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Profa. Dra. Aline Veroneze UNIDADE I Nutrição e Dietética Em 1992, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (UEDA) esquematizou a primeira pirâmide alimentar. No Brasil, a pirâmide foi criada em 1999, com base nos padrões alimentares norte- americanos. Em 2013, por conta do crescimento da obesidade, a pirâmide alimentar brasileira passou por diversas reformulações relacionadas com a quantidade, o tipo e a distribuição dos alimentos. Em 2024, surge o metaverso da pirâmide alimentar, com o intuito de trazer dimensão, conectividade e realidade virtual aos grupos alimentares. Pirâmide Alimentar Brasileira Pirâmide Alimentar Brasileira Fonte: Adaptado de: Philippi (2014, p. 10). Fonte: Adaptado de: Philippi (2024, p. 14). Pratique atividade física, no mínimo, 30 minutos diários. Faça 6 refeições ao dia (café da manhã, almoço e jantar, com lanches intermediários). Óleos e gorduras 1 porção Leite, queijo, iogurte 3 porções Legumes e verduras 3 porções Arroz, pão, massa, batata, mandioca 6 porções Açúcares e doces 1 porção Carnes e ovos 1 porção Feijões e oleaginosas 1 porção Frutas 3 porções Naturalmente presente ou adicionado METAVERSO DA PIRÂMIDE DOS ALIMENTOS GUIA PARA ESCOLHA DOS ALIMENTOS DIETA DE 2.000 KCAL Óleos, gorduras, nozes e castanhas 1 porção Lácteos 3 porções Carnes e ovos 1 porção Leguminosas 1 porção Cereais 6 porções Atividade física Frutas, legumes e verduras 6 porções PANCs, temperos e ingestão de líquidos Grupos Alimentares Fonte: http://dab.saude.gov.br/portaldab/biblioteca.php?conteudo=publicacoes/guia_alimentar2014 Grupo das frutasGrupo dos legumes e das verduras Grupo dos cereais Grupos Alimentares Fonte: http://dab.saude.gov.br/portaldab/biblioteca.php?conteudo=publicacoes/guia_alimentar2014 Grupo das raízes e tubérculos Grupos Alimentares Fonte: http://dab.saude.gov.br/portaldab/biblioteca.php?conteudo=publicacoes/guia_alimentar2014 Grupos Alimentares Fonte: http://dab.saude.gov.br/portaldab/biblioteca.php?conteudo=publicacoes/guia_alimentar2014 Grupo do leite e derivadosGrupo das carnes e ovos Grupos Alimentares Fonte: http://dab.saude.gov.br/portaldab/biblioteca.php?conteudo=publicacoes/guia_alimentar2014 Água e líquidos Grupo das gorduras, óleos, castanhas e nozes Os guias alimentares servem para planejar e avaliar dietas de indivíduos e grupos populacionais. Em 2006, foi publicado pelo Ministério da Saúde o Guia alimentar para a população brasileira, que apresenta um conjunto de recomendações e informações sobre alimentação visando promover a saúde de indivíduos e comunidades. O Guia alimentar para a população brasileira foi reformulado em 2014 e apresenta princípios e recomendações de uma alimentação adequada e saudável. As informações contidas são orientações e recomendações sobre escolhas, combinações, forma de preparo e consumo de alimentos. Guias Alimentares O capítulo 1 descreve os princípios que orientaram a elaboração do guia, reforçando que a “alimentação é mais do que nutrientes”, que as recomendações devem ser atualizadas, abordando sobre a autonomia e informando que diferentes saberes geram o conhecimento para a formulação de guias alimentares. Guia alimentar para a população brasileira Fonte: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf O capítulo 2 apresenta recomendações gerais para a escolha dos alimentos e construção de uma alimentação saudável, reforçando os conceitos da classificação NOVA. Guia alimentar para a população brasileira Fonte: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf Classificação dos alimentos, segundo Monteiro et al. (2011): Categorias