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Questões resolvidas

No caso das bagagens, o dispositivo não isenta, por si só, o transportador, dado que a pessoa não é obrigada a fazer a declaração, mas a ela é facultada. Isso serve para facilitar a prova. Como provarei que tinha determinado bem em minha bagagem, para exigir reparação?
(TRF-4ª REGIÃO / TRF-4ª REGIÃO – 2016) Assinale a alternativa INCORRETA.
A. Conferido o mandato com a cláusula "em causa própria", a sua revogação não terá eficácia, e ele não se extinguirá pela morte de qualquer das partes, ficando o mandatário dispensado de prestar contas e podendo transferir para si os bens móveis ou imóveis objeto do mandato, obedecidas as formalidades legais.
B. O contrato de comissão tem por objeto a aquisição ou a venda de bens pelo comissário, em seu próprio nome, à conta do comitente. Nessa espécie contratual, o comissário fica diretamente obrigado para com as pessoas com quem contratar, sem que estas tenham ação contra o comitente, nem este contra elas, salvo se o comissário ceder seus direitos a qualquer das partes.
C. Se uma prestação não for divisível e houver dois ou mais devedores, cada um será obrigado pela dívida toda. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados.
D. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos e honorários de advogado.
E. O transportador responde pelos danos causados às pessoas transportadas e às suas bagagens, salvo motivo de força maior e expressa cláusula de não indenizar.

A respeito de contratos de seguro, considere as seguintes assertivas:
I. Nos seguros de dano, a garantia prometida não pode ultrapassar o valor do interesse segurado no momento da contratação e a indenização não pode ultrapassar o valor do interesse segurado no momento do sinistro.
II. Nos seguros de pessoas, o capital segurado é livremente estipulado pelo proponente, que pode contratar mais de um seguro sobre o mesmo interesse, com o mesmo ou diversos seguradores.
III. Salvo disposição em contrário, não se admite a transferência do contrato de seguro de dano a terceiro com a alienação ou cessão do interesse segurado.
IV. No seguro de vida, só podem figurar como beneficiárias pessoas que estejam sob a dependência econômica do segurado, exceto se se tratar de cônjuge ou companheiro.
V. No seguro de vida ou de acidentes pessoais para o caso de morte, o capital estipulado, para o caso de morte, não está sujeito às dívidas do segurado, nem se considera herança.
Está correto o que se afirma APENAS em (A) III, IV e V.
(B) I, III e IV.
(C) II, III e V.
(D) I, II, e V.
(E) I, III e V.

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Questões resolvidas

No caso das bagagens, o dispositivo não isenta, por si só, o transportador, dado que a pessoa não é obrigada a fazer a declaração, mas a ela é facultada. Isso serve para facilitar a prova. Como provarei que tinha determinado bem em minha bagagem, para exigir reparação?
(TRF-4ª REGIÃO / TRF-4ª REGIÃO – 2016) Assinale a alternativa INCORRETA.
A. Conferido o mandato com a cláusula "em causa própria", a sua revogação não terá eficácia, e ele não se extinguirá pela morte de qualquer das partes, ficando o mandatário dispensado de prestar contas e podendo transferir para si os bens móveis ou imóveis objeto do mandato, obedecidas as formalidades legais.
B. O contrato de comissão tem por objeto a aquisição ou a venda de bens pelo comissário, em seu próprio nome, à conta do comitente. Nessa espécie contratual, o comissário fica diretamente obrigado para com as pessoas com quem contratar, sem que estas tenham ação contra o comitente, nem este contra elas, salvo se o comissário ceder seus direitos a qualquer das partes.
C. Se uma prestação não for divisível e houver dois ou mais devedores, cada um será obrigado pela dívida toda. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados.
D. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos e honorários de advogado.
E. O transportador responde pelos danos causados às pessoas transportadas e às suas bagagens, salvo motivo de força maior e expressa cláusula de não indenizar.

A respeito de contratos de seguro, considere as seguintes assertivas:
I. Nos seguros de dano, a garantia prometida não pode ultrapassar o valor do interesse segurado no momento da contratação e a indenização não pode ultrapassar o valor do interesse segurado no momento do sinistro.
II. Nos seguros de pessoas, o capital segurado é livremente estipulado pelo proponente, que pode contratar mais de um seguro sobre o mesmo interesse, com o mesmo ou diversos seguradores.
III. Salvo disposição em contrário, não se admite a transferência do contrato de seguro de dano a terceiro com a alienação ou cessão do interesse segurado.
IV. No seguro de vida, só podem figurar como beneficiárias pessoas que estejam sob a dependência econômica do segurado, exceto se se tratar de cônjuge ou companheiro.
V. No seguro de vida ou de acidentes pessoais para o caso de morte, o capital estipulado, para o caso de morte, não está sujeito às dívidas do segurado, nem se considera herança.
Está correto o que se afirma APENAS em (A) III, IV e V.
(B) I, III e IV.
(C) II, III e V.
(D) I, II, e V.
(E) I, III e V.

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Aula 14
PGE-AL (Procurador) Direito Civil - 2022
(Pré-Edital)
Autor:
Equipe Materiais Carreiras
Jurídicas
05 de Janeiro de 2023
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Sumário 
Considerações iniciais .................................................................................................................................................................. 3 
II. Espécies contratuais ................................................................................................................................................................ 5 
14. Transporte ................................................................................................................................................ 5 
14.1. Disposições gerais ................................................................................................................................. 5 
14.2. Transporte de pessoas .......................................................................................................................... 6 
14.3. Transporte de coisas ........................................................................................................................... 10 
15. Seguro .................................................................................................................................................... 12 
15.1. Disposições gerais ............................................................................................................................... 13 
A) Obrigações do segurado............................................................................................................................................. 14 
B) Obrigações do segurador ........................................................................................................................................... 17 
C) Classificação da apólice e do contrato ....................................................................................................................... 18 
15.2. Seguro de dano ................................................................................................................................... 21 
15.3. Seguro de pessoas ............................................................................................................................... 23 
16. Constituição de renda ............................................................................................................................ 27 
17. Jogo e aposta ......................................................................................................................................... 28 
18. Fiança ..................................................................................................................................................... 30 
19. Transação ............................................................................................................................................... 38 
20. Compromisso .......................................................................................................................................... 42 
Legislação Pertinente ................................................................................................................................................................ 43 
14. Transporte ................................................................................................................................................................ 43 
15. Seguro ....................................................................................................................................................................... 44 
16. Constituição de renda ............................................................................................................................................... 46 
17. Jogo e aposta ............................................................................................................................................................ 46 
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18. Fiança ........................................................................................................................................................................ 46 
19. Transação .................................................................................................................................................................. 46 
20. Compromisso ............................................................................................................................................................ 46 
Jurisprudência Correlata .......................................................................................................................................................... 46 
14. Transporte ................................................................................................................................................................ 46 
15. Seguro ....................................................................................................................................................................... 48 
16. Constituição de renda ............................................................................................................................................... 54 
17. Jogo e aposta ............................................................................................................................................................ 54 
18. Fiança ........................................................................................................................................................................ 54 
19. Transação .................................................................................................................................................................. 57 
20. Compromisso ............................................................................................................................................................ 57 
Jornadas de Direito Civil ........................................................................................................................................................... 57 
14. Transporte ................................................................................................................................................................ 57 
15. Seguro ....................................................................................................................................................................... 57 
16. Constituição de renda ............................................................................................................................................... 58 
17. Jogo e aposta ............................................................................................................................................................ 58 
18. Fiança ........................................................................................................................................................................ 58 
19. Transação .................................................................................................................................................................. 58 
20. Compromisso ............................................................................................................................................................ 58 
Considerações finais .................................................................................................................................................................. 58 
Questões Comentadas ..............................................................................................................................................................o 
caso de morte, não está sujeito às dívidas do segurado, nem se considera herança. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
A. III, IV e V. 
B. I, III e IV. 
C. II, III e V. 
D. I, II, e V. 
E. I, III e V. 
Comentários 
O item I está correto, de acordo com o art. 778: “Nos seguros de dano, a garantia prometida não 
pode ultrapassar o valor do interesse segurado no momento da conclusão do contrato, sob pena 
do disposto no art. 766, e sem prejuízo da ação penal que no caso couber”. 
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O item II está correto, de acordo com o art. 789: “Nos seguros de pessoas, o capital segurado é 
livremente estipulado pelo proponente, que pode contratar mais de um seguro sobre o mesmo 
interesse, com o mesmo ou diversos seguradores”. 
O item III está incorreto, na forma do art. 785: “Salvo disposição em contrário, admite-se a 
transferência do contrato a terceiro com a alienação ou cessão do interesse segurado”. 
O item IV está incorreto, pois o estabelecimento do beneficiário é livre. Ademais, na forma do art. 
792: “Na falta de indicação da pessoa ou beneficiário, ou se por qualquer motivo não prevalecer a 
que for feita, o capital segurado será pago por metade ao cônjuge não separado judicialmente, e o 
restante aos herdeiros do segurado, obedecida a ordem da vocação hereditária”, ou seja, outros 
herdeiros ainda podem ser beneficiários. 
O item V está correto, de acordo com o art. 794: “No seguro de vida ou de acidentes pessoais para 
o caso de morte, o capital estipulado não está sujeito às dívidas do segurado, nem se considera 
herança para todos os efeitos de direito”. 
A alternativa D está correta, portanto. 
O prêmio do seguro de vida pode ser convencionado por prazo limitado ou por toda a vida do segurado. 
Segundo o parágrafo único do art. 796, no seguro individual, o segurador não tem direito de ação 
para cobrar o prêmio vencido, pois a falta de adimplemento acarreta, conforme se estipular, a 
resolução do contrato, com a restituição da reserva já formada, ou a redução do capital garantido 
proporcionalmente ao prêmio pago. Trata-se de curiosa situação na qual a Lei retira da parte a 
pretensão processual, porque dá a ela outros meios para evitar o prejuízo. 
Lembra-se da regra de que o segurado não podia aumentar os riscos para si mesmo, sob pena de perder 
o benefício, em caso de sinistro? Pois bem, no seguro de pessoas essa regra é um tanto peculiar, pois 
estamos nós expostos a uma gama enorme de riscos, que, de regra, sequer pode ser bem mensurada e, 
às vezes, mesmo que adequadamente levados em conta, não podem esses riscos ser afastados, por uma 
miríade de peculiaridades práticas. 
Nesse espírito, o art. 799 esclarece que o segurador não pode se eximir do pagamento do seguro, 
ainda que da apólice conste a restrição, se a morte ou a incapacidade do segurado provier da 
utilização de meio de transporte mais arriscado, da prestação de serviço militar, da prática de 
esporte, ou de atos de humanidade em auxílio de outrem. 
De maneira igualmente excepcional, nos seguros de pessoas, o segurador não pode se 
sub-rogar nos direitos e ações do segurado, ou do beneficiário, contra o causador do 
sinistro. Assim, numa tentativa de homicídio, não pode o segurador se sub-rogar nos 
direitos e ações que tenho contra aquele que tentou me matar. 
O seguro de pessoas pode ser estipulado por pessoa natural ou jurídica em proveito de 
grupo que a ela se vincule. É o chamado seguro de vida em grupo. O estipulante não 
representa o segurador perante o grupo segurado, e é o único responsável, para com o segurador, pelo 
cumprimento de todas as obrigações contratuais. 
Qualquer modificação da apólice vigente depende da anuência expressa de segurados que representem 
três quartos do grupo (art. 801, §2º). Interpretando a regra, o Enunciado 375 da IV Jornada de Direito 
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Civil prevê que no seguro em grupo de pessoas, exige-se o quorum qualificado de 3/4 do grupo apenas 
quando as modificações impuserem novos ônus aos participantes ou restringirem seus direitos na 
apólice em vigor. 
E, ainda, o art. 802 estabelece que as todas as regras anteriores não valem para a 
garantia do reembolso de despesas hospitalares ou de tratamento médico, nem o 
custeio das despesas de luto e de funeral do segurado. 
Por fim, ressalte-se que o seguro de pessoas tem regulação especial. Por exemplo, a Lei 
9.656/1998, a Lei dos Planos de Saúde – LPS, tem regulação extensa e específica a respeito 
do tema. 
16. CONSTITUIÇÃO DE RENDA 
Esse contrato ocorre quando uma pessoa, chamada de instituidor, censuísta ou censuente, se 
obriga para com outra, chamada de rendeiro, censuário ou censatário, a uma prestação 
periódica, em favor do próprio rendeiro ou de terceiros. O contrato pode ser a título gratuito ou 
oneroso, sendo neste caso com bens móveis ou imóveis, segundo os arts. 803 e 804. 
No primeiro caso, a renda pode, por ato do instituidor, ficar isenta de todas as execuções pendentes e 
futuras, conforme regra do art. 813. Essa isenção de pleno direito em favor dos montepios e pensões 
alimentícias (cláusula de impenhorabilidade). Já no segundo, se oneroso, o credor pode exigir que o 
rendeiro lhe preste garantia real ou pessoal, nos termos do art. 805. 
Esse contrato é solene, pois exige não apenas forma escrita, mas que seja feito por 
escritura pública (art. 807). Parte minoritária da doutrina entende que a forma pública 
seria exigida apenas no caso do art. 108 (imóveis com valor superior a 30 salários mínimos). 
Além disso, trata-se de contrato unilateral, em regra, comutativo, em regra, e real, como exige 
o art. 809. Sua previsão pode se dar tanto por ato inter vivos quanto mortis causa. Como o 
contrato é solene (art. 807), sua instituição mortis causa exige também a solenidade, vale 
dizer, somente via testamento público se pode instituir a constituição de renda. 
O contrato de constituição de renda será feito a prazo certo, ou por vida, podendo ultrapassar a vida 
do devedor, mas não a do credor, seja ele o contratante, seja terceiro, por força do art. 806. No entanto, 
é nula a constituição de renda em favor de pessoa já falecida, ou que, nos 30 dias seguintes, vier a falecer 
de moléstia que já sofria, quando foi celebrado o contrato. 
De acordo com o art. 809, os bens dados em compensação da renda caem, desde a tradição, no domínio 
da pessoa que por aquela se obrigou. Se o rendeiro deixar de cumprir a obrigação estipulada, poderá o 
credor da renda acioná-lo, tanto para que lhe pague as prestações atrasadas como para que lhe dê 
garantias das futuras, sob pena de rescisão do contrato (cláusula resolutiva tácita, em realidade). 
O credor adquire o direito à renda dia a dia, se a prestação não houver de ser paga adiantada, no começo 
de cada um dos períodos prefixos. Prevê o art. 812 que quando a renda for constituída em benefício 
de duas ou mais pessoas, sem determinação da parte de cada uma, entende-se que os seus 
direitos são iguais. 
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Salvo estipulação diversa, não adquirirão os sobrevivos direito à parte dos que morrerem. Assim sendo, 
não se fala em direito de acrescer dos rendeiros, pelo que continuam a receber, os sobrevivos, 
exatamente o mesmo valor, não se ampliando pela morte dos demais. Extingue-se, consequentemente, 
o benefício ao rendimento falecido. 
Por fim, pode-se visualizar no art. 948, inc. II, uma hipótese de constituição de rendajudicial, em favor 
das pessoas a quem o falecido devia alimentos. Trata-se de situação excepcional, na qual não se exige 
consentimento da parte, ou seja, é uma hipótese de contrato obrigatório. 
A constituição de renda é um contrato de outro tempo, pensada para ser um direito real, como o fazia o 
CC/1916, por isso hoje é praticamente inexistente. Ela servia para instituir rendas perpétuas num 
contexto em que pensões estáveis por longos períodos de tempo eram comuns. 
Depois do surgimento de outros institutos jurídicos que realizam funções semelhantes, mas de maneira 
bem mais eficiente, bem como depois do fim das restrições à usura – contornar a proibida usura era 
outro uso dado à defunta “constituição de renda sobre imóveis” –, a constituição de renda é letra morta. 
Talvez seja possível pensá-la apenas no contexto de um sugar daddy e sua sugar baby, mas isso já é um 
tanto filosófico demais. 
17. JOGO E APOSTA 
O CC/2002 trata de ambos os contratos em conjunto. A jurisprudência também. Mas há autores, como 
Maria Helena Diniz, que os distinguem. Segundo ela, o jogo se vincula a um evento incerto, um resultado 
favorável a um dos contratantes. A aposta se liga a também a um evento incerto, mas à opinião 
prevalecente de um dos contratantes relativamente a um fato. 
Os contratos de jogo e aposta são, ambos, bilaterais, onerosos, consensuais, não solenes, e, em 
especial, aleatórios. A aleatoriedade é o elemento principal desses contratos. Por isso, se o resultado 
é certo, ela inexiste, seja no jogo, seja na aposta, o que descaracteriza os contratos. 
Consoante lição de Pontes de Miranda, as dívidas decorrentes de jogo são classificadas 
como obrigações mutiladas, uma vez que possuem todos os elementos e 
características de quaisquer obrigações, exceto a pretensão (“exigibilidade 
processual”), ou seja, não são elas passíveis de ação processual. Trata-se de dívidas nas 
quais há dever (Schuld ou debitum) sem consequente responsabilidade (Haftung ou 
obligatio). 
Essa regra, porém, não se aplica de maneira inconsequente. Lembra da distinção entre os jogos que eu 
fiz na aula de Direito das Obrigações? Os jogos podiam ser classificados como: (i) lícitos; (ii) ilícitos; (iii) 
tolerados. A mutilação da obrigação ocorre nos casos de dívidas oriundas de jogo ilícito (art. 814, 
caput) e tolerado (art. 814, §2º). 
Mas, se civilmente falando, não há distinção entre o jogo ilícito e o tolerado, por que a doutrina 
faz essa diferenciação? Porque relativamente ao jogo, não apenas a legislação civil é relevante, 
mas também a legislação penal. Os jogos tolerados, como o truco, apesar de não atraírem a aplicação 
da lei civil, não atraem também a aplicação da lei penal. Os jogos ilícitos, ao contrário, além de não 
atraírem a aplicação da lei civil, atraem a aplicação da lei penal. 
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Nesse sentido, os arts. 50 a 58 do Decreto-Lei 3.688/1941 – Lei de Contravenções Penais, trazem, entre 
as contravenções relativas à política de costumes, punições variadas para a exploração de jogos, mesmo 
que oriundos do estrangeiro, o que tem especial relevância atualmente, em vista das possibilidades 
ofertadas pelos jogos on line. 
Nessa seara, há grande debate a respeito acerca da licitude, ilicitude ou tolerância de variadas 
modalidades de jogos, em especial jogos que alcançaram mais fama recentemente, como algumas 
modalidades de pôquer, notadamente o Texas Hold´em. No entanto, a questão maior cinge-se ao Direito 
Penal, sendo irrelevante aqui e na sua prova. 
As exceções à “ilegalidade” dos jogos estão presentes §§ 2º e 3º do art. 814, que 
constituem os jogos e apostas legalmente permitidos e os prêmios oferecidos 
ou prometidos para o vencedor em competição de natureza esportiva, 
intelectual ou artística. 
Têm regulação diversa, porém, os chamados contratos diferenciais, que são, nas 
palavras de Orlando Gomes: 
Contratos de vendas pelos quais as partes não se propõem realmente a entregar a 
mercadoria, o título, ou o valor, e a pagar o preço, mas, tão-só, à liquidação pela diferença 
entre o preço estipulado e a cotação do bem vendido no dia do vencimento. 
Se o preço sobe, o comprador ganha, pois o vendedor é obrigado a pagar-lhe a diferença; ao 
contrário, se o preço desce, ganha o vendedor, fazendo jus à diferença (daí o nome “contatos 
diferenciais”.) O CC/2002, em seu art. 816, excluiu-os do regime do contrato de jogo, pela importância 
prática que têm no mercado de valores futuros, inversamente à proibição contida no revogado CC/1916. 
Entretanto, os contratos de jogo e aposta, tolerados ou ilícitos, apesar da mutilação da 
pretensão processual, têm determinados efeitos, como, p.ex., aquela constante no art. 814, 
qual seja o descabimento da ação in rem verso. As exceções estão no próprio 
dispositivo: jogo ou aposta ganhas por dolo, ou se o perdente é menor ou interdito. 
Essa regra vale, inclusive, para qualquer contrato que encubra ou envolva reconhecimento, 
novação ou fiança de dívida de jogo, ou seja, não adianta se tentar “encobrir” negócio 
jurídico que tenha a mesma eficácia daqueles mutilados pela lei. A nulidade resultante não pode ser 
oposta ao terceiro de boa-fé, não obstante. 
A lei, ademais, mutila a pretensão daqueles que emprestam a terceiro para que este jogue, 
conforme a regra do art. 815. 
 
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(CONSULPLAN / TJ-MG – 2016) São efeitos civis do jogo tolerado e proibido, EXCETO: 
A. Inexigível o mútuo contraído no ato de jogar para pagar dívida de jogo. 
B. A invalidade de dívida de jogo não é oponível a terceiro de boa-fé. 
C. A soma entregue a terceiro para ser paga ao ganhador não pode ser exigida. 
D. A inexigibilidade da dívida de jogo não atinge contrato que tenha por objeto encobrir ou 
reconhecer a obrigação. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, conforme o art. 815: “Não se pode exigir reembolso do que se 
emprestou para jogo ou aposta, no ato de apostar ou jogar”. 
A alternativa B está incorreta, segundo a parte final do art. 814, §1º: “Estende-se esta disposição 
a qualquer contrato que encubra ou envolva reconhecimento, novação ou fiança de dívida de jogo; 
mas a nulidade resultante não pode ser oposta ao terceiro de boa-fé”. 
A alternativa C está incorreta, consoante a regra do caput do art. 815, indicado anteriormente. 
A alternativa D está correta, de acordo com a primeira parte do art. 814, §1º, supramencionado. 
18. FIANÇA 
Como visto anteriormente, a fiança é uma obrigação de garantia da modalidade pessoal ou fidejussória. 
Ou seja, terceiro alheio à relação jurídica obrigacional principal responde pelo devedor principal, como 
estabelece o art. 818. 
Erro muito comum é visualizar mentalmente a fiança entre fiador e afiançado. A 
fiança envolve duas pessoas: uma que presta a garantia e outra que recebe o 
benefício. Aí mora a pegadinha, já que você pode pensar que quem recebe o benefício 
é o afiançado, mas não é. Quem se beneficia desse contrato acessório? O credor 
da obrigação principal, porque se houver inadimplemento ele é quem acessará 
o fiador, não o afiançado. 
A própria terminologia contratual reforça esse equívoco: mutuante e mutuário, comodante e 
comodatário, doador e donatário, locador e locatário, e, consequentemente, fiador e afiançado... 
Percebeu, porém, que sempre é um “ante” com um “ário” e na fiança há um “ado” e não um “ário”? 
Isso porque, friso insistentemente, a fiança é um contrato celebrado entre o fiador e credor principal, 
não entre o fiador e o afiançado, ou entre o credor principal e o afiançado. Até porque, pela leitura do 
art. 820, a fiança pode ser prestada mesmosem o conhecimento do afiançado. Ora, como um contrato 
poderia ser celebrado por uma parte que sequer conhece dele? Há evidente compreensão ilógica 
em pressupor que o afiançado é parte num contrato de fiança. 
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Assim, a fiança mostra situação típica de responsabilidade (Haftung ou obligatio) na qual inexiste 
débito, dívida, correspondente (Schuld ou debitum). Devo pagar sem ter devido nada, em resumo. Daí 
se chamar de caução fidejussória, já que respondo pela dívida de outrem. 
Além disso, não há que se confundir a fiança com o aval, instrumento típico de Direito Empresarial. 
A fiança é acessória, ao passo que o aval é autônomo; na fiança o fiador tem benefício de ordem, exceto 
se dele abdicou, enquanto no aval há responsabilidade solidária entre devedor e avalista. 
A fiança é contrato unilateral e acessório, que visa a assegurar o cumprimento de outra 
obrigação, objeto do contrato principal. Por aplicação da regra de que o accessorium 
sequitur principale (o acessório segue a sorte do principal, segundo o princípio da 
gravitação jurídica), o art. 824 torna claro que as obrigações nulas não são suscetíveis 
de fiança, exceto se a nulidade resultar apenas de incapacidade pessoal do devedor. 
O parágrafo único estabelece uma conexão com o art. 588, que você viu anteriormente, 
lembra? Ele estabelece que o mútuo feito a menor, em regra, não pode ser reavido. O art. 589 estabelecia 
as exceções, situações nas quais o mútuo poderia ser recobrado. 
O art. 824, por sua vez, estabelece que se a obrigação for nula, a fiança é nula. Porém, se a 
obrigação for nula por incapacidade pessoal do devedor, a fiança subsiste. É a exceção. 
O parágrafo único do art. 824, então, estabelece a exceção da exceção, voltando à regra geral. Se 
houver um mútuo, que é nulo, porque feito a menor, a fiança será igualmente nula. No entanto, 
se o mútuo se encaixar nos casos do art. 589, a fiança é válida! Ou seja, a exceção da exceção da 
exceção. 
 
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Ela pode ser contratada no mesmo contrato da obrigação principal ou em contrato em separado, mas 
sem perder seu caráter acessório. Por ser acessória, a fiança não pode ser mais onerosa que a 
dívida principal. Se isso ocorrer, a fiança não será nula, apenas será reduzida até o montante da 
obrigação principal, por força do art. 823. Se for ilimitada, a fiança compreende todos os 
acessórios da dívida principal, inclusive as despesas judiciais, desde a citação do fiador. 
Ela constitui um dos poucos casos previstos no CC/2002 de contrato solene. A lei impõe forma escrita 
para a validade da fiança, por previsão expressa do art. 819. Via de regra, é um 
contrato gratuito, mas o fiador pode receber remuneração em troca da garantia, 
como ocorre na fiança bancária, na qual o banco garante a obrigação em troca de um 
percentual sobre o montante garantido. 
Por ser um contrato gratuito, a fiança jamais admite interpretação extensiva. 
Seguindo esse rigor, o STJ (REsp 1.482.565) já entendeu se o fiador se limitou a valor 
determinado (fiança limitada), não pode ele ser condenado a arcar com valor maior, ainda que oriundo 
de custas processuais ou honorários advocatícios sucumbenciais. 
Como se trata de reforço à garantia do credor, pode-se, a teor do art. 820, estipular a fiança ainda que 
sem consentimento do devedor ou contra a sua vontade. Igualmente, as dívidas futuras podem ser 
objeto de fiança, mas nesse caso o fiador será demandado apenas após a liquidação da obrigação, 
segundo o art. 821. 
Obrigação Nula
• Fiança 
NULA
Nulidade: 
incapacidade 
pessoal do 
devedor
• Fiança 
VÁLIDA
Incapacidade é 
relativa a mútuo 
feito a menor 
de idade
• Fiança 
NULA
O mútuo foi 
feito num dos 
casos do art. 
589
• Fiança 
VÁLIDA
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Ainda no intuito de proteger o credor, o art. 825 lhe permite aceitá-lo a seu critério. Por isso, ele não 
pode ser obrigado a aceitá-lo se não for pessoa idônea, domiciliada no município onde tenha de prestar 
a fiança, e não possua bens suficientes para cumprir a obrigação. Igualmente, no caso de o fiador se 
tornar insolvente ou incapaz, poderá o credor exigir que seja substituído, a teor do art. 826. 
Existem três relações distintas no contrato de fiança: uma entre o credor e o devedor 
afiançado, outra entre fiador e credor e outra entre fiador e devedor afiançado. O 
credor tem o direito de exigir do fiador o pagamento da dívida garantida, mas há 
limitações: 
 
Para se valer desse benefício, o fiador deverá indicar bens do devedor, localizados no mesmo 
município e que estejam livres e desembaraçados, que sejam suficientes para pagar a dívida, nos 
termos do art. 827 e seu parágrafo único. O fiador não tem direito ao benefício de ordem se, segundo o 
art. 828, incisos (solidariedade entre o afiançado e o fiador): 
I - se ele o renunciou expressamente; 
II - se se obrigou como principal pagador, ou devedor solidário; 
III - se o devedor for insolvente, ou falido. 
Conforme o Enunciado 364 da IV Jornada de Direito Civil, no contrato de fiança é nula a cláusula de 
renúncia antecipada ao benefício de ordem quando inserida em contrato de adesão. No entanto, a 
jurisprudência do STJ não parece aplicar esse dispositivo, admitindo cotidianamente a renúncia em 
contratos celebrados junto a imobiliárias (evidentemente, por adesão). 
 
(FCC / PGE-MA – 2016) Fábio locou imóvel residencial para Cláudio. Luiz afiançou o 
contrato, embora contra a vontade de Cláudio e em valor inferior ao da obrigação principal, 
renunciado ao benefício de ordem. Tal contrato é 
A. inválido, pois, embora a fiança possa ser estipulada contra a vontade do devedor, e em valor 
inferior ao da obrigação principal, é nula a renúncia ao benefício de ordem, tendo em vista que a 
fiança não pode receber interpretação extensiva. 
• Em outras palavras, o fiador pode exigir que, até a contestação da lide, seja
primeiramente executado o devedor.
A) Benefício de ordem / de excussão
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B. válido, pois a fiança pode ser estipulada mesmo contra a vontade do devedor e em valor inferior 
ao da obrigação principal, e havendo renunciado ao benefício de ordem, Luiz terá́ direito de exigir 
sejam excutidos, antes dos seus, os bens do devedor. 
C. inválido, pois a fiança, assim como qualquer contrato, não pode ser estipulada contra a vontade 
de uma das partes. 
D. inválido, pois, embora a fiança possa ser estipulada contra a vontade do devedor, deve 
necessariamente compreender o valor integral da obrigação principal. 
E. válido, pois a fiança pode ser estipulada mesmo contra a vontade do devedor e em valor inferior 
ao da obrigação principal, mas havendo renunciado ao benefício de ordem, Luiz não terá́ direito 
de exigir sejam excutidos, antes dos seus, os bens do devedor. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, de acordo com o art. 828, inc. I: “Não aproveita este benefício ao 
fiador se ele o renunciou expressamente”. 
A alternativa B está incorreta, dado que a regra do art. 827 (“O fiador demandado pelo pagamento 
da dívida tem direito a exigir, até a contestação da lide, que sejam primeiro executados os bens do 
devedor”), só poderia ser levantada caso o benefício não tivesse sido renunciado pelodevedor. 
A alternativa C está incorreta, conforme estabelece o art. 820: “Pode-se estipular a fiança, ainda 
que sem consentimento do devedor ou contra a sua vontade”. 
A alternativa D está incorreta, na forma do art. 823: “A fiança pode ser de valor inferior ao da 
obrigação principal e contraída em condições menos onerosas, e, quando exceder o valor da 
dívida, ou for mais onerosa que ela, não valerá senão até ao limite da obrigação afiançada”. 
A alternativa E está correta, pela conjunção dos arts. 823, 827 e 828, inc. I, supramencionados. 
Conforme o art. 839, se for invocado o benefício da excussão e o devedor, retardando-se a 
execução, cair em insolvência, fica exonerado o fiador que o invocou, se provar que os bens por 
ele indicados eram, ao tempo da penhora, suficientes para a solução da dívida afiançada. 
 
