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ANALISE ORGANICA Conteúdo Programático: -Análise de identificação elementar em compostos orgânicos através de técnicas: - Espectrometria de massa - Ressonância nuclear magnética de H; - Ressonância nuclear magnética de C - Espectroscopia na região do Infravermelho; - Espectroscopia na região do ultravioleta; - Cromatografia Liquida - Cromatografia Gasosa REFERENCIAS SILVERSTEIN, R. M. et al. Identificação espectrométrica de compostos orgânicos, 7ed., Rio de Janeiro: LTC, 2007. COSTA NETO, C. Análise orgânica: métodos para caracterização de organoquímios. 1ed., Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2004. PAVIA, D. L. et al. Introdução à espectroscopia. São Paulo: Cenage Learning, 2010. ALLINGER, N. L. et al. Química orgânica. 2ed. Rio de Janeiro: LTC, 1976. SKOOG, D. A. Princípios de análise instrumental. 5ed. Porto Alegre: Bookman, 2002. JONES L., ATKINS, P. - Chemistry-Molecules, Matter and Change. W.H. Freeman and Company, New York, USA, 2002 AVALIAÇÃO A nota será composta por 70% relativo as provas bimestrais + 30% da Atividade Supervisionada Disciplinar ATIVIDADE SUPERVISIONADA DISCIPLINAR Competências e Habilidades – Ao longo dos dois bimestres de 2016, o aluno trabalhará um desafio proposto pelo docente com base nos principais tópicos relacionados a disciplina. A proposta desse desafio é estimular o desenvolvimento lógico e criativo do aluno, bem como aprimorar sua capacidade de planejamento, organização, transmissão de informação, além do gosto pela pesquisa. Para o desenvolvimento do trabalho, os alunos terão a última aula de cada semana dedicada a essa atividade, sendo que na última semana de cada mês, o aluno poderá tirar suas duvidas com o docente durante o horário da última aula. Desafio – O desafio consistirá de 4 etapas descritas a seguir, que deverão ser executadas pelos alunos conforme cronograma do anexo I. Etapa 1 – Dos Temas e Pesquisa Bibliografica 1.1. DEFINIR A EQUIPE - O primeiro desafio começará com a definição das equipes, que será formada por 2 ou 3 pessoas dependendo do número de alunos. 1.2 ESCOLHER O TEMA - Após definição das equipes serão sorteados os temas a serem trabalhados 1.2.a. TEMAS - Espectrometria de massa - Ressonância nuclear magnética de H; - Ressonância nuclear magnética de C - Espectroscopia na região do Infravermelho; - Espectroscopia na região do ultravioleta; - Cromatografia Liquida - Cromatografia Gasosa 1.3. Conhecendo os temas, as equipes deverão iniciar as pesquisas bibliográficas para fundamentação do trabalho e cumprimento do desafio com êxito. Etapa 2 – Do Desafio Cada equipe deverá buscar na literatura um artigo cientifico relacionado ao tema sorteado para apresentar aos demais colegas de classe. Espera-se que o aluno aborde os principais conteúdos de cada tema fazendo um link com a pesquisa desenvolvida no artigo cientifico por ele escolhido. Esses artigos poderão ser buscados através das plataformas disponíveis na biblioteca. Etapa 3 – Da Apresentação do Desafio Cada equipe deverá elaborar uma apresentação de no mínimo 40 minutos. Serão avaliados os seguintes quesitos; - Organização e adequação ao tema proposto (até 2,5 pontos); - Coerência e clareza na exposição do tema (até 2,5 pontos); - Uso adequado dos recursos didáticos utilizados (até 2,5 pontos); - Uso adequado do tempo disponível para aula (até 2,5 pontos); Etapa 4 – Da Entrega do Material Cada equipe deverá entregar o trabalho em formato .doc via ministra no padrão detalhado no Anexo II. Ao final de todas as apresentações, o docente agrupará os trabalhos em forma de revista eletrônica cuja via em CD da revista digital PRINCIPAIS TÉCNICAS