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Resumo Nutrição cães e gatos Comportamento alimentar e a fisiologia digestiva de Cães e Gatos Linha evolutiva ordem carnivora: Cães: Canidae- lobo cinzento → Canis Lupus Cão doméstico →(Canis lupus familiaris) Felinos- Gato doméstico (Felis catus) Processo de domesticação: Gatos- controle de roedores cães- caça Os cães são mais domesticados enquanto os gatos ainda estão no processo de domesticação. Comportamento alimentar de cães: ● Caçam e vivem em grupos→ buscam presas grandes; ● Competição alimentar entre os cães → ingestão rápida do alimento, até mesmo sem a presença de outros cães por perto; ● Refeições volumosas; ● Alimentação intermitente( várias vezes, intervaladas) → grandes alimentações em vários períodos (diurno); ● Enterrar as sobras; ● Ingerem Frutas e algumas plantas →Além da linhagem carnívora, adquiriram comportamentos não estritos, assumindo um comportamento onívoro; Comportamento alimentar de gatos: ● Caçadores solitários → presas pequenas → Dieta com pouca carne; ● Fazem várias pequenas refeições por dia ( 13 a 16 refeições/dia- diurna e noturna); ● Ingestão lenta de alimento, porque os gatos são carnívoros estritos ● Não se alimentam de frutas ou vegetais Difícil avaliação, atualmente são animais dependentes do ser humano Particularidades Gatos: ● Alta necessidades proteicas: algumas proteínas são essenciais para os gatos como taurina e arginina, gatos não produzem taurina, por isso são essenciais deve conter no seu alimento; ● Inabilidade de síntese de vitamina A a partir de carotenoides. ● Baixa capacidade de Síntese de vitamina D, podem ficar o dia todo no sol que não adquirem, por isso é adquirido no alimento; ● Necessidade de tirosina; ● Necessidade de ácido araquidônico (lipídio que faz parte da Mb) adquirido nas gorduras/animal, importante na dieta amparada nas características carnívoras; ● Metabolismo de carboidratos, deve fazer parte da dieta; (tende a ter msm comportamento glicêmico). Fisiologia Digestiva ● Dentes, língua, Gland.salivares; esofago; estomago; intestino delgado- duodeno; Gland. anexas; intestino grosso; microbiota intestinal. Alais Oliveira ● Funções: motilidade, secreção, digestão etc. Fisiologia digestiva Digestão: combinação de eventos complexos, mecânicos, químicos e microbiológicos→ fragmentar o alimento→ Degradação de compostos alimentares. Mecânico: - Mastigação (voluntário) -Peristaltismo (involuntário) Redução do tamanho das partículas de forma mecânica do alimentar. (movimento) Químicos: -Fluidos ricos em enzimas ; -Estômago pâncreas e intestino delgado Degradação química Microbiológico: final do processo. -Microrganismos -Intestino Grosso Enzimas + Digestão química Anatomia e funcionalidade Tamanho do intestino órgão Cães Gatos ID 3,9m 1,7m IG 0,6m 0,4m Total 4,5m 2,1 Tamanho pequeno, impacta no trânsito rápido, pequeno tempo de permanência do alimento no intestino. Cavidade oral ● Boca Quebra o alimento em partículas menores e ação da saliva para digestão. Não mastigam bem , eles deglutem o alimento com pouca ou nenhuma mastigação; ● Dentes Mesma quantidade de dentes incisivos e caninos, porém cães tem mais pré-molares e molares que os gatos; Cão Gato Incisivos 6 6 Caninos 2 2 Pré-Molares 8 5 Molares 5 2 Total 42 30 ● Saliva pH de 7,34 e 7,8 (alcalino) secretada durante a mastigação por 4 pares de gland. salivares; parótidas, mandibulares, sublinguais e zigomáticas . ● Estímulos: Expectativa de comer, som associado, visualizar o alimento.Há uma variação de secreção de acordo com o tipo de alimento, taxa de secreção de alimento, Alais Oliveira temperatura corporal. Salivas de cães e gatos não possuem alfa amilase (não inicia digestão pela boca), o pH é de 7,34 á 7,8; As funções incluem, lubrificação da cavidade