Havendo mais de um fiador, a presunção legal é a de que são solidariamente 
responsáveis pela dívida (solidariedade entre fiadores). Presente, portanto, no art. 
829, mais uma situação legal de solidariedade. 
A lei permite, porém, que cada fiador reserve apenas uma parte da dívida como de 
sua responsabilidade, por aplicação do art. 830. Essa divisão pode ser em percentuais 
• Em outras palavras, o fiador pode exigir que no caso de pluralidade de fiadores, seja
obrigado a arcar com apenas sua cota-parte da dívida
A) Benefício de divisão
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ou valores iguais a todos (divisão pro rata) ou em valores ou percentuais desiguais. Em regra, a 
presunção é de divisão pro rata. 
A relação entre o fiador e o devedor só passará a existir se o fiador é obrigado a efetuar o pagamento da 
dívida, passando, assim, a ter o direito de exigir do devedor o reembolso do valor por ele, acrescido de 
juros, perdas e danos que pagar ao credor e perdas e danos que vier a sofrer em razão da fiança 
(aplicando-se o disposto nos arts. 832 e 833). Curiosamente, os juros cobrados pelo fiador do afiançado 
serão os juros convencionados na obrigação principal; apenas se não houver estipulação é que serão 
cobrados juros de mora nos limites da lei. 
Então, o fiador que pagar integralmente a dívida fica sub-rogado nos direitos do credor. Como 
ocorria nas obrigações solidárias passivas, ele só poderá demandar a cada um dos outros 
fiadores pela respectiva quota, segundo o art. 831. Novamente, seguindo a mesma lógica das 
obrigações solidárias, a parte do fiador insolvente distribuir-se-á pelos outros, pela regra do parágrafo 
único. 
O art. 834 ainda estabelece uma garantia ao fiador, pois quando o credor, sem justa 
causa, demorar a execução iniciada contra o devedor, poderá o fiador promover-lhe 
o andamento, protegendo, assim, seu patrimônio. Se o fiador pagar a dívida, sub-rogando-
se nela, o art. 778, §1º, inc. IV do CPC/2015 permite que ele prossiga na execução, caso o 
devedor principal já esteja na lide, ou a inicie contra este, caso o devedor principal não 
tenha sido chamado a responder. 
Se a fiança for feita sem prazo determinado, o fiador pode exonerar-se dela a qualquer tempo, 
desde que notifique o credor, ficando responsável pelos 60 dias seguintes à notificação, como 
exige o art. 835. 
Atenção para não confundir com a fiança locatícia imobiliária urbana, que tem regras 
peculiares!!! Segundo o art. 12, §2º da Lei 8.245/1991, o fiador fica responsável pelos 120 dias 
seguintes à notificação no caso de sub-rogação da locação por morte, separação de fato, separação 
judicial, divórcio ou dissolução da união estável do locatário, bem como nos casos de prorrogação da 
locação por prazo indeterminado, segundo o art. 40, inc. X da mesma lei. 
 
(VUNESP / TJ-SP – 2017) Assinale a alternativa correta. 
A. A fiança por dívida futura não admite exoneração do fiador, exceto se a obrigação ainda não 
exigível for cumprida antecipadamente. 
B. A manifestação de vontade do devedor é requisito essencial à validade da fiança. 
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C. O fiador pode se exonerar do cumprimento da garantia estabelecida sem limitação de tempo, 
desde que promova a notificação do credor. 
D. A ausência de renúncia ao benefício de ordem impede a excussão de bens do fiador, caso o 
devedor recaia em insolvência. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, já que é possível a extinção da fiança nos casos dos arts. 838 e 839 
do CC/2002. Igualmente, possível a exoneração da fiança antes de constituída a dívida afiançada, 
como leciona Pontes de Miranda. Por fim, possível extrair essa possibilidade deste julgado do STJ, 
já que a exoneração nada mais é do que denúncia, ou, tecnicamente falando, resilição unilateral 
imotivada: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL. FIANÇA. DÍVIDAS 
FUTURAS. PREVISÃO CONTRATUAL DA ANUÊNCIA DOS FIADORES À GARANTIA DE DÍVIDAS 
ATUAIS OU POR VENTURA FUTURAMENTE NOVADAS. POSSIBILIDADE. EXERCÍCIO REGULAR DA 
VONTADE NEGOCIAL. ETERNIZAÇÃO DA FIANÇA. INOCORRÊNCIA. AUSÊNCIA DE RENÚNCIA À 
POSSIBILIDADE DE DENÚNCIA. PRECEDENTE. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO (AgRg no 
REsp 1491341/SP, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 
10/02/2015, DJe 19/02/2015)”. 
A alternativa B está incorreta, conforme o art. 820: “Pode-se estipular a fiança, ainda que sem 
consentimento do devedor ou contra a sua vontade”. 
A alternativa C está correta, na literalidade do art. 835: “O fiador poderá exonerar-se da fiança 
que tiver assinado sem limitação de tempo, sempre que lhe convier, ficando obrigado por todos os 
efeitos da fiança, durante sessenta dias após a notificação do credor”. 
A alternativa D está incorreta, de acordo com o art. 828, inc. III: “Não aproveita este benefício [de 
ordem] ao fiador se o devedor for insolvente, ou falido”. 
 
O fiador ainda fica responsável quando se exonera? Por quanto tempo? 
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Cuidado porque o STJ exige que a notificação do credor principal seja pessoal (REsp 1.428.271). Assim, 
não basta ao fiador provar a notificação para se exonerar da fiança, mas também que o credor a recebeu, 
pessoalmente, para que a resilição unilateral seja eficaz. 
Apesar de ser intuitu personae, a obrigação do fiador transmite-se aos 
herdeiros, nos limites das forças da herança e no tempo limite até a morte do 
fiador, da dicção do art. 836 (veja que a fiança é intransmissível, mas sua 
obrigações se transmitem). Porém, extingue-se a fiança relativamente ao 
fiador, mesmo que tenha sido ela prestada solidariamente, conforme o art. 
838: 
I - se, sem consentimento seu, o credor conceder moratória ao devedor; 
II - se, por fato do credor, for impossível a sub-rogação nos seus direitos e preferências; 
III - se o credor, em pagamento da dívida, aceitar amigavelmente do devedor objeto diverso 
do que este era obrigado a lhe dar, ainda que depois venha a perdê-lo por evicção. 
Na dicção do Enunciado 547 da VI Jornada de Direito Civil, na hipótese de alteração da obrigação 
principal sem o consentimento do fiador, a exoneração deste é automática. Assim, não se aplica o 
disposto no art. 835 quanto à necessidade de permanecer obrigado pelo prazo de 60 dias após a 
notificação ao credor, ou de 120 dias no caso de fiança locatícia. 
Igualmente, possível a exoneração da fiança antes de constituída a dívida afiançada, como leciona 
Pontes de Miranda. Por fim, possível extrair essa possibilidade deste julgado do STJ, já que a exoneração 
• Locação comum: em caso de fiança por prazo indeterminado. Nesse caso, o fiadorpode
exonerar-se a qualquer tempo, desde que notifique o credor;
• Art. 835 do CC/2002.
60 dias
• Locação imobiliária (comercial ou residencial): em caso sub-rogação por morte,
separação, divórcio ou dissolução de união estável do locatário, independentemente de
a fiança se dar em contrato por prazo determinado ou não. Nesse caso, o fiador pode
exonerar-se contados 30 dias da notificação pelo locador;
• Art. 12, §2º da Lei 8.245/1991.
• Locação imobiliária (comercial ou residencial): em caso de prorrogação da locação,
tornando-se por prazo indeterminado. Nesse caso, o fiador deve notificar o locador de
sua intenção de desoneração;
• Art. 40, inc. X da Lei 8.245/1991.
120 dias
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nada mais é do que denúncia, ou, tecnicamente falando, resilição unilateral imotivada (AgRg no REsp 
1.491.341). 
Segundo o art. 837, o fiador pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais 
e as extintivas da obrigação que competem ao devedor principal, se não provierem 
simplesmente de incapacidade pessoal, salvo o caso do mútuo feito a pessoa menor, 
como visto. Isso é altamente relevante porque o art. 306 estabelece que o pagamento 
feito pelo fiador, com desconhecimento ou oposição do afiançado, não obriga a 
reembolsar aquele que pagou, se o afiançado tinha meios para ilidir a ação. 
Por fim, em qualquer caso, pode o fiador se valer da ação de exoneração de fiança, regida pelo 
procedimento comum do CPC/2015. No caso, pode alegar quaisquer das causas supracitadas para 
desobrigar-se da garantia fidejussória. 
19. TRANSAÇÃO 
A transação é o acordo por meio do qual pessoas mutuamente obrigadas podem prevenir ou 
terminar litígios por meio de concessões mútuas, segundo o art. 840. Os contratantes são chamados 
de transatores ou transigentes, o que evidencia a necessidade de concessões, e não o mero “acordo”, 
como habitualmente se pode pensar. 
 
 
(CESPE / PGE-SE – 2017) Uma lei estadual indicou autoridade competente para estabelecer 
condições que possibilitassem ao contribuinte e à fazenda pública estadual negociar o 
encerramento de litígios judiciais e administrativos acerca de determinada questão 
tributária. A referida norma estabeleceu que as partes deveriam fazer determinadas 
concessões mútuas com o objetivo de alcançar a extinção do crédito tributário. 
A negociação objeto da situação hipotética apresentada é um exemplo de 
A. compensação. 
B. anistia. 
C. moratória. 
D. remissão. 
E. transação. 
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Comentários 
A alternativa A está incorreta, conforme o art. 368: “Se duas pessoas forem ao mesmo tempo 
credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem”. 
A alternativa B está incorreta, sendo a anistia semelhante, em termos civis, à remissão. 
A alternativa C está incorreta, já que a moratória é mera dilação de prazo, chamados, pelo art. 
372, de “prazos de favor”. 
A alternativa D está incorreta, pois remissão é, na previsão do art. 385 (“A remissão da dívida, 
aceita pelo devedor, extingue a obrigação, mas sem prejuízo de terceiro”), perdão. 
A alternativa E está correta, como se extrai do art. 840: “É lícito aos interessados prevenirem ou 
terminarem o litígio mediante concessões mútuas”. 
A transação, porém, é limitada em relação ao objeto, não se podendo fazê-la senão quanto a direitos 
patrimoniais de caráter privado (art. 841). Por isso, o Poder Público fica bastante restrito quanto à 
possibilidade de transação. Igualmente, não é possível transacionar a respeito de direitos de 
personalidade, ou sobre direitos pessoais de família, como parentesco e filiação, mas possível sobre os 
patrimoniais, como alimentos e divisão de bens entre os futuros ex-cônjuges. 
Para tornar a transação mais efetiva, pode-se nela estabelecer pena convencional, 
cujo limite é o limite geral aplicável à pena convencional (art. 847). De qualquer forma, 
se qualquer das cláusulas da transação for nula, a própria transação será nula, 
segundo estabelece o art. 848. 
O STJ (REsp 1.551.488) entende que a transação é um todo unitário e indivisível, razão 
pela qual a nulidade de uma cláusula contamina as demais. Isso porque se apenas uma parte transige, 
transação não há, mas renúncia a direito. O nomen juris até pode ser transação, mas de transação não se 
trata. 
Por isso, declara-se a nulidade da transação toda, sendo ela verdadeiramente uma transação. 
Inversamente, não se fala em nulidade do negócio todo (a “transação”), em se reconhecendo a nulidade 
apenas da renúncia em si. 
Porém, se a transação versar diversos direitos, independentes entre si, o fato de não prevalecer 
em relação a um não prejudicará os demais. Assim, se for declarada a nulidade da transação sobre 
determinado direito, a transação sobre os demais subsiste, em homenagem ao princípio da conservação 
contratual, inversamente à regra do caput do art. 848, que afasta tal princípio textualmente. 
Mas, quando uma transação será nula? Segundo os arts. 849 e 850, a transação só se anula quando 
houver: 
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Porém, veja que o parágrafo único excepciona essa regra, estabelecendo que a transação não se anula 
por erro de direito a respeito das questões que foram objeto de controvérsia entre as partes. 
Ademais, evidentemente que aplicáveis as hipóteses de nulidade e anulabilidade previstas na 
Parte Geral do CC/2002. Por isso, a transação é nula em caso de simulação e anulável em caso de 
lesão, estado de perigo e fraude contra credores. Consequentemente, o rol dos arts. 849 e 850 é 
meramente exemplificativo (numerus apertus), não se falando em restringir a anulação e a nulidade da 
transação aos casos previstos nos referidos artigos. 
A transação é um contrato bilateral, comutativo, oneroso, consensual e não solene. A forma 
da transação é, em regra, livre. Exige-se, porém, forma pública quando a lei o determina 
(como no caso de bens imóveis) ou quando recair sobre direitos contestados em juízo 
(transação judicial ou extintiva). Nesse último caso, dispensa-se a escritura pública, 
fazendo-se a transação por instrumento particular, desde que as partes assinem o acordo e 
ele seja homologado pelo juiz, na forma do art. 842. 
Não se exige homologação judicial da transação realizada extrajudicialmente (transação 
extrajudicial ou preventiva), por instrumento público ou particular, por se tratar de contrato não 
solene. Se forem transacionados direitos contestados judicialmente, a forma pública é exigida, mas a 
homologação judicial continua desnecessária. Permitida, mas não exigida, já que a homologação apenas 
empresta valor processual à transação, como esclarece Venosa, dotando a transação extrajudicial de 
caráter executório. 
Ressalte-se que, de acordo com o Enunciado 442 da V Jornada de Direito Civil, a transação, sem a 
participação do advogado credor dos honorários, é ineficaz quanto aos honorários de sucumbência 
definidos no julgado. Além disso, a transação realizada na justiça especializada, como a do trabalho, na 
qual se renuncia ao direito de manejar lide na justiça comum, deve especificar em detalhe a verba 
acordada; inversamente, não se pode restringir o recurso à justiça comum (REsp 565.257). 
Tal qual a quitação, a transação se interpreta restritivamente, e por ela não se transmitem, apenas 
se declaram ou reconhecem direitos (art. 843). Por isso, a transação não aproveita, nem prejudica 
senão aos que nela intervierem, ainda que digarespeito a coisa indivisível, por aplicação da regra do 
art. 844. Esse dispositivo legal ainda apresenta uma série de consequências à transação, nos parágrafos: 
1. Dolo 2. Coação
3. Erro essencial 
quanto à pessoa ou 
coisa controversa
4. Litígio transitado em julgado, 
sem a ciência de algum dos 
transatores
5. Ciência posterior de que 
nenhuma das partes tinha direito 
sobre o objeto da transação
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(MPE-RS / MPE-RS – 2017) Assinale a alternativa INCORRETA quanto aos Contratos. 
A. A boa-fé objetiva deve estar presente tanto na conclusão como na execução do contrato, ou seja, 
em todas as fases do negócio jurídico. Na fase negocial, a proposta vincula o proponente, deixando 
de ser obrigatória, se, feita sem prazo à pessoa presente, não for imediatamente aceita. 
B. O contrato de compra e venda será anulável no caso de a venda recair sobre bem de família 
instituído de forma convencional ou voluntária. 
C. Os contratos de transação e doação somente admitem interpretação restritiva. 
D. Para a configuração de sua legitimação, os curadores não poderão dar em comodato bens 
confiados à sua guarda, sem antes obterem autorização judicial, com a prévia oitiva do Ministério 
Público. 
E. Os fiadores exoneram-se da garantia prestada no contrato de locação, bem como da 
solidariedade em relação ao locatário, se não houve anuência em relação ao pacto moratório. 
Comentários 
A alternativa A está correta, conjugando-se o art. 422 (“Os contratantes são obrigados a guardar, 
assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé”) com 
o art. 427 (“A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos 
dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso) e o art. 428, inc. I (“Deixa de ser 
obrigatória a proposta se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. 
Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação 
semelhante”). 
A alternativa B está incorreta, já que, no caso, há ilicitude do objeto, que torna o negócio jurídico 
nulo, como se extrai do art. 166, inc. II: “É nulo o negócio jurídico quando for ilícito, impossível ou 
indeterminável o seu objeto”. 
A alternativa C está correta, já que se inclui a doação na noção abarcada pelo art. 114: “Os 
negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente”. Quanto à transação, 
1. Se for concluída entre o 
credor e o devedor, 
desobrigará o fiador
2. Se entre um dos 
credores solidários e o 
devedor, extingue a 
obrigação deste para com 
os outros credores
3. Se entre um dos 
devedores solidários e seu 
credor, extingue a dívida 
em relação aos 
codevedores
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explícito o art. 843: “A transação interpreta-se restritivamente, e por ela não se transmitem, 
apenas se declaram ou reconhecem direitos”. 
A alternativa D está correta, segundo o art. 580: “Os tutores, curadores e em geral todos os 
administradores de bens alheios não poderão dar em comodato, sem autorização especial, os bens 
confiados à sua guarda”. 
A alternativa E está correta, de acordo com o art. 838, inc. I: “O fiador, ainda que solidário, ficará 
desobrigado se, sem consentimento seu, o credor conceder moratória ao devedor”. 
Se a transação envolver bens objeto de litígio, há de atentar para um detalhe. Se uma das 
partes renunciar à coisa objeto da transação ou se pela transação receber uma 
coisa, e ocorrer a evicção em relação a ela, a obrigação que deu origem à transação 
não revive. 
Atente porque essa regra é diversa da geral, contida no art. 359, pela qual no caso de 
evicção ocorrida na dação em pagamento, restabelece-se a obrigação primitiva, ficando 
sem efeito a quitação dada. No entanto, ao evicto cabe o direito de reclamar perdas e danos, para que 
não haja enriquecimento sem causa da contraparte, conforme a lição do art. 845. 
Há, por fim, uma regra que exige sua atenção sobre a transação. De regra, a transação concernente a 
obrigações resultantes de delito não extingue a ação penal pública, conforme estabelece o art. 
846. 
No entanto, essa regra não se aplica no caso da transação penal firmada nos casos 
de crimes de menor potencial ofensivo, firmada no Juizado Especial Criminal, com 
a participação do MP e chancela judicial. Do contrário, o próprio instituto da transação 
penal seria esvaziado completamente. 
Veja que o art. 2º da Lei 9.099/1995 (“O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, 
simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, buscando, sempre que possível, a 
conciliação ou a transação”) não restringe a transação à seara cível. Ademais, o parágrafo único do art. 
60 claramente menciona que na reunião de processos perante o juízo comum, deve ser observado o 
instituto da transação penal e da composição dos danos civis. 
20. COMPROMISSO 
O último contrato regido textualmente pelo CC/2002 é o compromisso. Somente se admite 
compromisso, judicial (endoprocessual) ou extrajudicial (extraprocessual), para resolver 
litígios entre pessoas que podem contratar, exige o art. 851. Pode-se inserir em contrato cláusula 
compromissória, para resolver divergências mediante juízo arbitral, como permite o art. 853. 
Nesse caso, a arbitragem segue as normas da legislação especial, que, atualmente, é a Lei 9.307/1996, a 
Lei da Arbitragem, com extensas modificações feitas pelo CPC/2015 e pela Lei 13.129/2015. Por 
intermédio do contrato de compromisso, pode-se eleger a jurisdição arbitral, portanto. 
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No entanto, inaplicável a cláusula compromissória em desfavor do consumidor, se for compulsória, por 
violar o art. 51, inc. VII do CDC. Nada impede, porém, que o consumidor concorde com ela, desde que 
não lhe traga prejuízo. O STJ, inclusive, segue nesse sentido (REsp 1.189.050). 
A Corte (REsp 1.602.076) ainda permite a cláusula compromissória em contrato de adesão, desde que 
a iniciativa seja do aderente, por escrito, estando prevista a possibilidade no contrato. Não confunda o 
contrato de adesão (no qual não há discussão prévia) com o contrato de consumo (no qual se visualiza 
o consumidor). O STJ permite que o consumidor suscite a cláusula compromissória, mas não o 
fornecedor; permite a ambas as partes, em se tratando de contrato de adesão, que não o regido pelo 
CDC. 
Em que pese a aparente liberdade trazida pelo art. 851, o art. 852 deixa claro que nem todo 
litígio pode ser resolvido por compromisso, mesmo se realizado por pessoas com plena 
capacidade e legitimidade contratual. Não se permite compromisso para solução de 
questões de estado, de direito pessoal de família e de outras que não tenham caráter 
estritamente patrimonial, e disponíveis. 
Veja que não se confunde arbitragem com mediação. E a percepção mais pedestre dos termos facilita 
a memória. O árbitro usa um apito e decide a controvérsia ele mesmo. O mediador não apita, ele 
conversa, sendo que as próprias pessoas compõem o litígio (art. 165, §2º, do CPC). Por isso a arbitragem 
só versa sobre direitos patrimoniais disponíveis, ao passo que a mediação pode versar sobre direitos 
personalíssimos, por exemplo. 
Relente, portanto, a Lei 13.140/2015, que dispõe sobre a mediação entre particulares como meio de 
solução de controvérsias e sobre a autocomposição de conflitos no âmbito da Administração Pública. 
Por fim, a Lei 13.655/2018 adicionou variados dispositivosna LINDB. Dentre eles, o art. 26, que passou 
a regular o compromisso no âmbito dos contratos administrativos, repetindo a normatização 
trazida pela Lei 13.140/2015, em certa medida, e a ampliando. 
De acordo com essa norma, a autoridade administrativa pode, após oitiva do órgão jurídico e, quando 
for o caso, após realização de consulta pública, e presentes razões de relevante interesse geral, celebrar 
compromisso com os interessados, observada a legislação aplicável. Esse compromisso “público” serve 
para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa na aplicação do direito público, 
inclusive no caso de expedição de licença, mas só produz efeitos a partir de sua publicação oficial. 
LEGISLAÇÃO PERTINENTE 
14. Transporte 
A Lei 7.565/1986, o Código Brasileiro de Aeronáutica – CBA, traz normas sobre os contratos de 
transporte aéreo. Eu trago as normas gerais sobre esses contratos, sendo que nos artigos subsequentes 
o CBA traz regras para o contrato de transporte aéreo de passageiros e de cargas: 
Art. 222. Pelo contrato de transporte aéreo, obriga-se o empresário a transportar passageiro, 
bagagem, carga, encomenda ou mala postal, por meio de aeronave, mediante pagamento. 
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Parágrafo único. O empresário, como transportador, pode ser pessoa física ou jurídica, 
proprietário ou explorador da aeronave. 
Art. 223. Considera-se que existe um só contrato de transporte, quando ajustado num único 
ato jurídico, por meio de um ou mais bilhetes de passagem, ainda que executado, 
sucessivamente, por mais de um transportador. 
Art. 224. Em caso de transporte combinado, aplica-se às aeronaves o disposto neste Código. 
Art. 225. Considera-se transportador de fato o que realiza todo o transporte ou parte dele, 
presumidamente autorizado pelo transportador contratual e sem se confundir com ele ou 
com o transportador sucessivo. 
Art. 226. A falta, irregularidade ou perda do bilhete de passagem, nota de bagagem ou 
conhecimento de carga não prejudica a existência e eficácia do respectivo contrato. 
15. Seguro 
A Lei 6.194/1974 dispõe sobre seguro obrigatório de danos pessoais causados por veículos 
automotores de via terrestre. Trata-se do popular DPVAT, que traz as faixas de indenização 
específicas (sistema de tarifação de indenização, pouco comum no Brasil, que geralmente adota o 
sistema aberto de indenização): 
Art. 3º Os danos pessoais cobertos pelo seguro estabelecido no art. 2º desta Lei 
compreendem as indenizações por morte, por invalidez permanente, total ou parcial, e por 
despesas de assistência médica e suplementares, nos valores e conforme as regras que se 
seguem, por pessoa vitimada: 
I - R$ 13.500,00 (treze mil e quinhentos reais) - no caso de morte; 
II - até R$ 13.500,00 (treze mil e quinhentos reais) - no caso de invalidez permanente; e 
III - até R$ 2.700,00 (dois mil e setecentos reais) - como reembolso à vítima - no caso de 
despesas de assistência médica e suplementares devidamente comprovadas. 
§1º No caso da cobertura de que trata o inciso II do caput deste artigo, deverão ser 
enquadradas na tabela anexa a esta Lei as lesões diretamente decorrentes de acidente e que 
não sejam suscetíveis de amenização proporcionada por qualquer medida terapêutica, 
classificando-se a invalidez permanente como total ou parcial, subdividindo-se a invalidez 
permanente parcial em completa e incompleta, conforme a extensão das perdas anatômicas 
ou funcionais, observado o disposto abaixo: 
I - quando se tratar de invalidez permanente parcial completa, a perda anatômica ou 
funcional será diretamente enquadrada em um dos segmentos orgânicos ou corporais 
previstos na tabela anexa, correspondendo a indenização ao valor resultante da aplicação do 
percentual ali estabelecido ao valor máximo da cobertura; e 
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II - quando se tratar de invalidez permanente parcial incompleta, será efetuado o 
enquadramento da perda anatômica ou funcional na forma prevista no inciso I deste 
parágrafo, procedendo-se, em seguida, à redução proporcional da indenização que 
corresponderá a 75% (setenta e cinco por cento) para as perdas de repercussão intensa, 
50% (cinquenta por cento) para as de média repercussão, 25% (vinte e cinco por cento) para 
as de leve repercussão, adotando-se ainda o percentual de 10% (dez por cento), nos casos 
de sequelas residuais. 
§2º Assegura-se à vítima o reembolso, no valor de até R$ 2.700,00 (dois mil e setecentos 
reais), previsto no inciso III do caput deste artigo, de despesas médico-hospitalares, desde 
que devidamente comprovadas, efetuadas pela rede credenciada junto ao Sistema Único de 
Saúde, quando em caráter privado, vedada a cessão de direitos. 
§3º As despesas de que trata o §2º deste artigo em nenhuma hipótese poderão ser 
reembolsadas quando o atendimento for realizado pelo SUS, sob pena de descredenciamento 
do estabelecimento de saúde do SUS, sem prejuízo das demais penalidades previstas em lei. 
O Decreto-Lei 73/1966 dispõe sobre o Sistema Nacional de Seguros Privados e regula as operações de 
seguros e resseguros. Uma de suas disposições mais relevantes é a que trata dos seguros obrigatórios 
no país. Apesar de o DPVAT ser amplamente conhecido, há inúmeros seguros obrigatórios no 
Brasil, mas a maioria se liga às pessoas jurídicas, daí não serem conhecidos, em regra: 
Art. 20. Sem prejuízo do disposto em leis especiais, são obrigatórios os seguros de: 
a) danos pessoais a passageiros de aeronaves comerciais; 
b) responsabilidade civil do proprietário de aeronaves e do transportador aéreo; 
c) responsabilidade civil do construtor de imóveis em zonas urbanas por danos a pessoas ou 
coisas; 
d) bens dados em garantia de empréstimos ou financiamentos de instituições financeiras 
pública; 
e) garantia do cumprimento das obrigações do incorporador e construtor de imóveis; 
f) garantia do pagamento a cargo de mutuário da construção civil, inclusive obrigação 
imobiliária; 
g) edifícios divididos em unidades autônomas; 
h) incêndio e transporte de bens pertencentes a pessoas jurídicas, situados no País ou nele 
transportados; 
j) crédito à exportação, quando julgado conveniente pelo CNSP, ouvido o Conselho Nacional 
do Comércio Exterior (CONCEX); 
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l) danos pessoais causados por veículos automotores de vias terrestres e por embarcações, 
ou por sua carga, a pessoas transportadas ou não; 
m) responsabilidade civil dos transportadores terrestres, marítimos, fluviais e lacustres, por 
danos à carga transportada. 
Parágrafo único. Não se aplica à União a obrigatoriedade estatuída na alínea "h" deste artigo. 
Art. 21. Nos casos de seguros legalmente obrigatórios, o estipulante equipara-se ao segurado 
para os eleitos de contratação e manutenção do seguro. 
§1º Para os efeitos deste decreto-lei, estipulante é a pessoa que contrata seguro por conta de 
terceiros, podendo acumular a condição de beneficiário. 
§2º Nos seguros facultativos o estipulante é mandatário dos segurados. 
§3º O CNSP estabelecerá os direitos e obrigações do estipulante, quando for o caso, na 
regulamentação de cada ramo ou modalidade de seguro. 
§4º O não recolhimento dos prêmios recebidos de segurados, nos prazos devidos, sujeita o 
estipulante à multa, imposta pela SUSEP, de importância igual ao dobro do valor dos prêmios 
por ele retidos, sem prejuízo da ação penal que couber. 
16. Constituição de renda 
17. Jogo eaposta 
18. Fiança 
19. Transação 
20. Compromisso 
JURISPRUDÊNCIA CORRELATA 
14. Transporte 
O Brasil, por ser signatário da Convenção de Varsóvia (promulgada pelo Decreto 20.704/1931) e da 
Convenção de Montreal (promulgada pelo Decreto 5.910/2006), também se submete às regras dessas 
Convenções. 
Por isso, julgando caso no qual se aplicou o Código de Defesa do Consumidor, estabelecendo indenização 
superior ao limite previsto no art. 22 da Convenção de Varsóvia, com as modificações efetuadas pelos 
acordos internacionais posteriores, o STF reconheceu a tarifação prevista na norma internacional. 
Assim, foi reformada a decisão, para reduzir o valor da condenação por danos materiais, limitando-o ao 
patamar estabelecido na legislação internacional. 
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Fixou-se a tese de que as normas e os tratados internacionais limitadores da responsabilidade das 
transportadoras aéreas de passageiros, especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, 
têm prevalência em relação ao Código de Defesa do Consumidor: 
Recurso extraordinário com repercussão geral. Extravio de bagagem. Dano material. 
Limitação. Antinomia. Convenção de Varsóvia. Código de Defesa do Consumidor. Julgamento 
de mérito. É aplicável o limite indenizatório estabelecido na Convenção de Varsóvia e demais 
acordos internacionais subscritos pelo Brasil, em relação às condenações por dano material 
decorrente de extravio de bagagem, em voos internacionais. Repercussão geral. Tema 210. 
Fixação da tese: "Nos termos do art. 178 da Constituição da República, as normas e os 
tratados internacionais limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de 
passageiros, especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em 
relação ao Código de Defesa do Consumidor" (RE 636331, Relatora): Min. GILMAR MENDES, 
Tribunal Pleno, julgado em 25/05/2017, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - 
MÉRITO DJe-257 DIVULG 10-11-2017 PUBLIC 13-11-2017) 
A jurisprudência do STJ reconhece que o roubo dentro de ônibus configura hipótese de fortuito externo, 
por se tratar de fato de terceiro inteiramente independente ao transporte em si, afastando-se, com isso, 
a responsabilidade da empresa transportadora por danos causados aos passageiros. No entanto, a 
alteração substancial e unilateral do contrato, sem dúvida alguma, acabou criando uma situação 
favorável à ação de terceiros. 
Isso porque, quando a companhia aérea mudou o transporte de aéreo para terrestre, agrava 
substancialmente o risco, pois o transporte rodoviário é sabidamente muito mais suscetível de ocorrer 
roubos. Dessa forma, a conduta da transportadora concorreu para o evento danoso, pois ampliou 
significativamente o risco de ocorrência desse tipo de situação, não podendo, agora, se valer da 
excludente do fortuito externo para se eximir da responsabilidade. 
Por isso, a alteração substancial e unilateral do contrato firmado de transporte aéreo para 
terrestre impede a utilização da excludente de fortuito externo para eximir a empresa de 
transporte aéreo da responsabilidade civil por danos causados por roubo ao ônibus: 
RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. 1. TRANSPORTE AÉREO QUE SEGUIU VIA 
TERRESTRE (ÔNIBUS), EM VIRTUDE DE CANCELAMENTO DO VÔO. PASSAGEIROS 
ROUBADOS DURANTE O TRAJETO. CONCORRÊNCIA DE CULPA DA TRANSPORTADORA. 
ALTERAÇÃO SUBSTANCIAL E UNILATERAL DO CONTRATO. PECULIARIDADES DO CASO 
CONCRETO. AUSÊNCIA DE CONFIGURAÇÃO DE FORTUITO EXTERNO. 2. VALORES 
ARBITRADOS A TÍTULO DE DANOS MATERIAIS E MORAIS. ACÓRDÃO RECORRIDO BEM 
FUNDAMENTADO. INEXISTÊNCIA DE ILEGALIDADE (REsp 1728068/SP, Rel. Ministro 
MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 05/06/2018, DJe 08/06/2018). 
É abusiva a prática comercial consistente no cancelamento unilateral e automático de um dos 
trechos da passagem aérea, sob a justificativa de não ter o passageiro se apresentado para 
embarque no voo antecedente. Há afronta à vedação ao enriquecimento ilícito, bem como deficiência 
na informação sobre o serviço prestado. 
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Ainda que o valor estabelecido no preço da passagem tenha sido efetivamente promocional, a empresa 
aérea não pode, sob tal fundamento, impor a obrigação de utilização integral do trecho de ida para 
validar o de volta. Isso porque o consumidor paga para ir e para voltar, e, porque pagou por isso, tem o 
direito de se valer do todo ou de apenas parte do contrato, sem que isso, por si só, possa autorizar o seu 
cancelamento unilateral pela empresa aérea: 
RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO CPC/1973. CONTRATO DE TRANSPORTE 
AÉREO DE PESSOAS. TRECHOS DE IDA E VOLTA ADQUIRIDOS CONJUNTAMENTE. NÃO 
COMPARECIMENTO DO PASSAGEIRO PARA O TRECHO DE IDA (NO SHOW). 
CANCELAMENTO DA VIAGEM DE VOLTA. CONDUTA ABUSIVA DA TRANSPORTADORA. 
FALTA DE RAZOABILIDADE. OFENSA AO DIREITO DE INFORMAÇÃO. VENDA CASADA 
CONFIGURADA. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS DEVIDA (REsp 1595731/RO, Rel. 
Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 14/11/2017, DJe 
01/02/2018). 
15. Seguro 
Ainda que seja irregular, em determinadas situações, a aquisição de mais de um imóvel financiado pelo 
SFH na mesma localidade, a seguradora não pode usar esse argumento para não efetuar o 
pagamento do seguro. Isso porque a restrição legal é voltada ao financiamento e sua violação sujeita 
a pessoa às sanções próprias da norma, que não podem ser espraiadas ao caso do seguro: 
STJ Súmula 31 
A aquisição, pelo segurado, de mais de um imóvel financiado pelo sistema financeiro da 
habitação, situados na mesma localidade, não exime a seguradora da obrigação de 
pagamento dos seguros. 
O STF, ainda na vigência do CC/1916, já havia sumulado o entendimento de que a ausência de 
premeditação no suicídio não exime a seguradora de pagar a indenização, mesmo que a conduta seja 
tomada no período contratual de carência: 
STF Súmula 105 
Salvo se tiver havido premeditação, o suicídio do segurado no período contratual de carência 
não exime o segurador do pagamento do seguro. 
Posteriormente, o STJ trouxe Súmula a respeito, de maneira mais genérica. Para escusar-se do 
pagamento do seguro de vida em caso de suicídio, a seguradora deveria demonstrar a má-fé do 
segurado, já que se presume sua boa-fé: 
STJ Súmula 61 
O seguro de vida cobre o suicídio não premeditado. 
Mais recentemente, e contrariando o entendimento da Súmula 105 do STF e a própria Súmula 61 do STJ, 
a Corte Especial deu nova interpretação aos dispositivos do CC/2002. Por isso, a ocorrência do 
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suicídio antes do prazo bienal legal de carência exime, por si só, a seguradora do dever de 
indenizar. É despicienda a comprovação da premeditação por parte do segurado, já que o CC/2002, 
contrariamente ao CC/1916, adotou critério objetivo (temporal) e não subjetivo (premeditação), para 
a exclusão da indenização nesses casos: 
AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. SEGURO DE VIDA. RENOVAÇÃO SUCESSIVA DO 
CONTRATO. MATÉRIA QUE NÃO SE INSERE NA CAUSA DE PEDIR DA AÇÃO. FLAGRANTE 
INOVAÇÃO RECURSAL. SUICÍDIO DO SEGURADO DENTRO DO PRAZO DE DOIS ANOS DO 
INÍCIO DA VIGÊNCIA DO SEGURO. INEXISTÊNCIA DE COBERTURA DO RISCO. 
DESNECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA PREMEDITAÇÃO DO SUICÍDIO. O Superior 
Tribunal de Justiça firmou entendimento de que o art. 798, do CC, adotou critério objetivo 
temporal para determinar a cobertura relativa ao suicídio do segurado, afastando o critério 
subjetivo da premeditação (AgInt no REsp1587990/PR, Rel. Ministro PAULO DE TARSO 
SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 16/02/2017, DJe 01/03/2017). 
As causas de suspensão da prescrição são reconhecidas pela jurisprudência reiteradamente como 
constantes de um rol exemplificativo, e não taxativo. Um dos primeiros casos a demonstrar esse 
entendimento é precisamente o seguro. De modo a evitar que a seguradora se escuse ao pagamento 
do seguro em caso de alegação de prescrição, caso demore a dar a resposta ao segurado, 
suspende-se a fluência prescricional até que o segurado tenha ciência da decisão: 
STJ Súmula 229 
O pedido do pagamento de indenização à seguradora suspende o prazo de prescrição até que 
o segurado tenha ciência da decisão. 
Em não havendo previsão expressa, considera-se que o contrato de seguro por danos pessoais cobre 
também os danos morais. Assim, para se afastar a indenização por danos morais, deve o contrato 
de seguro expressamente excluir essa cobertura: 
STJ Súmula 402 
O contrato de seguro por danos pessoais compreende os danos morais, salvo cláusula 
expressa de exclusão. 
O STJ entende que a mera transmissão informal do veículo a terceiros não pode eximir a 
seguradora do pagamento da indenização, salvo se houver agravamento do risco, comprovado. 
Assim, em regra, deve haver indenização por dano causado ao veículo, ainda que tenha havido a 
transferência “de gaveta” do automóvel: 
STJ Súmula 465 
Ressalvada a hipótese de efetivo agravamento do risco, a seguradora não se exime do dever 
de indenizar em razão da transferência do veículo sem a sua prévia comunicação. 
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De modo a evitar mais lides, em havendo denunciação da lide, a seguradora pode ser já condenada 
na mesma ação. Atente, porém, que essa regra sofre mitigações em se tratando de lide junto ao JEC, já 
que no âmbito dos Juizados Especiais inexiste denunciação da lide: 
STJ Súmula 537 
Em ação de reparação de danos, a seguradora denunciada, se aceitar a denunciação ou 
contestar o pedido do autor, pode ser condenada, direta e solidariamente junto com o 
segurado, ao pagamento da indenização devida à vítima, nos limites contratados na apólice. 
Apesar de eu não tratar em detalhe dos contratos de previdência privada, que são subespécies do 
gênero securitário, vale anotar algumas regras sumuladas pelo STJ a respeito do tema. As três Súmulas 
foram aprovadas pela Corte em conjunto, de modo a resolver algumas das controvérsias a respeito 
desse delicado tema: 
STJ Súmula 289 
A restituição das parcelas pagas a plano de previdência privada deve ser objeto de correção 
plena, por índice que recomponha a efetiva desvalorização da moeda. 
STJ Súmula 290 
Nos planos de previdência privada, não cabe ao beneficiário a devolução da contribuição 
efetuada pelo patrocinador. 
STJ Súmula 291 
A ação de cobrança de parcelas de complementação de aposentadoria pela previdência 
privada prescreve em cinco anos. 
O STJ alterou entendimento anterior com a Súmula 608. A Corte já tinha o entendimento de que o CDC 
se aplica aos contratos de plano de saúde. Agora, criou-se uma exceção: o CDC não se aplica aos 
contratos de plano de saúde administrados por entidades de autogestão: 
STJ – Súmula 608 
Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde, salvo os 
administrados por entidades de autogestão. 
Nos casos de seguro de saúde, o mero fato de haver doença preexistente já autoriza o plano de saúde a 
recusar cobertura. Segundo o STJ, a recusa de cobertura securitária, sob a alegação de doença 
preexistente, é ilícita se não houve a exigência de exames médicos prévios à contratação ou a 
demonstração de má-fé do segurado: 
STJ – Súmula 609 
A recusa de cobertura securitária, sob a alegação de doença preexistente, é ilícita se não 
houve a exigência de exames médicos prévios à contratação ou a demonstração de má-fé do 
segurado. 
Estou dirigindo e você bate em meu carro. Acionamos o seguro, você paga minha franquia, o seguro 
conserta o carro e dou termo de quitação, dizendo que você pagou o valor integral da franquia. Tempos 
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depois, você é acionado pela seguradora, em ação regressiva, e contesta, dizendo que eu dei quitação a 
você, pelo que você não poderia ser chamado a indenizar regressivamente. O STJ entendeu que você 
pode sim ter que indenizar regressivamente a seguradora. 
Essa decisão muda o entendimento jurisprudencial consolidado no STJ, conforme fica claro com o 
julgamento do REsp 76.952, de 1996. Isso porque, até então, entendia-se que se o segurado desse 
quitação ao causador do dano, não poderia a seguradora requerer indenização regressiva. O CC/1916 
não tinha regra expressa a respeito, tratando-se o tema a partir da perspectiva geral da sub-rogação. No 
entanto, o art. 786 estabelece que paga a indenização, o segurador se sub-roga, nos limites do valor 
respectivo, nos direitos e ações que competirem ao segurado contra o autor do dano. 
Mas, se o segurado der quitação ao terceiro, ele extingue o crédito, pelo que a aplicação desse artigo 
seria inócua nos casos de quitação. Se eu te dou quitação geral, o crédito foi extinto, pelo que junto com 
ele se extinguiu também a sub-rogação. Porém, o art. 786, §2º, do CC/2002 é claro a respeito: “É ineficaz 
qualquer ato do segurado que diminua ou extinga, em prejuízo do segurador, os direitos a que se refere 
este artigo”. 
Ou seja, a quitação que eu te dei é, perante a seguradora, ineficaz. Perante mim é eficaz, eu não posso 
mais reclamar nada de você, mas perante a seguradora é ineficaz. 
Imagine, não obstante, que eu fale a você que o dano não é tão grande e que não vale a pena pagar a 
franquia de R$2.500,00 do meu carro esportivo importado, porque tenho um mecânico que conserta 
em uma tarde, cobrando R$2.700,00, ao passo que o seguro demora uma semana. Levo a uma oficina e 
eles cobram os R$2.700,00 para consertar o dano. Bom pra você, bom pra mim, te dou quitação. Porém, 
eu não levo na oficina, chamo a seguradora, que conserta, cobra a franquia de R$2.500,00 e cobra 
regressivamente de você. 
Você, assustado, mostra a quitação e o juiz te sentencia a pagar regressivamente, por força do art. 786, 
§2º. Nesse caso, pela minha má-fé, você seria chamado a pagar em dobro. Parece certo? Claro que não, 
pelo que o STJ fixou que, nesse caso, você não será obrigado a indenizar regressivamente a seguradora. 
Então a seguradora se lasca e eu fico com o “lucrinho” da batida? Também não parece adequado. 
Por isso, a seguradora, então, tem direito a ação de locupletamento ilícito contra mim, pelo valor que 
você me pagou. Assim, a despeito de o segurado ter outorgado termo de quitação ou renúncia ao 
causador do sinistro, o segurador terá direito a ser ressarcido, em ação regressiva contra o autor 
do dano, das despesas havidas com o reparo ou substituição do bem sinistrado, salvo se o 
responsável pelo acidente, de boa-fé, demonstrar que já indenizou o segurado pelos prejuízos 
sofridos, na justa expectativa de que estivesse quitando, integralmente, os danos provocados por 
sua conduta: 
DIREITO CIVIL. DIREITO DE O SEGURADOR SER RESSARCIDO EM AÇÃO REGRESSIVA DAS 
DESPESAS COM REPARO OU SUBSTITUIÇÃO DE BEM SINISTRADO. A despeito de o segurado 
ter outorgado termo de quitação ou renúncia ao causador do sinistro, o segurador terá 
direito a ser ressarcido, em ação regressiva contra o autor do dano, das despesas havidas 
com o reparo ou substituição do bem sinistrado, salvo se o responsável pelo acidente, de 
boa-fé, demonstrar que já indenizou o segurado pelos prejuízos sofridos, na justa expectativa 
de que estivesse quitando, integralmente, osdanos provocados por sua conduta (REsp 
1.533.886-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 15/9/2016, DJe 30/9/2016). 
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Imagine que você tenha passado por um sequestro relâmpago. O criminoso prende você do porta-malas 
por horas, faz você sacar dinheiro e, no fim, ainda decide ficar com o seu carro. Antes disso, porém, força 
você a dizer a senha do seu celular e vê as fotos da sua família, te ameaçando de morte e a todos os seus 
familiares. 
Terminado o terror, a primeira providência que você tomará é ir à Delegacia fazer um B.O. e ligar para 
a seguradora? Evidente que não. Bom, três dias depois você toma coragem e liga para o seguro, que nega 
coberta, por descumprimento evidente da norma legal. Justo, não? 
Mais uma vez, evidente que não, em franca violação ao princípio da boa-fé objetiva, cumulado com a 
desfuncionalização também evidente desse contrato, cuja função é exatamente prover as pessoas de 
cobertura securitária em momentos como esse. Assim, decidiu o STJ, não é lícito que a companhia de 
seguros negue cobertura a você em caso de não comunicação imediata do sinistro, em situações 
de ameaça: 
DIREITO CIVIL. INDENIZAÇÃO SECURITÁRIA E ATRASO NA COMUNICAÇÃO DO SINISTRO. 
O segurado que, devido às ameaças de morte feitas pelo criminoso a ele e à sua família, 
deixou de comunicar prontamente o roubo do seu veículo à seguradora não perde o direito 
à indenização securitária (art. 771 do CC) (REsp 1.546.178-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas 
Cueva, julgado em 13/9/2016, DJe 19/9/2016). 
O STJ entendeu que a prática do ilícito penal doloso afastaria o direito à indenização do DPVAT dos 
descendentes do falecido por aplicação do art. 762 do CC/2002: “Nulo será o contrato para garantia de 
risco proveniente de ato doloso do segurado, do beneficiário, ou de representante de um ou de outro”. 
Assim, concluiu a Corte, embora a Lei 6.194/1974 preveja que a indenização será devida 
independentemente da apuração de culpa, dever-se-ia reconhecer que a lei não alcançaria 
situações em que o acidente provocado decorre da prática de um ato doloso. 
Independentemente de elementos de cunho moral (e esse é inclusive o objetivo do seguro social, evitar 
questionamentos acerca da conduta que gerou o dano), verificou-se o dano e o nexo de causalidade. De 
maneira rigorosamente técnica, portanto, me parece um julgamento questionável, já que parte de 
premissa que não cabe na análise dessa peculiar hipótese de responsabilidade civil: a conduta danosa, 
completamente irrelevante. 
AÇÃO DE COBRANÇA. INDENIZAÇÃO SECURITÁRIA. SEGURO OBRIGATÓRIO – DPVAT. 
FILHOS MENORES DA VÍTIMA QUE PLEITEIAM O RECEBIMENTO DA INDENIZAÇÃO. VÍTIMA 
QUE SE ENVOLVEU EM ACIDENTE DE TRÂNSITO NO MOMENTO DA PRÁTICA DE ILÍCITO 
PENAL. TENTATIVA DE ROUBO A CARRO-FORTE. RECEBIMENTO. INVIABILIDADE. É 
indevida a indenização relativa ao seguro obrigatório – DPVAT, na hipótese em que o 
acidente de trânsito que vitimou o segurado tenha ocorrido no momento de prática de ilícito 
penal doloso. (REsp 1.661.120-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 
9/5/2017, DJe 16/5/2017). 
Estabelece o art. 768 do CC/2002 que o segurado perde o direito à garantia se agravar intencionalmente 
o risco objeto do contrato. O STJ, mais recentemente, revendo posição consolidada na Corte desde o 
CC/1916, estabeleceu novo regramento. Com base no princípio da boa-fé objetiva, plasmado no 
CC/2002, concluiu que o segurado, quando ingere bebida alcoólica e assume a direção do veículo 
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ou empresta-o a alguém desidioso, que irá, por exemplo, embriagar-se (culpa in elegendo ou 
culpa in vigilando), frustra a justa expectativa das partes contratantes na execução do seguro, 
pois rompe-se com os deveres anexos do contrato, como os de fidelidade e de cooperação. 
Basta que o segurado esteja embriagado – diretamente, ele mesmo, ou por terceiro, cujas chaves foram 
consignadas pelo proprietário –, e que a seguradora o prove, para que a cobertura lhe seja negada. 
Voltará ele a recebê-la caso prove que a embriaguez não influenciou no sinistro, competindo a ele tal 
prova, no entanto: 
SEGURO DE AUTOMÓVEL. EMBRIAGUEZ AO VOLANTE. TERCEIRO CONDUTOR. 
AGRAVAMENTO DO RISCO. PERDA DA GARANTIA SECURITÁRIA. Não é devida a indenização 
securitária decorrente de contrato de seguro de automóvel quando o causador do sinistro – 
preposto da empresa segurada – estiver em estado de embriaguez, salvo se o segurado 
demonstrar que o infortúnio ocorreria independentemente dessa circunstância (REsp 
1.485.717-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, por unanimidade, julgado em 
22/11/2016, DJe 14/12/2016). 
Quanto ao seguro de vida, a história é bem diferente. Primeiro, seguro de vida e seguro de pessoas são 
duas coisas distintas. Apesar de tratarem de “seguro”, voltam-se a situações distintas. 
Entendeu o STJ que se a pessoa prestou informações verdadeiras, quando do preenchimento do 
questionário de risco, não há razão para se excluir a cobertura securitária em caso de morte 
decorrente de acidente automobilístico no qual o segurado se encontrava alcoolizado: 
SEGURO DE VIDA. ACIDENTE DE TRÂNSITO. CAUSA DO SINISTRO. EMBRIAGUEZ DO 
SEGURADO. MORTE ACIDENTAL. AGRAVAMENTO DO RISCO. DESCARACTERIZAÇÃO. 
DEVER DE INDENIZAR DA SEGURADORA. ESPÉCIE SECURITÁRIA. COBERTURA AMPLA. 
CLÁUSULA DE EXCLUSÃO. ABUSIVIDADE. SEGURO DE AUTOMÓVEL. TRATAMENTO 
DIVERSO. É vedada a exclusão de cobertura do seguro de vida na hipótese de sinistro ou 
acidente decorrente de atos praticados pelo segurado em estado de embriaguez (REsp 
1.665.701-RS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, por unanimidade, julgado em 9/5/2017, 
DJe 31/5/2017). 
Posteriormente, o STJ sumulou esse assunto: 
STJ – Súmula 620 
A embriaguez do segurado não exime a seguradora do pagamento da indenização prevista 
em contrato de seguro de vida. 
A jurisprudência do STJ a respeito da impossibilidade de a vítima acionar diretamente a seguradora é 
tão assentada que foi sumulada (Súmula 529). Isso porque o segurado pode não acionar a garantia 
securitária, que é facultativa. Por exemplo, o valor do dano causado ao meu veículo não justifica que 
você acione a seguradora, porque pode perder bônus ou o valor da franquia seja mais alta do que a 
cobertura em si. Além disso, não há relação jurídica, nem material, nem processual, a justificar que eu 
maneje uma ação contra a seguradora. Ela não causou dano algum a mim. 
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Quem causou o dano foi você; por isso, é contra você que eu manejo a ação. Isso é lógico. Agora, e se 
houve pagamento, pela seguradora, de valores a mim, pelo acidente que você causou? Aí se criou uma 
relação jurídica material entre mim e a seguradora, já que ela me pagou. Ou seja, na “esfera 
administrativa”, houve uma relação. 
Faz sentido, agora, que eu ajuíze uma ação contra você para complementar o valor que a seguradora 
não me pagou? Até faz, remotamente, mas veja que isso é desnecessário, uma vez que já há uma relação 
jurídica travada entre mim e a sua seguradora, materialmente. Por isso, se a seguradora me paga valor 
inferior ao devido no conserto ou se o conserto é ruim, posso manejar ação diretamente contra 
ela para, por exemplo, reclamar que a oficina não consertou o carro direito ou que o valor que 
ela me indenizou não cobriu todos os meus prejuízos. Esse é o entendimento do STJ, bastante lógico, 
do ponto de vista material-processual. 
SEGURO DE AUTOMÓVEL.59 
Listas de Questões ..................................................................................................................................................................... 84 
Gabaritos ....................................................................................................................................................................................... 94 
 
