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Direito Civil O Instituto IOB nasce a partir da experiência de mais de 40 anos da IOB no desenvolvimento de conteúdos, serviços de consultoria e cursos de excelência. Através do Instituto IOB é possível acesso à diversos cursos por meio de ambientes de aprendizado estruturados por diferentes tecnologias. As obras que compõem os cursos preparatórios do Instituto foram desenvolvidas com o objetivo de sintetizar os principais pontos destacados nas videoaulas. institutoiob.com.br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) ... Direito Civil / [Obra organizada pelo Instituto IOB] - São Paulo: Editora IOB, 2011. Bibliografia. ISBN 978-85-8079-011-5... Informamos que é de interira responsabilidade do autor a emissão dos conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização do Instituto IOB. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei n• 9610/98 e punido pelo art. 184 do Código Penal. Sumário Capítulo 1 — Lei de introdução às normas do direito brasileiro, 24 1. Aspectos gerais e mecanismo de integração, 24 1.1 Apresentação, 24 1.2 Síntese, 25 2. Classificação das lacunas e antinomias, 26 2.1 Apresentação, 26 2.2 Síntese, 26 3. Nascimento da lei – validade, vigência e eficácia, 27 3.1 Apresentação, 27 3.2 Síntese, 27 4. Formas de revogação e vigência da lei no espaço, 29 4.1 Apresentação, 29 4.2 Síntese, 29 Capítulo 2 — Parte geral do código civil – das pessoas naturais, 31 1. Pessoa natural – personalidade da pessoa natural, 31 1.1 Apresentação, 31 1.2 Síntese, 31 2. Capacidade civil da pessoa natural, 33 2.1 Apresentação, 33 2.2 Síntese, 33 3. Incapacidade absoluta da pessoa natural, 34 3.1 Apresentação, 34 3.2 Síntese, 34 4. Incapacidade relativa da pessoa natural, 36 4.1 Apresentação, 36 4.2 Síntese, 36 5. Personalidade e capacidade — emancipação, 37 5.1 Apresentação, 37 5.2 Síntese, 37 6. Individualização da pessoa natural pelo nome, 39 6.1 Apresentação, 39 6.2 Síntese, 39 7. Individualização da pessoa natural pelo domicílio, 40 7.1 Apresentação, 40 7.2 Síntese, 40 8. Direitos da personalidade – aspectos gerais, 42 8.1 Apresentação, 42 8.2 Síntese, 42 9. Direitos da personalidade (arts. 11 e 12 do CC), 43 9.1 Apresentação, 43 9.2 Síntese, 43 10. Direitos da personalidade (art. 13, do CC), 44 10.1 Apresentação, 44 10.2 Síntese, 44 11. Direitos da personalidade (art. 14, do CC), 45 11.1 Apresentação, 45 11.2 Síntese, 45 12. Direitos da personalidade (art. 15, do CC), 46 12.1 Apresentação, 46 12.2 Síntese, 46 13. Direitos da personalidade – nome como direito da personalidade, 47 13.1 Apresentação, 47 13.2 Síntese, 48 14. Direitos da personalidade – direito à imagem, 49 14.1 Apresentação, 49 14.2 Síntese, 49 15. Extinção da personalidade da pessoa natural, 50 15.1 Apresentação, 50 15.2 Síntese, 50 16. Ausência, 51 16.1 Apresentação, 51 16.2 Síntese, 51 Capítulo 3 — Pessoa jurídica – parte geral, 53 1. Pessoa jurídica – conceito e teorias, 53 1.1 Apresentação, 53 1.2 Síntese, 53 2. Classificações da pessoa jurídica, 54 2.1 Apresentação, 54 2.2 Síntese, 55 3. Pessoa jurídica de direito público e de direito privado, 55 3.1 Apresentação, 55 3.2 Síntese, 55 4. Início da existência da pessoa jurídica, 57 4.1 Apresentação, 57 4.2 Síntese, 57 5. Grupos despersonalizados, 58 5.1 Apresentação, 58 5.2 Síntese, 58 6. Desconsideração da pessoa jurídica, 59 6.1 Apresentação, 59 6.2 Síntese, 59 Capítulo 4 — Bens jurídicos, 61 1. Conceito e classificação dos bens, 61 1.1 Apresentação, 61 1.2 Síntese, 61 2. Bens móveis, fungíveis e infungíveis, 62 2.1 Apresentação, 62 2.1 Síntese, 63 3. Bens consumíveis e inconsumíveis, 64 3.1 Apresentação, 64 3.2 Síntese, 64 4. Classificação dos bens, 65 4.1 Apresentação, 65 4.2 Síntese, 65 5. Bens principais e bens acessórios, 66 5.1 Apresentação, 66 5.2 Síntese, 66 Capítulo 5 — Negócio jurídico, 68 1.Fato jurídico, 68 1.1 Apresentação, 68 1.2 Síntese, 68 2. Teoria geral do negócio jurídico, 69 2.1 Apresentação, 69 2.2 Síntese, 69 3. Escada ponteana, 70 3.1 Apresentação, 70 3.2 Síntese, 70 4. Requisitos de validade do negócio jurídico, 71 4.1 Apresentação, 71 4.2 Síntese, 72 5. Vícios do negócio jurídico, 73 5.1 Apresentação, 73 5.2 Síntese, 73 6. Vícios do negócio jurídico II, 74 6.1 Apresentação, 74 6.2 Síntese, 74 7. Vícios do negócio jurídico III, 75 7.1 Apresentação, 75 7.2 Síntese, 75 8. Vícios do negócio jurídico IV, 76 8.1 Apresentação, 76 8.2 Síntese, 77 9. Vícios do negócio jurídico V, 77 9.1 Apresentação, 77 9.2 Síntese, 78 10. Vícios do negócio jurídico VI, 78 10.1 Apresentação, 78 10.2 Síntese, 79 11. Vícios do negócio jurídico VII, 80 11.1 Apresentação, 80 11.2 Síntese, 80 12. Vícios do negócio jurídico VIII, 81 12.1 Apresentação, 81 12.2 Síntese, 81 13. Vícios do negócio jurídico IX, 82 13.1 Apresentação, 82 13.2 Síntese, 83 14. Plano da validade – consequências jurídicas de ato nulo e anulável, 84 14.1 Apresentação, 84 14.2 Síntese, 84 15. Plano da eficácia – escada ponteana, 85 15.1 Apresentação, 85 15.2 Síntese, 85 16. Aspectos gerais e conceitos, 86 16.1 Apresentação, 86 16.2 Síntese, 86 17. Distinção entre prazos prescricionais e decadenciais, 87 17.1 Apresentação, 87 17.2 Síntese, 88 18. Disposições gerais de prescrição, 89 18.1 Apresentação, 89 18.2 Síntese, 89 19. Causas impeditivas, suspensivas e interruptivas, 90 19.1 Apresentação, 90 19.2 Síntese, 90 20. Decadência, 92 20.1 Apresentação, 92 20.2 Síntese, 92 Capítulo 6 — Direito das obrigações, 94 1. A relação jurídica obrigacional, 94 1.1 Apresentação, 94 1.2 Síntese, 94 1.3 Débito (Schuld) e Responsabilidade (Haftung), 95 1.4 Fontes das Obrigações, 95 2. Objetos das obrigações, 96 2.1 Apresentação, 96 2.2 Síntese, 96 3. Melhoramentos na coisa ou cômodos obrigacionais, 98 3.1 Apresentação, 98 3.2 Síntese, 98 4. A obrigação de dar coisa incerta ou obrigação genérica, 99 4.1 Apresentação, 99 4.2 Síntese, 99 4.3 A escolha da coisa incerta, 99 4.4 Momento em que a obrigação de dar coisa incerta se convola em obrigação de dar coisa certa, 99 4.5 A impossibilidade de perda da coisa incerta, 100 5. Obrigação de fazer, 100 5.1 Apresentação, 100 5.2 Síntese, 100 5.3 Classificação da obrigação de fazer, 101 5.4 Consequências do inadimplemento da obrigação de fazer, 101 5.5 Consequências do inadimplemento da obrigação de não fazer, 102 6. Modalidades das obrigações, 103 6.1 Apresentação, 103 6.2 Síntese, 103 6.3 Análise das obrigações subjetivamente plurais, 103 6.4 Obrigações Fracionárias, 104 6.5 Obrigações Solidárias, 104 7. Princípio da variabilidade da natureza da obrigação solidária, 105 7.1 Apresentação, 105 7.2 Síntese, 105 7.3 Incidência da solidariedade somente nas relações externas, 105 7.4 A Solidariedade Ativa (arts. 267/274, CC), 105 7.5 Algumas regras sobre solidariedade ativa, 106 8. Algumas regras sobre solidariedade passiva II, 107 8.1 Apresentação, 107 8.2 Síntese, 107 8.3 A Solidariedade Passiva (arts. 275 ao 285, CC), 107 8.4 Algumas regras sobre solidariedade passiva, 107 9. Algumas regras sobre solidariedade passiva III, 108 9.1 Apresentação, 108 9.2 Síntese, 108 10. Algumas regras sobre solidariedade passiva IV, 109 10.1 Apresentação, 109 10.2 Síntese, 109 11. Obrigações divisíveis e indivisíveis, 110 11.1 Apresentação, 110 11.2 Síntese, 110 11.3 A indivisibilidade da obrigação e a pluralidade de devedores, 110 12. A indivisibilidade da obrigação e a pluralidade de credores, 111 12.1 Apresentação, 111 12.2 Síntese, 111 13. Obrigações objetivamente plurais, 112 13.1 Apresentação, 112 13.2Síntese, 112 13.3 Impossibilidade superveniente da prestação na obrigação alternativa, 113 14. Do adimplemento das obrigações, 114 14.1 Apresentação, 114 14.2 Síntese, 114 14.3 Forma normal de se adimplir a obrigação: O Pagamento, 115 14.4 Aspectos Subjetivos, 115 14.5 Quem paga (O Solvens): arts. 304/307, CC, 115 14.6 A quem pagar (O Accipiens): arts 308/312, CC, 116 15. Art. 310, CC, 117 15.1 Apresentação, 117 15.2 Síntese, 117 16. Aspectos objetivos (arts. 313 ao 326, CC), 117 16.1 Apresentação, 117 16.2 Regras importantes, 118 17. Art 317, CC, 118 17.1 Apresentação, 118 17.2 Síntese, 118 18. A prova do pagamento, 119 18.1 Apresentação, 119 18.2 Síntese, 119 18.3 A quitação, 119 18.4 A entrega do título, 120 19. Pagamento em quotas periódicas, 120 19.1 Apresentação, 120 19.2 Síntese, 120 19.3 Pagamento por medida ou peso, 121 19.4 Do lugar do Pagamento, 121 20. A supressio e a surrectio, 122 20.1 A Supressio, 122 20.2 A Surrectio, 122 20.3 O Venire contra factum proprium non potest, 122 21. Tempo do pagamento, 123 21.1 Sobre o tempo do pagamento, 123 22. Do inadimplemento das obrigações, 124 22.1 Do inadimplemento relativo (da mora), 124 22.2 Espécies de mora do devedor, 124 23. Efeitos da mora, 125 23.1 Efeitos da mora do devedor, 125 23.2 Efeitos da mora do credor, 125 24. Inadimplemento absoluto, 126 24.1 Do inadimplemento absoluto, 126 24.2 Efeito do inadimplemento absoluto, 127 25. Enunciado 24, CJF, 127 26. Cláusula penal, 127 26.1 Espécies de cláusula penal, 128 26.2 Cláusula penal moratória, 128 27. Cláusula penal II, 129 27.1 Cláusula penal compensatória, 129 27.2 Redução equitativa da cláusula penal, 129 28. Dos juros, 130 28.1 Classificação dos Juros, 130 29. Sistemática dos juros no CC de 2002, 131 29.1 Sobre a sistemática dos juros no código civil de 2002, 131 30. Limitação, 132 30.1 Limitação