oral, estímulos dos receptores do paladar, controle da população bacteriana. ● Língua: Realiza apreensão, mistura e deglutição, nela encontramos as papilas gustativas, a solubilização dos componentes dietéticos,faz a estimulação das papilas gustativas, impondo sabor ao alimento. Cães E Gatos–ancestral estritamente carnívoro = NÃO possuem alfa-amilase. ● Deglutição: A deglutição inicia-se com a fase voluntária, onde o alimento é preparado na boca. Ao entrar na fase faríngea, o palato mole se eleva e as dobras palatofaríngeas se fecham, impedindo que o alimento vá para as vias nasais. Simultaneamente, a epiglote cobre a entrada da laringe, que se move para cima, protegendo a traqueia. Em seguida, os músculos constritores superiores da faringe contraem-se, empurrando o bolo alimentar. Uma onda peristáltica conduz o alimento ao esôfago, que se abre reflexamente e esficerdepois se contrai para impedir o refluxo. ● Exofago É curto e tubular, atua no transporte do alimento para o estômago. A parede esofágica é composta em sua maioria por musculatura estriada, distribuída em camadas longitudinal e circular, proporcionando movimentos peristálticos eficazes em praticamente toda a extensão do órgão. • Nos gatos, a porção caudal do esôfago pode apresentar algumas células musculares lisas, se diferenciando da musculatura estriada nas demais regiões. As células esofágicas secretam muco que lubrifica a passagem do alimento, e são estimuladas pelos movimentos peristálticos. Ao final do esôfago, ocorre o relaxamento do esfíncter cárdico(anel muscular presente acima da cárdia do estômago), permitindo a entrada do alimento no estômago. Em seguida, o esfíncter se contrai logo depois para evitar refluxo gástrico ao esôfago, atuando em resposta à peristalse. Estômago O estômago é subdivido em duas seções com funções diferentes, a proximal e a distal; ● Parte proximal: Ação mecânica,da digestão, recebendo e acomodando o alimento ingerido.Essa região funciona como um depósito temporário, realiza a mistura e maceração do conteúdo alimentar por meio da musculatura circular. Ela atua como uma espécie de depósito temporário. O epitélio gástrico e as glândulas da região proximal do estômago secretam muco alcalino, que protege a mucosa gástrica contra a acidez. ● Parte distal: O ácido clorídrico (HCl) é uma das principais substâncias secretadas pelo estômago — mais especificamente pelas células parietais ou oxínticas da mucosa gástrica. Desempenha diversas Funções: cria um ambiente ácido necessário para a ativação de enzimas digestivas, digestão de proteínas e gorduras e regula saída para intestino; Alais Oliveira FISIOLOGIA DIGESTIVA ➔ O estômago armazena alimentos temporariamente e controla a taxa de entrada da ingesta no intestino delgado; ➔ Participa das fases iniciais da digestão, secretando ácido clorídrico e pepsinogênio; ➔ As secreções do epitélio gástrico e glândulas associadas incluem água, muco, ácido clorídrico, enzimas proteolíticas e íons inorgânicos; ➔ Secreções gástricas começam antes mesmo da ingestão, ativadas por visão, cheiro e presença de alimento na boca ou estômago. ➔ O muco alcalino recobre a parede gástrica para evitar lesões causadas pelo ácido clorídrico e pelas enzimas proteolíticas (como a pepsina).Isso facilita o contato com enzimas e prepara o quimo para o intestino. ➔ O hormônio gastrina e o neurotransmissor parassimpático acetilcolina (ACh) são os mais importantes reguladores fisiológicos. ➔ pH varia de acordo com a dieta- Mais ácido em gatos - pH médio do estômago do gato é 2,5 ± 0,07 e no cão de 4-6; ➔ O marcapasso gástrico, situado no centro do estômago, gera ondas peristálticas que se propaga pelo segmento distal. Essas ondas controlam a passagem do quimo para o duodeno, de forma gradual e coordenada. ➔ Do ponto de