 
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CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Inicialmente, lembro que sempre estou disponível, para você, aluno Estratégia, no Fórum de Dúvidas do 
Portal do Aluno e, alternativamente, também, nas minhas redes sociais: 
 
prof.phms@estrategiaconcursos.com.br 
 
prof.phms 
 
prof.phms 
 
prof.phms 
 
Fórum de Dúvidas do Portal do Aluno 
Nesta aula, continuo com as espécies contratuais típicas reguladas pelo CC/2002. Lembro que essa é 
uma das partes mais complicadas do Direito Civil. Complicada porque eu vou tratar de uma série de 
contratos trazidos pelo Código, com muitas regras para cada um deles, sem que necessariamente haja 
alguma conexão entre os temas. 
Nos contratos vistos aqui, temos ainda outro complicador, que é a existência de variados contratos que 
têm baixa incidência, em sua maioria, nas provas. Não à toa, nesta aula, eu habitualmente trago um 
volume maior de contratos, para compensar o baixo volume de questões. 
Infelizmente, esta é uma das piores aulas em termos de custo-benefício. Vale dizer, há um custo alto 
(volume de conteúdo e de dispositivos legais, consequentemente) para um baixo benefício (volume 
pequeno de questões a cada espécie, que conta com um número alto de dispositivos legais). 
Igualmente, alguns contratos que tem pouca aderência social generalizada, ou seja, contratos que são 
vistos com pouca frequência na realidade social comum. Mesmo os que têm grande aplicação, acabam 
tendo um volume menor de questões relativamente às demais espécies já vistas. 
Veja, por exemplo, para fazer uma parametrização para você, que há mais do que o dobro de questões 
sobre o tema “bens” do que sobre as espécies contratuais cá vistas. “Bens”, por sua vez, conta com 
apenas 24 artigos. Só o contato de fiança conta com 21 artigos. 
Uma das principais espécies contratuais, mais frequentes nas provas, exige 21 artigos (custo), contra 24 
de bens, sendo que tem um volume de questões incomparavelmente menor (benefício). Se eu fosse 
estudar aquilo que pode ser convertido em acertos na prova, obviamente que essas espécies contratuais 
tomariam bem menos tempo meu que os bens... 
Por isso, sou sincero com você: eu não me ateria, num estudo que exige controle de tempo mais 
draconiano, a essas espécies contratuais. Se você, no seu planejamento, dedicou bastante tempo às 
espécies contratuais, aí a história é outra, claro. 
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E qual é o ponto do seu Edital que eu analisarei nesta aula? Veja: 
Contratos em espécie III 
 