da taxa de juros convencionais, 132 30.2 A taxa de juros nas atividades bancárias, 133 31. Transmissão das obrigações, 133 31.1 Da Transmissão das Obrigações, 133 31.2 Da cessão de crédito (arts. 286/298, CC), 133 31.3 Objeto da cessão, 134 32. Responsabilidade do cedente, 134 32.1 Responsabilidade do cedente pela existência do crédito, 134 32.2 Responsabilidade do cedente pela solvência do devedor, 135 32.3 Modalidades de assunção de dívida, 135 33. Arras, 135 33.1 Espécies de Arras, 136 Capítulo 7 — Teoria geral dos contratos, 138 1. Introdução, 138 1.1 O contrato como fonte das obrigações, 138 2. Princípios, 139 2.1 Os Princípios Contratuais, 139 3. A nova principologia, 139 4. Tutela externa do crédito, 140 5. Princípio da boa-fé objetiva, 141 6. Teorias decorrentes do princípio da boa-fé objetiva, 142 6.1 O Tu Quoque, 142 6.2 O Duty to mitigate the loss, 142 7. Princípio da justiça contratual, 143 7.1 Vedação à onerosidade excessiva: a revisão contratual, 143 7.2 Manifestações da Vedação à Onerosidade Excessiva, 144 7.3 Teoria da Imprevisão, 144 8. Teoria da quebra da base objetiva do negócio jurídico, 145 8.1 A teoria da quebra da base objetiva do negócio jurídico, 145 9. Classificação dos contratos, 145 9.1 Quanto ao momento do aperfeiçoamento do contrato, 145 9.2 Quanto às formalidades exigidas, 146 9.3 Quanto às obrigações das partes, 146 9.4 Quanto ao sacrifício patrimonial sofrido, 146 10. Classificação dos contratos II, 147 10.1 Quanto à previsão legal, 147 10.2 Quanto ao tempo de execução ou momento do cumprimento, 147 10.3 Quanto à pessoalidade, 147 10.4 Quanto à independência, 148 11. Classificação dos contratos III, 148 11.1 Quanto ao modo de elaboração, 148 11.2 Regras importantes acerca do contrato de adesão, 148 12. Classificação dos contratos IV, 149 12.1 Quanto aos riscos, 149 13. A formação dos contratos, 149 13.1 Fases de formação dos contratos, 149 13.2 Negociações preliminares, 150 13.3 Proposta/Oferta/Policitação, 150 14. Fases de formatação dos contratos II, 151 14.1 Aceitação, 151 15. Contrato preliminar, 152 15.1 O que é contrato preliminar, 152 15.2 Requisitos do contrato preliminar, 153 15.3 Espécies de Contrato Preliminar, 154 16. Exceções ao princípio da relatividade dos contratos, 154 16.1 A estipulação em favor de terceiro (arts. 436/438, CC), 154 16.2 A Promessa de fato de terceiro (arts. 439/440, CC), 155 17. Contrato com pessoa a declarar, 156 17.1 Exceções ao Princípio da Relatividade dos Contratos (continuação), 156 18. Vícios redibitórios, 157 18.1 Pelo Código civil (arts. 441/446), 157 19. Vícios redibitórios II, 158 20. Evicção, 158 21. Evicção II, 159 22. Extinção dos contratos, 159 23. Extinção por fatos posteriores à celebração, 160 23.1 A extinção dos contratos por fatos posteriores à sua celebração: a resolução e a resilição, 160 23.2 As diversas acepções da palavra “rescisão”, 160 Capítulo 8 — Responsabilidade civil, 161 1. Introdução, 161 1.1 Responsabilidade Contratual e Extracontratual, 161 1.2 Responsabilidade Subjetiva e Objetiva, 162 2. Responsabilidade civil subjetiva, 162 2.1 A Conduta Humana Antijurídica (Ilícita), 162 3. Excludentes de ilicitude, 163 4. Danos, 163 4.1 Dano material, 164 5. Dano moral, 165 5.1 Cumulação de Danos, 165 5.2 Princípio da reparação integral dos danos, 165 6. Mitigação do princípio da reparação integral, 165 6.1 Art. 948, CC: Indenização em caso de homicídio, 166 7. Sistemas de reparação integral, 167 7.1 Sistemas de reparação do dano moral, 167 8. Nexo causal, 167 8.1 Teorias explicativas do nexo causal, 167 9. Excludentes do nexo causal, 168 10. A responsabilidade civil objetiva oriunda da atividade de risco, 169 11. A responsabilidade civil objetiva oriunda da lei, 169 11.1 Responsabilidade por fato de terceiro ou de outrem, 169 12. A responsabilidade civil do incapaz, 170 13. A responsabilidade por fato de coisa, 171 14. Responsabilidade objetiva por abuso de direito, 171 15. A responsabilidade civil por demanda de dívida vincenda ou já paga, 172 15.1 A responsabilidade civil por demanda de dívida vincenda, 172 15.2 A responsabilidade civil por demanda de dívida já paga, 173 15.3 A necessidade de má-fé do credor. A súmula 159 do STF, 173 16. Princípio da independência da responsabilidade civil em relação à penal, 174 Capítulo 9 — Direito das coisas, 175 1. Posse, 175 1.1 Apresentação, 175 1.2 Síntese, 175 2. Aquisição possessória, 177 2.1 Apresentação, 177 2.2 Síntese, 177 3. Efeitos da posse, 178 3.1 Apresentação, 178 3.2 Síntese, 178 4. Efeitos da posse – legítima defesa e desforço imediato, 179 4.1 Apresentação, 179 4.2 Síntese, 179 5. Efeitos da posse – indenização por benfeitorias e frutos, 180 5.1 Apresentação, 180 5.2 Síntese, 180 Capítulo 10 — Direitos reais, 181 1. Teoria geral dos direitos reais, 181 1.1 Apresentação, 181 1.2 Síntese, 181 2. Características dos direitos reais, 182 2.1 Apresentação, 182 2.2 Síntese, 183 3. Direito real de propriedade, 183 3.1 Apresentação, 183 3.2 Síntese, 184 4. Faculdades inerentes a propriedade, 184 4.1 Apresentação, 184 4.2 Síntese, 185 5. Espécies de propriedade, 186 5.1 Apresentação, 186 5.2 Síntese, 186 6. Propriedade resolúvel, 187 6.1 Apresentação, 187 6.2 Síntese, 187 7. Conteúdo constitucional, 188 7.1 Apresentação, 188 7.2 Síntese, 188 8. Desapropriação judicial, 189 8.1 Apresentação, 189 8.2 Síntese, 189 9. Formas de aquisição da propriedade imóvel, 190 9.1 Apresentação, 190 9.2 Síntese, 191 10. Usucapião como forma de aquisição de propriedade imobiliária, 192 10.1 Apresentação, 192 10.2 Síntese, 192 11. Usucapião de bem imóvel, 193 11.1 Apresentação, 193 11.2 Síntese, 193 12. Acessão, 195 12.1 Apresentação, 195 12.2 Síntese, 195 13. Aquisição da propriedade mobiliária, 196 13.1 Apresentação,196 13.2 Síntese, 196 14. Aquisição da propriedade mobiliária, 197 14.1 Apresentação, 197 14.2 Síntese, 197 15. Perda da propriedade, 198 15.1 Apresentação, 198 15.2 Síntese, 198 16. Direitos de vizinhança – uso anormal da propriedade, 199 16.1 Apresentação, 199 16.2 Síntese, 200 17. Direitos de vizinhança – passagem forçada, 201 17.1 Apresentação, 201 17.2 Síntese, 201 18. Direitos de vizinhança – últimos direitos, 202 18.1 Apresentação, 202 18.2 Síntese, 202 19. Condomínio (ordinário), 204 19.1 Apresentação, 204 19.2 Síntese, 204 20. Condomínio (ordinário) II, 205 20.1 Apresentação, 205 20.2 Síntese, 205 21. Condomínio edilício, 206 21.1 Apresentação, 206 21.2 Síntese, 207 22. Elementos constitutivos do condomínio edilício, 207 22.1 Apresentação, 207 22.2 Síntese, 208 23. Direitos e deveres dos condôminos, 208 23.1 Apresentação, 208 23.2 Síntese, 209 24. Administração do condomínio, 210 24.1 Apresentação, 210 24.2 Síntese, 210 25. Perguntas e respostas sobre condomínio edilício, 211 25.1 Apresentação, 211 26. Direitos reais sobre coisas alheias de gozo ou fruição, 212 26.1 Apresentação, 212 26.2 Síntese, 213 27. Direitos reais sobre coisas alheias de gozo ou fruição - servidão, 214 27.1 Apresentação, 214 27.2 Síntese, 214 28. Direitos reais sobre coisas alheias de gozo ou fruição – servidão, 215 28.1 Apresentação, 215 28.2 Síntese, 215 29. Direitos reais sobre coisas alheias de gozo ou fruição – usufruto, 217 29.1 Apresentação, 217 29.2 Síntese, 217 30. Direitos reais sobre coisas alheias de gozo ou fruição – usufruto, 218 30.1 Apresentação, 218 30.2 Síntese, 218 31. Direitos reais sobre coisas alheias de gozo ou fruição – usufruto, uso e habitação, 219 31.1 Apresentação, 219 31.2 Síntese, 220 32. Direito real sobre coisa alheia à aquisição – direito do promitente comprador do imóvel, 221 32.1 Apresentação, 221 32.2 Síntese, 221 33. Direitos reais de garantia, 222 33.1 Apresentação, 222 33.2 Síntese, 222 34. Direitos reais de garantia, 224 34.1 Apresentação, 224 34.2 Síntese, 224 35. Direitos reais de garantia - penhor, 225 35.1 Apresentação, 225 35.2 Síntese, 226 36. Direitos e deveres do credor pignoratício, 227 36.1 Apresentação, 227 36.2 Síntese, 227 37. Penhor - espécies, 228 37.1 Apresentação, 228 37.2 Síntese, 229 38. Direito real de garantia – hipoteca, 230 38.1 Apresentação, 230 38.2 Síntese, 230 39. Direito real de garantia – hipoteca II, 231 39.1 Apresentação, 231 39.2 Síntese, 231 40. Direito real de garantia – hipoteca III, 233 40.1 Apresentação, 233 40.2 Síntese, 233 Capítulo 11 — Direito de família, 235 1. Aspectos constitucionais do direito de família, 235 1.1 Apresentação, 235 1.2 Síntese, 235 2. Aspectos constitucionais do direito de família: exemplos práticos, 236 2.1 Apresentação, 236 2.2 Síntese, 237 3. As normas do direito de família e a ordem pública, 237 3.1 Apresentação, 237 3.2 Síntese, 238 4. Principais mudanças no direito de família pela atual codificação, 238 4.1 Apresentação, 238 4.2 Síntese, 238 5. Princípios de direito de família, 239 5.1 Apresentação, 239 5.2 Síntese, 239 6. Princípios de direito de família: dignidade da pessoa humana e solidariedade familiar, 240 6.1 Apresentação, 240 6.2 Síntese, 240 7. Princípios de direito de família: igualdade (entre filhos e entre cônjuges e companheiros), 241 7.1 Apresentação, 241 7.2 Síntese, 241 8. Princípios de direito de família: igualdade na chefia familiar; não intervenção e melhor interesse da criança, 242 8.1 Apresentação, 242 8.2 Síntese, 243 9. Princípios de direito de família: afetividade, 243 9.1 Apresentação, 243 9.2 Síntese, 244 10. Princípios de