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08 - Alunos com Necessidades Educacionais Especiais - os distúrbios de aprendizagem associados à

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Alunos com Necessidades 
Educacionais Especiais: os distúrbios 
de aprendizagem associados à 
linguagem e à comunicação
Apresentação
Não raramente, alguns alunos não se comunicam da forma esperada pelo padrão de comunicação 
pré-determinado. O uso da linguagem é inadequado, ocasionando, em muitos casos, distúrbios ou 
dificuldades de aprendizagem. 
Nesta Unidade de Aprendizagem, vamos abordar os distúrbios de comunicação e de linguagem, 
conhecidos como transtornos funcionais específicos, e o quanto os mesmos contribuem para que 
os sujeitos nessas condições venham a ter distúrbios ou dificuldades de aprendizagem. Além disso, 
iremos abordar o atendimento educacional especializado - AEE voltado para esses sujeitos. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir o conceito de distúrbios de aprendizagem e reconhecer a 
necessidade do atendimento educacional especializado (AEE) para 
esses sujeitos.
•
Reconhecer o processo de produção da fala, o processo social de comunicação e a sua 
regulação por meio da linguagem. 
•
Diferenciar distúrbios de linguagem de distúrbios de comunicação e as necessidades 
educacionais especiais voltadas para esses sujeitos.
•
Infográfico
A comunicação exige que o receptor use os olhos, os ouvidos e o sentido tátil, para captar uma 
mensagem e levá-la ao cérebro, onde ela é decodificada e entendida. Com certa parcimônia, 
podemos admitir que até mesmo os outros dois sentidos, olfato e paladar, poderão captar uma 
ideia transmitida por um emissor. Se o emissor ou o receptor não usam os sinais ou os símbolos 
adequadamente, ou se a pessoa tem um mecanismo imperfeito para emitir ou receber a 
informação, o processo da comunicação é ineficaz, não acontece. O infográfico abaixo ilustra um 
processo em que a comunicação foi eficaz.
Conteúdo do livro
É importante destacar que os distúrbios ou dificuldades de aprendizagem associados à linguagem e 
à comunicação são os principais responsáveis pela não aprendizagem dos conteúdos escolares para 
alguns alunos no ensino regular. Mesmo não sendo reconhecidos como público alvo da Educação 
Especial, esses alunos precisam frequentar o Atendimento Educacional Especializado – AEE.
Nesse sentido, é fundamental que o professor fique atento as características e dificuldades desses 
alunos. Isso porque, esses alunos geralmente não apresentam diagnóstico clínico.
Para entender mais sobre esses assuntos, leia o capítulo “Alunos com Necessidades Educacionais 
Especiais: os distúrbios de aprendizagem associados à linguagem e à comunicação”, parte 
integrante da obra Psicologia e a pessoa com deficiência.
Boa leitura.
Para reforçar os principais pontos deste capítulo, clique no resumo em áudio a seguir:
PSICOLOGIA E A 
PESSOA COM 
DEFICIÊNCIA
Joseuda Borges Castro Lopes
Alunos com necessidades 
educacionais especiais: 
distúrbios de aprendizagem 
associados à linguagem e à 
comunicação
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Definir o conceito de distúrbios de aprendizagem e reconhecer a
necessidade do atendimento educacional especializado (AEE) para
esses sujeitos.
� Reconhecer o processo de produção da fala, o processo social de
comunicação e a sua regulação por meio da linguagem.
� Diferenciar distúrbios de linguagem de distúrbios de comunicação
e as necessidades educacionais especiais voltadas para esses
sujeitos.
Introdução
A aquisição da linguagem é um diferencial para o ser humano. Ela re-
presenta o método regulador básico da comunicação, sendo a fala a 
produção vocal da linguagem. Nesse sentido, emerge a necessidade 
de um atendimento educacional especializado (AEE) para os sujeitos 
com distúrbios de aprendizagem relacionados à linguagem, e o papel 
do fonoaudiólogo é extremamente importante. Contudo, é importante 
destacar que os sujeitos classificados com distúrbios da aprendizagem não 
se enquadram no público-alvo da Educação Especial, quais sejam: pessoas 
com deficiência, pessoas com transtornos globais do desenvolvimento e 
pessoas com altas habilidades. No entanto, tendo em vista as dificuldades 
enfrentadas por esses sujeitos, o atendimento educacional especializado 
(AEE) é necessário para a inclusão desses alunos na escola regular.
Neste capítulo, você vai estudar os distúrbios de aprendizagem e a 
aquisição das formas de comunicação (fala e linguagem). Além disso, vai 
aprender ainda sobre as necessidades educacionais específicas dessas 
condições.
Distúrbios de aprendizagem
Distúrbios, transtornos, dificuldades e problemas de aprendizagem são ex-
pressões com significados distintos. Contudo, esses termos têm sido utilizados 
de forma aleatória, tanto na literatura especializada como na prática clínica 
e escolar, para designar indistintamente quadros de diagnósticos diferentes 
(GIMENEZ, 2005).