dos alimentos GRUPOS DE ALIMENTOS EXEMPLOS Alimentos in natura ou minimamente processados Fonte: https://i.pinimg.com/736x/2b/1c/f5/2b1cf5525873467315eaa0c07394d302-- vegetable-basket-fresh-vegetables.jpg http://www.alelocomerbemtdb.com.br/wp-content/uploads/2014/02/posts_0103.jpg https://thumbs.dreamstime.com/t/milk-eggs-11265271.jpg Classificação dos alimentos, segundo Monteiro et al. (2011): Categorias dos alimentos GRUPOS DE ALIMENTOS EXEMPLOS Substâncias alimentícias de uso culinário (óleos, gorduras, sal e açúcar) Fonte: https://www.saude.df.gov.br/web/guest/w/uso-de-sal-na-comida-deve-ser-reduzido https://www.drweil.com/wp-content/uploads/2016/11/diet-nutrition_anti-inflammatory-diet- pyramid_how-to-choose-a-quality-olive-oil_3872-2592_000012087826.jpg https://st3.depositphotos.com/1011514/13167/i/1600/depositphotos_131676004-stock-photo- chef-hand-sprinkling-icing-sugar.jpg Classificação dos alimentos, segundo Monteiro et al. (2011): Categorias dos alimentos GRUPOS DE ALIMENTOS EXEMPLOS Alimentos processados Fonte: http://www.ideiasedicas.com/como-enfeitar-uma-cesta-de-paes-com-biscuit/cesto-de-paes-artesanal/ http://www.yikatuxingu.org.br/wp-content/uploads/2017/11/enlatados.jpg http://manualdadiabetes.com.br/wp-content/uploads/2015/05/queijo.png Classificação dos alimentos, segundo Monteiro et al. (2011): Categorias dos alimentos GRUPOS DE ALIMENTOS EXEMPLOS Alimentos ultraprocessados Fonte: https://static1.squarespace.com/static/567094712399a343227fe58e/t/58b9b7eb9de4bb2be92f8e33/1488567011133/ https://www.germanshop24.com/images/thumbnails/465/465/product/6/efd94cfcc0d63de376cfcb59dc2bed18.jpg https://279173f3.nuajik.io/416-large_default/coca-cola-classic.jpg https://matchb8x.files.wordpress.com/2013/01/pegapop.jpg https://http2.mlstatic.com/caixa-de-biscoito-oreo-original-recheio-baunilha-176g-D_NQ_NP_822321- MLB20729002578_052016-F.jpg Segundo a classificação de alimentos apresentada no Guia Alimentar (NOVA), são considerados alimentos ultraprocessados: a) músculos, vísceras, ovos e leite. b) sementes, folhas, frutos, caules e raízes. c) arroz branco, integral ou parboilizado, a granel ou embalado. d) extratos ou concentrados de tomate, frutas em calda, frutas cristalizadas, carne seca e toucinho. e) macarrão e temperos instantâneos, salsicha, salgadinhos de pacote, refrescos e refrigerantes. Interatividade Segundo a classificação de alimentos apresentada no Guia Alimentar (NOVA), são considerados alimentos ultraprocessados: a) músculos, vísceras, ovos e leite. b) sementes, folhas, frutos, caules e raízes. c) arroz branco, integral ou parboilizado, a granel ou embalado. d) extratos ou concentrados de tomate, frutas em calda, frutas cristalizadas, carne seca e toucinho. e) macarrão e temperos instantâneos, salsicha, salgadinhos de pacote, refrescos e refrigerantes. Resposta Regra de ouro: Prefira sempre alimentos in natura ou minimamente processados e preparações culinárias a alimentos ultraprocessados. Categorias dos alimentos Fonte: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf O capítulo 3 orienta sobre como combinar alimentos na forma de refeições e explica sobre os grupos alimentares. Guia alimentar para a população brasileira Fonte: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf O capítulo 4 é norteado em três orientações: comer com regularidade e com atenção; comer em ambientes apropriados; comer em companhia. Guia alimentar para a população brasileira Fonte: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf O capítulo 5 avalia a compreensão e a superação de obstáculos para a adesão das pessoas às recomendações do documento – informações confiáveis e embasadas cientificamente. Guia alimentar para a população brasileira Fonte: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf Outras regras importantes destinadas à escolha dos alimentos presentes no Guia alimentar para a população brasileira: 1. Fazer de alimentos in natura ou minimamente processados a base daalimentação; 2. Utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias; 3. Limitar o consumo de alimentos processados; 4. Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados; Guia alimentar para a população brasileira 5. Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia; 6. Fazer compras em locais que ofertem variedade de alimentos in natura ou minimamente processados; 7. Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias; 8. Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece; 9. Dar preferência, quando fora de casa, a locais que sirvam refeições feitas na hora; 10. Ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em propagandas comerciais. Guia alimentar para a população brasileira Apresenta recomendações e informações sobre alimentação de crianças nos dois primeiros anos de vida; Aleitamento materno, introdução alimentar, sinais de fome e saciedade; Bebidas adoçadas, ultraprocessados, açúcar, publicidade. Guia alimentar para menores de 2 anos Fonte: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_crianca_brasileira_versao_resumida.pdf Nutrição: nutrir ou utilizar alimentos ingeridos para realizar diversas funções orgânicas de uma forma fisiologicamente saudável. Ciência que investiga as relações entre o alimento ingerido pelo homem e as doenças, buscando, além do bem-estar, a preservação da saúde humana. Alimento: substância no estado sólido ou líquido que, quando ingerida, servirá de matéria e energia para a realização de suas funções vitais, como crescimento, movimentação e reprodução. Alimentação: processo voluntário e consciente pelo qual o ser humano obtém produtos para o seu consumo, que consiste na ação de receber ou proporcionar alimentos. Conceitos Leis da Alimentação Lei da quantidade: a quantidade de alimentos deve ser suficiente para cobrir as necessidades energéticas do organismo. Lei da qualidade: a alimentação deve incluir todos os nutrientes necessários, o que se obtém com a inclusão de todos os grupos alimentares. Lei da harmonia: as quantidades dos alimentos devem ser harmônicas, respeitando a proporcionalidade – equilíbrio. Lei da adequação: a alimentação deve ser individualizada e deve respeitar a fase da vida e características sociais, econômicas e culturais. 1937, médico argentino Pedro Escudero Fonte: autoria própria. Dieta: é aquela que contém quantidades recomendadas dos diversos nutrientes para cobrir os requerimentos do organismo. Não é sinônimo de restrição ou proibição. Dietética: a ciência de alimentar corretamente indivíduos e coletividades sadias. Conceitos Fonte: https://www.deniseramos.com.br/iniciar-a-dieta/ Essa imagem representa o conceito de dieta? Nutrientes: substâncias químicas contidas nos alimentos que possuem funções variadas no organismo. Conceitos Fonte adaptado de: https://www.linkedin.com/pulse/macronutrientes- micronutrientes-entenda-o-que-s%C3%A3o-os-what-barufaldi/ Carboidratos Proteínas Gorduras Vitaminas Minerais Macronutrientes Nutrientes Micronutrientes Nutrientes essenciais: nosso organismo não sintetiza ou sintetiza em velocidade baixa – aminoácidos essenciais (leucina, isoleucina, valina, triptofano, metionina, fenilalanina, treonina e lisina), os ácidos graxos ômega-3 e ômega-6, minerais, vitaminas e água. Conceitos Carboidratos Proteínas Gorduras Vitaminas