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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Profª Fabiane Letícia Lizarelli TRABALHO 1 CONCEITOS DE ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO São Carlos, 08 de Setembro de 2015 Os tipos de operações produtivas diferem entre si de acordo com as seguintes variáveis: volume e variedade. O sistema de produção contínuo é uma operação de grande volume que possui um alto grau de repetição de tarefas, possibilitando a especialização de trabalhadores e a sistematização do trabalho, de ferramentas e equipamentos. Além disso, é característica a produção de produtos similares, de mesma família. A implicação desse sistema é o custo unitário baixo, já que os custos fixos são diluídos em um grande número de produtos vendidos. O arranjo físico usado para o sistema de produção contínuo é a linha de montagem, que consiste em máquinas ou estações de trabalho que são colocadas de acordo com a sequência de operações e executadas de acordo com a sequência estabelecida, assim o material percorre um caminho previamente determinado dentro do processo, sem contar que os recursos de transformação estão configurados na sequência específica de acordo com a necessidade do produto. Para essa situação, a estratégia de resposta à demanda usada é Make to Stock (MTS), sendo uma produção para estoque com base em previsão de demanda, possuindo um baixo lead time. A desvantagem é o dinheiro parado em estoque, mas que diminui a possibilidade de ocorrência de rupturas de inventário e a consequente perda de oportunidades de venda. Como regra, a produção é caracterizada pela padronização, massificação, e baixo grau de interação com o cliente. Em geral, refinarias de petróleo, como a Petrobrás, adotam essas medidas. Outro tipo de sistema de produção é o intermitente, caracterizado pela produção de uma grande variedade de produtos, implicando em frequentes mudanças nos estágios produtivos. O sistema intermitente é subdividido em outros três subgrupos: flowshop, jobshop e batchshop. O flowshop é uma operação de grande volume com máquinas dedicadas, mais mecanização e menos variedade, onde os itens de uma mesma linha têm a mesma sequência de operações, sendo classificado como um sistema de produção em massa. O arranjo físico usado para esse sistema de produção é o layout em linha, onde as estações de trabalho são colocadas de acordo com a sequência das operações, que são sequenciadas de forma a manter o fluxo, tendendo a filas pequenas em cada centro. Para essa situação, a estratégia de resposta à demanda usada é Assembly to Order (ATO), sendo que o produto tem a fabricação de seus principais componentes disparada mediante uma previsão de demanda, sendo estes componentes produzidos e armazenados antes da chegada do pedido. A chegada do pedido do cliente provoca o término da montagem do produto, mediante a utilização dos componentes já produzidos. Em geral, empresas montadoras de veículos, como a Ford, adotam essas medidas. O jobshop é utilizado para designar o tipo de processo onde é produzido um elevado número de artigos diferentes, normalmente em pequenas quantidades e frequentemente de acordo com determinadas especificações do cliente. O arranjo físico usado para esse sistema de produção é o arranjo físico por processo, que reúne estações de trabalho de acordo com as funções a serem desenvolvidas, as máquinas são agrupadas com as mesmas funções formando um departamento por onde caminham os produtos. Tem como vantagem a alta flexibilidade de produto e a fácil supervisão de equipamento e instalação. Para essa situação, a estratégia de resposta à demanda usada é Make to Order (MTO), que é a fabricação conforme pedido, ou seja, a produção começa logo após a ordem de um cliente ser recebida e aprovada pela empresa. É a estratégia onde a alocação de recursos só acontece quando se recebe a ordem do cliente. Em geral, indústrias moveleiras, como a Ikea, adotam essas medidas. O batchshop, por sua vez, consiste em um sistema de produção no qual o produto em questão passa por diversas estações de trabalho (células) durante suas etapas de transformação. As principais vantagens deste sistema são seu alto nível de customização e a possibilidade de se produzir uma alta variedade de produtos em um mesmo espaço físico, gerando uma redução nas despesas iniciais ocasionadas pelo set up de máquinas; E a possibilidade de se parar uma produção imediatamente caso ela não seja rentável a longo prazo, sem grandes prejuízos. As desvantagens consistem em problemas de eficiência, visto que os processos têm diferentes tempos de duração e os mais demorados geram tempo ocioso para os posteriores; As máquinas, durante a mudança de projetos, necessitam ser paradas, reconfiguradas, e o produto transformado por elas deve ser testado antes de se dar início ao processo de produção, o que demanda tempo e pode aumentar os custos da empesa. A estrutura de resposta à demanda para o batchshop é o RTO (Resourcing to Order), que consiste em um serviço altamente customizado, com alta variedade de produtos e alto tempo de resposta à demanda, além de baixos volumes de produção e baixos custos de estocagem. Esse sistema, geralmente, é adotado por pequenas e médias empresas, como lanchonetes, padarias, restaurantes, entre outros ramos; E algumas grandes, como montadoras de computadores, celulares ou carros customizados (Dell, Motorola, Toyota, etc.). O sistema de produção de grandes projetos é o sistema no qual cada projeto é descrito por ser um produto único que obedece às necessidades individuais dos clientes. Cada projeto tem início e fim bem definidos, e o período entre o começo e o final é relativamente longo em relação aos outros tipos de processos de produção. Os custos desse tipo de sistema são altos e as tarefas possuem pouca ou nenhuma repetitividade. O arranjo físico usado para esse sistema de produção é o arranjo físico posicional, utilizado para projeto no qual o produto permanecefixo em um determinado local e os funcionários são direcionados para trabalhar neste produto. Para essa situação, a estratégia de resposta à demanda usada é Engineering to Order (ETO), com o projeto do produto sendo feito totalmente baseado nas especificações do cliente. Os produtos são altamente customizados e o nível de interação com o cliente é muito grande. Em geral, adotado por indústrias que fabricam aviões, como a Embraer. Bibliografia ● https://en.wikipedia.org/wiki/Batch_production ● http://www.bbc.co.uk/schools/gcsebitesize/business/production/methodsofprodu ctionrev2.shtml
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