Apesar de não se observar consenso quanto à definição operacional na 
literatura especializada, muitos profissionais — principalmente na escola 
norte-americana — já demandam definições mais claras, que permitam um 
diagnóstico mais preciso. Entre os pesquisadores brasileiros, porém, é pos-
sível fazer algumas distinções (SCHIRMER; FONTOURA; NUNES, 2004; 
TULESKI; EIDT, 2007).
Segundo José e Coelho (2002), os problemas de aprendizagem são situações 
difíceis enfrentadas por indivíduos, mas com expectativa de aprendizagem 
em longo prazo. Ciasca (2004) diferencia os problemas de aprendizagem 
em dois tipos: dificuldades de aprendizagem e distúrbios ou transtornos da 
aprendizagem. O primeiro está relacionado à parte pedagógica; já o segundo 
se relaciona a causas físicas (comprometimento neurológico). Fonseca (1995) 
considera que as dificuldades escolares têm caráter global, abrangendo os 
conteúdos pedagógicos, os professores, os métodos de ensino e o ambiente 
físico e social em que o aluno está inserido.
Na visão comportamentalista, distúrbio e transtorno são nomenclatu-
ras equivalentes (CIASCA, 2004). Todavia, de forma mais precisa, o termo 
“transtorno” é usado para indicar a existência de um conjunto de sinais sin-
tomatológicos ou comportamentos clinicamente reconhecíveis, associados a 
sofrimento e interferência com funções pessoais (RELVAS, 2008).
A definição mais aceita para distúrbios da aprendizagem é a do National 
Joint Committee on Learning Disabilities (NJCLD), que traz uma visão médica 
e orgânica, indicando uma disfunção neurológica para explicar atrasos na 
aquisição da leitura, escrita ou cálculo:
[...] distúrbios de aprendizagem é um termo genérico que se refere a um grupo 
heterogêneo de desordens manifestadas por dificuldades na aquisição e no 
uso da audição, fala, escrita, e raciocínio matemático. Essas desordens são 
intrínsecas ao indivíduo e presume-se serem uma disfunção do sistema nervoso 
Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem ligados à linguagem e à comunicação2
central. Entretanto, o distúrbio de aprendizagem pode ocorrer concomitante 
com outras desordens como distúrbio sensorial, retardo mental, distúrbio 
emocional e social, ou sofrer influências ambientais como diferenças culturais, 
instruções inapropriadas ou insuficientes, ou fatores psicogênicos. Porém, não 
são resultado direto dessas condições ou influências (CIASCA, 1991, p. 36).
Não existe uma classificação padrão para os alunos com distúrbios de 
aprendizagem. De acordo com as definições atuais, são indivíduos com inte-
ligência provavelmente normal, mas que não alcançam rendimento acadêmico 
nos níveis esperados nas áreas da leitura, expressão escrita ou matemática. 
Outros apresentam problemas mais abrangentes, que afetam todas as áreas 
acadêmicas e sociais (SMITH, 2008). Ohlweiler (2016) caracteriza os perfis 
especificados pelo CID-10 e DSM-V. Veja a seguir.
 � Transtorno de leitura: é caracterizado por uma dificuldade específica 
em compreender palavras escritas. Os alunos com diagnóstico de dis-
túrbios de aprendizagem em leitura têmmenos habilidades de leitura 
do que os alunos com baixo rendimento. Como a leitura e a escrita 
estão intimamente ligadas, muitos desses alunos têm problemas de 
escrita. Em função de a complexidade escolar crescer, os alunos com 
baixa proficiência de leitura e escrita não conseguem acompanhar as 
exigências acadêmicas.
 � Transtorno da expressão escrita: refere-se apenas à ortografia ou 
caligrafia. Geralmente há uma combinação de dificuldades: composi-
ção de textos escritos; erros de ortografia, gramática e pontuação; má 
organização dos parágrafos, etc.
 � Transtorno da matemática: não está relacionado à ausência de habili-
dades matemáticas básicas como a contagem, mas sim à forma como a 
criança associa essas habilidades com o mundo que a cerca. Atividades 
que exigem raciocínio também são afetadas nesse transtorno.
Custódio e Pereira (2013) sinalizam que a educação escolar é perpassada 
por vários fatores que, de forma direta ou indireta, interferem no processo 
de aprendizagem dos alunos. As autoras destacam ainda, que os transtornos 
funcionais específicos demarcados no documento de Política Nacional de 
Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) são “alterações 
manifestadas por dificuldades significativas na aquisição e uso da audição, da 
fala, da leitura, da escrita, no raciocínio, em habilidades matemáticas, ou na 
atenção e concentração” (2013, p. 4). Muitos são os posicionamentos teóricos 
que buscam classificar os alunos que apresentam dificuldades específicas 
3Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem associados à linguagem e à comunicação
de aprendizagem no contexto escolar, no entanto, a Secretaria de Estado da 
Educação/Departamento de Educação Especial e Inclusão Educacional (SEED/
DEEIN), tem como referência de nomenclatura a classificação adotada pelo 
MEC (CUSTÓDIO E PEREIRA, 2013).
A Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com 
a Saúde, frequentemente designada pela sigla CID, é um catálogo publicado pela 
Organização Mundial da Saúde (OMS) que tem por objetivo criar uma codificação 
padrão para as doenças. Está em sua décima versão, a qual foi publicada em 1992, e 
por isso atualmente os médicos utilizam a sigla CID seguida do número dez (CID10) 
para se referir a essa classificação. O código formado permite a identificação de todas 
as doenças conhecidas, bem como de sintomas e queixas de pacientes, aspectos 
fisiológicos anormais, entre outros. Acesse o site e confira.
www.cid10.com.br
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM, do inglês Diagnostic 
and Statistical Manual of Mental Disorders), designado como DSM-V por estar em sua 
quinta edição, é um manual de diagnóstico e estatística publicado pela Associação 
Americana de Psiquiatria. Esse manual tem por objetivo definir como é feito o diagnós-
tico de transtornos mentais; portanto, é usado por psicólogos, médicos e terapeutas 
ocupacionais.
Assim como há vários tipos de manifestações dos distúrbios de aprendi-
zagem, há também diversas causas e diferentes níveis de gravidade possíveis. 
Infelizmente, pouco ainda se sabe sobre as causas desses distúrbios. Há indícios 
de presença de lesão cerebral, causada por um acidente ou por falta de oxigênio 
do feto ou do bebê, e mesmo um fator genético associado. Contudo, como 
apresentado por Smith (2008), a falta de evidência física ou de diagnóstico 
médico real de lesão cerebral ou danos no sistema nervoso central torna falho 
o prognóstico, remetendo a um contexto de exclusão. Cabe notar que o impacto 
da deficiência pode ser atenuado ou mesmo corrigido.
Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem ligados à linguagem e à comunicação4
Usar termos como suposta lesão cerebral e hipóteses de disfunção no sistema 
nervoso central pode conduzir a uma conclusão que dificilmente será provada 
e que talvez seja um engano. Empregar termos que envolvem lesão cerebral 
(como dislexia), em vez de termos como distúrbios de leitura, pode dar a im-
pressão de que nada pode ser feito em relação a ela, o que pode levar os pais, 
os educadores e o indivíduo a desistir de corrigir as dificuldades educacionais 
identificadas. Eles podem também estabelecer expectativas muito baixas. 
Sabemos, por meio de pesquisa em educação, que, quando se estabelecem ex-
pectativas e metas baixas, os alunos normalmente as alcançam, mas raras vezes 
as ultrapassam. Se as metas estabelecidas para uma criança com distúrbios 
de aprendizagem forem muito baixas, ela talvez nunca desenvolva todo o seu 
potencial. Por essas razões, muitos professores da educação especial opõem-
-se ao uso de termos médicos ligados à lesão cerebral (SMITH, 2008, p. 117).
Rendimento nas atividades escolares
Algumas crianças têm distúrbios de aprendizagem leves e, com assistência, 
ajustam-se ao currículo padrão oferecido, continuando nele até a universidade. 
Crianças com distúrbios mais graves, por sua vez, precisam de suporte e apoio — 
frequentemente intensivos — durante todo o ano letivo e na vida adulta. Os 
alunos com distúrbios de aprendizagem são diferentes dos seus colegas de turma.
Embora os indivíduos possam diferir em seus potenciais e fragilidades, 
estilos de aprendizagem e personalidade, todos têm dificuldades relacionadas 
aos distúrbios de aprendizagem que resultam em desempenho acadêmico 
ineficiente, abaixo do esperado, agravado ao longo dos anos. Há uma preo-
cupação acadêmica/social com a tendência de reprovações, uma vez que não 
resultará em uma melhora de rendimento e parece relacionar-se positivamente 
à evasão escolar.
Smith (2008) lista algumas características comportamentais provenientes 
desses distúrbios que afetam diretamente o processo de aprendizagem e o 
rendimento escolar.
 � Falta de motivação ou pouco senso de responsabilidade: muitos 
anos de frustração e de insucesso escolar podem afetar negativamente 
a motivação dos alunos. Estes podem se convencer de que não há nada 
que eles possam fazer para alcançar o sucesso. Quando as pessoas 
supõem que vão falhar, elas se tornam muito dependentes dos outros, 
aumentando assim a probabilidade de poucas realizações. Como se 
supõem “defeituosas”, não veem motivos para se esforçar, uma vez que 
nunca conseguiram obter uma boa nota.
5Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem associados à linguagem e à comunicação
 � Desatenção: a desatenção e a impulsividade são duas outras caraterísti-
cas comuns. Esse fator pode explicar por que esses alunos são incapazes 
de entender partes relevantes dos problemas que precisam resolver ou 
das tarefas que precisam fazer.
