, 2018. SILVA, A. C. ; COSTA, L. B. ; MARCHINI, G. S. Diagnóstico por imagem no abdome agudo. Radiologia Brasileira, São Paulo, v. 45, n. 4, p. 225–231, jul./ago. 2012. 15ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um adolescente de 15 anos procura a emergência com dor testicular súbita, intensa, iniciada há 4 horas, associada a náuseas e vômitos. Ao exame físico, observa-se testículo elevado e horizontalizado, com ausência do reflexo cremastérico à direita e importante sensibilidade local. Diante do quadro clínico e dos achados complementares, qual das condutas abaixo representa a terapêutica mais eficaz e imediata? 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 23 de 48 Alternativas: (alternativa A) Iniciar tratamento para priapismo com punção aspirativa e irrigação com solução salina fria, seguido de injeção intracavernosa de simpatomimético. (alternativa B) Prescrever anti-inflamatórios e analgésicos, solicitar avaliação ambulatorial com urologista e repetir Doppler em 24 horas. (alternativa C) Realizar biópsia testicular para confirmação do diagnóstico de orquiepididimite e iniciar antibióticos de amplo espectro. (alternativa D) (CORRETA) Encaminhar imediatamente para exploração cirúrgica e orquidopexia, preferencialmente dentro das primeiras 6 horas. Resposta comentada: “Prescrever anti-inflamatórios e analgésicos, solicitar avaliação ambulatorial com urologista e repetir Doppler em 24 horas.” — Incorreta. O atraso no diagnóstico e tratamento da torção testicular pode levar à necrose testicular. O tempo de viabilidade testicular é menor que 6 horas, e condutas conservadoras colocam em risco a função gonadal. “Realizar biópsia testicular para confirmação do diagnóstico de orquiepididimite e iniciar antibióticos de amplo espectro.” — Incorreta. A biópsia testicular é contraindicada em contexto agudo e não é necessária para diagnóstico de orquiepididimite. Além disso, o quadro clínico e ultrassonográfico favorece fortemente torção, não infecção. “Encaminhar imediatamente para exploração cirúrgica e orquidopexia, preferencialmente dentro das primeiras 6 horas.” — Correta. O quadro é clássico de torção testicular. A torção testicular é uma emergência urológica, e o tempo de viabilidade testicular diminui progressivamente após 6 horas. A conduta correta é exploração cirúrgica imediata com orquidopexia, geralmente bilateral. “Iniciar tratamento para priapismo com punção aspirativa e irrigação com solução salina fria, seguido de injeção intracavernosa de simpatomimético.” — Incorreta. A conduta descrita é apropriada para priapismo isquêmico, mas o quadro clínico descrito é incompatível com priapismo, e sim típico de torção testicular. Referência: PATERSON-BROWN, Simon. Tópicos Essenciais em Cirurgia Geral e de Emergência: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788595156517. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595156517/. Acesso em: 28 maio 2024. 16ª QUESTÃO 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 24 de 48 Enunciado: (AFYA Palmas) Uma criança de 18 meses, previamente hígida, é levada ao pronto-socorro com história de episódios de choro inconsolável, com flexão das pernas sobre o abdome, alternados com períodos de aparente melhora, iniciados há cerca de 12 horas. A mãe refere também vômitos e a presença de fezes com sangue e muco, descritas como "geléia de morango". Ao exame físico, a criança apresenta-se prostrada,com abdome distendido e doloroso à palpação, associado a sinais de irritação peritoneal difusa. Qual deve ser a conduta inicial mais adequada neste caso? Alternativas: (alternativa A) Iniciar hidratação intravenosa com antibiótico empírico por 48h e considerar laparotomia. (alternativa B) (CORRETA) Contraindicar enema, optando por cirurgia imediata devido aos sinais clínicos de peritonite difusa. (alternativa C) Realizar radiografia de abdômen. Confirmada a intussuscepção, realizar redução com solução salina ou ar. (alternativa D) Confirmar o diagnóstico com tomografia e tentar redução com enema baritado. 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 25 de 48 Resposta comentada: Correta. Contraindicar enema, optando por cirurgia imediata devido aos sinais clínicos de peritonite difusa. A conduta recomendada em casos com sinais clínicos de peritonite é a cirurgia imediata. A redução não cirúrgica com enema está absolutamente contraindicada na presença de peritonite ou instabilidade hemodinâmica. Errada. Confirmar o diagnóstico com tomografia e tentar redução com enema baritado. O exame de escolha para avaliação inicial de invaginação intestinal é a ultrassonografia, não a tomografia, especialmente em crianças pequenas, devido à ausência de radiação e alta sensibilidade. A presença de sinais clínicos de irritação peritoneal indica provável complicação grave (necrose, perfuração, peritonite) e, nesses casos, a redução com enema é contraindicada. A conduta é a cirurgia imediata, não tentativa de redução com enema. Errada. Realizar radiografia de abdômen. Confirmada a intussuscepção, realizar redução com solução salina ou ar. A radiografia pode sugerir invaginação ou excluir pneumoperitônio, mas não é necessária para diagnóstico definitivo além do que o exame de escolha é a ultrassonografia. Na presença de sinais de irritação peritoneal, é contraindicado realizar qualquer tentativa de redução não cirúrgica, incluindo redução hidrostática ou pneumática. O risco de perfuração e agravamento é muito elevado. Errada. Iniciar hidratação intravenosa com antibiótico empírico por 48h e considerar laparotomia. É correta a necessidade de iniciar hidratação venosa e antibioticoterapia empírica. Contudo, a presença de sinais de peritonite difusa exige intervenção cirúrgica imediata. Não se deve "aguardar 48 horas" nem "considerar" laparotomia — deve-se realizá-la prontamente. A conduta expectante não é segura nesse quadro. Referências: Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Departamento de Cirurgia Pediátrica. Manual de orientação – Abordagem das urgências abdominais em pediatria. 2022. Behrman, Kliegman, Jenson. Nelson Tratado de Pediatria. 21. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2020. 17ª QUESTÃO Enunciado: (UNIGRANRIO Barra) Paciente idoso, cardiopata com prótese metálica valvar, de 80 anos, obeso, no 8º dia de pós-operatório de fratura de fêmur, apresenta queixa de edema, dor à dorsiflexão do pé e empastamento da panturrilha esquerda. Embasado nesse quadro, qual das condutas a seguir está correta em relação ao manejo inicial e seguimento desse paciente? 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 26 de 48 Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) O tratamento com heparina não fracionada deve ser ajustado para manter o TTPa entre 60 e 80 segundos, com transição para anticoagulante oral (varfarina) visando INR entre 2,0 e 3,0. (alternativa B) Em pacientes idosos e obesos, é preferível evitar o uso de HBPM, iniciando-se diretamente a anticoagulação oral com varfarina. (alternativa C) A duração máxima recomendada da anticoagulação para TVP associada a fator de risco transitório, como cirurgia, é de três meses. (alternativa D) A terapia anticoagulante deve ser monitorada pelo INR, que deve permanecer abaixo de 1,2 durante toda a fase de tratamento com heparina não fracionada. Resposta comentada: A terapia anticoagulante deve ser monitorada pelo INR, que deve permanecer abaixo de 1,2 durante toda a fase de tratamento com heparina não fracionada. Incorreta – O INR é usado para monitorar varfarina, e não a heparina. A heparina não fracionada é monitorada através do TTPa, enquanto a HBPM não exige monitoramento de rotina, exceto em casos especiais. Além disso, durante anticoagulação oral com varfarina, o INR alvo deve estar entre 2,0 e 3,0. INR abaixo de 1,2 é próximo ao normal, e não é indicativo de anticoagulação terapêutica. A duração máxima recomendada da anticoagulação para TVP associada a fator de risco transitório, como cirurgia, é de três meses. Incorreta – As principais diretrizes orientam que, para TVP provocada por fator de risco transitório (ex.: cirurgia ortopédica), a duração mínima recomendada da anticoagulação é de 3 meses. Não se define uma "duração máxima" rígida, pois pode ser prolongada conforme avaliação do risco de recorrência e sangramento. Em pacientes idosos e obesos, é preferível evitar o uso de HBPM, iniciando-se diretamente a anticoagulação oral com varfarina. Incorreta – A heparina de baixo peso molecular (HBPM), como enoxaparina, é uma opção segura e eficaz para tratamento inicial de TVP, mesmo em idosos e obesos. O que deve ser considerado é a função renal e, em casos de obesidade extrema, o ajuste da dose. A monoterapia inicial com varfarina não é recomendada, pois o início isolado pode provocar estado pró-trombótico. O tratamento com heparina não fracionada deve ser ajustado para manter o TTPa entre 60 e 80 segundos, com transição para anticoagulante oral visando INR entre 2,0 e 3,0. Correta – É objetivo do tratamento com heparina não fracionada manter o PTT em 60 e 80 segundos, seguido pela terapia com varfarina com INR de 2,5 a 3,0. Referência: Sabiston Textbook of Surgery: The Biological Basis of Modern Surgical Practice, 20ª edição. 18ª QUESTÃO 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 27 de 48 Enunciado: (AFYA Santa Inês) Um paciente de 68 anos, com histórico de hipertensão arterial sistêmica (HAS) e diabetes mellitus (DM) insulinodependente de difícil controle, deu entrada em uma unidade de pronto atendimento relatando dor intensa no hipocôndrio direito, com início há aproximadamente 48 horas. O quadro clínico é acompanhado de náusea, um episódio de vômito e febre (38 ºC). O uso de analgésicos proporcionou alívio mínimo dos sintomas. Foram solicitados exames laboratoriais e uma tomografia computadorizada (TC) de abdome como parte da investigação inicial, que revelou quadro sugestivo de colecistite aguda enfisematosa. Considerando o quadro clínico descrito, qual é o principal agente etiológico associado a essa condição? Alternativas: (alternativa A) Klebsiella pneumoniae (alternativa B) (CORRETA) Clostridium perfringens (alternativa C) Escherichia coli (alternativa D) Proteus mirabilis 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 28 de 48 Resposta comentada: Resposta correta: Clostridium welchii. O paciente apresenta um quadro clínico sugestivo de colecistite aguda enfisematosa, uma forma grave de colecistite aguda caracterizada pela presença de gás na parede da vesícula biliar, identificado na tomografia de abdome. Esse tipo de infecção ocorre com maior frequência em pacientes diabéticos e idosos, como o caso descrito. A colecistite enfisematosa é causada por bactérias anaeróbias formadoras de gás, sendo o Clostridium welchii (sinônimo de Clostridium perfringens) o agente etiológico mais comum. Esse microrganismo consegue produzir toxinas e gás, explicando a presença de ar na parede da vesícula observada na TC. Demais alternativas: Escherichia coli – Incorreta A E. coli é uma bactéria Gram-negativa frequentemente envolvida em infecções do trato urinário e em casos de colecistite aguda não enfisematosa. Embora possa estar presente em até 15% dos casos de colecistite enfisematosa, não é o agente mais prevalente. Apesar de ser comum em infecções abdominais, não é a principal causadora da forma enfisematosa da doença. Proteus mirabilis – Incorreta O Proteus mirabilisé uma bactéria Gram-negativa, associada principalmente a infecções do trato urinário e à formação de cálculos renais devido à sua capacidade de produzir urease. Raramente está envolvido em infecções da vesícula biliar, especialmente na forma enfisematosa. Não é um patógeno comum em colecistite enfisematosa. Klebsiella pneumoniae – Incorreta A Klebsiella pneumoniae pode ser isolada em alguns casos de infecções biliares, incluindo colecistite aguda, especialmente em pacientes imunossuprimidos e diabéticos. Apesar de estar associada a infecções graves, não é o microrganismo mais comum na colecistite enfisematosa. Embora possa estar presente, sua prevalência é menor em comparação com o Clostridium welchii. Referências: AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS. ATLS: Advanced Trauma Life Support: Student Course Manual. 10ª ed. Chicago: American College of Surgeons, 2018. ISBN: 978-0-9968262-3-5. SCHWARTZ, Seymour I. ; BRUNICARDI, F. C.; et al. Princípios de Cirurgia. 9ª ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2014. 2 v. TOWNSEND, C. M. BEAUCHAMP, R. D. ; EVERS, B. M. ; MATTOX, K. L. Sabiston: Tratado de Cirurgia – A Base Biológica da Prática Cirúrgica Moderna. 20ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019. 2 v. WALSH, P. C. CAMPBELL, M. F.; et al. Campbell-Walsh Urology. 11ª ed. Philadelphia: Saunders/Elsevier, 2016. 4 v. 19ª QUESTÃO 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 29 de 48 Enunciado: (Banco AFYA) Durante a preparação para um bloqueio de plexo braquial via abordagem axilar em um paciente de 70 kg, com função hepática e renal preservadas, o anestesiologista opta pelo uso de lidocaína sem vasoconstritor. Considerando a dose máxima recomendada de lidocaína sem vasoconstritor de 4,5mg/Kg e utilizando uma solução de lidocaína a 2%, qual é o volume máximo que pode ser administrado? Alternativas: (alternativa A) 31,5 mL (alternativa B) 14 mL (alternativa C) 17,5 mL (alternativa D) (CORRETA) 15,75 mL 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 30 de 48 Resposta comentada: Cálculo e Resposta Comentada: Passo 1: Calcular a dose máxima em mg. Fórmula: Dose máxima (mg) = peso (kg) × dose máxima recomendada (mg/kg) → 70 kg × 4,5 mg/kg = 315 mg Passo 2: Calcular o volume correspondente em mL para solução a 2%. Lidocaína 2% = 20 mg/mL Volume (mL) = Dose (mg) ÷ Concentração (mg/mL) → 315 mg ÷ 20 mg/mL = 15,75 mL Análise das Alternativas: 14 mL” — Incorreta. Subestima tanto a dose máxima quanto o volume correspondente. 15,75 mL” — Correta. Calculada com base em peso e concentração da solução. 31,5 mL” — Incorreta. Excede a dose, uma vez que a solução usada é 2%. 17,5 mL” — Incorreta. Excede a dose máxima recomendada, aumentando o risco de toxicidade sistêmica. Referência: SAVASSI-ROCHA, Paulo R. ; SANCHES, Soraya Rodrigues de A. ; SAVASSI-ROCHA, Alexandre L. Cirurgia de ambulatório: MedBook Editora, 2013. E-book. ISBN 9786557830215. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786557830215/. Acesso em: 28 maio 2024. 20ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um paciente de 55 anos, vítima de trauma facial grave, foi submetido a traqueostomia de urgência para garantir a via aérea. Após a estabilização clínica, permanece em unidade de terapia intensiva com suporte ventilatório mecânico. Considerando o manejo pós-operatório da via aérea cirúrgica, qual plano de cuidados é mais adequado para evitar complicações e promover a segurança do paciente? 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 31 de 48 Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Realizar fixação adequada da cânula, monitorar acúmulo de secreções, inspecionar o local da incisão regularmente e material de aspiração à beira do leito. (alternativa B) Evitar manipulações próximas à cânula nas primeiras 72 horas para prevenir infecções, suspendendo a higiene local nesse período. (alternativa C) Após 48 horas de monitoramento com estabilidade, reduzir a frequência de avaliação local a cada 72 horas. (alternativa D) Manter curativo oclusivo e compressivo no local da traqueostomia, aspirar secreções apenas quando o paciente apresentar tosse ou desconforto. Resposta comentada: “Manter curativo oclusivo e compressivo no local da traqueostomia, aspirar secreções apenas quando o paciente apresentar tosse ou desconforto.” — Incorreta. O curativo não deve ser compressivo e a aspiração de secreções deve ser feita de forma programada ou conforme avaliação clínica, não apenas por sintomas. “Realizar fixação adequada da cânula, monitorar acúmulo de secreções, inspecionar o local da incisão regularmente e material de aspiração à beira do leito.” — Correta. Essas são práticas recomendadas no cuidado com a traqueostomia, prevenindo deslocamento acidental, obstruções, infecções e falhas ventilatórias. O cuidado envolve monitoramento contínuo, higiene local e suporte da equipe multiprofissional. “Após 48 horas de monitoramento com estabilidade, reduzir a frequência de avaliação local a cada 72 horas.” — Incorreta. Mesmo com estabilidade após 48h, não exime a necessidade de monitoramento contínuo. “Evitar manipulações próximas à cânula nas primeiras 72 horas para prevenir infecções, suspendendo a higiene local nesse período.” — Incorreta. A higiene local é essencial desde o pós- operatório imediato para evitar colonização e infecções. Manipulações devem ser feitas com técnica asséptica, não evitadas. Referências: PATERSON-BROWN, Simon. Tópicos Essenciais em Cirurgia Geral e de Emergência: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788595156517. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595156517/. Acesso em: 28 maio 2024. RIBEIRO JUNIOR, Marcelo A. F. Fundamentos em cirurgia do trauma. Rio de Janeiro: Roca, 2016. 1 recurso online. ISBN 9788527730587. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730587/. Acesso em: 19 set. 2017. 21ª QUESTÃO 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 32 de 48 Enunciado: (Banco AFYA) Durante o atendimento inicial a um paciente politraumatizado em sala de emergência, a equipe segue o protocolo do Advanced Trauma Life Support (ATLS). Após garantir a segurança da cena, inicia-se o exame primário com o objetivo de identificar e tratar imediatamente lesões que oferecem risco à vida. Com base nesse protocolo, qual das alternativas a seguir descreve corretamente uma das etapas do exame primário e sua intervenção associada? Alternativas: (alternativa A) Exame físico detalhado de todas as extremidades, com imobilização de fraturas e solicitação de radiografias de rotina. (alternativa B) Lavagem gástrica precoce para todos os pacientes com trauma abdominal fechado, independentemente da estabilidade hemodinâmica. (alternativa C) Avaliação da pupila e função motora dos membros inferiores, com realização imediata de tomografia de crânio. (alternativa D) (CORRETA) Verificação da amplitude respiratória e ausculta pulmonar, com intervenção imediata em caso de pneumotórax hipertensivo com toracocentese de alívio. 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 33 de 48 Resposta comentada: Gabarito: Verificação da amplitude respiratória e ausculta pulmonar, com intervenção imediata em caso de pneumotórax hipertensivo com toracocentese de alívio. Resposta Comentada: “Avaliação da pupila e função motora dos membros inferiores, com realização imediata de tomografia de crânio.” — Incorreta. Essa conduta faz parte do exame neurológico do exame secundário, não do primário, e a tomografia só é realizada após estabilização clínica. “Verificação da amplitude respiratória e ausculta pulmonar, com intervenção imediata em caso de pneumotórax hipertensivo com toracocentese de alívio.” — Correta. Esta é uma etapa do "B" (Breathing) do exame primário do ATLS, com conduta imediata diante de uma condição potencialmente fatal. O pneumotórax hipertensivo é tratado com punção descompressiva seguida de drenagem torácica. “Exame físico detalhado de todas as extremidades, com imobilização defraturas e solicitação de radiografias de rotina.” — Incorreta. Essa conduta pertence ao exame secundário, que é realizado após estabilização inicial e avaliação das funções vitais. “Lavagem gástrica precoce para todos os pacientes com trauma abdominal fechado, independentemente da estabilidade hemodinâmica.” — Incorreta. Lavagem gástrica não é indicada rotineiramente em trauma, e o tratamento do trauma abdominal depende da avaliação clínica e hemodinâmica, geralmente com FAST ou tomografia. Referência: AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS. Advanced Trauma Life Support (ATLS®): Student Course Manual. 10. ed. Chicago: ACS, 2018. 22ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um homem de 40 anos, vítima de ferimento torácico penetrante, é admitido na emergência com dispneia, cianose periférica e abaulamento de veias cervicais. O exame revela bulhas cardíacas abafadas, queda progressiva da pressão arterial e pulso paradoxal. Qual das condutas abaixo é mais adequada quanto ao tratamento imediato recomendado no manejo do choque nesse contexto? 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 34 de 48 Alternativas: (alternativa A) Realizar toracocentese com agulha no segundo espaço intercostal e infundir cristaloides em pequena quantidade para evitar sobrecarga cardíaca. (alternativa B) Indicar drenagem torácica bilateral com sonda 36 Fr e iniciar infusão contínua de noradrenalina para restaurar o débito cardíaco antes de qualquer intervenção invasiva. (alternativa C) (CORRETA) Realizar punção pericárdica imediata (pericardiocentese) e iniciar infusão de 500 a 1.000 mL de cristaloide para manter enchimento cardíaco adequado até abordagem definitiva. (alternativa D) Iniciar ressuscitação volêmica vigorosa com 2.000 mL de solução hipertônica e encaminhar o paciente para tomografia antes da intervenção cirúrgica. 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 35 de 48 Resposta comentada: “Realizar toracocentese com agulha no segundo espaço intercostal e infundir cristaloides em pequena quantidade para evitar sobrecarga cardíaca.” — Incorreta. A toracocentese no segundo espaço intercostal é indicada para pneumotórax hipertensivo, e não para tamponamento cardíaco, cuja abordagem correta é pericardiocentese. “Iniciar ressuscitação volêmica vigorosa com 2.000 mL de solução hipertônica e encaminhar o paciente para tomografia antes da intervenção cirúrgica.” — Incorreta. Volumes muito altos podem agravar o tamponamento, e a tomografia não deve ser priorizada em instabilidade hemodinâmica, especialmente em uma emergência clínica já identificada clinicamente. “Realizar punção pericárdica imediata (pericardiocentese) e iniciar infusão de 500 a 1.000 mL de cristaloide para manter enchimento cardíaco adequado até abordagem definitiva.” — Correta. A pericardiocentese é a medida de alívio temporário indicada para tamponamento cardíaco, e a infusão de cristaloides em volume moderado ajuda a manter a pré-carga enquanto se organiza a toracotomia ou pericardiotomia definitiva. “Indicar drenagem torácica bilateral com sonda 36 Fr e iniciar infusão contínua de noradrenalina para restaurar o débito cardíaco antes de qualquer intervenção invasiva.” — Incorreta. A drenagem torácica não resolve o tamponamento pericárdico, e vasopressores não são a conduta inicial. O alívio da compressão sobre o coração é prioritário antes do uso de drogas vasoativas. Referências: MORETTI, Miguel Antônio; BAPTISTA FILHO, Mario Lúcio Alves (ed.). Manual de cuidados perioperatórios. São Paulo: Manole, 2014. 