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PROJETO MULTIDISCIPLINAR DESAFIOS E ESTRATÉGIAS NA PROMOÇÃO DA SAÚDE DO TRABALHADOR: UMA ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR Autor – Pâmela Suelem Oliveira Lucio Curso do Centro Universitário ETEP em Convênio Interinstitucional com o Centro Universitário UniBF Curso: Tecnico Segurança do Trabalho Data de início no curso: 20/03/2025 Data de envio do trabalho: 28/07/2025 RESUMO No Brasil, toda atividade realizada de forma remunerada seja em áreas rurais e urbanas é considerado como trabalhador. Em vários cenários, em locais de trabalho mais amenos ou em risco muito alto, sempre há empenho de um trabalhador. O intuito deste trabalho é apresentar a importância e a eficiência do serviço especializado em segurança e medicina no trabalho. Materiais e informações criadas sobre o tópico proposto foram usadas para desenvolver o conteúdo deste estudo, permitindo que novas idéias desenvolvam e melhorem o conhecimento existente. A leitura de um resumo dos artigos encontrados que respondem ao problema de pesquisa direcionou a leitura mais profunda com base em objetos a serem enviados por este estudo. A pesquisa foi determinada de abril de 2024 a novembro de 2024 usando artigos científicos indexados no site acadêmico e oficial do Google. Os artigos que consideraram o objetivo proposto foram usados como o método de inclusão. Palavras-chave: saúde ocupacional, saúde do trabalhador, riscos ocupacionais, trabalhador. 1 INTRODUÇÃO Um trabalhador é quem desenvolve suas atividades de trabalho em áreas rurais ou urbanas, independentemente da forma de introdução no mercado de trabalho, seja formal ou informal (BRASIL, 2012). A saúde do trabalho é inserida na saúde pública e tem como propósito é estudar as relações entre trabalho e saúde. Além de focar na promoção e a proteção da saúde dos trabalhadores, promovendo procedimentos de supervisão nas práticas dos riscos de enfermidade. (Dias, et al., 2001). Roloff (2016) afirma que a saúde dos trabalhadores é caracterizada por uma abordagem multidisciplinar e intermediária de ações com foco na promoção da saúde, prevenção de queixas e assistência médica. As regras do Ministério do Trabalho estabeleceram os critérios e instruções que regulam a Organização de Serviços Especializados no campo da Engenharia de Segurança e Medicina Profissional (SESMT), que por sua vez, consta no artigo 162 CLT no qual entende-se que deve ser cobrada e cumprida. (Brasil, 2014). No que diz respeito aos serviços de saúde dos trabalhadores, os resultados obtidos podem ser usados no desenvolvimento de serviços, estimulando os procedimentos de prevenção e promoção da saúde ocupacional. 1.1 A HISTÓRIA DA SAÚDE OCUPACIONAL O trabalho segue a humanidade desde os primeiros dias e o estudo da saúde no trabalho deve ser lembrado pela história. Segundo Hipócrates (460-370 A. C.) ja dizia que a importância do meio ambiente, condição social e tipo de trabalho como fatores que determinaram o surgimento de doenças. (Sampaio; Jesus; Borges, 2022) A escravidão no Brasil foi implantada nas primeiras décadas da colonização e aconteceu na década de 1530. “O trabalhador, o escravo, o servo eram peças de engrenagens ‘naturais’, pertences da terra, assemelhados a animais e ferramentas, sem história, sem progresso, sem perspectivas, sem esperança, até que, consumidos seus corpos.” (Minayo-Gomez; Thedim-Costa, 1997 p. S21). Sampaio, Jesus e Borges (2022) explicam que a Revolução Industrial, que aconteceu entre 1820 e 1840, teve um impacto grande na saúde da população na Europa e dos trabalhadores. Com a busca por melhores oportunidades, as condições de saúde começaram a piorar, e os trabalhadores passaram a sofrer acidentes dentro das fábricas ou a desenvolver doenças como o tifo, que na época era chamado de "febre da fábrica". No século XX, o mundo passou por muitas mudanças. Após a Primeira Guerra Mundial, surgiu o desejo de criar uma entidade que protegesse o trabalho humano, e assim, em 1919, foi fundada a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Essa organização é a única agência das Nações Unidas criada com esse objetivo, e nela participam representantes de governos, empregadores e trabalhadores de 187 países, todos com igualdade nas decisões. Os programas de proteção social no Brasil começaram lá pelo final do século XIX e início do século XX, como uma resposta às mudanças políticas e econômicas que aconteciam tanto no país quanto no mundo. Na década de 1930, o Brasil passou por um crescimento industrial impulsionado pela Revolução Burguesa (Aragão, 2013). Esses programas de proteção social incluem a Seguridade Social e a Assistência Social. A Seguridade Social oferece benefícios como aposentadorias, pensões e auxílio em casos de incapacidade para o trabalho, além de incluir o SUS, o Sistema Único de Saúde. Já a Assistência Social tem um papel diferente, voltado para ajudar quem precisa de apoio em situações de vulnerabilidade (Mattei, 2019). 