vista evolutivo, os cães apresentam capacidade de distensão gástrica significativamentesuperior à dos gatos — podendo expandir o estômago até seis vezes o seu volume original-Capacidade gástrica de cães e gatos – 50 ml por kg de peso corporal Enzimas gástricas ➔ Enzimas pepsina e a lipase funcionam alterando ligeiramente a composição da gordura e proteína ingerida, preparando-se para uma ação posterior de enzimas digestivas no intestino delgado. Pepsina → Enzima digestiva produzida pela parede do estômago, sendo secretada pelo suco gástrico. Funciona melhor em ambiente ácido, especialmente em pH 2, e fica inativa no duodeno, onde o pH é mais alcalino. Útil para digerir proteínas animais, como o colágeno. Lipase gástrica → estimulada pela presença de ácido clorídrico (HCl), que cria o ambiente ácido necessário para sua ativação inicial. Baixa eficiência na digestão de lipídeos. Ela é inativada em pH 7. A Fase Inicial de hidrólise é lenta devido à falta de emulsificação, onde as fases aquosa e lipídica estão separadas. O calor do estômago auxilia na liquefação dos lipídios, facilitando a ação da enzima. Lipase gástrica: Realiza a pré-hidrólise dos triacilgliceróis. Comparada à lipase pancreática, a lipase gástrica tem uma importância muito menor no metabolismo dos lipídeos. Auxilia na formação de micelas, estruturas importantes para a absorção dos lipídeos no intestino. Esvaziamento gástrico: Processo de liberação do alimento parcialmente digerido (quimo) do estômago para o duodeno. Essa taxa não é fixa, e pode variar bastante conforme vários fatores fisiológicos e dietéticos; Taxa é afetada por: -Conteúdo energético da dieta; -Viscosidade do alimento, temperatura -Densidade Ingestão de água; -Quantidade de ácido no duodeno; -Tamanho da partícula Tamanho e tipo da refeição. Tempo mínimo Tempo máximo Cão 72m 240m Gato 25m 449m Controle das secreções gástricas Fase Cefálica (30–40% da secreção gástrica) Fase gástrica (50 – 60% da secreção) Fase intestinal (10% da secreção) Alais Oliveira Anatomia e funcionalidade do Sistema Digestório Intestino delgado ➔ Dividido em três partes com funções distintas no processo digestivo: Duodeno, Jejuno e ílio. ➔ A maior parte da digestão enzimática dos alimentos ocorre no intestino delgado; ➔ A absorção de água ocorre de forma majoritária no intestino delgado, com destaque para o jejuno 50%, 40% pelo íleo e 10% pelo intestino grosso. ➔ A digesta que sai do estômago é ácida. Ao chegar no duodeno, ela é rapidamente neutralizada, ocorre devido à secreção de suco pancreático e bile, ambos ricos em bicarbonato. Esse processo eleva o pH, criando um ambiente alcalino no duodeno. A neutralização e a mudança no pH são essenciais para proteger a mucosa intestinal e permitir que as enzimas digestivas atuem corretamente.5.7a6..4 Ação Mecânica 1. Movimentos misturam completamente a massa alimentar (quimo) com as secreções intestinais(suco pancreático, bile, enzimas etc.) 2. Aumentam a exposição das partículas alimentares digeridas em relação à superfície mucosa,Isso permite que as partículas digeridas fiquem próximas da superfície absorvente (enterócitos), favorecendo a atuação das enzimas da borda em escova e a absorção dos nutrientes. 3. Torna mais lenta a propulsão da massa alimentar pelo trato intestinal, ao retardar o trânsito intestinal, o corpo ganha mais tempo para realizar a digestão e aproveitar os nutrientes. 4. Movimentos constantes das microvilosidades, aumentam a superfície de absorção e ajudam a “agitar” o quimo próximo à parede intestinal. 5. Mistura do quimo com a parede intestinal para que não haja áreas do quimo isoladas no centro do lúmen, otimizando a digestão e absorção. 