Minerais Macronutrientes Nutrientes Micronutrientes Fonte adaptado de: https://www.linkedin.com/pulse/macronutrientes- micronutrientes-entenda-o-que-s%C3%A3o-os-what-barufaldi/ Metabolismo: conjunto de reações químicas responsáveis pelos processos de síntese das células – que lhes permitem se manterem vivas, crescerem e se dividirem – e de degradação dos nutrientes nas células. Conceitos Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Figura-51-Esquema-basico-do-metabolismo-celular-anabolismo- e-catabolismo_fig7_311583797 Nutrientes Energia Produtos Residuais Energia Motilidade TransporteAnabolismo Biossíntese Catabolismo Macromoléculas/ Componentes celulares O princípio do Guia Alimentar segundo o qual “Alimentação diz respeito à ingestão de nutrientes – como também aos alimentos que contêm e fornecem os nutrientes –, a como alimentos são combinados entre si e preparados, a características do modo de comer e às dimensões culturais e sociais das práticas alimentares. Todos esses aspectos influenciam a saúde e o bem-estar” está relacionado a qual lei da alimentação? a) Lei da Qualidade. b) Lei da Quantidade. c) Lei da Harmonia. d) Lei da Adequação. e) Lei dos Macronutrientes. Interatividade O princípio do Guia Alimentar segundo o qual “Alimentação diz respeito à ingestão de nutrientes – como também aos alimentos que contêm e fornecem os nutrientes –, a como alimentos são combinados entre si e preparados, a características do modo de comer e às dimensões culturais e sociais das práticas alimentares. Todos esses aspectos influenciam a saúde e o bem-estar” está relacionado a qual lei da alimentação? a) Lei da Qualidade. b) Lei da Quantidade. c) Lei da Harmonia. d) Lei da Adequação. e) Lei dos Macronutrientes. Resposta São compostos orgânicos formados por unidades denominadas sacarídeos, classificados em: monossacarídeos (glicose, frutose e galactose), dissacarídeos (sacarose, maltose e lactose) e polissacarídeos (amido, dextrina, glicogênio e celulose); Fornecem a maior parte da energia necessária para manutenção das atividades; A recomendação de ingestão diária de carboidratos é de 50% a 60% do valor calórico total. Digestão: inicia-se na boca pela ação da enzima amilase salivar que, em pH neutro ou levemente alcalino, começa a digestão hidrolisando (quebrando) uma pequena quantidade de moléculas de amido em fragmentos menores. Carboidratos Fonte: http://dab.saude.gov.br/portaldab/biblioteca.php?conteudo=publicacoes/guia_alimentar2014 Simples e complexos Simples: facilmente digeridos e mais rapidamente absorvidos. Glicose, frutose, sacarose e lactose são os carboidratos simples mais encontrados nos alimentos. O açúcar pode ser adicionado ou estar presente neles naturalmente. Complexos: são formados por cadeias mais complexas de açúcares, e sua digestão e absorção, na maioria das vezes, é mais prolongada. Amidos, cereais e derivados; tubérculos, como inhame, mandioca, mandioquinha, batata-doce e batata; e leguminosas, como feijões, ervilha, lentilha, grão-de-bico e soja. Carboidratos Algumas formas de carboidratos, como celulose, hemicelulose, pectina, goma e outras, não podem ser digeridas por seres humanos. Passam para o cólon relativamente sem alterações, e lá são parcialmente fermentadas pelas bactérias do cólon. As fibras são nutrientes vistos como promotores de saúde e estão associadas à diminuição dos riscos de DCNT, como insuficiências cardíacas, diabetes, câncer e outras. Classificação: fibras solúveis têm a capacidade de reter água e formar géis. Podem ser encontradas na aveia, na cenoura, na maçã, na cevada, no feijão, nas frutas cítricas e parecem contribuir para a