1.2 O PAPEL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL Os planos garantem e antecipam o pagamento de benefícios como INSS aos segurados nos casos de incapacidade temporária ou definitiva das suas atividades laborais resultantes de acidentes do trabalho ou de doenças relacionadas ao emprego, esse benefício surge da comprovação da incapacidade para o exercício profissional através de uma perícia médica. A Previdência Social no Brasil é um sistema de assistência social que tem como objetivo oferecer uma rede de amparo para a população com situações como aposentadoria, invalidez, doença e morte. Ela é administrada pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e é composta por diversos planos e benefícios. (Silveira, 2009). Os benefícios por Incapacidade também é um plano como auxílio-doença, para segurados que ficam temporariamente incapacitados para o trabalho devido a doença ou acidente, pensão por morte e salário maternidade (Ministério DA Previdência Social, 2024). De acordo com Silveira, 2009 os planos estruturados e uma forma que oferece apoio em diferentes situações e uma segurança financeira para os segurados que estão impossibilitados de exercer suas funções. De acordo com a legislação vigente e reformas providenciarias pode haver mudanças e variações nas regras. Quando ocorre um acidente ou uma doença relacionada ao trabalho, a lei exige que o empregador envie uma Comunicação de Acidentes de Trabalho (CAT). Para os trabalhadores autônomos, essa obrigatoriedade não existe, mas eles podem se afastar das atividades quando se sentirem incapazes de trabalhar (Silveira, 2009). O autor também destaca que, nesses casos de acidentes ou doenças ligados ao trabalho, a legislação pede que os empregadores emitam a CAT. 2 RISCOS E PREVENÇÕES DE DOENÇA OCUPACIONAL Identificar cedo os riscos ocupacionais aos quais os trabalhadores estão expostos é fundamental para prevenir e controlar esses perigos, o que ajuda a diminuir os acidentes de trabalho (Gregório, 2015). Arcanjo, Christovam e Braga (2017) destacam que os riscos no ambiente de trabalho podem afetar a segurança dos profissionais e, muitas vezes, levar a acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho. Esses riscos variam de acordo com a profissão, a atividade realizada e a área de atuação, por isso é importante que as empresas criem um plano individual para identificar esses perigos (Silva, 2008). Condições de trabalho difíceis, jornadas longas, móveis inadequados, má postura, falta de orientação e treinamento são fatores que aumentam a exposição dos trabalhadores a esses riscos (Sousa et al., 2021). Todos esses riscos, junto com outros problemas como treinamento insuficiente ou ineficaz, falta de sinalização, ausência de equipamentos de proteção individual e desconhecimento das normas de segurança, contribuem diretamente para o surgimento de doenças ocupacionais e acidentes de trabalho (Matos, Silva e Lima, 2017). A chance de acontecer um acidente no trabalho pode variar bastante dependendo do tipo de atividade, do ambiente e das práticas de segurança que são adotadas (Silva, 2008). Locais de trabalho com condições inadequadas, comomá ventilação, iluminação fraca ou superfícies escorregadias, aumentam o risco de acidentes (Gregório, 2015). Além disso, o uso errado de ferramentas e equipamentos, a falta de manutenção ou a presença de máquinas com defeito também podem provocar acidentes graves. Posturas incorretas, levantamento inadequado de cargas e a falta de móveis e equipamentos ergonômicos podem causar lesões e desconforto aos trabalhadores. A ausência de formação adequada para os empregados pode levar a utilização inadequada de ferramentas e processos, elevando o risco de incidentes (Gregório,2015). Em relação aos perigos das enfermidades relacionadas ao trabalho, a contribuição de Ribeiro (2011) sublinha que, para prevenir acidentes e transtornos ocupacionais, é essencial realizar uma análise da ergonomia, que adapta o ambiente laboral às particularidades de cada pessoa. O papel do enfermeiro é crucial na prevenção de doenças ocupacionais. Matos, Silva e Lima (2017) destacam a