1 recurso online. ISBN 9788520451663. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520451663/. Acesso em: 19 set. 2017. PATERSON-BROWN, Simon. Tópicos Essenciais em Cirurgia Geral e de Emergência: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788595156517. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595156517/. Acesso em: 28 mai. 2024. RIBEIRO JUNIOR, Marcelo A. F. Fundamentos em cirurgia do trauma. Rio de Janeiro: Roca, 2016. 1 recurso online. ISBN 9788527730587. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730587/. Acesso em: 19 set. 2017. 23ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um paciente de 65 anos, com diagnóstico de choque séptico, necessita de acesso venoso central para administração de drogas vasoativas e monitorização hemodinâmica. Durante a avaliação pré-procedimento, o médico identifica que o paciente apresenta coagulopatia importante (INR 2,5) e plaquetopenia (40.000/mm³), além de uma infecção cutânea extensa na região cervical. Considerando as indicações, contraindicações e boas práticas para a inserção de um cateter venoso central (CVC), qual a conduta mais adequada neste caso? 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 36 de 48 Alternativas: (alternativa A) Realizar o procedimento na veia jugular interna esquerda, com técnica anatômica tradicional, pois é uma abordagem de menor risco. (alternativa B) Realizar a punção venosa central na veia subclávia direita, por ser menos compressível, reduzindo o risco de sangramento. (alternativa C) Contraindicar o procedimento pela coagulopatia, independentemente da necessidade clínica, e optar por acesso venoso periférico. (alternativa D) (CORRETA) Proceder à correção dos distúrbios da coagulação, quando possível, e considerar a punção guiada por ultrassom na veia femoral. 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 37 de 48 Resposta comentada: Gabarito: Proceder à correção dos distúrbios da coagulação, quando possível, e considerar a punção guiada por ultrassom na veia femoral. Nos casos de coagulopatia e plaquetopenia, é recomendado corrigir esses distúrbios sempre que possível antes da inserção do CVC. A presença de infecção local na região cervical contraindica o acesso pela veia jugular. A veia femoral é uma opção viável em situações emergenciais, por ser facilmente compressível, reduzindo o risco de sangramento, especialmente quando guiada por ultrassonografia, que aumenta a segurança do procedimento. Justificativa das incorretas: Realizar a punção venosa central na veia subclávia direita, por ser menos compressível, reduzindo o risco de sangramento. Embora a veia subclávia seja considerada uma via de menor colonização bacteriana, ela é de difícil compressão e não recomendada em pacientes com coagulopatias importantes ou plaquetopenia, devido ao alto risco de sangramento incontrolável e pneumotórax. Portanto, essa escolha não é adequada. Contraindicar o procedimento pela coagulopatia, independentemente da necessidade clínica, e optar por acesso venoso periférico. A coagulopatia é uma contraindicação relativa, não absoluta, ao acesso venoso central. Em casos de necessidade emergencial, como no choque séptico, deve-se buscar corrigir os distúrbios, mas a obtenção do acesso é essencial para administração de medicamentos vasoativos. A via periférica não é suficiente para drogas irritantes ou de administração contínua em doses altas. Realizar o procedimento na veia jugular interna esquerda, com técnica anatômica tradicional, pois é uma abordagem de menor risco. A infecção extensa na região cervical contraindica o uso da veia jugular interna, pois o acesso através de um local infeccionado pode disseminar a infecção para a corrente sanguínea. Além disso, realizar a punção com técnica de anatomia tradicional, sem ultrassom, aumenta o risco de complicações. O uso de ultrassonografia é hoje considerado padrão de cuidado sempre que disponível. Referências: ASSOCIAÇÃO DE MEDICINA INTENSIVA BRASILEIRA. Diretrizes para inserção e manutenção de cateter venoso central em pacientes críticos. São Paulo: AMIB, 2017. MARINO, Paul. Manual de terapia intensiva. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2020. 24ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um paciente de 42 anos chega à sala de emergência após colisão de alta energia, apresentando dispneia, dor torácica intensa, enfisema subcutâneo e desvio de traqueia para o lado esquerdo. No exame físico, observa-seausência de murmúrio vesicular no hemitórax direito, turgência jugular e instabilidade hemodinâmica. Considerando os diferentes tipos de trauma torácico e seus sinais clínicos, qual é o diagnóstico mais provável e a conduta imediata adequada? 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 38 de 48 Alternativas: (alternativa A) Hemotórax maciço à direita; realizar toracocentese com agulha de grosso calibre no segundo espaço intercostal, linha médio-clavicular. (alternativa B) Tórax instável; realizar imobilização torácica com faixa compressiva e administrar opioides para analgesia. (alternativa C) (CORRETA) Pneumotórax hipertensivo à direita; realizar descompressão imediata com agulha e, em seguida, drenagem torácica em selo d’água. (alternativa D) Contusão pulmonar à esquerda; iniciar antibiótico intravenoso e oxigenoterapia de alto fluxo. Resposta comentada: “Hemotórax maciço à direita; realizar toracocentese com agulha de grosso calibre no segundo espaço intercostal, linha médio-clavicular.” — Incorreta. O hemotórax requer drenagem torácica com tubo em espaço intercostal inferior (geralmente 5º ou 6º EIC, linha axilar média), não toracocentese com agulha, que é mais indicada para alívio rápido de pneumotórax hipertensivo. “Pneumotórax hipertensivo à direita; realizar descompressão imediata com agulha e, em seguida, drenagem torácica em selo d’água.” — Correta. O quadro clínico (dispneia grave, desvio traqueal, enfisema subcutâneo, ausência de murmúrio e instabilidade) é típico de pneumotórax hipertensivo, uma emergência que requer descompressão imediata com agulha no segundo EIC, linha médio-clavicular, seguida de drenagem com tubo em selo d’água. “Contusão pulmonar à esquerda; iniciar antibiótico intravenoso e oxigenoterapia de alto fluxo.” — Incorreta. Contusão pulmonar causa hipoxemia, mas não há desvio traqueal nem turgência jugular. Além disso, antibióticos não são indicados sistematicamente sem sinais de infecção. “Tórax instável; realizar imobilização torácica com faixa compressiva e administrar opioides para analgesia.” — Incorreta. O tórax instável exige analgesia eficaz, porém faixas compressivas são contraindicadas, pois restringem a ventilação e agravam a hipoxemia. Além disso, o quadro descrito no enunciado não é compatível com tórax instável. Referências: MORETTI, Miguel Antônio; BAPTISTA FILHO, Mario Lúcio Alves (ed.). Manual de cuidados perioperatórios. São Paulo: Manole, 2014. 1 recurso online. ISBN 9788520451663. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520451663/. Acesso em: 19 set. 2017. PATERSON-BROWN, Simon. Tópicos Essenciais em Cirurgia Geral e de Emergência. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788595156517. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595156517/. Acesso em: 28 maio 2024. RIBEIRO JUNIOR, Marcelo A. F. Fundamentos em cirurgia do trauma. Rio de Janeiro: Roca, 2016. 1 recurso online. ISBN 9788527730587. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730587/. Acesso em: 19 set. 2017. 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 39 de 48 25ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um paciente com diabetes mellitus tipo 2 descompensado procura o serviço de emergência apresentando ferida crônica em região plantar, com bordas espessadas, base com exsudato purulento e tecido necrótico focal. O exame físico mostra ausência de sinais sistêmicos de infecção. Considerando os princípios fisiológicos da cicatrização, as comorbidades do paciente e a abordagem baseada em evidências, qual das estratégias terapêuticas a seguir é mais apropriada para promover a cicatrização dessa lesão? Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Desbridamento do tecido necrótico, controle glicêmico rigoroso, curativo com ambiente úmido e reavaliação periódica da ferida. (alternativa B) Aplicação diária de solução iodada em alta concentração, exposição contínua ao ar para secagem e evitar manipulação da ferida. (alternativa C) Imersão da ferida em solução salina hipertônica e interrupção do uso de qualquer cobertura até que ocorra cicatrização espontânea. (alternativa D) Cobertura com gaze seca e uso empírico de antibióticos por via oral, mantendo a ferida ocluída até o desaparecimento completo do exsudato. 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 40 de 48 Resposta comentada: Gabarito: Desbridamento do tecido necrótico, controle glicêmico rigoroso, curativo com ambiente úmido e reavaliação periódica da ferida. Resposta Comentada: “Cobertura com gaze seca e uso empírico de antibióticos por via oral, mantendo a ferida ocluída até o desaparecimento completo do exsudato.” — Incorreta. A gaze seca não promove um ambiente ideal para cicatrização, e o uso empírico de antibióticos sem sinais sistêmicos de infecção não é indicado de forma rotineira. O exsudato deve ser manejado, e não evitado a qualquer custo. “Desbridamento do tecido necrótico, controle glicêmico rigoroso, curativo com ambiente úmido e reavaliação periódica da ferida.” — Correta. Essa estratégia reúne os elementos fundamentais para cicatrização de feridas crônicas em pacientes diabéticos: remoção de tecido desvitalizado, controle metabólico, uso de curativos modernos que mantêm a umidade ideal e acompanhamento clínico regular. “Aplicação diária de solução iodada em alta concentração, exposição contínua ao ar para secagem e evitar manipulação da ferida.” — Incorreta. Soluções iodadas em alta concentração são citotóxicas, e a exposição ao ar seco retarda a cicatrização. Manipulação cuidadosa e ambiente úmido são princípios da moderna abordagem de feridas. “Imersão da ferida em solução salina hipertônica e interrupção do uso de qualquer cobertura até que ocorra cicatrização espontânea.” — Incorreta. A cicatrização espontânea em feridas crônicas não é eficiente sem intervenções locais adequadas. A salina hipertônica pode ser útil em casos selecionados para desbridamento osmótico, mas não substitui curativo apropriado e desbridamento eficaz. Referências: SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES (SBD). Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2023-2024. São Paulo: Clannad, 2023. INTERNATIONAL WORKING GROUP ON THE DIABETIC FOOT (IWGDF). IWGDF Guidelines on the prevention and management of diabetic foot disease. The Hague: IWGDF, 2023. FERREIRA, L. M.; et al. Bases fisiológicas e clínicas da cicatrização. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, v. 43, n. 3, p. 174–179, 2016. 26ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um paciente de 35 anos foi internado em unidade de queimados após acidente com chama direta, apresentando queimaduras de espessura parcial profunda e total em membros superiores e tronco anterior, totalizando 25% da superfície corporal queimada (SCQ). Após realização de desbridamento cirúrgico e enxertia, a equipe médica planeja os cuidados pós- operatórios para otimizar a recuperação e prevenir infecções. Qual das alternativas a seguir representa corretamente uma conduta baseada em evidências para o cuidado pós-operatório de queimaduras com foco na prevenção de infecções? 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 41 de 48 Alternativas: (alternativa A) Suspender os curativos após a primeira semana, promovendo o banho diário apenas com água corrente, sem necessidade de avaliação médica contínua. (alternativa B) Manter o uso de antibióticos sistêmicos de amplo espectro por tempo prolongado, mesmo na ausência de sinais clínicos de infecção. (alternativa C) (CORRETA) Realizar curativos oclusivos com trocas diárias, associando limpeza com soluções antissépticas suaves e monitoramento constante dos sinais locais e sistêmicos de infecção. (alternativa D) Deixar as áreas enxertadas expostas ao ar para acelerar a formação de crostas secas e reduzir o risco de colonização bacteriana. Resposta comentada: “Manter o uso de antibióticos sistêmicos de amplo espectro por tempo prolongado, mesmo na ausência de sinais clínicos deinfecção.” — Incorreta. O uso indiscriminado de antibióticos aumenta a resistência bacteriana e não é recomendado como prevenção rotineira. O tratamento antimicrobiano sistêmico só deve ser instituído mediante sinais clínicos ou laboratoriais de infecção. “Realizar curativos oclusivos com trocas diárias, associando limpeza com soluções antissépticas suaves e monitoramento constante dos sinais locais e sistêmicos de infecção.” — Correta. Essa conduta promove um ambiente úmido favorável à cicatrização, evita colonização secundária e permite detecção precoce de infecção, além de ser compatível com os protocolos modernos de manejo em unidades de queimados. “Deixar as áreas enxertadas expostas ao ar para acelerar a formação de crostas secas e reduzir o risco de colonização bacteriana.” — Incorreta. A exposição das áreas queimadas aumenta o risco de infecção e retarda a cicatrização, especialmente em áreas enxertadas, que exigem proteção mecânica e controle do meio ambiente local. “Suspender os curativos após a primeira semana, promovendo o banho diário apenas com água corrente, sem necessidade de avaliação médica contínua.” — Incorreta. Pacientes com queimaduras profundas ou extensas exigem cuidados contínuos, avaliação médica frequente e acompanhamento da evolução da ferida, especialmente nas áreas enxertadas. Referência: TOY, Eugene C. ; LIU, Terrence H. CAMPBELL, André R. Casos clínicos em cirurgia. 4. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013. 1 recurso online. ISBN 9788580552607. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580552607/. Acesso em: 19 set. 2017. 27ª QUESTÃO 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 42 de 48 Enunciado: (UNIDOMPEDRO) Homem, 19 anos, condutor de bicicleta, estava descendo a ladeira e colidiu com um carro. Foi trazido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Foi colocado em prancha rígida, com colar cervical e oxigênio suplementar em máscara a 15 L/min. Realizou-se expansão volêmica com 1000 mL de Ringer Lactato. Apresenta-se no atendimento inicial com Glasgow 14. Refere síncope. No momento, está lúcido e descolorado. PA: 91×58 mmHg; FC: 129 bpm; FR: 26 irpm; oximetria de pulso: 96%. Exame físico: Tórax e abdome: sem alterações; Extremidades: membro inferior esquerdo encurtado. O exame que auxilia no raciocínio para identificar outros possíveis locais de sangramento na sala de emergência é o(a): Alternativas: (alternativa A) exame radiográfico de abdomen. (alternativa B) hemoglobina e hematócrito. (alternativa C) curva do pH e do lactato. (alternativa D) (CORRETA) ultrassonografia dirigida para trauma. Resposta comentada: Correta: Ultrassonografia dirigida para trauma. O uso da ultrassonografia dirigida para o trauma (FAST) tem grande valor na avaliação de determinadas localizações, como pelve, espaço hepatorrenal, espaço esplenorrenal e saco pericárdico. Justificativas: Exame radiográfico de abdômen. Não é eficaz para detectar sangramentos internos. Hemoglobina e hematócrito. Podem indicar sangramento, mas com atraso, não sendo úteis para diagnóstico imediato. Curva do pH e do lactato. Avaliam hipoperfusão e gravidade do choque, mas não localizam o sangramento. Referência: AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS. ATLS: Advanced Trauma Life Support: student course manual. 10ª ed. Chicago: American College of Surgeons, 2018. 28ª QUESTÃO 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 43 de 48 Enunciado: (Banco AFYA) Um paciente politraumatizado foi submetido à laparotomia de emergência por lesão hepática grau IV após acidente automobilístico. No pós-operatório imediato, encontra-se hemodinamicamente estável, com boa evolução clínica, porém refere dor abdominal intensa que interfere na ventilação e mobilização precoce. Considerando os protocolos atuais de cuidado pós-operatório em trauma abdominal, qual das estratégias a seguir representa uma conduta adequada para o manejo da dor visando à recuperação otimizada do paciente? Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Utilizar analgesia multimodal combinando opioides, AINEs e, se disponível, bloqueios regionais como cateter peridural, ajustando conforme resposta clínica. (alternativa B) Prescrever apenas anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), evitando opioides devido ao risco de depressão respiratória em qualquer intensidade de dor. (alternativa C) Realizar sedação contínua com benzodiazepínicos e monitorar a dor apenas se o paciente demonstrar agitação ou hipertensão. (alternativa D) Administrar analgésicos conforme demanda (PRN), evitando esquemas fixos ou controle contínuo para prevenir tolerância e dependência medicamentosa. 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 44 de 48 Resposta comentada: “Prescrever apenas anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), evitando opioides devido ao risco de depressão respiratória em qualquer intensidade de dor.” — Incorreta. AINEs isoladamente são insuficientes para controle da dor intensa em pós-operatório de trauma maior. Opioides podem ser utilizados com segurança, desde que com monitoramento adequado. “Utilizar analgesia multimodal combinando opioides, AINEs e, se disponível, bloqueios regionais como cateter peridural, ajustando conforme resposta clínica.” — Correta. A analgesia multimodal é a abordagem recomendada, pois melhora o controle da dor, reduz o consumo isolado de opioides e favorece a mobilização precoce, ventilação adequada e menor tempo de internação. “Realizar sedação contínua com benzodiazepínicos e monitorar a dor apenas se o paciente demonstrar agitação ou hipertensão.” — Incorreta. A sedação não substitui a analgesia. A dor deve ser avaliada ativamente com escalas específicas, mesmo em pacientes pouco responsivos. “Administrar analgésicos conforme demanda (PRN), evitando esquemas fixos ou controle contínuo para prevenir tolerância e dependência medicamentosa.” — Incorreta. O uso exclusivo de medicação “conforme necessidade” pode resultar em controle ineficaz da dor, especialmente nas primeiras 48 horas pós-operatórias. Esquemas regulares com avaliação periódica são mais eficazes e seguros. Referências: MORETTI, Miguel Antônio; BAPTISTA FILHO, Mario Lúcio Alves (ed.). Manual de cuidados perioperatórios. São Paulo: Manole, 2014. 1 recurso online. ISBN 9788520451663. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520451663/. Acesso em: 19 set. 2017. PATERSON-BROWN, Simon. Tópicos Essenciais em Cirurgia Geral e de Emergência: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788595156517. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595156517/. Acesso em: 28 maio 2024. RIBEIRO JUNIOR, Marcelo A. F. Fundamentos em cirurgia do trauma. Rio de Janeiro: Roca, 2016. 1 recurso online. ISBN 9788527730587. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730587/. Acesso em: 19 set. 2017. 29ª QUESTÃO Enunciado: (FASA VIC) Paciente do sexo feminino, 64 anos, hipertensa e obesa (IMC = 34 kg/m²), apresenta dor, sensação de peso e edema em membro inferior esquerdo, que surgiram de forma súbita há 3 dias. Refere ainda coloração arroxeada da panturrilha e piora do edema ao final do dia. No exame físico, observa-se edema unilateral até o joelho, empastamento muscular, sinal de Homans positivo e discreta hipertermia local. Ela relata histórico de veias varicosas diagnosticadas há 10 anos, sem tratamento cirúrgico. Não faz uso de anticoagulantes. Com base no caso apresentado, qual entre as opções abaixo é a melhor estratégia terapêutica inicial para a paciente? 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 45 de 48 Alternativas: (alternativa A) Indicar trombólise venosa por cateter e contraindicar o uso de compressão elástica devido ao risco de síndrome pós-trombótica. (alternativa B) (CORRETA) Iniciar anticoagulação oral direta com rivaroxabana e recomendar elevação do membro afetado, com compressão elástica após estabilização clínica. (alternativa C) Prescrever varfarina oral de início imediatoe suspender o uso de meias de compressão até a resolução completa do quadro. (alternativa D) Iniciar heparina de baixo peso molecular (HBPM) em dose terapêutica e prescrever meias de compressão elástica para manejo da insuficiência venosa crônica. Resposta comentada: Alternativa: Iniciar anticoagulação oral direta com rivaroxabana e recomendar elevação do membro afetado, com compressão elástica após estabilização clínica. Correta. Anticoagulantes orais diretos, como rivaroxabana, são preferidos para TVP em pacientes estáveis, pela eficácia e praticidade. A compressão elástica é introduzida após a fase aguda para prevenir a síndrome pós-trombótica. A elevação do membro ajuda a reduzir o edema e a dor no curto prazo. Alternativa: Iniciar heparina de baixo peso molecular (HBPM) em dose terapêutica e prescrever meias de compressão elástica para manejo da insuficiência venosa crônica. Incorreta. Embora a HBPM seja amplamente utilizada no manejo inicial da TVP, o uso de meias de compressão elástica deve ser adiado até que o paciente esteja estabilizado, para evitar a exacerbação de sintomas agudos. Alternativa: Prescrever varfarina oral de início imediato e suspender o uso de meias de compressão até a resolução completa do quadro. Incorreta. Varfarina não é iniciada isoladamente devido ao risco de hipercoagulabilidade transitória; deve ser associada à HBPM nos primeiros dias. Além disso, suspender completamente o uso de compressão elástica pode agravar os sintomas de insuficiência venosa crônica. Alternativa: Indicar trombólise venosa por cateter e contraindicar o uso de compressão elástica devido ao risco de síndrome pós-trombótica. Incorreta. A trombólise venosa é reservada para casos graves, como TVP extensa com risco iminente de síndrome compartimental ou embolia pulmonar. A compressão elástica, quando usada adequadamente, reduz o risco de síndrome pós-trombótica e deve ser recomendada. Referência: TOWNSEND, Courtney M. Sabiston Textbook of Surgery: The Biological Basis of Modern Surgical Practice. 21ª edição. Elsevier, 2022. 