 
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DIREITO DOS CONTRATOS 
II. ESPÉCIES CONTRATUAIS 
14. TRANSPORTE 
14.1. DISPOSIÇÕES GERAIS 
O contrato de transporte é aquele pelo qual alguém se obriga, mediante retribuição, a 
transportar, de um lugar para outro, pessoas ou coisas (art. 730). Como dizia meu pai ao passar 
num buraco da rodovia, a chacoalhada servia para “ajeitar a carga”; vale dizer, o transporte não se 
restringe a coisas ou a pessoas, mas pode abranger isoladamente as coisas (cargas), as pessoas ou 
mesmo ambos. 
É irrelevante a forma de transporte. Pode ele ser terrestre – cicloviário, rodoviário, ferroviário, 
metroviário, dutoviário – aquático – marítimo, lacustre, fluvial – ou aéreo. Na contemporaneidade, 
multiplicam-se os meios de transporte, e, consequentemente, os contratos de transporte. 
Se antes se pensava na bicicleta apenas como meio de lazer, hoje ela não apenas é usada como transporte 
individual como também de cargas. Em grandes metrópoles sufocadas pelo trânsito, a entrega de 
documentos e comida é mais rápida “no pedal” do que por qualquer outro meio de transporte. 
Se houver alguma regulamentação específica, como no caso de taxistas ou transporte escolar de 
menores, valem as regras administrativas, aplicando-se subsidiariamente o CC/2002, segundo o art. 
731. Se for transporte remunerado privado individual de passageiros, aplicam-se as regras da Lei 
13.640/2018 (“Lei do Uber”), que altera a Lei 12.587/2012 (que institui a Política Nacional de 
Mobilidade Urbana). 
Relativamente ao transporte aéreo, inclusive, há uma miríade de regulações. Passa-se pela Lei 
7.565/1986 (CBA – Código Brasileiro de Aeronáutica), pelo CDC e pelos Tratados Internacionais, como 
a Convenção de Varsóvia e a Convenção de Montreal. Há, nesse tipo de contrato, grande interpenetração 
de esferas, ou, nas palavras de Cláudia Lima Marques, necessário fazer um diálogo de fontes mais 
intenso, que envolve o Direito Civil, o Direito do Consumidor, o Direito Administrativo e o Direito 
Internacional Privado. 
Nesse sentido, a importante decisão do STF (RE 636.331) a respeito da prevalência desses Tratados 
Internacionais sobre o CDC gerou grande ruído doutrinário. Em que pese a proteção do consumidor 
clamar prevalência, parece evidente que não pode o Brasil descumprir pactos internacionais sob o 
argumento de proteção dada por legislação federal. O retrocesso da proteção ao consumidor é claro, 
mas o avanço em relação ao fortalecimento das relações internacionais é evidente, de outra banda, e 
numa economia globalizada, não se pode perder de vista essa necessidade. 
Nesse sentido, o art. 732 estabelece que aos contratos de transporte, em geral, são aplicáveis, 
quando couber, desde que não contrariem as disposições do CC/2002, os preceitos constantes 
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da legislação especial e de tratados e convenções internacionais. Apesar de parecer estabelecer 
que o CC/2002 tem primazia, esse entendimento é claramente equivocado. 
Não à toa, o Enunciado 369 da IV Jornada de Direito Civil afirma que teleologicamente, e em uma visão 
constitucional de unidade do sistema, quando o contrato de transporte constituir uma relação de 
consumo, aplicam-se as normas do CDC que forem mais benéficas ao consumidor. Além disso, o STF 
reafirmou a superioridade hierárquica dos Tratados Internacionais no supracitado RE 636.331. 
Classifica-se esse contrato como bilateral (sinalagmático), consensual (não exige a entrega da coisa 
ou o embarque do passageiro para sua validade), não solene (não exige qualquer forma específica), 
comutativo (inexiste álea intrínseca ao contrato, ainda que possa existir incidentalmente). 
Tradicionalmente, ainda é reputado como exemplo típico de contrato de adesão, ainda que possa ser 
contrato paritário, em determinadas situações. 
E se o transporte for realizado por mais de um transportador? Nos contratos de transporte cumulativo, 
cada transportador se obriga a cumprir o contrato relativamente ao respectivo percurso, respondendo 
pelos danos nele causados a pessoas e coisas (art. 733). 
O dano, resultante do atraso ou da interrupção da viagem, será determinado em razão da 
totalidade do percurso (§1º). Se houver substituição de algum dos transportadores no decorrer 
do percurso, a responsabilidade solidária estende-se ao substituto (§2º). Trata-se, na hipóteseGARANTIA DE RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DE 
TRÂNSITO. TERCEIRO PREJUDICADO. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS. INCLUSÃO ÚNICA 
DA SEGURADORA. POSSIBILIDADE. A vítima de acidente de trânsito pode ajuizar demanda 
direta e exclusivamente contra a seguradora do causador do dano quando reconhecida, na 
esfera administrativa, a responsabilidade deste pela ocorrência do sinistro e quando parte 
da indenização securitária já tiver sido paga (REsp 1.584.970-MT, Rel. Min. Ricardo Villas 
Bôas Cueva, por unanimidade, julgado em 24/10/2017, DJe 30/10/2017). 
16. Constituição de renda 
17. Jogo e aposta 
18. Fiança 
Por questões de paridade de armas processuais, o fiador deve participar da lide para poder ser 
executado pelo julgado. Assim, não estando ele regularmente inserido na lide, não pode sofrer os 
efeitos de eventual condenação em face do locatário-afiançado: 
STJ Súmula 268 
O fiador que não integrou a relação processual na ação de despejo não responde pela 
execução do julgado. 
A Súmula a seguir é interessante e foge um pouco àquilo que se imagina, já que a ausência de outorga 
uxória parece levar à ineficácia parcial da fiança ou mesmo sua nulidade. O STJ, no entanto, fixou 
entendimento diferente, estabelecendo que a fiança sem autorização do outro cônjuge implica 
ineficácia total da garantia: 
STJ Súmula 332 
A fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica a ineficácia total da garantia. 
Depois de muita controvérsia, o STJ fixou o entendimento de que a penhora do bem de família do 
fiador de contrato locatício é válida. Assim, vencida a dívida e não paga, pode o locador excutir 
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o bem de família do fiador, ainda que tal medida continue proibida em face do próprio devedor 
principal, o locatário, curiosamente. O próprio fiador não pode excutir o bem do afiançado, o que mostra 
a regra bastante draconiana sufragada pelo STJ: 
STJ Súmula 549 
É válida a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de locação. 
O simples fato de o cônjuge assinar, no contrato de locação, como testemunha, não é capaz de 
suprir a falta da outorga, pelo que a ineficácia atinge a garantia toda. O STJ reconhece que a outorga 
uxória tem de ser vera a própria, e não mera assinatura em algum canto do contrato: 
AUSÊNCIA DE AUTORIZAÇÃO EXPRESSA QUANTO AOS TERMOS DA FIANÇA PRESTADA 
POR CÔNJUGE. ASSINATURA LANÇADA NO CONTRATO DE LOCAÇÃO NA QUALIDADE DE 
TESTEMUNHA INSTRUMENTÁRIA. IMPOSSIBILIDADE DE PRESUMIR A OUTORGA UXÓRIA. 
SÚMULA 332/STJ. A fiança deve ser interpretada restritivamente, de maneira que sempre 
estará limitada aos encargos expressa e inequivocamente assumidos pelo fiador. A 
assinatura do cônjuge, na qualidade de mera testemunha instrumental do contrato de 
locação, não é capaz de suprir essa exigência (REsp 1185982/PE, Rel. Ministra NANCY 
ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 14/12/2010, DJe 02/02/2011). 
Atente para os julgados que não aplicam a Súmula 332 do STJ. A Corte reconhece a validade da fiança 
nos casos de ausência de vênia conjugal na união estável. Ou seja, não se exige consentimento do 
companheiro para a fiança. Eis aí um dos elementos que distinguem a união estável do 
casamento. Em que pese a aproximação da situação fática e da união de direito, não se confundem: 
DIREITO CIVIL-CONSTITUCIONAL. DIREITO DE FAMÍLIA. CONTRATO DE LOCAÇÃO. 
FIANÇA. FIADORA QUE CONVIVIA EM UNIÃO ESTÁVEL. INEXISTÊNCIA DE OUTORGA 
UXÓRIA. DISPENSA. VALIDADE DA GARANTIA. INAPLICABILIDADE DA SÚMULA N. 332/STJ. 
Desse modo, não é nula nem anulável a fiança prestada por fiador convivente em união 
estável sem a outorga uxória do outro companheiro. Não incidência da Súmula n. 332/STJ à 
união estável (REsp 1299866/DF, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, 
julgado em 25/02/2014, DJe 21/03/2014). 
Se a locação se prorroga por prazo indeterminado, e, junto com ela, a fiança, a outorga uxória é 
desnecessária, num caso ou no outro, caso não se tenha postulado pelo consentimento do cônjuge 
justamente porque não se alegava ele casado. Veda-se, portanto, o comportamento contraditório (venire 
contra factuam proprium) e a alegação da própria torpeza (nemo auditur propriam turpitudinem 
allegans). Assim, se o fiador se diz “não casado” (divorciado, viúvo etc.), não se pode chancelar sua 
alegação de que inexistia outorga uxória: 
LOCAÇÃO. PRORROGAÇÃO POR PRAZO INDETERMINADO. FIANÇA. CONTRATO ACESSÓRIO. 
PREVISÃO CONTRATUAL ATÉ A ENTREGA DAS CHAVES. RESPONSABILIDADE DO FIADOR. 
PRECEDENTE DA TERCEIRA SEÇÃO. OUTORGA UXÓRIA. LEGITIMIDADE RESTRITA AO 
CÔNJUGE NÃO CONTRATANTE. PRECEDENTES. Prorrogada a locação por prazo 
indeterminado, remanesce o contrato de fiança, dado a seu caráter acessório. Porém, a partir 
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daí, faculta-se ao garantidor a possibilidade de denunciar o contrato, conforme sua 
conveniência (art. 835, NCC). No tocante à alegada inexistência de outorga uxória, a par da 
circunstância de que o fiador, por ocasião do contrato, estava qualificado como divorciado, a 
jurisprudência desta Corte orienta-se no sentido de que ao cônjuge que deu causa à nulidade 
descabe alegá-la. Precedentes de ambas as Turmas da Terceira Seção (AgRg no Ag 
1134564/RJ, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 02/03/2010, DJe 
29/03/2010). 
A cláusula de fiança fixada em contrato no qual se prevê expressamente sua prorrogação 
automática em caso de prorrogação do contrato principal é válida. Tradicionalmente, se pensa a 
fiança em conjunto com os contratos de locação (que têm regra própria a respeito do tema), mas vale 
lembrar que a garantia fidejussória se aplica a outros contratos, como os contratos bancários. Nesses 
casos, a fiança pode ser prorrogada automaticamente com a prorrogação automática do contrato 
principal: 
FIANÇA. CONTRATO BANCÁRIO. CARACTERIZA-SE POR SER, EM REGRA, CATIVO E DE 
LONGA DURAÇÃO, PRORROGANDO-SE SUCESSIVAMENTE. FIANÇA PREVENDO 
CLARAMENTE SUA PRORROGAÇÃO, CASO OCORRA A DA AVENÇA PRINCIPAL. 
INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA. INEXISTÊNCIA. APLICAÇÃO DA MESMA EXEGESE 
PACIFICADA NO ÂMBITO DO STJ - ANTES MESMO DA NOVA REDAÇÃO CONFERIDA AO ART. 
39 DA LEI DO INQUILINATO PELA LEI N. 12.112/2009 - NO TOCANTE À ADMISSÃO DA 
PRORROGAÇÃO DA FIANÇA EM CONTRATO DE LOCAÇÃO, QUANDO EXPRESSAMENTE 
PREVISTA NA PACTUAÇÃO ACESSÓRIA. FIADORES QUE, DURANTE O PRAZO DE 
PRORROGAÇÃO CONTRATUAL, NÃO PROMOVERAM NOTIFICAÇÃO RESILITÓRIA, NOS 
MOLDES DO DISPOSTO NO ART. 835 DO CC. PRETENSÃO DE EXONERAÇÃO DA FIANÇA. 
INVIABILIDADE (REsp 1253411/CE, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA 
SEÇÃO, julgado em 24/06/2015, DJe 04/08/2015). 
O STJ não estende a penhorabilidade do bem de família ao fiador, relativamente ao imóvel do 
afiançado, no caso de sub-rogação daquele da dívida deste com o credor locatício. Ou seja, você, 
fiador, que paga a dívida do afiançado, não tem direito de penhorar o bem de família do afiançado em 
caso de cobrança da dívida, na qual você se sub-rogou: 
LOCAÇÃO. FIADOR QUE PAGA A DÍVIDA AO LOCADOR. SUB-ROGAÇÃO LEGAL. EXECUÇÃO 
CONTRA O LOCATÁRIO-AFIANÇADO. BEM DE FAMÍLIA. PENHORA. IMPOSSIBILIDADE 
LEGAL. O fiador que paga integralmente a dívida a qual se obrigou, fica sub-rogado nos 
direitos e garantias do locador-credor. Entretanto, não há como estender-lhe o privilégio da 
penhorabilidade do bem de família em relação ao locatário-afiançado, taxativamente 
previsto no dispositivo mencionado, visto que nem mesmo o locador o dispunha (REsp 
255.663/SP, Rel. Ministro EDSON VIDIGAL, QUINTA TURMA, julgado em 29/06/2000, DJ 
28/08/2000, p. 125). 
O STJ, dando aplicação ao art. 114 (“Os negócios jurídicos ben��ficos e a renúnciainterpretam-se 
estritamente”) entendeu que, caso não disponha a fiança quanto às despesas processuais e 
honorários advocatícios, deve ser interpretada estritamente, dado que se trata de contrato 
benéfico. 
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Assim, se a fiança foi estabelecida em R$30 mil, não interessa a natureza do débito, se de origem material 
(aluguel e consectários) ou processual (despesas processuais e honorários advocatícios), arcará o fiador 
com R$30 mil, e ponto. 
Se restam valores outros relativos ao aluguel, ou relativos à lide em si, deve o credor cobrar do 
afiançado, já que a limitação da fiança impede que o fiador seja cobrado tomando-se por base a regra 
processual que estabelece que o vencedor pode haver do vencido as despesas e honorários: 
LOCAÇÃO DE IMÓVEL. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. FIANÇA LIMITADA. EXTENSÃO DA 
GARANTIA AOS HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO 
RESTRITA. As disposições relativas à fiança devem ser interpretadas de forma restritiva, 
razão pela qual, nos casos em que ela é limitada, a responsabilidade do outorgante não pode 
estender-se senão à concorrência dos precisos limites nela indicados (REsp 1.482.565-SP, 
Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, por unanimidade, julgado em 6/12/2016, DJe 15/12/2016). 
19. Transação 
20. Compromisso 
JORNADAS DE DIREITO CIVIL 
14. Transporte 
15. Seguro 
Embora o art. 421 faça menção expressa à função social do contrato, ainda persiste, em relação ao 
contrato de seguro de responsabilidade civil facultativo, no art. 787, a visão tradicional do princípio da 
relatividade dos contratos. Na linha interpretativa clássica, no seguro de responsabilidade civil, a 
seguradora só é obrigada a indenizar a vítima por ato do segurado senão depois de reconhecida a 
responsabilidade deste. 
Como não há relação jurídica com a seguradora, o terceiro não pode acioná-la para o recebimento da 
indenização. Pela teoria do reembolso, aplicável neste caso, o segurador garante o pagamento das 
perdas e danos devidos a terceiro pelo segurado a terceiro quando este for condenado em caráter 
definitivo. 
Por conseguinte, assume a seguradora a obrigação contratual de reembolsar o segurado das quantias 
que ele efetivamente vier a pagar em virtude da imputação de responsabilidade civil que o atingir. A 
regra acima, omissa no CC/1916, em vez de representar a evolução na concepção do contrato de seguro, 
dotado de função social, corresponde ao paradigma de que o contrato não pode atingir – seja para 
beneficiar ou prejudicar – terceiros que dele não participaram. 
No seguro de responsabilidade civil, o segurado paga o prêmio à seguradora a fim de garantir eventual 
indenização a terceiro por danos causados. De tal sorte, a vítima tem legitimidade para pleitear 
diretamente do segurador o pagamento da indenização ou concomitantemente com o segurado. 
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Há, portanto, uma estipulação em favor de terceiro, que somente será determinado se ocorrer o sinistro, 
tendo em vista a álea presente nesse contrato. Permite-se concluir que o seguro de 
responsabilidade civil facultativo garante dois interesses, o do segurado contra os efeitos 
patrimoniais da imputação de responsabilidade e o da vítima à indenização, ambos 
destinatários da garantia, com pretensão própria e independente contra a seguradora. Esse é o 
entendimento contido no Enunciado 544 da VI Jornada de Direito Civil: 
Enunciado 544 
O seguro de responsabilidade civil facultativo garante dois interesses, o do segurado contra 
os efeitos patrimoniais da imputação de responsabilidade e o da vítima à indenização, ambos 
destinatários da garantia, com pretensão própria e independente contra a seguradora. 
16. Constituição de renda 
17. Jogo e aposta 
18. Fiança 
19. Transação 
Na jurisprudência, comum é a identificação de que, nos casos em que a promessa de doação é realizada 
no âmbito de uma transação relacionada a pacto de dissolução de sociedade conjugal, inexiste a 
possibilidade de retratação do doador. Todavia, inegável é que a promessa expressa vontade negocial. 
Por isso, no âmbito da autonomia, não é sustentável restringir tal possibilidade somente aos negócios 
bilaterais comutativos e onerosos. É, pois, legítimo cogitar-se de promessa de cumprir liberalidade 
que, após a chancela estatal, deixa de apresentar tal caráter, esclarece o Enunciado 549 da VI 
Jornada de Direito Civil: 
Enunciado 549 
A promessa de doação no âmbito da transação constitui obrigação positiva e perde o caráter 
de liberalidade previsto no art. 538 do Código Civil. 
20. Compromisso 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Chegamos ao final desta aula e, com isso, finalizamos as espécies contratuais regidas pelo CC/2002. 
Como eu disse, essa parte tem um custo-benefício um tanto ruim, ou seja, um volume de conteúdo 
grande para um número pequeno de questões. Monte sua estratégia de estudos no Direito Civil tendo 
em vista essa informação. 
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Quaisquer dúvidas, sugestões, críticas ou mesmo elogios, não hesite em entrar em contato comigo. Estou 
disponível preferencialmente no Fórum de Dúvidas do Curso, mas também nas redes sociais, claro. 
Estou aguardando você na próxima aula. Até lá! 
Paulo H M Sousa 
QUESTÕES COMENTADAS 
14. TRANSPORTE 
Juiz 
1. (CESPE – TJ/PR – Juiz Estadual Substituto – 2019) Uma empresa contratou uma 
transportadora para a prestação de serviço de transporte de carga altamente valiosa. A 
transportadora, por sua vez, não contratou seguro contra perdas e danos que poderiam ser 
causados à carga transportada, embora o contrato firmado pela transportadora tivesse 
estipulado a obrigatoriedade de seguro com tal cobertura. A carga era transportada em trajeto 
conhecido e em horário com intenso tráfego, quando o veículo que a transportava foi 
interceptado por assaltantes à mão armada, que roubaram toda a carga, Em decorrência desse 
fato, a empresa contratante ajuizou ação de reparação de danos em desfavor da transportadora. 
À luz do entendimento jurisprudencial, nessa situação hipotética, 
a) não há responsabilidade civil da transportadora, pois o roubo à mão armada constitui motivo de força 
maior. 
b) há responsabilidade civil da transportadora, desde que seja demonstrado que ela não adotou 
medidas razoáveis de cautela, como a contratação do referido seguro. 
c) não há responsabilidade civil da transportadora, pois ao ter realizado o transporte em trajeto 
conhecido e em horário com intenso tráfego, adotou medidas razoáveis de cautela. 
d) há responsabilidade civil da transportadora, sendo suficiente para sua configuração a previsibilidade 
abstrata de risco de roubo da carga transportada. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, pois há responsabilidade da seguradora, dado que não contratou o 
seguro, deixando de tomar medidas de cautela. 
A alternativa B está correta, conforme o STJ: “AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. 
RESPONSABILIDADE CIVIL. TRANSPORTE DE CARGAS. OMISSÃO NO ACÓRDÃO RECORRIDO. 
INEXISTÊNCIA. RESPONSABILIDADE DA TRANSPORTADORA AFASTADA. ROUBO. FORTUITO 
EXTERNO CARACTERIZADO. CAUTELAS NECESSÁRIAS. COMPROVAÇÃO. REEXAME DO CONJUNTO 
PROBATÓRIO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ. AGRAVO INTERNO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. O 
roubo de carga mediante grave ameaça e emprego de arma de fogo constitui força maior e exclui a 
responsabilidade da transportadora, quando adotadas todas as cautelas necessárias para o transporte 
da carga. Precedentes.O Tribunal de origem, com fundamento nas provas produzidas nos autos, 
concluiu que a transportadora adotou as cautelas necessárias para o transporte das mercadorias 
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mediante contratação de seguro de carga e de serviço de monitoramento e rastreamento de veículo 
(AgInt no AREsp 1232877/SP, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 27/11/2018, 
DJe 04/12/2018)”. 
A alternativa C está incorreta, conforme as alternativas anteriores. 
A alternativa D está incorreta, porque a previsibilidade abstrata de risco de roubo não bastava para 
comprovar a responsabilidade civil da transportadora, que ocorreu por falta de cautela. 
2. (TRF-4ª Região / TRF-4ª Região – 2016) Assinale a alternativa INCORRETA. 
a) Conferido o mandato com a cláusula "em causa própria", a sua revogação não terá eficácia, e ele não 
se extinguirá pela morte de qualquer das partes, ficando o mandatário dispensado de prestar contas e 
podendo transferir para si os bens móveis ou imóveis objeto do mandato, obedecidas as formalidades 
legais. 
b) O contrato de comissão tem por objeto a aquisição ou a venda de bens pelo comissário, em seu 
próprio nome, à conta do comitente. Nessa espécie contratual, o comissário fica diretamente obrigado 
para com as pessoas com quem contratar, sem que estas tenham ação contra o comitente, nem este 
contra elas, salvo se o comissário ceder seus direitos a qualquer das partes. 
c) Se uma prestação não for divisível e houver dois ou mais devedores, cada um será obrigado pela 
dívida toda. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros 
coobrigados. 
d) Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização 
monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos e honorários de advogado. 
e) O transportador responde pelos danos causados às pessoas transportadas e às suas bagagens, salvo 
motivo de força maior e expressa cláusula de não indenizar. 
Comentários 
A alternativa A está correta, na literalidade do art. 685: “Conferido o mandato com a cláusula "em causa 
própria", a sua revogação não terá eficácia, nem se extinguirá pela morte de qualquer das partes, ficando 
o mandatário dispensado de prestar contas, e podendo transferir para si os bens móveis ou imóveis 
objeto do mandato, obedecidas as formalidades legais”. 
A alternativa B está correta, pela combinação do art. 693 (“O contrato de comissão tem por objeto a 
aquisição ou a venda de bens pelo comissário, em seu próprio nome, à conta do comitente”) com o art. 
694 (“O comissário fica diretamente obrigado para com as pessoas com quem contratar, sem que estas 
tenham ação contra o comitente, nem este contra elas, salvo se o comissário ceder seus direitos a 
qualquer das partes”). 
A alternativa C está correta, segundo o art. 259, caput (“Se, havendo dois ou mais devedores, a 
prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda”), e parágrafo único (“O devedor, 
que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados”). 
A alternativa D está correta, de acordo com o art. 389: “Não cumprida a obrigação, responde o devedor 
por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente 
estabelecidos, e honorários de advogado”. 
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A alternativa E está incorreta, conforme o art. 734: “O transportador responde pelos danos causados 
às pessoas transportadas e suas bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula qualquer cláusula 
excludente da responsabilidade”. 
3. (CESPE / TRF-1ª Região – 2015) De acordo com o Código Civil, assinale a opção correta a 
respeito da prestação de serviço, da empreitada, do mandato, do transporte e do depósito. 
a) No contrato de depósito, em caso de superveniente incapacidade do depositário, o depósito será 
estendido, até o prazo avençado, à pessoa que assumir a administração dos bens. 
b) No contrato de prestação de serviço, a ausência de habilitação para o serviço contratado acarreta o 
não recebimento do objeto e o impedimento do pagamento. 
c) No contrato de empreitada, a ausência de verificação da obra por parte do comitente não obsta a 
rejeição da obra. 
d) No mandato, os atos praticados pelo substabelecido serão considerados inexistentes se a proibição 
de substabelecer constar da procuração. 
e) No contrato de transporte, o conhecimento de transporte é documento essencial para a comprovação 
do recebimento da carga e para a conclusão do negócio. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, nos termos do art. 641: “Se o depositário se tornar incapaz, a pessoa que 
lhe assumir a administração dos bens diligenciará imediatamente restituir a coisa depositada e, não 
querendo ou não podendo o depositante recebê-la, recolhê-la-á ao Depósito Público ou promoverá 
nomeação de outro depositário”. 
A alternativa B está incorreta, na conjugação do art. 606 (“Se o serviço for prestado por quem não 
possua título de habilitação, ou não satisfaça requisitos outros estabelecidos em lei, não poderá quem 
os prestou cobrar a retribuição normalmente correspondente ao trabalho executado. Mas se deste 
resultar benefício para a outra parte, o juiz atribuirá a quem o prestou uma compensação razoável, 
desde que tenha agido com boa-fé”) com seu parágrafo único (“Não se aplica a segunda parte deste 
artigo, quando a proibição da prestação de serviço resultar de lei de ordem pública”). 
A alternativa C está correta, já que é o pagamento que gera a aceitação da obra entregue, como se extrai 
do art. 614, §1º: “Tudo o que se pagou presume-se verificado”. Assim, a não verificação permite a 
rejeição. 
A alternativa D está incorreta, segundo o art. 662: “Os atos praticados por quem não tenha mandato, 
ou o tenha sem poderes suficientes, são ineficazes em relação àquele em cujo nome foram praticados, 
salvo se este os ratificar”. 
A alternativa E está incorreta, porque o conhecimento é prova do recebimento da carga, no caso de 
transporte de coisas, mas não para conclusão do negócio, já que o contrato de transporte é consensual, 
e não real, como se pode verificar pela combinação do art. 744 (“Ao receber a coisa, o transportador 
emitirá conhecimento com a menção dos dados que a identifiquem, obedecido o disposto em lei 
especial”) com seu parágrafo único (“O transportador poderá exigir que o remetente lhe entregue, 
devidamente assinada, a relação discriminada das coisas a serem transportadas, em duas vias, uma das 
quais, por ele devidamente autenticada, ficará fazendo parte integrante do conhecimento”). 
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4. (VUNESP / TJ-SP – 2014) Assinale a opção incorreta. 
a) O transportador não pode ser responsabilizado pelos danos decorrentes de fatos de terceiros que 
possam ser caracterizados como fortuito externo. 
b) O transportador só responde pelos danos resultantes de fatos conexos com o serviço que presta. 
c) O reconhecimento do direito a indenização, por falta de mercadoria transportada por via marítima, 
independe de vistoria. 
d) Na atividade empresarial de transporte aéreo, a ocorrência de problemas técnicos é considerada 
hipótese de caso fortuito ou força maior a afastar a responsabilidade da empresa de aviação. 
Comentários 
A alternativa A está correta, conforme o STJ: “RESPONSABILIDADE CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. 
EMPRESA DE TRANSPORTE COLETIVO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA AFASTADA. CASO FORTUITOEXTERNO. SÚMULAS N. 7 E 83 DO STJ. Afasta-se a responsabilidade da empresa de transporte coletivo 
quando o dano é causado por fato de terceiro que representa caso fortuito externo, sendo estranho à 
atividade transportadora (STJ - AgRg no AREsp: 97872 SP 2011/0232039-2, Relator: Ministro JOÃO 
OTÁVIO DE NORONHA, Data de Julgamento: 06/02/2014, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: 
DJe 17/02/2014)”. 
A alternativa B está correta, de acordo com a Corte: “CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. TRANSPORTE 
COLETIVO DE PASSAGEIROS. O transportador só responde pelos danos resultantes de fatos conexos 
com o serviço que presta. (STJ - REsp: 468900 RJ 2002/0129872-9, Relator: Ministro ARI PARGENDLER, 
Data de Julgamento: 20/02/2003, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJ 31/03/2003 p. 
222RJADCOAS vol. 45 p. 102)”. 
A alternativa C está correta, na dicção da Súmula 109 do STJ: “O reconhecimento do direito a 
indenização, por falta de mercadoria transportada via marítima, independe de vistoria”. 
A alternativa D está incorreta, segundo o STJ: “AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. 
PROCESSUAL CIVIL.RESPONSABILIDADE CIVIL. TRANSPORTE AÉREO. PROBLEMAS 
TÉCNICOS.FORTUITO INTERNO. RISCO DA ATIVIDADE. VALOR DA INDENIZAÇÃO.MODERAÇÃO. 
REVISÃO. SÚMULA N. 7/STJ. 1. A ocorrência de problemas técnicos não é considerada hipótese de caso 
fortuito ou de força maior, mas sim fato inerente aos próprios riscos da atividade empresarial de 
transporte aéreo (fortuito interno), não sendo possível, pois, afastar a responsabilidade da empresa de 
aviação e, consequentemente, o dever de indenizar (STJ - AgRg no Ag: 1310356 RJ 2010/0091553-0, 
Relator: Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, Data de Julgamento: 14/04/2011, T4 - QUARTA TURMA, 
Data de Publicação: DJe 04/05/2011). 
Defensor 
5. (FEPESE / DPE-SC – 2012) Pelo contrato de transporte uma empresa se obriga, mediante 
retribuição, a transportar, de um lugar para outro, pessoas ou coisas. 
No que se refere aos danos causados às pessoas transportadas, o transportador responde pelos danos: 
a) Salvo fato resultante de força maior. 
b) Salvo se elidida por culpa de terceiro. 
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c) Salvo se o passageiro não pagou a passagem. 
d) Salvo se o transporte era exclusivo de mercadoria. 
e) Salvo cláusula excludente da responsabilidade. 
Comentários 
A alternativa A está correta, na forma do art. 734: “O transportador responde pelos danos causados às 
pessoas transportadas e suas bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula qualquer cláusula 
excludente da responsabilidade”. 
A alternativa B está incorreta, segundo o art. 735: “A responsabilidade contratual do transportador por 
acidente com o passageiro não é elidida por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva”. 
A alternativa C está incorreta, por aplicação do art. 736, parágrafo único: “Não se considera gratuito o 
transporte quando, embora feito sem remuneração, o transportador auferir vantagens indiretas”. 
A alternativa D está incorreta, dada a regra contida no art. 750: “A responsabilidade do transportador, 
limitada ao valor constante do conhecimento, começa no momento em que ele, ou seus prepostos, 
recebem a coisa; termina quando é entregue ao destinatário, ou depositada em juízo, se aquele não for 
encontrado”. 
A alternativa E está incorreta, de acordo com o supracitado art. 734, que torna nula essa disposição. 
6. (FCC / DPE-PR – 2012) É correto afirmar: 
a) Pessoa que, por simples cortesia, transportava seu colega na saída do trabalho, vindo a colidir seu 
veículo com caminhão, por culpa leve, causando grave lesão no colega transportado, será civilmente 
responsável por estes danos. 
b) O contrato de empréstimo somente poderá ser revisado pela teoria da imprevisão se houver 
desproporção da prestação derivada de motivo imprevisível ocorrido no momento funcional da relação 
contratual. 
c) O promitente comprador do imóvel, pertencente a proprietário registral, não terá direito à 
adjudicação compulsória se o compromisso de compra e venda não estiver registrado no cartório de 
imóveis, ainda que o contrato esteja devidamente quitado. 
d) O contratante, que contrata alguém para a troca de telhas de sua casa, não tem de garantir a segurança 
do contratado, exceto se tal dever estiver expresso no pacto firmado. 
e) Contrato de locação de imóvel, expressamente firmado para exploração de jogo ilegal, é tido como 
inexistente, em razão da ilicitude do objeto. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, por aplicação da Súmula 145 do STJ: “No transporte desinteressado, de 
simples cortesia, o transportador só será civilmente responsável por danos causados ao transportado 
quando incorrer em dolo ou culpa grave”. 
A alternativa B está correta, já que é na fase funcional (execução do pacto) que a excessiva onerosidade 
deve se manifestar, oriunda de situação imprevisível. 
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A alternativa C está incorreta, aceitando a jurisprudência a adjudicação do imóvel mesmo quando 
contato não há, apenas o termo de quitação da última parcela do bem. 
A alternativa D está incorreta, segundo o gabarito oficial, ainda que seja extremamente controvertida. 
Sua justificativa? O princípio da boa-fé objetiva que, a partir dos deveres laterais de conduta, 
notadamente, no caso, de informação, cuidado e proteção, ensejariam que o contratante garantisse, ou 
ao menos exigisse do contratado, mínimas condições de segurança no desempenho do objeto do 
contrato. 
A alternativa E está incorreta, dado que a invalidação pela ilicitude do objeto é a nulidade, não a 
inexistência, pois objeto há, existe, portanto. 
15. SEGURO 
Juiz 
7. (CESPE / TJ-PA - 2019) Francisco deixou seu veículo sob a guarda de manobrista 
disponibilizado e vinculado ao restaurante onde jantava. Ao sair do estabelecimento e solicitar 
seu veículo ao manobrista, Francisco foi informado de que o veículo havia sido furtado. Em razão 
disso, ele prontamente acionou a seguradora do veículo, que veio a cobrir o prejuízo. Por sua 
vez, a seguradora moveu ação contra o restaurante, para se ressarcir dos valores pago a 
Francisco. Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correspondente à razão 
correta de alegação da seguradora para se ressarcir do prejuízo. 
a) sub-rogação no pagamento 
b) imputação do pagamento 
c) novação objetiva do crédito 
d) dação em pagamento 
e) novação subjetiva do crédito 
Comentários 
A alternativa A está correta. É o que prevê o art. 786: "Paga a indenização, o segurador sub-roga-se, 
nos limites do valor respectivo, nos direitos e ações que competirem ao segurado contra o autor do 
dano". 
A alternativa B está incorreta, pois a novação imputação ao pagamento tem sua previsão no art. 352: 
"A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o direito de indicar 
a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos". 
A alternativa C está incorreta, conquanto as hipóteses de novação estejam previstas no art. 360: “Dá-
se a novação: quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior; 
quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor; quando, em virtude de 
obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo, ficando o devedor quite com este”. 
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A alternativa D está incorreta, já que o art. 356 prevê que: "O credor pode consentir em receber 
prestaçãodiversa da que lhe é devida". 
A alternativa E está incorreta, pois no pagamento com sub-rogação, há alteração da estrutura 
obrigacional, surgindo um novo credor. Já na novação, o vínculo original se desfaz com todos os seus 
acessórios e garantias. 
8. (TRF 3ª Região – TRF 3ª Região – Juiz Federal Substituto – 2018) Sobre o contrato de 
seguro, é INCORRETO afirmar: 
a) Ele será nulo se estipulado para garantia de risco proveniente de ato doloso do segurado ou do 
beneficiário. 
b) Se o segurado fizer declaração inexata ou omitir circunstância que possa influir na aceitação da 
proposta ou na taxa do prêmio, perderá o direito à garantia, mas nesse caso não ficará obrigado a pagar 
o prêmio vencido. 
c) No seguro de vida, o suicídio não é coberto nos dois primeiros anos de vigência do contrato, 
ressalvado o direito do beneficiário à devolução do montante da reserva técnica formada. 
d) Se o segurador expedir a apólice sabedor de que o risco que o contrato pretendia cobrir estava 
superado fica obrigado a pagar em dobro o prêmio estipulado. 
Comentários 
A alternativa A está correta, conforme prevê o art. 762: “Nulo será o contrato para garantia de risco 
proveniente de ato doloso do segurado, do beneficiário, ou de representante de um ou de outro”. 
A alternativa C está incorreta, segundo o art. 766: “Se o segurado, por si ou por seu representante, fizer 
declarações inexatas ou omitir circunstâncias que possam influir na aceitação da proposta ou na taxa 
do prêmio, perderá o direito à garantia, além de ficar obrigado ao prêmio vencido”. 
A alternativa C está correta, como estabelece o art. 797: “No seguro de vida para o caso de morte, é 
lícito estipular-se um prazo de carência, durante o qual o segurador não responde pela ocorrência do 
sinistro”. 
A alternativa D está correta, de acordo com a expressa disposição do art. 773: “O segurador que, ao 
tempo do contrato, sabe estar passado o risco de que o segurado se pretende cobrir, e, não obstante, 
expede a apólice, pagará em dobro o prêmio estipulado”. 
9. (TRF-4ª REGIÃO / TRF-4ª REGIÃO – 2016) Dadas as assertivas abaixo, assinale a 
alternativa correta. 
I. O simples atraso no pagamento de prestação do prêmio do seguro importa desfazimento automático 
do contrato, dispensada a prévia constituição do contratante em mora, contanto que previsto no 
instrumento contratual. 
II. O que define a responsabilidade pelo pagamento das obrigações condominiais não é o registro do 
compromisso de compra e venda, mas a relação jurídica material com o imóvel, representada pela 
imissão na posse pelo promissário comprador e pela ciência inequívoca do condomínio acerca do 
negócio. 
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III. A ocorrência do suicídio antes do prazo bienal previsto na lei civil não exime, por si só, a seguradora 
do dever de indenizar, sendo imprescindível a comprovação da premeditação por parte do segurado, 
ônus que recai sobre a seguradora. 
IV. O contrato de compra e venda, uma vez firmado em observância aos pressupostos de existência e 
aos requisitos de validade do negócio jurídico, implica transferência imediata da propriedade da coisa 
que tem por objeto. 
a) Estão incorretas apenas as assertivas I e III. 
b) Estão incorretas apenas as assertivas I e IV. 
c) Estão incorretas apenas as assertivas II e IV. 
d) Estão incorretas apenas as assertivas I, III e IV. 
e) Nenhuma assertiva está correta. 
Comentários 
O item I está incorreto, conforme entendimento do STJ: "O mero atraso no pagamento de prestação do 
prêmio do seguro não importa em desfazimento automático do contrato, para o que se exige, ao menos, 
a prévia constituição em mora do contratante pela seguradora, mediante interpelação (2ª Seção, REsp 
n. 316.552/SP, Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, por maioria, DJU de 12.04.2004)”. 
O item II está correto, de acordo com o repetitivo já julgado pela Corte: "a) O que define a 
responsabilidade pelo pagamento das obrigações condominiais não é o registro do compromisso de 
compra e venda, mas a relação jurídica material com o imóvel, representada pela imissão na posse pelo 
promissário comprador e pela ciência inequívoca do condomínio acerca da transação. b) Havendo 
compromisso de compra e venda não levado a registro, a responsabilidade pelas despesas de 
condomínio pode recair tanto sobre o promitente vendedor quanto sobre o promissário comprador, 
dependendo das circunstâncias de cada caso concreto. c) Se ficar comprovado: (i) que o promissário 
comprador se imitira na posse; e (ii) o condomínio teve ciência inequívoca da transação, afasta-se a 
legitimidade passiva do promitente vendedor para responder por despesas condominiais relativas a 
período em que a posse foi exercida pelo promissário comprador" (REsp 1345331/RS, Rel Ministro LUIS 
FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 08/04/2015, DJe 20/04/2015)”. 
O item III está incorreto, mais uma vez, segundo o STJ: “AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. 
SEGURO DE VIDA. RENOVAÇÃO SUCESSIVA DO CONTRATO. MATÉRIA QUE NÃO SE INSER NA CAUSA 
DE PEDIR DA AÇÃO. FLAGRANTE INOVAÇÃO RECURSAL. SUICÍDIO DO SEGURADO DENTRO DO PRAZO 
DE DOIS ANOS DO INÍCIO DA VIGÊNCIA DO SEGURO. INEXISTÊNCIA DE COBERTURA DO RISCO. 
DESNECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA PREMEDITAÇÃO DO SUICÍDIO. O Superior Tribunal de 
Justiça firmou entendimento de que o art. 798, do CC, adotou critério objetivo temporal para determinar 
a cobertura relativa ao suicídio do segurado, afastando o critério subjetivo da premeditação (AgInt no 
REsp 1587990/PR, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 
16/02/2017, DJe 01/03/2017)”. 
O item IV está incorreto, dado que é com a tradição que se transfere a propriedade, permitindo-se, 
inclusive, a compra de coisa futura. 
A alternativa D é a correta, portanto. 
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10. (TRF-3ª REGIÃO / TRF-3ª REGIÃO – 2016) Sobre os contratos em espécie, assinale a 
alternativa correta: 
a) O contrato de seguro por danos pessoais não compreende os danos morais, devendo haver cláusula 
expressa com tal previsão de cobertura. 
b) A cláusula especial de venda sobre documentos transforma o negócio de compra, de modo que a 
transferência documentária faz as vezes da tradição real. 
c) São elementos essenciais categoriais da compra e venda o preço, a coisa e a tradição. 
d) A locação por tempo determinado cessa de pleno direito findo o prazo estipulado, mediante 
notificação ou aviso prévio obrigatório. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, segundo a Súmula 402 do STJ: “O contrato de seguro por danos pessoais 
compreende os danos morais, salvo cláusula expressa de exclusão”. 
A alternativa B está correta, conforme o art. 522: “Na venda sobre documentos, a tradição da coisa é 
substituída pela entrega do seu título representativo e dos outros documentos exigidos pelo contrato 
ou, no silêncio deste, pelos usos”. 
A alternativa C está incorreta, na literalidade da parte final do art. 482: “A compra e venda, quando 
pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no preço”. 
A alternativa D está incorreta, na dicção do art. 573. “A locação por tempo determinado cessa de pleno 
direito findo o prazo estipulado, independentemente de notificação ou aviso”. 
11. (FAURGS / TJ-RS – 2016) Sobre as várias espécies de contratos típicos, é INCORRETO 
afirmar que 
a) a garantia, no seguro de dano, como expressão do princípio indenitário, é limitada, no máximo, ao 
valor do interesse. 
b) a obrigação de incolumidade assumida pelo transportador implica a responsabilidade objetiva pela 
interrupção da execução contratual.c) todos terão direito à remuneração, quando concluído o negócio com a intermediação de mais de um 
corretor. 
d) a doação de ascendentes a descendentes é inválida se não houver a anuência dos demais herdeiros. 
e) pode o comissário reter bens do comitente que estejam em seu poder, como garantia para o 
recebimento de comissões devidas e reembolso de despesas efetuadas. 
Comentários 
A alternativa A está correta, como se extrai do art. 778: “Nos seguros de dano, a garantia prometida 
não pode ultrapassar o valor do interesse segurado no momento da conclusão do contrato, sob pena do 
disposto no art. 766, e sem prejuízo da ação penal que no caso couber”. 
A alternativa B está correta, dado que o art. 734 (“O transportador responde pelos danos causados às 
pessoas transportadas e suas bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula qualquer cláusula 
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excludente da responsabilidade”) exclui a responsabilidade do transportador apenas no caso de força 
maior. 
A alternativa C está correta, segundo o art. 728: “Se o negócio se concluir com a intermediação de mais 
de um corretor, a remuneração será paga a todos em partes iguais, salvo ajuste em contrário”. 
A alternativa D está incorreta, dada a previsão do art. 496: “É anulável a venda de ascendente a 
descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem 
consentido”. 
A alternativa E está correta, conforme o art. 708: “Para reembolso das despesas feitas, bem como para 
recebimento das comissões devidas, tem o comissário direito de retenção sobre os bens e valores em 
seu poder em virtude da comissão”. 
12. (CESPE / TJ-AM – 2016) A respeito dos contratos regidos pelo Código Civil, assinale a 
opção correta. 
a) No contrato de transporte de pessoas, a responsabilidade do transportador pelo acidente com o 
passageiro será afastada quando for comprovada culpa exclusiva de terceiro. 
b) Se o suicídio do segurado ocorrer dentro do prazo dos dois primeiros anos de vigência do contrato 
de seguro de vida, seus beneficiários não terão direito a indenização, ainda que não premeditado o 
suicídio, mas o segurador será obrigado a devolver o montante da reserva técnica já formada. 
c) No silêncio do contrato, o empreiteiro contratado deve contribuir para execução da obra com seu 
trabalho e com os materiais necessários à sua conclusão. 
d) Na venda ad corpus, o imóvel é alienado com especificação de sua área, de modo que, na falta de 
correspondência entre a área mencionada e a efetiva área adquirida, poderá o comprador reclamar a 
resolução do contrato ou o abatimento proporcional do preço. 
e) O pacto de retrovenda é condição resolutiva expressa que permite ao credor reaver, a qualquer 
tempo, o imóvel alienado, desde que restitua ao adquirente o preço recebido, acrescido de todas as 
despesas por ele realizadas. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, dado que o art. 734 (“O transportador responde pelos danos causados 
às pessoas transportadas e suas bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula qualquer cláusula 
excludente da responsabilidade”) exclui a responsabilidade do transportador apenas no caso de força 
maior. 
A alternativa B está correta, segundo a jurisprudência (“AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. 
SEGURO DE VIDA. RENOVAÇÃO SUCESSIVA DO CONTRATO. MATÉRIA QUE NÃO SE INSERE NA CAUSA 
DE PEDIR DA AÇÃO. FLAGRANTE INOVAÇÃO RECURSAL. SUICÍDIO DO SEGURADO DENTRO DO PRAZO 
DE DOIS ANOS DO INÍCIO DA VIGÊNCIA DO SEGURO. INEXISTÊNCIA DE COBERTURA DO RISCO. 
DESNECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA PREMEDITAÇÃO DO SUICÍDIO. O Superior Tribunal de 
Justiça firmou entendimento de que o art. 798, do CC, adotou critério objetivo temporal para determinar 
a cobertura relativa ao suicídio do segurado, afastando o critério subjetivo da premeditação (AgInt no 
REsp 1587990/PR, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 
16/02/2017, DJe 01/03/2017)”, bem como do art. 797, parágrafo único: “No caso deste artigo o 
segurador é obrigado a devolver ao beneficiário o montante da reserva técnica já formada”. 
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A alternativa C está incorreta, de acordo com o art. 610, §1º: “A obrigação de fornecer os materiais não 
se presume; resulta da lei ou da vontade das partes”. 
A alternativa D está incorreta, tratando-se o caso mencionado de venda ad mensuram. 
A alternativa E está incorreta, conforme prevê o art. 505: “O vendedor de coisa imóvel pode reservar-
se o direito de recobrá-la no prazo máximo de decadência de três anos, restituindo o preço recebido e 
reembolsando as despesas do comprador, inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram 
com a sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias”. 
13. (FCC / TJ-RR – 2015) A respeito de contratos de seguro, considere as seguintes assertivas: 
I. Nos seguros de dano, a garantia prometida não pode ultrapassar o valor do interesse segurado no 
momento da contratação e a indenização não pode ultrapassar o valor do interesse segurado no 
momento do sinistro. 
II. Nos seguros de pessoas, o capital segurado é livremente estipulado pelo proponente, que pode 
contratar mais de um seguro sobre o mesmo interesse, com o mesmo ou diversos seguradores. 
III. Salvo disposição em contrário, não se admite a transferência do contrato de seguro de dano a terceiro 
com a alienação ou cessão do interesse segurado. 
IV. No seguro de vida, só podem figurar como beneficiárias pessoas que estejam sob a dependência 
econômica do segurado, exceto se se tratar de cônjuge ou companheiro. 
V. No seguro de vida ou de acidentes pessoais para o caso de morte, o capital estipulado, para o caso de 
morte, não está sujeito às dívidas do segurado, nem se considera herança. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) III, IV e V. 
b) I, III e IV. 
c) II, III e V. 
d) I, II, e V. 
e) I, III e V. 
Comentários 
O item I está correto, de acordo com o art. 778: “Nos seguros de dano, a garantia prometida não pode 
ultrapassar o valor do interesse segurado no momento da conclusão do contrato, sob pena do disposto 
no art. 766, e sem prejuízo da ação penal que no caso couber”. 
O item II está correto, de acordo com o art. 789: “Nos seguros de pessoas, o capital segurado é 
livremente estipulado pelo proponente, que pode contratar mais de um seguro sobre o mesmo 
interesse, com o mesmo ou diversos seguradores”. 
O item III está incorreto, na forma do art. 785: “Salvo disposição em contrário, admite-se a transferência 
do contrato a terceiro com a alienação ou cessão do interesse segurado”. 
O item IV está incorreto, pois o estabelecimento do beneficiário é livre. Ademais, na forma do art. 792: 
“Na falta de indicação da pessoa ou beneficiário, ou se por qualquer motivo não prevalecer a que for 
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feita, o capital segurado será pago por metade ao cônjuge não separado judicialmente, e o restante aos 
herdeiros do segurado, obedecida a ordem da vocação hereditária”, ou seja, outros herdeiros ainda 
podem ser beneficiários. 
O item V está correto, de acordo com o art. 794: “No seguro de vida ou de acidentes pessoais para o caso 
de morte, o capital estipulado não está sujeito às dívidas do segurado, nem se considera herança para 
todos os efeitos de direito”. 
A alternativa D está correta, portanto. 
14. (VUNESP / TJ-SP – 2014) O recebimento do seguro obrigatório implica em quitação dasverbas especificamente recebidas, inibindo o beneficiário de promover a cobrança de eventual 
diferença. 
Comentários 
O item está incorreto, segundo o STJ: “CIVIL. SEGURO OBRIGATÓRIO (DPVAT). VALOR QUANTIFICADO 
EM SALÁRIOS MÍNIMOS. INDENIZAÇÃO LEGAL. CRITÉRIO. VALIDADE. LEI N. 6.194/74. RECIBO. 
QUITAÇÃO. SALDO REMANESCENTE. O recibo dado pelo beneficiário do seguro em relação à 
indenização paga a menor não o inibe de reivindicar, em juízo, a diferença em relação ao montante que 
lhe cabe de conformidade com a lei que rege a espécie (REsp 296.675/SP, Rel. Ministro ALDIR 
PASSARINHO JUNIOR, QUARTA TURMA, julgado em 20/08/2002, DJ 23/09/2002, p. 367)”. 
15. (VUNESP / TJ-SP – 2013) Acerca do contrato de seguro, é correto afirmar que 
a) os credores do devedor insolvente que vem a falecer podem penhorar o capital estipulado em seguro 
de vida por ele próprio contratado e pago, independentemente de quem seja o beneficiário. 
b) por meio desse contrato, que se prova mediante a exibição da apólice ou bilhete de seguro, o 
segurado, mediante a paga de uma contraprestação, faz jus, na hipótese de se verificar determinado 
evento, a receber indenização denominada prêmio. 
c) no seguro de responsabilidade civil, o segurado não pode reconhecer sua responsabilidade sem 
anuência expressa do segurador. 
d) ao segurado que agrava intencionalmente o risco objeto do contrato a lei impõe multa e redução da 
garantia prevista na apólice. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, na literalidade do art. 794: “No seguro de vida ou de acidentes pessoais 
para o caso de morte, o capital estipulado não está sujeito às dívidas do segurado, nem se considera 
herança para todos os efeitos de direito”. 
A alternativa B está incorreta, como se extrai do art. 757: “Pelo contrato de seguro, o segurador se 
obriga, mediante o pagamento do prêmio, a garantir interesse legítimo do segurado, relativo a pessoa 
ou a coisa, contra riscos predeterminados”. 
A alternativa C está correta, conforme o art. 787, §2º: “É defeso ao segurado reconhecer sua 
responsabilidade ou confessar a ação, bem como transigir com o terceiro prejudicado, ou indenizá-lo 
diretamente, sem anuência expressa do segurador”. 
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A alternativa D está incorreta, de acordo com o art. 768: “O segurado perderá o direito à garantia se 
agravar intencionalmente o risco objeto do contrato”. 
Defensor 
16. (FCC / DPE-PR – 2012) É cabível a recusa do pagamento da indenização acidentária civil 
baseada na falta de pagamento do prêmio do seguro obrigatório de Danos Pessoais Causados 
por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT). 
Comentários 
O item está incorreto, segundo o entendimento fixado na Súmula 257 do STJ: “A falta de pagamento do 
prêmio do seguro obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres 
(DPVAT) não é motivo para a recusa do pagamento da indenização”. 
17. (CESPE / DPE-PI - 2009) De acordo com as regras concernentes ao seguro automotivo, 
assinale a opção correta. 
a) A indenização pelo sinistro não pode gerar nenhum proveito ao segurado. 
b) Se a esposa do segurado causar sinistro por culpa, o segurador pode sub-rogar-se, nos limites da 
indenização paga. 
c) O contrato celebrado não pode ser transferido a terceiro que venha a adquirir o veículo. 
d) O seguro de um bem poderá ser contratado por valor superior ao seu valor atual, mas isso implicará 
aumento no valor do prêmio. 
e) O atraso no pagamento de prestação do prêmio importa em desfazimento automático do contrato, de 
acordo com a jurisprudência do STJ. 
Comentários 
A alternativa A está correta, de acordo com o art. 781: “A indenização não pode ultrapassar o valor do 
interesse segurado no momento do sinistro, e, em hipótese alguma, o limite máximo da garantia fixado 
na apólice, salvo em caso de mora do segurador”. 
A alternativa B está incorreta, conforme art. 786, § 1º: “Salvo dolo, a sub-rogação não tem lugar se o 
dano foi causado pelo cônjuge do segurado, seus descendentes ou ascendentes, consanguíneos ou afins”. 
A alternativa C está incorreta, na regra do art. 785: “Salvo disposição em contrário, admite-se a 
transferência do contrato a terceiro com a alienação ou cessão do interesse segurado”. 
A alternativa D está incorreta, consoante regula o art. 778: “Nos seguros de dano, a garantia prometida 
não pode ultrapassar o valor do interesse segurado no momento da conclusão do contrato, sob pena do 
disposto no art. 766, e sem prejuízo da ação penal que no caso couber”. 
A alternativa E está incorreta, conforme entendimento do STJ: "O mero atraso no pagamento de 
prestação do prêmio do seguro não importa em desfazimento automático do contrato, para o que se 
exige, ao menos, a prévia constituição em mora do contratante pela seguradora, mediante interpelação 
(2ª Seção, REsp n. 316.552/SP, Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, por maioria, DJU de 12.04.2004)”. 
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17. JOGO E APOSTA 
Juiz 
18. (CONSULPLAN / TJ-MG – 2016) São efeitos civis do jogo tolerado e proibido, EXCETO: 
a) Inexigível o mútuo contraído no ato de jogar para pagar dívida de jogo. 
b) A invalidade de dívida de jogo não é oponível a terceiro de boa-fé. 
c) A soma entregue a terceiro para ser paga ao ganhador não pode ser exigida. 
d) A inexigibilidade da dívida de jogo não atinge contrato que tenha por objeto encobrir ou reconhecer 
a obrigação. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, conforme o art. 815: “Não se pode exigir reembolso do que se emprestou 
para jogo ou aposta, no ato de apostar ou jogar”. 
A alternativa B está incorreta, segundo a parte final do art. 814, §1º: “Estende-se esta disposição a 
qualquer contrato que encubra ou envolva reconhecimento, novação ou fiança de dívida de jogo; mas a 
nulidade resultante não pode ser oposta ao terceiro de boa-fé”. 
A alternativa C está incorreta, consoante a regra do caput do art. 815, indicado anteriormente. 
A alternativa D está correta, de acordo com a primeira parte do art. 814, §1º, supramencionado. 
18. FIANÇA 
Juiz 
19. (VUNESP / TJ-SP – 2018) O contrato de fiança é celebrado entre o fiador e o 
a) afiançado, sendo necessariamente gratuito, mas o fiador, se como tal demandado, não poderá́ 
compensar sua dívida com a do credor ao afiançado, porque, obrigando-se por terceiro uma pessoa, não 
pode com- pensar essa dívida com a que o credor dele lhe dever. 
b) credor do afiançado, podendo ser gratuito ou oneroso, e o fiador, se como tal demandado, não poderá́ 
compensar sua dívida com a de seu credor ao afiançado, porque a compensação exige que duas pessoas 
sejam, ao mesmo tempo, credoras e devedoras uma da outra. 
c) afiançado, sendo gratuito ou oneroso, mas o fiador, se como tal demandado, não poderá́ compensar 
sua dívida com a do credor ao afiançado, porque, obrigando-se por terceiro uma pessoa, não pode 
compensar essa dívida com a que o credor dele lhe dever. 
d) credor do afiançado, podendo ser gratuito ou oneroso, mas o fiador, se como tal demandado, poderá́ 
compensar sua dívida com a de seu credor ao afiançado. 
Comentários 
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A alternativa A está incorreta, porque a fiança se fixa entre o fiador e o credor, e não com o afiançado, 
como se extrai do art. 820: “Pode-se estipular a fiança, ainda que sem consentimento do devedor ou 
contra a sua vontade”. Ainda que haja impacto sobre a esfera jurídica do afiançado,evidentemente, e 
seja ele o maior interessado nela, em termos práticos, ele é verdadeiro terceiro no contrato. 
A alternativa B está incorreta, pois, pela previsão do art. 371 (“O devedor somente pode compensar 
com o credor o que este lhe dever; mas o fiador pode compensar sua dívida com a de seu credor ao 
afiançado”), permite-se a compensação de dívida do fiador com o credor do afiançado, já que a fiança é 
entre estes fixada. 
A alternativa C está incorreta, novamente, não se falando em pacto entre fiador e afiançado, mas entre 
fiador e credor. 
A alternativa D está correta, pela fusão do art. 820 com o art. 371, supracitados. 
20. (VUNESP / TJ-SP – 2017) Assinale a alternativa correta. 
a) A fiança por dívida futura não admite exoneração do fiador, exceto se a obrigação ainda não exigível 
for cumprida antecipadamente. 
b) A manifestação de vontade do devedor é requisito essencial à validade da fiança. 
c) O fiador pode se exonerar do cumprimento da garantia estabelecida sem limitação de tempo, desde 
que promova a notificação do credor. 
d) A ausência de renúncia ao benefício de ordem impede a excussão de bens do fiador, caso o devedor 
recaia em insolvência. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, já que é possível a extinção da fiança nos casos dos arts. 838 e 839 do 
CC/2002. Igualmente, possível a exoneração da fiança antes de constituída a dívida afiançada, como 
leciona Pontes de Miranda. Por fim, possível extrair essa possibilidade deste julgado do STJ, já que a 
exoneração nada mais é do que denúncia, ou, tecnicamente falando, resilição unilateral imotivada: 
“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL. FIANÇA. DÍVIDAS FUTURAS. 
PREVISÃO CONTRATUAL DA ANUÊNCIA DOS FIADORES À GARANTIA DE DÍVIDAS ATUAIS OU POR 
VENTURA FUTURAMENTE NOVADAS. POSSIBILIDADE. EXERCÍCIO REGULAR DA VONTADE NEGOCIAL. 
ETERNIZAÇÃO DA FIANÇA. INOCORRÊNCIA. AUSÊNCIA DE RENÚNCIA À POSSIBILIDADE DE 
DENÚNCIA. PRECEDENTE. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO (AgRg no REsp 1491341/SP, Rel. 
Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 10/02/2015, DJe 
19/02/2015)”. 
A alternativa B está incorreta, conforme o art. 820: “Pode-se estipular a fiança, ainda que sem 
consentimento do devedor ou contra a sua vontade”. 
A alternativa C está correta, na literalidade do art. 835: “O fiador poderá exonerar-se da fiança que tiver 
assinado sem limitação de tempo, sempre que lhe convier, ficando obrigado por todos os efeitos da 
fiança, durante sessenta dias após a notificação do credor”. 
A alternativa D está incorreta, de acordo com o art. 828, inc. III: “Não aproveita este benefício [de 
ordem] ao fiador se o devedor for insolvente, ou falido”. 
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21. (FCC / TJ-CE – 2015) Analise as assertivas a seguir: 
I. Prestada a fiança por quem seja casado sob o regime da comunhão universal de bens, sem anuência 
do outro cônjuge, esse contrato é nulo. 
II. São partes no contrato de fiança o fiador e o devedor da obrigação principal. 
III. A fiança que exceder o valor da dívida, ou for mais onerosa que ela, não valerá senão até o limite da 
obrigação afiançada. 
IV. Não se pode estipular fiança sem o consentimento do devedor. 
V. As obrigações nulas não são suscetíveis de fiança, exceto se a nulidade resultar apenas de 
incapacidade pessoal do devedor e que não se trate de mútuo feito a menor. 
Sobre o contrato de fiança, é correto o que se afirma APENAS em 
a) III e V. 
b) I e V. 
c) III e IV. 
d) I e II. 
e) II e III. 
Comentários 
O item I está incorreto, conforme a Súmula 332 do STJ: “A fiança prestada sem autorização de um dos 
cônjuges implica a ineficácia total da garantia”. 
O item II está incorreto, já que as partes, na fiança, correspondem a duas pessoas: uma que presta a 
garantia e outra que recebe o benefício. Aí mora a pegadinha, pois você pode pensar que quem recebe o 
benefício é o afiançado, mas não é. Quem se beneficia desse contrato acessório? O credor da obrigação 
principal, dado que se houver inadimplemento ele é quem acessará o fiador, não o afiançado. 
Até porque, pela leitura do art. 820, abaixo transcrito, a fiança pode ser prestada mesmo sem o 
conhecimento do afiançado. Ora, como um contrato poderia ser encetado por uma parte que sequer 
conhece dele? Há evidente compreensão ilógica em pressupor que o afiançado é parte num contrato de 
fiança. 
O item III está correto, conforme o art. 823: “A fiança pode ser de valor inferior ao da obrigação principal 
e contraída em condições menos onerosas, e, quando exceder o valor da dívida, ou for mais onerosa que 
ela, não valerá senão até ao limite da obrigação afiançada”. 
O item IV está incorreto, pela literalidade do art. 820: “Pode-se estipular a fiança, ainda que sem 
consentimento do devedor ou contra a sua vontade”. 
O item V está correto, apesar da redação ruim. A primeira parte do art. 824 estabelece que “As 
obrigações nulas não são suscetíveis de fiança”. Há exceção? Sim; a segunda parte do art. 824 prevê que 
é válida a fiança se a nulidade da obrigação “resultar apenas de incapacidade pessoal do devedor”. 
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Aí, o parágrafo único determina que “A exceção estabelecida neste artigo não abrange o caso de mútuo 
feito a menor”, uma exceção da exceção. Ou seja, a fiança é válida se a nulidade “resultar apenas de 
incapacidade pessoal do devedor”, mas não é válida “no caso de mútuo feito a menor”. 
Assim, a fiança é nula no caso de obrigação nula em geral e no caso de mútuo feito a menor. Será ela 
válida se a obrigação for realizada por um incapaz (à exceção do mútuo feito a feito, evidentemente). 
Consequentemente, “as obrigações nulas não são suscetíveis de fiança, exceto se não se tratar de mútuo 
feito a menor” (de redação horrenda, novamente), significa que “as obrigações nulas não são suscetíveis 
de fiança, se tratar-se de mútuo feito a menor”. 
Friso, por fim, que não concordo de todo com a correção do item, já que ele pode ser interpretado de 
maneira diversa e induz o candidato em erro, francamente. Trata-se quase de uma questão de raciocínio 
lógico... 
A alternativa A está correta, portanto. 
22. (VUNESP / TJ-SP – 2015) Em tema de outorga marital ou uxória, é correto afirmar que 
a) é válida a fiança prestada durante união estável sem anuência do companheiro, conforme 
entendimento do Superior Tribunal de Justiça. 
b) o fiador tem legitimidade para arguir a invalidade da garantia fidejussória independentemente de tal 
consentimento. 
c) a assinatura do cônjuge, na qualidade de testemunha instrumental do contrato, supre a outorga 
exigida na garantia fidejussória, conforme o entendimento do Superior Tribunal de Justiça. 
d) é exigível em todos os regimes de bens, e sua ausência implica ineficácia total do contrato. 
Comentários 
A alternativa A está correta, conforme jurisprudência do STJ: “DIREITO CIVIL-CONSTITUCIONAL. 
DIREITO DE FAMÍLIA. CONTRATO DE LOCAÇÃO. FIANÇA. FIADORA QUE CONVIVIA EM UNIÃO 
ESTÁVEL. INEXISTÊNCIA DE OUTORGA UXÓRIA. DISPENSA. VALIDADE DA GARANTIA. 
INAPLICABILIDADE DA SÚMULA N. 332/STJ (REsp 1299866/DF)”. 
A alternativa B está incorreta, segundo o julgado a seguir: “LOCAÇÃO. PRORROGAÇÃO POR PRAZO 
INDETERMINADO. FIANÇA. OUTORGA UXÓRIA. LEGITIMIDADE RESTRITA AO CÔNJUGE NÃO 
CONTRATANTE (AgRg no Ag 1134564/RJ)”. 
A alternativa C está incorreta, segundo o entendimento pacificado na corte: “AUSÊNCIA DE 
AUTORIZAÇÃO EXPRESSA QUANTO AOS TERMOS DA FIANÇA PRESTADA POR CÔNJUGE. ASSINATURA 
LANÇADA NO CONTRATO DE LOCAÇÃO NA QUALIDADE DE TESTEMUNHA INSTRUMENTÁRIA. 
IMPOSSIBILIDADE DE PRESUMIR A OUTORGA UXÓRIA. SÚMULA 332/STJ (REsp 1185982/PE)”.A alternativa D está incorreta, nos termos do art. 1.647, inc. III: “Ressalvado o disposto no art. 1.648, 
nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta, prestar 
fiança ou aval”. 
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23. (FCC / TJ-PI – 2015) Carlos é locatário de imóvel, em contrato celebrado com Romero no 
polo de locador. Rodolfo é o fiador das obrigações locatícias, renunciando ao benefício de ordem. 
Carlos não pagou o aluguel, porque é credor de Romero em razão de outro contrato, sendo essa 
dívida superior ao valor dos aluguéis não pagos. Nesse caso, 
a) o fiador recupera o benefício de ordem a que renunciou, e pode exigir que a dívida seja em primeiro 
lugar cobrada do afiançado, e não poderá pagar a dívida com desconhecimento ou oposição do 
afiançado, pois se o fizer perderá o direito de reembolso. 
b) o fiador terá de ajuizar ação de consignação em pagamento, para livrar-se da mora, alegando dúvida 
acerca da titularidade do crédito. 
c) em ação de cobrança movida por Romero, Rodolfo não pode alegar compensação, mas se ele pagar os 
aluguéis, com o conhecimento de Carlos, terá direito ao reembolso. 
d) em ação de cobrança movida por Romero, Rodolfo pode alegar compensação, mas se ele pagar os 
aluguéis, com desconhecimento ou oposição de Carlos, o afiançado não está obrigado a reembolsá-lo. 
e) ao fiador é irrelevante a possibilidade de compensação, porque só o devedor pode compensar com o 
credor o que este lhe dever, por isso, se demandado, Rodolfo terá de pagar a dívida, exceto se houver 
oposição do afiançado. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, na forma do art. 828, inc. I: “Não aproveita este benefício ao fiador se ele 
o renunciou expressamente”. Não há “renascimento” do benefício, portanto. 
A alternativa B está incorreta, já que não há dúvida sobre a titularidade do crédito decorrente da 
locação, no caso. 
A alternativa C está incorreta, segundo o art. 371: “O devedor somente pode compensar com o credor 
o que este lhe dever; mas o fiador pode compensar sua dívida com a de seu credor ao afiançado”. 
A alternativa D está correta, de acordo com o art. 306: “O pagamento feito por terceiro, com 
desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor 
tinha meios para ilidir a ação”. 
A alternativa E está incorreta, conforme o art. 306 citado na alternativa D, anterior. 
Promotor 
24. (MPT / MPT – 2012) Marque a alternativa INCORRETA: 
a) O fiador continua com o seu benefício de ordem ou de excussão ainda que se declare devedor 
solidário, porém perde o direito ao benefício, quando o devedor for insolvente ou falido. 
b) A solidariedade é excepcional, não podendo ser presumida, vigorando como regra o fracionamento 
das obrigações. 
c) A suspensão da prescrição em favor de um dos credores solidários apenas aproveita aos outros se a 
obrigação for indivisível. 
d) A pretensão em juízo de um dos credores julgada improcedente, seja por exceção pessoal ou comum, 
não atinge os demais cocredores que podem ajuizar ações em prol dos seus créditos posteriormente. 
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e) Não respondida. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, nos termos do art. 828, inc. II: “Não aproveita este benefício ao fiador se 
se obrigou como principal pagador, ou devedor solidário”. 
A alternativa B está correta, de acordo com o art. 265: “A solidariedade não se presume; resulta da lei 
ou da vontade das partes”. 
A alternativa C está correta, na dicção do art. 201: “Suspensa a prescrição em favor de um dos credores 
solidários, só aproveitam os outros se a obrigação for indivisível”. 
A alternativa D está correta, conforme o art. 274: “O julgamento contrário a um dos credores solidários 
não atinge os demais; o julgamento favorável aproveita-lhes, a menos que se funde em exceção pessoal 
ao credor que o obteve”. 
19. TRANSAÇÃO 
Juiz 
25. (FCC / TJ-SC – 2017) Coviello, em seu magnífico Manuale di Diritto Civile Italiano, é quem 
explica a matéria com maior clareza. 
“Uma cousa, diz ele, é independer, a obrigatoriedade da lei, do conhecimento dos que lhe estão sujeitos 
e outra cousa é poder-se invocar o erro de direito como pressuposto de certos fatos, dos quais a lei faz 
derivar consequências jurídicas. A primeira não comporta dúvidas; a segunda exige um exame, uma 
indagação. 
Quando se admite a possibilidade de se invocar o erro de direito, tal outro qualquer erro, como 
pressuposto de um fato jurídico, isto não significa que se abra exceção à regra da obrigatoriedade das 
leis mesmo contra quem não as conhece. 
A única distinção a fazer-se é a relativa ao fim visado por quem alega ignorância ou erro de direito.” 
(Vicente Rao. O Direito e a Vida dos Direitos. 1o volume. tomo I. p. 382. São Paulo, Max Limonad. 1960). 
Esse texto 
a) aplica-se ao direito brasileiro, porque, embora ninguém se escuse de cumprir a lei alegando que não 
a conhece, salvo na transação a respeito das questões que forem objeto de controvérsia entre as partes, 
é anulável o negócio jurídico quando o erro de direito for o motivo único ou principal do negócio, e não 
implique recusa à aplicação da lei. 
b) aplica-se ao direito brasileiro porque embora ninguém se escuse de cumprir a lei alegando que não 
a conhece, é anulável a transação quando o erro de direito foi o motivo, único ou principal, do acordo, 
sobre as questões que tiverem sido objeto de controvérsia entre as partes. 
c) não se aplica ao direito brasileiro, porque ninguém se escusa de cumprir a lei alegando que não a 
conhece, sendo defeso alegar a invalidade de negócio jurídico fundada em erro de direito. 
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d) aplica-se ao direito brasileiro porque embora ninguém se escuse de cumprir a lei alegando que não 
a conhece é nulo o negócio jurídico quando o erro de direito for o motivo único ou principal do negócio, 
salvo, na transação, a respeito das questões que forem objeto de controvérsia entre as partes. 
e) não se aplica ao direito brasileiro, porque quando o erro de direito for o motivo único de negócio 
jurídico, admite-se a alegação de desconhecimento da lei que o proíbe. 
Comentários 
A alternativa A está correta. Para responder a essa questão é necessário cumular três dispositivos. 
Primeiro, o art. 3º da LINDB assim prevê: “Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a 
conhece”. O desconhecimento da lei é de impossível alegação para se furtar ao cumprimento da norma. 
Assim, correta a primeira parte: “aplica-se ao direito brasileiro, porque, embora ninguém se escuse de 
cumprir a lei alegando que não a conhece [...]”. 
Quanto à segunda parte (“salvo na transação a respeito das questões que forem objeto de controvérsia 
entre as partes, é anulável o negócio jurídico quando o erro de direito for o motivo único ou principal 
do negócio, e não implique recusa à aplicação da lei”), uma inversão ajuda. A regra é: “é anulável o 
negócio jurídico quando o erro de direito for o motivo único ou principal do negócio, e não implique 
recusa à aplicação da lei”. A exceção é: “salvo na transação a respeito das questões que forem objeto de 
controvérsia entre as partes”. Ou seja, anula-se o negócio jurídico, em regra, exceto no caso da transação. 
É assim mesmo? 
O art. 138 prevê que: “São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem 
de erro substancial que poderia ser percebido por pessoade diligência normal, em face das 
circunstâncias do negócio”. E quando é o erro substancial? Estabelece o art. 139, inc. III: “O erro é 
substancial quando, sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou 
principal do negócio jurídico”. Ou seja, correta a parte final da assertiva está correta. 
Por fim, o art. 849, parágrafo único prevê que “A transação não se anula por erro de direito a respeito 
das questões que foram objeto de controvérsia entre as partes”. Ou seja, não se pode invocar o erro 
numa transação a respeito da controvérsia jurídica. Por isso, a parte do meio da assertiva também está 
correta. 
A alternativa A está incorreta, de acordo com o art. 849, parágrafo único prevê que “A transação não 
se anula por erro de direito a respeito das questões que foram objeto de controvérsia entre as partes”. 
A alternativa B está incorreta, na cumulação do art. 138 (“São anuláveis os negócios jurídicos, quando 
as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de 
diligência normal, em face das circunstâncias do negócio”) com o art. 139, inc. III: “O erro é substancial 
quando, sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do 
negócio jurídico”. Ou seja, correta a parte final da assertiva está correta. 
A alternativa D está incorreta, porque o erro é causa de anulabilidade do negócio jurídico, não de 
nulidade. 
A alternativa E está incorreta, porque a premissa de Rao se aplica ao direito brasileiro. 
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26. (CESPE / TRF-5ª REGIÃO – 2015) A respeito da transação, do mandato, da empreitada, da 
prestação de serviço e do pagamento indevido, assinale a opção correta. 
a) Ainda que o empreiteiro forneça os materiais para a execução de determinada obra, a 
responsabilidade pelos danos causados nos prédios vizinhos será solidária com o proprietário da obra. 
b) A nulidade de uma cláusula constante de transação realizada para dirimir dúvida não contamina todo 
o ato. 
c) É considerada não escrita a cláusula pela qual o mandatário assume a obrigação de não renunciar ao 
mandato. 
d) O contrato de prestação de serviços celebrado por tempo superior ao permitido em lei deve ter sua 
nulidade decretada com efeitos ex nunc. 
e) Para dar ensejo à repetição do indébito, o erro pode ser de fato ou de direito, mas não pode ser 
grosseiro. 
Comentários 
A alternativa A está correta, de acordo com o STJ: “CIVIL. DANO AO IMÓVEL VIZINHO. 
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO PROPRIETÁRIO DA OBRA E DO EMPREITEIRO. O proprietário da 
obra responde solidariamente com o empreiteiro, pelos danos causados a terceiro (AgRg no REsp 
473.107/MG, Rel. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, TERCEIRA TURMA, julgado em 
26/10/2006, DJ 18/12/2006, p. 361)”. 
A alternativa B está incorreta, segundo o art. 848: “Sendo nula qualquer das cláusulas da transação, 
nula será esta”. 
A alternativa C está incorreta, como se extrai do art. 683: “Quando o mandato contiver a cláusula de 
irrevogabilidade e o mandante o revogar, pagará perdas e danos”. 
A alternativa D está incorreta, conforme entendimento da Súmula 195 do STJ: “Contrato de trabalho 
para obra certa, ou de prazo determinado, transforma-se em contrato de prazo indeterminado, quando 
prorrogado por mais de quatro anos”. 
A alternativa E está incorreta, já que, pela soma dos arts. 876 (“Todo aquele que recebeu o que lhe não 
era devido fica obrigado a restituir; obrigação que incumbe àquele que recebe dívida condicional antes 
de cumprida a condição”) e 877 (“Àquele que voluntariamente pagou o indevido incumbe a prova de tê-
lo feito por erro”), não se exige qualificação do erro, mas, meramente, que ele exista. Trata-se de vedação 
ao enriquecimento sem causa que permite a repetição do pago por erro, de maneira simples. 
27. (FCC / TRT-6ª REGIÃO (PE) – 2015) A transação: 
a) é interpretada restritivamente, mas por ela transmitem-se, declaram-se e reconhecem-se direitos. 
b) será admitida quanto a direitos de qualquer natureza, desde que as partes sejam maiores e capazes. 
c) só se anula por dolo, coação ou erro essencial quanto à pessoa ou coisa controversa, não se anulando 
por erro de direito a respeito das questões que foram objeto de controvérsia entre as partes. 
d) concernente a obrigações resultantes de delito, extinguirá a ação penal de qualquer natureza. 
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e) não desobrigará o fiador, salvo cláusula expressa nesse sentido, se for concluída entre o credor e o 
devedor. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, pela parte final do art. 843: “A transação interpreta-se restritivamente, 
e por ela não se transmitem, apenas se declaram ou reconhecem direitos”. 
A alternativa B está incorreta, pela literalidade do art. 841: “Só quanto a direitos patrimoniais de 
caráter privado se permite a transação”. 
A alternativa C está correta, na literalidade do art. 849: “A transação só se anula por dolo, coação, ou 
erro essencial quanto à pessoa ou coisa controversa”. 
A alternativa D está incorreta, evidentemente, como esclarece o art. 846: “A transação concernente a 
obrigações resultantes de delito não extingue a ação penal pública”. 
No entanto, em se tratando das regras da Lei 9.099/1995, a Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais, 
permite-se ao MP a apresentação de proposta de composição de danos (transação penal) para a extinção 
da ação penal de natureza pública, em contrariedade ao que prevê o CC/2002. Por isso, pela 
generalidade do enunciado (“A transação...”), essa questão poderia ser considerada correta. 
A alternativa E está incorreta, conforme o art. 844, §1º: “Se for concluída entre o credor e o devedor, 
desobrigará o fiador”. 
28. (TRT-8ª REGIÃO / TRT-8ª REGIÃO (PA e AP) – 2015) Sobre os contratos no Código Civil 
Brasileiro, é CORRETO afirmar que: 
a) A oferta ao público não pode ser revogada em razão do princípio da publicidade. 
b) Nos contratos de execução continuada, diferida e instantânea, se a prestação de uma das partes se 
tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos 
extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato, sendo que os efeitos 
da sentença que a decretar retroagirão à data do evento. 
c) Aquele que aliciar pessoas obrigadas em contrato verbal a prestar serviço a outrem pagará a este a 
importância que ao prestador de serviço, pelo ajuste desfeito, houvesse de caber durante dois anos. 
d) Embora ciente da morte, interdição ou mudança de estado do mandante, deve o mandatário concluir 
o negócio já começado, se houver perigo na demora. 
e) O contrato de transação prevalecerá, ainda que nula uma de suas cláusulas, pois admite nulidade 
parcial. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, conforme o art. 429, parágrafo único: “Pode revogar-se a oferta pela 
mesma via de sua divulgação, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada”. 
A alternativa B está incorreta, porque a teoria da onerosidade excessiva é inaplicável aos contratos de 
execução instantânea, por absoluta incompatibilidade. 
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A alternativa C está incorreta, consoante o art. 608: “Aquele que aliciar pessoas obrigadas em contrato 
escrito a prestar serviço a outrem pagará a este a importância que ao prestador de serviço, pelo ajuste 
desfeito, houvesse de caber durante dois anos”. 
A alternativa D estádo 
art. 733, §2º, da cessão de transporte, ou sub-transporte. 
Daí, bipartem-se duas espécies de contratos de transporte, um relativo ao transporte de pessoas e outro 
relativo ao transporte de coisas, bens. 
14.2. TRANSPORTE DE PESSOAS 
As regras do transporte de pessoas não se aplicam ao transporte gratuito, por 
amizade ou cortesia, segundo dispõe o art. 736, como na carona, por exemplo. Cuidado, 
pois o parágrafo único deixa claro que a mera gratuidade não tem o condão de afastar o 
regramento do Código, pois não se considera gratuito o transporte quando, embora 
feito sem remuneração, o transportador auferir vantagens indiretas. 
Ou seja, a remuneração direta não é fonte de distinção para aplicação ou não do contrato de transporte. 
A distinção se verifica nas vantagens recebidas pelo transportador, ainda que indiretas. É o caso do 
resort situado em lugar distante, que oferece “transporte gratuito” para seus hóspedes, gerando a 
vantagem indireta sobre o outro estabelecimento que não tem transporte gratuito, por exemplo. 
Aqui entra uma dificuldade prática. E a pessoa que transporta outrem “rachando” o combustível? De 
antemão, afasto o “táxi pirata”, pois aqui há remuneração, ainda que por fora do sistema. Estou falando 
do genuíno “rachide/racha”, tão popular em bares e restaurantes, mas que também abarca aquela 
viagem universitária de carnaval para bolsos menos robustos. 
Ou, se for para ficar num exemplo mais requintado e mais moderninho, o dono de uma aeronave de 
pequeno porte que lança um aplicativo pelo qual o proprietário do avião permite que outrem viaje 
consigo para determinado destino ao qual ele viajará, mediante contribuição pelos custos da viagem? 
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Novamente, não estou falando de táxi pirata, no caso aéreo (até porque, no transporte aéreo, a ANAC 
exige instrução de voo bem mais longa para o piloto comercial). 
Sou eu, que vou de Brasília ao Rio de Janeiro no meu avião particular. É o universitário que vai para a 
praia no carnaval. Nós ajustamos com os demais amigos que os custos da empreitada serão divididos 
por todos, barateando a viagem. Não é gratuito, como determina o CC/2002, mas é feito por cortesia ou 
amizade; mas também não é remunerado... 
Numa sociedade de aplicativos e de economia solidária, isso é um problema. Evidentemente, deve-se 
atentar para o caso concreto, visualizando-se como e o quê foi ajustado. Não há como se estabelecer, de 
antemão, uma resposta fechada. 
A meu ver de maneira equivocada, boa parte da doutrina estabelece que qualquer vantagem 
recebida implica a sujeição do transporte às regras do CC/2002. Ora, o fato de uma pessoa pagar o 
pedágio de uma praça no caminho não me parece desvirtuar a “carona amiga”. Raciocínio inverso cria 
uma “consumerização” de relações não pautadas por esse raciocínio. 
De qualquer forma, segundo a Súmula 145 do STJ, o “caroneiro” só vai responder por danos 
causados à pessoa transportada se agir com dolo ou culpa grave. A responsabilidade, nesses 
casos, portanto, é subjetiva e extracontratual. 
Evidentemente que esse raciocínio não se aplica, por exemplo, quando uma companhia aérea me dá um 
upgrade de classe no voo, quando havendo overbooking eu deixo o voo para embarcar em outro 
recebendo benefícios, ou mesmo quando viajo com programas de milhagens. O Enunciado 559 da VI 
Jornada de Direito Civil prevê que no transporte aéreo, nacional e internacional, a responsabilidade do 
transportador em relação aos passageiros gratuitos, que viajarem por cortesia, é objetiva, devendo 
atender à integral reparação de danos patrimoniais e extrapatrimoniais. 
Avançando, salvo motivo de força maior, o transportador responde pelos danos causados às 
pessoas transportadas e suas bagagens, segundo o art. 734. Veja-se que esse artigo ainda veda que 
qualquer cláusula excludente da responsabilidade seja inserida no contrato, sob pena de nulidade. 
Como, nesse caso, ficaria difícil ao transportador se responsabilizar por bagagens de algo 
valor, ele pode, transportador, exigir a declaração do valor da bagagem a fim de fixar 
o limite da indenização, nos termos do parágrafo único. Isso é comum, por exemplo, no 
transporte rodoviário interestadual de passageiros. 
Ou seja, os contratos de transporte trazem em si uma “cláusula de incolumidade”, 
pela qual se responsabilizam independentemente de culpa (responsabilidade objetiva) por 
danos causados aos passageiros. São nulas quaisquer cláusulas de irresponsabilidade ou excludentes de 
responsabilidade civil. O STF, inclusive, sumulou o assunto há tempos (Súmula 161: “Em contrato de 
transporte é inoperante a cláusula de não indenizar”). 
No caso das bagagens, o dispositivo não isenta, por si só, o transportador, dado que a pessoa não é 
obrigada a fazer a declaração, mas a ela é facultada. Isso serve para facilitar a prova. Como provarei que 
tinha determinado bem em minha bagagem, para exigir reparação? 
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Evidentemente que pode haver, no caso de relação de consumo, inversão do ônus da prova, como 
permite o STJ (REsp 696.408), mas isso não significa que qualquer item que o consumidor alegue ter 
perdido será indenizado. Há de se ater ao caso, pelo que a declaração facilita essa tarefa. 
 