 � Inabilidade para generalizar: muitos alunos com distúrbios de apren-
dizagem também apresentam dificuldades para transferir ou generalizar 
os seus conhecimentos para diferentes habilidades ou situações.
 � Falha no processamento de informação: muitas pessoas com distúr-
bios de aprendizagem têm dificuldades de aprender a ler, a escrever e 
a entender o que está sendo dito, e até mesmo de se expressar por meio 
da verbalização de palavras.
 � Habilidades insuficientes para resolver problemas: normalmente, 
falta a esses alunos um raciocínio estratégico, e eles têm poucas habi-
lidades na resolução de problemas de raciocínio.
Nem todos os indivíduos com distúrbios de aprendizagem têm problemas 
no campo das habilidades sociais, mas muitos não são socialmente compe-
tentes. As dificuldades com as habilidades sociais, em conjunto com o baixo 
rendimento e o comportamento distraído na sala de aula, influenciam o status 
social dessas crianças. Elas são vistas pelos seus colegas de classe como 
excessivamente dependentes, menos cooperativas e antissociais. Isso implica 
que essas crianças não são incluídas nos grupos e, sendo rejeitados pelos seus 
colegas, têm dificuldades de fazer amigos. Assim, essas crianças vivenciam 
fortes sentimentos de solidão e de falta de amigos. A rejeição e as habilidades 
sociais inadequadas persistem durantea adolescência. Os indivíduos com 
distúrbios de aprendizagem que não recebem atenção para os seus problemas 
desde o início enfrentam sérios desafios por toda a vida. Quanto mais cedo é 
proporcionada intervenção, melhor (SMITH, 2008).
O que acontece no Brasil
Segundo Ciasca (2004), o número de crianças com distúrbios ou dificuldades 
para aprender é elevado, atingindo até 20% da população escolar de países 
desenvolvidos. Destes, apenas 7% teriam algum problema neurológico asso-
ciado. No Brasil, essas cifras aumentam, mantendo-se constantes apenas no 
que se refere à presença de quadro neurológico.
Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem ligados à linguagem e à comunicação6
Os dados do último censo realizado IBGE, em 2010, mostram que:
 � 25% das crianças terminaram a 4ª série analfabetas;
 � 53% aprenderam o que era considerado esperado pelo currículo;
 � apenas 29% dos jovens que concluíram o ensino médio sabiam português;
 � 11% dos jovens tinham conhecimento primário em matemática.
Segundo a professora Sylvia Maria Ciasca, coordenadora do Laboratório de Pesquisas 
em Distúrbios, Dificuldades de Aprendizagem e Transtorno de Atenção (Disapre) da 
Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, a realidade brasileira ainda é pior. 
Confira a reportagem no link disponível a seguir.
https://goo.gl/DtqxoN
É importante notar que, embora os distúrbios e as dificuldades escolares 
não sejam produtos específicos de uma classe social, eles são mais incidentes 
nas classes menos favorecidas, pois há um somatório de problemas. A própria 
manutenção da criança no sistema de ensino é uma questão. Isso explica por 
que a realidade brasileira observada nas estatísticas do IBGE é tão assustadora.
Em função desses fatores, aponta-se uma prevalência da dificuldade de 
aprendizagem, em detrimento do distúrbio de aprendizagem. Ciasca (2004) e 
outros pesquisadores brasileiros chamam atenção ao processo de avaliação e 
intervenção de forma indiscriminada, sem considerar esse contexto mais amplo. 
Ensinar e aprender são processos lentos, individuais e estruturados, quando 
não se completam por alguma falha interna ou externa surgem os distúrbios 
e as dificuldades de aprendizagem, levando à criança não só à desmotivação 
quanto ao desgaste e à reprovação, transformando-a num rótulo dentro da esco-
la, “perturbando” pais e professores que buscam, a partir daí, todo e qualquer 
tipo de diagnóstico, na tentativa de descobrir as causas, classificá-las e, se 
possível encontrar uma solução objetiva para o quadro (CIASCA, 2004, p. 29).
7Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem associados à linguagem e à comunicação
Os distúrbios de aprendizagem 
e a aquisição de linguagem
A linguagem é a base para outras aprendizagens. Leitura, escrita, raciocínio 
e, posteriormente, as habilidades matemática dependem da aquisição de lin-
guagem (BASTOS, 2016). 
Acesse o link a seguir para ler mais sobre a importância da linguagem no nosso dia a dia.
https://goo.gl/gSB3Jz
Acredita-se que as dificuldades ou os distúrbios de aprendizagem estejam 
intimamente relacionadas à história prévia de atraso de linguagem (SCHIR-
MER; FONTOURA; NUNES, 2004) ou outro distúrbio de comunicação em 
fase pré-escolar (SMITH, 2008).