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 46 de 48 30ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um homem de 25 anos apresenta dor escrotal aguda há 5 horas, iniciada subitamente, com náuseas e vômitos. Ao exame físico, o testículo direito encontra-se elevado, em posição horizontalizada, muito sensível, com ausência do reflexo cremastérico. A ultrassonografia com Doppler demonstra fluxo reduzido no testículo direito. Outro paciente, de 30 anos, também apresenta dor escrotal, de início insidioso, com febre baixa e disúria. Ao exame físico, há edema e dor à palpação do epidídimo, com reflexo cremastérico presente e melhora da dor à elevação do testículo (sinal de Prehn positivo). A urina tipo 1 mostra leucocitúria e bacteriúria. Com base nos achados clínicos e exames complementares, qual das alternativas corresponde corretamente à interpretação dos diagnósticos e sua diferenciação? Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) O primeiro caso representa torção testicular, confirmada pela redução do fluxo ao Doppler, enquanto o segundo é orquiepididimite, com achados sugestivos de infecção. (alternativa B) A torção testicular é possível em ambos os casos e a confirmação de infecção no segundo paciente depende da urocultura. (alternativa C) Ambos os casos representam orquiepididimite, sendo o Doppler pouco confiável para diferenciar a torção testicular. (alternativa D) O primeiro caso é compatível com orquiepididimite e o segundo com tumor testicular; a ausência de bacteriúria no primeiro paciente reforça o diagnóstico apenas inflamatório. 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 47 de 48 Resposta comentada: “O primeiro caso é compatível com orquiepididimite e o segundo com tumor testicular; a ausência de bacteriúria no primeiro paciente reforça o diagnóstico apenas inflamatório.” — Incorreta. O quadro clínico agudo, ausência de reflexo cremastérico e Doppler com fluxo reduzido são típicos de torção testicular no primeiro paciente e o texto não menciona a análise da urina no primeiro paciente. A presença de bacteriúria e dor progressiva com sinal de Prehn positivo é mais compatível com orquiepididimite e não com tumor testicular. “O primeiro caso representa torção testicular, confirmada pela redução do fluxo ao Doppler, enquanto o segundo é orquiepididimite, com achados clínicos e laboratoriais sugestivos de infecção.” — Correta. A torção testicular é caracterizada por início súbito, dor intensa, reflexo cremastérico ausente e hipoperfusão testicular ao Doppler. Já a orquiepididimite apresenta início insidioso, disúria, leucocitúria e melhora com elevação testicular. “Ambos os casos representam orquiepididimite, sendo o Doppler pouco confiável para diferenciar a torção testicular.” — Incorreta. O Doppler é o exame de escolha na diferenciação entre torção (fluxo diminuído ou ausente) e orquiepididimite (fluxo aumentado por hiperemia). Sua sensibilidade é alta quando bem realizada. “A torção testicular é possível em ambos os casos e a confirmação de infecção no segundo paciente depende da urocultura.” — Incorreta. O primeiro caso representa torção testicular, enquanto o segundo é orquiepididimite, com achados clínicos e laboratoriais sugestivos de infecção. A confirmação da infecção já foi estabelecida pela leucocitúria associada à bacteriúria. A urocultura mostra o agente infeccioso. Referência: PATERSON-BROWN, Simon. Tópicos Essenciais em Cirurgia Geral e de Emergência: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788595156517. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595156517/. Acesso em: 28 maio 2024. 000161.050018.c48ba8.6c955b.8cc6ff.bbbfbc.1390ad.dce09 Pgina 48 de 48 AFYA CURSO DE MEDICINA - AFYA NOTA FINAL Aluno: Componente Curricular: Estágio em Atenção Ambulatorial e Hospitalar em Clínica Cirúrgica Professor (es): Período: 202501 Turma: Data: 11/06/2025 N2 INTERNATO - MEDICINA - CC - 2025.1 - ROT 3 - 11/JUNHO RELATÓRIO DE DEVOLUTIVA DE PROVA PROVA 16105 - CADERNO 004 1ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um homem de 28 anos é admitido na emergência após colisão automobilística, apresentando taquicardia, hipotensão e rebaixamento do nível de consciência. Apresenta ainda fratura em extremidades, possivelmente fêmur. A equipe médica suspeita de lesão abdominal . Considerando a avaliação inicial e os exames complementares no contexto do trauma abdominal, qual das seguintes estratégias diagnósticas é a mais adequada para rápida triagem e tomada de decisão inicial? Alternativas: (alternativa A) Solicitar radiografia simples de abdome e pelve, além do membro inferior, seguida de exame laboratorial completo antes de qualquer outra medida. (alternativa B) Solicitar tomografia computadorizada de abdome com contraste venoso em todos os casos, independentemente da estabilidade hemodinâmica. (alternativa C) (CORRETA) Realizar ultrassonografia FAST (Focused Assessment with Sonography for Trauma) no leito, priorizando a identificação de líquido livre intra-abdominal. (alternativa D) Iniciar com dosagem de amilase e função hepática, pois alterações precoces nesses exames confirmam lesões viscerais e definem a necessidade de cirurgia. 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 1 de 48 Resposta comentada: “Solicitar tomografia computadorizada de abdome com contraste venoso em todos os casos, independentemente da estabilidade hemodinâmica.” — Incorreta. A TC é útil em pacientes hemodinamicamente estáveis. No caso de instabilidade, como o do paciente do enunciado, não se deve atrasar o diagnóstico com exames que exigem transporte e estabilidade clínica. “Solicitar radiografia simples de abdome, pelve e fêmur, seguida de exame laboratorial completo antes de qualquer outra medida.” — Incorreta. Embora úteis em casos selecionados (ex. fratura de pelve), radiografias simples não são sensíveis para detecção de lesões intra-abdominais graves, e exames laboratoriais isoladamentenão são diagnósticos nem resolutivos em situações de urgência. “Realizar ultrassonografia FAST (Focused Assessment with Sonography for Trauma) no leito, priorizando a identificação de líquido livre intra-abdominal.” — Correta. O exame FAST é um método rápido, sensível e não invasivo, ideal para triagem de hemoperitônio em pacientes instáveis, permitindo decisões imediatas, como laparotomia de urgência. “Iniciar com dosagem de amilase e função hepática, pois alterações precoces nesses exames confirmam lesões viscerais e definem a necessidade de cirurgia.” — Incorreta. Embora úteis em avaliação complementar, esses exames não são suficientemente sensíveis ou específicos, nem devem ser priorizados na abordagem imediata de trauma abdominal com instabilidade. Referência: MORETTI, Miguel Antônio; BAPTISTA FILHO, Mario Lúcio Alves (ed.). Manual de cuidados perioperatórios. São Paulo: Manole, 2014. 1 recurso online. ISBN 9788520451663. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520451663/. Acesso em: 19 set. 2017. PATERSON-BROWN, Simon. Tópicos Essenciais em Cirurgia Geral e de Emergência. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788595156517. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595156517/. Acesso em: 28 maio 2024. RIBEIRO JUNIOR, Marcelo A. F. Fundamentos em cirurgia do trauma. Rio de Janeiro: Roca, 2016. 1 recurso online. ISBN 9788527730587. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730587/. Acesso em: 19 set. 2017. 2ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um paciente de 45 anos dá entrada na emergência com dor abdominal localizada no quadrante inferior esquerdo, febre e leucocitose. A tomografia computadorizada de abdome com contraste mostra espessamento da parede do cólon sigmoide, infiltração da gordura pericólica e presença de bolhas de gás extraluminal sem líquido livre abundante. Considerando o quadro clínico e os achados radiológicos, qual das alternativas corresponde corretamente ao diagnóstico mais provável e aos principais achados de imagem associados às demais condições inflamatórias abdominais agudas? 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 2 de 48 Alternativas: (alternativa A) O quadro é compatível com apendicite aguda. (alternativa B) Trata-se de colecistite aguda. (alternativa C) (CORRETA) Trata-se de diverticulite aguda. (alternativa D) O diagnóstico é de obstrução intestinal secundária à má rotação. Resposta comentada: Gabarito: Trata-se de diverticulite aguda. A diverticulite aguda do sigmoide é comum após os 40 anos, e os achados descritos na TC são clássicos, principalmente quando complicações como perfuração localizada estão presentes. Resposta Comentada: “O quadro é compatível com apendicite aguda — Esta afirmativa está incorreta. Apendicite aguda se manifesta por espessamento e dilatação do apêndice (>6 mm), realce da parede e inflamação da gordura periapendicular, não necessariamente com dilatação do ceco ou gás livre. “Trata-se de colecistite aguda — Esta afirmativa está incorreta. A colecistite aguda cursa com espessamento da parede da vesícula, líquido perivesicular e sinal de Murphy ultrassonográfico positivo, sem relação com espessamento colônico. “O diagnóstico é de obstrução intestinal secundária à má rotação — Esta afirmativa está incorreta. Esta condição é típica da infância, e os achados descritos no enunciado são mais compatíveis com inflamação colônica segmentar. Referências: BRASIL. Protocolo de uso da tomografia computadorizada no abdome agudo. Brasília: Ministério da Saúde, 2018. SILVA, A. C. ; COSTA, L. B. ; MARCHINI, G. S. Diagnóstico por imagem no abdome agudo. Radiologia Brasileira, São Paulo, v. 45, n. 4, p. 225–231, jul./ago. 2012. 3ª QUESTÃO 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 3 de 48 Enunciado: (AFYA Palmas) Um paciente de 45 anos, previamente saudável, sofreu um ferimento cortante na região anterior da perna, há cerca de 10 dias, com profundidade moderada e sem comprometimento muscular. A ferida foi inicialmente limpa com soro fisiológico e suturada no pronto-socorro, mas agora o paciente retorna queixando-se de dor, exsudato amarelado e bordas eritematosas. Ao exame, percebe-se tensão na sutura, sinais locais de infecção e ausência de sinais sistêmicos. Considerando os principais fatores técnicos que favorecem uma boa cicatrização e as estratégias eficazes no cuidado de feridas, qual é a conduta mais adequada neste caso? Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Retirar parte dos pontos, aliviar a tensão, realizar desbridamento e instituir curativos úmidos, além de reavaliar a necessidade de antibioticoterapia. (alternativa B) Deixar a ferida exposta ao ar, interromper curativos e indicar repouso absoluto para acelerar a cicatrização espontânea. (alternativa C) Reforçar a sutura com pontos adicionais, utilizar solução antisséptica alcoólica e aplicar pomada antibiótica tópica. (alternativa D) Manter a sutura, intensificar curativos secos e aguardar evolução, evitando manipulações para não interferir na cicatrização. 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 4 de 48 Resposta comentada: Correta: Retirar parte dos pontos, aliviar a tensão, realizar desbridamento e instituir curativos úmidos, além de reavaliar a necessidade de antibioticoterapia. A presença de tensão na sutura é um fator técnico negativo, que compromete a perfusão local e favorece complicações como deiscência e infecção. A conduta adequada inclui: Alívio da tensão (retirada de pontos). Desbridamento de tecido desvitalizado. Implementação de curativos úmidos, que mantêm o equilíbrio hídrico ideal para a cicatrização. Avaliação criteriosa da necessidade de antibioticoterapia sistêmica, conforme a gravidade da infecção. Essa estratégia técnica melhora a perfusão, reduz infecção e promove ambiente propício à cicatrização. Justificativa das incorretas: Deixar a ferida exposta ao ar, interromper curativos e indicar repouso absoluto para acelerar a cicatrização espontânea. Deixar a ferida exposta ao ar prejudica o equilíbrio da umidade, favorece a desidratação tecidual e formação de crostas, que retardam a cicatrização. Além disso, a ausência de curativos impede o controle adequado do exsudato e da infecção local. O repouso absoluto não corrige os fatores mecânicos prejudiciais. Reforçar a sutura com pontos adicionais, utilizar solução antisséptica alcoólica e aplicar pomada antibiótica tópica. Reforçar a sutura aumenta ainda mais a tensão tecidual, comprometendo a vascularização e agravando o risco de deiscência e infecção. O uso de antissépticos alcoólicos pode ser citotóxico, prejudicando as células envolvidas na reparação tecidual. Pomadas antibióticas tópicas não são suficientes para manejar infecção com sinais clínicos. Manter a sutura, intensificar curativos secos e aguardar evolução, evitando manipulações para não interferir na cicatrização. Manter a sutura sob tensão e realizar curativos secos favorece a desidratação e aderência do curativo ao leito da ferida, prejudicando a cicatrização e aumentando o risco de dor e trauma na troca. A estratégia passiva de "aguardar" não resolve os fatores técnicos prejudiciais identificados. Referência: DOHERTY, Gerard M. CURRENT Cirurgia. [Digite o Local da Editora]: Grupo A, 2017. E-book. ISBN 9788580556018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580556018/. Acesso em: 28 maio 2024. 4ª QUESTÃO 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 5 de 48 Enunciado: (AFYA Santa Inês) Um paciente de 68 anos, com histórico de hipertensão arterial sistêmica (HAS) e diabetes mellitus (DM) insulinodependente de difícil controle, deu entrada em uma unidade de pronto atendimento relatando dor intensa no hipocôndrio direito, com início há aproximadamente 48 horas. O quadro clínico é acompanhado de náusea, um episódio de vômito e febre (38 ºC). O uso de analgésicos proporcionou alívio mínimo dos sintomas.Foram solicitados exames laboratoriais e uma tomografia computadorizada (TC) de abdome como parte da investigação inicial, que revelou quadro sugestivo de colecistite aguda enfisematosa. Considerando o quadro clínico descrito, qual é o principal agente etiológico associado a essa condição? Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Clostridium perfringens (alternativa B) Proteus mirabilis (alternativa C) Escherichia coli (alternativa D) Klebsiella pneumoniae 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 6 de 48 Resposta comentada: Resposta correta: Clostridium welchii. O paciente apresenta um quadro clínico sugestivo de colecistite aguda enfisematosa, uma forma grave de colecistite aguda caracterizada pela presença de gás na parede da vesícula biliar, identificado na tomografia de abdome. Esse tipo de infecção ocorre com maior frequência em pacientes diabéticos e idosos, como o caso descrito. A colecistite enfisematosa é causada por bactérias anaeróbias formadoras de gás, sendo o Clostridium welchii (sinônimo de Clostridium perfringens) o agente etiológico mais comum. Esse microrganismo consegue produzir toxinas e gás, explicando a presença de ar na parede da vesícula observada na TC. Demais alternativas: Escherichia coli – Incorreta A E. coli é uma bactéria Gram-negativa frequentemente envolvida em infecções do trato urinário e em casos de colecistite aguda não enfisematosa. Embora possa estar presente em até 15% dos casos de colecistite enfisematosa, não é o agente mais prevalente. Apesar de ser comum em infecções abdominais, não é a principal causadora da forma enfisematosa da doença. Proteus mirabilis – Incorreta O Proteus mirabilis é uma bactéria Gram-negativa, associada principalmente a infecções do trato urinário e à formação de cálculos renais devido à sua capacidade de produzir urease. Raramente está envolvido em infecções da vesícula biliar, especialmente na forma enfisematosa. Não é um patógeno comum em colecistite enfisematosa. Klebsiella pneumoniae – Incorreta A Klebsiella pneumoniae pode ser isolada em alguns casos de infecções biliares, incluindo colecistite aguda, especialmente em pacientes imunossuprimidos e diabéticos. Apesar de estar associada a infecções graves, não é o microrganismo mais comum na colecistite enfisematosa. Embora possa estar presente, sua prevalência é menor em comparação com o Clostridium welchii. Referências: AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS. ATLS: Advanced Trauma Life Support: Student Course Manual. 10ª ed. Chicago: American College of Surgeons, 2018. ISBN: 978-0-9968262-3-5. SCHWARTZ, Seymour I. ; BRUNICARDI, F. C.; et al. Princípios de Cirurgia. 9ª ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2014. 2 v. TOWNSEND, C. M. BEAUCHAMP, R. D. ; EVERS, B. M. ; MATTOX, K. L. Sabiston: Tratado de Cirurgia – A Base Biológica da Prática Cirúrgica Moderna. 20ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019. 2 v. WALSH, P. C. CAMPBELL, M. F.; et al. Campbell-Walsh Urology. 11ª ed. Philadelphia: Saunders/Elsevier, 2016. 4 v. 5ª QUESTÃO 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 7 de 48 Enunciado: (FASA VIC) Paciente do sexo feminino, 64 anos, hipertensa e obesa (IMC = 34 kg/m²), apresenta dor, sensação de peso e edema em membro inferior esquerdo, que surgiram de forma súbita há 3 dias. Refere ainda coloração arroxeada da panturrilha e piora do edema ao final do dia. No exame físico, observa-se edema unilateral até o joelho, empastamento muscular, sinal de Homans positivo e discreta hipertermia local. Ela relata histórico de veias varicosas diagnosticadas há 10 anos, sem tratamento cirúrgico. Não faz uso de anticoagulantes. Com base no caso apresentado, qual entre as opções abaixo é a melhor estratégia terapêutica inicial para a paciente? Alternativas: (alternativa A) Iniciar heparina de baixo peso molecular (HBPM) em dose terapêutica e prescrever meias de compressão elástica para manejo da insuficiência venosa crônica. (alternativa B) (CORRETA) Iniciar anticoagulação oral direta com rivaroxabana e recomendar elevação do membro afetado, com compressão elástica após estabilização clínica. (alternativa C) Indicar trombólise venosa por cateter e contraindicar o uso de compressão elástica devido ao risco de síndrome pós-trombótica. (alternativa D) Prescrever varfarina oral de início imediato e suspender o uso de meias de compressão até a resolução completa do quadro. 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 8 de 48 Resposta comentada: Alternativa: Iniciar anticoagulação oral direta com rivaroxabana e recomendar elevação do membro afetado, com compressão elástica após estabilização clínica. Correta. Anticoagulantes orais diretos, como rivaroxabana, são preferidos para TVP em pacientes estáveis, pela eficácia e praticidade. A compressão elástica é introduzida após a fase aguda para prevenir a síndrome pós-trombótica. A elevação do membro ajuda a reduzir o edema e a dor no curto prazo. Alternativa: Iniciar heparina de baixo peso molecular (HBPM) em dose terapêutica e prescrever meias de compressão elástica para manejo da insuficiência venosa crônica. Incorreta. Embora a HBPM seja amplamente utilizada no manejo inicial da TVP, o uso de meias de compressão elástica deve ser adiado até que o paciente esteja estabilizado, para evitar a exacerbação de sintomas agudos. Alternativa: Prescrever varfarina oral de início imediato e suspender o uso de meias de compressão até a resolução completa do quadro. Incorreta. Varfarina não é iniciada isoladamente devido ao risco de hipercoagulabilidade transitória; deve ser associada à HBPM nos primeiros dias. Além disso, suspender completamente o uso de compressão elástica pode agravar os sintomas de insuficiência venosa crônica. Alternativa: Indicar trombólise venosa por cateter e contraindicar o uso de compressão elástica devido ao risco de síndrome pós-trombótica. Incorreta. A trombólise venosa é reservada para casos graves, como TVP extensa com risco iminente de síndrome compartimental ou embolia pulmonar. A compressão elástica, quando usada adequadamente, reduz o risco de síndrome pós-trombótica e deve ser recomendada. Referência: TOWNSEND, Courtney M. Sabiston Textbook of Surgery: The Biological Basis of Modern Surgical Practice. 21ª edição. Elsevier, 2022. 6ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um homem de 25 anos apresenta dor escrotal aguda há 5 horas, iniciada subitamente, com náuseas e vômitos. Ao exame físico, o testículo direito encontra-se elevado, em posição horizontalizada, muito sensível, com ausência do reflexo cremastérico. A ultrassonografia com Doppler demonstra fluxo reduzido no testículo direito. Outro paciente, de 30 anos, também apresenta dor escrotal, de início insidioso, com febre baixa e disúria. Ao exame físico, há edema e dor à palpação do epidídimo, com reflexo cremastérico presente e melhora da dor à elevação do testículo (sinal de Prehn positivo). A urina tipo 1 mostra leucocitúria e bacteriúria. Com base nos achados clínicos e exames complementares, qual das alternativas corresponde corretamente à interpretação dos diagnósticos e sua diferenciação? 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 9 de 48 Alternativas: (alternativa A) A torção testicular é possível em ambos os casos e a confirmação de infecção no segundo paciente depende da urocultura. (alternativa B) O primeiro caso é compatível com orquiepididimite e o segundo com tumor testicular; a ausência de bacteriúria no primeiro paciente reforça o diagnóstico apenas inflamatório. (alternativa C) (CORRETA) O primeiro caso representa torção testicular, confirmada pela redução do fluxo ao Doppler, enquanto o segundo é orquiepididimite, com achados sugestivos de infecção. (alternativa D) Ambos os casos representam orquiepididimite, sendo o Doppler pouco confiável para diferenciar a torção testicular. Resposta comentada: “O primeiro caso é compatível com orquiepididimite e o segundo com tumor testicular; a ausência de bacteriúria no primeiro pacientereforça o diagnóstico apenas inflamatório.” — Incorreta. O quadro clínico agudo, ausência de reflexo cremastérico e Doppler com fluxo reduzido são típicos de torção testicular no primeiro paciente e o texto não menciona a análise da urina no primeiro paciente. A presença de bacteriúria e dor progressiva com sinal de Prehn positivo é mais compatível com orquiepididimite e não com tumor testicular. “O primeiro caso representa torção testicular, confirmada pela redução do fluxo ao Doppler, enquanto o segundo é orquiepididimite, com achados clínicos e laboratoriais sugestivos de infecção.” — Correta. A torção testicular é caracterizada por início súbito, dor intensa, reflexo cremastérico ausente e hipoperfusão testicular ao Doppler. Já a orquiepididimite apresenta início insidioso, disúria, leucocitúria e melhora com elevação testicular. “Ambos os casos representam orquiepididimite, sendo o Doppler pouco confiável para diferenciar a torção testicular.” — Incorreta. O Doppler é o exame de escolha na diferenciação entre torção (fluxo diminuído ou ausente) e orquiepididimite (fluxo aumentado por hiperemia). Sua sensibilidade é alta quando bem realizada. “A torção testicular é possível em ambos os casos e a confirmação de infecção no segundo paciente depende da urocultura.” — Incorreta. O primeiro caso representa torção testicular, enquanto o segundo é orquiepididimite, com achados clínicos e laboratoriais sugestivos de infecção. A confirmação da infecção já foi estabelecida pela leucocitúria associada à bacteriúria. A urocultura mostra o agente infeccioso. Referência: PATERSON-BROWN, Simon. Tópicos Essenciais em Cirurgia Geral e de Emergência: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788595156517. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595156517/. Acesso em: 28 maio 2024. 7ª QUESTÃO 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 10 de 48 Enunciado: (Banco AFYA) Um adolescente de 15 anos procura a emergência com dor testicular súbita, intensa, iniciada há 4 horas, associada a náuseas e vômitos. Ao exame físico, observa-se testículo elevado e horizontalizado, com ausência do reflexo cremastérico à direita e importante sensibilidade local. Diante do quadro clínico e dos achados complementares, qual das condutas abaixo representa a terapêutica mais eficaz e imediata? Alternativas: (alternativa A) Realizar biópsia testicular para confirmação do diagnóstico de orquiepididimite e iniciar antibióticos de amplo espectro. (alternativa B) (CORRETA) Encaminhar imediatamente para exploração cirúrgica e orquidopexia, preferencialmente dentro das primeiras 6 horas. (alternativa C) Iniciar tratamento para priapismo com punção aspirativa e irrigação com solução salina fria, seguido de injeção intracavernosa de simpatomimético. (alternativa D) Prescrever anti-inflamatórios e analgésicos, solicitar avaliação ambulatorial com urologista e repetir Doppler em 24 horas. 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 11 de 48 Resposta comentada: “Prescrever anti-inflamatórios e analgésicos, solicitar avaliação ambulatorial com urologista e repetir Doppler em 24 horas.” — Incorreta. O atraso no diagnóstico e tratamento da torção testicular pode levar à necrose testicular. O tempo de viabilidade testicular é menor que 6 horas, e condutas conservadoras colocam em risco a função gonadal. “Realizar biópsia testicular para confirmação do diagnóstico de orquiepididimite e iniciar antibióticos de amplo espectro.” — Incorreta. A biópsia testicular é contraindicada em contexto agudo e não é necessária para diagnóstico de orquiepididimite. Além disso, o quadro clínico e ultrassonográfico favorece fortemente torção, não infecção. “Encaminhar imediatamente para exploração cirúrgica e orquidopexia, preferencialmente dentro das primeiras 6 horas.” — Correta. O quadro é clássico de torção testicular. A torção testicular é uma emergência urológica, e o tempo de viabilidade testicular diminui progressivamente após 6 horas. A conduta correta é exploração cirúrgica imediata com orquidopexia, geralmente bilateral. “Iniciar tratamento para priapismo com punção aspirativa e irrigação com solução salina fria, seguido de injeção intracavernosa de simpatomimético.” — Incorreta. A conduta descrita é apropriada para priapismo isquêmico, mas o quadro clínico descrito é incompatível com priapismo, e sim típico de torção testicular. Referência: PATERSON-BROWN, Simon. Tópicos Essenciais em Cirurgia Geral e de Emergência: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788595156517. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595156517/. Acesso em: 28 maio 2024. 8ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um paciente de 55 anos, vítima de trauma facial grave, foi submetido a traqueostomia de urgência para garantir a via aérea. Após a estabilização clínica, permanece em unidade de terapia intensiva com suporte ventilatório mecânico. Considerando o manejo pós-operatório da via aérea cirúrgica, qual plano de cuidados é mais adequado para evitar complicações e promover a segurança do paciente? 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 12 de 48 Alternativas: (alternativa A) Manter curativo oclusivo e compressivo no local da traqueostomia, aspirar secreções apenas quando o paciente apresentar tosse ou desconforto. (alternativa B) Após 48 horas de monitoramento com estabilidade, reduzir a frequência de avaliação local a cada 72 horas. (alternativa C) Evitar manipulações próximas à cânula nas primeiras 72 horas para prevenir infecções, suspendendo a higiene local nesse período. (alternativa D) (CORRETA) Realizar fixação adequada da cânula, monitorar acúmulo de secreções, inspecionar o local da incisão regularmente e material de aspiração à beira do leito. Resposta comentada: “Manter curativo oclusivo e compressivo no local da traqueostomia, aspirar secreções apenas quando o paciente apresentar tosse ou desconforto.” — Incorreta. O curativo não deve ser compressivo e a aspiração de secreções deve ser feita de forma programada ou conforme avaliação clínica, não apenas por sintomas. “Realizar fixação adequada da cânula, monitorar acúmulo de secreções, inspecionar o local da incisão regularmente e material de aspiração à beira do leito.” — Correta. Essas são práticas recomendadas no cuidado com a traqueostomia, prevenindo deslocamento acidental, obstruções, infecções e falhas ventilatórias. O cuidado envolve monitoramento contínuo, higiene local e suporte da equipe multiprofissional. “Após 48 horas de monitoramento com estabilidade, reduzir a frequência de avaliação local a cada 72 horas.” — Incorreta. Mesmo com estabilidade após 48h, não exime a necessidade de monitoramento contínuo. “Evitar manipulações próximas à cânula nas primeiras 72 horas para prevenir infecções, suspendendo a higiene local nesse período.” — Incorreta. A higiene local é essencial desde o pós- operatório imediato para evitar colonização e infecções. Manipulações devem ser feitas com técnica asséptica, não evitadas. Referências: PATERSON-BROWN, Simon. Tópicos Essenciais em Cirurgia Geral e de Emergência: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788595156517. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595156517/. Acesso em: 28 maio 2024. RIBEIRO JUNIOR, Marcelo A. F. Fundamentos em cirurgia do trauma. Rio de Janeiro: Roca, 2016. 1 recurso online. ISBN 9788527730587. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730587/. Acesso em: 19 set. 2017. 9ª QUESTÃO 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 13 de 48 Enunciado: (AFYA Palmas) Homem de 38 anos, vítima de incêndio residencial, chega ao pronto-socorro com queimaduras de terceiro grau em 35% da superfície corporal total (SCT), atingindo tronco anterior, ambos os membros inferiores e parte do rosto. Foi admitido 3 horas após o acidente, apresentando sinais de choque hipovolêmico e lesões profundas com risco de infecção. Após estabilização inicial, é transferido para unidadedrenagem torácica com tubo em espaço intercostal inferior (geralmente 5º ou 6º EIC, linha axilar média), não toracocentese com agulha, que é mais indicada para alívio rápido de pneumotórax hipertensivo. “Pneumotórax hipertensivo à direita; realizar descompressão imediata com agulha e, em seguida, drenagem torácica em selo d’água.” — Correta. O quadro clínico (dispneia grave, desvio traqueal, enfisema subcutâneo, ausência de murmúrio e instabilidade) é típico de pneumotórax hipertensivo, uma emergência que requer descompressão imediata com agulha no segundo EIC, linha médio-clavicular, seguida de drenagem com tubo em selo d’água. “Contusão pulmonar à esquerda; iniciar antibiótico intravenoso e oxigenoterapia de alto fluxo.” — Incorreta. Contusão pulmonar causa hipoxemia, mas não há desvio traqueal nem turgência jugular. Além disso, antibióticos não são indicados sistematicamente sem sinais de infecção. “Tórax instável; realizar imobilização torácica com faixa compressiva e administrar opioides para analgesia.” — Incorreta. O tórax instável exige analgesia eficaz, porém faixas compressivas são contraindicadas, pois restringem a ventilação e agravam a hipoxemia. Além disso, o quadro descrito no enunciado não é compatível com tórax instável. Referências: MORETTI, Miguel Antônio; BAPTISTA FILHO, Mario Lúcio Alves (ed.). Manual de cuidados perioperatórios. São Paulo: Manole, 2014. 1 recurso online. ISBN 9788520451663. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520451663/. Acesso em: 19 set. 2017. PATERSON-BROWN, Simon. Tópicos Essenciais em Cirurgia Geral e de Emergência. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788595156517. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595156517/. Acesso em: 28 maio 2024. RIBEIRO JUNIOR, Marcelo A. F. Fundamentos em cirurgia do trauma. Rio de Janeiro: Roca, 2016. 1 recurso online. ISBN 9788527730587. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730587/. Acesso em: 19 set. 2017. 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 11 de 47 8ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um paciente de 45 anos dá entrada na emergência com dor abdominal localizada no quadrante inferior esquerdo, febre e leucocitose. A tomografia computadorizada de abdome com contraste mostra espessamento da parede do cólon sigmoide, infiltração da gordura pericólica e presença de bolhas de gás extraluminal sem líquido livre abundante. Considerando o quadro clínico e os achados radiológicos, qual das alternativas corresponde corretamente ao diagnóstico mais provável e aos principais achados de imagem associados às demais condições inflamatórias abdominais agudas? Alternativas: (alternativa A) O diagnóstico é de obstrução intestinal secundária à má rotação. (alternativa B) (CORRETA) Trata-se de diverticulite aguda. (alternativa C) O quadro é compatível com apendicite aguda. (alternativa D) Trata-se de colecistite aguda. Resposta comentada: Gabarito: Trata-se de diverticulite aguda. A diverticulite aguda do sigmoide é comum após os 40 anos, e os achados descritos na TC são clássicos, principalmente quando complicações como perfuração localizada estão presentes. Resposta Comentada: “O quadro é compatível com apendicite aguda — Esta afirmativa está incorreta. Apendicite aguda se manifesta por espessamento e dilatação do apêndice (>6 mm), realce da parede e inflamação da gordura periapendicular, não necessariamente com dilatação do ceco ou gás livre. “Trata-se de colecistite aguda — Esta afirmativa está incorreta. A colecistite aguda cursa com espessamento da parede da vesícula, líquido perivesicular e sinal de Murphy ultrassonográfico positivo, sem relação com espessamento colônico. “O diagnóstico é de obstrução intestinal secundária à má rotação — Esta afirmativa está incorreta. Esta condição é típica da infância, e os achados descritos no enunciado são mais compatíveis com inflamação colônica segmentar. Referências: BRASIL. Protocolo de uso da tomografia computadorizada no abdome agudo. Brasília: Ministério da Saúde, 2018. SILVA, A. C. ; COSTA, L. B. ; MARCHINI, G. S. Diagnóstico por imagem no abdome agudo. Radiologia Brasileira, São Paulo, v. 45, n. 4, p. 225–231, jul./ago. 2012. 9ª QUESTÃO 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 12 de 47 Enunciado: (Banco AFYA) Um paciente de 55 anos, vítima de trauma facial grave, foi submetido a traqueostomia de urgência para garantir a via aérea. Após a estabilização clínica, permanece em unidade de terapia intensiva com suporte ventilatório mecânico. Considerando o manejo pós-operatório da via aérea cirúrgica, qual plano de cuidados é mais adequado para evitar complicações e promover a segurança do paciente? Alternativas: (alternativa A) Após 48 horas de monitoramento com estabilidade, reduzir a frequência de avaliação local a cada 72 horas. (alternativa B) (CORRETA) Realizar fixação adequada da cânula, monitorar acúmulo de secreções, inspecionar o local da incisão regularmente e material de aspiração à beira do leito. (alternativa C) Manter curativo oclusivo e compressivo no local da traqueostomia, aspirar secreções apenas quando o paciente apresentar tosse ou desconforto. (alternativa D) Evitar manipulações próximas à cânula nas primeiras 72 horas para prevenir infecções, suspendendo a higiene local nesse período. 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 13 de 47 Resposta comentada: “Manter curativo oclusivo e compressivo no local da traqueostomia, aspirar secreções apenas quando o paciente apresentar tosse ou desconforto.” — Incorreta. O curativo não deve ser compressivo e a aspiração de secreções deve ser feita de forma programada ou conforme avaliação clínica, não apenas por sintomas. “Realizar fixação adequada da cânula, monitorar acúmulo de secreções, inspecionar o local da incisão regularmente e material de aspiração à beira do leito.” — Correta. Essas são práticas recomendadas no cuidado com a traqueostomia, prevenindo deslocamento acidental, obstruções, infecções e falhas ventilatórias. O cuidado envolve monitoramento contínuo, higiene local e suporte da equipe multiprofissional. “Após 48 horas de monitoramento com estabilidade, reduzir a frequência de avaliação local a cada 72 horas.” — Incorreta. Mesmo com estabilidade após 48h, não exime a necessidade de monitoramento contínuo. “Evitar manipulações próximas à cânula nas primeiras 72 horas para prevenir infecções, suspendendo a higiene local nesse período.” — Incorreta. A higiene local é essencial desde o pós- operatório imediato para evitar colonização e infecções. Manipulações devem ser feitas com técnica asséptica, não evitadas. Referências: PATERSON-BROWN, Simon. Tópicos Essenciais em Cirurgia Geral e de Emergência: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788595156517. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595156517/. Acesso em: 28 maio 2024. RIBEIRO JUNIOR, Marcelo A. F. Fundamentos em cirurgia do trauma. Rio de Janeiro: Roca, 2016. 1 recurso online. ISBN 9788527730587. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730587/. Acesso em: 19 set. 2017. 10ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um paciente de 35 anos foi internado em unidade de queimados após acidente com chama direta, apresentando queimaduras de espessura parcial profunda e total em membros superiores e tronco anterior, totalizando 25% da superfície corporal queimada (SCQ). Após realização de desbridamento cirúrgico e enxertia, a equipe médica planeja os cuidados pós- operatórios para otimizar a recuperação e prevenir infecções. Qual das alternativas a seguir representa corretamente uma conduta baseada em evidências para o cuidado pós-operatório de queimaduras com foco na prevenção de infecções? 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 14 de 47 Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Realizar curativos oclusivos com trocas diárias, associando limpeza com soluções antissépticasde queimados, onde evolui com dor intensa em membros inferiores, parestesia distal nas pernas e diminuição da perfusão nas extremidades. A pressão intra-compartimental nas panturrilhas é de 40 mmHg. Com base no quadro clínico e no valor da pressão compartimental, qual é a conduta mais apropriada neste momento? Alternativas: (alternativa A) A fasciotomia só está indicada se houver sinais clínicos de necrose muscular, que ainda não foram identificados neste caso, sendo adequada a observação com suporte clínico. (alternativa B) A prioridade inicial é controlar o risco infeccioso e manter a estabilidade hemodinâmica, postergando qualquer intervenção muscular até o terceiro dia de evolução. (alternativa C) (CORRETA) O diagnóstico de síndrome compartimental deve ser considerado e está indicada a fasciotomia imediata, com o objetivo de evitar isquemia e necrose muscular progressiva. (alternativa D) A elevação da pressão intra-compartimental é comum nas primeiras 24 horas e deve ser tratada com analgesia, hidratação e reavaliação clínica periódica antes de qualquer cirurgia. 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 14 de 48 Resposta comentada: Correta. O diagnóstico de síndrome compartimental deve ser considerado e está indicada a fasciotomia imediata, com o objetivo de evitar isquemia e necrose muscular progressiva. A síndrome compartimental é uma emergência cirúrgica. A pressão de 40 mmHg associada à dor intensa, parestesia e hipoperfusão distal confirma o diagnóstico. A fasciotomia imediata está indicada para evitar necrose muscular, dano nervoso e perda funcional. Errada. A elevação da pressão intra-compartimental é comum nas primeiras 24 horas e deve ser tratada com analgesia, hidratação e reavaliação clínica periódica antes de qualquer cirurgia. Embora a elevação da pressão compartimental possa ocorrer em queimaduras, valores acima de 30 mmHg com sintomas clínicos não devem ser tratados conservadoramente. Atrasar a intervenção cirúrgica pode resultar em lesão irreversível. Errada. A fasciotomia só está indicada se houver sinais clínicos de necrose muscular, que ainda não foram identificados neste caso, sendo adequada a observação com suporte clínico. A necrose muscular é uma complicação tardia. A fasciotomia deve ser feita antes que ela ocorra, com base em sinais clínicos precoces e pressão elevada, como no caso apresentado. Errada. A prioridade inicial é controlar o risco infeccioso e manter a estabilidade hemodinâmica, postergando qualquer intervenção muscular até o terceiro dia de evolução. A síndrome compartimental é uma urgência absoluta e não deve ser postergada para após a estabilização hemodinâmica tardia. O risco de dano permanente é elevado se o tratamento for adiado. Referências: AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS. Advanced Trauma Life Support – ATLS: Student Course Manual. 10. ed. Chicago: ACS, 2018. MATHES, S.J. ; NAHABEDIAN, M.Y. Surgical Treatment of Burns and Wounds. In: Plastic Surgery. 3rd ed. Elsevier, 2013. 10ª QUESTÃO Enunciado: (AFYA Palmas) Uma criança de 18 meses, previamente hígida, é levada ao pronto-socorro com história de episódios de choro inconsolável, com flexão das pernas sobre o abdome, alternados com períodos de aparente melhora, iniciados há cerca de 12 horas. A mãe refere também vômitos e a presença de fezes com sangue e muco, descritas como "geléia de morango". Ao exame físico, a criança apresenta-se prostrada, com abdome distendido e doloroso à palpação, associado a sinais de irritação peritoneal difusa. Qual deve ser a conduta inicial mais adequada neste caso? 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 15 de 48 Alternativas: (alternativa A) Confirmar o diagnóstico com tomografia e tentar redução com enema baritado. (alternativa B) Realizar radiografia de abdômen. Confirmada a intussuscepção, realizar redução com solução salina ou ar. (alternativa C) Iniciar hidratação intravenosa com antibiótico empírico por 48h e considerar laparotomia. (alternativa D) (CORRETA) Contraindicar enema, optando por cirurgia imediata devido aos sinais clínicos de peritonite difusa. Resposta comentada: Correta. Contraindicar enema, optando por cirurgia imediata devido aos sinais clínicos de peritonite difusa. A conduta recomendada em casos com sinais clínicos de peritonite é a cirurgia imediata. A redução não cirúrgica com enema está absolutamente contraindicada na presença de peritonite ou instabilidade hemodinâmica. Errada. Confirmar o diagnóstico com tomografia e tentar redução com enema baritado. O exame de escolha para avaliação inicial de invaginação intestinal é a ultrassonografia, não a tomografia, especialmente em crianças pequenas, devido à ausência de radiação e alta sensibilidade. A presença de sinais clínicos de irritação peritoneal indica provável complicação grave (necrose, perfuração, peritonite) e, nesses casos, a redução com enema é contraindicada. A conduta é a cirurgia imediata, não tentativa de redução com enema. Errada. Realizar radiografia de abdômen. Confirmada a intussuscepção, realizar redução com solução salina ou ar. A radiografia pode sugerir invaginação ou excluir pneumoperitônio, mas não é necessária para diagnóstico definitivo além do que o exame de escolha é a ultrassonografia. Na presença de sinais de irritação peritoneal, é contraindicado realizar qualquer tentativa de redução não cirúrgica, incluindo redução hidrostática ou pneumática. O risco de perfuração e agravamento é muito elevado. Errada. Iniciar hidratação intravenosa com antibiótico empírico por 48h e considerar laparotomia. É correta a necessidade de iniciar hidratação venosa e antibioticoterapia empírica. Contudo, a presença de sinais de peritonite difusa exige intervenção cirúrgica imediata. Não se deve "aguardar 48 horas" nem "considerar" laparotomia — deve-se realizá-la prontamente. A conduta expectante não é segura nesse quadro. Referências: Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Departamento de Cirurgia Pediátrica. Manual de orientação – Abordagem das urgências abdominais em pediatria. 2022. Behrman, Kliegman, Jenson. Nelson Tratado de Pediatria. 21. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2020. 11ª QUESTÃO 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 16 de 48 Enunciado: (Banco AFYA) Durante um procedimento de redução e fixação de fratura de rádio distal em ambiente de emergência, o anestesiologista opta por realizar um bloqueio do plexo braquial para analgesia adequada do membro superior. Considerando a anatomia e as técnicas de anestesia periférica, qual das alternativas abaixo corresponde corretamente ao bloqueio mais indicado para esse procedimento e sua justificativa anatômica? Alternativas: (alternativa A) Bloqueio interescalênico, por sua eficácia na anestesia do plexo lombossacral e analgesia da extremidade distal do membro inferior. (alternativa B) Bloqueio do nervo ulnar na altura do punho, pois ele supre toda a inervação sensitiva do antebraço e da mão. (alternativa C) (CORRETA) Bloqueio supraclavicular do plexo braquial, por promover anestesia completa do membro superior desde o ombro até a mão, especialmente eficaz para cirurgias distais. (alternativa D) Bloqueio do nervo femoral, já que sua abrangência cobre a região do punho e facilita a imobilização do membro superior. 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 17 de 48 Resposta comentada: “Bloqueio do nervo ulnar na altura do punho, pois ele supre toda a inervação sensitiva do antebraço e da mão.” — Incorreta. O bloqueio do nervo ulnar no punho não abrange toda a inervação do antebraço nem da mão; sua ação é limitada ao território específico do nervo, principalmente o lado medial da mão. “Bloqueio interescalênico, por sua eficácia na anestesia do plexo lombossacral e analgesia da extremidade distal do membro inferior.” — Incorreta. O bloqueio interescalênico é um bloqueio do plexo braquial, indicado para ombro e terço proximal do braço, e não tem efeito sobre o plexo lombossacral ou membros inferiores.