(TRF-4ª REGIÃO / TRF-4ª REGIÃO – 2016) Assinale a alternativa INCORRETA. 
A. Conferido o mandato com a cláusula "em causa própria", a sua revogação não terá eficácia, e ele 
não se extinguirá pela morte de qualquer das partes, ficando o mandatário dispensado de prestar 
contas e podendo transferir para si os bens móveis ou imóveis objeto do mandato, obedecidas as 
formalidades legais. 
B. O contrato de comissão tem por objeto a aquisição ou a venda de bens pelo comissário, em seu 
próprio nome, à conta do comitente. Nessa espécie contratual, o comissário fica diretamente 
obrigado para com as pessoas com quem contratar, sem que estas tenham ação contra o comitente, 
nem este contra elas, salvo se o comissário ceder seus direitos a qualquer das partes. 
C. Se uma prestação não for divisível e houver dois ou mais devedores, cada um será obrigado pela 
dívida toda. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros 
coobrigados. 
D. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização 
monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos e honorários de advogado. 
E. O transportador responde pelos danos causados às pessoas transportadas e às suas bagagens, 
salvo motivo de força maior e expressa cláusula de não indenizar. 
Comentários 
A alternativa A está correta, na literalidade do art. 685: “Conferido o mandato com a cláusula "em 
causa própria", a sua revogação não terá eficácia, nem se extinguirá pela morte de qualquer das 
partes, ficando o mandatário dispensado de prestar contas, e podendo transferir para si os bens 
móveis ou imóveis objeto do mandato, obedecidas as formalidades legais”. 
A alternativa B está correta, pela combinação do art. 693 (“O contrato de comissão tem por objeto 
a aquisição ou a venda de bens pelo comissário, em seu próprio nome, à conta do comitente”) com 
o art. 694 (“O comissário fica diretamente obrigado para com as pessoas com quem contratar, sem 
que estas tenham ação contra o comitente, nem este contra elas, salvo se o comissário ceder seus 
direitos a qualquer das partes”). 
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A alternativa C está correta, segundo ocorreta, na literalidade do art. 674: “Embora ciente da morte, interdição ou 
mudança de estado do mandante, deve o mandatário concluir o negócio já começado, se houver perigo 
na demora”. 
A alternativa E está incorreta, segundo o art. 848: “Sendo nula qualquer das cláusulas da transação, 
nula será esta”. 
29. (FCC / TRT-16ª REGIÃO (MA) – 2014) A respeito da transação, considere: 
I. Em regra, se for concluída entre o credor e o devedor, desobrigará o fiador. 
II. Se for concluída entre um dos credores solidários e o devedor, extinguirá a obrigação deste para com 
os outros credores. 
III. A nulidade de qualquer de suas cláusulas não implicará em nulidade da transação. 
IV. Se for concluída entre um dos devedores solidários e seu credor, extinguirá a dívida em relação aos 
codevedores. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) I, II e IV. 
b) II e IV. 
c) I e III. 
d) II, III e IV. 
e) I, II e III. 
Comentários 
O item I está correto, segundo o art. 884, §1º: “Se for concluída entre o credor e o devedor, desobrigará 
o fiador”. 
O item II está correto, conforme o art. 884, § 2º: “Se entre um dos credores solidários e o devedor, 
extingue a obrigação deste para com os outros credores”. 
O item III está incorreto, de acordo com o art. 848: “Sendo nula qualquer das cláusulas da transação, 
nula será esta”. 
O item IV está correto, consoante o art. 884, §3º: “Se entre um dos devedores solidários e seu credor, 
extingue a dívida em relação aos codevedores”. 
A alternativa A é a correta, portanto. 
30. (CESPE / TRF-1ª REGIÃO – 2013) A respeito da transação, da empreitada, do mandato, da 
doação e da prestação de serviços, assinale a opção correta. 
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==64240==
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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a) De acordo com o Código Civil, o contrato de prestação de serviço não finda em razão da morte de uma 
das partes. 
b) Para a revogação da doação por ingratidão, exige-se que os atos praticados, além de se revestirem 
objetivamente dessa característica, sejam graves. 
c) A transação realizada por instrumento público no curso do processo só valerá após a homologação 
do juiz. 
d) Na empreitada global, o dono da obra será responsabilizado se provada a sua culpa quanto a danos 
causados a prédio vizinho. 
e) É válida a constituição de mandatário, por instrumento particular, para renunciar à herança do 
mandante. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, conforme o art. 607: “O contrato de prestação de serviço acaba com a 
morte de qualquer das partes. Termina, ainda, pelo escoamento do prazo, pela conclusão da obra, pela 
rescisão do contrato mediante aviso prévio, por inadimplemento de qualquer das partes ou pela 
impossibilidade da continuação do contrato, motivada por força maior”. 
A alternativa B está correta, segundo o STJ: “REVOGAÇÃO DE DOAÇÃO. ATOS DE INGRATIDÃO. Para a 
revogação da doação por ingratidão, exige-se que os atos praticados, além de graves, revistam-se 
objetivamente dessa característica. Atos tidos, no sentido pessoal comum da parte, como 
caracterizadores de ingratidão, não se revelam aptos a qualificar-se juridicamente como tais, seja por 
não serem unilaterais ante a funda dissensão recíproca, seja por não serem dotados da característica de 
especial gravidade injuriosa, exigida pelos termos expressos do Código Civil, que pressupõem que a 
ingratidão seja exteriorizada por atos marcadamente graves, como os enumerados nos incisos dos arts. 
1183 do Código Civil de 1916 e 557 do Código Civil de 2002 (atentado contra a vida, crime de homicídio 
doloso, ofensa física, injúria grave ou calúnia, recusa de alimentos - sempre contra o doador - 
destacando-se, aliás, expressamente, quanto à exigência de que a injúria, seja grave, o que também se 
estende, por implícito à calúnia, inciso III dos dispositivos anotados) (REsp 1350464/SP, Rel. Ministro 
SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 26/02/2013, DJe 11/03/2013)”. 
A alternativa C está incorreta, já que, pela interpretação literal dada ao art. 842 (“A transação far-se-á 
por escritura pública, nas obrigações em que a lei o exige, ou por instrumento particular, nas em que ela 
o admite; se recair sobre direitos contestados em juízo, será feita por escritura pública, ou por termo 
nos autos, assinado pelos transigentes e homologado pelo juiz”), a homologação judicial só é necessária 
quando realizada por termo nos autos. 
A alternativa D está incorreta, dado que, de acordo com o STJ (“CIVIL. DANO AO IMÓVEL VIZINHO. 
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO PROPRIETÁRIO DA OBRA E DO EMPREITEIRO. O proprietário da 
obra responde solidariamente com o empreiteiro, pelos danos causados a terceiro (AgRg no REsp 
473.107/MG, Rel. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, TERCEIRA TURMA, julgado em 
26/10/2006, DJ 18/12/2006, p. 361)”), o dono da obra responde solidariamente com o empreiteiro e a 
responsabilidade por danos causados a vizinhos por lançamento de objetos ou ruína do edifício é, a teor 
dos arts. 937 e 938 do CC/2002, objetiva, independente de culpa, portanto. 
Ainda assim, questionável a alternativa, tendo em vista que, se provada a culpa do dono da obra, ele 
responde, obviamente, ainda que não se precise perquirir sobre sua culpa. Se lança objeto, dolosamente, 
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no vizinho, é evidente que terá de indenizar, a despeito de o vizinho sequer precisar provar que o dano 
foi culposo. 
A alternativa E está incorreta, porque o art. 1.806 (“A renúncia da herança deve constar expressamente 
de instrumento público ou termo judicial”) exige que a renúncia seja feita sob forma pública, pelo que o 
mandato deve seguir essa forma, a teor do art. 657: “A outorga do mandato está sujeita à forma exigida 
por lei para o ato a ser praticado. Não se admite mandato verbal quando o ato deva ser celebrado por 
escrito”. 
Promotor 
31. (MPE-RS / MPE-RS – 2017) Assinale a alternativa INCORRETA quanto aos Contratos. 
a) A boa-fé objetiva deve estar presente tanto na conclusão como na execução do contrato, ou seja, em 
todas as fases do negócio jurídico. Na fase negocial, a proposta vincula o proponente, deixando de ser 
obrigatória, se, feita sem prazo à pessoa presente, não for imediatamente aceita. 
b) O contrato de compra e venda será anulável no caso de a venda recair sobre bem de família instituído 
de forma convencional ou voluntária. 
c) Os contratos de transação e doação somente admitem interpretação restritiva. 
d) Para a configuração de sua legitimação, os curadores não poderão dar em comodato bens confiados 
à sua guarda, sem antes obterem autorização judicial, com a prévia oitiva do Ministério Público. 
e) Os fiadores exoneram-se da garantia prestada no contrato de locação, bem como da solidariedade em 
relação ao locatário, se não houve anuência em relação ao pacto moratório. 
Comentários 
A alternativa A está correta, conjugando-se o art. 422 (“Os contratantes são obrigados a guardar, assim 
na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé”) com o art. 427 
(“A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza 
do negócio, ou das circunstâncias do caso) e o art. 428, inc. I (“Deixa de ser obrigatória a proposta se, 
feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a 
pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante”). 
A alternativa B está incorreta, já que, no caso, há ilicitude do objeto, que torna o negócio jurídico nulo, 
como se extrai do art. 166, inc. II: “É nulo o negócio jurídico quando for ilícito, impossível ou 
indeterminável o seu objeto”. 
A alternativa C estácorreta, já que se inclui a doação na noção abarcada pelo art. 114: “Os negócios 
jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente”. Quanto à transação, explícito o art. 843: 
“A transação interpreta-se restritivamente, e por ela não se transmitem, apenas se declaram ou 
reconhecem direitos”. 
A alternativa D está correta, segundo o art. 580: “Os tutores, curadores e em geral todos os 
administradores de bens alheios não poderão dar em comodato, sem autorização especial, os bens 
confiados à sua guarda”. 
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A alternativa E está correta, de acordo com o art. 838, inc. I: “O fiador, ainda que solidário, ficará 
desobrigado se, sem consentimento seu, o credor conceder moratória ao devedor”. 
LISTAS DE QUESTÕES 
14. TRANSPORTE 
Juiz 
1. (CESPE – TJ/PR – Juiz Estadual Substituto – 2019) Uma empresa contratou uma 
transportadora para a prestação de serviço de transporte de carga altamente valiosa. A 
transportadora, por sua vez, não contratou seguro contra perdas e danos que poderiam ser 
causados à carga transportada, embora o contrato firmado pela transportadora tivesse 
estipulado a obrigatoriedade de seguro com tal cobertura. A carga era transportada em trajeto 
conhecido e em horário com intenso tráfego, quando o veículo que a transportava foi 
interceptado por assaltantes à mão armada, que roubaram toda a carga, Em decorrência desse 
fato, a empresa contratante ajuizou ação de reparação de danos em desfavor da transportadora. 
À luz do entendimento jurisprudencial, nessa situação hipotética, 
a) não há responsabilidade civil da transportadora, pois o roubo à mão armada constitui motivo de força 
maior. 
b) há responsabilidade civil da transportadora, desde que seja demonstrado que ela não adotou 
medidas razoáveis de cautela, como a contratação do referido seguro. 
c) não há responsabilidade civil da transportadora, pois ao ter realizado o transporte em trajeto 
conhecido e em horário com intenso tráfego, adotou medidas razoáveis de cautela. 
d) há responsabilidade civil da transportadora, sendo suficiente para sua configuração a previsibilidade 
abstrata de risco de roubo da carga transportada. 
2. (TRF-4ª Região / TRF-4ª Região – 2016) Assinale a alternativa INCORRETA. 
a) Conferido o mandato com a cláusula "em causa própria", a sua revogação não terá eficácia, e ele não 
se extinguirá pela morte de qualquer das partes, ficando o mandatário dispensado de prestar contas e 
podendo transferir para si os bens móveis ou imóveis objeto do mandato, obedecidas as formalidades 
legais. 
b) O contrato de comissão tem por objeto a aquisição ou a venda de bens pelo comissário, em seu 
próprio nome, à conta do comitente. Nessa espécie contratual, o comissário fica diretamente obrigado 
para com as pessoas com quem contratar, sem que estas tenham ação contra o comitente, nem este 
contra elas, salvo se o comissário ceder seus direitos a qualquer das partes. 
c) Se uma prestação não for divisível e houver dois ou mais devedores, cada um será obrigado pela 
dívida toda. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros 
coobrigados. 
d) Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização 
monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos e honorários de advogado. 
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e) O transportador responde pelos danos causados às pessoas transportadas e às suas bagagens, salvo 
motivo de força maior e expressa cláusula de não indenizar. 
3. (CESPE / TRF-1ª Região – 2015) De acordo com o Código Civil, assinale a opção correta a 
respeito da prestação de serviço, da empreitada, do mandato, do transporte e do depósito. 
a) No contrato de depósito, em caso de superveniente incapacidade do depositário, o depósito será 
estendido, até o prazo avençado, à pessoa que assumir a administração dos bens. 
b) No contrato de prestação de serviço, a ausência de habilitação para o serviço contratado acarreta o 
não recebimento do objeto e o impedimento do pagamento. 
c) No contrato de empreitada, a ausência de verificação da obra por parte do comitente não obsta a 
rejeição da obra. 
d) No mandato, os atos praticados pelo substabelecido serão considerados inexistentes se a proibição 
de substabelecer constar da procuração. 
e) No contrato de transporte, o conhecimento de transporte é documento essencial para a comprovação 
do recebimento da carga e para a conclusão do negócio. 
4. (VUNESP / TJ-SP – 2014) Assinale a opção incorreta. 
a) O transportador não pode ser responsabilizado pelos danos decorrentes de fatos de terceiros que 
possam ser caracterizados como fortuito externo. 
b) O transportador só responde pelos danos resultantes de fatos conexos com o serviço que presta. 
c) O reconhecimento do direito a indenização, por falta de mercadoria transportada por via marítima, 
independe de vistoria. 
d) Na atividade empresarial de transporte aéreo, a ocorrência de problemas técnicos é considerada 
hipótese de caso fortuito ou força maior a afastar a responsabilidade da empresa de aviação. 
Defensor 
5. (FEPESE / DPE-SC – 2012) Pelo contrato de transporte uma empresa se obriga, mediante 
retribuição, a transportar, de um lugar para outro, pessoas ou coisas. 
No que se refere aos danos causados às pessoas transportadas, o transportador responde pelos danos: 
a) Salvo fato resultante de força maior. 
b) Salvo se elidida por culpa de terceiro. 
c) Salvo se o passageiro não pagou a passagem. 
d) Salvo se o transporte era exclusivo de mercadoria. 
e) Salvo cláusula excludente da responsabilidade. 
6. (FCC / DPE-PR – 2012) É correto afirmar: 
a) Pessoa que, por simples cortesia, transportava seu colega na saída do trabalho, vindo a colidir seu 
veículo com caminhão, por culpa leve, causando grave lesão no colega transportado, será civilmente 
responsável por estes danos. 
b) O contrato de empréstimo somente poderá ser revisado pela teoria da imprevisão se houver 
desproporção da prestação derivada de motivo imprevisível ocorrido no momento funcional da relação 
contratual. 
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c) O promitente comprador do imóvel, pertencente a proprietário registral, não terá direito à 
adjudicação compulsória se o compromisso de compra e venda não estiver registrado no cartório de 
imóveis, ainda que o contrato esteja devidamente quitado. 
d) O contratante, que contrata alguém para a troca de telhas de sua casa, não tem de garantir a segurança 
do contratado, exceto se tal dever estiver expresso no pacto firmado. 
e) Contrato de locação de imóvel, expressamente firmado para exploração de jogo ilegal, é tido como 
inexistente, em razão da ilicitude do objeto. 
15. SEGURO 
Juiz 
7. (CESPE / TJ-PA - 2019) Francisco deixou seu veículo sob a guarda de manobrista 
disponibilizado e vinculado ao restaurante onde jantava. Ao sair do estabelecimento e solicitar 
seu veículo ao manobrista, Francisco foi informado de que o veículo havia sido furtado. Em razão 
disso, ele prontamente acionou a seguradora do veículo, que veio a cobrir o prejuízo. Por sua 
vez, a seguradora moveu ação contra o restaurante, para se ressarcir dos valores pago a 
Francisco. 
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correspondente à razão correta de alegação da 
seguradora para se ressarcir do prejuízo. 
a) sub-rogação no pagamento 
b) imputação do pagamento 
c) novação objetiva do créditod) dação em pagamento 
e) novação subjetiva do crédito 
8. (TRF 3ª Região – TRF 3ª Região – Juiz Federal Substituto – 2018) Sobre o contrato de 
seguro, é INCORRETO afirmar: 
a) Ele será nulo se estipulado para garantia de risco proveniente de ato doloso do segurado ou do 
beneficiário. 
b) Se o segurado fizer declaração inexata ou omitir circunstância que possa influir na aceitação da 
proposta ou na taxa do prêmio, perderá o direito à garantia, mas nesse caso não ficará obrigado a pagar 
o prêmio vencido. 
c) No seguro de vida, o suicídio não é coberto nos dois primeiros anos de vigência do contrato, 
ressalvado o direito do beneficiário à devolução do montante da reserva técnica formada. 
d) Se o segurador expedir a apólice sabedor de que o risco que o contrato pretendia cobrir estava 
superado fica obrigado a pagar em dobro o prêmio estipulado. 
9. (TRF-4ª REGIÃO / TRF-4ª REGIÃO – 2016) Dadas as assertivas abaixo, assinale a 
alternativa correta. 
I. O simples atraso no pagamento de prestação do prêmio do seguro importa desfazimento automático 
do contrato, dispensada a prévia constituição do contratante em mora, contanto que previsto no 
instrumento contratual. 
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II. O que define a responsabilidade pelo pagamento das obrigações condominiais não é o registro do 
compromisso de compra e venda, mas a relação jurídica material com o imóvel, representada pela 
imissão na posse pelo promissário comprador e pela ciência inequívoca do condomínio acerca do 
negócio. 
III. A ocorrência do suicídio antes do prazo bienal previsto na lei civil não exime, por si só, a seguradora 
do dever de indenizar, sendo imprescindível a comprovação da premeditação por parte do segurado, 
ônus que recai sobre a seguradora. 
IV. O contrato de compra e venda, uma vez firmado em observância aos pressupostos de existência e 
aos requisitos de validade do negócio jurídico, implica transferência imediata da propriedade da coisa 
que tem por objeto. 
a) Estão incorretas apenas as assertivas I e III. 
b) Estão incorretas apenas as assertivas I e IV. 
c) Estão incorretas apenas as assertivas II e IV. 
d) Estão incorretas apenas as assertivas I, III e IV. 
e) Nenhuma assertiva está correta. 
10. (TRF-3ª REGIÃO / TRF-3ª REGIÃO – 2016) Sobre os contratos em espécie, assinale a 
alternativa correta: 
a) O contrato de seguro por danos pessoais não compreende os danos morais, devendo haver cláusula 
expressa com tal previsão de cobertura. 
b) A cláusula especial de venda sobre documentos transforma o negócio de compra, de modo que a 
transferência documentária faz as vezes da tradição real. 
c) São elementos essenciais categoriais da compra e venda o preço, a coisa e a tradição. 
d) A locação por tempo determinado cessa de pleno direito findo o prazo estipulado, mediante 
notificação ou aviso prévio obrigatório. 
11. (FAURGS / TJ-RS – 2016) Sobre as várias espécies de contratos típicos, é INCORRETO 
afirmar que 
a) a garantia, no seguro de dano, como expressão do princípio indenitário, é limitada, no máximo, ao 
valor do interesse. 
b) a obrigação de incolumidade assumida pelo transportador implica a responsabilidade objetiva pela 
interrupção da execução contratual. 
c) todos terão direito à remuneração, quando concluído o negócio com a intermediação de mais de um 
corretor. 
d) a doação de ascendentes a descendentes é inválida se não houver a anuência dos demais herdeiros. 
e) pode o comissário reter bens do comitente que estejam em seu poder, como garantia para o 
recebimento de comissões devidas e reembolso de despesas efetuadas. 
12. (CESPE / TJ-AM – 2016) A respeito dos contratos regidos pelo Código Civil, assinale a 
opção correta. 
a) No contrato de transporte de pessoas, a responsabilidade do transportador pelo acidente com o 
passageiro será afastada quando for comprovada culpa exclusiva de terceiro. 
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b) Se o suicídio do segurado ocorrer dentro do prazo dos dois primeiros anos de vigência do contrato 
de seguro de vida, seus beneficiários não terão direito a indenização, ainda que não premeditado o 
suicídio, mas o segurador será obrigado a devolver o montante da reserva técnica já formada. 
c) No silêncio do contrato, o empreiteiro contratado deve contribuir para execução da obra com seu 
trabalho e com os materiais necessários à sua conclusão. 
d) Na venda ad corpus, o imóvel é alienado com especificação de sua área, de modo que, na falta de 
correspondência entre a área mencionada e a efetiva área adquirida, poderá o comprador reclamar a 
resolução do contrato ou o abatimento proporcional do preço. 
e) O pacto de retrovenda é condição resolutiva expressa que permite ao credor reaver, a qualquer 
tempo, o imóvel alienado, desde que restitua ao adquirente o preço recebido, acrescido de todas as 
despesas por ele realizadas. 
13. (FCC / TJ-RR – 2015) A respeito de contratos de seguro, considere as seguintes assertivas: 
I. Nos seguros de dano, a garantia prometida não pode ultrapassar o valor do interesse segurado no 
momento da contratação e a indenização não pode ultrapassar o valor do interesse segurado no 
momento do sinistro. 
II. Nos seguros de pessoas, o capital segurado é livremente estipulado pelo proponente, que pode 
contratar mais de um seguro sobre o mesmo interesse, com o mesmo ou diversos seguradores. 
III. Salvo disposição em contrário, não se admite a transferência do contrato de seguro de dano a terceiro 
com a alienação ou cessão do interesse segurado. 
IV. No seguro de vida, só podem figurar como beneficiárias pessoas que estejam sob a dependência 
econômica do segurado, exceto se se tratar de cônjuge ou companheiro. 
V. No seguro de vida ou de acidentes pessoais para o caso de morte, o capital estipulado, para o caso de 
morte, não está sujeito às dívidas do segurado, nem se considera herança. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) III, IV e V. 
b) I, III e IV. 
c) II, III e V. 
d) I, II, e V. 
e) I, III e V. 
14. (VUNESP / TJ-SP – 2014) O recebimento do seguro obrigatório implica em quitação das 
verbas especificamente recebidas, inibindo o beneficiário de promover a cobrança de eventual 
diferença. 
15. (VUNESP / TJ-SP – 2013) Acerca do contrato de seguro, é correto afirmar que 
a) os credores do devedor insolvente que vem a falecer podem penhorar o capital estipulado em seguro 
de vida por ele próprio contratado e pago, independentemente de quem seja o beneficiário. 
b) por meio desse contrato, que se prova mediante a exibição da apólice ou bilhete de seguro, o 
segurado, mediante a paga de uma contraprestação, faz jus, na hipótese de se verificar determinado 
evento, a receber indenização denominada prêmio. 
c) no seguro de responsabilidade civil, o segurado não pode reconhecer sua responsabilidade sem 
anuência expressa do segurador. 
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d) ao segurado que agrava intencionalmente o risco objeto do contrato a lei impõe multa e redução da 
garantia prevista na apólice. 
Defensor 
16. (FCC / DPE-PR – 2012) É cabível a recusa do pagamento da indenização acidentária civil 
baseada na falta de pagamento do prêmio do seguro obrigatório de Danos Pessoais Causados 
por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT). 
17. (CESPE / DPE-PI - 2009) De acordo com as regras concernentes ao seguro automotivo, 
assinale a opção correta. 
a) A indenização pelo sinistro não pode gerar nenhumproveito ao segurado. 
b) Se a esposa do segurado causar sinistro por culpa, o segurador pode sub-rogar-se, nos limites da 
indenização paga. 
c) O contrato celebrado não pode ser transferido a terceiro que venha a adquirir o veículo. 
d) O seguro de um bem poderá ser contratado por valor superior ao seu valor atual, mas isso implicará 
aumento no valor do prêmio. 
e) O atraso no pagamento de prestação do prêmio importa em desfazimento automático do contrato, de 
acordo com a jurisprudência do STJ. 
17. JOGO E APOSTA 
Juiz 
18. (CONSULPLAN / TJ-MG – 2016) São efeitos civis do jogo tolerado e proibido, EXCETO: 
a) Inexigível o mútuo contraído no ato de jogar para pagar dívida de jogo. 
b) A invalidade de dívida de jogo não é oponível a terceiro de boa-fé. 
c) A soma entregue a terceiro para ser paga ao ganhador não pode ser exigida. 
d) A inexigibilidade da dívida de jogo não atinge contrato que tenha por objeto encobrir ou reconhecer 
a obrigação. 
18. FIANÇA 
Juiz 
19. (VUNESP / TJ-SP – 2018) O contrato de fiança é celebrado entre o fiador e o 
a) afiançado, sendo necessariamente gratuito, mas o fiador, se como tal demandado, não poderá́ 
compensar sua dívida com a do credor ao afiançado, porque, obrigando-se por terceiro uma pessoa, não 
pode com- pensar essa dívida com a que o credor dele lhe dever. 
b) credor do afiançado, podendo ser gratuito ou oneroso, e o fiador, se como tal demandado, não poderá́ 
compensar sua dívida com a de seu credor ao afiançado, porque a compensação exige que duas pessoas 
sejam, ao mesmo tempo, credoras e devedoras uma da outra. 
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c) afiançado, sendo gratuito ou oneroso, mas o fiador, se como tal demandado, não poderá́ compensar 
sua dívida com a do credor ao afiançado, porque, obrigando-se por terceiro uma pessoa, não pode 
compensar essa dívida com a que o credor dele lhe dever. 
d) credor do afiançado, podendo ser gratuito ou oneroso, mas o fiador, se como tal demandado, poderá́ 
compensar sua dívida com a de seu credor ao afiançado. 
20. (VUNESP / TJ-SP – 2017) Assinale a alternativa correta. 
a) A fiança por dívida futura não admite exoneração do fiador, exceto se a obrigação ainda não exigível 
for cumprida antecipadamente. 
b) A manifestação de vontade do devedor é requisito essencial à validade da fiança. 
c) O fiador pode se exonerar do cumprimento da garantia estabelecida sem limitação de tempo, desde 
que promova a notificação do credor. 
d) A ausência de renúncia ao benefício de ordem impede a excussão de bens do fiador, caso o devedor 
recaia em insolvência. 
21. (FCC / TJ-CE – 2015) Analise as assertivas a seguir: 
I. Prestada a fiança por quem seja casado sob o regime da comunhão universal de bens, sem anuência 
do outro cônjuge, esse contrato é nulo. 
II. São partes no contrato de fiança o fiador e o devedor da obrigação principal. 
III. A fiança que exceder o valor da dívida, ou for mais onerosa que ela, não valerá senão até o limite da 
obrigação afiançada. 
IV. Não se pode estipular fiança sem o consentimento do devedor. 
V. As obrigações nulas não são suscetíveis de fiança, exceto se a nulidade resultar apenas de 
incapacidade pessoal do devedor e que não se trate de mútuo feito a menor. 
Sobre o contrato de fiança, é correto o que se afirma APENAS em 
a) III e V. 
b) I e V. 
c) III e IV. 
d) I e II. 
e) II e III. 
22. (VUNESP / TJ-SP – 2015) Em tema de outorga marital ou uxória, é correto afirmar que 
a) é válida a fiança prestada durante união estável sem anuência do companheiro, conforme 
entendimento do Superior Tribunal de Justiça. 
b) o fiador tem legitimidade para arguir a invalidade da garantia fidejussória independentemente de tal 
consentimento. 
c) a assinatura do cônjuge, na qualidade de testemunha instrumental do contrato, supre a outorga 
exigida na garantia fidejussória, conforme o entendimento do Superior Tribunal de Justiça. 
d) é exigível em todos os regimes de bens, e sua ausência implica ineficácia total do contrato. 
23. (FCC / TJ-PI – 2015) Carlos é locatário de imóvel, em contrato celebrado com Romero no 
polo de locador. Rodolfo é o fiador das obrigações locatícias, renunciando ao benefício de ordem. 
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Carlos não pagou o aluguel, porque é credor de Romero em razão de outro contrato, sendo essa 
dívida superior ao valor dos aluguéis não pagos. Nesse caso, 
a) o fiador recupera o benefício de ordem a que renunciou, e pode exigir que a dívida seja em primeiro 
lugar cobrada do afiançado, e não poderá pagar a dívida com desconhecimento ou oposição do 
afiançado, pois se o fizer perderá o direito de reembolso. 
b) o fiador terá de ajuizar ação de consignação em pagamento, para livrar-se da mora, alegando dúvida 
acerca da titularidade do crédito. 
c) em ação de cobrança movida por Romero, Rodolfo não pode alegar compensação, mas se ele pagar os 
aluguéis, com o conhecimento de Carlos, terá direito ao reembolso. 
d) em ação de cobrança movida por Romero, Rodolfo pode alegar compensação, mas se ele pagar os 
aluguéis, com desconhecimento ou oposição de Carlos, o afiançado não está obrigado a reembolsá-lo. 
e) ao fiador é irrelevante a possibilidade de compensação, porque só o devedor pode compensar com o 
credor o que este lhe dever, por isso, se demandado, Rodolfo terá de pagar a dívida, exceto se houver 
oposição do afiançado. 
Promotor 
24. (MPT / MPT – 2012) Marque a alternativa INCORRETA: 
a) O fiador continua com o seu benefício de ordem ou de excussão ainda que se declare devedor 
solidário, porém perde o direito ao benefício, quando o devedor for insolvente ou falido. 
b) A solidariedade é excepcional, não podendo ser presumida, vigorando como regra o fracionamento 
das obrigações. 
c) A suspensão da prescrição em favor de um dos credores solidários apenas aproveita aos outros se a 
obrigação for indivisível. 
d) A pretensão em juízo de um dos credores julgada improcedente, seja por exceção pessoal ou comum, 
não atinge os demais cocredores que podem ajuizar ações em prol dos seus créditos posteriormente. 
e) Não respondida. 
19. TRANSAÇÃO 
Juiz 
25. (FCC / TJ-SC – 2017) Coviello, em seu magnífico Manuale di Diritto Civile Italiano, é quem 
explica a matéria com maior clareza. 
“Uma cousa, diz ele, é independer, a obrigatoriedade da lei, do conhecimento dos que lhe estão sujeitos 
e outra cousa é poder-se invocar o erro de direito como pressuposto de certos fatos, dos quais a lei faz 
derivar consequências jurídicas. A primeira não comporta dúvidas; a segunda exige um exame, uma 
indagação. 
Quando se admite a possibilidade de se invocar o erro de direito, tal outro qualquer erro, como 
pressuposto de um fato jurídico, isto não significa que se abra exceção à regra da obrigatoriedade das 
leis mesmo contra quem não as conhece. 
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A única distinção a fazer-se é a relativa ao fim visado por quem alega ignorância ou erro de direito.” 
(Vicente Rao. O Direito e a Vida dos Direitos. 1o volume. tomo I. p. 382. São Paulo, Max Limonad. 1960). 
Esse texto 
a) aplica-se ao direito brasileiro, porque, embora ninguém se escuse de cumprir a lei alegando que não 
a conhece, salvo na transação a respeito das questões que forem objeto de controvérsia entre as partes, 
é anulável o negócio jurídico quando o erro de direito for o motivo único ou principal do negócio, e não 
implique recusa à aplicação da lei.b) aplica-se ao direito brasileiro porque embora ninguém se escuse de cumprir a lei alegando que não 
a conhece, é anulável a transação quando o erro de direito foi o motivo, único ou principal, do acordo, 
sobre as questões que tiverem sido objeto de controvérsia entre as partes. 
c) não se aplica ao direito brasileiro, porque ninguém se escusa de cumprir a lei alegando que não a 
conhece, sendo defeso alegar a invalidade de negócio jurídico fundada em erro de direito. 
d) aplica-se ao direito brasileiro porque embora ninguém se escuse de cumprir a lei alegando que não 
a conhece é nulo o negócio jurídico quando o erro de direito for o motivo único ou principal do negócio, 
salvo, na transação, a respeito das questões que forem objeto de controvérsia entre as partes. 
e) não se aplica ao direito brasileiro, porque quando o erro de direito for o motivo único de negócio 
jurídico, admite-se a alegação de desconhecimento da lei que o proíbe. 
26. (CESPE / TRF-5ª REGIÃO – 2015) A respeito da transação, do mandato, da empreitada, da 
prestação de serviço e do pagamento indevido, assinale a opção correta. 
a) Ainda que o empreiteiro forneça os materiais para a execução de determinada obra, a 
responsabilidade pelos danos causados nos prédios vizinhos será solidária com o proprietário da obra. 
b) A nulidade de uma cláusula constante de transação realizada para dirimir dúvida não contamina todo 
o ato. 
c) É considerada não escrita a cláusula pela qual o mandatário assume a obrigação de não renunciar ao 
mandato. 
d) O contrato de prestação de serviços celebrado por tempo superior ao permitido em lei deve ter sua 
nulidade decretada com efeitos ex nunc. 
e) Para dar ensejo à repetição do indébito, o erro pode ser de fato ou de direito, mas não pode ser 
grosseiro. 
27. (FCC / TRT-6ª REGIÃO (PE) – 2015) A transação: 
a) é interpretada restritivamente, mas por ela transmitem-se, declaram-se e reconhecem-se direitos. 
b) será admitida quanto a direitos de qualquer natureza, desde que as partes sejam maiores e capazes. 
c) só se anula por dolo, coação ou erro essencial quanto à pessoa ou coisa controversa, não se anulando 
por erro de direito a respeito das questões que foram objeto de controvérsia entre as partes. 
d) concernente a obrigações resultantes de delito, extinguirá a ação penal de qualquer natureza. 
e) não desobrigará o fiador, salvo cláusula expressa nesse sentido, se for concluída entre o credor e o 
devedor. 
28. (TRT-8ª REGIÃO / TRT-8ª REGIÃO (PA e AP) – 2015) Sobre os contratos no Código Civil 
Brasileiro, é CORRETO afirmar que: 
a) A oferta ao público não pode ser revogada em razão do princípio da publicidade. 
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b) Nos contratos de execução continuada, diferida e instantânea, se a prestação de uma das partes se 
tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos 
extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato, sendo que os efeitos 
da sentença que a decretar retroagirão à data do evento. 
c) Aquele que aliciar pessoas obrigadas em contrato verbal a prestar serviço a outrem pagará a este a 
importância que ao prestador de serviço, pelo ajuste desfeito, houvesse de caber durante dois anos. 
d) Embora ciente da morte, interdição ou mudança de estado do mandante, deve o mandatário concluir 
o negócio já começado, se houver perigo na demora. 
e) O contrato de transação prevalecerá, ainda que nula uma de suas cláusulas, pois admite nulidade 
parcial. 
29. (FCC / TRT-16ª REGIÃO (MA) – 2014) A respeito da transação, considere: 
I. Em regra, se for concluída entre o credor e o devedor, desobrigará o fiador. 
II. Se for concluída entre um dos credores solidários e o devedor, extinguirá a obrigação deste para com 
os outros credores. 
III. A nulidade de qualquer de suas cláusulas não implicará em nulidade da transação. 
IV. Se for concluída entre um dos devedores solidários e seu credor, extinguirá a dívida em relação aos 
codevedores. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) I, II e IV. 
b) II e IV. 
c) I e III. 
d) II, III e IV. 
e) I, II e III. 
30. (CESPE / TRF-1ª REGIÃO – 2013) A respeito da transação, da empreitada, do mandato, da 
doação e da prestação de serviços, assinale a opção correta. 
a) De acordo com o Código Civil, o contrato de prestação de serviço não finda em razão da morte de uma 
das partes. 
b) Para a revogação da doação por ingratidão, exige-se que os atos praticados, além de se revestirem 
objetivamente dessa característica, sejam graves. 
c) A transação realizada por instrumento público no curso do processo só valerá após a homologação 
do juiz. 
d) Na empreitada global, o dono da obra será responsabilizado se provada a sua culpa quanto a danos 
causados a prédio vizinho. 
e) É válida a constituição de mandatário, por instrumento particular, para renunciar à herança do 
mandante. 
 