direito de família: afetividade (abandono afetivo), 244 10.1 Apresentação, 244 10.2 Síntese, 245 11. Princípios de direito de família: afetividade (alienação parental), 246 11.1 Apresentação, 246 11.2 Síntese, 246 12. Novas formas de constituição de família, 247 12.1 Apresentação, 247 12.2 Síntese, 247 13. Casamento: conceito e natureza jurídica, 248 13.1 Apresentação, 248 13.2 Síntese, 248 14. Casamento: princípios e capacidade, 249 14.1 Apresentação, 249 14.2 Síntese, 249 15. Casamento: idade núbil, 250 15.1 Apresentação, 250 15.2 Síntese, 250 16. Casamento: ação para suprimento judicial , 251 16.1 Apresentação, 251 16.2 Síntese, 251 17. Casamento: exceções quanto à idade mínima, 252 17.1 Apresentação, 252 17.2 Síntese, 252 18. Casamento: a influência da emancipação na capacidade e habilitação, 253 18.1 Apresentação, 253 18.2 Síntese, 253 19. Casamento: hipóteses excepcionais, 254 19.1 Apresentação, 254 19.2 Síntese, 254 20. Casamento: nulidade, 255 20.1 Apresentação, 255 20.2 Síntese, 255 21. Casamento: anulabilidade, 257 21.1 Apresentação, 257 21.2 Síntese, 257 22. Casamento: anulabilidade (art. 1.550 Incisos III, V e VI), 258 22.1 Apresentação, 258 22.2 Síntese, 258 23. Casamento: putativo e efeitos jurídicos, 259 23.1 Apresentação, 259 23.2 Síntese, 259 24. Casamento: disposições gerais dos regimes de bens, 260 24.1 Apresentação, 260 24.2 Síntese, 261 25. Casamento: vênia conjugal, 262 25.1 Apresentação, 262 25.2 Síntese, 262 26. Casamento: modificação do regime de bens, 264 26.1 Apresentação, 264 26.2 Síntese, 264 27. Casamento: modificação do regime de bens (questões polêmicas), 265 27.1 Apresentação, 265 27.2 Síntese, 265 28. Casamento: modificação do regime de bens (continuação das questões polêmicas), 266 28.1 Apresentação, 266 28.2 Síntese, 266 29. Casamento: obrigatoriedade do pacto antenupcial e regime da comu nhão parcial de bens, 267 29.1 Apresentação, 267 29.2 Síntese, 267 30. Casamento: regime da comunhão parcial de bens (regras específicas) e comunhão universal de bens, 268 30.1 Apresentação, 268 30.2 Síntese, 268 31. Casamento: regime da participação final dos aquestos, 269 31.1 Casamento: Regime da Participação Final dos Aquestos, 269 32. Casamento: Regime De Separação De Bens, 271 33. Casamento: regime de separação de bens – vênia conjugal, 272 34. Regime de separação de bens e os casos de separação obrigatória artigo 1.641/ 2010, 273 35. Formas de dissolução da sociedade conjugal artigo 1.571, 274 36. Casamento: dissolução pela separação e divórcio, estudo da emenda constitucional 66/2010, 275 37. Casamento: consequências da emenda 66/2010, 277 38. Casamento: notícia histórica sobre as regras de separação, 278 39. Casamento: regra do divórcio, 279 40. Casamento: divórcio extrajudicial, 280 41. União estável, 281 42. Conceito, 282 43. Características, 283 44. União estável: direitos e deveres, 284 45. União estável: conversão em casamento e uniões concomitantes, 286 45.1 Apresentação, 286 45.2 Síntese, 286 46. Alimentos: introdução, 288 46.1 Apresentação, 288 46.2 Síntese, 288 47. Alimentos: espécies, 289 47.1 Apresentação, 289 47.2 Síntese, 289 48. Alimentos: legitimidade ativa e renúncia, 290 48.1 Apresentação, 290 48.2 Síntese, 290 49. Alimentos: divisibilidade da obrigação alimentar, 292 49.1 Apresentação, 292 49.2 Síntese, 292 50. Alimentos: prescritibilidade x imprescritibilidade, 293 50.1 Apresentação, 293 50.2 Síntese, 294 51. Alimentos: transmissibilidade e alimentos pós-divórcio, 294 51.1 Apresentação, 294 51.2 Síntese, 295 52. Alimentos: termos iniciais e finais e a prisão civil do alimentante, 296 52.1 Apresentação, 296 52.2 Síntese, 296 53. Alimentos: obrigação alimentar do estado, transação e características gerais, 297 53.1 Apresentação, 297 53.2 Síntese, 297 54. Alimentos: desconsideração inversa da personalidade jurídica e alimentos gravídicos, 298 54.1Apresentação, 298 54.2 Síntese, 298 55. Proteção da pessoa dos filhos, 299 55.1 Apresentação, 299 55.2 Síntese, 299 56. Das relações de parentesco, 300 56.1 Apresentação, 300 56.2 Síntese, 300 57. Filiação e reconhecimento de filhos, 302 57.1 Apresentação, 302 57.2 Síntese, 302 Capítulo 12 — Direito das sucessões, 304 1. Sucessão em geral: conceito e classificação, 304 1.1 Apresentação, 304 1.2 Síntese, 304 2. Sucessão em geral: conceito de herança e inventário, relações excluídas da sucessão, 306 2.1 Apresentação, 306 2.2 Síntese, 306 3. Sucessão em geral: momento da abertura, 307 3.1 Apresentação, 307 3.2 Síntese, 307 4. Sucessão em geral: comoriência e indivisibilidade da herança, 308 4.1 Apresentação, 308 4.2 Síntese, 308 5. Sucessão em geral: aceitação da herança, 309 5.1 Apresentação, 309 5.2 Síntese, 310 6. Renúncia da herança, 311 6.1 Apresentação, 311 6.2 Síntese, 311 7. Legitimação sucessória, 312 7.1 Apresentação, 312 7.2 Síntese, 312 8. Espécies sucessórias e hipóteses de cabimento da sucessão legítima, 314 8.1 Apresentação, 314 8.2 Síntese, 314 9. Das pessoas contempladas em lei como herdeiros legítimos, 315 9.1 Apresentação, 315 9.2 Síntese, 315 10. Contagem de grau de parentesco e as regras da sucessão legítima, 317 10.1 Apresentação, 317 10.2 Síntese, 317 11. Sucessão do descendente, 318 11.1 Apresentação, 318 11.2 Síntese, 318 12. Sucessão do ascendente, 319 12.1 Apresentação, 319 12.2 Síntese, 319 13. Aspectos gerais da sucessão do cônjuge, 320 13.1 Apresentação, 320 13.2 Síntese, 320 14. Aspectos gerais da sucessão do cônjuge: direito real de habilitação, 321 14.1 Apresentação, 321 14.2 Síntese, 321 15. Concorrência do cônjuge com o descendente, 323 15.1 Apresentação, 323 15.2 Síntese, 323 16. Concorrência do cônjuge com o descendente: hipótese de concorrên cia e não concorrência, 324 16.1 Apresentação, 324 16.2 Síntese, 324 17. Concorrência do cônjuge com o descendente: cota destinada ao cônjuge, 325 17.1 Apresentação, 325 17.2 Síntese, 325 18. Concorrência do cônjuge com o ascendente, 327 18.1 Apresentação, 327 18.2 Síntese, 327 19. Sucessão do colateral, 328 19.1 Apresentação, 328 19.2 Síntese, 328 20. Sucessão do companheiro, 329 20.1 Apresentação, 329 20.2 Síntese, 329 21. A sucessão para o poder público, 331 21.1 Apresentação, 331 21.2 Síntese, 331 22. Sucessão testamentária: introdução, 333 22.1 Apresentação, 333 22.2 Síntese, 333 23. Sucessão testamentária: normas regulamentadoras, 334 23.1 Apresentação, 334 23.2 Síntese, 334 24. Sucessão testamentária: incapacidade testamentária, 335 24.1 Apresentação, 335 24.2 Síntese, 335 25. Sucessão testamentária: revogação do testamento, 337 25.1 Apresentação, 337 25.2 Síntese, 337 26. Sucessão testamentária: formas ordinárias de testamento, 338 26.1 Apresentação, 338 26.2 Síntese, 338 27. Sucessão testamentária: testamento particular e formas especiais de testamento, 339 27.1 Apresentação, 339 27.2 Síntese, 339 28. Sucessão testamentária: das disposições testamentárias, 342 28.1 Apresentação , 342 28.2 Síntese, 342 29. Sucessão testamentária: cláusulas de inalienabilidade, incomunicabilidade e impenhorabilidade e, invalidade do testamento, 343 29.1 Apresentação, 343 29.2 Síntese, 343 30. Sucessão testamentária: indignidade e deserdação, 345 30.1 Apresentação, 345 30.2 Síntese, 346 31. Sucessão testamentária: substituições testamentárias, 347 31.1 Apresentação, 347 31.2 Síntese, 347 32. Inventário extrajudicial, 348 32.1 Apresentação, 348 32.2 Síntese, 348 Gabarito, 350 Capítulo 1 Lei de introdução às normas do direito brasileiro 1. Aspectos gerais e mecanismo de integração 1.1 Apresentação Nesta unidade temática estudaremos a lei de introdução às normas do direito brasileiro (LINDB), ou lei de introdução e neste capítulo veremos os aspectos gerais e mecanismo de integração. D ire ito C iv il 25 1.2 Síntese a. A LICC hoje mudou de nomenclatura (Lei 12376/10), hoje é LINDB, trazida por esta lei, Lei de introdução às normas do direito brasileiro, ou simplesmente lei de introdução. b. Esta mudança ocorreu por esta ser aplicada a todos os ramos do direito e não mais somente ao CC, assim fez-se necessária a mudança. c. Para alguns a Lei de Introdução é um minicódigo de normas, que serve para normatizar as demais normas. d. As finalidades da Lei de Introdução são: » Resolver conflitos de lei no tempo: à medida que várias leis vão en- trando no ordenamento jurídico, surgem estes conflitos. » Resolver conflito de lei no espaço: regras de direito internacional, re- lativas a outros países. e. Estabelecer critérios de hermenêutica (interpretação). f. Estabelecer critérios de integração do ordenamento jurídico, como resol- ver conflitos não normatizados. g. Regular vigência e eficácia das normas jurídicas. h. Cuidar de normas de direito internacional privado. i. Verificar as fontes do direito ou mecanismos de integração, entendendo o que é importante ao magistrado, para solução de uma lide. j. Inicialmente, temos as fontes imediatas (formais ou diretas): que podem ser primárias (LEI) ou secundárias (existe vedação ao non liquet (art. 4º), que diz que no caso de omissão da lei o magistrado utilizará a analogia, costumes ou princípios gerais do direito). k. Há discussão sobre a ordem da forma secundária, sendo que hoje se entende que não existe ordem para a aplicação (antes os doutrinadores entendiam que havia esta ordem), hoje inclusive os princípios são aplica- dos conjuntamente com a lei. l. Outra questão é sobre as súmulas