“Bloqueio supraclavicular do plexo braquial, por promover anestesia completa do membro superior desde o ombro até a mão, especialmente eficaz para cirurgias distais.” — Correta. O bloqueio supraclavicular é considerado o bloqueio do plexo braquial mais eficaz para procedimentos distais do membro superior, como punho e mão, pois atinge os três troncos do plexo braquial com alto grau de previsibilidade e abrangência. “Bloqueio do nervo femoral, já que sua abrangência cobre a região do punho e facilita a imobilização do membro superior.” — Incorreta. O nervo femoral pertence ao plexo lombar, responsável pela inervação do membro inferior anterior, sem qualquer função no membro superior. Referência: SAVASSI-ROCHA, Paulo R.; SANCHES, Soraya Rodrigues de A.; SAVASSI-ROCHA, Alexandre L. Cirurgia de ambulatório. [Digite o Local da Editora]: MedBook Editora, 2013. E-book. ISBN 9786557830215. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786557830215/. Acesso em: 28 maio 2024. 12ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um paciente de 35 anos foi internado em unidade de queimados após acidente com chama direta, apresentando queimaduras de espessura parcial profunda e total em membros superiores e tronco anterior, totalizando 25% da superfície corporal queimada (SCQ). Após realização de desbridamento cirúrgico e enxertia, a equipe médica planeja os cuidados pós- operatórios para otimizar a recuperação e prevenir infecções. Qual das alternativas a seguir representa corretamente uma conduta baseada em evidências para o cuidado pós-operatório de queimaduras com foco na prevenção de infecções? 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 18 de 48 Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Realizar curativos oclusivos com trocas diárias, associando limpeza com soluções antissépticas suaves e monitoramento constante dos sinais locais e sistêmicos de infecção. (alternativa B) Manter o uso de antibióticos sistêmicos de amplo espectro por tempo prolongado, mesmo na ausência de sinais clínicos de infecção. (alternativa C) Suspender os curativos após a primeira semana, promovendo o banho diário apenas com água corrente, sem necessidade de avaliação médica contínua. (alternativa D) Deixar as áreas enxertadas expostas ao ar para acelerar a formação de crostas secas e reduzir o risco de colonização bacteriana. Resposta comentada: “Manter o uso de antibióticos sistêmicos de amplo espectro por tempo prolongado, mesmo na ausência de sinais clínicos de infecção.” — Incorreta. O uso indiscriminado de antibióticos aumenta a resistência bacteriana e não é recomendado como prevenção rotineira. O tratamento antimicrobiano sistêmico só deve ser instituído mediante sinais clínicos ou laboratoriais de infecção. “Realizar curativos oclusivos com trocas diárias, associando limpeza com soluções antissépticas suaves e monitoramento constante dos sinais locais e sistêmicos de infecção.” — Correta. Essa conduta promove um ambiente úmido favorável à cicatrização, evita colonização secundária e permite detecção precoce de infecção, além de ser compatível com os protocolos modernos de manejo em unidades de queimados. “Deixar as áreas enxertadas expostas ao ar para acelerar a formação de crostas secas e reduzir o risco de colonização bacteriana.” — Incorreta. A exposição das áreas queimadas aumenta o risco de infecção e retarda a cicatrização, especialmente em áreas enxertadas, que exigem proteção mecânica e controle do meio ambiente local. “Suspender os curativos após a primeira semana, promovendo o banho diário apenas com água corrente, sem necessidade de avaliação médica contínua.” — Incorreta. Pacientes com queimaduras profundas ou extensas exigem cuidados contínuos, avaliação médica frequente e acompanhamento da evolução da ferida, especialmente nas áreas enxertadas. Referência: TOY, Eugene C. ; LIU, Terrence H. CAMPBELL, André R. Casos clínicos em cirurgia. 4. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013. 1 recurso online. ISBN 9788580552607. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580552607/. Acesso em: 19 set. 2017. 13ª QUESTÃO 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 19 de 48 Enunciado: (Banco AFYA) Um paciente de 42 anos chega à sala de emergência após colisão de alta energia, apresentando dispneia, dor torácica intensa, enfisema subcutâneo e desvio de traqueia para o lado esquerdo. No exame físico, observa-se ausência de murmúrio vesicular no hemitórax direito, turgência jugular e instabilidade hemodinâmica. Considerando os diferentes tipos de trauma torácico e seus sinais clínicos, qual é o diagnóstico mais provável e a conduta imediata adequada? Alternativas: (alternativa A) Tórax instável; realizar imobilização torácica com faixa compressiva e administrar opioides para analgesia. (alternativa B) Hemotórax maciço à direita; realizar toracocentese com agulha de grosso calibre no segundo espaço intercostal, linha médio-clavicular. (alternativa C) (CORRETA) Pneumotórax hipertensivo à direita; realizar descompressão imediata com agulha e, em seguida, drenagem torácica em selo d’água. (alternativa D) Contusão pulmonar à esquerda; iniciar antibiótico intravenoso e oxigenoterapia de alto fluxo. 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 20 de 48 Resposta comentada: “Hemotórax maciço à direita; realizar toracocentese com agulha de grosso calibre no segundo espaço intercostal, linha médio-clavicular.” — Incorreta. O hemotórax requer drenagem torácica com tubo em espaço intercostal inferior (geralmente 5º ou 6º EIC, linha axilar média), não toracocentese com agulha, que é mais indicada para alívio rápido de pneumotórax hipertensivo. “Pneumotórax hipertensivo à direita; realizar descompressão imediata com agulha e, em seguida, drenagem torácica em selo d’água.” — Correta. O quadro clínico (dispneia grave, desvio traqueal, enfisema subcutâneo, ausência de murmúrio e instabilidade) é típico de pneumotórax hipertensivo, uma emergência que requer descompressão imediata com agulha no segundo EIC, linha médio-clavicular, seguida de drenagem com tubo em selo d’água. “Contusão pulmonar à esquerda; iniciar antibiótico intravenoso e oxigenoterapia de alto fluxo.” — Incorreta. Contusão pulmonar causa hipoxemia, mas não há desvio traqueal nem turgência jugular. Além disso, antibióticos não são indicados sistematicamente sem sinais de infecção. “Tórax instável; realizar imobilização torácica com faixa compressiva e administrar opioides para analgesia.” — Incorreta. O tórax instável exige analgesia eficaz, porém faixas compressivas são contraindicadas, pois restringem a ventilação e agravam a hipoxemia. Além disso, o quadro descrito no enunciado não é compatível com tórax instável. Referências: MORETTI, Miguel Antônio; BAPTISTA FILHO, Mario Lúcio Alves (ed.). Manual de cuidados perioperatórios. São Paulo: Manole, 2014. 1 recurso online. ISBN 9788520451663. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520451663/. Acesso em: 19 set. 2017. PATERSON-BROWN, Simon. Tópicos Essenciais em Cirurgia Geral e de Emergência. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788595156517. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595156517/. Acesso em: 28 maio 2024. RIBEIRO JUNIOR, Marcelo A. F. Fundamentos em cirurgia do trauma. Rio de Janeiro: Roca, 2016. 1 recurso online. ISBN 9788527730587. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730587/. Acesso em: 19 set. 2017. 14ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Durante a preparação para um bloqueio de plexo braquial via abordagem axilar em um paciente de 70 kg, com função hepática e renal preservadas, o anestesiologista opta pelo uso de lidocaína sem vasoconstritor. Considerando a dose máxima recomendada de lidocaína sem vasoconstritor de 4,5mg/Kg e utilizando uma solução de lidocaína a 2%, qual é o volume máximo que pode ser administrado? 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 21 de 48Alternativas: (alternativa A) 31,5 mL (alternativa B) 14 mL (alternativa C) 17,5 mL (alternativa D) (CORRETA) 15,75 mL Resposta comentada: Cálculo e Resposta Comentada: Passo 1: Calcular a dose máxima em mg. Fórmula: Dose máxima (mg) = peso (kg) × dose máxima recomendada (mg/kg) → 70 kg × 4,5 mg/kg = 315 mg Passo 2: Calcular o volume correspondente em mL para solução a 2%. Lidocaína 2% = 20 mg/mL Volume (mL) = Dose (mg) ÷ Concentração (mg/mL) → 315 mg ÷ 20 mg/mL = 15,75 mL Análise das Alternativas: 14 mL” — Incorreta. Subestima tanto a dose máxima quanto o volume correspondente. 15,75 mL” — Correta. Calculada com base em peso e concentração da solução. 31,5 mL” — Incorreta. Excede a dose, uma vez que a solução usada é 2%. 17,5 mL” — Incorreta. Excede a dose máxima recomendada, aumentando o risco de toxicidade sistêmica. Referência: SAVASSI-ROCHA, Paulo R. ; SANCHES, Soraya Rodrigues de A. ; SAVASSI-ROCHA, Alexandre L. Cirurgia de ambulatório: MedBook Editora, 2013. E-book. ISBN 9786557830215. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786557830215/. Acesso em: 28 maio 2024. 15ª QUESTÃO 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 22 de 48 Enunciado: (UNIDOMPEDRO) Homem, 19 anos, condutor de bicicleta, estava descendo a ladeira e colidiu com um carro. Foi trazido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Foi colocado em prancha rígida, com colar cervical e oxigênio suplementar em máscara a 15 L/min. Realizou-se expansão volêmica com 1000 mL de Ringer Lactato. Apresenta-se no atendimento inicial com Glasgow 14. Refere síncope. No momento, está lúcido e descolorado. PA: 91×58 mmHg; FC: 129 bpm; FR: 26 irpm; oximetria de pulso: 96%. Exame físico: Tórax e abdome: sem alterações; Extremidades: membro inferior esquerdo encurtado. O exame que auxilia no raciocínio para identificar outros possíveis locais de sangramento na sala de emergência é o(a): Alternativas: (alternativa A) curva do pH e do lactato. (alternativa B) hemoglobina e hematócrito. (alternativa C) exame radiográfico de abdomen. (alternativa D) (CORRETA) ultrassonografia dirigida para trauma. Resposta comentada: Correta: Ultrassonografia dirigida para trauma. O uso da ultrassonografia dirigida para o trauma (FAST) tem grande valor na avaliação de determinadas localizações, como pelve, espaço hepatorrenal, espaço esplenorrenal e saco pericárdico. Justificativas: Exame radiográfico de abdômen. Não é eficaz para detectar sangramentos internos. Hemoglobina e hematócrito. Podem indicar sangramento, mas com atraso, não sendo úteis para diagnóstico imediato. Curva do pH e do lactato. Avaliam hipoperfusão e gravidade do choque, mas não localizam o sangramento. Referência: AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS. ATLS: Advanced Trauma Life Support: student course manual. 10ª ed. Chicago: American College of Surgeons, 2018. 16ª QUESTÃO 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 23 de 48 Enunciado: (Banco AFYA) Um paciente de 35 anos, vítima de colisão de alta energia, é admitido na sala de trauma apresentando rebaixamento do nível de consciência, hipotensão arterial (PA 80/40 mmHg), taquicardia (FC 130 bpm) e respiração superficial. No exame primário do protocolo ATLS, é detectado sangramento ativo na pelve e instabilidade hemodinâmica refratária à reposição volêmica inicial com cristaloides. O FAST é positivo para líquido livre em pelve e espaço hepatorrenal, e a radiografia pélvica mostra fratura instável. Qual das condutas a seguir representa a estratégia terapêutica mais adequada e prioritária segundo o protocolo ATLS para esse paciente? Alternativas: (alternativa A) Aplicação de manobras de compressão abdominal manual e monitoramento clínico até estabilização dos sinais vitais. (alternativa B) Administração empírica de drogas vasopressoras para manutenção da perfusão cerebral, postergando a abordagem cirúrgica até reversão do choque. (alternativa C) (CORRETA) Estabilização da pelve com cinta pélvica, acesso venoso calibroso com reposição volêmica guiada por metas, e encaminhamento imediato ao centro cirúrgico para controle de hemorragia. (alternativa D) Realizar tomografia computadorizada de abdome para avaliação da extensão do trauma abdominal antes de qualquer intervenção adicional. 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 24 de 48 Resposta comentada: Gabarito: Estabilização da pelve com cinta pélvica, acesso venoso calibroso com reposição volêmica guiada por metas, e encaminhamento imediato ao centro cirúrgico para controle de hemorragia. Resposta Comentada: “Realizar tomografia computadorizada de abdome para avaliação da extensão do trauma abdominal antes de qualquer intervenção adicional.” — Incorreta. A TC não deve ser realizada em pacientes instáveis, conforme o protocolo do ATLS. O FAST positivo e a instabilidade indicam a necessidade de intervenção cirúrgica imediata. “Estabilização da pelve com cinta pélvica, acesso venoso calibroso com reposição volêmica guiada por metas, e encaminhamento imediato ao centro cirúrgico para controle de hemorragia.” — Correta. Esta conduta segue os princípios do controle de danos, com estabilização da fratura pélvica, reposição volêmica prudente (restrita e guiada) e cirurgia emergencial para hemostasia. “Aplicação de manobras de compressão abdominal manual e monitoramento clínico até estabilização dos sinais vitais.” — Incorreta. Manobras manuais não são efetivas na contenção de hemorragias internas. A conduta expectante não é indicada em pacientes com instabilidade hemodinâmica e FAST positivo. “Administração empírica de drogas vasopressoras para manutenção da perfusão cerebral, postergando a abordagem cirúrgica até reversão do choque.” — Incorreta. Vasopressores não devem ser usados como tratamento inicial do choque hemorrágico. O foco deve ser o controle da fonte do sangramento, ou seja, intervenção cirúrgica precoce. Referência: AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS. Advanced Trauma Life Support (ATLS®): Student Course Manual. 10. ed. Chicago: ACS, 2018. 17ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um homem de 40 anos, vítima de ferimento torácico penetrante, é admitido na emergência com dispneia, cianose periférica e abaulamento de veias cervicais. O exame revela bulhas cardíacas abafadas, queda progressiva da pressão arterial e pulso paradoxal. Qual das condutas abaixo é mais adequada quanto ao tratamento imediato recomendado no manejo do choque nesse contexto? 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 25 de 48 Alternativas: (alternativa A) Iniciar ressuscitação volêmica vigorosa com 2.000 mL de solução hipertônica e encaminhar o paciente para tomografia antes da intervenção cirúrgica. (alternativa B) Realizar toracocentese com agulha no segundo espaço intercostal e infundir cristaloides em pequena quantidade para evitar sobrecarga cardíaca. (alternativa C) Indicar drenagem torácica bilateral com sonda 36 Fr e iniciar infusão contínua de noradrenalina para restaurar o débito cardíaco antes de qualquer intervenção invasiva. (alternativa D) (CORRETA) Realizar punção pericárdica imediata (pericardiocentese) e iniciar infusão de 500 a 1.000 mL de cristaloide para manter enchimento cardíaco adequado até abordagem definitiva. 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 26 de 48 Resposta comentada: “Realizar toracocentese com agulha no segundo espaço intercostal e infundir cristaloides em pequena quantidade para evitar sobrecarga cardíaca.” — Incorreta. A toracocentese no segundo espaço intercostal é indicada para pneumotórax hipertensivo, e não para tamponamento cardíaco, cuja abordagem correta é pericardiocentese. “Iniciar ressuscitação volêmica vigorosa com 2.000 mL de solução hipertônica e encaminhar o paciente para tomografia antes da intervenção cirúrgica.” — Incorreta. Volumes muito altos podem agravar o tamponamento, e a tomografia não deve ser priorizada em instabilidade hemodinâmica, especialmente em uma emergência clínicajá identificada clinicamente. “Realizar punção pericárdica imediata (pericardiocentese) e iniciar infusão de 500 a 1.000 mL de cristaloide para manter enchimento cardíaco adequado até abordagem definitiva.” — Correta. A pericardiocentese é a medida de alívio temporário indicada para tamponamento cardíaco, e a infusão de cristaloides em volume moderado ajuda a manter a pré-carga enquanto se organiza a toracotomia ou pericardiotomia definitiva. “Indicar drenagem torácica bilateral com sonda 36 Fr e iniciar infusão contínua de noradrenalina para restaurar o débito cardíaco antes de qualquer intervenção invasiva.” — Incorreta. A drenagem torácica não resolve o tamponamento pericárdico, e vasopressores não são a conduta inicial. O alívio da compressão sobre o coração é prioritário antes do uso de drogas vasoativas. Referências: MORETTI, Miguel Antônio; BAPTISTA FILHO, Mario Lúcio Alves (ed.). Manual de cuidados perioperatórios. São Paulo: Manole, 2014. 1 recurso online. ISBN 9788520451663. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520451663/. Acesso em: 19 set. 2017. PATERSON-BROWN, Simon. Tópicos Essenciais em Cirurgia Geral e de Emergência: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788595156517. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595156517/. Acesso em: 28 mai. 2024. RIBEIRO JUNIOR, Marcelo A. F. Fundamentos em cirurgia do trauma. Rio de Janeiro: Roca, 2016. 1 recurso online. ISBN 9788527730587. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730587/. Acesso em: 19 set. 2017. 18ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um paciente em estado crítico é submetido à inserção de cateter venoso central pela veia jugular interna direita, guiado por ultrassonografia. Após o procedimento, é realizada uma radiografia de tórax para verificar a localização do cateter e descartar complicações. A imagem revela a ponta do cateter posicionada no átrio direito, sem desvio lateral ou pneumotórax. Com base nos critérios de posicionamento adequado do cateter venoso central e na interpretação de exames, qual das alternativas abaixo está correta? 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 27 de 48 Alternativas: (alternativa A) O cateter deve ser imediatamente retirado, pois sua ponta nunca pode ultrapassar a veia cava superior, sendo contraindicado o posicionamento próximo ao átrio direito. (alternativa B) (CORRETA) A localização da ponta do cateter no átrio direito é aceitável em pacientes sob monitoramento intensivo, desde que não haja complicações clínicas ou sinais de arritmia. (alternativa C) O posicionamento da ponta do cateter tem que ser confirmado com a ultrassonografia, por ser o exame preferencial para definir a localização exata. (alternativa D) A ponta do cateter deve sempre permanecer acima da clavícula na radiografia, pois essa posição evita risco de tamponamento cardíaco. 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 28 de 48 Resposta comentada: Gabarito: A localização da ponta do cateter no átrio direito é aceitável em pacientes sob monitoramento intensivo, desde que não haja complicações clínicas ou sinais de arritmia. Resposta Comentada: “O cateter deve ser imediatamente retirado, pois sua ponta nunca pode ultrapassar a veia cava superior, sendo contraindicado o posicionamento próximo ao átrio direito.” — Incorreta. Embora o ideal seja manter a ponta no terço inferior da veia cava superior, em situações específicas como monitorização hemodinâmica intensiva, a ponta pode se posicionar no átrio direito, desde que haja vigilância para complicações, como arritmias. “A localização da ponta do cateter no átrio direito é aceitável em pacientes sob monitoramento intensivo, desde que não haja complicações clínicas ou sinais de arritmia.” — Correta. Esse posicionamento pode ser clinicamente aceitável, principalmente quando se busca medições precisas de pressão venosa central ou uso de dispositivos com múltiplos lúmens. Monitoramento eletrocardiográfico contínuo é essencial nesses casos. “A ponta do cateter deve sempre permanecer acima da clavícula na radiografia, pois essa posição evita risco de tamponamento cardíaco.” — Incorreta. A localização acima da clavícula indica mau posicionamento do cateter, possivelmente na veia jugular externa ou subclávia proximal, o que não é funcional para infusões de alta osmolaridade ou monitorização hemodinâmica. “O posicionamento da ponta do cateter tem que ser confirmado com a ultrassonografia por ser o exame preferencial para definir a localização exata. — Incorreta. A ultrassonografia é útil para guiar a punção e avaliar pneumotórax, mas não substitui completamente a radiografia, especialmente para confirmar a posição da ponta do cateter, que deve ser avaliada por imagem torácica. Referências: ASSOCIAÇÃO DE MEDICINA INTENSIVA BRASILEIRA. Diretrizes para inserção e manutenção de cateter venoso central em pacientes críticos. São Paulo: AMIB, 2017. MARINO, Paul. Manual de terapia intensiva. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2020. 19ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Durante o atendimento inicial a um paciente politraumatizado em sala de emergência, a equipe segue o protocolo do Advanced Trauma Life Support (ATLS). Após garantir a segurança da cena, inicia-se o exame primário com o objetivo de identificar e tratar imediatamente lesões que oferecem risco à vida. Com base nesse protocolo, qual das alternativas a seguir descreve corretamente uma das etapas do exame primário e sua intervenção associada? 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 29 de 48 Alternativas: (alternativa A) Avaliação da pupila e função motora dos membros inferiores, com realização imediata de tomografia de crânio. (alternativa B) Lavagem gástrica precoce para todos os pacientes com trauma abdominal fechado, independentemente da estabilidade hemodinâmica. (alternativa C) (CORRETA) Verificação da amplitude respiratória e ausculta pulmonar, com intervenção imediata em caso de pneumotórax hipertensivo com toracocentese de alívio. (alternativa D) Exame físico detalhado de todas as extremidades, com imobilização de fraturas e solicitação de radiografias de rotina. Resposta comentada: Gabarito: Verificação da amplitude respiratória e ausculta pulmonar, com intervenção imediata em caso de pneumotórax hipertensivo com toracocentese de alívio. Resposta Comentada: “Avaliação da pupila e função motora dos membros inferiores, com realização imediata de tomografia de crânio.” — Incorreta. Essa conduta faz parte do exame neurológico do exame secundário, não do primário, e a tomografia só é realizada após estabilização clínica. “Verificação da amplitude respiratória e ausculta pulmonar, com intervenção imediata em caso de pneumotórax hipertensivo com toracocentese de alívio.” — Correta. Esta é uma etapa do "B" (Breathing) do exame primário do ATLS, com conduta imediata diante de uma condição potencialmente fatal. O pneumotórax hipertensivo é tratado com punção descompressiva seguida de drenagem torácica. “Exame físico detalhado de todas as extremidades, com imobilização de fraturas e solicitação de radiografias de rotina.” — Incorreta. Essa conduta pertence ao exame secundário, que é realizado após estabilização inicial e avaliação das funções vitais. “Lavagem gástrica precoce para todos os pacientes com trauma abdominal fechado, independentemente da estabilidade hemodinâmica.” — Incorreta. Lavagem gástrica não é indicada rotineiramente em trauma, e o tratamento do trauma abdominal depende da avaliação clínica e hemodinâmica, geralmente com FAST ou tomografia. Referência: AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS. Advanced Trauma Life Support (ATLS®): Student Course Manual. 