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Promotor 
31. (MPE-RS / MPE-RS – 2017) Assinale a alternativa INCORRETA quanto aos Contratos. 
a) A boa-fé objetiva deve estar presente tanto na conclusão como na execução do contrato, ou seja, em 
todas as fases do negócio jurídico. Na fase negocial, a proposta vincula o proponente, deixando de ser 
obrigatória, se, feita sem prazo à pessoa presente, não for imediatamente aceita. 
b) O contrato de compra e venda será anulável no caso de a venda recair sobre bem de família instituído 
de forma convencional ou voluntária. 
c) Os contratos de transação e doação somente admitem interpretação restritiva. 
d) Para a configuração de sua legitimação, os curadores não poderão dar em comodato bens confiados 
à sua guarda, sem antes obterem autorização judicial, com a prévia oitiva do Ministério Público. 
e) Os fiadores exoneram-se da garantia prestada no contrato de locação, bem como da solidariedade em 
relação ao locatário, se não houve anuência em relação ao pacto moratório. 
GABARITOS 
14. TRANSPORTE 
Juiz 
1. TJ/PR B 
2. TRF-4ª R E 
3. TRF-1ª R C 
4. TJ-SP D 
Defensor 
5. DPE-SC A 
6. DPE-PR B 
15. SEGURO 
Juiz 
7. TJ-PA A 
8. TRF 3ª R C 
9. TRF-4ª R D 
10. TRF-3ª R B 
11. TJ-RS D 
12. TJ-AM B 
13. TJ-RR D 
14. TJ-SP E 
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15. TJ-SP C 
Defensor 
16. DPE-PR E 
17. DPE-PI A 
17. JOGO E APOSTA 
Juiz 
18. TJ-MG D 
18. FIANÇA 
Juiz 
19. TJ-SP D 
20. TJ-SP C 
21. TJ-CE A 
22. TJ-SP A 
23. TJ-PI D 
Promotor 
24. MPT A 
19. TRANSAÇÃO 
Juiz 
25. TJ-SC A 
26. TRF-5ª R A 
27. TRT-6ª R (PE) C 
28. TRT-8ª (PA e AP) D 
29. TRT-16ª (MA) A 
30. TRF-1ª R B 
Promotor 
31. MPE-RS B 
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76294005272 - JEAN CARLOS DA SILVA OLIVEIRAart. 259, caput (“Se, havendo dois ou mais devedores, a 
prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda”), e parágrafo único (“O 
devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados”). 
A alternativa D está correta, de acordo com o art. 389: “Não cumprida a obrigação, responde o 
devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais 
regularmente estabelecidos, e honorários de advogado”. 
A alternativa E está incorreta, conforme o art. 734: “O transportador responde pelos danos 
causados às pessoas transportadas e suas bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula 
qualquer cláusula excludente da responsabilidade”. 
O transportador ainda é responsável por danos causados por culpa de terceiro. Nesse caso, 
aplicando-se o art. 735, ele terá apenas ação regressiva contra o terceiro, sem que isso prejudique 
o passageiro. 
Porém, se o prejuízo sofrido pela pessoa transportada for atribuível à transgressão de normas e 
instruções regulamentares, o juiz vai reduzir equitativamente a indenização, na medida em que a vítima 
houver concorrido para a ocorrência do dano, esclarece o art. 738, parágrafo único. É o caso do 
passageiro que chega posteriormente ao horário de fechamento do voo ou que, pelo uso de substâncias 
tóxicas, lícitas ou ilícitas, são barradas no embarque por oferecer riscos aos demais passageiros. 
Ele se obriga, ademais, a cumprir os horários e itinerários previstos, salvo motivo de força maior (art. 
737), ou seja, tem dever de pontualidade. Esse dever escancara que a obrigação do transportador é de 
resultado, não se aplicando as excludentes de responsabilidade típicas das obrigações de meio, como o 
caso fortuito e a força maior. 
Mesmo que se interrompa a viagem por qualquer motivo alheio à vontade do 
transportador, ainda que em consequência de evento imprevisível, fica ele obrigado a 
concluir o transporte contratado em outro veículo da mesma categoria. Com a anuência 
do passageiro, pode fazê-lo por modalidade diferente, à sua custa, correndo também por sua 
conta as despesas de estada e alimentação do usuário, durante a espera de novo transporte 
(art. 741). 
Ele não pode recusar passageiros, salvo se as condições de higiene ou de saúde do interessado o 
justificarem, segundo o art. 739. Não à toa, a pessoa transportada deve sujeitar-se às normas 
estabelecidas pelo transportador, constantes no bilhete ou afixadas à vista dos usuários, abstendo-se de 
quaisquer atos que causem incômodo ou prejuízo aos passageiros, danifiquem o veículo, ou dificultem 
ou impeçam a execução normal do serviço. 
Como as bagagens são recebidas pelo transportador a título de depósito, ele pode, uma vez 
executado o transporte, reter a bagagem de passageiro e outros objetos pessoais deste, para 
garantir-se do pagamento do valor da passagem que não tiver sido feito no início ou durante o 
percurso, segundo a regra do art. 742. Ou seja, realizado o transporte, e o passageiro não paga, retenho 
as bagagens até que ele pague a passagem. 
Por outro lado, o passageiro tem direito a rescindir (rectius: resilir unilateralmente) o contrato 
de transporte antes de iniciada a viagem. Nesse caso, é devida a restituição do valor da passagem, 
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desde que feita a comunicação ao transportador em tempo de ser renegociada. Há regras especiais 
quanto a isso, claro. 
Por exemplo, relativamente ao transporte rodoviário, a Resolução 4.282/2014 da ANTT prevê, no inc. 
X, do seu Anexo Único, o reembolso da passagem, desde que a desistência seja comunicada com até 3h 
de antecedência da viagem. A mesma regra vale para o transporte ferroviário, mas com adiantamento 
de 6h, segundo o art. 24, §1º, da mesma Resolução. Em ambos os casos, deve o transportado observar 
os horários de abertura e fechamento dos guichês de venda. 
Ainda se faculta ao passageiro desistir do transporte, mesmo depois de iniciada a 
viagem, sendo-lhe devida a restituição do valor correspondente ao trecho não 
utilizado, desde que provado que outra pessoa haja sido transportada em seu lugar. 
O art. 17 da Resolução 4.282/2014 da ANTT, porém, tem disposição inversa, aplicável aos 
casos das paradas rodoviárias obrigatórias: 
Se, em qualquer das paradas obrigatórias, o passageiro interromper sua viagem por 
iniciativa própria, nenhum reembolso será́ devido pela transportadora. 
Ao contrário, não terá direito ao reembolso do valor da passagem o usuário que deixar de embarcar. 
Mais uma vez, a exceção fica por conta da prova de que outra pessoa foi transportada em seu 
lugar, caso em que lhe será restituído o valor do bilhete não utilizado. 
Faculta-se, em quaisquer desses casos, ao transportador reter até 5% da importância 
a ser restituída ao passageiro, a título de multa compensatória e de custos de 
comissão, prevê o §3º do art. 740 do CC/2002. Essa mesma regra é trazida pela Resolução 
da ANTT. 
Inversamente, no transporte aeroviário, os arts. 230 e 231 do CBA preveem que atraso 
superior a 4 horas para a partida implica a obrigação de o transportador embarcar o 
passageiro em outro voo, equivalente, para o mesmo destino. Se o passageiro preferir, restitui-se de 
imediato o valor pago pela passagem (art. 229). 
A Resolução 141/2010 da ANAC estabelece que essa obrigação vale para voos da própria companhia. 
Ou seja, o passageiro pode exigir (desde que exista assento) acomodação em voo da própria companhia, 
mas não em outras. A opção de oferecer voo em outra companhia é opcional ao transportador, não 
mandatória (art. 3º, parágrafo único). Apenas se o atraso for superior a 4 horas essa opção se torna 
obrigatória (art. 4º, inc. I, alínea “a”). 
A Resolução ainda detalha as situações de overbooking e de disponibilização de acomodação hoteleira e 
alimentação, por exemplo. Em resumo, há dever de informação (informar o passageiro a respeito dos 
atrasos), de cuidado e de assistência. 
14.3. TRANSPORTE DE COISAS 
Já no caso do transporte de coisas, o dono, expedidor ou remetente, deve caracterizar a 
mercadoria (bens corpóreos), inclusive detalhadamente (natureza, valor, peso, quantidade e o mais 
que for necessário para que não se confunda com outras, pela previsão do art. 743), indicando-se o 
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destinatário, ao menos pelo nome e endereço. O destinatário pode ser o próprio expedidor, 
evidentemente, como no caso de transporte de uma mudança residencial. 
Isso porque, se houver dúvida acerca de quem seja o destinatário, o transportador deve depositar a 
mercadoria em juízo, se não lhe for possível obter instruções do remetente, na dicção do art. 755. Se a 
demora puder ocasionar a deterioração da coisa, o transportador deve vendê-la, depositando o saldo 
em juízo. 
Caso haja informação inexata ou falsa descrição no documento, o transportador será 
indenizado pelo prejuízo que sofrer, segundo o art. 745. O prazo decadencial para essa 
ação é de 120 dias, contados do ato. 
AQUI, VALE UM ADENDO. EM SE TRATANDO DE AÇÃO INDENIZATÓRIA, O TRANSPORTADOR TEM 
PRETENSÃO. SE TEM PRETENSÃO, A AÇÃO É CONDENATÓRIA. SE A AÇÃO É CONDENATÓRIA, SUJEITA-SE A 
PRAZO PRESCRICIONAL. POR ISSO, O PRAZO DE 120 DIAS DO ART. 745 É PRESCRICIONAL, E NÃO 
DECADENCIAL, COMO O ATÉCNICO DISPOSITIVO MENCIONA. 
É A APLICAÇÃO DA “LÓGICA” DO DIREITO CIVIL EXTRAÍDA DA PERSPECTIVA CIENTÍFICA DE AGNELO 
AMORIM FILHO, VISTA ANTEIRORMENTE NA CADUCIDADE. FRISO, AQUI, QUE AS REGRINHAS QUE FACILITAM 
SUA VIDA DE QUE OS PRAZOS PRESCRICIONAIS ESTÃO NOS ARTS. 205 E 206 E DE QUE OS PRAZOS EM DIAS 
SÃO DECADENCIAIS TÊM DE SER VISTAS COM CUIDADO. OLEGISLADOR NEM SEMPRE É TÉCNICO COMO 
DEVERIA SER. POR ISSO, MELHOR LEMBRAR DA “LÓGICA” DO QUE DECORAR UMA REGRINHA QUE SE MOSTRA 
FALSA E DE APLICAÇÃO PERIGOSA. 
Ao recebê-la, o transportador emitirá a aceitação (art. 744). Ela é importante porque 
limita a responsabilidade do transportador ao valor constante do conhecimento (art. 
750), que começa no momento em que ele recebe a coisa e termina quando é entregue ao 
destinatário, ou depositada em juízo, se aquele não for encontrado. 
O “conhecimento do frete” ou da carga é a contraprova do contrato, caracterizado 
por ser um título de crédito atípico ou impróprio. Como não mais se defende a 
tipicidade dos títulos de crédito, por força do art. 887 do CC/2002, o “conhecimento da carga” é um 
típico título de crédito atípico (com o perdão do trocadilho), fazendo incidir as regras gerais traçadas 
pelos arts. 887 e ss. 
De qualquer sorte, a despeito da regra do art. 784, inc. III, do CPC/2015, dar executoriedade a 
documentos particulares assinados pelo devedor e por duas testemunhas, entende a doutrina 
empresarial que os títulos de crédito atípicos não podem ser executados. Isso porque o inc. I deixa claro 
quais títulos de crédito podem ser executados pelo procedimento da execução de título extrajudicial, o 
que exigiria a ação de conhecimento ou a ação monitória. 
No entanto, ele poderá recusar a coisa cuja embalagem seja inadequada, bem como a que possa pôr em 
risco a saúde das pessoas, ou danificar o veículo (art. 746). Ele, inclusive, não apenas poderá, como 
deverá obrigatoriamente recusar a coisa cujo transporte ou comercialização não sejam permitidos, ou 
que não tenham a documentação legalmente exigida, por força do art. 747. 
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Aceitando-a, consoante regra do art. 749, ele conduzirá a coisa ao seu destino, tomando todas as cautelas 
necessárias. Porém, não é obrigado a dar aviso ao destinatário no desembarque ou a lhe entregar no 
domicílio, salvo disposição em contrário, segundo a norma do art. 752. 
Entregues as mercadorias, deve aquele que as receber conferi-las e apresentar as 
reclamações que tiver, imediatamente. Segundo o disposto no art. 754. A exceção fica 
por conta do parágrafo único desse artigo, que estabelece que no caso de avaria não 
perceptível à primeira vista, o destinatário conserva a ação contra o transportador, 
desde que denuncie o dano em 10 dias a contar da entrega (prazo decadencial, diz 
atecnicamente o caput, mais uma vez, mas é, em realidade, prazo de prescrição, nada a 
natureza condenatória da lide). 
Talqualmente no transporte de pessoas, até a entrega da coisa, pode o remetente desistir do 
transporte e pedi-la de volta, ou ordenar seja entregue a outro destinatário, pagando, em ambos 
os casos, os acréscimos de despesa decorrentes da contraordem, mais as perdas e danos que houver. 
Conforme o art. 753, se o transporte não puder ser feito ou sofrer longa interrupção, o 
transportador deve solicitar instruções ao remetente. Nesse meio tempo, ele deve zelar pela 
coisa, por cujo perecimento ou deterioração responde, salvo força maior. Se perdurar o 
impedimento, sem motivo imputável ao transportador e sem manifestação do remetente, pode ele 
depositar a coisa em juízo, ou vendê-la, depositando o valor em juízo. Ao contrário, se o impedimento 
for responsabilidade do transportador, este poderá depositar a coisa, por sua conta e risco, mas só 
poderá vendê-la se perecível. 
Em ambos os casos, o transportador deve informar o remetente da efetivação do depósito ou da venda. 
No entanto, como essas medidas importam custos e riscos, pode o transportador manter a coisa 
depositada em seus próprios armazéns. Nesse caso, continuará a responder pela sua guarda e 
conservação, sendo-lhe devida, porém, uma remuneração pela custódia, a qual poderá ser 
contratualmente ajustada ou se conformará aos usos adotados em cada sistema de transporte, 
esclarece o art. 753, §4º. 
No caso de transporte cumulativo, todos os transportadores respondem solidariamente pelo dano 
causado perante o remetente. Ressalva-se a apuração final da responsabilidade entre eles, de modo que 
o ressarcimento recaia, por inteiro, ou proporcionalmente, naquele ou naqueles em cujo percurso 
houver ocorrido o dano. 
Por fim, o transporte pode ter também contrato acessório de depósito. Consoante regra do art. 751, a 
coisa, depositada ou guardada nos armazéns do transportador, em virtude de contrato de transporte, 
rege-se, no que couber, pelas disposições relativas a depósito. 
15. SEGURO 
 
