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Fatores que influenciam os 
comportamentos de saúde 
Segundo Leventhal et al. (1985), os 
comportamentos de saúde estão relacionados a: 
• Fatores sociais 
• Genética 
• Fatores emocionais 
• Sintomas percebidos 
• Crenças do doente 
• Crenças dos profissionais de saúde 
A combinação desses fatores pode ajudar 
a predizer e promover comportamentos 
saudáveis. 
Ênfase nas crenças individuais 
• Muitos estudos focam nas crenças dos 
indivíduos sobre sua saúde. 
• Quatro modelos teóricos se destacam: 
1. Teoria da atribuição 
2. Locus de controle da saúde 
3. Otimismo irrealista 
4. Modelo das fases de mudança do 
comportamento (transteórico) 
• Desenvolvida por estudiosos 
como Heider, Kelley e Brickman. 
• Baseia-se na ideia de que os indivíduos 
percebem o mundo como previsível e 
controlável. 
• Comportamentos são vistos como resultado 
de causas específicas. 
Tipos de Causas Atribuídas 
1. Internas 
• Ligadas ao próprio indivíduo (ex: personalidade, 
força de vontade). 
• Exemplo: “Não consigo parar de fumar porque 
sou fraco.” 
2. Externas 
• Ligadas ao ambiente ou a outras pessoas. 
• Exemplo: “Não consigo parar de fumar por 
causa do estresse no trabalho 
 
 
 
Dimensões da Atribuição 
Além de interna x externa, a teoria considera: 
Estável x Instável 
• Estável: a causa está sempre presente. 
• Instável: depende da situação. 
Global x Específica 
• Global: afeta várias áreas da vida. 
• Específica: afeta apenas uma área. 
Controlável x Incontrolável 
• Controlável: o indivíduo pode agir sobre a 
causa. 
• Incontrolável: está fora do controle do 
indivíduo. 
Exemplo prático: parar de fumar 
• Atribuições internas: “falta de força de 
vontade”. 
• Atribuições externas: “ambiente estressante”, 
“médico não ajudou”. 
• Essas percepções influenciam diretamente 
a motivação para mudar. 
• Conceito derivado da teoria da atribuição, 
focando na saúde. 
• Refere-se à crença do indivíduo sobre 
quem controla sua saúde. 
Tipos de Locus de Controle 
1. Interno: 
• Acredita que suas ações influenciam 
diretamente sua saúde. 
• Exemplo: “Se eu me alimentar bem e fizer 
exercícios, vou melhorar.” 
2. Externo: 
• Acredita que fatores fora do seu 
controle determinam sua saúde. 
• Pode incluir: 
• Destino 
• Sorte 
• Ação de médicos ou medicamentos 
Implicações na prática em saúde 
• Pacientes com locus externo tendem a: 
• Ter menor adesão a tratamentos. 
• Responsabilizar terceiros pela sua 
condição. 
• Mostrar pouca iniciativa para mudanças 
de comportamento. 
• Pacientes com locus interno: 
• São mais propensos a adotar hábitos 
saudáveis. 
A Psicologia da Saúde II 
• Sentem-se empoderados para cuidar da 
própria saúde. 
Importância para os profissionais de saúde 
• Compreender o locus de controle do paciente: 
• Facilita a comunicação. 
• Ajuda a quebrar barreiras para a mudança 
de comportamento. 
• Permite personalizar intervenções de 
forma mais eficaz. 
• Refere-se à percepção equivocada de que o 
risco de adquirir um problema de saúde 
é menor para si do que para outras pessoas 
semelhantes (mesma idade e sexo). 
• Conceito desenvolvido por Weinstein (1983 e 
1984), citado por Ogden (2004). 
Fatores que sustentam o otimismo irrealista 
1. Falta de experiência com o problema. 
2. Crença de que é facilmente prevenido. 
3. Crença de que não ocorrerá no futuro, já 
que não ocorreu até agora. 
4. Crença de que o problema é raro. 
Consequências 
• Justifica comportamentos de risco como: 
• Dirigir em alta velocidade ou sob efeito de 
álcool. 
• Fazer sexo sem proteção. 
• Cria desafios para profissionais de saúde, 
que enfrentam resistência mesmo diante de 
evidências claras. 
Desafios na intervenção 
• Dificuldade em convencer pacientes de que 
suas crenças são falsas. 
• O paciente acredita que “o problema só 
acontece com os outros”. 
Caminhos para a mudança 
• Conhecer as crenças do paciente é o primeiro 
passo. 
• Isso permite reflexão e transformação das 
atitudes. 
• Estratégias devem ser singulares, 
considerando: 
• Aspectos biológicos 
• Aspectos psicológicos 
• Aspectos sociais 
 
 
 