10. ed. Chicago: ACS, 2018. 20ª QUESTÃO 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 30 de 48 Enunciado: (Banco AFYA) Um paciente politraumatizado foi submetido à laparotomia de emergência por lesão hepática grau IV após acidente automobilístico. No pós-operatório imediato,encontra-se hemodinamicamente estável, com boa evolução clínica, porém refere dor abdominal intensa que interfere na ventilação e mobilização precoce. Considerando os protocolos atuais de cuidado pós-operatório em trauma abdominal, qual das estratégias a seguir representa uma conduta adequada para o manejo da dor visando à recuperação otimizada do paciente? Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Utilizar analgesia multimodal combinando opioides, AINEs e, se disponível, bloqueios regionais como cateter peridural, ajustando conforme resposta clínica. (alternativa B) Prescrever apenas anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), evitando opioides devido ao risco de depressão respiratória em qualquer intensidade de dor. (alternativa C) Realizar sedação contínua com benzodiazepínicos e monitorar a dor apenas se o paciente demonstrar agitação ou hipertensão. (alternativa D) Administrar analgésicos conforme demanda (PRN), evitando esquemas fixos ou controle contínuo para prevenir tolerância e dependência medicamentosa. 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 31 de 48 Resposta comentada: “Prescrever apenas anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), evitando opioides devido ao risco de depressão respiratória em qualquer intensidade de dor.” — Incorreta. AINEs isoladamente são insuficientes para controle da dor intensa em pós-operatório de trauma maior. Opioides podem ser utilizados com segurança, desde que com monitoramento adequado. “Utilizar analgesia multimodal combinando opioides, AINEs e, se disponível, bloqueios regionais como cateter peridural, ajustando conforme resposta clínica.” — Correta. A analgesia multimodal é a abordagem recomendada, pois melhora o controle da dor, reduz o consumo isolado de opioides e favorece a mobilização precoce, ventilação adequada e menor tempo de internação. “Realizar sedação contínua com benzodiazepínicos e monitorar a dor apenas se o paciente demonstrar agitação ou hipertensão.” — Incorreta. A sedação não substitui a analgesia. A dor deve ser avaliada ativamente com escalas específicas, mesmo em pacientes pouco responsivos. “Administrar analgésicos conforme demanda (PRN), evitando esquemas fixos ou controle contínuo para prevenir tolerância e dependência medicamentosa.” — Incorreta. O uso exclusivo de medicação “conforme necessidade” pode resultar em controle ineficaz da dor, especialmente nas primeiras 48 horas pós-operatórias. Esquemas regulares com avaliação periódica são mais eficazes e seguros. Referências: MORETTI, Miguel Antônio; BAPTISTA FILHO, Mario Lúcio Alves (ed.). Manual de cuidados perioperatórios. São Paulo: Manole, 2014. 1 recurso online. ISBN 9788520451663. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520451663/. Acesso em: 19 set. 2017. PATERSON-BROWN, Simon. Tópicos Essenciais em Cirurgia Geral e de Emergência: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788595156517. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595156517/. Acesso em: 28 maio 2024. RIBEIRO JUNIOR, Marcelo A. F. Fundamentos em cirurgia do trauma. Rio de Janeiro: Roca, 2016. 1 recurso online. ISBN 9788527730587. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730587/. Acesso em: 19 set. 2017. 21ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um paciente de 63 anos, obeso, com antecedentes de DPOC e tabagismo, procura o pronto-socorro com dor intensa e progressiva em região inguinal direita, associada a náuseas, distensão abdominal e ausência de eliminação de flatos e fezes nas últimas 24 horas. Ao exame físico, apresenta massa endurecida, irredutível, dolorosa à palpação e sem sinais de peritonite. Com base nesse quadro, qual é a conduta terapêutica mais adequada diante da complicação apresentada? 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 32 de 48 Alternativas: (alternativa A) Realizar tentativa de redução manual com sedação e analgesia, seguida de alta hospitalar com agendamento ambulatorial de hernioplastia. (alternativa B) Iniciar antibioticoterapia empírica, dieta zero e analgesia, aguardando melhora clínica para posterior indicação cirúrgica eletiva. (alternativa C) (CORRETA) Indicar cirurgia de urgência para herniorrafia, com exploração do saco herniário e possível ressecção intestinal, mesmo na ausência de sinais sistêmicos graves. (alternativa D) Solicitar tomografia abdominal para confirmação diagnóstica e indicar tratamento conservador com observação por 48 horas antes de qualquer intervenção. 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 33 de 48 Resposta comentada: Gabarito: Indicar cirurgia de urgência para herniorrafia, com exploração do saco herniário e possível ressecção intestinal, mesmo na ausência de sinais sistêmicos graves. Resposta Comentada: “Iniciar antibioticoterapia empírica, dieta zero e analgesia, aguardando melhora clínica para posterior indicação cirúrgica eletiva.” — Incorreta. Em casos de hérnia encarcerada com obstrução intestinal, o tratamento não é conservador, pois há risco iminente de estrangulamento e necrose intestinal, mesmo na ausência de peritonite. “Realizar tentativa de redução manual com sedação e analgesia, seguida de alta hospitalar com agendamento ambulatorial de hernioplastia.” — Incorreta. A manobra de tax (redução manual) está contraindicada em pacientes com quadro obstrutivo e dor progressiva, pois pode mascarar uma alça já isquêmica e levar à perfuração intra-abdominal. “Indicar cirurgia de urgência para herniorrafia, com exploração do saco herniário e possível ressecção intestinal, mesmo na ausência de sinais sistêmicos graves.” — Correta. O quadro é sugestivo de hérnia encarcerada com obstrução intestinal, que exige abordagem cirúrgica de urgência. A exploração do conteúdo herniado permite avaliar a viabilidade das alças e realizar ressecção se necessário, evitando complicações como necrose, perfuração e sepse. “Solicitar tomografia abdominal para confirmação diagnóstica e indicar tratamento conservador com observação por 48 horas antes de qualquer intervenção.” — Incorreta. A tomografia pode auxiliar na avaliação, mas não deve postergar a cirurgia em um quadro típico de encarceramento com obstrução. A observação clínica é contraindicada nesse contexto. Referências: SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIRURGIA GERAL (SBCG). Diretrizes para tratamento das hérnias de parede abdominal. São Paulo: SBCG, 2023. BAILEY, C. B. ; LOVE, W. F. Cirurgia geral. 27. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2022. MCCARTHY, M. A. et al. Management of incarcerated and strangulated hernias. Surgical Clinics of North America, v. 100, n. 1, p. 123-134, 2024. 22ª QUESTÃO Enunciado: (AFYA Palmas) Um paciente politraumatizado é admitido no pronto-socorro e a equipe médica inicia o atendimento seguindo o protocolo do Advanced Trauma Life Support (ATLS). Após a abordagem primária (vias aéreas, respiração e circulação), identifica-se quadro de choque hemorrágico, com hipotensão persistente mesmo após infusão inicial de 1.000 mL de cristaloide isotônico aquecido. O paciente não apresenta traumatismo cranioencefálico (TCE) grave associado. Qual deve ser a conduta imediata mais apropriada neste cenário? 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 34 de 48 Alternativas: (alternativa A) Iniciar infusão de vasopressores como noradrenalina de forma imediata, visando manter a pressão arterial enquanto aguarda exames complementares. (alternativa B) (CORRETA) Iniciar transfusão de hemoderivados, avaliar inclusão em protocolo de transfusão maciça e manter hipotensão permissiva até o controle do sangramento. (alternativa C) Realizar tomografia computadorizada de corpo inteiro para localização do sangramento e avaliar, após os resultados, a necessidade de intervenção cirúrgica. (alternativa D) Continuar com a infusão de cristaloides até a melhora da instabilidade hemodinâmica e manter o paciente aquecido. Resposta comentada: Justificativas: Errada. Continuar com a infusão de cristaloides até a melhorada instabilidade hemodinâmica e manter o paciente aquecido. A infusão de grandes volumes de cristaloide pode agravar a coagulopatia do trauma e piorar a evolução clínica. Se não houver resposta à reposição inicial, deve-se prosseguir com transfusão de sangue e hemoderivados. Errada. Realizar tomografia computadorizada de corpo inteiro para localização do sangramento e avaliar, após os resultados, a necessidade de intervenção cirúrgica. A realização de tomografia em pacientes instáveis não é indicada. O ATLS recomenda que pacientes instáveis com suspeita de sangramento sejam avaliados com FAST ou levados à cirurgia, sem atrasos para exames de imagem. Correta. Iniciar transfusão de hemoderivados, avaliar inclusão em protocolo de transfusão maciça e manter hipotensão permissiva até o controle do sangramento. A transfusão precoce de hemoderivados e o uso do protocolo de transfusão maciça são indicados em pacientes que não respondem à reposição inicial. A hipotensão permissiva é uma estratégia apropriada, desde que o paciente não tenha TCE grave associado. Errada. Iniciar infusão de vasopressores como noradrenalina de forma imediata, visando manter a pressão arterial enquanto aguarda exames complementares. Vasopressores não devem ser utilizados como primeira escolha no choque hemorrágico. A prioridade é restaurar o volume intravascular com cristaloides iniciais e, se necessário, transfusão de hemoderivados. Referência: AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS. Advanced Trauma Life Support – ATLS: Student Course Manual. 10. ed. Chicago: American College of Surgeons, 2018. 23ª QUESTÃO 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 35 de 48 Enunciado: (FMIT) Paciente de 68 anos, sexo masculino, tabagista, com histórico de hipertensão arterial e diabetes mellitus tipo 2, apresenta queixa de dor do tipo cãibra em panturrilha direita ao deambular dois quarteirões da sua casa até a padaria, melhorando após breve repouso. Durante a investigação diagnóstica, é identificado, por meio de EcoDoppler, um aneurisma de aorta abdominal infrarrenal com 5,0 cm de diâmetro. Considerando a necessidade de aplicar um plano terapêutico para esse paciente, qual das seguintes condutas é a mais adequada no manejo imediato? Alternativas: (alternativa A) Indicar repouso relativo, evitar caminhadas longas e aguardar avaliação cirúrgica, pois a claudicação pode indicar risco iminente de ruptura do aneurisma. (alternativa B) (CORRETA) Orientar a cessação do tabagismo, controle rigoroso da pressão arterial e do diabetes, e acompanhamento regular com ultrassonografia para monitorar o aneurisma. (alternativa C) Iniciar terapia antitrombótica com rivaroxabana e agendar angioplastia para a claudicação intermitente em caráter eletivo sem muita urgência. (alternativa D) Programar correção endovascular do aneurisma de aorta abdominal com urgência, não havendo tempo para preparo pré-operatório. Resposta comentada: O manejo de pacientes masculinos com aneurisma de aorta abdominal (AAA) menor que 5,5 cm assintomático e doença arterial periférica (DAP) envolve medidas conservadoras para prevenir complicações. A cessação do tabagismo, o controle da pressão arterial e da glicemia são fundamentais para reduzir o risco de progressão do aneurisma e eventos cardiovasculares. Resposta correta. Para AAAcom pernas elevadas para facilitar a circulação colateral, adiando condutas invasivas por pelo menos uma semana. (alternativa C) (CORRETA) Iniciar anticoagulação com heparina, realizar avaliação clínica urgente da viabilidade do membro e, se necessário, encaminhar para embolectomia ou revascularização cirúrgica. (alternativa D) Administrar analgésicos e observar em ambiente ambulatorial por 48 horas, considerando que a claudicação intermitente é característica da DAOP e tende à autolimitação. 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 39 de 48 Resposta comentada: Gabarito: Iniciar anticoagulação com heparina, realizar avaliação clínica urgente da viabilidade do membro e, se necessário, encaminhar para embolectomia ou revascularização cirúrgica. Resposta Comentada: “Solicitar radiografia de membros inferiores e iniciar antibioticoterapia profilática, pois o quadro sugere erisipela com obstrução linfática associada.” — Incorreta. O quadro descrito é característico de obstrução arterial aguda e não de infecção de partes moles. Radiografia não tem papel na abordagem inicial de isquemia aguda arterial. “Iniciar anticoagulação com heparina, realizar avaliação clínica urgente da viabilidade do membro e, se necessário, encaminhar para embolectomia ou revascularização cirúrgica.” — Correta. O tratamento da obstrução arterial aguda começa com anticoagulação sistêmica imediata (heparina não fracionada), avaliação da viabilidade tecidual e indicação cirúrgica ou endovascular precoce se necessário. “Administrar analgésicos e observar em ambiente ambulatorial por 48 horas, considerando que a claudicação intermitente é característica da DAOP e tende à autolimitação.” — Incorreta. Claudicação intermitente é crônica e progressiva, enquanto este quadro agudo, com dor súbita e ausência de pulso, exige abordagem imediata para evitar perda do membro. “Prescrever vasodilatadores orais e repouso com pernas elevadas para facilitar a circulação colateral, adiando condutas invasivas por pelo menos uma semana.” — Incorreta. Em isquemia arterial aguda, o tempo é essencial. Elevar o membro pode agravar a hipoperfusão, e vasodilatadores orais não são eficazes nesse contexto. Referências: SOCIEDADE BRASILEIRA DE ANGIOLOGIA E DE CIRURGIA VASCULAR (SBACV). Diretrizes de tratamento da isquemia aguda de membros. São Paulo: SBACV, 2022. RUTHERFORD, R. B. Vascular surgery. 8. ed. Philadelphia: Elsevier, 2019. BRUNNER, L. S. ; SUDDARTH, D. S. Tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 14. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2018. UPTODATE. Acute limb ischemia: clinical features and diagnosis. Wolters Kluwer, 2024. Disponível em: https://www.uptodate.com. Acesso em: 22 maio 2025. 26ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um lactente de 7 meses é levado ao pronto-socorro com histórico de episódios de choro intenso intermitente, palidez, vômitos e evacuação com muco e sangue. No exame físico, observa-se massa palpável no quadrante superior direito do abdome, sem sinais de irritação peritoneal. Considerando os principais diagnósticos diferenciais de abdome agudo em pediatria, qual das alternativas abaixo corresponde corretamente à hipótese diagnóstica mais provável, ao exame indicado e ao tratamento inicial recomendado? 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 40 de 48 Alternativas: (alternativa A) Má rotação intestinal; indicado o uso de enema opaco como primeiro exame e tratamento com suporte clínico e dieta leve. (alternativa B) Vólvulo intestinal; confirmação diagnóstica com ultrassonografia e tratamento ambulatorial com medidas expectantes, já que a condição é autolimitada. (alternativa C) Invaginação intestinal; indicado o uso de tomografia computadorizada como primeira escolha e tratamento clínico com antibióticos e hidratação venosa. (alternativa D) (CORRETA) Intussuscepção intestinal; ultrassonografia como exame de escolha e tentativa de redução não cirúrgica com enema pneumático sob supervisão. Resposta comentada: Gabarito: Intussuscepção intestinal; ultrassonografia com sinal do “alvo” como exame de escolha e tentativa de redução não cirúrgica com enema pneumático sob supervisão. Resposta Comentada: “Intussuscepção intestinal; indicado o uso de tomografia computadorizada como primeira escolha e tratamento clínico com antibióticos e hidratação venosa.” — Incorreta. A tomografia não é o exame de primeira linha em crianças devido à exposição à radiação. O tratamento não é clínico exclusivo, e sim reducional com enema, quando indicado. “Má rotação intestinal; indicado o uso de enema opaco como primeiro exame e tratamento com suporte clínico e dieta leve.” — Incorreta. A má rotação pode evoluir para vólvulo, quadro cirúrgico de emergência. O enema não é indicado; o exame mais apropriado é o trânsito intestinal com contraste oral ou sonda. “Intussuscepção intestinal; ultrassonografia com sinal do “alvo” como exame de escolha e tentativa de redução não cirúrgica com enema pneumático sob supervisão.” — Correta. O quadro clínico descrito é típico de intussuscepção intestinal, e o tratamento padrão, na ausência de sinais de perfuração, é a redução com enema sob controle radiológico. “Vólvulo intestinal; confirmação diagnóstica com ultrassonografia e tratamento ambulatorial com medidas expectantes, já que a condição é autolimitada.” — Incorreta. O vólvulo intestinal é uma emergência cirúrgica. A ultrassonografia pode ser usada como triagem, mas o exame principal é o trânsito intestinal contrastado. O tratamento é cirúrgico e imediato. Referências: Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Departamento de Cirurgia Pediátrica. Manual de orientação – Abordagem das urgências abdominais em pediatria. 2022. Behrman, Kliegman, Jenson. Nelson Tratado de Pediatria. 21. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2020. 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 41 de 48 27ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um paciente de 65 anos, com diagnóstico de choque séptico, necessita de acesso venoso central para administração de drogas vasoativas e monitorização hemodinâmica. Durante a avaliação pré-procedimento, o médico identifica que o paciente apresenta coagulopatia importante (INR 2,5) e plaquetopenia (40.000/mm³), além de uma infecção cutânea extensa na região cervical. Considerando as indicações, contraindicações e boas práticas para a inserção de um cateter venoso central (CVC), qual a conduta mais adequada neste caso? Alternativas: (alternativa A) Contraindicar o procedimento pela coagulopatia, independentemente da necessidade clínica, e optar por acesso venoso periférico. (alternativa B) Realizar o procedimento na veia jugular interna esquerda, com técnica anatômica tradicional, pois é uma abordagem de menor risco. (alternativa C) Realizar a punção venosa central na veia subclávia direita, por ser menos compressível, reduzindo o risco de sangramento. (alternativa D) (CORRETA) Proceder à correção dos distúrbios da coagulação, quando possível, e considerar a punção guiada por ultrassom na veia femoral. 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 42 de 48 Resposta comentada: Gabarito: Proceder à correção dos distúrbios da coagulação, quando possível, e considerar a punção guiada por ultrassom na veia femoral. Nos casos de coagulopatia e plaquetopenia, é recomendado corrigir esses distúrbios sempre que possível antes da inserção do CVC. A presença de infecção local na região cervical contraindica o acesso pela veia jugular. A veia femoral é uma opção viável em situações emergenciais, por ser facilmente compressível, reduzindo o risco de sangramento, especialmente quando guiada por ultrassonografia, que aumenta a segurança do procedimento. Justificativa das incorretas: Realizar a punção venosa central na veia subclávia direita, por ser menos compressível, reduzindo o risco de sangramento. Embora a veia subclávia seja considerada uma via de menor colonização bacteriana, ela é de difícil compressão e não recomendada em pacientes com coagulopatiasimportantes ou plaquetopenia, devido ao alto risco de sangramento incontrolável e pneumotórax. Portanto, essa escolha não é adequada. Contraindicar o procedimento pela coagulopatia, independentemente da necessidade clínica, e optar por acesso venoso periférico. A coagulopatia é uma contraindicação relativa, não absoluta, ao acesso venoso central. Em casos de necessidade emergencial, como no choque séptico, deve-se buscar corrigir os distúrbios, mas a obtenção do acesso é essencial para administração de medicamentos vasoativos. A via periférica não é suficiente para drogas irritantes ou de administração contínua em doses altas. Realizar o procedimento na veia jugular interna esquerda, com técnica anatômica tradicional, pois é uma abordagem de menor risco. A infecção extensa na região cervical contraindica o uso da veia jugular interna, pois o acesso através de um local infeccionado pode disseminar a infecção para a corrente sanguínea. Além disso, realizar a punção com técnica de anatomia tradicional, sem ultrassom, aumenta o risco de complicações. O uso de ultrassonografia é hoje considerado padrão de cuidado sempre que disponível. Referências: ASSOCIAÇÃO DE MEDICINA INTENSIVA BRASILEIRA. Diretrizes para inserção e manutenção de cateter venoso central em pacientes críticos. São Paulo: AMIB, 2017. MARINO, Paul. Manual de terapia intensiva. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2020. 28ª QUESTÃO Enunciado: (AFYA Palmas) Uma mulher de 55 anos, previamente saudável, procura atendimento médico com queixa de dor no quadril direito e massa progressiva na região inguinal, que aumenta ao ficar em pé e diminui ao deitar-se. No exame físico, observa-se uma protuberância abaixo do ligamento inguinal, dolorosa à palpação, com redução difícil, porém possível. Não há sinais de encarceramento, estrangulamento ou obstrução intestinal. Qual das condutas abaixo representa a abordagem inicial mais apropriada, considerando o risco associado a esse tipo de hérnia? 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 43 de 48 Alternativas: (alternativa A) Realizar redução manual em ambiente ambulatorial e manter a paciente em observação clínica, com retorno se houver sinais de agravamento. (alternativa B) (CORRETA) Indicar correção cirúrgica programada, considerando o risco elevado de encarceramento e a localização anatômica desfavorável da hérnia femoral. (alternativa C) Orientar perda ponderal e o uso de faixa para contenção da hérnia, postergando a cirurgia até redução de peso e melhora dos sintomas. (alternativa D) Solicitar ressonância magnética da pelve para avaliar melhor a extensão da lesão e confirmar a hipótese de hérnia inguinal antes de indicar cirurgia. 