diminuição dos níveis séricos de colesterol. Fibras insolúveis integram a estrutura das células vegetais, encontradas em hortaliças, farelos, frutas e camadas externas de cereais. Estas normalizam o trânsito intestinal, tornando-o mais rápido em pessoas com constipação e prolongando-o naquelas que apresentam trânsito rápido ou diarreia. Fibras Fornecedores dos aminoácidos que servem de material construtor e renovador, responsáveis pelo crescimento e pela manutenção do organismo. A digestão das proteínas começa logo no estômago, e algumas delas são quebradas em proteoses, peptonas e polipeptídeos grandes. O pepsinogênio que está inativo no estômago,quando entra em contato com o ácido clorídrico, é convertido na enzima pepsina, que irá digerir a maior proteína do tecido conjuntivo, o colágeno. O restante da digestão das proteínas acontece por todo o intestino, sendo que a maior parte acontece na parte superior do intestino delgado. As proteínas podem ser de origem vegetal ou animal. As de origem animal são consideradas de alto valor biológico, pois apresentam melhor composição (pool) de aminoácidos em relação às fontes vegetais. Proteínas Arroz com feijão que, quando consumidos isoladamente, não contêm todos os aminoácidos essenciais, mas quando combinamos a proteína do cereal com a proteína da leguminosa, o pool de aminoácidos torna-se completo na refeição. A recomendação de ingestão diária de proteína para adultos sadios é de 0,8 a 1 g/kg de peso/dia. Proteínas Fonte: https://www.saboresajinomoto.com.br/receita/arroz-e-feijao As gorduras ou lipídios são componentes alimentares orgânicos que contêm menos oxigênio que os carboidratos e as proteínas, e por isso fornecem taxas maiores de energia. Os tipos de gordura existentes são colesterol, gordura saturada, gordura insaturada e gordura trans. A maior parte dos lipídios alimentares estão sob a forma de triglicerídeos (97%), e o restante é encontrado como fosfolipídios e colesterol. A recomendação de ingestão diária de gorduras é de 25% a 30% do valor calórico total (VCT), sendo que de 7% a 10%, apenas, deverão ser de ácidos graxos saturados, e o restante deverá ser de monoinsaturados e poli-insaturados. Lipídios Essas vitaminas normalmente não são armazenadas no organismo. Será necessária uma reposição quase que diária. Portanto, devido à solubilidade em água, o excesso é liberado por meio da urina e raramente se acumula em concentrações tóxicas. Essas vitaminas compreendem o complexo B e a vitamina C. Vitaminas hidrossolúveis B1 (Tiamina) Funções: metabolismo energético, sistema nervoso; Fontes: cereais integrais, carnes, leguminosas; Deficiência: beribéri, síndrome de Wernicke-Korsakoff. B2 (Riboflavina) Funções: produção de energia, pele e olhos; Fontes: leite, ovos, fígado, vegetais verdes; Deficiência: queilite, glossite, fotofobia. B3 (Niacina) Funções: metabolismo energético, DNA, pele; Fontes: carnes, peixes, cereais, síntese a partir de triptofano; Deficiência: pelagra (3 Ds: dermatite, diarreia, demência); Excesso: rubor facial, toxicidade hepática. Vitaminas hidrossolúveis B6 (Piridoxina) Funções: metabolismo proteico, neurotransmissores; Fontes: carnes, banana, cereais; Deficiência: convulsões, irritabilidade; Excesso: neuropatia sensorial. B9 (Folato/Ácido fólico) Funções: síntese de DNA, formação de células sanguíneas; Fontes: vegetais verdes, leguminosas; Deficiência: anemia megaloblástica, defeitos do tubo neural; Excesso: pode mascarar deficiência de B12. Vitaminas hidrossolúveis B12 (Cobalamina) Funções: formação de células sanguíneas, sistema nervoso; Fontes: alimentos de origem animal; Deficiência: anemia