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Alunos com Necessidades Educacionais Especiais: os distúrbios de aprendizagem associados à linguagem e à comunicação Apresentação Não raramente, alguns alunos não se comunicam da forma esperada pelo padrão de comunicação pré-determinado. O uso da linguagem é inadequado, ocasionando, em muitos casos, distúrbios ou dificuldades de aprendizagem. Nesta Unidade de Aprendizagem, vamos abordar os distúrbios de comunicação e de linguagem, conhecidos como transtornos funcionais específicos, e o quanto os mesmos contribuem para que os sujeitos nessas condições venham a ter distúrbios ou dificuldades de aprendizagem. Além disso, iremos abordar o atendimento educacional especializado - AEE voltado para esses sujeitos. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir o conceito de distúrbios de aprendizagem e reconhecer a necessidade do atendimento educacional especializado (AEE) para esses sujeitos. • Reconhecer o processo de produção da fala, o processo social de comunicação e a sua regulação por meio da linguagem. • Diferenciar distúrbios de linguagem de distúrbios de comunicação e as necessidades educacionais especiais voltadas para esses sujeitos. • Infográfico A comunicação exige que o receptor use os olhos, os ouvidos e o sentido tátil, para captar uma mensagem e levá-la ao cérebro, onde ela é decodificada e entendida. Com certa parcimônia, podemos admitir que até mesmo os outros dois sentidos, olfato e paladar, poderão captar uma ideia transmitida por um emissor. Se o emissor ou o receptor não usam os sinais ou os símbolos adequadamente, ou se a pessoa tem um mecanismo imperfeito para emitir ou receber a informação, o processo da comunicação é ineficaz, não acontece. O infográfico abaixo ilustra um processo em que a comunicação foi eficaz. Conteúdo do livro É importante destacar que os distúrbios ou dificuldades de aprendizagem associados à linguagem e à comunicação são os principais responsáveis pela não aprendizagem dos conteúdos escolares para alguns alunos no ensino regular. Mesmo não sendo reconhecidos como público alvo da Educação Especial, esses alunos precisam frequentar o Atendimento Educacional Especializado – AEE. Nesse sentido, é fundamental que o professor fique atento as características e dificuldades desses alunos. Isso porque, esses alunos geralmente não apresentam diagnóstico clínico. Para entender mais sobre esses assuntos, leia o capítulo “Alunos com Necessidades Educacionais Especiais: os distúrbios de aprendizagem associados à linguagem e à comunicação”, parte integrante da obra Psicologia e a pessoa com deficiência. Boa leitura. Para reforçar os principais pontos deste capítulo, clique no resumo em áudio a seguir: PSICOLOGIA E A PESSOA COM DEFICIÊNCIA Joseuda Borges Castro Lopes Alunos com necessidades educacionais especiais: distúrbios de aprendizagem associados à linguagem e à comunicação Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Definir o conceito de distúrbios de aprendizagem e reconhecer a necessidade do atendimento educacional especializado (AEE) para esses sujeitos. � Reconhecer o processo de produção da fala, o processo social de comunicação e a sua regulação por meio da linguagem. � Diferenciar distúrbios de linguagem de distúrbios de comunicação e as necessidades educacionais especiais voltadas para esses sujeitos. Introdução A aquisição da linguagem é um diferencial para o ser humano. Ela re- presenta o método regulador básico da comunicação, sendo a fala a produção vocal da linguagem. Nesse sentido, emerge a necessidade de um atendimento educacional especializado (AEE) para os sujeitos com distúrbios de aprendizagem relacionados à linguagem, e o papel do fonoaudiólogo é extremamente importante. Contudo, é importante destacar que os sujeitos classificados com distúrbios da aprendizagem não se enquadram no público-alvo da Educação Especial, quais sejam: pessoas com deficiência, pessoas com transtornos globais do desenvolvimento e pessoas com altas habilidades. No entanto, tendo em vista as dificuldades enfrentadas por esses sujeitos, o atendimento educacional especializado (AEE) é necessário para a inclusão desses alunos na escola regular. Neste capítulo, você vai estudar os distúrbios de aprendizagem e a aquisição das formas de comunicação (fala e linguagem). Além disso, vai aprender ainda sobre as necessidades educacionais específicas dessas condições. Distúrbios de aprendizagem Distúrbios, transtornos, dificuldades e problemas de aprendizagem são ex- pressões com significados distintos. Contudo, esses termos têm sido utilizados de forma aleatória, tanto na literatura especializada como na prática clínica e escolar, para designar indistintamente quadros de diagnósticos diferentes (GIMENEZ, 2005). Apesar de não se observar consenso quanto à definição operacional na literatura especializada, muitos profissionais — principalmente na escola norte-americana — já demandam definições mais claras, que permitam um diagnóstico mais preciso. Entre os pesquisadores brasileiros, porém, é pos- sível fazer algumas distinções (SCHIRMER; FONTOURA; NUNES, 2004; TULESKI; EIDT, 2007). Segundo José e Coelho (2002), os problemas de aprendizagem são situações difíceis enfrentadas por indivíduos, mas com expectativa de aprendizagem em longo prazo. Ciasca (2004) diferencia os problemas de aprendizagem em dois tipos: dificuldades de aprendizagem e distúrbios ou transtornos da aprendizagem. O primeiro está relacionado à parte pedagógica; já o segundo se relaciona a causas físicas (comprometimento neurológico). Fonseca (1995) considera que as dificuldades escolares têm caráter global, abrangendo os conteúdos pedagógicos, os professores, os métodos de ensino e o ambiente físico e social em que o aluno está inserido. Na visão comportamentalista, distúrbio e transtorno são nomenclatu- ras equivalentes (CIASCA, 2004). Todavia, de forma mais precisa, o termo “transtorno” é usado para indicar a existência de um conjunto de sinais sin- tomatológicos ou comportamentos clinicamente reconhecíveis, associados a sofrimento e interferência com funções pessoais (RELVAS, 2008). A definição mais aceita para distúrbios da aprendizagem é a do National Joint Committee on Learning Disabilities (NJCLD), que traz uma visão médica e orgânica, indicando uma disfunção neurológica para explicar atrasos na aquisição da leitura, escrita ou cálculo: [...] distúrbios de aprendizagem é um termo genérico que se refere a um grupo heterogêneo de desordens manifestadas por dificuldades na aquisição e no uso da audição, fala, escrita, e raciocínio matemático. Essas desordens são intrínsecas ao indivíduo e presume-se serem uma disfunção do sistema nervoso Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem ligados à linguagem e à comunicação2 central. Entretanto, o distúrbio de aprendizagem pode ocorrer concomitante com outras desordens como distúrbio sensorial, retardo mental, distúrbio emocional e social, ou sofrer influências ambientais como diferenças culturais, instruções inapropriadas ou insuficientes, ou fatores psicogênicos. Porém, não são resultado direto dessas condições ou influências (CIASCA, 1991, p. 36). Não existe uma classificação padrão para os alunos com distúrbios de aprendizagem. De acordo com as definições atuais, são indivíduos com inte- ligência provavelmente normal, mas que não alcançam rendimento acadêmico nos níveis esperados nas áreas da leitura, expressão escrita ou matemática. Outros apresentam problemas mais abrangentes, que afetam todas as áreas acadêmicas e sociais (SMITH, 2008). Ohlweiler (2016) caracteriza os perfis especificados pelo CID-10 e DSM-V. Veja a seguir. � Transtorno de leitura: é caracterizado por uma dificuldade específica em compreender palavras escritas. Os alunos com diagnóstico de dis- túrbios de aprendizagem em leitura têmmenos habilidades de leitura do que os alunos com baixo rendimento. Como a leitura e a escrita estão intimamente ligadas, muitos desses alunos têm problemas de escrita. Em função de a complexidade escolar crescer, os alunos com baixa proficiência de leitura e escrita não conseguem acompanhar as exigências acadêmicas. � Transtorno da expressão escrita: refere-se apenas à ortografia ou caligrafia. Geralmente há uma combinação de dificuldades: composi- ção de textos escritos; erros de ortografia, gramática e pontuação; má organização dos parágrafos, etc. � Transtorno da matemática: não está relacionado à ausência de habili- dades matemáticas básicas como a contagem, mas sim à forma como a criança associa essas habilidades com o mundo que a cerca. Atividades que exigem raciocínio também são afetadas nesse transtorno. Custódio e Pereira (2013) sinalizam que a educação escolar é perpassada por vários fatores que, de forma direta ou indireta, interferem no processo de aprendizagem dos alunos. As autoras destacam ainda, que os transtornos funcionais específicos demarcados no documento de Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) são “alterações manifestadas por dificuldades significativas na aquisição e uso da audição, da fala, da leitura, da escrita, no raciocínio, em habilidades matemáticas, ou na atenção e concentração” (2013, p. 4). Muitos são os posicionamentos teóricos que buscam classificar os alunos que apresentam dificuldades específicas 3Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem associados à linguagem e à comunicação de aprendizagem no contexto escolar, no entanto, a Secretaria de Estado da Educação/Departamento