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 44 de 48 Resposta comentada: Justificativas: Correta. Indicar correção cirúrgica programada, considerando o risco elevado de encarceramento e a localização anatômica desfavorável da hérnia femoral. A hérnia femoral apresenta um risco elevado de encarceramento e estrangulamento, mesmo quando ainda reduzível. O tratamento padrão é a correção cirúrgica programada. Não há necessidade de cirurgia em caráter de urgência na ausência de sinais de complicação, mas também não se recomenda conduta expectante. Errada. Orientar perda ponderal e o uso de faixa para contenção da hérnia, postergando a cirurgia até redução de peso e melhora dos sintomas. A hérnia femoral não deve ser tratada de forma conservadora devido ao risco elevado de complicações. Perda de peso e uso de faixa são medidas que podem ser sugeridas em alguns casos de hérnias inguinais assintomáticas, mas são inadequadas e insuficientes aqui. A conduta correta é a correção cirúrgica. O consenso internacional e as principais diretrizes orientam que toda hérnia femoral deve ser reparada cirurgicamente assim que diagnosticada, mesmo na ausência de sintomas. A perda ponderal pode reduzir o risco cirúrgico em outros contextos, mas não altera a necessidade de reparação da hérnia femoral. O uso de faixa pode mascarar sintomas, sem prevenir complicações, podendo até atrasar o diagnóstico de um estrangulamento iminente. Errada. Solicitar ressonância magnética da pelve para avaliar melhor a extensão da lesão e confirmar a hipótese de hérnia inguinal antes de indicar cirurgia. O exame físico já é suficiente para diagnóstico: massa abaixo do ligamento inguinal, dolorosa, no triângulo femoral. Além disso, trata-se de hérnia femoral, não inguinal. A ressonância magnética raramente é necessária para o diagnóstico de hérnias. O tratamento não depende de maior avaliação de extensão, mas sim do risco elevado de complicação. Errada. Realizar redução manual em ambiente ambulatorial e manter a paciente em observação clínica, com retorno se houver sinais de agravamento. Embora a hérnia seja reduzível, o risco de encarceramento é elevado. A estratégia de "reduzir e observar" não é segura para hérnias femorais. O tratamento recomendado é a correção cirúrgica programada, independentemente da ausência de sinais agudos. Referências: ZURCHER, R. M. ; MELLO, A. L. C. Tratado de Clínica Cirúrgica – Hérnias Abdominais. Rio de Janeiro: Atheneu, 2019. AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS. Current Diagnosis and Treatment: Surgery. 15. ed. McGraw-Hill, 2020. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIRURGIA – SBC. Diretrizes clínicas para o manejo das hérnias inguinais e femorais em adultos. Acesso em: 2023. 29ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Durante atendimento emergencial, um paciente com trauma craniofacial grave é submetido a cricotireoidostomia por impossibilidade de intubação orotraqueal. Após estabilização, evolui com crepitação subcutânea cervical progressiva, estridor e dificuldade ventilatória. A equipe considera revisão do acesso cirúrgico e suspeita de complicação relacionada à via aérea. Dentre os possíveis eventos adversos associados ao ato realizado, qual das alternativas apresenta corretamente a complicação provável e a conduta adequada? 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 45 de 48 Alternativas: (alternativa A) Pneumotórax hipertensivo bilateral, sendo indicada drenagem torácica de urgência antes de qualquer outra intervenção. (alternativa B) Obstrução por coágulo ou deslocamento de cânula, devendo-se proceder à retirada, ventilação com máscara e nova cricotireoidostomia no mesmo local. (alternativa C) (CORRETA) Enfisema subcutâneo por falsa via ou extravasamento de ar, exigindo remoção da cânula mal posicionada e nova abordagem com revisão da cricotireoidostomia. (alternativa D) Lesão de nervo laríngeo recorrente, devendo-se realizar traqueostomia imediata para substituição definitiva da via aérea. Resposta comentada: “Lesão de nervo laríngeo recorrente, devendo-se realizar traqueostomia imediata para substituição definitiva da via aérea.” — Incorreta. Embora a lesão do nervo laríngeo recorrente possa ocorrer, não é a causa mais provável de enfisema subcutâneo ou estridor agudo. Além disso, sua manifestação costuma ser mais tardia e relacionada à disfonia. “Obstrução por coágulo ou deslocamento de cânula, devendo-se proceder à retirada, ventilação com máscara e nova cricotireoidotomia no mesmo local.” — Incorreta. A repetição da cricotireoidotomia no mesmo local pode agravar a lesão. Em caso de complicação, a abordagem alternativa, como traqueostomia, é preferível. “Enfisema subcutâneo por falsa via ou extravasamento de ar, exigindo remoção da cânula mal posicionada e nova abordagem por traqueostomia formal.” — Correta. O enfisema subcutâneo após cricotireoidotomia sugere má posição ou dissecção de falsa via, com escape de ar para tecidos moles. A conduta é suspender o uso da via ineficaz e estabelecer acesso definitivo e seguro por traqueostomia, preferencialmente em ambiente cirúrgico controlado. “Pneumotórax hipertensivo bilateral, sendo indicada drenagem torácica de urgência antes de qualquer outra intervenção.” — Incorreta. Embora pneumotórax possa causar sintomas respiratórios, o achado predominante deenfisema subcutâneo cervical após cricotireoidotomia sugere complicação local da via aérea, e não um pneumotórax primário. Referências: PATERSON-BROWN, Simon. Tópicos Essenciais em Cirurgia Geral e de Emergência: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788595156517. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595156517/. Acesso em: 28 maio 2024. RIBEIRO JUNIOR, Marcelo A. F. Fundamentos em cirurgia do trauma. Rio de Janeiro: Roca, 2016. 1 recurso online. ISBN 9788527730587. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730587/. Acesso em: 19 set. 2017. 30ª QUESTÃO 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 46 de 48 Enunciado: (Banco AFYA) Um paciente com diabetes mellitus tipo 2 descompensado procura o serviço de emergência apresentando ferida crônica em região plantar, com bordas espessadas, base com exsudato purulento e tecido necrótico focal. O exame físico mostra ausência de sinais sistêmicos de infecção. Considerando os princípios fisiológicos da cicatrização, as comorbidades do paciente e a abordagem baseada em evidências, qual das estratégias terapêuticas a seguir é mais apropriada para promover a cicatrização dessa lesão? Alternativas: (alternativa A) Aplicação diária de solução iodada em alta concentração, exposição contínua ao ar para secagem e evitar manipulação da ferida. (alternativa B) (CORRETA) Desbridamento do tecido necrótico, controle glicêmico rigoroso, curativo com ambiente úmido e reavaliação periódica da ferida. (alternativa C) Imersão da ferida em solução salina hipertônica e interrupção do uso de qualquer cobertura até que ocorra cicatrização espontânea. (alternativa D) Cobertura com gaze seca e uso empírico de antibióticos por via oral, mantendo a ferida ocluída até o desaparecimento completo do exsudato. 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 47 de 48 Resposta comentada: Gabarito: Desbridamento do tecido necrótico, controle glicêmico rigoroso, curativo com ambiente úmido e reavaliação periódica da ferida. Resposta Comentada: “Cobertura com gaze seca e uso empírico de antibióticos por via oral, mantendo a ferida ocluída até o desaparecimento completo do exsudato.” — Incorreta. A gaze seca não promove um ambiente ideal para cicatrização, e o uso empírico de antibióticos sem sinais sistêmicos de infecção não é indicado de forma rotineira. O exsudato deve ser manejado, e não evitado a qualquer custo. “Desbridamento do tecido necrótico, controle glicêmico rigoroso, curativo com ambiente úmido e reavaliação periódica da ferida.” — Correta. Essa estratégia reúne os elementos fundamentais para cicatrização de feridas crônicas em pacientes diabéticos: remoção de tecido desvitalizado, controle metabólico, uso de curativos modernos que mantêm a umidade ideal e acompanhamento clínico regular. “Aplicação diária de solução iodada em alta concentração, exposição contínua ao ar para secagem e evitar manipulação da ferida.” — Incorreta. Soluções iodadas em alta concentração são citotóxicas, e a exposição ao ar seco retarda a cicatrização. Manipulação cuidadosa e ambiente úmido são princípios da moderna abordagem de feridas. “Imersão da ferida em solução salina hipertônica e interrupção do uso de qualquer cobertura até que ocorra cicatrização espontânea.” — Incorreta. A cicatrização espontânea em feridas crônicas não é eficiente sem intervenções locais adequadas. A salina hipertônica pode ser útil em casos selecionados para desbridamento osmótico, mas não substitui curativo apropriado e desbridamento eficaz. Referências: SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES (SBD). Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2023-2024. São Paulo: Clannad, 2023. INTERNATIONAL WORKING GROUP ON THE DIABETIC FOOT (IWGDF). IWGDF Guidelines on the prevention and management of diabetic foot disease. The Hague: IWGDF, 2023. FERREIRA, L. M.; et al. Bases fisiológicas e clínicas da cicatrização. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, v. 43, n. 3, p. 174–179, 2016. 000161.050014.20107d.370dc4.10740b.46f52d.a69e3c.20be8 Pgina 48 de 48 Gabarito CC - Caderno 01 - Rotação III Gabarito CC - Caderno 02 - Rotação III Gabarito CC - Caderno 03 - Rotação III Gabarito CC - Caderno 04 - Rotação III Devolutiva CC - Caderno 01 - Rotação III Devolutiva CC - Caderno 02 - Rotação III Devolutiva CC - Caderno 03 - Rotação III Devolutiva CC - Caderno 04 - Rotação IIIsuaves e monitoramento constante dos sinais locais e sistêmicos de infecção. (alternativa B) Suspender os curativos após a primeira semana, promovendo o banho diário apenas com água corrente, sem necessidade de avaliação médica contínua. (alternativa C) Manter o uso de antibióticos sistêmicos de amplo espectro por tempo prolongado, mesmo na ausência de sinais clínicos de infecção. (alternativa D) Deixar as áreas enxertadas expostas ao ar para acelerar a formação de crostas secas e reduzir o risco de colonização bacteriana. Resposta comentada: “Manter o uso de antibióticos sistêmicos de amplo espectro por tempo prolongado, mesmo na ausência de sinais clínicos de infecção.” — Incorreta. O uso indiscriminado de antibióticos aumenta a resistência bacteriana e não é recomendado como prevenção rotineira. O tratamento antimicrobiano sistêmico só deve ser instituído mediante sinais clínicos ou laboratoriais de infecção. “Realizar curativos oclusivos com trocas diárias, associando limpeza com soluções antissépticas suaves e monitoramento constante dos sinais locais e sistêmicos de infecção.” — Correta. Essa conduta promove um ambiente úmido favorável à cicatrização, evita colonização secundária e permite detecção precoce de infecção, além de ser compatível com os protocolos modernos de manejo em unidades de queimados. “Deixar as áreas enxertadas expostas ao ar para acelerar a formação de crostas secas e reduzir o risco de colonização bacteriana.” — Incorreta. A exposição das áreas queimadas aumenta o risco de infecção e retarda a cicatrização, especialmente em áreas enxertadas, que exigem proteção mecânica e controle do meio ambiente local. “Suspender os curativos após a primeira semana, promovendo o banho diário apenas com água corrente, sem necessidade de avaliação médica contínua.” — Incorreta. Pacientes com queimaduras profundas ou extensas exigem cuidados contínuos, avaliação médica frequente e acompanhamento da evolução da ferida, especialmente nas áreas enxertadas. Referência: TOY, Eugene C. ; LIU, Terrence H. CAMPBELL, André R. Casos clínicos em cirurgia. 4. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013. 1 recurso online. ISBN 9788580552607. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580552607/. Acesso em: 19 set. 2017. 11ª QUESTÃO 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 15 de 47 Enunciado: (Banco AFYA) Um adolescente de 15 anos procura a emergência com dor testicular súbita, intensa, iniciada há 4 horas, associada a náuseas e vômitos. Ao exame físico, observa-se testículo elevado e horizontalizado, com ausência do reflexo cremastérico à direita e importante sensibilidade local. Diante do quadro clínico e dos achados complementares, qual das condutas abaixo representa a terapêutica mais eficaz e imediata? Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Encaminhar imediatamente para exploração cirúrgica e orquidopexia, preferencialmente dentro das primeiras 6 horas. (alternativa B) Prescrever anti-inflamatórios e analgésicos, solicitar avaliação ambulatorial com urologista e repetir Doppler em 24 horas. (alternativa C) Realizar biópsia testicular para confirmação do diagnóstico de orquiepididimite e iniciar antibióticos de amplo espectro. (alternativa D) Iniciar tratamento para priapismo com punção aspirativa e irrigação com solução salina fria, seguido de injeção intracavernosa de simpatomimético. 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 16 de 47 Resposta comentada: “Prescrever anti-inflamatórios e analgésicos, solicitar avaliação ambulatorial com urologista e repetir Doppler em 24 horas.” — Incorreta. O atraso no diagnóstico e tratamento da torção testicular pode levar à necrose testicular. O tempo de viabilidade testicular é menor que 6 horas, e condutas conservadoras colocam em risco a função gonadal. “Realizar biópsia testicular para confirmação do diagnóstico de orquiepididimite e iniciar antibióticos de amplo espectro.” — Incorreta. A biópsia testicular é contraindicada em contexto agudo e não é necessária para diagnóstico de orquiepididimite. Além disso, o quadro clínico e ultrassonográfico favorece fortemente torção, não infecção. “Encaminhar imediatamente para exploração cirúrgica e orquidopexia, preferencialmente dentro das primeiras 6 horas.” — Correta. O quadro é clássico de torção testicular. A torção testicular é uma emergência urológica, e o tempo de viabilidade testicular diminui progressivamente após 6 horas. A conduta correta é exploração cirúrgica imediata com orquidopexia, geralmente bilateral. “Iniciar tratamento para priapismo com punção aspirativa e irrigação com solução salina fria, seguido de injeção intracavernosa de simpatomimético.” — Incorreta. A conduta descrita é apropriada para priapismo isquêmico, mas o quadro clínico descrito é incompatível com priapismo, e sim típico de torção testicular. Referência: PATERSON-BROWN, Simon. Tópicos Essenciais em Cirurgia Geral e de Emergência: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788595156517. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595156517/. Acesso em: 28 maio 2024. 12ª QUESTÃO Enunciado: (AFYA Palmas) Homem de 38 anos, vítima de incêndio residencial, chega ao pronto-socorro com queimaduras de terceiro grau em 35% da superfície corporal total (SCT), atingindo tronco anterior, ambos os membros inferiores e parte do rosto. Foi admitido 3 horas após o acidente, apresentando sinais de choque hipovolêmico e lesões profundas com risco de infecção. Após estabilização inicial, é transferido para unidade de queimados, onde evolui com dor intensa em membros inferiores, parestesia distal nas pernas e diminuição da perfusão nas extremidades. A pressão intra-compartimental nas panturrilhas é de 40 mmHg. Com base no quadro clínico e no valor da pressão compartimental, qual é a conduta mais apropriada neste momento? 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 17 de 47 Alternativas: (alternativa A) A fasciotomia só está indicada se houver sinais clínicos de necrose muscular, que ainda não foram identificados neste caso, sendo adequada a observação com suporte clínico. (alternativa B) A elevação da pressão intra-compartimental é comum nas primeiras 24 horas e deve ser tratada com analgesia, hidratação e reavaliação clínica periódica antes de qualquer cirurgia. (alternativa C) A prioridade inicial é controlar o risco infeccioso e manter a estabilidade hemodinâmica, postergando qualquer intervenção muscular até o terceiro dia de evolução. (alternativa D) (CORRETA) O diagnóstico de síndrome compartimental deve ser considerado e está indicada a fasciotomia imediata, com o objetivo de evitar isquemia e necrose muscular progressiva. Resposta comentada: Correta. O diagnóstico de síndrome compartimental deve ser considerado e está indicada a fasciotomia imediata, com o objetivo de evitar isquemia e necrose muscular progressiva. A síndrome compartimental é uma emergência cirúrgica. A pressão de 40 mmHg associada à dor intensa, parestesia e hipoperfusão distal confirma o diagnóstico. A fasciotomia imediata está indicada para evitar necrose muscular, dano nervoso e perda funcional. Errada. A elevação da pressão intra-compartimental é comum nas primeiras 24 horas e deve ser tratada com analgesia, hidratação e reavaliação clínica periódica antes de qualquer cirurgia. Embora a elevação da pressão compartimental possa ocorrer em queimaduras, valores acima de 30 mmHg com sintomas clínicos não devem ser tratados conservadoramente. Atrasar a intervenção cirúrgica pode resultar em lesão irreversível. Errada. A fasciotomia só está indicada se houver sinais clínicos de necrose muscular, que ainda não foram identificados neste caso, sendo adequada a observação com suporte clínico. A necrose muscular é uma complicação tardia. A fasciotomia deve ser feita antes que ela ocorra, com base em sinais clínicos precoces e pressão elevada, como no caso apresentado. Errada. A prioridade inicial é controlar o risco infeccioso e manter a estabilidadehemodinâmica, postergando qualquer intervenção muscular até o terceiro dia de evolução. A síndrome compartimental é uma urgência absoluta e não deve ser postergada para após a estabilização hemodinâmica tardia. O risco de dano permanente é elevado se o tratamento for adiado. Referências: AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS. Advanced Trauma Life Support – ATLS: Student Course Manual. 10. ed. Chicago: ACS, 2018. MATHES, S.J. ; NAHABEDIAN, M.Y. Surgical Treatment of Burns and Wounds. In: Plastic Surgery. 3rd ed. Elsevier, 2013. 13ª QUESTÃO 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 18 de 47 Enunciado: (Banco AFYA) Um paciente em estado crítico é submetido à inserção de cateter venoso central pela veia jugular interna direita, guiado por ultrassonografia. Após o procedimento, é realizada uma radiografia de tórax para verificar a localização do cateter e descartar complicações. A imagem revela a ponta do cateter posicionada no átrio direito, sem desvio lateral ou pneumotórax. Com base nos critérios de posicionamento adequado do cateter venoso central e na interpretação de exames, qual das alternativas abaixo está correta? Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) A localização da ponta do cateter no átrio direito é aceitável em pacientes sob monitoramento intensivo, desde que não haja complicações clínicas ou sinais de arritmia. (alternativa B) O cateter deve ser imediatamente retirado, pois sua ponta nunca pode ultrapassar a veia cava superior, sendo contraindicado o posicionamento próximo ao átrio direito. (alternativa C) O posicionamento da ponta do cateter tem que ser confirmado com a ultrassonografia, por ser o exame preferencial para definir a localização exata. (alternativa D) A ponta do cateter deve sempre permanecer acima da clavícula na radiografia, pois essa posição evita risco de tamponamento cardíaco. 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 19 de 47 Resposta comentada: Gabarito: A localização da ponta do cateter no átrio direito é aceitável em pacientes sob monitoramento intensivo, desde que não haja complicações clínicas ou sinais de arritmia. Resposta Comentada: “O cateter deve ser imediatamente retirado, pois sua ponta nunca pode ultrapassar a veia cava superior, sendo contraindicado o posicionamento próximo ao átrio direito.” — Incorreta. Embora o ideal seja manter a ponta no terço inferior da veia cava superior, em situações específicas como monitorização hemodinâmica intensiva, a ponta pode se posicionar no átrio direito, desde que haja vigilância para complicações, como arritmias. “A localização da ponta do cateter no átrio direito é aceitável em pacientes sob monitoramento intensivo, desde que não haja complicações clínicas ou sinais de arritmia.” — Correta. Esse posicionamento pode ser clinicamente aceitável, principalmente quando se busca medições precisas de pressão venosa central ou uso de dispositivos com múltiplos lúmens. Monitoramento eletrocardiográfico contínuo é essencial nesses casos. “A ponta do cateter deve sempre permanecer acima da clavícula na radiografia, pois essa posição evita risco de tamponamento cardíaco.” — Incorreta. A localização acima da clavícula indica mau posicionamento do cateter, possivelmente na veia jugular externa ou subclávia proximal, o que não é funcional para infusões de alta osmolaridade ou monitorização hemodinâmica. “O posicionamento da ponta do cateter tem que ser confirmado com a ultrassonografia por ser o exame preferencial para definir a localização exata. — Incorreta. A ultrassonografia é útil para guiar a punção e avaliar pneumotórax, mas não substitui completamente a radiografia, especialmente para confirmar a posição da ponta do cateter, que deve ser avaliada por imagem torácica. Referências: ASSOCIAÇÃO DE MEDICINA INTENSIVA BRASILEIRA. Diretrizes para inserção e manutenção de cateter venoso central em pacientes críticos. São Paulo: AMIB, 2017. MARINO, Paul. Manual de terapia intensiva. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2020. 14ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Durante atendimento emergencial, um paciente com trauma craniofacial grave é submetido a cricotireoidostomia por impossibilidade de intubação orotraqueal. Após estabilização, evolui com crepitação subcutânea cervical progressiva, estridor e dificuldade ventilatória. A equipe considera revisão do acesso cirúrgico e suspeita de complicação relacionada à via aérea. Dentre os possíveis eventos adversos associados ao ato realizado, qual das alternativas apresenta corretamente a complicação provável e a conduta adequada? 