6. Todos os processos anteriores culminam no objetivo de aumentar a eficiência de absorção da partícula, permitindo que os nutrientes digeridos sejam absorvidos da forma mais completa possível. Digestão Química ➔ Mistura do quimo com enzimas e bicarbonato; ➔ Enzimas Pancreáticas (digestivas): Lipases, proteases, amilases. ➔ Ácidos biliares: bile liberada da vesícula por ação da colecistocinina(CCK),emulsifica gorduras, aumenta área de Alais Oliveira reabsorção e é responsável pela digestão de gorduras. ➔ Enzimas intestinais:Produzidas pela mucosa duodenal, e as enzimas borda em escova, quebram em monômeros aminoácidos, monossacarídeos e ácidos graxos. Secretina e Colecistoquinina Produzidas pelas células da mucosa intestinal, regulam a produção de suco pancreático; ● Secretina Hormônio produzido no ID, tem como principal alvo o pâncreas, estimula a secreção de bicarbonato. O bicarbonato tem a função de neutralizar o pH ácido do quimo, quando ocorre a acidificação dos conteúdos do intestino delgado. ● Colecistoquinina CCK hormônio digestivo produzido pelas células do intestino delgado,em resposta à presença de alimentos parcialmente digeridos, especialmente gorduras e peptídeos contendo aminoácidos aromáticos como a fenilalanina. Quando liberada, seu órgão alvo é o pâncreas e a vesícula biliar. No pâncreas, estimula a secreção de enzimas digestivas, como lipases, proteases e amilases, na vesícula biliar promove contração, levando à liberação da bile no duodeno. Esse conjunto de ações marca o início da digestão química no intestino delgado. ● BILE Produzida Pelos hepatócitos e armazenada na vesícula biliar • Fonte de ácidos biliares necessários para a digestão e a absorção de gorduras, facilitando a ação da lipase pancreática - Rota de excreção para certos metabólitos e drogas - Tampão adicional para a neutralização de íons H no duodeno • Liberação → no intestino em resposta a presença de lipídeos e produtos- Ação da colecistocinina. Suco pancreático Função do pâncreas exócrino→cai sobre uma superfície livre: nesse caso o intestino; O suco pancreático é sintetizado pelas células exócrinas do pâncreas organizadas em ácinos responsáveis pela secreção de enzimas. O suco tem propriedades antibacterianas; Secreção de bicarbonato para alcalinizar o pH ácido do conteúdo gástrico que flui para o duodeno - Secreção de enzimas para a digestão luminal de carboidratos, gorduras e proteínas . regulada pela secretina e a colecistoquinina. Enzimas: Amilase (carboidratos)e lipase (lipídeos); Enzimas Pancreáticas (Proteínas) Tripsinogênio: enzima inativa (zimógeno), ativada pela enteroquinase no intestino → se transforma em tripsina. Tripsina: atua como endopeptidase, quebrando proteínas nas partes internas; também ativa outros zimógenos. Quimotripsinogênio: precursor da quimotripsina, também endopeptidase. Procarboxipeptidase: convertida em carboxipeptidase pela tripsina. Carboxipeptidase: funciona como exopeptidase, atuando nas extremidades das proteínas. Alais Oliveira Anatomia e funcionalidade do Sistema Digestório- Intestino grosso ➔ Compreende: Ceco, cólon e reto. ➔ Diferente do intestino delgado, o intestino grosso não possui vilos; ➔ Muco alcalino, rico em bicarbonato serve para lubrificação, proteção mucosa (danos mecânicos e químicos), - Inativação de ácidos da fermentação bacteriana e lubrificação das fezes. ➔ Tempo de residência médio de 12 horas para que haja fermentação; ➔ 8% da digestão total ocorre no IG, em dietas de alta digestibilidade, menor quantidade de alimento chega ao IG; já em dietas com baixa digestibilidade, um maior volume de resíduos atingindo essa porção intestinal; ➔ Em cães e gatos o IG é relativamente curto (0,6 m em cães; 0,4 m em gatos); ➔ A função principal é absorver eletrólitos e água e servir como ambiente para a fermentação microbiana; Microbiota A maioria das bactérias do intestino saudável são anaeróbicas, e os