DE CARACTERIZAÇÃO DE COMPOSTOS ORGANICOS será deixada na Biblioteca da Instituição para consultas futuras. Do prazo de entrega e notas finais A equipe deverá trazer as ideias iniciais para cumprir o desafio bem como o artigo escolhido para analise do professor até dia 4 de abril. A etapa 4 do desafio deverá ser cumprida impreterivelmente até dia 6 de junho. Os desafios serão avaliados com notas de 0 a 10 e terão peso 3 na média final. Anexo II – Modelo a ser seguido para entrega do trabalho no formato .doc I – Tema II – Objetivo III – Introdução abordando o tema do trabalho IV- Dissertação sobre o tema com base no artigo escolhido para o desafio IV – Conclusão sobre o trabalho V- Referencias bibliográficas . Métodos Espectroscópicos • Espectroscopia de absorção: é a medida da quantidade de luz absorvida por um composto em função do comprimento de onda da luz. • Espectroscopia de infravermelho: observa as vibrações das ligações e indica os grupos funcionais presentes. • Espectroscopia de ressonância magnética nuclear: observa o envolvimento químico dos átomos de hidrogénio (ou carbonos) e indica a estrutura dos grupos alquilo dando pistas acerca dos grupos funcionais existentes. • Espectrometria de massa: há o bombardeamento das moléculas com os electrons causando a sua fragmentação. Espectro Electromagnético • Radiações electromagnéticas são caracterizadas pelo – Comprimento de onda (λ): distância entre dois pontos na mesma fase da onda. – Frequência (n): número de ciclos que passam num ponto fixo, por segundo. λn = v Energia do foton = hn, Constante de Planck (h): 1,58 x10-37 Kcal/sec = 6,62 x 10-37 kJ/sec v = 3 x1010 cm/s que é a velocidade da luz • Raios-X são as radiações mais energéticas e que causam ionização; • Radiações UV-Vísivel causam transições electrónicas dentro das moléculas; • Radiações IV causam vibrações moleculares • Radiações rádio (são de muito baixa energia) causam transições de spin nuclear. São usadas no RMN. Espectrometria de massa Técnica analítica usada para identificar compostos desconhecidos, quantificar materiais conhecidos e elucidar as propriedades químicas e estruturais das moléculas. É uma técnica de ionização e fragmentação de moléculas que gera um espectro segundo a razão massa/carga dos fragmentos. Como a maior parte dos fragmentos apresenta carga unitária, o espectro apresenta a massa dos fragmentos. Espectrometria de massas Aplicações • Identificar estruturas de biomoléculas; • seqüenciar biopolímeros como proteínas e oligossacarídeos; • determinar como as drogas são utilizadas pelo organismo; • realizar análises como a confirmação e quantificação de abuso de drogas; • análise de poluentes ambientais; • determinar a idade e origens de espécies em geoquímica e arqueologia; • identificar e quantificar componentes de misturas orgânicas complexas • Elucidação estrutural de moléculas orgânicas e biológicas; • Determinação de massa e fórmula molecular; • Identificação de substâncias; ESQUEMA DE UM ESPECTRO DE MASSAS Amostra - sólida, líquida ou vapor Íons - fase gasosa Condições de alto vácuo Detector - íons geram um sinal elétrico que é proporcional ao número de íons. FONTE DE IONIZACAO OU IONIZADOR Impacto de elétrons (IE) Ionização química (IQ) Ionização por dessorção química (DCI) Ionização por campo/dessorção por campo (FI/FD) Espectrometria de massas de íons secundários (SIMS) Bombardeamento por átomos rápidos (FAB) Dessorção por plasma (PD) Dessorção por laser (LD) Termospray(TSI) Electronspray (ESI) Ionização à pressão atmosférica (API) Espectrometria de massas por neutralização - reionização (NRMS) ANALISADOR Principal funcao é separar os ions formados no ionizados de acordo