vinculantes art. 103-A da CF, sendo que está é considerada como fonte primária. m. Temos também as fontes mediatas (não formais ou indiretas): estas in- fluência a criação e aplicação das fontes imediatas e são estas: doutrina (produto do estudo dos iúris consultos de nossa sociedade), jurisprudên- cias (significa prudência do direito, é fruto das decisões reiteradas dos tribunais superiores) e equidade (hoje entende ser fonte de direito, igual- dade no caso concreto, ex. art. 413 do CC, preocupação maior com a justiça do que com a lei). D ire ito C iv il 26 2. Classificação das lacunas e antinomias 2.1 Apresentação Neste item, continuando o estudo da Lei de Introdução, veremos as classifica- ções das lacunas e antinomias das leis. 2.2 Síntese a. O conceito de lei é a norma imposta pelo estado e que deve ser respei- tada, art. 5º, inciso II da CF temos a importância da lei. b. Esta importância é contemplada também na lei de introdução, art. 3º, princípio da obrigatoriedade das leis, ninguém poderá descumprir a lei alegando desconhecimento. c. O legislador tem que se antecipar a um possível problema e criar nor- matização para evitá-la, porém nem sempre é possível e assim cria-se as lacunas, que veremos agora. d. Lacuna normativa: se da quando tem a ausência de norma. e. Lacuna ontológica: ocorre quando uma norma não tem eficácia social. Ex art. 219 do CC16. f. Lacuna axiológica: se a norma for aplicada poderá gerar injustiça, ex. art. 1790, IV do CC (trata da sucessão do companheiro onde não há mais ninguém, porém pelo caput o companheiro receberia somente os bens adquiridos na união estável). g. Lacuna de conflito ou de colisão (chamada também de antinomias): quando isto surge serão aplicados alguns metacritérios de solução: h. Critério cronológico: lei posterior prevalece sobre a anterior (critério mais fraco); i. Critério da especialidade: norma especial prevalece sobre a geral; j. Critério hierárquico (norma superior prevalece à norma inferior). k. Assim se tem antinomia de primeiro grau (envolve um metacritério no conflito) ou de segundograu (dois metascritérios para a solução) e apa- rente (tem metacritério para solução) ou real (não tem metacritérios para solução). D ire ito C iv il 27 l. Observe os conflitos de antinomia de segundo grau: » Ex. Imagine um conflito de norma especial, anterior, e norma geral posterior: antinomia de segundo grau, lembre-se de que o critério cro- nológico é mais fraco, o critério da especialidade, como prevista na CF, e assim tendo solução é uma antinomia aparente. » Ex. norma superior anterior, contra norma inferior posterior: pelos critérios a superior permanece, pois esta prevista na CF, assim nova- mente se exclui o critério cronológico e essa antinomia é aparente, porque se tem solução. » Ex. norma geral superior, contra norma especial inferior: neste caso estamos diante da autonomia real, pois ambos os critérios estão des- critos na CF, nesta situação o magistrado deve utilizar a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito para resolver a demanda. 3. Nascimento da lei – validade, vigência e eficácia 3.1 Apresentação Neste item, continuando com a lei de introdução, veremos como ocorre o nas- cimento da lei, sua validade, vigência e eficácia. 3.2 Síntese a. Veremos agora alguns princípios contidos na Lei de Introdução: princí- pio da obrigatoriedade das leis (art. 3º, ninguém pode deixar de cumprir a lei alegando desconhecimento); princípio da continuidade das leis (art. 2º, uma lei estará em vigor até que uma outra a modifique ou revogue), por isto estudaremos o nascimento da lei. b. Veremos a diferencia de validade, vigência e eficácia. c. Validade da norma (lei): ela analisa a compatibilidade da norma com o ordenamento jurídico, por isto subdivide-se: formal (relacionada ao pro- cesso legislativo, art. 60, parágrafo 2º da CF) ou material (verifica-se a compatibilidade da matéria, conteúdo da norma, art. 22 da CF). D ire ito C iv il 28 d. Vigência: é o período de validade da norma (critério temporal), período que a lei terá fora obrigatória em nosso ordenamento. e. Eficácia: esta atrelada a produção de efeitos, assim pode-se ter normas que não produzem efeito, não são eficazes, mas são validades e vigentes (ex. art. 1.520 do CC, esta situação foi alterada pela lei 11.106 de 05, revogando o crime contra costume e criando os crimes contra dignidade sexual, e assim não existe mais a hipótese de exclusão deste pelo casa- mento, perdendo assim sua eficácia. f. A vigência de uma lei pode ser dividida das seguintes maneiras: » Vigência imediata: é aquele que a lei entra em vigor a data da publica- ção (deve estar expresso na lei). » Vigência com prazo certo: como lei tem grande impacto o legislador pode estabelecer prazo para o inicio de sua vigência, ex. (CC02, art. 2.044). » E temos o caso de omissão da vigência: ocorre quando o legislador não diz expressamente sobre nenhuma vigência anterior, assim aplica-se o art. 1º da Lei de Introdução, 45 dias no Brasil e 3 meses no exterior. g. Esta hipótese é contestada pela LC 95/98, que diz que o legislador e obrigado a expressar a vigência, porém a doutrina e a jurisprudência en- tendem que o art. 1º ainda está em vigor. h. O prazo para vigência da lei é contado da seguinte forma: LC 95/98, art. 8º parágrafo 1º: deve-se incluir o dia do começo e incluir o último dia do prazo e a vigência da lei se da no dia seguinte (diferente do direito processual) Ex. CC02, pub. 10/02/02, inicia-se no dia 10/02/02 e até o dia 10/02/03 e assim ganhou vigência em 11/02/02. Nota-se que há um lapso temporal entre a publicação e a vigência, que se chama de vacatio legis. D ire ito C iv il 29 4. Formas de revogação e vigência da lei no espaço 4.1 Apresentação Neste item, para finalizar o estudo da Lei de Introdução, veremos as formas de revogação e vigência de lei no espaço. 4.2 Síntese a. As hipóteses de revogação de uma norma ou lei: ab-rogação (revogação total da lei, ex. art. 2.045 que estabeleceu que o CC02 revogou na integra- lidade o CC16, assim diz que houve ab-rogação); derrogação (revogação parcial da lei, ex. art. 2.045, que derrogou a primeira parte do código comercial); revogação expressa, se da quando o legislador taxativamente declara uma lei revogada (ex. art. 2.045, em relação ao CC02 e os CC16 e primeira parte do código comercial); revogação tácita (se da por incom- patibilidades de normas, gerando a lacuna de colisão ou antinomias). b. A LC 95/98, determina que o legislador expressamente diga qual a lei que deve ser revogada, isto não ocorre na pratica, e assim esta função é do interprete. c. Podemos ter duas situações interessantes: saber que é possível a aplicar lei revogada. Ex. pelo princípio de Saisine, no caso da sucessão, este fe- nômeno se chama ultratividade. d. Conceito de norma repristinatória é aquela que revoga a norma revo- gadora dando vida nova a norma anteriormente por ela revogada, este fenômeno pode ocorrer no direito brasileiro, isto ocorre por que é per- mitido pela lei de introdução, art. 2º, parágrafo. 3º, sendo que só pode ocorre na forma expressa. e. Vigência na lei no espaço: no Brasil temos a teoria da territorialidade mo- derada, sendo que se aplica a lei brasileira, porém sentença estrangeira pode ser aplicada, desde que homologada pelo STJ, como também com tratado ou convenção internacional. D ire ito C iv il 30 f. Interpretação das leis: quando se fala neste instituto se tem duas teorias, subjetiva (analisa a vontade histórica do legislador) e objetiva (analisa a real vontade da lei), a mais aplicada é a teoria objetiva, no Brasil. Dentro desta teoria temos as espécies de interpretação: » Interpretação autentica: é aquela feita pelo próprio legislador, geral- mente ocorre na exposição de motivos. » Interpretação gramatical: analisa o sentido literal do texto. » Interpretação ontológica: busca a razão, o motivo de ser da lei, volun- tas legis. » Interpretação historia: analisa a lei pelo seu período histórico. » Interpretação sistemática: ocorre quando há comparação entre leis an- teriores. » Interpretação sociológica: interpreta a lei no contexto social. » Interpretação extensiva: amplia o alcance da lei (é aquela que restringe o texto legal, quando o legislador disse menos que deveria, mas isto ocorre quando o próprio instituto não permite aplicação). g. Regras de alcance de uma lei nova: art. 6º da Lei de introdução, com res- paldo constitucional, que a lei nova deve respeitar a coisa julgada, o ato jurídico perfeito e direito adquirido (direito com termo prefixo). 1. Pessoa natural – personalidade da pessoa natural 1.1 Apresentação No capítulo aqui tratado, será abordado o tema acerca da pessoa natural, mais precisamente questões referentes à aquisição da personalidade da pessoa natural. 