Mas o que é comunicar-se? Como se dá esse processo? Para entender 
os distúrbios de comunicação, deve-se entender primeiro o processo da co-
municação no ser humano. A comunicação está associada à linguagem e à 
interação; logo, são necessárias pelo menos duas pessoas, que desejem trocar 
uma mensagem: um emissor e um receptor. Inicialmente, o emissor tem uma 
ideia ou um pensamento e o transmite por meio de um código compartilhado 
pelo receptor. Assim, a comunicação só ocorre quando o receptor compreende 
a mensagem que o emissor passou. Observe o esquema na Figura 1.
Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem ligados à linguagem e à comunicação8
Figura 1. Esquema de uma situação de comunicação.
Fonte: Adaptada de Faraco e Moura (1997, p. 16 apud CORDEIRO et al., 2017, p. 48).
De forma simplificada, o processo de comunicação pode ser resumido 
pelos seguintes elementos:
 � emissor – chamado também de locutor ou falante, é quem emite a 
mensagem para um ou mais receptores;
 � receptor – é o interlocutor ou ouvinte, ou seja, é quem recebe a men-
sagem emitida pelo emissor;
 � mensagem – representa o conteúdo ou o conjunto de informações 
transmitidas pelo emissor;
 � código – trata-se do conjunto de signos utilizados na mensagem;
 � canal de comunicação – corresponde ao meio usado para transmitir a 
mensagem, como voz, linguagem de sinais, gestos ou escrita;
 � contexto ou referente – trata-se da situação comunicativa em que estão 
inseridos o emissor e receptor;
 � ruído na comunicação – ocorre quando a mensagem não é decodificada 
de forma correta pelo receptor, por exemplo, quando há barulho do 
local, voz baixa ou mesmo desconhecimento do código, entre outros.
O código, com seus sinais, seus símbolos e suas regras próprias, constitui 
a linguagem e permite que ela tenha significado. A comunicação será insatis-
fatória ou mesmo não ocorrerá se o emissor ou o receptor não puderem usar a 
linguagem adequadamente ou tiverem um mecanismo imperfeito para emitir 
ou receber a mensagem.
Segundo Smith (2008), é importante distinguir três termos, os quais estão 
inter-relacionados: comunicação, linguagem e fala.
9Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem associados à linguagem e à comunicação
1. A comunicação é o processo de troca de conhecimento, ideias, opiniões 
e sentimentos por meio do uso da linguagem verbal ou não verbal (por 
exemplo, gestos).
2. A linguagem é o método regulador básico da comunicação, envolvendo 
a compreensão e o uso dos sinais e dos símbolos pelos quais as ideias 
são representadas.
3. A fala é a produção vocal da linguagem.
Observe na Figura 2 a forma como o corpo humano produz a fala.
Figura 2. Os sistemas do corpo para a produção da fala.
Fonte: Smith (2008, p. 145). 
Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem ligados à linguagem e à comunicação10
Para falar, o cérebro envia mensagens que ativam outros sistemas. A voz é 
produzida na laringe, quando o ar expelido dos pulmões gera um fluxo que faz 
a cavidade vocal (sistema vibratório) vibrar, produzindo sons. Os sons viajam 
pela garganta, pela boca e pelas cavidades nasais (sistema de ressonância), e 
são articulados em voz pela língua, pelos palatos duro e mole, pelos dentes, 
pelos lábios e pela mandíbula.
Quer entender melhor como a voz é produzida? Assista ao vídeo disponível no link 
a seguir.
https://goo.gl/zfLtHg
Os distúrbios de comunicação
Os distúrbios da comunicação são, em geral, divididos em dois grandes grupos.
 � Distúrbios da fala: afetam a habilidade de pronunciar as palavras com 
clareza e podem envolver distúrbios da voz, incluindo timbre, volume 
ou qualidade.
 � Distúrbios da linguagem: pessoas com distúrbios da linguagem po-
dem ter dificuldade para entender palavras faladas ou escritas. Está 
relacionado ao conteúdo da mensagem.
Os distúrbios da fala e da linguagem não são interligados. Uma pessoa 
pode ter tanto o distúrbio da fala como o da linguagem, como ter um e não 
ter o outro.
É importante destacar também que as dificuldades ou distúrbios de apren-
dizagem não estão associados somente aos problemas de comunicação e de 
linguagem. Elas podem estar associadas às questões pedagógicas, neurológicas 
e intelectuais. Um dos exemplos mais conhecidos na atualidade é o Transtorno 
de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH), de ordem neurobiológica, que 
provoca desatenção, inquietude e impulsividade.
11Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem associados à linguagem e à comunicação
O DSM-V (2014) caracteriza os transtornos (ou distúrbios) da comunicação como déficits 
na linguagem, na fala e na comunicação. A fala é a produção expressiva de sons einclui a articulação, a fluência, a voz e a qualidade da ressonância de um indivíduo. A 
linguagem inclui a forma, a função e o uso de um sistema convencional de símbolos 
(palavras faladas, linguagem de sinais, palavras escritas, figuras), com um conjunto de 
regras para a comunicação. A comunicação inclui todo comportamento verbal e não 
verbal (intencional ou não) que influencia o comportamento, as ideias ou as atitudes 
de outro indivíduo.