de Educação Especial e Inclusão Educacional (SEED/ DEEIN), tem como referência de nomenclatura a classificação adotada pelo MEC (CUSTÓDIO E PEREIRA, 2013). A Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, frequentemente designada pela sigla CID, é um catálogo publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que tem por objetivo criar uma codificação padrão para as doenças. Está em sua décima versão, a qual foi publicada em 1992, e por isso atualmente os médicos utilizam a sigla CID seguida do número dez (CID10) para se referir a essa classificação. O código formado permite a identificação de todas as doenças conhecidas, bem como de sintomas e queixas de pacientes, aspectos fisiológicos anormais, entre outros. Acesse o site e confira. www.cid10.com.br O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM, do inglês Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders), designado como DSM-V por estar em sua quinta edição, é um manual de diagnóstico e estatística publicado pela Associação Americana de Psiquiatria. Esse manual tem por objetivo definir como é feito o diagnós- tico de transtornos mentais; portanto, é usado por psicólogos, médicos e terapeutas ocupacionais. Assim como há vários tipos de manifestações dos distúrbios de aprendi- zagem, há também diversas causas e diferentes níveis de gravidade possíveis. Infelizmente, pouco ainda se sabe sobre as causas desses distúrbios. Há indícios de presença de lesão cerebral, causada por um acidente ou por falta de oxigênio do feto ou do bebê, e mesmo um fator genético associado. Contudo, como apresentado por Smith (2008), a falta de evidência física ou de diagnóstico médico real de lesão cerebral ou danos no sistema nervoso central torna falho o prognóstico, remetendo a um contexto de exclusão. Cabe notar que o impacto da deficiência pode ser atenuado ou mesmo corrigido. Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem ligados à linguagem e à comunicação4 Usar termos como suposta lesão cerebral e hipóteses de disfunção no sistema nervoso central pode conduzir a uma conclusão que dificilmente será provada e que talvez seja um engano. Empregar termos que envolvem lesão cerebral (como dislexia), em vez de termos como distúrbios de leitura, pode dar a im- pressão de que nada pode ser feito em relação a ela, o que pode levar os pais, os educadores e o indivíduo a desistir de corrigir as dificuldades educacionais identificadas. Eles podem também estabelecer expectativas muito baixas. Sabemos, por meio de pesquisa em educação, que, quando se estabelecem ex- pectativas e metas baixas, os alunos normalmente as alcançam, mas raras vezes as ultrapassam. Se as metas estabelecidas para uma criança com distúrbios de aprendizagem forem muito baixas, ela talvez nunca desenvolva todo o seu potencial. Por essas razões, muitos professores da educação especial opõem- -se ao uso de termos médicos ligados à lesão cerebral (SMITH, 2008, p. 117). Rendimento nas atividades escolares Algumas crianças têm distúrbios de aprendizagem leves e, com assistência, ajustam-se ao currículo padrão oferecido, continuando nele até a universidade. Crianças com distúrbios mais graves, por sua vez, precisam de suporte e apoio — frequentemente intensivos — durante todo o ano letivo e na vida adulta. Os alunos com distúrbios de aprendizagem são diferentes dos seus colegas de turma. Embora os indivíduos possam diferir em seus potenciais e fragilidades, estilos de aprendizagem e personalidade, todos têm dificuldades relacionadas aos distúrbios de aprendizagem que resultam em desempenho acadêmico ineficiente, abaixo do esperado, agravado ao longo dos anos. Há uma preo- cupação acadêmica/social com a tendência de reprovações, uma vez que não resultará em uma melhora de rendimento e parece relacionar-se positivamente à evasão escolar. Smith (2008) lista algumas características comportamentais provenientes desses distúrbios que afetam diretamente o processo de aprendizagem e o rendimento escolar. � Falta de motivação ou pouco senso de responsabilidade: muitos anos de frustração e de insucesso escolar podem afetar negativamente a motivação dos alunos. Estes podem se convencer de que não há nada que eles possam fazer para alcançar o sucesso. Quando as pessoas supõem que vão falhar, elas se tornam muito dependentes dos outros, aumentando assim a probabilidade de poucas realizações. Como se supõem “defeituosas”, não veem motivos para se esforçar, uma vez que nunca conseguiram obter uma boa nota. 5Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem associados à linguagem e à comunicação � Desatenção: a desatenção e a impulsividade são duas outras caraterísti- cas comuns. Esse fator pode explicar por que esses alunos são incapazes de entender partes