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 20 de 47 Alternativas: (alternativa A) Obstrução por coágulo ou deslocamento de cânula, devendo-se proceder à retirada, ventilação com máscara e nova cricotireoidostomia no mesmo local. (alternativa B) (CORRETA) Enfisema subcutâneo por falsa via ou extravasamento de ar, exigindo remoção da cânula mal posicionada e nova abordagem com revisão da cricotireoidostomia. (alternativa C) Lesão de nervo laríngeo recorrente, devendo-se realizar traqueostomia imediata para substituição definitiva da via aérea. (alternativa D) Pneumotórax hipertensivo bilateral, sendo indicada drenagem torácica de urgência antes de qualquer outra intervenção. Resposta comentada: “Lesão de nervo laríngeo recorrente, devendo-se realizar traqueostomia imediata para substituição definitiva da via aérea.” — Incorreta. Embora a lesão do nervo laríngeo recorrente possa ocorrer, não é a causa mais provável de enfisema subcutâneo ou estridor agudo. Além disso, sua manifestação costuma ser mais tardia e relacionada à disfonia. “Obstrução por coágulo ou deslocamento de cânula, devendo-se proceder à retirada, ventilação com máscara e nova cricotireoidotomia no mesmo local.” — Incorreta. A repetição da cricotireoidotomia no mesmo local pode agravar a lesão. Em caso de complicação, a abordagem alternativa, como traqueostomia, é preferível. “Enfisema subcutâneo por falsa via ou extravasamento de ar, exigindo remoção da cânula mal posicionada e nova abordagem por traqueostomia formal.” — Correta. O enfisema subcutâneo após cricotireoidotomia sugere má posição ou dissecção de falsa via, com escape de ar para tecidos moles. A conduta é suspender o uso da via ineficaz e estabelecer acesso definitivo e seguro por traqueostomia, preferencialmente em ambiente cirúrgico controlado. “Pneumotórax hipertensivo bilateral, sendo indicada drenagem torácica de urgência antes de qualquer outra intervenção.” — Incorreta. Embora pneumotórax possa causar sintomas respiratórios, o achado predominante de enfisema subcutâneo cervical após cricotireoidotomia sugere complicação local da via aérea, e não um pneumotórax primário. Referências: PATERSON-BROWN, Simon. Tópicos Essenciais em Cirurgia Geral e de Emergência: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788595156517. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595156517/. Acesso em: 28 maio 2024. RIBEIRO JUNIOR, Marcelo A. F. Fundamentos em cirurgia do trauma. Rio de Janeiro: Roca, 2016. 1 recurso online. ISBN 9788527730587. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730587/. Acesso em: 19 set. 2017. 15ª QUESTÃO 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 21 de 47 Enunciado: (FASA VIC) Paciente do sexo feminino, 64 anos, hipertensa e obesa (IMC = 34 kg/m²), apresenta dor, sensação de peso e edema em membro inferior esquerdo, que surgiram de forma súbita há 3 dias. Refere ainda coloração arroxeada da panturrilha e piora do edema ao final do dia. No exame físico, observa-se edema unilateral até o joelho, empastamento muscular, sinal de Homans positivo e discreta hipertermia local. Ela relata histórico de veias varicosas diagnosticadas há 10 anos, sem tratamento cirúrgico. Não faz uso de anticoagulantes. Com base no caso apresentado, qual entre as opções abaixo é a melhor estratégia terapêutica inicial para a paciente? Alternativas: (alternativa A) Iniciar heparina debaixo peso molecular (HBPM) em dose terapêutica e prescrever meias de compressão elástica para manejo da insuficiência venosa crônica. (alternativa B) Indicar trombólise venosa por cateter e contraindicar o uso de compressão elástica devido ao risco de síndrome pós-trombótica. (alternativa C) (CORRETA) Iniciar anticoagulação oral direta com rivaroxabana e recomendar elevação do membro afetado, com compressão elástica após estabilização clínica. (alternativa D) Prescrever varfarina oral de início imediato e suspender o uso de meias de compressão até a resolução completa do quadro. 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 22 de 47 Resposta comentada: Alternativa: Iniciar anticoagulação oral direta com rivaroxabana e recomendar elevação do membro afetado, com compressão elástica após estabilização clínica. Correta. Anticoagulantes orais diretos, como rivaroxabana, são preferidos para TVP em pacientes estáveis, pela eficácia e praticidade. A compressão elástica é introduzida após a fase aguda para prevenir a síndrome pós-trombótica. A elevação do membro ajuda a reduzir o edema e a dor no curto prazo. Alternativa: Iniciar heparina de baixo peso molecular (HBPM) em dose terapêutica e prescrever meias de compressão elástica para manejo da insuficiência venosa crônica. Incorreta. Embora a HBPM seja amplamente utilizada no manejo inicial da TVP, o uso de meias de compressão elástica deve ser adiado até que o paciente esteja estabilizado, para evitar a exacerbação de sintomas agudos. Alternativa: Prescrever varfarina oral de início imediato e suspender o uso de meias de compressão até a resolução completa do quadro. Incorreta. Varfarina não é iniciada isoladamente devido ao risco de hipercoagulabilidade transitória; deve ser associada à HBPM nos primeiros dias. Além disso, suspender completamente o uso de compressão elástica pode agravar os sintomas de insuficiência venosa crônica. Alternativa: Indicar trombólise venosa por cateter e contraindicar o uso de compressão elástica devido ao risco de síndrome pós-trombótica. Incorreta. A trombólise venosa é reservada para casos graves, como TVP extensa com risco iminente de síndrome compartimental ou embolia pulmonar. A compressão elástica, quando usada adequadamente, reduz o risco de síndrome pós-trombótica e deve ser recomendada. Referência: TOWNSEND, Courtney M. Sabiston Textbook of Surgery: The Biological Basis of Modern Surgical Practice. 21ª edição. Elsevier, 2022. 16ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Durante a preparação para um bloqueio de plexo braquial via abordagem axilar em um paciente de 70 kg, com função hepática e renal preservadas, o anestesiologista opta pelo uso de lidocaína sem vasoconstritor. Considerando a dose máxima recomendada de lidocaína sem vasoconstritor de 4,5mg/Kg e utilizando uma solução de lidocaína a 2%, qual é o volume máximo que pode ser administrado? 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 23 de 47 Alternativas: (alternativa A) 14 mL (alternativa B) (CORRETA) 15,75 mL (alternativa C) 17,5 mL (alternativa D) 31,5 mL Resposta comentada: Cálculo e Resposta Comentada: Passo 1: Calcular a dose máxima em mg. Fórmula: Dose máxima (mg) = peso (kg) × dose máxima recomendada (mg/kg) → 70 kg × 4,5 mg/kg = 315 mg Passo 2: Calcular o volume correspondente em mL para solução a 2%. Lidocaína 2% = 20 mg/mL Volume (mL) = Dose (mg) ÷ Concentração (mg/mL) → 315 mg ÷ 20 mg/mL = 15,75 mL Análise das Alternativas: 14 mL” — Incorreta. Subestima tanto a dose máxima quanto o volume correspondente. 15,75 mL” — Correta. Calculada com base em peso e concentração da solução. 31,5 mL” — Incorreta. Excede a dose, uma vez que a solução usada é 2%. 17,5 mL” — Incorreta. Excede a dose máxima recomendada, aumentando o risco de toxicidade sistêmica. Referência: SAVASSI-ROCHA, Paulo R. ; SANCHES, Soraya Rodrigues de A. ; SAVASSI-ROCHA, Alexandre L. Cirurgia de ambulatório: MedBook Editora, 2013. E-book. ISBN 9786557830215. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786557830215/. Acesso em: 28 maio 2024. 17ª QUESTÃO 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 24 de 47 Enunciado: (AFYA Palmas) Uma mulher de 55 anos, previamente saudável, procura atendimento médico com queixa de dor no quadril direito e massa progressiva na região inguinal, que aumenta ao ficar em pé e diminui ao deitar-se. No exame físico, observa-se uma protuberância abaixo do ligamento inguinal, dolorosa à palpação, com redução difícil, porém possível. Não há sinais de encarceramento, estrangulamento ou obstrução intestinal. Qual das condutas abaixo representa a abordagem inicial mais apropriada, considerando o risco associado a esse tipo de hérnia? Alternativas: (alternativa A) Solicitar ressonância magnética da pelve para avaliar melhor a extensão da lesão e confirmar a hipótese de hérnia inguinal antes de indicar cirurgia. (alternativa B) Orientar perda ponderal e o uso de faixa para contenção da hérnia, postergando a cirurgia até redução de peso e melhora dos sintomas. (alternativa C) (CORRETA) Indicar correção cirúrgica programada, considerando o risco elevado de encarceramento e a localização anatômica desfavorável da hérnia femoral. (alternativa D) Realizar redução manual em ambiente ambulatorial e manter a paciente em observação clínica, com retorno se houver sinais de agravamento. 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 25 de 47 Resposta comentada: Justificativas: Correta. Indicar correção cirúrgica programada, considerando o risco elevado de encarceramento e a localização anatômica desfavorável da hérnia femoral. A hérnia femoral apresenta um risco elevado de encarceramento e estrangulamento, mesmo quando ainda reduzível. O tratamento padrão é a correção cirúrgica programada. Não há necessidade de cirurgia em caráter de urgência na ausência de sinais de complicação, mas também não se recomenda conduta expectante. Errada. Orientar perda ponderal e o uso de faixa para contenção da hérnia, postergando a cirurgia até redução de peso e melhora dos sintomas. A hérnia femoral não deve ser tratada de forma conservadora devido ao risco elevado de complicações. Perda de peso e uso de faixa são medidas que podem ser sugeridas em alguns casos de hérnias inguinais assintomáticas, mas são inadequadas e insuficientes aqui. A conduta correta é a correção cirúrgica. O consenso internacional e as principais diretrizes orientam que toda hérnia femoral deve ser reparada cirurgicamente assim que diagnosticada, mesmo na ausência de sintomas. A perda ponderal pode reduzir o risco cirúrgico em outros contextos, mas não altera a necessidade de reparação da hérnia femoral. O uso de faixa pode mascarar sintomas, sem prevenir complicações, podendo até atrasar o diagnóstico de um estrangulamento iminente. Errada. Solicitar ressonância magnética da pelve para avaliar melhor a extensão da lesão e confirmar a hipótese de hérnia inguinal antes de indicar cirurgia. O exame físico já é suficiente para diagnóstico: massa abaixo do ligamento inguinal, dolorosa, no triângulo femoral. Além disso, trata-se de hérnia femoral, não inguinal. A ressonância magnética raramente é necessária para o diagnóstico de hérnias. O tratamento não depende de maior avaliação de extensão, mas sim do risco elevado de complicação. Errada. Realizar redução manual em ambiente ambulatorial e manter a paciente em observação clínica, com retorno se houver sinais de agravamento. Embora a hérnia seja reduzível, o risco de encarceramento é elevado. A estratégia de "reduzir e observar" não é segura para hérnias femorais. O tratamento recomendado é a correção cirúrgica programada, independentemente da ausência de sinais agudos. Referências: ZURCHER, R. M. ; MELLO, A. L. C. Tratado de Clínica Cirúrgica – Hérnias Abdominais. Rio de Janeiro: Atheneu, 2019. AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS. Current Diagnosis and Treatment: Surgery. 15. ed. McGraw-Hill, 2020. SOCIEDADE BRASILEIRA DECIRURGIA – SBC. Diretrizes clínicas para o manejo das hérnias inguinais e femorais em adultos. Acesso em: 2023. 18ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um paciente politraumatizado foi submetido à laparotomia de emergência por lesão hepática grau IV após acidente automobilístico. No pós-operatório imediato, encontra-se hemodinamicamente estável, com boa evolução clínica, porém refere dor abdominal intensa que interfere na ventilação e mobilização precoce. Considerando os protocolos atuais de cuidado pós-operatório em trauma abdominal, qual das estratégias a seguir representa uma conduta adequada para o manejo da dor visando à recuperação otimizada do paciente? 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 26 de 47 Alternativas: (alternativa A) Administrar analgésicos conforme demanda (PRN), evitando esquemas fixos ou controle contínuo para prevenir tolerância e dependência medicamentosa. (alternativa B) Prescrever apenas anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), evitando opioides devido ao risco de depressão respiratória em qualquer intensidade de dor. (alternativa C) Realizar sedação contínua com benzodiazepínicos e monitorar a dor apenas se o paciente demonstrar agitação ou hipertensão. (alternativa D) (CORRETA) Utilizar analgesia multimodal combinando opioides, AINEs e, se disponível, bloqueios regionais como cateter peridural, ajustando conforme resposta clínica. Resposta comentada: “Prescrever apenas anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), evitando opioides devido ao risco de depressão respiratória em qualquer intensidade de dor.” — Incorreta. AINEs isoladamente são insuficientes para controle da dor intensa em pós-operatório de trauma maior. Opioides podem ser utilizados com segurança, desde que com monitoramento adequado. “Utilizar analgesia multimodal combinando opioides, AINEs e, se disponível, bloqueios regionais como cateter peridural, ajustando conforme resposta clínica.” — Correta. A analgesia multimodal é a abordagem recomendada, pois melhora o controle da dor, reduz o consumo isolado de opioides e favorece a mobilização precoce, ventilação adequada e menor tempo de internação. “Realizar sedação contínua com benzodiazepínicos e monitorar a dor apenas se o paciente demonstrar agitação ou hipertensão.” — Incorreta. A sedação não substitui a analgesia. A dor deve ser avaliada ativamente com escalas específicas, mesmo em pacientes pouco responsivos. “Administrar analgésicos conforme demanda (PRN), evitando esquemas fixos ou controle contínuo para prevenir tolerância e dependência medicamentosa.” — Incorreta. O uso exclusivo de medicação “conforme necessidade” pode resultar em controle ineficaz da dor, especialmente nas primeiras 48 horas pós-operatórias. Esquemas regulares com avaliação periódica são mais eficazes e seguros. Referências: MORETTI, Miguel Antônio; BAPTISTA FILHO, Mario Lúcio Alves (ed.). Manual de cuidados perioperatórios. São Paulo: Manole, 2014. 1 recurso online. ISBN 9788520451663. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520451663/. Acesso em: 19 set. 2017. PATERSON-BROWN, Simon. Tópicos Essenciais em Cirurgia Geral e de Emergência: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788595156517. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595156517/. Acesso em: 28 maio 2024. RIBEIRO JUNIOR, Marcelo A. F. Fundamentos em cirurgia do trauma. Rio de Janeiro: Roca, 2016. 1 recurso online. ISBN 9788527730587. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730587/. Acesso em: 19 set. 2017. 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 27 de 47 19ª QUESTÃO Enunciado: (AFYA Palmas) Uma criança de 18 meses, previamente hígida, é levada ao pronto-socorro com história de episódios de choro inconsolável, com flexão das pernas sobre o abdome, alternados com períodos de aparente melhora, iniciados há cerca de 12 horas. A mãe refere também vômitos e a presença de fezes com sangue e muco, descritas como "geléia de morango". Ao exame físico, a criança apresenta-se prostrada, com abdome distendido e doloroso à palpação, associado a sinais de irritação peritoneal difusa. Qual deve ser a conduta inicial mais adequada neste caso? Alternativas: (alternativa A) Confirmar o diagnóstico com tomografia e tentar redução com enema baritado. (alternativa B) Realizar radiografia de abdômen. Confirmada a intussuscepção, realizar redução com solução salina ou ar. (alternativa C) Iniciar hidratação intravenosa com antibiótico empírico por 48h e considerar laparotomia. (alternativa D) (CORRETA) Contraindicar enema, optando por cirurgia imediata devido aos sinais clínicos de peritonite difusa. 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 28 de 47 Resposta comentada: Correta. Contraindicar enema, optando por cirurgia imediata devido aos sinais clínicos de peritonite difusa. A conduta recomendada em casos com sinais clínicos de peritonite é a cirurgia imediata. A redução não cirúrgica com enema está absolutamente contraindicada na presença de peritonite ou instabilidade hemodinâmica. Errada. Confirmar o diagnóstico com tomografia e tentar redução com enema baritado. O exame de escolha para avaliação inicial de invaginação intestinal é a ultrassonografia, não a tomografia, especialmente em crianças pequenas, devido à ausência de radiação e alta sensibilidade. A presença de sinais clínicos de irritação peritoneal indica provável complicação grave (necrose, perfuração, peritonite) e, nesses casos, a redução com enema é contraindicada. A conduta é a cirurgia imediata, não tentativa de redução com enema. Errada. Realizar radiografia de abdômen. Confirmada a intussuscepção, realizar redução com solução salina ou ar. A radiografia pode sugerir invaginação ou excluir pneumoperitônio, mas não é necessária para diagnóstico definitivo além do que o exame de escolha é a ultrassonografia. Na presença de sinais de irritação peritoneal, é contraindicado realizar qualquer tentativa de redução não cirúrgica, incluindo redução hidrostática ou pneumática. O risco de perfuração e agravamento é muito elevado. Errada. Iniciar hidratação intravenosa com antibiótico empírico por 48h e considerar laparotomia. É correta a necessidade de iniciar hidratação venosa e antibioticoterapia empírica. Contudo, a presença de sinais de peritonite difusa exige intervenção cirúrgica imediata. Não se deve "aguardar 48 horas" nem "considerar" laparotomia — deve-se realizá-la prontamente. A conduta expectante não é segura nesse quadro. Referências: Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Departamento de Cirurgia Pediátrica. Manual de orientação – Abordagem das urgências abdominais em pediatria. 2022. Behrman, Kliegman, Jenson. Nelson Tratado de Pediatria. 21. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2020. 20ª QUESTÃO Enunciado: (Banco AFYA) Um homem de 40 anos, vítima de ferimento torácico penetrante, é admitido na emergência com dispneia, cianose periférica e abaulamento de veias cervicais. O exame revela bulhas cardíacas abafadas, queda progressiva da pressão arterial e pulso paradoxal. Qual das condutas abaixo é mais adequada quanto ao tratamento imediato recomendado no manejo do choque nesse contexto? 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 29 de 47 Alternativas: (alternativa A) Realizar toracocentese com agulha no segundo espaço intercostal e infundir cristaloides em pequena quantidade para evitar sobrecarga cardíaca. (alternativa B) Iniciar ressuscitação volêmica vigorosa com 2.000 mL de solução hipertônica e encaminhar o paciente para tomografia antes da intervenção cirúrgica. (alternativa C) Indicar drenagem torácica bilateral com sonda 36 Fr e iniciar infusão contínua de noradrenalina para restaurar o débito cardíaco antes de qualquer intervenção invasiva. (alternativa D) (CORRETA) Realizar punção pericárdica imediata (pericardiocentese) e iniciar infusão de 500 a 1.000 mL de cristaloide para manter enchimento cardíaco adequado até abordagem definitiva. 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34Pgina 30 de 47 Resposta comentada: “Realizar toracocentese com agulha no segundo espaço intercostal e infundir cristaloides em pequena quantidade para evitar sobrecarga cardíaca.” — Incorreta. A toracocentese no segundo espaço intercostal é indicada para pneumotórax hipertensivo, e não para tamponamento cardíaco, cuja abordagem correta é pericardiocentese. “Iniciar ressuscitação volêmica vigorosa com 2.000 mL de solução hipertônica e encaminhar o paciente para tomografia antes da intervenção cirúrgica.” — Incorreta. Volumes muito altos podem agravar o tamponamento, e a tomografia não deve ser priorizada em instabilidade hemodinâmica, especialmente em uma emergência clínica já identificada clinicamente. “Realizar punção pericárdica imediata (pericardiocentese) e iniciar infusão de 500 a 1.000 mL de cristaloide para manter enchimento cardíaco adequado até abordagem definitiva.” — Correta. A pericardiocentese é a medida de alívio temporário indicada para tamponamento cardíaco, e a infusão de cristaloides em volume moderado ajuda a manter a pré-carga enquanto se organiza a toracotomia ou pericardiotomia definitiva. “Indicar drenagem torácica bilateral com sonda 36 Fr e iniciar infusão contínua de noradrenalina para restaurar o débito cardíaco antes de qualquer intervenção invasiva.” — Incorreta. A drenagem torácica não resolve o tamponamento pericárdico, e vasopressores não são a conduta inicial. O alívio da compressão sobre o coração é prioritário antes do uso de drogas vasoativas. Referências: MORETTI, Miguel Antônio; BAPTISTA FILHO, Mario Lúcio Alves (ed.). Manual de cuidados perioperatórios. São Paulo: Manole, 2014. 1 recurso online. ISBN 9788520451663. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520451663/. Acesso em: 19 set. 2017. PATERSON-BROWN, Simon. Tópicos Essenciais em Cirurgia Geral e de Emergência: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788595156517. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595156517/. Acesso em: 28 mai. 2024. RIBEIRO JUNIOR, Marcelo A. F. Fundamentos em cirurgia do trauma. Rio de Janeiro: Roca, 2016. 1 recurso online. ISBN 9788527730587. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730587/. Acesso em: 19 set. 2017. 21ª QUESTÃO Enunciado: (FMIT) Paciente de 68 anos, sexo masculino, tabagista, com histórico de hipertensão arterial e diabetes mellitus tipo 2, apresenta queixa de dor do tipo cãibra em panturrilha direita ao deambular dois quarteirões da sua casa até a padaria, melhorando após breve repouso. Durante a investigação diagnóstica, é identificado, por meio de EcoDoppler, um aneurisma de aorta abdominal infrarrenal com 5,0 cm de diâmetro. Considerando a necessidade de aplicar um plano terapêutico para esse paciente, qual das seguintes condutas é a mais adequada no manejo imediato? 000161.05001c.829d4a.e9234c.adf456.0b455d.1cac60.1bc34 Pgina 31 de 47 Alternativas: (alternativa A) Iniciar terapia antitrombótica com rivaroxabana e agendar angioplastia para a claudicação intermitente em caráter eletivo sem muita urgência. (alternativa B) Indicar repouso relativo, evitar caminhadas longas e aguardar avaliação cirúrgica, pois a claudicação pode indicar risco iminente de ruptura do aneurisma. (alternativa C) Programar correção endovascular do aneurisma de aorta abdominal com urgência, não havendo tempo para preparo pré-operatório. (alternativa D) (CORRETA) Orientar a cessação do tabagismo, controle rigoroso da pressão arterial e do diabetes, e acompanhamento regular com ultrassonografia para monitorar o aneurisma. Resposta comentada: O manejo de pacientes masculinos com aneurisma de aorta abdominal (AAA) menor que 5,5 cm assintomático e doença arterial periférica (DAP) envolve medidas conservadoras para prevenir complicações. A cessação do tabagismo, o controle da pressão arterial e da glicemia são fundamentais para reduzir o risco de progressão do aneurisma e eventos cardiovasculares. Resposta correta. Para AAA