Segundo Smith (2008), a fala é considerada anormal quando é ininteligível, 
desagradável ou interfere na comunicação. O ouvinte consegue perceber clara-
mente qualquer um dos três problemas de fala que podem afetar negativamente 
o processo de comunicação.
1. Problemas de articulação: a produção do som é defeituoso, e o re-
sultado são sons incorretos. A articulação está relacionada à idade, à 
cultura e ao ambiente da pessoa que fala. 
2. Problemas de fluência: estão associados ao padrão e à fluidez da fala 
de uma pessoa, e normalmente envolvem hesitações ou repetições que 
interrompem a fluência da fala, como a gagueira.
3. Problemas de voz: nesse caso, o tom ou o volume podem ser percebidos 
como estranhos ou inapropriados.
Alguns autores diferenciam distúrbios de fala dos distúrbios de fluência e de voz 
(CASANOVA, 2004; MYSAK, 1984).
Veja a seguir alguns transtornos da fala (PEDROSO; ROTTA, 2016).
 � Disartria: trata-se de problema articulatório que se manifesta na forma 
de dificuldade para realizar alguns ou muitos dos movimentos neces-
sários à emissão verbal.
Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem ligados à linguagem e à comunicação12
 � Disfemia: é a dificuldade de manter a fluência da expressão verbal. 
Caracteriza-se por uma expressão verbal interrompida em seu ritmo, 
de maneira mais ou menos brusca. O tipo mais comum de disfemia é 
a gagueira, também chamada de tartamudez.
 � Disfonia: implica alterações na qualidade da voz ou em sua emissão, 
relacionada a distúrbios orgânicos ou funcionais das cordas vocais ou, 
ainda, por uma respiração incorreta. A disfonia pode se apresentar por 
meio da rouquidão, soprosidade ou aspereza da voz. 
 � Dislalia: a dislalia, ou transtorno específico de articulação da fala, 
ocorre quando a aquisição dos sons da fala pala criança está atrasada 
ou desviada, levando a má articulação, omissões, distorções ou subs-
tituições dos sons da fala.
 � Rinolalia: refere-se à ressonância nasal maior ou menor que a do padrão 
correto da fala, podendo ser causada por problemas nas vias nasais, 
vegetação adenoide, lábio leporino ou fissura palatina.
A linguagem é um sistema complexo que usamos para comunicar os nos-
sos pensamentos aos outros. Essa habilidade envolve o que pode ser dito ou 
não; quando, onde e para quem; para que propósito; além do conhecimento 
linguístico para produzir enunciados gramaticais (SMITH, 2008). Assim, os 
três aspectos da linguagem são forma, conteúdo e uso.
 � Forma: é o sistema de regras usado em todas as linguagens.
 � Conteúdo: reflete a intenção e o significado das expressões faladas 
ou escritas.
 � Uso: trata da aplicação da linguagem em várias comunicações, de 
acordo com o contexto social da situação.
Veja a seguir alguns transtornos da linguagem (PEDROSO; ROTTA, 2016).
 � Afasia: as afasias compreendem os transtornos de linguagem causados 
por uma lesão cerebral, ocorrida após a aquisição total da linguagem ou 
durante o seu processo. Existe uma perda parcial ou total da capacidade 
de expressão dos pensamentos e da sua compreensão.
 � Discalculia: é caracterizada por uma inabilidade ou incapacidade de 
pensar, refletir, avaliar ou raciocinar processos ou tarefas que envolvam 
números ou conceitos matemáticos.
13Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem associados à linguagem e à comunicação
 � Dislexia: a dislexia ocorre no início do processo de alfabetização. É uma
dificuldade de identificar os símbolos gráficos, acarretando fracasso
em outras áreas que dependem da leitura e da escrita.
 � Disgrafia: é uma perturbação da linguagem escrita, que abrange as
competências mecânicas da escrita.
É importante notar que o desenvolvimento pobre da linguagem pode ser 
causado por fatores ambientais, como a falta de estímulo e a própria experiência 
para o desenvolvimento cognitivo e para a aprendizagem da língua.
Algumas crianças não desenvolvem a linguagem porque não têm modelos 
apropriados de papéis. Algumas são deixadas sozinhas com muita frequência; 
outras não são estimuladas com conversas. Outras são punidas por falar ou são 
ignoradas quando tentam se comunicar. Muitas delas não têm razão para falar; 
não têm nada para falar e poucas experiências para contar. Por tais motivos, 
correm, definitivamente, o risco de desenvolver distúrbios significativos de 
linguagem (SMITH, 2008, p. 153).