1.2 Síntese a. A pessoa natural é um ente de direitos e deveres, ou seja, somente a pessoa pode ser sujeito de relação jurídica. Em outros países a situação pode ocor- Capítulo 2 Parte geral do código civil – das pessoas naturais D ire ito C iv il 32 rer de forma diferente, até mesmo animais podem ser sujeitos de relações jurídicas, podendo até mesmo constar como herdeiros em testamentos. b. Para ser dotado de direitos e deveres, a pessoa natural adquire aptidão para assumi-los. Tal aptidão tem início a partir do nascimento com vida, conforme dispõe o art. 2º do CC, ou seja, é este o fato que dá início a personalidade da pessoa natural. c. Porém, o nascimento com vida resulta na plenitude dos direitos da perso- nalidade, pois o mesmo dispositivo dispõe acerca dos direitos do nascituro desde a concepção. d. Uma questão muito perguntada em concursos é se seria relevante ou não a pessoa natural ter forma humana. Se nascer algo diverso do usual, consideradodiferente do aspecto comum, neste caso poderia também afirmar-se que essa pessoa tem os mesmos direitos da pessoa natural, pois é irrelevante ter forma humana. e. A Lei nº 6.015/73, denominada Lei de Registros Públicos, em seu art. 53, §2º, dispõe que é irrelevante o corte do cordão umbilical, o que deve ocorrer são sinais inequívocos de vida, como sinais sonoros, por exemplo. f. É importante ressaltar que existe um exame que pode ser realizado a fim de que se constate se há ar nos pulmões ou não, denominado “Do- cimasia hidrostática de Galeno”. Assim, é possível observar se a criança nasceu ou não com vida. Caso tenha nascido morta, a expressão utilizada é natimorto, e é preciso lembrar que ainda assim esta criança deve ser registrada de forma específica. g. Caso a criança tenha nascido sem vida, retiram-se os pulmões, colo- cando-os em uma bacia com água. Desta forma, caso os pulmões boiem verifica-se a presença de ar e consequente nascimento com vida. h. O art. 2º do CC, já citado anteriormente, traz os direitos do nascituro desde o momento de sua concepção. Para tratar do assunto, duas teorias devem ser analisadas: a teoria natalista e a teoria concepcionista. A primeira en- tende que o nascituro não é pessoa, pois o Código Civil exige o nascimento com vida para se ser uma pessoa natural. Seus adeptos, dentre eles Silvio Rodrigues, entendem que os nascituros possuem uma mera expectativa de direitos, ou seja, somente se nascerem com vida teriam seus direitos protegidos. Esta teoria tem dois problemas: nega proteção dos direitos da personalidade e ignora os direitos do embrião. De outra forma, os adeptos da segunda teoria, como a doutrinadora Maria Helena Diniz, entendem que o nascituro é pessoa, possui os direitos protegidos pela legislação. i. A professora faz uma divisão na teoria: a personalidade jurídica formal, ou seja, aquela relacionada aos direitos da personalidade (sendo tais direitos essenciais ao nascituro) e personalidade jurídica material, que é a possibi- D ire ito C iv il 33 lidade, por exemplo, de aquisições materiais. A junção de ambas resulta na personalidade plena, plenitude que se dá com o nascimento com vida. j. A proteção ao nascituro abrange o natimorto, conforme dispõe o Enun- ciado nº 01 do Conselho da Justiça Federal. Deve ser ressaltada a importância do estudo de Enunciados e Súmulas, além das leis e doutri- nas para complementar o estudo. 2. Capacidade civil da pessoa natural 2.1 Apresentação Neste item trataremos da capacidade civil da pessoa natural, fazendo uma conexão deste tema com a personalidade da pessoa natural. 2.2 Síntese a. A capacidade é a medida jurídica da personalidade, ou seja, como os direi- tos são exercidos durante a vida da pessoa natural. A doutrina faz análise realizando uma divisão das espécies de capacidade. A primeira é a capaci- dade de direito ou capacidade de gozo, ou seja, a capacidade de ser sujeito de direitos e deveres, a qual decorre do nascimento com vida. A segunda modalidade é denominada capacidade de fato ou de exercício, é aquela que permite que a pessoa natural exerça pessoalmente os atos da vida civil. b. Observe-se que a capacidade aqui estudada é uma capacidade genérica, uma vez que estamos tratando da parte geral do CC. c. É uma capacidade que vale para todas as relações jurídicas que não exi- jam norma especial. Exemplo: O art. 1.860 do CC dispõe a respeito da capacidade para testar. O caput do referido artigo traz o fato de que inca- paz não pode testar e seu parágrafo único dispõe que a partir de dezesseis anos de idade, a pessoa pode testar. Apesar de parecer haver conflito entre o caput e o parágrafo único do art. mencionado, tal conflito não é real, uma vez que o parágrafo único está dando capacidade específica para o maior de dezesseis anos, não havendo necessidade de assistência. D ire ito C iv il 34 d. Outro exemplo é capacidade eleitoral, uma vez que o maior de dezesseis anos possui capacidade para exercer o direito de voto. e. Há dois institutos que devem ser estudados: legitimidade e legitimação. O primeiro é um instituto de direito processual, é aquele em que se ve- rificará se a pessoa pode ser parte em uma relação processual. De outra forma, o segundo é a capacidade especial para prática de certo ato, como a capacidade para testar. f. O art. 12 do CC traz que: “Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei”. Tal dispositivo trata de ação judicial para atingir esse objetivo. O parágrafo único do referido art. dispõe que em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau. Trata-se aqui de um erro no CC, uma vez que a palavra correta seria legitimidade e não legitimação. Exercício 1. Em relação à compra e venda de bens imóveis, teria o ascendente legitima- ção para vender para o descendente? 3. Incapacidade absoluta da pessoa natural 3.1 Apresentação Neste item trataremos da incapacidade civil da pessoa natural, ou seja, o lado negativo da capacidade estudada anteriormente. Será abordada a incapacida- de absoluta da pessoa natural. 3.2 Síntese a. A incapacidade consiste em restrições ao exercício de atos da vida civil. Há dois tipos de incapacidade: absoluta (art. 3º do CC) e relativa (art. 4º do CC). D ire ito C iv il 35 b. A incapacidade absoluta gera proibição total da prática de atos, pois este não pode pessoalmente praticar atos da vida civil. É sujeito de relação jurídica, podendo estar em contrato, porém não pode pessoalmente ce- lebrá-lo. Caso celebre pessoalmente, terá como consequência jurídica a nulidade do contrato, podendo acarretar até mesmo propositura de ação declaratória de nulidade, a qual é imprescritível. c. Para o absolutamente incapaz, terá que praticar os atos em seu nome o representante legal, via de regra, os pais. Porém, tal incapacidade não se dá somente pela idade, mas também adultos que tenham algum pro- blema de discernimento para a prática de atos da vida civil. d. Os absolutamente incapazes estão no art. 3º do CC: os menores de dezes- seis anos, os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos e aqueles que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade, como é o caso de uma pessoa em coma. e. Ressalte-se que o enfermo mental está presente também no art. 4º, no rol dos relativamente incapazes, caso este tenha seu discernimento re- duzido. Assim, o absolutamente incapaz por enfermidade mental não possui discernimento algum, enquanto o relativamente incapaz possui seu discernimento reduzido. f. Observação: Quanto às questões relacionadas ao discernimento temos que ter um processo, uma ação judicial denominada interdição para que se apure se a pessoa tem ou não discernimento, bem como qual é o problema, a fim de que se constate se a pessoa é absolutamente ou relativamente incapaz. g. É importante lembrar que a pessoa pode não ter sido interditada e ter um problema relacionado à manifestação de vontade. O negócio jurídico, neste caso, pode ser nulo ou anulável, ou seja, a questão é saber se seria possível perceber a situação real de incapacidade daquele que celebrou o negócio. Se for possível perceber, o negócio é nulo, porém se não havia como verificar, não teria como opor contra o terceiro de boa-fé. h. Muitas vezes aqueles que possuem discernimento em certos momentos e em outros não, são conduzidos ao cartório para que passem procuração a outras pessoas, sem que haja interdição, uma vez que a interdição causa extinção da procuração. Assim, o tabelião visualizando que aquela pes- soa não possuicondições de praticar atos da vida civil, poderá impedir a prática do negócio. i. Da mesma forma se dá com os dependentes de drogas ou álcool, quando estes se dirigem ao cartório sem que tenham discernimento. O negócio não será lavrado, independentemente de se ter ou não a interdição. D ire ito C iv il 36 Exercício 2. Verdadeiro ou falso: O enfermo ou deficiente mental com discernimento reduzido é absolutamente incapaz? 4. Incapacidade relativa da pessoa natural 4.1 Apresentação Neste item vemos a incapacidade relativa da pessoa natural e seus aspectos relevantes. 