megaloblástica, sintomas neurológicos; Observação: risco aumentado em vegetarianos estritos, cirurgia bariátrica e idosos. Vitamina C (Ácido ascórbico) Funções: antioxidante, síntese de colágeno, imunidade, absorção de ferro; Fontes: frutas cítricas, acerola, goiaba, vegetais crus; Deficiência: escorbuto (sangramentos, fraqueza); Excesso: distúrbios gastrointestinais, cálculo renal. Vitaminas hidrossolúveis Essas vitaminas normalmente podem ser armazenadas no organismo. Solubilidade em gordura. Compreendem as vitaminas: A, D, E, K. Vitaminas lipossolúveis Vitamina A (Retinol, Betacaroteno): Funções: visão, pele, imunidade, crescimento celular; Fontes: fígado, gema de ovo, leite, cenoura, abóbora, couve; Deficiência: cegueira noturna, xeroftalmia, infecções; Excesso: toxicidade hepática, malformações. Vitamina D (Calciferol) Funções: absorção de cálcio e fósforo, saúde óssea; Fontes: síntese cutânea, peixes gordurosos, leite fortificado; Deficiência: raquitismo, osteomalácia; Excesso: hipercalcemia, calcificação de tecidos. Vitaminas lipossolúveis Vitamina E (Tocoferol) Funções: antioxidante, protege membranas celulares; Fontes: óleos vegetais, sementes, nozes, vegetais verdes; Deficiência: anemia hemolítica, danos neurológicos (raro); Excesso: pode interferir na coagulação. Vitamina K (Filoquinona e Menaquinona) Funções: coagulação sanguínea, saúde óssea; Fontes: vegetais verde-escuros, fígado; Deficiência: hemorragias; Excesso: raro, mas pode interferir com anticoagulantes. Vitaminas lipossolúveis Adolescente, L.G.O., sexo feminino, 15 anos, relatou fadiga, dificuldade de concentração e baixo consumo de frutas, vegetais e alimentos de origem animal. Sua alimentação é rica em ultraprocessados. Com base nesse caso, analise as afirmativas a seguir: I. A baixa ingestão de frutas e vegetais pode comprometer a ingestão de vitaminas hidrossolúveis. II. A ausência de alimentos de origem animal pode reduzir a ingestão de vitamina B12, uma vitamina lipossolúvel importante na formação de glóbulos vermelhos. III. A dieta rica em alimentos ultraprocessados pode fornecer excesso de macronutrientes e ser deficiente em micronutrientes. IV. As vitaminas A, D, E e K, sendo hidrossolúveis, são facilmente eliminadas pela urina. É correto o que se afirma em: a) I e III, apenas. b) I, II e III, apenas. c) II e IV, apenas. d) I, III e IV, apenas. e) I, II, III e IV. Interatividade Adolescente, L.G.O., sexo feminino, 15 anos, relatou fadiga, dificuldade de concentração e baixo consumo de frutas, vegetais e alimentos de origem animal. Sua alimentação é rica em ultraprocessados. Com base nesse caso, analise as afirmativas a seguir: I. A baixa ingestão de frutas e vegetais pode comprometer a ingestão de vitaminas hidrossolúveis. II. A ausência de alimentos de origem animal pode reduzir a ingestão de vitamina B12, uma vitamina lipossolúvel importante na formação de glóbulos vermelhos. III. A dieta rica em alimentos ultraprocessados pode fornecer excesso de macronutrientes e ser deficiente em micronutrientes. IV. As vitaminas A, D, E e K, sendo hidrossolúveis, são facilmente eliminadas pela urina. É correto o que se afirma em: a) I e III, apenas. b) I, II e III, apenas. c) II e IV, apenas. d) I, III e IV, apenas. e) I, II, III e IV. Resposta Os minerais são substâncias de origem inorgânica que fazem parte dos tecidos duros do organismo, como ossos e dentes, mas também são encontrados nos tecidos moles, como músculos, células sanguíneas e sistema nervoso. Possuem função reguladora, contribuindo para a função osmótica, equilíbrio ácido-básico, estímulos nervosos, ritmo cardíaco e atividade metabólica. Macrominerais