Educação especial e a educação inclusiva
O sistema educacional brasileiro tem passado por mudanças que buscam 
uma política inclusiva, com vistas ao atendimento educacional especializado 
gratuito aos alunos com necessidades especiais, preferencialmente na rede 
regular de ensino. Contudo, crianças com necessidades educacionais 
especiais muitas vezes são segregadas da escola.
Takasei e Chun (2010) fazem uma revisão da literatura e listam algumas 
das ações que poderiam contribuir para a implementação da inclusão do 
aluno com necessidades educacionais especiais no ensino regular. Entre 
elas, encontramos a oferta de cursos de capacitação; a diminuição do 
número de alunos por sala de aula regular; o trabalho conjunto do 
professor especia-lizado com professor do ensino regular; mudanças 
atitudinais, pedagógi-cas, comunicacionais e arquitetônicas do ambiente 
escolar. Além disso, os autores apontam a importância do envolvimento 
de uma equipe multi ou interdisciplinar.
Em relação a crianças com distúrbios de comunicação, Takasei e Chun (2010) 
indicam a necessidade de uma parceria entre a educação e a fonoaudiologia. 
Os resultados revelam que a crença, de pais e professores, no desenvolvimento 
do aluno e o diálogo estabelecido entre os profissionais, a família e a criança, 
favoreceu o desenvolvimento de situações de comunicação em um ambiente 
Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem ligados à linguagem e à comunicação14
acolhedor da diversidade, fundamental em um processo de inclusão, e que 
depende da participação de diferentes atores sociais, no caso, educadores e 
fonoaudiólogos (TAKASEI; CHUN, 2010, p. 253).
É certo que existe a necessidade de um atendimento educacional espe-
cializado para as crianças com distúrbios de aprendizagem. No entanto, o 
que se discute hoje é que essa educação seja inclusiva. A ideia da inclusão é 
mais do que garantir o acesso às instituições de ensino. O objetivo é eliminar 
obstáculos que limitam a aprendizagem e a participação ativa do aluno 
com necessidades educacionais especiais no processo educativo e social.
1. O índice de alunos que apresentam 
déficit de aprendizagem é cada 
vez mais alto, e a necessidade de se 
identificar corretamente as causas de 
tais dificuldades é muito necessária, 
para que medidas eficazes sejam 
tomadas. O chamado distúrbio 
de aprendizagem é considerado 
uma das causas de deficiência 
na aprendizagem escolar. A sua 
identificação e o diagnóstico 
correto são importantes para 
que não seja confundido com 
outros problemas que também 
justificam o referido déficit. Assinale 
a afirmativa correta em relação 
ao distúrbio de aprendizagem.
a) A aluna S. foi muito mal na 
avaliação de leitura. A professora 
considerou que ela é portadora 
de distúrbio de aprendizagem.
b) Baixo rendimento inesperado 
e distúrbio de aprendizagem 
são considerados os 
mesmos distúrbios.
c) O distúrbio de aprendizagem só
acontece na área de linguagem.
d) O baixo desempenho 
acadêmico é uma das 
principais características do 
distúrbio de aprendizagem.
e) O distúrbio de aprendizagem
é consequência do meio em 
que a criança está inserida.
2. A escolaridadeé uma etapa 
importante na vida da criança, 
mas esta pode encontrar muitos 
obstáculos na sua trajetória. 
Assinale a alternativa que está de 
acordo com a tríade escolaridade,
distúrbios da aprendizagem e 
obstáculos enfrentados pelos 
alunos e por suas famílias.
a) A criança que sofre de 
distúrbio de aprendizagem 
leve não pode ser matriculada 
em escola regular.
b) A dificuldade ou incapacidade
para a leitura gera 
dificuldades em outras 
áreas, como a da escrita.
15Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem associados à linguagem e à comunicação
c) As escolas de educação 
especial não recebem alunos
que apresentam somente 
distúrbios de aprendizagem.
d) É considerado insignificante 
o número de alunos com 
deficiência em matemática.
e) Pais de alunos com distúrbios 
de aprendizagem sempre 
consideram normal a 
repetência de série pelo filho.
3. Uma senhora relata que o seu 
esposo, mesmo estando próximo 
a ela, gesticula e parece conversar 
sozinho. Quando ela pergunta o que 
ele está dizendo, ele simplesmente 
responde: estou conversando 
comigo mesmo. Essa é uma forma 
estranha de se comunicar; todavia, 
para que a comunicação possa 
efetivamente acontecer, algumas 
questões devem ser observadas. 
Sobre isso, é correto afirmar que:
a) a comunicação só acontece 
por meio da fala ou de gestos.
b) a comunicação escrita entre 
um cego e uma pessoa sem 
deficiência não é possível.
c) a cena em que apenas uma 
pessoa fala não constitui uma 
forma de comunicação, pois 
esta acontece quando duas 
ou mais pessoas falam.
d) para que a comunicação 
aconteça, são necessários 
pelo menos um emissor e um 
receptor que compreenda 
a mensagem transmitida.
e) os símbolos da comunicação 
só permitem que o emissor se 
refira ao momento presente.