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15.1. DISPOSIÇÕES GERAIS 
O seguro é uma das espécies contratuais mais ricas, mas regulado pelo Código Civil apenas 
genericamente, sendo que diversas leis esparsas regulam minuciosamente cada tipo de seguro em 
específico. As regras do CC/2002, no entanto, se aplicam subsidiariamente às normas das leis próprias, 
antevê o art. 777. 
Ele é expressivo na seara empresarial, uma vez que somente sociedades anônimas ou cooperativas 
podem celebrá-lo no polo do segurador, segundo o art. 757, parágrafo único. Os agentes autorizados 
do segurador, notadamente seus corretores, presumem-se seus representantes para todos os atos 
relativos aos contratos que agenciarem, não deixa margem para dúvida o art. 775. 
Não obstante, de acordo com o Enunciado 185 da III Jornada de Direito Civil, a disciplina dos seguros 
do CC/2002 e as normas da previdência privada que impõem a contratação exclusivamente por meio 
de entidades legalmente autorizadas não impedem a formação de grupos restritos de ajuda mútua, 
caracterizados pela autogestão. Assim, permitida a contratação do seguro mútuo, muito comum 
especialmente para lavouras. 
Curiosamente, porém, a SUSEP – Superintendência de Seguros Privados, com base no Decreto-Lei 
2.063/1940, tem entendido que as associações de seguros mútuos não podem ser enquadradas 
como “seguradoras mútuas”. Seriam “associações de socorro mútuo”, pelo que a indenização não 
poderia ser chamada de indenização, mas de “auxílio”. Na prática, apenas o nome muda... 
Por isso, o seguro é habitualmente um contrato de adesão, que atrai a aplicação das regras do CDC. 
Nada impede, porém, que seja ele paritário. Paritário seria o contrato celebrado por sociedade 
empresarial para cobrir os riscos do cliente, não se aplicando o CDC, dado que não seria o contratante 
destinatário final do pacto (REsp 1.352.419). O conceito do seguro está presente no art. 757: 
Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, mediante o pagamento do prêmio, a garantir 
interesse legítimo do segurado, relativo a pessoa ou a coisa, contra riscos predeterminados. 
O contrato de seguro é aleatório (depende uma condição, evento futuro e incerto, 
o sinistro). A existência intrínseca do risco é elemento central desse contrato, pois, 
segundo o art. 773, o segurador que, ao tempo do contrato, sabe estar passado o 
risco de que o segurado se pretende cobrir, e, não obstante, expede a apólice, 
pagará em dobro o prêmio estipulado. 
O prêmio, portanto, é a remuneração paga pelo segurado ao segurador, não se 
confundindo com a indenização paga pelo segurador ao segurado em caso de sinistro. Esses 
riscos indicados no art. 757 devem ser interpretados de acordo com os arts. 421, 422, 424, 759 e 799 
do CC/2002 e com o art. 1º, inc. III, da CF/1988, prevê o Enunciado 370 da IV Jornada de Direito Civil. 
Da mesma forma, pela retirada do elemento aleatório, que é nuclear a essa modalidade contratual, será 
nulo o contrato para garantia de risco proveniente de ato doloso do segurado, do beneficiário, 
ou de representante de um ou de outro. Do contrário,está-se diante de verdadeira cláusula 
potestativa, igualmente inválida na seara contratual. 
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Não confunda as coisas, porém. A Súmula 609 do STJ determina que a recusa de cobertura securitária, 
sob a alegação de doença preexistente, é ilícita se não houve a exigência de exames médicos prévios à 
contratação ou a demonstração de má-fé do segurado. Ou seja, o dolo deve ser visto de maneira bastante 
restrita no contrato de seguro. 
Não obstante o fato de se não ter verificado o risco assegurado, não se exime o segurado de pagar o 
prêmio, aduz o art. 764. A álea, dessa forma, é elemento intrínseco e bilateral, tanto para o segurador 
quanto para o segurado. 
Igualmente, trata-se de contrato bilateral, oneroso e solene. Nesse sentido, os arts. 758 e 
759 estipulam que deve ser feito na modalidade escrita. Prova-se-o pela apólice, pelo 
bilhete do seguro (instrumento simplificado do negócio) ou por documento comprobatório 
do pagamento do respectivo prêmio. A emissão da apólice deve ser precedida de proposta 
escrita com a declaração dos elementos essenciais do interesse a ser garantido e do risco, 
sempre. 
Parte da doutrina entende que o seguro não é solene porque a apólice é apenas prova do 
contrato. O STJ, inclusive, afiançou o entendimento de que o seguro é contrato meramente 
consensual (REsp 1.306.364). Sem razão, já que se exigida a apólice, ela é elemento de validade do 
avençado. Evidentemente que isso não impede prova outra e a alegação de que o segurado não 
apresentou a apólice não exime a seguradora de indenizar pelo sinistro ocorrido, se provado o contrato 
por outra forma, sob pena de chancela à má-fé. 
Pode o contrato de seguro ser prorrogado tacitamente, desde que se tenha expressa cláusula 
contratual. Nesses casos, prorroga-se o contrato pelo mesmo prazo. No entanto, segundo o art. 774, 
a recondução tácita não pode operar mais de uma vez. O art. 760 estabelece que a apólice, que é o 
instrumento do seguro, tem por requisitos: 
A apólice ou o bilhete de seguro serão nominativos, à ordem ou ao portador, e mencionarão 
os riscos assumidos, o início e o fim de sua validade, o limite da garantia e o prêmio devido, 
e, quando for o caso, o nome do segurado e o do beneficiário. 
O contrato de seguro ainda evidencia o equívoco da classificação dos contratos como principais ou 
acessórios e o acerto de os classificar como dependentes ou independentes. O seguro é principal ou 
acessório? Depende. Em geral, ele é principal – rectius, independente –, como é o caso do seguro de um 
automóvel. 
No entanto, pode ser acessório – rectius, dependente –, como é o caso do seguro prestamista, no qual se 
assegura o pagamento de um financiamento imobiliário, por exemplo. Não há razão de ser do seguro 
sem o contrato de mútuo, ou seja, ele depende do outro pacto. Tecnicamente falando, portanto, me 
parece melhor classificar os contratos como dependentes ou independentes, ainda que a vasta doutrina 
continue a usar a classificação principal e acessório. 
A) Obrigações do segurado 
Parte importantíssima e de rica discussão doutrinária, jurisprudencial e de Enunciados do CJF são as 
obrigações das partes, em especial das obrigações do segurado. Quais são obrigações do segurado? 
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Quanto às informações prestadas pelo segurado, há de se ter extrema cautela, já que a regra do CC/2002 
parece permitir que a indenização não seja paga se qualquer informação for inverídica ou se omitida. 
Não é bem assim. 
• A declaração falsa ou omissão de informações pode levar o segurador a fixar prêmio
diverso do que fixaria ou até mesmo a aceitar seguro que normalmente não aceitaria se
tivesse acesso a todas as informações (art. 766). Nesse caso, perde o segurado a
garantia, mas ainda deve pagar o prêmio devido.
• O segurado deve agir em boa-fé (art. 765). É o caso, por exemplo, de segurado de plano
de saúde que omite informações sobre seu histórico de doenças.
• Nesse caso, se a inexatidão ou omissão nas declarações não resultar de má-fé do
segurado, o segurador terá direito a resolver o contrato, ou a cobrar, mesmo após o
sinistro, a diferença do prêmio.
A) Veracidade
• Se estiver em mora, inclusive, o segurado perde o direito à indenização (art. 763), se o
sinistro ocorrer antes da purgação da mora.
B) Pagamento do prêmio
• Se o segurado comporta-se de forma diferente da usual, resultando um aumento dos
riscos, ele está “alterando unilateralmente” o contrato, sujeitando o segurador a riscos
distintos dos previstos no momento da celebração do contrato.
• Isso ocorre, por exemplo, com segurado que retira dispositivo de segurança do veículo,
ou de segurado que passa a fazer escalada em montanhas de alto desempenho e risco,
num seguro de vida.
• Nesses casos, perde a cobertura (art. 768).
• Curiosamente, porém, a diminuição do risco no curso do contrato não acarreta a
redução do prêmio estipulado, salvo disposição em contrário ou se a redução do risco
for substancial (art. 770)
• Se houver agravação do risco sem culpa do segurado, pode o segurador dar-lhe ciência,
por escrito, da resolução do contrato, desde que faça nos 15 dias seguintes à ciência do
agravamento (art. 769, §1º). Nesse caso, a resolução só será eficaz 30 dias após a
notificação, devendo ser restituída pelo segurador a diferença do prêmio.
C) Não agravamento dos riscos
• Quando qualquer fato que possa aumentar o risco do bem sob pena de perder o direito
à garantia, se silenciou de má-fé (art. 769).
• Sob pena de perder o direito à indenização, o segurado deve informar o sinistro ao
segurador, logo que o saiba, tomando providências para minorar as consequências (art.
771).
D) Comunicação
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O Enunciado 372 da IV Jornada de Direito Civil deixa claro que em caso de negativa de cobertura 
securitária por doença preexistente, cabe à seguradora comprovar que o segurado tinha 
conhecimento inequívoco daquela. Ou seja, o ônus da prova não recai sobre o segurado, cuja dúvida 
lhe beneficia, em vista da presunção de boa-fé. 
Além disso, devida a indenização do seguro mesmo diante de condutas, omissões ou declarações 
ambíguas do segurado que não guardem relação com o sinistro, pontua o Enunciado 585 da VII 
Jornada de Direito Civil. Assim, se a informação não tem correlação com o sinistro, ela é irrelevante para 
a indenização. 
Atenção à previsão do art. 763, pois a jurisprudência aplica, há tempo, a teoria do adimplemento 
substancial aos casos de inadimplemento do seguro. O Enunciado 371 da IV Jornada de Direito Civil, 
nesse sentido, estabelece que a mora do segurado, sendo de escassa importância, não autoriza a 
resolução do contrato, por atentar ao princípio da boa-fé objetiva. 
O STJ (REsp 415.971), a seu turno, tem o mesmo entendimento, especialmente nos casos em que o 
consumidor tem o seguro há tempos. O inadimplemento de uma parcela do prêmio não seria, por si só, 
suficiente para a seguradora resolver o pacto. 
Enunciado 376 da IV Jornada de Direito Civil prevê, ainda, que a resolução do contrato depende de 
prévia interpelação do segurado, vedando-se a extinção unilateral do contrato. O STJ, a seu turno 
estabeleceu, no mesmo sentido, que a indenização securitária é devida quando ausente a 
comunicação prévia do segurado acerca do atraso no pagamento do prêmio, por constituir 
requisito essencial para a suspensão ou resolução do contrato de seguro (Súmula 616). 
Quanto ao agravamentodos riscos, também é necessário ter cautela. Isso porque o Enunciado 374 da 
IV Jornada de Direito Civil prevê que o juiz deve proceder com equidade, atentando às 
circunstâncias reais, e não a probabilidades infundadas, quanto à agravação dos riscos 
securitários. Isso porque é comum que as seguradoras se utilizem de cálculos atuariais, baseados em 
probabilidades matemáticas genéricas, para estabelecer os riscos e seu agravamento. 
Um motorista embriagado certamente agrava o risco de acidentes, pensando num juízo de 
probabilidade. Ora, ainda que violando norma de trânsito, se esse motorista, parado num semáforo, é 
atingido por um veículo desgovernado em alta velocidade e falece, não se pode falar em perda do direito 
à indenização por agravamento voluntário do risco. 
Virtualmente qualquer motorista naquela situação seria atingido e morreria, independentemente do 
teor alcoólico. Probabilisticamente, em termos gerais, esse motorista se sujeita a risco maior, mas no 
caso concreto, não há que se falar em agravamento. 
Quanto ao agravamento dos riscos, ainda, o art. 770 consagra a eficácia interna do princípio da 
função social do contrato. Isso porque, em caso de redução robusta dos riscos, pode o segurado 
exigir a redução do prêmio ou mesmo a resilição do contrato. Desnecessário comprovar que a 
redução foi extraordinária ou imprevisível; é objetiva. 
Por fim, vale ressaltar que o art. 769, §§1º e 2º, menciona o termo “resolução”. Parte da doutrina critica 
o termo, assegurando ser correto o termo “resilição”. Sem razão, já que a resilição se liga ao direito de 
arrependimento, ao passo que a resolução ao descumprimento. Ora, se é dever do segurado comunicar 
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o segurador a respeito do agravamento dos riscos, a não comunicação é descumprimento do contrato. 
Resolução, portanto, inquestionavelmente. 
No art. 770, por sua vez, o legislador cometeu equívoco. O dispositivo menciona “resolução” para o caso 
de o segurador não reduzir o prêmio em caso de redução substancial dos riscos. Não o fazendo, pode o 
segurado resilir unilateralmente o contrato. Não descumpriu o contrato o segurador, mas apenas não 
quer aceitar a redução do prêmio, preferindo a extinção do contrato. 
B) Obrigações do segurador 
A obrigação principal do segurador é pagar ao segurado os prejuízos decorrentes de 
sinistro sobre o bem segurado, em regra, em dinheiro, como estabelece o art. 776. Esse 
pagamento deve ser feito com correção monetária e juros moratórios, caso o 
pagamento se faça em atraso, conforme regra do art. 772. Segundo o STJ (REsp 821.506), 
cabíveis, inclusive, danos morais, se for o caso, evidentemente. 
 