relevantes dos problemas que precisam resolver ou das tarefas que precisam fazer. � Inabilidade para generalizar: muitos alunos com distúrbios de apren- dizagem também apresentam dificuldades para transferir ou generalizar os seus conhecimentos para diferentes habilidades ou situações. � Falha no processamento de informação: muitas pessoas com distúr- bios de aprendizagem têm dificuldades de aprender a ler, a escrever e a entender o que está sendo dito, e até mesmo de se expressar por meio da verbalização de palavras. � Habilidades insuficientes para resolver problemas: normalmente, falta a esses alunos um raciocínio estratégico, e eles têm poucas habi- lidades na resolução de problemas de raciocínio. Nem todos os indivíduos com distúrbios de aprendizagem têm problemas no campo das habilidades sociais, mas muitos não são socialmente compe- tentes. As dificuldades com as habilidades sociais, em conjunto com o baixo rendimento e o comportamento distraído na sala de aula, influenciam o status social dessas crianças. Elas são vistas pelos seus colegas de classe como excessivamente dependentes, menos cooperativas e antissociais. Isso implica que essas crianças não são incluídas nos grupos e, sendo rejeitados pelos seus colegas, têm dificuldades de fazer amigos. Assim, essas crianças vivenciam fortes sentimentos de solidão e de falta de amigos. A rejeição e as habilidades sociais inadequadas persistem durantea adolescência. Os indivíduos com distúrbios de aprendizagem que não recebem atenção para os seus problemas desde o início enfrentam sérios desafios por toda a vida. Quanto mais cedo é proporcionada intervenção, melhor (SMITH, 2008). O que acontece no Brasil Segundo Ciasca (2004), o número de crianças com distúrbios ou dificuldades para aprender é elevado, atingindo até 20% da população escolar de países desenvolvidos. Destes, apenas 7% teriam algum problema neurológico asso- ciado. No Brasil, essas cifras aumentam, mantendo-se constantes apenas no que se refere à presença de quadro neurológico. Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem ligados à linguagem e à comunicação6 Os dados do último censo realizado IBGE, em 2010, mostram que: � 25% das crianças terminaram a 4ª série analfabetas; � 53% aprenderam o que era considerado esperado pelo currículo; � apenas 29% dos jovens que concluíram o ensino médio sabiam português; � 11% dos jovens tinham conhecimento primário em matemática. Segundo a professora Sylvia Maria Ciasca, coordenadora do Laboratório de Pesquisas em Distúrbios, Dificuldades de Aprendizagem e Transtorno de Atenção (Disapre) da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, a realidade brasileira ainda é pior. Confira a reportagem no link disponível a seguir. https://goo.gl/DtqxoN É importante notar que, embora os distúrbios e as dificuldades escolares não sejam produtos específicos de uma classe social, eles são mais incidentes nas classes menos favorecidas, pois há um somatório de problemas. A própria manutenção da criança no sistema de ensino é uma questão. Isso explica por que a realidade brasileira observada nas estatísticas do IBGE é tão assustadora. Em função desses fatores, aponta-se uma prevalência da dificuldade de aprendizagem, em detrimento do distúrbio de aprendizagem. Ciasca (2004) e outros pesquisadores brasileiros chamam atenção ao processo de avaliação e intervenção de forma indiscriminada, sem considerar esse contexto mais amplo. Ensinar e aprender são processos lentos, individuais e estruturados, quando não se completam por alguma falha interna ou externa surgem os distúrbios e as dificuldades de aprendizagem, levando à criança não só à desmotivação quanto ao desgaste e à reprovação, transformando-a num rótulo dentro da esco- la, “perturbando” pais e professores que buscam, a partir daí, todo e qualquer tipo de diagnóstico, na tentativa de descobrir as causas, classificá-las e, se possível encontrar uma solução objetiva para o quadro (CIASCA, 2004, p. 29). 7Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem associados à linguagem e à comunicação Os distúrbios de aprendizagem e a aquisição de linguagem A linguagem é a base para outras aprendizagens. Leitura, escrita, raciocínio e, posteriormente, as habilidades matemática dependem da aquisição de lin- guagem (BASTOS, 2016). Acesse o link a seguir para ler mais sobre a importância da linguagem no nosso dia a dia. https://goo.gl/gSB3Jz Acredita-se que as dificuldades ou os distúrbios de aprendizagem estejam intimamente relacionadas à história prévia de atraso de linguagem (SCHIR- MER; FONTOURA; NUNES, 2004) ou outro distúrbio de comunicação em fase pré-escolar (SMITH, 2008). Mas o que é comunicar-se? Como se dá esse processo? Para entender os distúrbios de comunicação, deve-se entender primeiro o processo da co- municação no ser humano. A comunicação está associada à linguagem e à interação; logo, são necessárias pelo menos duas pessoas, que desejem trocar uma mensagem: um emissor e um receptor. Inicialmente, o emissor tem uma ideia ou um pensamento e o transmite por meio de um código compartilhado pelo receptor. Assim, a comunicação só ocorre quando o receptor compreende a mensagem que o emissor passou. Observe o esquema na Figura 1. Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem ligados à linguagem e à comunicação8 Figura 1. Esquema de uma situação de comunicação. Fonte: Adaptada de Faraco e Moura (1997, p. 16 apud CORDEIRO et al., 2017, p. 48). De forma simplificada, o processo de comunicação pode ser resumido pelos seguintes elementos: � emissor – chamado também de locutor ou falante, é quem emite a mensagem para um ou mais receptores; � receptor – é o interlocutor ou ouvinte, ou seja, é quem recebe a men- sagem emitida pelo emissor; � mensagem – representa o conteúdo ou o conjunto de informações transmitidas pelo emissor; � código – trata-se do conjunto de signos utilizados na mensagem; � canal de comunicação – corresponde ao meio usado para transmitir a mensagem, como voz, linguagem de sinais, gestos ou escrita; � contexto ou referente – trata-se da situação comunicativa em que estão inseridos o emissor e receptor; � ruído na comunicação – ocorre quando a mensagem não é decodificada de forma correta pelo receptor, por exemplo, quando há barulho do local, voz baixa ou mesmo desconhecimento do código, entre outros. O código, com seus sinais, seus símbolos e suas regras próprias, constitui a linguagem e permite que ela tenha significado. A comunicação será insatis- fatória ou mesmo não ocorrerá se o emissor ou o receptor não puderem usar a linguagem adequadamente ou tiverem um mecanismo imperfeito para emitir ou receber a mensagem. Segundo Smith (2008), é importante distinguir três termos, os quais estão inter-relacionados: comunicação, linguagem e fala. 9Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem associados à linguagem e à comunicação 1. A comunicação é o processo de troca de conhecimento, ideias, opiniões e sentimentos por meio do uso da linguagem verbal ou não verbal (por exemplo, gestos). 2. A linguagem é o método regulador básico da comunicação, envolvendo a compreensão e o uso dos sinais e dos símbolos pelos quais as ideias são representadas. 3. A fala é a produção vocal da linguagem. Observe na Figura 2 a forma como o corpo humano produz a fala. Figura 2. Os sistemas do corpo para a produção da fala. Fonte: Smith (2008, p. 145). Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem ligados à linguagem e à comunicação10 Para falar, o cérebro envia mensagens que ativam outros sistemas. A voz é produzida na laringe, quando o ar expelido dos pulmões gera um fluxo que faz a cavidade vocal (sistema vibratório) vibrar, produzindo sons. Os sons viajam pela garganta, pela boca e pelas cavidades nasais (sistema de ressonância), e são articulados em voz pela língua, pelos palatos duro e mole, pelos dentes, pelos lábios e pela mandíbula. Quer entender melhor como a voz é produzida? Assista ao vídeo disponível no link a seguir. https://goo.gl/zfLtHg Os distúrbios de comunicação Os distúrbios da comunicação são, em geral, divididos em dois grandes grupos. � Distúrbios da fala: afetam a habilidade de pronunciar as palavras com clareza e podem envolver distúrbios da voz, incluindo timbre, volume ou qualidade. � Distúrbios da linguagem: pessoas com distúrbios da linguagem po- dem ter dificuldade para entender palavras faladas ou escritas. Está relacionado ao conteúdo da mensagem. Os distúrbios da fala e da linguagem não são interligados. Uma pessoa pode ter tanto o distúrbio da fala como o da linguagem, como ter um e não ter o outro. É importante destacar também que as dificuldades ou distúrbios de apren- dizagem não estão associados somente aos problemas de comunicação e de linguagem. Elas podem estar associadas às questões pedagógicas, neurológicas e intelectuais. Um dos exemplos mais conhecidos na atualidade é o Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH), de ordem neurobiológica, que provoca desatenção, inquietude e impulsividade. 11Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem associados à linguagem e à comunicação O DSM-V (2014) caracteriza os transtornos (ou distúrbios) da comunicação como déficits na linguagem, na fala e na comunicação. A fala é a produção expressiva de sons einclui a articulação, a fluência, a voz e a qualidade da ressonância de um indivíduo. A linguagem inclui a forma, a função e o uso de um sistema convencional de símbolos (palavras faladas, linguagem de sinais, palavras escritas, figuras), com um conjunto de regras para a comunicação. A comunicação inclui todo comportamento verbal e não verbal (intencional ou não) que influencia o comportamento, as ideias ou as atitudes de outro indivíduo. Segundo Smith (2008), a fala é considerada anormal quando é ininteligível, desagradável ou interfere na comunicação. O ouvinte consegue perceber clara- mente qualquer um dos três problemas de fala que podem afetar negativamente o processo de comunicação. 