4.2 Síntese a. O rol dos relativamente incapazes está previsto no art. 4º do CC. De forma diferente dos absolutamente incapazes, aqui teremos o instituto da assistência. O relativamente incapaz pode praticar o ato da vida civil, porém desde que assistido por seu representante legal. b. A falta de assistência acarreta na anulabilidade do ato, não mais na nuli- dade como se dá no caso do absolutamente incapaz. c. Os relativamente incapazes são: os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; os pródigos. d. Os ébrios habituais são aqueles que ingerem bebidas alcoólicas com fre- quência, ou seja, é preciso que haja habitualidade em sua conduta. Não se fala, ainda, em doses específicas, uma vez que é preciso que a ingestão da bebida alcoólica influencie no discernimento da pessoa. e. Quanto aos viciados em tóxicos ou toxicômanos, também é preciso que se faça uma análise do comprometimento de seu discernimento para que a incapacidade seja apreciada. f. O deficiente mental, mais uma vez aparece como incapaz, porém no caso do relativamente incapaz seu discernimento é reduzido, não ha- vendo sua perda total, mas sim redução. D ire ito C iv il 37 g. Os excepcionais sem desenvolvimento mental completo também são re- lativamente incapazes, como por exemplo, os portadores da Síndrome de Down. h. Por fim, temos os pródigos, aqueles que costumam dilapidar seu patri- mônio, aqueles que possuem tendência a gastar muito, demonstrando indícios de prodigalidade. i. A questão dos índios também é importante no tema tratado. Ressalte-se que o índio aqui abordado é aquele que não foi socializado. Neste caso, lei especial federal nº 6.001/73, denominada Estatuto do Índio, tratará do tema, de acordo com o disposto no parágrafo único do art. 4º do CC. j. Tal lei dispõe que o índio não socializado precisa ser assistido pela FUNAI, porém a falta de tal assistência causa nulidade do ato. Desta forma, temos uma capacidade “sui generis”, uma vez que não é nem absoluta e nem relativa, já que é tratada por lei especial. Exercício 3. É possível excepcionar a regra que trata da incapacidade relativa no que tange maiores de dezesseis e menores de dezoito anos? 5. Personalidade e capacidade — emancipação 5.1 Apresentação Neste item trataremos do instituto da emancipação, abordando o tema de for- ma a relacioná-lo com a capacidade da pessoa. 5.2 Síntese a. A emancipação se enquadra na questão da capacidade civil, no momento em que a capacidade de fato, em que o sujeito praticará pessoalmente os atos da vida civil. Este sujeito pode conquistar tal capacidade com a maioridade ou com a emancipação. D ire ito C iv il 38 b. A maioridade civil se dá aos dezoito anos, porém existe uma forma de abreviar a aquisição da capacidade: a emancipação. A pessoa emancipada é tida como menor de idade, no entanto capaz. c. A emancipação pode ocorrer de algumas formas. A primeira é a eman- cipação expressa ou voluntária, sendo aquela concedida pelos pais por escritura pública, desde que se tenha no mínimo dezesseis anos, inde- pendente de autorização judicial. Tal escritura deve ser registrada no Cartório de Registro Civil, nos termos do art. 9º, inciso II, do CC. d. A escritura de emancipação é feita originariamente em Cartório de Tabe- lionato de Notas. Em alguns estados, o Cartório de Registro Civil possui autorização para lavrar escritura de emancipação, porém tal situação se dá em caráter excepcional. e. O parágrafo único, inciso I do art. 5º do CC prevê este tipo de emancipa- ção. O mesmo dispositivo traz a emancipação legal, ou seja, aquela que deriva da lei. A primeira hipótese é o casamento. f. É importante ressaltar que para emancipação legal não existe idade mínima, bastando ocorrer o fato previsto em lei. O CC permite, por exemplo, o casamento da pessoa menor de dezesseis anos em caso de gravidez, estando assim emancipada. Caso essa pessoa se divorcie, conti- nua emancipada, uma vez que a emancipação é ato irrevogável. g. Outras hipóteses são pouco usuais, pois não são comuns na realidade atual, como pelo exercício de emprego público efetivo; colação de grau em curso de ensino superior. h. O último caso de emancipação legal é pelo estabelecimento civil ou co- mercial, ou pela existência de relação de emprego desde que em função deles o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. É aquela pessoa que monta um estabelecimento comercial (faticamente e não juridicamente por não ter ainda capacidade) ou tenha uma relação de emprego. i. Por fim, existe a emancipação judicial, feita por sentença, no caso do tutelado. É preciso que se tenha processo judicial para que se verifique se o tutelado tem condições de praticar os atos da vida civil para que o juiz o emancipe. Neste caso, também existe a idade mínima de dezesseis anos para que o sujeito possa ser emancipado. Exercício 4. Quem pode emancipar o pupilo (pessoa que está sob tutela)? D ire ito C iv il 39 6. Individualização da pessoa natural pelo nome 6.1 Apresentação Neste item trataremos de uma das formas de individualização da pessoa na- tural: pelo nome. 6.2 Síntese a. Existem muitas formas de se individualizar a pessoa natural, uma delas é pelo nome. O nome compõe vários elementos e é ele que vai individu- alizar, diferenciando uma pessoa natural de outra, bem como retratar a genética, de que família veio aquela pessoa. b. O nome é um direito da personalidade, matéria que será estudada opor- tunamente. É inalienável e imprescritível, não podendo ser transferido para outrem e não pode ser perdido com o tempo. c. Em regra, o nome compõe alguns elementos. O primeiro elemento é o prenome (aquele que vem antes do sobrenome), o qual pode ser simples (João, por exemplo) ou composto (João Pedro, por exemplo). d. O segundo elemento é o sobrenome, também chamado de patronímico, o que identifica a família a que pertence determinada pessoa. e. É possível ter ainda, a alcunha, também chamada de codinome ou ape- lido. Algumas pessoas incluem a alcunha no nome, como por exemplo, a “Xuxa”, que incluiu o apelido em seu nome. f. Na sequência, temos o agnome, aquilo que irá diferenciar pessoas com o mesmo nome, como por exemplo, “Junior”, “Filho”, “Neto”, dentre outros. São partículas que diferenciam pessoas com o mesmo nome. g. Quanto à modificação do nome, em regra, o nome é imutável. As hipó- teses de alteração do nome são excepcionais, uma vez que é preciso que haja autorização legal para isso. h. Autorizam a mudança do nome: exposição ao ridículo; adoção (art. 47, §5° do ECA); inclusão de alcunha; requerimento em até um ano após completada a maioridade (sem que haja motivo específico, de acordo com o art. 53 da Lei de Registros Públicos); reconhecimento de filiação; erro de grafia; homonímia (pessoas que têm o mesmo nome, como é o D ire ito C iv il 40 caso de João da Silva, por exemplo); inclusão do sobrenome do cônjuge, tanto homem quanto mulher, inclusive no caso de união estável.i. É possível, ainda, a inclusão do sobrenome da madrasta ou padrasto, pelo enteado ou enteada, devido ao disposto na Lei nº 11.924 de 2009, a qual alterou o art. 57, § 8º, da Lei de Registros Públicos. j. Por fim, a última hipótese de modificação do nome é pela tradução do nome estrangeiro em procedimento de adoção, prevista no art. 114 da Lei nº 6.815/80. 7. Individualização da pessoa natural pelo domicílio 7.1 Apresentação Neste item trataremos de outra forma de individualização da pessoa natural, o domicílio, bem como seus aspectos relevantes. 7.2 Síntese a. Primeiramente, é preciso que se diferencie a residência do domicílio. Juridicamente, o CC somente trata do conceito de domicílio, tendo a residência um conceito fático. b. A residência é um elemento fático caracterizado por onde a pessoa ha- bita, local da morada da pessoa, a qual pode até mesmo se dar de forma transitória, como hotéis, casas de amigos, dentre outros. c. Já o domicílio, o conceito está previsto no art. 70 do CC: “O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo”. Se colocarmos em uma fórmula: Domicílio = residência + ânimo definitivo. d. O ânimo definitivo é subjetivo, pode estabelecer, por exemplo, o local onde a pessoa concentra seus negócios. e. Observação: Se uma pessoa tem uma casa em São Paulo, onde mora e trabalha na mesma cidade, porém adquire uma casa em Alagoas. Ao adquirir uma propriedade, dará ânimo definitivo, pois a propriedade ad- D ire ito C iv il 41 quirida se reveste de ânimo definitivo. Neste caso, haveria pluralidade de domicilio, fato autorizado pelo CC em seu art. 71. f. O art. 72 do CC trata do exercício de uma função ou emprego para ca- racterizar o domicílio: “É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida”. g. O art. 73 do mesmo diploma legal trata da pessoa que não possui residên- cia fixa, como o circense ou o cigano. Neste caso, seu domicílio é o local onde a pessoa é encontrada. h. Há algumas espécies de domicílio. O primeiro é o domicílio voluntário, aquele escolhido voluntariamente pela pessoa. De outra forma, o domi- cílio necessário ou legal, é aquele imposto à pessoa. Um exemplo desta modalidade é o domicílio do incapaz, já que seu domicílio será se seu representante ou assistente. i. O domicílio do servidor público é o local onde ele exerce permanente- mente suas funções. Se a pessoa estiver emprestada para uma determinada cidade, aquele não será seu domicílio. j. O domicílio do militar é o local em que ele servir. Se este for da Mari- nha ou Aeronáutica, será a sede do comando onde ele é subordinado. Outro exemplo é o domicílio do marítimo, daquele sujeito que mora em um navio, sendo seu domicílio o local onde o navio estiver matriculado. Por fim, o domicílio do preso será o local em que ele estiver cumprindo sentença. k. Outro tipo de domicílio é o de eleição, ou foro de eleição, sendo aquele convencionado em contrato. Ressalte-se que o CDC veda foro de eleição em contrato de consumo. Exercício 5. Preso temporário tem domicílio necessário? D ire ito C iv il 42 8. Direitos da personalidade – aspectos gerais 8.1 Apresentação Neste item será tratado o tema acerca dos direitos da personalidade, assunto de grande importância no ordenamento jurídico. 