 
Promoção da saúde 
• Requer mudança de comportamento. 
• Essa mudança nasce de relações dialógicas e 
horizontalizadas, que colocam o sujeito frente 
a frente com suas crenças e alteridades. 
Desenvolvido para entender a disposição dos 
indivíduos para mudar comportamentos 
relacionados à saúde. 
• Propõe cinco fases principais, que não 
ocorrem necessariamente de forma linear: 
As 5 Fases do Modelo 
1. Pré-contemplação 
• Indivíduo não reconhece a necessidade de 
mudança. 
• Pode estar resistente ou desinteressado. 
2. Contemplação 
• Indivíduo começa a considerar a 
possibilidade de mudança. 
• Reconhece o problema, mas ainda não 
tomou decisão. 
3. Preparação 
• Indivíduo inicia pequenas ações ou planos 
para mudar. 
• Está se organizando para agir. 
4. Ação 
• Mudança de comportamento está em 
curso. 
• Envolve esforço deliberado e visível. 
5. Manutenção 
• Foco em sustentar a mudança ao longo do 
tempo. 
• Prevenção de recaídas. 
Transições e Retrocessos 
• As fases podem ocorrer de forma não linear. 
• É comum haver recaídas ou saltos entre fases. 
• Exemplo: alguém pode estar na fase de ação e 
voltar à contemplação. 
Aspectos Subjetivos 
• Indivíduos avaliam: 
• Custos da mudança (ex: “vou engordar se 
parar de fumar”) 
• Benefícios da mudança (ex: “respiro 
melhor desde que parei de fumar”) 
Importância para os profissionais de saúde 
• Identificar a fase em que o paciente se 
encontra é essencial. 
• Permite personalizar estratégias de 
intervenção. 
• A abordagem deve ser adequada à fase e às 
crenças do paciente. 
Complemento teórico 
• Cada modelo teórico foca em aspectos 
diferentes: 
• Teoria da atribuição / Locus de controle: 
causas e controle do comportamento. 
• Otimismo irrealista: percepção de risco e 
vulnerabilidade. 
• Modelo transteórico: tempo, crenças, 
custos e benefícios da mudança. 
• Esses modelos compõem os 
chamados modelos de cognição social, pois 
envolvem crenças compartilhadas por 
indivíduos de uma mesma sociedade. 
• Analisam o comportamento como resultado 
do processamento racional de informações. 
• Foco nas cognições individuais, não no 
contexto social. 
• Principais modelos: 
1. Modelo de Crenças de Saúde 
2. Teoria da Motivação para a Proteção 
Modelo de Crenças de Saúde 
• Objetivo: predizer comportamentos 
preventivos e respostas ao tratamento. 
• Comportamento é influenciado por quatro 
crenças básicas: 
1. Suscetibilidade à doença 
2. Gravidade da doença 
3. Custos e benefícios da mudança de 
comportamento 
4. Pistas para ação (internas ou externas) 
Exemplo: 
• Um indivíduo que percebe alto risco de câncer 
de pulmão e reconhece sua gravidade pode 
mudar hábitos ao avaliar os benefícios da 
mudança, estimulada por sintomas ou 
campanhas educativas. 
Implicações: 
• Justifica investimentos em educação em 
saúde. 
• Torna o sujeito mais consciente das 
consequências de seus atos. 
Limitações: 
• Estudos não são conclusivos quanto à eficácia 
do modelo. 
• Divergências sobre a relevância das crenças. 
• Estratégias só se consolidam na prática 
clínica, no encontro com o paciente. 
Teoria da Motivação para a Proteção 
• Foca na resposta ao risco percebido e 
na capacidade de enfrentamento. 
• Cinco componentes principais: 
1. Gravidade da ameaça 
2. Vulnerabilidade ao risco 
3. Medo da ameaça 
4. Eficácia da resposta (a ação funciona?) 
5. Autoeficácia (sou capaz de agir?) 
• Fontes de informação: 
• Ambiental (ex: observação de outros) 
• Intrapessoal (ex: experiências passadas) 
• Com base nessas informações, o sujeito pode: 
• Emitir respostas adaptativas (mudança 
de comportamento) 
• Emitir respostas não-
adaptativas (negação, evitação) 
Exemplo: 
• Um homem pode decidir fazer o exame de 
próstata ao perceber a gravidade da doença, 
sua vulnerabilidade, sentir medo, acreditar na 
eficácia do exame e confiar em sua capacidadede agir. 
Críticas: 
• Supervaloriza o aspecto racional do 
comportamento. 
• Ignora hábitos, emoções e fatores 
sociais/ambientais. 
 (Bandura, 1977 e 1986) 
• O comportamento é influenciado por: 
• Expectativas 
• Incentivos 
• Cognições sociais 
Expectativas 
• Relacionadas a: 
1. Resultados da situação (ex: “fumar pode 
causar câncer”) 
2. Resultados do comportamento (ex: 
“parar de fumar evita o câncer”) 
3. Autoeficácia (ex: “sou capaz de parar de 
fumar”) 
 
 
Incentivos 
• O comportamento é reforçado 
pelas consequências positivas. 
• Exemplo: sensação de bem-estar após parar de 
fumar reforça o novo comportamento. 
Cognições sociais 
• Representações individuais do mundo social. 
• Consideram hábitos, normas e costumes da 
sociedade. 
• Diferem dos modelos cognitivos por não se 
limitarem ao indivíduo, mas sim à construção 
social do comportamento. 
Teorias dentro dos Modelos de Cognição 
Social 
1. Teoria do Comportamento Planejado 
• Foco: intenção como plano de ação. 
• Três fatores determinam a intenção: 
1. Atitude em relação ao comportamento 
• Crença nos resultados esperados (ex: 
parar de beber evita doenças). 
2. Norma subjetiva 
• Influência da opinião de outras 
pessoas. 
3. Percepção de controle do 
comportamento 
• Crença na capacidade de realizar a 
mudança + condições externas 
favoráveis. 
2. Abordagem do Processo de Ação para a Saúde 
(Schwarzer, 1992) 
Foco: fase de motivação e processo temporal. 
Elementos principais: 
• Autoeficácia: crença na capacidade de 
mudar. 
• Expectativas de resultado: crença nos 
benefícios da mudança. 
• Avaliação da ameaça: percepção da 
gravidade e vulnerabilidade à doença. 
Integra fatores: 
• Cognitivos: planos e controle da ação. 
• Situacionais: apoio social e ausência de 
barreiras. 
• Comportamentais: autoregulação para 
iniciar e manter o comportamento.

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