1. Problemas de articulação: a produção do som é defeituoso, e o re- sultado são sons incorretos. A articulação está relacionada à idade, à cultura e ao ambiente da pessoa que fala. 2. Problemas de fluência: estão associados ao padrão e à fluidez da fala de uma pessoa, e normalmente envolvem hesitações ou repetições que interrompem a fluência da fala, como a gagueira. 3. Problemas de voz: nesse caso, o tom ou o volume podem ser percebidos como estranhos ou inapropriados. Alguns autores diferenciam distúrbios de fala dos distúrbios de fluência e de voz (CASANOVA, 2004; MYSAK, 1984). Veja a seguir alguns transtornos da fala (PEDROSO; ROTTA, 2016). � Disartria: trata-se de problema articulatório que se manifesta na forma de dificuldade para realizar alguns ou muitos dos movimentos neces- sários à emissão verbal. Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem ligados à linguagem e à comunicação12 � Disfemia: é a dificuldade de manter a fluência da expressão verbal. Caracteriza-se por uma expressão verbal interrompida em seu ritmo, de maneira mais ou menos brusca. O tipo mais comum de disfemia é a gagueira, também chamada de tartamudez. � Disfonia: implica alterações na qualidade da voz ou em sua emissão, relacionada a distúrbios orgânicos ou funcionais das cordas vocais ou, ainda, por uma respiração incorreta. A disfonia pode se apresentar por meio da rouquidão, soprosidade ou aspereza da voz. � Dislalia: a dislalia, ou transtorno específico de articulação da fala, ocorre quando a aquisição dos sons da fala pala criança está atrasada ou desviada, levando a má articulação, omissões, distorções ou subs- tituições dos sons da fala. � Rinolalia: refere-se à ressonância nasal maior ou menor que a do padrão correto da fala, podendo ser causada por problemas nas vias nasais, vegetação adenoide, lábio leporino ou fissura palatina. A linguagem é um sistema complexo que usamos para comunicar os nos- sos pensamentos aos outros. Essa habilidade envolve o que pode ser dito ou não; quando, onde e para quem; para que propósito; além do conhecimento linguístico para produzir enunciados gramaticais (SMITH, 2008). Assim, os três aspectos da linguagem são forma, conteúdo e uso. � Forma: é o sistema de regras usado em todas as linguagens. � Conteúdo: reflete a intenção e o significado das expressões faladas ou escritas. � Uso: trata da aplicação da linguagem em várias comunicações, de acordo com o contexto social da situação. Veja a seguir alguns transtornos da linguagem (PEDROSO; ROTTA, 2016). � Afasia: as afasias compreendem os transtornos de linguagem causados por uma lesão cerebral, ocorrida após a aquisição total da linguagem ou durante o seu processo. Existe uma perda parcial ou total da capacidade de expressão dos pensamentos e da sua compreensão. � Discalculia: é caracterizada por uma inabilidade ou incapacidade de pensar, refletir, avaliar ou raciocinar processos ou tarefas que envolvam números ou conceitos matemáticos. 13Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem associados à linguagem e à comunicação � Dislexia: a dislexia ocorre no início do processo de alfabetização. É uma dificuldade de identificar os símbolos gráficos, acarretando fracasso em outras áreas que dependem da leitura e da escrita. � Disgrafia: é uma perturbação da linguagem escrita, que abrange as competências mecânicas da escrita. É importante notar que o desenvolvimento pobre da linguagem pode ser causado por fatores ambientais, como a falta de estímulo e a própria experiência para o desenvolvimento cognitivo e para a aprendizagem da língua. Algumas crianças não desenvolvem a linguagem porque não têm modelos apropriados de papéis. Algumas são deixadas sozinhas com muita frequência; outras não são estimuladas com conversas. Outras são punidas por falar ou são ignoradas quando tentam se comunicar. Muitas delas não têm razão para falar; não têm nada para falar e poucas experiências para contar. Por tais motivos, correm, definitivamente, o risco de desenvolver distúrbios significativos de linguagem (SMITH, 2008, p. 153). Educação especial e a educação inclusiva O sistema educacional brasileiro tem passado por mudanças que buscam uma política inclusiva, com vistas ao atendimento educacional especializado gratuito aos alunos