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aplicação das leis penais

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DIREITO PENAL I
PROF. LUÍS ROBERTO
(luisrob@unitoledo.br)
6. Aplicação da lei penal -- continuação
6.4 Lei em relação a pessoas que exercem determinadas funções
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. 
		Lei penal brasileira = princípio da territorialidade temperada (Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional). V. Convenção de Viena, no caso das imunidades diplomáticas.
		Por exceção ao princípio da territorialidade, não se aplica a lei brasileira ao crme praticado no Brasil, em razão das funções internacionais exercidas pelo autor do ato ilícito (imunidades diplomáticas). 
Cuida-se de exceção ao princípio da igualdade? Não, porque os privilégios não são pessoais, mas existem em razão da função exercida por certas pessoas. São funcionais. 
Aplicação: a qualquer delito e se estendem a todos os agentes diplomáticos (embaixador, secretários de embaixada, pessoal técnico e adminstrativos das representações), aos compomentes da família deles e aos funcionários das organizações internacionais (ONU, OEA etc.) quando em serviço. Engloba o chefe de Estado estrangeido que visita o país, bem como os membros de sua comitiva.
Estão excluídos: os empregados particulares dos agentes diplomáticos, ainda que da mesma nacionalidade deles. Cônsules: função meramente administrativa (não têm imunidade)
Sedes diplomáticas: não constituem extensão do território estrangeiro, embora sejam invioláveis (Convenção de Viena)
Delitos cometidos nas representações diplomáticas por pessoas que não tem imunidade: aplica-se a lei brasileira
6.4.2 Imunidades parlamentares
		Constituem prerrogativas dos membos do Congresso Nacional. Classificam-se em:
Imunidade material ou inviolabilidade (absoluta) ( CF, art. 53, caput: “Os deputados e senadores são invioláveis civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”. Conferida em razão da necessidade de ser preservar a autonomia e independência do Poder Legislativo, assegurando aos membros ampla liberdade de ação no exercício do mandato. É causa pessoal de isenção de pena. É absoluta, porque o parlamentar não pode ser responsabilizado por suas opiniões, palavras e votos, mesmo quando cessar o mandato, com o término da legislatura. 
OBS>: é indispensável a existência de conexão entre as condutas praticadas pelo parlamentar e o exercício do mandato, ou seja, as palavras, votos e opiniões devem decorrer do desempenho das funções parlamentares e versar sobre matéria parlamentar. 
Imunidade formal ou processual (relativa): constitui-se em garantias procedimentais, relativas à instauração de ação penal, prisão, processo, prerrogativa de foro etc. Tem eficácia temporal limitada, quer dizer, protege os parlamentares somente durante o exercício do mandato. A imunidade formal visa assegurar o livre exercício das funções públicas dos deputados e senadores, mas não deve conceder aos representantes do povo uma impunidade assegurada por seus pares. Extinto o mandato do autor do crime comum, recomeça a correr o prazo prescricional, não mais necessitando-se de manifestação do Legislativo para o prosseguimento do processo.
Vide os parágrafos do artigo 53 da Constituição Federal: 
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
Deputados estaduais
CF, Art. 27. O número de Deputados à Assembléia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze.
§ 1º - Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
- prerrogativa de foro: Tribunal de Justiça/Tribunal Regional Federal
Vereadores
CF, Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município; (Renumerado do inciso VI, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
- só detém imunidade material e apenas por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato (discursos, pareceres, relatórios, comunicações etc.) e na circunscrição do Município. Nas afirmações como cidadão não tem imunidade. Não estarão protegidos se praticarem o crime fora da circunscrição do município.
6.4.3 Extradição
	Ato pelo qual uma nação entrega a outra um autor de crime, para se julgado e/ou punido. Assenta-se em regras e convenções internacionais (Código de Bustamante, instituído na Convenção de Havana, de 1928). No Brasil, vide a Lei 6.815/80, que define a situação jurídica do estrangeiro no Brasil. 