importância de desenvolver um plano de trabalho para organizar e programar iniciativas que busquem evitar acidentes laborais, bem como elaborar diretrizes para os passos a seguir e os cuidados iniciais, caso esses incidentes aconteçam. De acordo com Lino et al., (2012), para reduzir os perigos de acidentes laborais, é essencial ter uma postura ativa em relação á segurança. Isso envolve, entre outras ações, a implementação e o cumprimento rigoroso das normas de segurança, a oferta de treinamentos frequentes e adequados para todos os funcionários, a realização de verificações e manutenções regulares em equipamentos e nos locais de trabalho, além de estimular um ambiente saudável e ergonomicamente apropriado. As iniciativas na área da saúde do trabalho visam garantir um padrão satisfatório de saúde física, mental e social dos trabalhadores. Portanto, É essencial implementar ações que promovam a saúde e evitem fatores prejudiciais à saúde (Silva et al., 2020). Por meio de estratégias preventivas, pretende-se estabelecer a segurança nos locais de trabalho. Um planejamento eficiente na distribuição dos materiais, gestão das condições de som, e iluminação adequada para cada setor são iniciativas que, em conjunto com o trabalho do enfermeiro do trabalho, asseguram o funcionamento esperado da empresa. As iniciativas na área de saúde ocupacional visam preservar um padrão adequado de bem-estar físico, mental e social dos trabalhadores. Assim, é indispensável implementar ações que promovam a saúde e previnam a exposição a agentes prejudiciais à saúde. A trajetória da saúde e doença dos trabalhadores é impactada diretamente por fatores sociais, tecnológicos e organizacionais, que são determinantes para os riscos no ambiente de trabalho e nas condições de vida a (Silva et al., 2020). 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Diante da pesquisa apresentada e a leitura mais aprofundada, foi verificado que a necessidade de criar estratégias preventiva seria de suma importância para a prevenção de acidentes e uma forma de prevenir doenças ocupacionais seja ela física, mental e social. Vimos também que a necessidade dessas estratégias deve ter não só o apoio do técnico de segurança, mas principalmente o enfermeiro do trabalho para que essas estratégias ocorram da forma correta. Ao fazer essas implementações de estratégias, buscando a prevenção, o enfermeiro do trabalho junto com cada setor consegue fazer com que cada colaborador tenha uma iniciativa buscando melhoria para que possam evitar de forma mais eficaz os acidentes de trabalho. Assim criando uma abordagem ampla e multidisciplinar para todos e garantindo uma segurança maior e menos funcionários com algum tipo de doença. Mas para que essas estratégias e implementações funcionem corretamente e evitem os riscos necessário que que todos os problemas tenham um treinamento suficiente e eficaz, e preciso ter sinalizações nos ambientes de trabalhos informações e direcionamento para a utilização de EPI e a troca no período correto e realizar uma forma para que todos tenham conhecimento das normas de segurança mesmo que seja apenas superficialmente. 4 CONCLUSÃO Em resumo, as pesquisas sobre saúde ocupacional indicam uma crescente compreensão sobre os múltiplos fatores de risco presentes no ambiente de trabalho e a importância de uma abordagem integrada que inclua prevenção, monitoramento, educação e intervenção para garantir a saúde dos trabalhadores. A evidência científica apoia a implementação de políticas públicas e de práticas corporativas que priorizem a saúde ocupacional, considerando a complexidade das condições de trabalho no mundo contemporâneo. Sendo assim, se torna necessária à reflexão sobre o processo de atenção à saúde ocupacional, com foco na visão do profissional e do trabalhador. A aplicação da educação continuada visa enfatizar os riscos de saúde ocupacional, e reconhecer o conceito de saúde do trabalhador. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.823, de 23 de agosto de 2012. Institui a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, nº 165, Seção I, p. 46-51, 24 de agosto de2012. p. 46-51. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 04 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2014. DIAS, E. C. Contribuições da Atenção Primária em Saúde para a implementação da Política Nacional de Saúde e. GREGÓRIO, D. D. S. Riscos Ocupacionais: Uma revisão da Literatura. ID on line Revista de Psicologia, v. 11, n. 34, p. 401, 2017. LINO, N. T.; FURTADO. 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