com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino. Contudo, crianças com necessidades educacionais especiais muitas vezes são segregadas da escola. Takasei e Chun (2010) fazem uma revisão da literatura e listam algumas das ações que poderiam contribuir para a implementação da inclusão do aluno com necessidades educacionais especiais no ensino regular. Entre elas, encontramos a oferta de cursos de capacitação; a diminuição do número de alunos por sala de aula regular; o trabalho conjunto do professor especia-lizado com professor do ensino regular; mudanças atitudinais, pedagógi-cas, comunicacionais e arquitetônicas do ambiente escolar. Além disso, os autores apontam a importância do envolvimento de uma equipe multi ou interdisciplinar. Em relação a crianças com distúrbios de comunicação, Takasei e Chun (2010) indicam a necessidade de uma parceria entre a educação e a fonoaudiologia. Os resultados revelam que a crença, de pais e professores, no desenvolvimento do aluno e o diálogo estabelecido entre os profissionais, a família e a criança, favoreceu o desenvolvimento de situações de comunicação em um ambiente Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem ligados à linguagem e à comunicação14 acolhedor da diversidade, fundamental em um processo de inclusão, e que depende da participação de diferentes atores sociais, no caso, educadores e fonoaudiólogos (TAKASEI; CHUN, 2010, p. 253). É certo que existe a necessidade de um atendimento educacional espe- cializado para as crianças com distúrbios de aprendizagem. No entanto, o que se discute hoje é que essa educação seja inclusiva. A ideia da inclusão é mais do que garantir o acesso às instituições de ensino. O objetivo é eliminar obstáculos que limitam a aprendizagem e a participação ativa do aluno com necessidades educacionais especiais no processo educativo e social. 1. O índice de alunos que apresentam déficit de aprendizagem é cada vez mais alto, e a necessidade de se identificar corretamente as causas de tais dificuldades é muito necessária, para que medidas eficazes sejam tomadas. O chamado distúrbio de aprendizagem é considerado uma das causas de deficiência na aprendizagem escolar. A sua identificação e o diagnóstico correto são importantes para que não seja confundido com outros problemas que também justificam o referido déficit. Assinale a afirmativa correta em relação ao distúrbio de aprendizagem. a) A aluna S. foi muito mal na avaliação de leitura. A professora considerou que ela é portadora de distúrbio de aprendizagem. b) Baixo rendimento inesperado e distúrbio de aprendizagem são considerados os mesmos distúrbios. c) O distúrbio de aprendizagem só acontece na área de linguagem. d) O baixo desempenho acadêmico é uma das principais características do distúrbio de aprendizagem. e) O distúrbio de aprendizagem é consequência do meio em que a criança está inserida. 2. A escolaridadeé uma etapa importante na vida da criança, mas esta pode encontrar muitos obstáculos na sua trajetória. Assinale a alternativa que está de acordo com a tríade escolaridade, distúrbios da aprendizagem e obstáculos enfrentados pelos alunos e por suas famílias. a) A criança que sofre de distúrbio de aprendizagem leve não pode ser matriculada em escola regular. b) A dificuldade ou incapacidade para a leitura gera dificuldades em outras áreas, como a da escrita. 15Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem associados à linguagem e à comunicação c) As escolas de educação especial não recebem alunos que apresentam somente distúrbios de aprendizagem. d) É considerado insignificante o número de alunos com deficiência em matemática. e) Pais de alunos com distúrbios de aprendizagem sempre consideram normal a repetência de série pelo filho. 3. Uma senhora relata que o seu esposo, mesmo estando próximo a ela, gesticula e parece conversar sozinho. Quando ela pergunta o que ele está dizendo, ele simplesmente responde: estou conversando comigo mesmo. Essa é uma forma estranha de se comunicar; todavia, para que a comunicação possa efetivamente acontecer, algumas questões devem ser observadas. Sobre isso, é correto afirmar que: a) a comunicação só acontece por meio da fala ou de gestos. b) a comunicação escrita entre um cego e uma pessoa sem deficiência não é possível. c) a cena em que apenas uma pessoa fala não constitui uma forma de comunicação, pois esta acontece quando duas ou mais pessoas falam. d) para que a comunicação aconteça, são necessários pelo menos um emissor e um receptor que compreenda a mensagem transmitida. e) os símbolos da comunicação só permitem que o emissor se refira ao momento presente. 