	Quanto ao brasileiro, vide a CF, art. 5º, LI: “nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei”.
Supremo Tribunal Federal: pronunciamento sobe a legalidade e procedência da extradição (Lei 6815/80, Art. 83 (“Nenhuma extradição será concedida sem prévio pronunciamento do Plenário do Supremo Tribunal Federal sobre sua legalidade e procedência, não cabendo recurso da decisão”).
	Condiçõespara extradição (arts. 77 e 78 da Lei 6815/80): 
Art. 77. Não se concederá a extradição quando: (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
        I - se tratar de brasileiro, salvo se a aquisição dessa nacionalidade verificar-se após o fato que motivar o pedido;
        II - o fato que motivar o pedido não for considerado crime no Brasil ou no Estado requerente;
        III - o Brasil for competente, segundo suas leis, para julgar o crime imputado ao extraditando;
        IV - a lei brasileira impuser ao crime a pena de prisão igual ou inferior a 1 (um) ano;
        V - o extraditando estiver a responder a processo ou já houver sido condenado ou absolvido no Brasil pelo mesmo fato em que se fundar o pedido;
        VI - estiver extinta a punibilidade pela prescrição segundo a lei brasileira ou a do Estado requerente;
        VII - o fato constituir crime político; e
        VIII - o extraditando houver de responder, no Estado requerente, perante Tribunal ou Juízo de exceção.
        § 1° A exceção do item VII não impedirá a extradição quando o fato constituir, principalmente, infração da lei penal comum, ou quando o crime comum, conexo ao delito político, constituir o fato principal.
        § 2º Caberá, exclusivamente, ao Supremo Tribunal Federal, a apreciação do caráter da infração.
        § 3° O Supremo Tribunal Federal poderá deixar de considerar crimes políticos os atentados contra Chefes de Estado ou quaisquer autoridades, bem assim os atos de anarquismo, terrorismo, sabotagem, seqüestro de pessoa, ou que importem propaganda de guerra ou de processos violentos para subverter a ordem política ou social.
        Art. 78. São condições para concessão da extradição: (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
        I - ter sido o crime cometido no território do Estado requerente ou serem aplicáveis ao extraditando as leis penais desse Estado; e
        II - existir sentença final de privação de liberdade, ou estar a prisão do extraditando autorizada por Juiz, Tribunal ou autoridade competente do Estado requerente, salvo o disposto no artigo 82.
6.4.4 Contagem de prazo
	Importante para regular o tempo de cumprimento de pena, a extinção da punibilidade (decadência, prescrição), lapso temporal do sursis, da suspensão condicional do processo, do livramento condicional, das medidas de segurança etc.
	Prazo e termos inicial e final. Regras (em benefício do réu)
Contagem de prazo
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. 
Frações não computáveis da pena
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro
Calendário comum = gregoriano. O mês é contado não pelo número real de dias (28, 29, 30 ou 31), mas sim de determinado dia à véspera do mesmo dia do mês subsequente. Igualmente, um ano é contado de certo dia do mês à véspera do dia idêntico daquele mês no ano seguinte, não importando se o ano é bissexto.
Exemplos: 
1-Fulano de tal foi preso no dia 25 de março, às 13 horas, quando iniciou o cumprimento de pena privativa de liberdade de 5 anos. Qual é o termo inicial e o final do cumprimento de pena?
2- Uma pena de detenção de dois meses será considerada cumprida em que momento, se o dia do começo é 15/06/2009?
3- Uma pena de um ano de detenção de um ano é considerada cumprida em que momento, se o dia do começo é 17/05/2010?
Referências bibliográficas
JESUS, Damásio E. Direito Penal. Parte Geral. 26a. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal. 25 ed. São Paulo: Atlas, 2009.
PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro. 8.ed. São Paulo: RT, 2008.
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