são aqueles cuja necessidade diária é de 100 mg/dia (cálcio, magnésio, sódio, potássio e fósforo). Microminerais são aqueles cuja necessidade diária é (P) Funções: formação óssea, metabolismo energético (ATP), equilíbrio ácido-base; Fontes: carnes, laticínios, cereais integrais; Deficiência: rara, fraqueza, dores ósseas; Excesso: pode afetar rins e metabolismo do cálcio. Macrominerais Ferro (Fe) Funções: transporte de oxigênio (hemoglobina), respiração celular, imunidade; Fontes: carnes vermelhas (heme), leguminosas, vegetais verde-escuros (não heme); Deficiência: anemia ferropriva, fadiga, palidez; Excesso: hemocromatose, toxicidade hepática. Zinco (Zn) Funções: cicatrização, imunidade, síntese de DNA e proteínas; Fontes: carnes, frutos do mar (ostras), oleaginosas, leguminosas; Deficiência: atraso de crescimento, diarreia, prejuízo imunológico; Excesso: náuseas, redução da absorção de cobre. Microminerais Selênio (Se) Funções: antioxidante (glutationa peroxidase), imunidade, metabolismo da tireoide; Fontes: castanha-do-pará, frutos do mar, carnes; Deficiência: doença de Keshan (cardiomiopatia), disfunções imunológicas; Excesso: selenose (queda de cabelo, unhas frágeis, odor de alho). Microminerais A água é uma das substâncias essenciais à vida, pois constitui 70% da massa corporal e está envolvida em todos os processos orgânicos, apesar de não contribuir para o valor nutricional, como os alimentos. A perda de 20% da água corporal (desidratação) pode causar morte; a perda de apenas 10% pode ocasionar dano a sistemas corporais essenciais. Ingerir em média 2,5 litros de água diariamente. Também pode ser calculada pela seguinte fórmula (denominada “fórmula de bolso”): peso x 35 a 45 mL. A quantidade pode variar dependendo da composição da alimentação, quantidade de refeições, temperatura externa, umidade e grau de participação em atividades físicas. Água Energia: capacidade de realizar trabalho ou produzir mudanças na matéria. É proveniente do metabolismo de carboidratos, lipídios, proteínas e álcool. Necessidade: é a quantidade de energia, na forma de calorias (kcal), necessária para o crescimento e a manutenção das funções vitais de um indivíduo. Recomendação: padrão de referência para ingestão de energia e nutrientes, seja para avaliar ou planejar dietas. Necessidade versus recomendação Carboidratos 4 kcal/g Proteínas 4 kcal/g Lipídios 9 kcal/g Álcool 7 kcal/g Necessidade Nutricional Ferro 1,08 mg/dia Recomendação Nutricional Ferro 8 mg/dia DRIs: valores de referência para nutrientes visando à diminuição do risco de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). RDA: média de ingestão do nutriente estimada para atender às necessidades de 97% a 98% de indivíduos de um grupo de determinada faixa etária/sexo. EAR: necessidade média estimada, valor médio de ingestão diária de um nutriente do qual se espera atender às necessidades de 50% dos indivíduos de um grupo de faixa etária/sexo. AI: valor de consumo recomendável ou ingestão adequada de um determinado nutriente baseado em estimativas de ingestão de nutrientes para grupos de pessoas sadias. UL: nível mais alto de ingestão diária de nutrientes isento de riscos de efeitos adversos à saúde para quase todos os indivíduos de um estágio de vida ou sexo. Recomendações nutricionais Fonte: https://www.scielo.br/j/rn/a/nZn3bS4MKdr5jmXg7dGrdfC/ P o rc e n ta g e m d e i n d iv íd u o s EAR RDA ULAI +2 DP Distribuição da necessidade média do nutriente Recomendações nutricionais INDIVÍDUOS GRUPOS RDA: meta de ingestão EAR: utilizada em conjunto como medida de variabilidade da ingestão do grupo, estabelecendo metas para o