8.2 Síntese a. Os direitos da personalidade têm por objetivo a defesa da integridade física, moral e intelectual, os quais sofrem influência das garantias fun- damentais (constitucionais), o que se denomina eficácia horizontal dos direitos fundamentais, segundo entendimento do STF. b. O art. 11 do CC traz duas características: intransmissibilidade e irrenunciabilidade dos direitos da personalidade. Isso vai gerar outras ca- racterísticas como a indisponibilidade, perpetuidade, oponibilidade erga omnes, incomunicabilidade, impenhorabilidade e a imprescritibilidade. c. Um exemplo prático é o programa Big Brother, que obriga que cada par- ticipante assine um contrato, o qual contém uma cláusula que traz a isenção do programa em relação à imagem daquele que participa, caso haja algum dano. Tal cláusula é nula, uma vez que o art. 11 é expresso ao dizer que o direito da personalidade é irrenunciável e o direito à imagem é um direito da personalidade. d. São exemplos de direito da personalidade: direito à vida (como, por exem- plo, é o caso da Lei que autoriza prestação de alimentos gravídicos, ou seja, sem que a pessoa tenha nascido); direito à integridade física; direito à imagem (retrato, que é a fisionomia física e atributo, sendo aquilo que a sociedade pensa a respeito da pessoa); direito à honra (subjetiva, que é a autoestima e objetiva, que é aquilo que o outro pensa ou repercussão social); direito à voz; direito aos alimentos e direito ao cadáver, bem como partes separadas. D ire ito C iv il 43 9. Direitos da personalidade (arts. 11 e 12 do CC) 9.1 Apresentação Neste item serão estudados os Direitos da Personalidade de forma mais especí- fica, abordando os artigos 11 e 12 do Código Civil. 9.2 Síntese a. O primeiro art. que trata dos direitos da personalidade é o art. 11 do CC. É importante ressaltar que se um direito da personalidade for violado, caberá ação indenizatória, caso o direito já tenha sido infringido, ou cau- telar, caso esteja na iminência deste direito ser violado. b. O prazo para propositura de ação indenizatória prescreve em três anos (para a pretensão da ação e não para o direito em si, uma vez que este é imprescritível). c. Diz o art. 11: “Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária”. Este dispositivo cria a regra e dá uma exceção (situações previstas em lei). Um exemplo de limitação vo- luntária é o art. 28 da Lei nº 9.610/98, que traz o direito do autor: “Cabe ao autor o direito exclusivo de utilizar, fruir e dispor da obra literária, artística ou científica”. d. O art. 12 do CC fala dos mecanismos processuais para se combater lesão ou ameaça a lesão do direito da personalidade. Em seu parágrafo único, um erro, pois como trata de ações judiciais prevê quem são aqueles que podem propor essas ações. e. Aquele que já faleceu também tem resquícios de direito da personali- dade, uma vez que alguns não se extinguem com o óbito. Assim, aqueles que propõem ação no nome daquele que morreu possuem legitimidade e não legitimação para tal. f. Podem propor ação em nome do morto o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau. O com- panheiro não está elencado no dispositivo aqui mencionado, contudo o Enunciado 275 do CJF aborda o assunto, determinando a inclusão do companheiro no rol. D ire ito C iv il 44 10. Direitos da personalidade (art. 13, do CC) 10.1 Apresentação Neste item serão estudados os Direitos da Personalidade de forma mais especí- fica, como o artigo 13 do Código Civil, relativo à integridade física e disposição do próprio corpo. 10.2 Síntese a. O art. 13 do CC traz “Salvo por exigência médica, é defeso o ato de dis- posição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes”. b. Tal art. teve origem na Lei de Transplantes, que teve o cuidado de tentar normatizar um assunto delicado, a fim de se evitar o comércio ilegal de órgãos. c. A cirurgia de adequação sexual é um direito da personalidade. É errado chamar essa cirurgia de mudança de sexo, pois é algo mais intenso, não uma mera vontade do indivíduo. Nos dias atuais, até mesmo o Sistema Único de Saúde realiza o procedimento. É importante observar que o transexual não deve ser confundidocom o travesti, pois este não deseja modificar seu corpo. d. Para que a cirurgia seja realizada, o candidato deve passar por uma junta médica por um período de dois anos, a fim de que se determine a neces- sidade ou não da intervenção cirúrgica. e. Assim, percebemos que o art. 13 do CC dispõe que não se pode dispor do próprio corpo, salvo por exigência médica, e por isso nesses casos a pessoa passa por essa junta médica. Ressalte-se que, aquele que teve o sexo modificado buscará na justiça a mudança de seu nome e tais ações têm sido julgadas procedentes. f. O parágrafo único do art. 13 traz que: “O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial”. Desta forma, observamos que o dispositivo mantém o estabelecido na Lei de Transplantes (Lei nº 9.434/97). D ire ito C iv il 45 11. Direitos da personalidade (art. 14, do CC) 11.1 Apresentação Neste capítulo serão estudados os Direitos da Personalidade de forma mais específica, como o artigo 14 do Código Civil que trata da disposição do corpo post mortem. 11.2 Síntese a. O art.14, CC trata da doação de órgãos post mortem, ou seja, após o fale- cimento da pessoa. Diz o dispositivo: “É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte”. b. Ressalte-se que é permitida a doação com objetivo científico ou uma ati- vidade nobre. c. Há uma discussão na medicina acerca de quando ocorre a morte. Tem-se como regra a morte encefálica, porém é difícil seu diagnóstico. O STF foi chamado para se pronunciar acerca da constitucionalidade da Lei nº 11.105/05, denominada Lei de Biossegurança, porém não se chegou à conclusão alguma. d. Maria Helena Diniz cita um caso em uma de suas obras, de uma pessoa que faleceu e a família optou pela cremação do corpo. A cerimônia é simbólica e incineração é feita com vários cadáveres. Após um tempo, uma das filhas do falecido senhor cursou medicina e quando chegou ao terceiro ano deparou-se com o cadáver de seu pai embalsamado para estudo. Assim, percebe-se que devem existir mecanismos para que situa- ções assim não ocorram. e. A Lei n° 9.494/97 estabeleceu uma presunção de doação, ou seja, todos seriam doadores presumidos, quem não quisesse teria que se manifes- tar. Tal presunção não foi suficiente para resolver os problemas, por isso houve alteração pela Lei nº 10.211/01, afastando a presunção da doação post mortem. f. Assim, ninguém é doador, salvo manifestação em vida, mediante auto- rização por escritura pública ou documento particular. Desta forma, a primeira opção é a autorização do doador em vida (consenso afirmativo), D ire ito C iv il 46 a qual é um ato revogável a qualquer tempo, nos termos do parágrafo único do art. 14 do CC. g. A segunda opção se dá através dos familiares do falecido, os quais só podem se manifestar se não existir vedação expressa do doador (consenso negativo). 12. Direitos da personalidade (art. 15, do CC) 12.1 Apresentação Neste item serão estudados os Direitos da Personalidade de forma mais es- pecífica, como o artigo 15 do Código Civil que trata de tratamento médico e intervenção cirúrgica quando a pessoa corre risco de vida. 12.2 Síntese a. O art. 15 do CC dispõe que “Ninguém pode ser constrangido a submeter- -se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica”. Os médicos entendem que se a pessoa não quiser passar por tratamento ou sofrer intervenção cirúrgica, tal decisão cabe a ela. b. Estamos diante de um choque de direitos e garantias fundamentais, abor- dando o direito a vida, ou até mesmo o fato de que algumas pessoas não querem sofrer intervenção por questões religiosas. c. Alguns doutrinadores entendem que a vida é um bem indisponível, não podendo sofrer nenhum tipo de barganha. d. Outros entendem que, com relação à colisão de princípios e garantias fundamentais garantidos pela CF/88, como direito à vida e direito à li- berdade religiosa, deve ser feita ponderação, colocando os direitos em uma balança. e. O CC dá o devido respaldo acerca do assunto, dispondo que a pessoa é livre para escolher se quer ou não ser tratada, até mesmo porque muitas vezes o tratamento exige grande sacrifício, como é o caso do câncer em estágio avançado. Assim, a questão deve ser analisada pela pessoa, a qual deve ter o direito de direcionar seu tratamento. D ire ito C iv il 47 f. A pessoa testemunha de Jeová recusa-se a receber transfusão de sangue, posição que também é complexa. Existe aqui mais uma vez choque de garantias fundamentais, aplicando-se a tese de Robert Alexy, ou seja, deve ser feita uma ponderação. g. Percebe-se então que o dispositivo não é inconstitucional, uma vez que a pessoa deve escolher aquilo que considera melhor para ela. h. O Conselho Federal de Medicina, por meio da Resolução nº 1.805 au- toriza a ortotanásia, ou seja, deixar de aplicar certas técnicas médicas em pacientes que estão em estado terminal. i. Por ordem de uma Ação Civil Pública movida pelo MPF, tal Resolução teve seus efeitos suspensos em 2.007. No entanto, recentemente o Con- selho de Medicina publicou um Código de Ética Médica, abordando o assunto novamente, como a não aplicação de tratamentos invasivos, por exemplo. Prevê, ainda, o direito da pessoa de escolher morrer em casa, ao lado de sua família. j. Por conta disso, se discute se seria possível fazer no Brasil, procedimento já existente na Itália: testamento biológico, ou seja, documento através do qual a pessoa autorizaria a eutanásia ou estabelecer que se estiver passando por situação grave, não quer passar por certos procedimentos médicos. k. O testamento biológico no Brasil não prospera, uma vez que o tes- tamento só produz efeito após a morte. Assim, o que as pessoas estão fazendo atualmente é deixar isso escrito por meio de declarações. Em São Paulo, alguns Tabelionatos de Notas que tomam esse desejo a termo e transcrevem em Escritura Pública (o que não é testamento). 