principais gêneros bacterianos em cães ou gatos saudáveis: Streptococcus, Lactobacillus, Bacteroides e Clostridium. Microbiota Id - Intestino Delgado de cães e gatos saudáveis Também contém populações microbianas residentes; - Previnem a colonização de microrganismos patogênicos, competindo pelos nutrientes disponíveis; Produzem ácidos graxos de cadeia curta, mistura de bactérias anaeróbias, aeróbias e facultativas influenciam o ambiente luminal e a saúde intestinal. -Nutrientes e componentes da dieta podem influenciar a microbiota do ID. Microbiota IG Os cães e gatos abriga uma quantidade extremamente alta de bactérias–10⁹ a 10¹¹ UFC/mL (Unidades Formadoras de Colônia). - Exclusivamente bactérias anaeróbias, realizam fermentação dos resíduos alimentares (como fibras, proteínas não digeridas, etc.), A fermentação gera ácidos graxos de cadeia curta (ex: butirato, propionato, acetato) -são diretamente afetadas pela dieta. -cólon é onde vai acontecer a maior parte da fermentação; Produtos da fermentação: Acetato, Propionato e Butirato → Ácidos graxos de cadeia curta =ENERGIA→ Determinam o pH (5,5 a 7,5) -sulfeto de hidrogênio, metano, amônia, aminas, fenóis, indóis podem alterar o pH intestinal (entre 5,5 e 7,5), tóxicos e irritantes, causar mau odor, inflamação e desconforto.Produzidos em maior quantidade quando há excesso de proteínas mal digeridas. -Bactérias aderentes à mucosa influenciam a capacidade endocítica e hidrolítica intracelular, melhorando a degradação de antígenos presentes no lúmen intestinal. Alais Oliveira Medidas e Necessidades Energéticas Energia não é um nutriente por si próprio, mas uma propriedade conferida à dieta por gorduras, proteínas e carboidratos. ➔ Derivada da oxidação de moléculas orgânicas do alimento ou das reservas de proteína, gordura e carboidratos do corpo; ➔ É usada para todas as atividades: andar, respirar, digerir, manter a temperatura, produzir proteínas, etc. ➔ A transferência de energia do nutriente para o organismo é feita por uma série de reações bioquímicas enzimáticas como glicogênese e gliconeogênese, que geram outros compostos que contêm energia biodisponível ao organismo, o mais importante é o ATP. ➔ Consomem energia para impulsionar íons, sintetizar moléculas e ativar proteínas contrácteis; ● Cada animal tem uma necessidade específica de energia, chamada Necessidade Energética de Manutenção (NEM). Essa necessidade depende de fatores como peso, idade, nível de atividade, condição corporal (magro, obeso, castrado, etc.). ● Balanço energético é a diferença entre: Energia ingerida pelo alimento. Energia gasta pelo organismo (metabolismo basal, exercício, digestão, etc.). ● Quando o balanço está equilibrado, o animal mantém um peso saudável. Se ingerir mais do que gasta → engorda; se ingerir menos → emagrece. ● A energia que o alimento oferece é calculada pela Energia Metabolizável (EM). Componentes do gasto energético 1. taxa metabólica basal TMB. Componente do gasto energético diário dos animais, representa cerca de 60 à 75% da energia total gasta em um dia, energia mínima necessária para manter as funções vitais do corpo em repouso absoluto, sem atividade muscular voluntária. Energia gasta pelo organismo em repouso sob condições de neutralidade térmica, 12hs após a última refeição.Ela cobre: -Transporte de íons pelas membranas. -Trabalho hepático e renal. -Funções do sistema nervoso. -Turnover de proteínas e lipídios (renovação constante dessas moléculas). -Varia com idade, peso corporal, raça, espécie, sexo, status fisiológico e temperatura ambiente. 2. Atividade Muscular Voluntária Representa cerca de 30% do gasto energético diário. Refere à energia usada em movimentos voluntários, esse valor varia de acordo com o peso e tamanho do animal, grau, duração e intensidade do exercício físico. 