consumo médio de uma população específica. AI: meta de ingestão UL: guia para limitar o consumo de nutrientes, considerando que a ingestão crônica elevada pode ↑ o risco de efeitos adversos. Recomendações nutricionais INDIVÍDUOS GRUPOS EAR: verifica a possibilidade de inadequação do consumo EAR: estima a frequência de ingestão inadequada AI: ingestão com pouco risco de inadequação AI: ingestão média = baixa frequência de inadequação UL: verifica a possibilidade de consumo excessivo – acima, pode trazer risco de efeitos adversos à saúde UL: estima a frequência de ingestão sujeita a risco de efeitos adversos à saúde Durante uma aula sobre micronutrientes, o professor propôs uma discussão sobre as DRIs e um dos alunos comentou que estava consumindo suplemento de cálcio por conta própria, apesar de já ter uma alimentação rica em laticínios e carnes. Analise as afirmativas a seguir: I. A RDA representa o valor diário estimado para atender às necessidades nutricionais de quase toda a população saudável (97-98%). II. A AI é utilizada quando não há dados suficientes para estabelecer a RDA. III. O valor de UL define o nível máximo de consumo diário, portanto o consumo exagerado de cálcio por meio de suplementos pode ultrapassar o UL. IV. EAR é o valor que atende às necessidades de toda população, sendo sempre igual à RDA. É correto o que se afirma em: a) I, II e III, apenas. b) I, III e IV, apenas. c) II, III e IV, apenas. d) I, II e IV, apenas. e) I, II, III e IV. Interatividade Durante uma aula sobre micronutrientes, o professor propôs uma discussão sobre as DRIs e um dos alunos comentou que estava consumindo suplemento de cálcio por conta própria, apesar de já ter uma alimentação rica em laticínios e carnes. Analise as afirmativas a seguir: I. A RDA representa o valor diário estimado para atender às necessidades nutricionais de quase toda a população saudável (97-98%). II. A AI é utilizada quando não há dados suficientes para estabelecer a RDA. III. O valor de UL define o nível máximo de consumo diário, portanto o consumo exagerado de cálcio por meio de suplementos pode ultrapassar o UL. IV. EAR é o valor que atende às necessidades de toda população, sendo sempre igual à RDA. É correto o que se afirma em: a) I, II e III, apenas. b) I, III e IV, apenas. c) II, III e IV, apenas. d) I, II e IV, apenas. e) I, II, III e IV. Resposta BRASIL. Guia alimentar para a população brasileira. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. BRASIL. Guia alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos. Brasília: Ministério da Saúde, 2019. CESAR, A. V. M. Nutrição e dietética: um percurso pela história, nutrientes e fases da vida. 1. ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2024. E-book. INSTITUTE OF MEDICINE (IOM). DRI: dietary reference intakes for energy, carbohydrate, fiber, fat, fatty acids, cholesterol, protein, and amino acids. Food and Nutrition Board. Washington: National Academies Press, 2002. OTTEN, J. J.; HELLWIG, J. P.; MEYERS, L. D. (org.). Dietary reference intakes: the essential guide to nutrient requirements. Institute of medicine of the national academies. Washington: National Academy of Sciences, 2006. Referências PADOVANI, R. M. et al. Dietary reference intakes: aplicabilidade das tabelas em estudos nutricionais. Revista de Nutrição, Campinas, v. 19, n. 6, p. 741-760, nov./dez. 2006. PHILIPPI, S. T. Pirâmide dos alimentos: fundamentos básicos da nutrição. Barueri: Manole, 2014. PHILIPPI, S. T. Pirâmide dos alimentos: fundamentos básicos da nutrição. (Coleção guias de nutrição e alimentação). 4. ed. Barueri: Manole, 2024. E-book. Referências ATÉ A PRÓXIMA!