4. Em uma sala de aula da 1ª série do 
ensino fundamental, os alunos se 
sentem incomodados com o jeito 
de falar de uma colega. Alguns 
dizem que ela "fala pelo nariz", 
outros se referem a ela como sendo 
"fanha". A aluna possui, de fato, 
um distúrbio da fala, que pode 
ocorrer de diversas maneiras e 
por causas diferentes, interferindo 
no processo de comunicação. De 
acordo com o quadro apresentado 
e considerando os tipos de distúrbio 
da fala, é correto afirmar que:
a) a referida aluna tem um defeito 
nas cordas vocais e terá de 
conviver com a deficiência.
b) as pessoas, inclusive professores, 
devem ajudar a aluna a se 
comunicar, completando 
o que ela quer dizer.
c) na puberdade, a sua voz passará 
por uma mudança e, em 
consequência disso, é provável 
que a aluna fale sem problemas.
d) os pais da aluna foram 
negligentes, pois deveriam 
ter tratado a filha tão logo ela 
iniciasse o processo da fala.
e) se a aluna não for tratada, o 
seu processo de comunicação 
e socialização poderá 
ser comprometido.
5. Diferentemente dos distúrbios 
na capacidade de falar (um dos 
distúrbios da comunicação), existem 
os distúrbios de linguagem. Mas o 
que é linguagem? Como se organiza? 
Quais são os distúrbios mais comuns 
a ela relacionados? A respeito disso, 
assinale a alternativa correta.
Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem ligados à linguagem e à comunicação16
a) A dislexia está relacionada ao 
aparelho fonador, dificultando
a linguagem falada.
b) Disgrafia e disortografia 
são deficiências relativas 
à escrita, mas que só 
acontecem desassociadas.
c) Para comunicar os nossos 
pensamentos aos outros, usamos 
a linguagem, seja ela oral, escrita 
ou elaborada a partir de sinais.
d) O personagem Cebolinha da 
Turma da Mônica fala "elado", 
quando quer dizer "errado", pois 
provavelmente sofre de disgrafia.
e) Sintaxe é a regra da linguagem 
que diz respeito à silabação 
e à formação de palavras.
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION; Manual diagnóstico e estatístico de transtorno 
mentais: DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
BASTOS, J. A. Matemática: distúrbios específicos e dificuldades. In: ROTTA, N. T.; OHLWEI-
LER, L.; RIESGO, R. S. (Org.). Transtornos de aprendizagem: abordagem neurobiológica e 
multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed, 2016. 
CASANOVA, J. P. Manual de fonoaudiologia. Porto Alegre: Artmed; 2004.
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prática interdisciplinar. 1991. Dissertação (Mestrado em Psicologia) –Instituto de Psi-
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Leituras recomendadas
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vel em: . Acesso em: 07 ago. 2018.
BRITO, D. R. Distúrbios da aprendizagem. [2010?]. Disponível online em: . Acesso em: 07 ago. 2018.
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DELMONDES, C. Educação e aprendizagem no Brasil: “Ainda somos os mesmos”, afirma 
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19Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem associados à linguagem e à comunicação
 
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Dica do professor
A inclusão dos sujeitos com transtornos funcionais específicos, como dislalia, disgrafia, dislexia, 
disortografia, discalculia, Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade –TDHA, entre outros, 
não estão classificados como sujeitos público alvo da Educação Especial, a não ser que eles tenham 
alguma deficiência associada a essas condições.
No entanto, esses sujeitos têm necessidades educacionais especiais e necessitam de um 
Atendimento Educacional Especializado. Na dica do professor você vai conhecer uma experiência 
no estado do Paraná em que alunos da Educação Básica com transtornos funcionais específicos 
têm o direito a frequentar a Sala de Recursos Multifuncionais – Tipo 1.
No vídeo da Dica do Professor, você irá conhecer um pouco mais sobre essa experiência de 
inclusão.
 
 
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Na prática
Cada aluno possui um ritmo próprio de desenvolvimento de aprendizagem. Quando, porém, a 
morosidade nestes aspectos é fruto de algum tipo de distúrbio, é fundamental que ele seja 
diagnosticado, para não haver uma atuação equivocada dos educadores no processo educacional. 
Todavia, o diagnóstico de um distúrbio de aprendizagem, de linguagem ou de comunicação nem 
sempre é tão simples de ser feito.
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Cuidados com a voz
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O corpo ajuda o aluno a aprender
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Ampliando a comunicação na educação infantil: Superando a 
paralisia cerebral com comunicação alternativa.
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Como estrelas na Terra - Trailler
https://www.clubedafala.com.br/dicas/cuidados-com-a-voz/
https://novaescola.org.br/conteudo/896/esteban-levin-o-corpo-ajuda-o-aluno-a-aprender
https://www.ufrgs.br/teias/isaac/VCBCAA/pdf_resumo/115991_1.pdf/
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