3. Incremento calórico Corresponde a 10% das calorias ingeridas. Calor produzido pela digestão e absorção dos nutrientes (Mastigação, digestão dos nutrientes, absorção e metabolização dos componentes da dieta) Ou seja, parte da energia do alimento é “gasta” para processar o próprio alimento, e não vai diretamente para manutenção ou atividade. 4. Termogênese Adaptativa Alais Oliveira Refere-se a uma perda energética adicional que não é obrigatória, ou seja, ela não ocorre em todos os indivíduos nem o tempo todo.Essa energia extra gasta não está ligada diretamente à atividade física ou digestão, mas sim a adaptações do metabolismo frente a certos estímulos ou desafios. Conhecimento das necessidades nutricionais e particularidades da espécie e do indivíduo em questão indicam como escolher ou indicar a dieta mais apropriada. Fatores a considerar Cão Nível de Atividade ● Cães mais ativos (ex: cães de guarda, cães que fazem caminhadas frequentes) têm maior gasto energético. ● Cães sedentários ou que vivem em apartamentos (indoor) precisam de dietas com menor densidade calórica para evitar ganho excessivo de peso. Condição Reprodutiva Escore Corporal (ECC) ● Avaliação visual e tátil da condição corporal do cão. ● A dieta deve ser personalizada para manter o cão em escore corporal ideal. Escolha da Dieta para Cães Adultos em Manutenção: 1. Alimentos comerciais- Alimentos para cães adultos em manutenção; 2. Alimentos para raças pequenas, médias, grandes e gigantes; 3. Raças com tendência à obesidade: alimentos light; 4. Controle da quantidade; 5. Alimentos indoor – animais de apartamento; 6. Menos calóricas e com redutores de odor e fezes. Equações - nem cães Tipo Kcal/dia Cão adulto jovem e ativo* 140 x (PC)0,75 Cão adulto ativo 130 x (PC)0,75 Cães inativos 95 x (PC)0,75 PC = peso corporal em KG (NRC, 2006) Fatores a considerar: Gatos adultos/ manutenção ● Maior necessidade proteica - Taurina é essencial; Maior necessidade de arginina, metionina e cisteína. ● Ácidos graxos essenciais - derivados do linolênico. ● Maior necessidade de niacina (B3) e piridoxina (B6 ); ● Não sintetizam a vit A a partir do betacaroteno; ● Não sintetizam vitamina D através da pele. Escolha da dieta para Gatos adultos em manutenção: 1. Tendência à obesidade: Animais inativos (indoors) e castrados - Alimento ad libtum (à vontade); 2. pH urinário: Dieta deve ter controle do pH urinário, doença do trato urinário inferior;diurese e Acidificantes;3. Variedades Alimentos: para gatos adultos, gatos castrados e lights EQUAÇÕES - NEM Tipo NEM Kcal/dia Gatos domésticos magros * 100x (PC)0,67 Gatos domésticos obesos 130x (PC)0,4 Alais Oliveira Quantidade de energia do alimento Energia bruta (EB) → Energia das fezes → Energia digestível (ED) → Energia da urina e gases → Energia metabolizável (EM)→ Energia líquida (EL)→ Incremento térmico. ➔ Cálculo da estimativa da energia metabolizável: EM (kcal/100g) = (3,5 x Proteína) + (3,5 x carboidratos) + (8,5 x gordura) No rótulo do alimento: Proteína = Proteína bruta Gordura = Extrato etéreo Carboidratos = Extrativo não -nitrogenados: devem ser calculados pela diferença; Etapas para estimar a energia metabolizável do alimento: EXEMPLO: Alimento com -10% umidade; 24% PB; 12% EE; 8% MM; 3% FB. 1. Calcular ENN ENN = 100 -(Umidade + PB + EE + Fibra + Mat. Mineral) 𝐸𝑁𝑁 = 100 − 10+24+12+8+3 57%( ) = 43% 2. Calcular EM EM (kcal/100g) = (3,5 x Proteína) + (3,5 x carboidratos) + (8,5 x gordura) EM = (3,5 x 24) + (3,5 x 43) + (8,5 x 12) EM = 84 + 150,5 + 102 EM = 336,5 kcal/100g -> 3,36kcal/g Cálculo da estimativa da energia metabolizável Alimento seco EM(kcal/100g) = (%PB x 5,65) + (% EE x 9,4) + (% ENN x 4,15) x 0,99 - 126 Alimento úmido EM(kcal/100g) = (%PB x 3,9) + (% EE x 7,7) + (% ENN x 3,0) - 5 Alais Oliveira