13. Direitos da personalidade – nome como direito da personalidade 13.1 Apresentação Neste item será estudado o nome como direito da personalidade. D ire ito C iv il 48 13.2 Síntese a. O estudo aqui realizado não trata do nome como forma de individuali- zação da pessoa natural, mas sim como direito da personalidade. O art. 16 do CC diz que toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos prenome e sobrenome. b. Trata-se de um art. que traz consequências que podem gerar reflexos, por exemplo, no direito de família. Isso porque, é possível a inclusão do sobrenome do cônjuge ao nome do homem ou da mulher com quem está se casando. c. Tal inclusão seria empréstimo ou doação? A resposta correta é a doação, uma vez que, de acordo com o art. 16 do CC, a partir do momento em que a pessoa inclui o sobrenome de seu cônjuge, este sobrenome acaba integrando o direito da personalidade. d. A CC estabelece algumas sanções quando o término da relação se dá por situação em que se atrela hipótese de culpa, a qual vem sendo discutida a partir da vigência da EC n° 66. Alguns entendem que não mais é possível atrelar a questão da culpa, porém existe uma relativização para estas regras. e. Para aqueles que entendem que a separação ainda existe em nosso or- denamento, seria possível a discussão da culpa, e consequentemente a possibilidade de perda do direito de utilização do nome. Entretanto, o CC relativiza a situação, estabelecendo que se a pessoa é publicamente conhecida pelo nome, não irá perdê-lo, ainda que haja culpa. f. Uma questão interessante é, caso a ex-esposa mantenha o nome de ca- sada e case-se com outra pessoa, poderia esta adotar tal sobrenome? A resposta é positiva. Exemplo: Marta Suplicy adotouo sobrenome de seu ex-marido, Eduardo Suplicy. Assim, Luis Favre, casando-se com Marta, poderia também adotar o sobrenome “Suplicy”, caso quisesse. g. O art. 17 dispõe que “O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória”., ou seja, é preciso que se tenha cautela com o nome de outrem. h. O art. 18 do CC diz que “Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial”, devendo haver autorização para o uso. i. Por fim, o art. 19 do mesmo diploma legal trata do pseudônimo, o qual só pode ser usado para atividades lícitas, tendo a mesma proteção garantida ao nome. D ire ito C iv il 49 14. Direitos da personalidade – direito à imagem 14.1 Apresentação Neste item serão estudados os últimos artigos que tratam do direito à imagem como direito da personalidade. 14.2 Síntese a. O art. 20 do CC dispõe que » Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se forem destinados a fins comerciais. b. É um art. que vai permitir que a pessoa proíba, se oponha a divulgação de sua imagem, da transmissão da palavra, de escritos, dentre outros. É o art. que autoriza que a pessoa proíba o uso de sua imagem, de suas palavras ou escritos. » Exemplo: O Programa Pânico enviou uma apresentadora para fazer entrevistas com os parlamentares. A apresentadora, conversando com o Senador Eduardo Suplicy, solicitou que ele vestisse uma sunga e o mesmo aceitou. Antes que o fato fosse transmitido pelo programa, o presidente de seu partido assistiu ao vídeo na internet, fazendo com que o Senador, por escrito, impedisse a emissora de televisionar. c. O Enunciado nº 279 do CJF estabelece que a proteção a imagem deve ser ponderada com outros interesses constitucionalmente tutelados, especial- mente em face do direito de liberdade de imprensa e direito à informação. d. Em caso de colisão de interesses, deve ser levada em conta a notoriedade do retratado e dos fatos abordados, bem como a veracidade destes e carac- terísticas de sua utilização, privilegiando-se medidas que não restrinjam informação. Assim, de acordo com esse Enunciado, se a pessoa é pública e faz algo em lugar público, a mídia deve divulgar. e. É importante mencionar o parágrafo único do art. 20: “Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção D ire ito C iv il 50 o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes”. O dispositivo não inclui, neste caso, o colateral, porém, o Enunciado 275 do CJF estabelece que também será legitimado o companheiro. f. O art. 21 do CC diz que “A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma”. 15. Extinção da personalidade da pessoa natural 15.1 Apresentação Neste item será abordada a extinção da personalidade da pessoa natural, como morte (real e presumida) e o instituto da comoriência. 15.2 Síntese a. Quando se trata da morte, temos dois tipos de morte: a morte real e a morte presumida. A morte real é aquela em que se tem certeza do óbito e a presumida é aquela em que paira dúvida, não se sabe de fato a concre- tude da existência daquela morte. b. Existe essa distinção por conta dos procedimentos adotados. Quando se fala em morte temos como consequência a sucessão. Porém, dentro do procedimento de ausência, ocorre primeiro uma sucessão provisória. c. O art. 6º do CC deixa claro que tipo de sucessão se dá com a morte real e a provisória. Tal art. diz que “A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva”. Em ambos os casos temos sucessão definitiva, a diferença é que é mais fácil se chegar à sucessão definitiva ocorrendo morte real. d. Há uma terceira possibilidade de morte, denominada morte civil, que se dá no caso de exclusão da sucessão por indignidade, também prevista no CC. Exemplo: Suzane Richthofen. e. Comoriência, prevista no art. 8º do CC, ocorre quando há presunção de morte simultânea. Não há certeza, somente presunção. Temos como D ire ito C iv il 51 efeito da comoriência o fato de que o comoriente não participa da suces- são do outro, ou seja, é como se morto fosse. f. Para serem comorientes, as pessoas não precisam ter vinculo de paren- tesco. Pode ser que ocorra em seguro de vida, como por exemplo, morte de segurado e beneficiário. g. Quando o segurado morreu, o beneficiário já era tido como morto, assim não recebe valor algum. h. Ressalte-se que para que ocorra a comoriência, é preciso que as pes- soas morram na mesma ocasião (tempo), mas não necessita que seja no mesmo espaço, no mesmo evento, nos termos do art. 8º do CC. Exercício 6. Comoriência é morte simultânea. Verdadeiro ou falso? 16. Ausência 16.1 Apresentação Neste item será abordado o tema relativo à ausência. 16.2 Síntese a. Tem-se início a partir do momento em que alguém se ausenta de seu do- micílio sem deixar notícias ou representante. A representação pode derivar da lei ou até mesmo por meio de mandato. Ressalte-se que o mandatário nomeado pode não querer ou, ainda não poder exercer o mandato. b. Quando a pessoa se ausenta ou o mandatário não pode ou não quer exer- cer seus poderes, ocorre a ausência. O patrimônio do ausente não pode ficar sem um gestor, e então haverá o requerimento judicial de arrecada- ção dos bens (junção de todos os bens), com o objetivo dos bens serem entregues para o curador de ausentes nomeado pelo juiz. D ire ito C iv il 52 c. Quem tem legitimidade para fazer esse requerimento: Qualquer interes- sado (parentes, credores, Ministério Público, dentre outros). d. Podem ser nomeados curadores de ausentes, em ordem, o cônjuge (não separado) e, em sua falta, os pais e na sequência os descendentes (filhos, netos, bisnetos, sendo que os mais próximos excluem os mais remotos). e. Quanto aos prazos, dois devem ser aguardados. O primeiro é o prazo de um ano da arrecadação e o segundo se dá após três anos, se o ausente deixou representante ou procurador. Esse prazo serve para a declaração de ausência, a qual autoriza a abertura da sucessão provisória, que pode ser requerida pelas pessoas que estão enumeradas no art. 27 do CC. f. A sentença só produz efeito 180 dias depois de publicada. Nesse período é possível abrir inventário e testamento. Se ninguém o fizer, o Ministério Público poderá fazer. g. Antes da partilha, o juiz pode converter bens móveis em imóveis, pois os herdeiros não podem alienar, nesse período, os bens imóveis. h. Os herdeiros poderão se imitir na posse depois de aberta essa sucessão pro- visória, porém em relação aos colaterais, estes deverão prestar garantia. i. Após todo o ocorrido, é preciso que se aguarde um novo prazo para essa sucessão provisória se tornar definitiva. Tal prazo é de dez anos da sen- tença que autorizou a abertura da sucessão provisória ou, se o ausente conta com oitenta anos de idade e as últimas notícias datam de cinco anos, haverá a conversão da sucessão provisória em sucessão definitiva. j. Essa morosidade se justifica em razão de um possível retorno do ausente. Se o ausente retornar, os bens deverão ser devolvidos. 1. Pessoa jurídica – conceito e teorias 1.1 Apresentação Neste capítulo será abordado o tema relativo à pessoa jurídica
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