(CESPE / PGE-SE – 2017) Acerca dos contratos de seguro, é correto afirmar que 
A. a diminuição do risco no curso do contrato de seguro, em regra, acarreta a redução do prêmio 
estipulado. 
B. o segurador poderá pagar em títulos o prejuízo resultante do risco assumido, hipótese na qual 
o prêmio será pago em dobro. 
C. a recondução tácita do contrato pelo mesmo prazo, mediante expressa cláusula contratual, só 
poderá operar uma única vez. 
D. o segurado poderá comunicar à seguradora o sinistro a qualquer tempo. 
E. a mora do segurador no pagamento do sinistro obriga à atualização monetária, mas não aos 
juros moratórios. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, conforme o art. 770: “Salvo disposição em contrário, a diminuição 
do risco no curso do contrato não acarreta a redução do prêmio estipulado; mas, se a redução do 
risco for considerável, o segurado poderá exigir a revisão do prêmio, ou a resolução do contrato”. 
A alternativa B está incorreta, de acordo com o art. 776: “O segurador é obrigado a pagar em 
dinheiro o prejuízo resultante do risco assumido, salvo se convencionada a reposição da coisa”. 
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A alternativa C está correta, na literalidade do art. 774: “A recondução tácita do contrato pelo 
mesmo prazo, mediante expressa cláusula contratual, não poderá operar mais de uma vez”. 
A alternativa D está incorreta, segundo o art. 771: “Sob pena de perder o direito à indenização, o 
segurado participará o sinistro ao segurador, logo que o saiba, e tomará as providências imediatas 
para minorar-lhe as consequências”. 
A alternativa E está incorreta, na dicção do art. 772: “A mora do segurador em pagar o sinistro 
obriga à atualização monetária da indenização devida segundo índices oficiais regularmente 
estabelecidos, sem prejuízo dos juros moratórios”. 
Nada impede que seja feita a reposição da coisa, claro. Em um seguro de um carregamento de iPhones, 
verificado o sinistro, pode a seguradora em vez de indenizar, prover outra carga igual. Evidentemente, 
a cláusula de reposição não pode gerar enriquecimento sem causa do segurador, que repõe coisa diversa 
ou inferior à assegurada. 
Se o objeto segurado puder ser objeto de salvamento, posteriormente à verificação do sinistro, como 
ocorre com os veículos automotores, o art. 771, parágrafo único determina que correm à conta do 
segurador, até o limite fixado no contrato, as despesas de salvamento consequente ao sinistro. 
No caso de seguro à conta de outrem, há uma triangulação da relação securitária. De um 
prisma, há a relação entre o segurador e o estipulante, que estabelece o seguro; a relação 
entre o segurador e o segurado, beneficiário, que eventualmente receberá o benefício; e a 
relação entre o segurador, beneficiário, e o estipulante. Nesse tipo de contrato, o segurador 
pode opor ao segurado quaisquer defesas que tenha contra o estipulante, por 
descumprimento das normas de conclusão do contrato, ou de pagamento do prêmio. 
Assim, se o estipulante não adimpliu, tendo ficado a cargo dele o pagamento do prêmio, não 
receberá o beneficiário o benefício. 
Em caso de assunção de risco em cosseguro, a apólice deve indicar o segurador que administrará o 
contrato e representará os demais (seguradora líder), para todos os seus efeitos, prevê o art. 761. 
C) Classificação da apólice e do contrato 
A apólice do seguro pode ser classificada de maneiras distintas, a depender de sua titularidade 
e da forma como os riscos serão cobertos durante a vigência do contrato: 
 
Quanto à Titularidade
NOMINATIVA: menciona o nome 
do segurador, seguro e 
beneficiário, se houver
À ORDEM: a apólice é 
transmisssível a terceiros, 
mediante endosso
AO PORTADOR: não titulariza o 
segurado, que é o titular da 
cártula, pelo que a tradição o 
transmite
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Já o contrato de seguro em si é classificado pela doutrina em diversas modalidades. Lembre-se, 
porém, que o seguro é um só; as classificações servem apenas para agrupar características comuns de 
cada “modalidade”. Vejamos as principais: 
 
 
Quanto à Substituição
SIMPLES: o objeto segurado é 
determinado, não permitindo substituição
FLUTUANTES: o objeto segurado é 
meramente determinável, permitindo 
substituição 
Quanto ao Risco
ESPECÍFICA: cobre 
somente um risco 
pactuado
PLÚRIMA: cobre uma 
pluralidade de riscos
ABERTA: os riscos 
cobertos são alterados 
ao longo do contrato
Quanto ao Número
INDIVIDUAIS: há um único segurado 
COLETIVOS (EM GRUPO): os segurados são 
vários
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Os seguros de danos compreendemos seguros marítimos, terrestres e 
aeronáuticos, cobrindo acontecimentos danosos, como cobertura contra fogo, 
inundações, tempestades, transportes, acidentes. Já os seguros de pessoas 
compreendem os que garantem a pessoa do segurado contra os riscos à sua 
integridade física e psíquica. Cada espécie obedece a regramento diferente, 
sendo que nos seguros de danos há uma indenização, no caso de o sinistro 
vir a ocorrer, e nos seguros de pessoas não há indenização propriamente 
dita, mas o pagamento de um benefício a quem se designar. Vejamos cada um deles. 
Quanto ao Segurado
EM NOME PRÓPRIO: segurado e beneficiário 
são a mesma pessoa, pelo que se verificado 
o risco, o próprio segurado recebe o 
benefício
À CONTA DE OUTREM: segurado e 
beneficiário são pessoas distintas, pelo que 
verificado o risco, terceiro recebe o 
benefício
Quanto à Liberdade
FACULTATIVOS/PRIVADOS: à maioria, 
permite-se a contratação, mas não se proíbe 
a falta dela
OBRIGATÓRIOS/SOCIAIS: cobertura exigida 
pela lei, obrigatoriamente (ex.: DPVAT e 
FGTS)
Quanto à Natureza do Risco
DE DANO: riscos patrimoniais, voltados à 
proteção de coisas
DE PESSOA: riscos extrapatrimoniais, voltados à 
proteção de pessoas
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15.2. SEGURO DE DANO 
O seguro de dano ou de coisas abrange os prejuízos sofridos por um indivíduo em sua 
esfera patrimonial, caracterizando-se pelo pagamento de uma indenização. Nesse 
contrato, o risco do seguro compreende não apenas os prejuízos da perda da coisa 
em si, mas também todos os prejuízos resultantes ou consequentes, como os 
estragos ocasionados para evitar o sinistro, minorar o dano, ou salvar a coisa. 
O seguro pode ser total ou parcial, quando o segurador se obriga por valor inferior ao efetivo 
valor da coisa segurada. Em havendo sinistro, o segurador só responde proporcionalmente pelo 
valor pelo qual se obrigou, sendo que o restante do prejuízo é arcado pelo próprio segurado, conforme 
regra prevista no art. 783. 
Em qualquer caso, porém, a garantia não pode extrapolar o valor do próprio bem, por força dos arts. 
778 e 781. A exceção fica por conta da mora do segurador. Na realidade, não se trata de uma exceção, 
pois as consequências da mora nada têm a ver com o valor do bem (o bem perdido vale R$50 mil, o 
segurador me paga R$52 mil, computados aí juros, correção etc.). 
No caso dos automóveis, pode-se estipular indenização em valor superior ao da Tabela FIPE, mas isso 
não excepciona essa previsão. Isso porque a tabela FIPE, não necessariamente, corresponde ao valor 
efetivo do bem, mas apenas uma estimativa mercadológica corrente. 
Assim, nada impede que o segurado estabeleça seguro sobre 50% do valor do bem e, posteriormente, 
pretenda estabelecer novo seguro, para segurar os mesmos riscos sobre os outros 50% do bem. Nesse 
caso, o segurado, na vigência de um contrato, deve previamente comunicar sua intenção por 
escrito ao primeiro segurador, indicando a soma pela qual pretende segurar-se, a fim de se 
comprovar a obediência ao limite legal supramencionado (se violado, o segundo contrato é ineficaz). 
Além disso, se o seguro é parcial, a indenização também o é. Assim, se celebrei um seguro que cobre 
apenas 50% do valor do bem, e se ocorre o sinistro, e se o custo do conserto é de R$8 mil, a seguradora 
me pagará apenas R$4 mil. 
A transferência do contrato a terceiro com a alienação ou cessão do interesse segurado é 
possível, segundo o art. 785, salvo disposição contratual em contrário. Se a apólice for 
nominativa, a transferência só produz efeitos em relação ao segurador mediante 
aviso escrito assinado pelo cedente e pelo cessionário. Em havendo apólice securitária 
à ordem, o seguro só se transfere por endosso em preto, datado e assinado pelo endossante 
e pelo endossatário, conforme as normas de Direito Empresarial. 
De modo a manter a aleatoriedade do contrato, o art. 784 exclui da garantia o sinistro provocado por 
vício intrínseco da coisa segurada, não declarado pelo segurado. Vício intrínseco é todo defeito 
próprio da coisa, que se não encontra normalmente em outras da mesma espécie. 
O segurador ainda se sub-roga nos direitos do segurado, nos casos de sinistro, contra o causador 
do dano, consoante o art. 786, pelo que o segurado não pode diminuir ou extinguir os direitos dos 
segurados, segundo o §2º. É por isso que o §2º do art. 787 impede o segurado de reconhecer, confessar, 
transigir ou indenizar o prejudicado, sem a anuência do segurador. Não cabe a sub-rogação, porém, 
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se o dano foi causado pelo cônjuge do segurado, seus descendentes ou ascendentes, 
consanguíneos ou afins, salvo no caso de dolo dessas pessoas. 
Segundo o Enunciado 373 da IV Jornada de Direito Civil, embora sejam defesos o reconhecimento da 
responsabilidade, a confissão da ação ou a transação, esses atos não retiram do segurado o direito à 
garantia, sendo apenas ineficazes perante a seguradora. Veja que o §2º do art. 787, ademais, deve ser 
interpretado em consonância com o art. 422, não obstando o direito à indenização e ao reembolso, 
evidencia o Enunciado 546 da VI Jornada de Direito Civil. 
No seguro de coisas transportadas, a vigência da garantia começa no momento em que são pelo 
transportador recebidas, e cessa com a sua entrega ao destinatário. No seguro obrigatório, a 
indenização por sinistro será paga pelo segurador diretamente ao terceiro prejudicado. Segundo 
o art. 788, parágrafo único, o segurador não pode opor exceção de contrato não cumprido pelo segurado, 
sem promover a citação dele para integrar o contraditório, se for demandado em ação direta pela vítima 
do dano. 
Já no seguro de responsabilidade civil, o segurador garante o pagamento de perdas e danos devidos pelo 
segurado a terceiro, esclarece o art. 787. Por isso, tão logo saiba das consequências de seu ato, suscetível 
de acarretar a responsabilidade incluída na garantia, o segurador deve comunicar o fato ao segurador. 
Igualmente, se a vítima manejar ação contra ele, o segurado deve dar ciência da lide ao segurador, 
imediatamente, prevê o §3º. 
Nesse caso, se o segurado não pode reconhecer sua responsabilidade, confessar a ação, transigir com o 
terceiro prejudicado nem o indenizar diretamente, sem anuência expressa do segurador. 
Excepcionalmente, ainda que contra risco segurado, pode o próprio segurado ser chamado a indenizar, 
ao fim e ao cabo. Isso ocorrerá quando o segurador for insolvente; nesse caso, prevê o §4º que 
subsistirá a responsabilidade do segurado perante o terceiro, a despeito da existência do seguro. 
Não à toa, a legislação especial exige, em regra, capital social elevado para a criação de uma seguradora. 
Desde mudanças ocorridas na Superintendência de Seguros Privados – SUSEP, nos anos 1990, o capital 
social mínimo das seguradoras teve sua metodologia de cálculo enormemente alterada e tornada bem 
mais complexa. 
Com a redação dada pela Lei Complementar 126/2007 ao inc. VI do art. 32 do Decreto-Lei 73/1966, 
passou-se à alçada da SUSEP delimitar o capital social das seguradoras e das resseguradoras em todo o 
país. O DL 73/1966 é regulamentado pelos Decretos 60.459/1967 e 61.867/1967, basicamente, e por 
numerosos outros Decretos posteriores. 
A partir da LC 126/2007, regulou-se o mercado do resseguro (operação de transferência de riscos 
de uma cedente para um ressegurador) e da retrocessão (operação de transferência de riscos de 
resseguro de resseguradores para resseguradores ou de resseguradores para sociedades seguradoras 
locais), abrindo-se o mercado securitário para as companhias estrangeiras. 
As resseguradores podem ser de trêstipos: 
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Prevê o art. 8º da LC 126/2002 que a contratação de resseguro e retrocessão no país ou no exterior 
deve ser feita mediante negociação direta entre a cedente e o ressegurador ou por meio de 
intermediário legalmente autorizado. Além disso, uma das limitadas hipóteses de negociação em 
moeda estrangeira ocorre com os resseguros. 
Prevê o art. 18 que o seguro, o resseguro e a retrocessão podem ser efetuados no país em moeda 
estrangeira. Evidente que deve se observadas a legislação que rege operações dessa natureza, as regras 
fixadas pelo CMN e as regras fixadas pela SUSEP. 
Por fim, de acordo com o art. 22, o IRB – Instituto de Resseguros do Brasil SA fica autorizado a 
continuar exercendo suas atividades de resseguro e de retrocessão. Qualifica-se ele como 
ressegurador local. 
15.3. SEGURO DE PESSOAS 
As espécies mais importantes são o seguro de vida e o seguro de acidentes pessoais. Segundo o art. 760, 
parágrafo único, nessa modalidade de seguro, a apólice ou o bilhete não podem ser ao portador. 
O seguro de vida prevê o pagamento de uma quantia, se verificado um evento previsto, ao 
próprio segurado ou a terceiro, de uma só vez ou em prestações periódicas, feito sobre a vida do 
próprio segurado ou sobre a vida de outrem. Quando não é o próprio segurado a estipular o seguro, 
nesse caso, exige-se que o proponente declare o interesse na preservação da vida do segurado, segundo 
o art. 790. Presume-se o interesse quando o segurado é cônjuge, ascendente ou descendente do 
proponente, até prova em contrário. 
• Ressegurador sediado no país constituído sob a forma de SA, tendo por objeto exclusivo
a realização de operações de resseguro e retrocessão.
A) Ressegurador local
• Ressegurador sediado no exterior, com escritório de representação no país, que,
atendendo às exigências previstas na LC e nas normas aplicáveis à atividade de resseguro
e retrocessão, tenha sido cadastrado como tal no órgão fiscalizador de seguros para
realizar operações de resseguro e retrocessão.
B) Ressegurador admitido
• Empresa resseguradora estrangeira sediada no exterior sem escritório de representação
no país que, atendendo às exigências previstas na LC e nas normas aplicáveis à atividade
de resseguro e retrocessão, tenha sido cadastrada como tal no órgão fiscalizador de
seguros para realizar operações de resseguro e retrocessão.
C) Ressegurador eventual
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Mais uma vez, o legislador omisso esqueceu do companheiro. Não à toa, o Enunciado 186 da III Jornada 
de Direito Civil estabelece que o companheiro deve ser considerado implicitamente incluído no rol 
das pessoas tratadas no art. 790, parágrafo único, por possuir interesse legítimo no seguro da pessoa 
do outro companheiro. 
No seguro de vida há uma exceção à vedação de cobertura do risco por vários 
seguros. Pode o segurado fazer quantos seguros quiser, inclusive podendo ser feito 
em diferentes valores, consoante regra do art. 789. Assim, no seguro de vida não há 
avaliação de dano (já que não se pode precificar a vida), sendo que o benefício deve ser 
pago integralmente, inexistindo reduções ou regra proporcional. 
Além disso, o Enunciado 542 da VI Jornada de Direito Civil afirma que a recusa de renovação das 
apólices de seguro de vida pelas seguradoras em razão da idade do segurado é discriminatória 
e atenta contra a função social do contrato. Nada impede que haja aumento de valores, desde que 
respeitados os limites legais, mas não pode a seguradora simplesmente recusar a renovação. Nesse 
sentido, inclusive, o Enunciado 543 do CJF prevê que constitui abuso do direito a modificação acentuada 
das condições do seguro de vida e de saúde pela seguradora quando da renovação do contrato. 
O segurado pode escolher livremente o beneficiário, mesmo que seja o companheiro de quem está 
de fato separado, prevê o art. 793. Inclusive, pode ele substituir o beneficiário a qualquer tempo, 
por ato entre vivos ou causa mortis, salvo se tiver renunciado a tal possibilidade, nos termos do art. 
791. No entanto, o segurador que não for cientificado oportunamente da substituição, fica desobrigado, 
pagando o capital segurado ao antigo beneficiário. 
Se não indicar ninguém ou se a indicação que fizer não for válida, porém, o capital segurado será 
pago por metade ao cônjuge não separado judicialmente, e o restante aos herdeiros do segurado, 
obedecida a ordem da vocação hereditária, na forma do art. 792. Excepcionalmente, na falta dessas 
pessoas, serão beneficiários os que provarem que a morte do segurado os privou dos meios necessários 
à subsistência. Ou seja, não se segue a ordem da vocação hereditária comum. 
No seguro de vida para o caso de morte, é lícito estipular-se um prazo de carência, durante o qual 
o segurador não responde pela ocorrência do sinistro, por aplicação do art. 797. Nesse caso, o 
segurador é obrigado a devolver ao beneficiário o montante da reserva técnica já formada. 
A hipótese de suicídio tem regulação específica no art. 798, pois o beneficiário não tem direito ao 
capital estipulado quando o segurado se suicida nos primeiros dois anos de vigência inicial do 
contrato, ou da sua recondução depois de suspenso. Essa é a única hipótese de exclusão do benefício 
no seguro de vida em caso de suicídio, sendo nulas as demais cláusulas que excluem o pagamento do 
capital por suicídio do segurado. 
Porém, segundo o Enunciado 187 da III Jornada de Direito Civil, esses dois anos são presunção relativa 
de premeditação do suicida. Por isso, quando há prova em contrário da ausência de premeditação, o 
beneficiário faz jus ao recebimento do capital. 
O STJ, no entanto, modificou o entendimento baseado no Enunciado e na própria jurisprudência, 
adotando decisões que estabelecem que esse requisito temporal é objetivo, dispensando análise de 
premeditação ou não. O entendimento foi, então, sumulado. A Súmula 610 prevê que o suicídio não 
é coberto nos dois primeiros anos de vigência do contrato de seguro de vida, ressalvado o direito 
do beneficiário à devolução do montante da reserva técnica formada. 
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De modo a proteger o espírito e o objetivo do contrato de seguro, o art. 794 deixa claro 
que no seguro de vida ou de acidentes pessoais para o caso de morte, o capital 
estipulado não está sujeito às dívidas do segurado, nem se considera herança 
para todos os efeitos de direito. Por isso, é igualmente nula no seguro de pessoa 
qualquer transação para pagamento reduzido do capital segurado. 
 
(FCC / TJ-RR – 2015) A respeito de contratos de seguro, considere as seguintes assertivas: 
I. Nos seguros de dano, a garantia prometida não pode ultrapassar o valor do interesse segurado 
no momento da contratação e a indenização não pode ultrapassar o valor do interesse segurado 
no momento do sinistro. 
II. Nos seguros de pessoas, o capital segurado é livremente estipulado pelo proponente, que pode 
contratar mais de um seguro sobre o mesmo interesse, com o mesmo ou diversos seguradores. 
III. Salvo disposição em contrário, não se admite a transferência do contrato de seguro de dano a 
terceiro com a alienação ou cessão do interesse segurado. 
IV. No seguro de vida, só podem figurar como beneficiárias pessoas que estejam sob a dependência 
econômica do segurado, exceto se se tratar de cônjuge ou companheiro. 
V. No seguro de vida ou de acidentes pessoais para o caso de morte, o capital estipulado, para

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