4. Em uma sala de aula da 1ª série do ensino fundamental, os alunos se sentem incomodados com o jeito de falar de uma colega. Alguns dizem que ela "fala pelo nariz", outros se referem a ela como sendo "fanha". A aluna possui, de fato, um distúrbio da fala, que pode ocorrer de diversas maneiras e por causas diferentes, interferindo no processo de comunicação. De acordo com o quadro apresentado e considerando os tipos de distúrbio da fala, é correto afirmar que: a) a referida aluna tem um defeito nas cordas vocais e terá de conviver com a deficiência. b) as pessoas, inclusive professores, devem ajudar a aluna a se comunicar, completando o que ela quer dizer. c) na puberdade, a sua voz passará por uma mudança e, em consequência disso, é provável que a aluna fale sem problemas. d) os pais da aluna foram negligentes, pois deveriam ter tratado a filha tão logo ela iniciasse o processo da fala. e) se a aluna não for tratada, o seu processo de comunicação e socialização poderá ser comprometido. 5. Diferentemente dos distúrbios na capacidade de falar (um dos distúrbios da comunicação), existem os distúrbios de linguagem. Mas o que é linguagem? Como se organiza? Quais são os distúrbios mais comuns a ela relacionados? A respeito disso, assinale a alternativa correta. Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem ligados à linguagem e à comunicação16 a) A dislexia está relacionada ao aparelho fonador, dificultando a linguagem falada. b) Disgrafia e disortografia são deficiências relativas à escrita, mas que só acontecem desassociadas. c) Para comunicar os nossos pensamentos aos outros, usamos a linguagem, seja ela oral, escrita ou elaborada a partir de sinais. d) O personagem Cebolinha da Turma da Mônica fala "elado", quando quer dizer "errado", pois provavelmente sofre de disgrafia. e) Sintaxe é a regra da linguagem que diz respeito à silabação e à formação de palavras. AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION; Manual diagnóstico e estatístico de transtorno mentais: DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. BASTOS, J. A. Matemática: distúrbios específicos e dificuldades. In: ROTTA, N. T.; OHLWEI- LER, L.; RIESGO, R. S. (Org.). 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Acesso em: 07 ago. 2018. 19Alunos com necessidades especiais: distúrbios de aprendizagem associados à linguagem e à comunicação Audiodescrição do Capítulo do Livro: Clique aqui https://publica.sagah.com.br/publicador/objects/attachment/1835178922/LivroAlunoscomNecessidadesEducacionaisEspeciaisosdistrbiosdeaprendizagemassociadoslinguagemecomunicao.docx?v=888486283 Dica do professor A inclusão dos sujeitos com transtornos funcionais específicos, como dislalia, disgrafia, dislexia, disortografia, discalculia, Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade –TDHA, entre outros, não estão classificados como sujeitos público alvo da Educação Especial, a não ser que eles tenham alguma deficiência associada a essas condições. No entanto, esses sujeitos têm necessidades educacionais especiais e necessitam de um Atendimento Educacional Especializado. Na dica do professor você vai conhecer uma experiência no estado do Paraná em que alunos da Educação Básica com transtornos funcionais específicos têm o direito a frequentar a Sala de Recursos Multifuncionais – Tipo 1. No vídeo da Dica do Professor, você irá conhecer um pouco mais sobre essa experiência de inclusão. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Audiodescrição da Dica do Professor: Clique aqui https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/65a4ea665e72a9452090180733aa3c28 https://publica.sagah.com.br/publicador/objects/attachment/2071618769/DICAAlunoscomNecessidadesEducacionaisEspeciaisosdistrbiosdeaprendizagemassociadoslinguagemecomunicao.docx?v=1600956901 Na prática Cada aluno possui um ritmo próprio de desenvolvimento de aprendizagem. Quando, porém, a morosidade nestes aspectos é fruto de algum tipo de distúrbio, é fundamental que ele seja diagnosticado, para não haver uma atuação equivocada dos educadores no processo educacional. Todavia, o diagnóstico de um distúrbio de aprendizagem, de linguagem ou de comunicação nem sempre é tão simples de ser feito. Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Cuidados com a voz Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. O corpo ajuda o aluno a aprender Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Ampliando a comunicação na educação infantil: Superando a paralisia cerebral com comunicação alternativa. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Como estrelas na Terra - Trailler https://www.clubedafala.com.br/dicas/cuidados-com-a-voz/ https://novaescola.org.br/conteudo/896/esteban-levin-o-corpo-ajuda-o-aluno-a-aprender https://www.ufrgs.br/teias/isaac/VCBCAA/pdf_resumo/115991_1.pdf/ Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.youtube.com/embed/wMjEeAtGqy4