com sua razão massa/carga. Há diferentes tipos: -Quadrupolos: analisador mais comum, alta eficiencia de transmissao. Consiste em 4 eletrodos e quando os ions acelerados cruzam o quadrupolo, eles sao filtrados de acordo com a razao m/z fazendo que somente os ions de interesse cheguem no detector. - Analisador por tempo de voo (TOF): separa os ions de acordo com o tempo que eles levam para atravessar o tubo de voo. Os ions mais leves viajam mais rapidos pelo tudo e chegam primeiro ao detector. DETECTOR Amplificam o sinal do ion Diagrama esquematico de um espectrômetro de massa Moléculas neutras são inseridas no espectrômetro e são bombardeadas por eletrons com elevada energia que causam a fragmentação das moléculas. Placas aceleradoras e de focalização mandam esses íons na direção de um tubo analisador, porém antes passam por um campo magnético, para que pela diferença de suas cargas e massas, sofram diferença na trajetória. O campo separa os íons em um padrão chamado espectro de massas. A leitura dos espectros possibilita conhecer ou comparar a identidade das espécies-problema com espectros de bancos de dados. Instrumental • A amostra passa por câmaras onde é vaporizada e ionizada • Os íons resultantes são acelerados por um campo elétrico • Ao passar por um imã os íons sofrem deflexões em direção ao detector • Quanto mais pesada a espécie, menos ela é defletida e de acordo com o grau de deflexão é possível determinar suas massas relativas. O processo de ionização leva à fragmentação da molécula A tecnica mais comum na EM é a tecnica IONIZAÇÃO POR IMPACTO DE ELETRONS Um feixe de elétrons de alta energia (70eV) bombardeia moléculas na fase gasosa havendo remoção de um único elétron pelo feixe, com formação do íon molecular denominado CÁTION RADICAL M+. A maior parte desses íons se desintegra em 10-10 a 10-3 s gerando um fragmento carregado positivamente e um radical. FRAGMENTOS IONICOS SÃO DECOMPOSTOS EM FRAGMENTOS MENORES. Quando os ions moleculares principais permanecem intactos durante tempo suficiente para alcançar o detetor, um pico é registrado. O Espectro de massas As massas são colocadas num gráfico ou em tabela de acordo com a sua abundância relativa. Moléculas com heteroátomos • Isotopos: presentes na sua abundância usual. • Hidrocarbonetos contêm 1.1% de C-13, portanto haverá um pequeno pico M+1. • Se Br está presente, M+2 é igual a M+. • Se Cl está presente, M+2 é 1/3 de M+. • Se S está presente, M+2 será 4% de M+. Abundância isotópica 81Br Espectro de massa do enxofre Se S está presente, M+2 será 4% de M+. Espectro de massa do cloro Se Cl está presente, M+2 é 1/3 de M+. Espectro de massa de bromo Se Br está presente, M+2 é igual a M+. Processo de ionização Exemplo INTERPRETANDO O ESPECTRO DE MASSAS Pico do íon molecular: aquele que apresenta maior massa de uma determinada espécie que contêm todos os elementos presentes na forma isotópica mais abundante. Obtenção da massa molecular da substância: é dada pela massa do pico do íon molecular, Em muitos casos, não é possível diferenciar claramente o pico do íon molecular. • interpretação é baseada na química de íons gasosos; • a massa e a abundância relativa do íon molecular indica o tamanho e a estabilidade da molécula; • o número de íons abundantes e sua distribuição na escala de massas são indicativos do tipo de molécula e dos grupos funcionais presentes; • uma molécula composta de subestruturas estáveis conectadas por ligações fracas gera um espectro com poucos fragmentos proeminentes, como o espectro de massas da nicotina. O Íon Molecular M+. - informação mais valiosa de um espectro de massa; sua massa e composição elementar mostram os limites nos quais os fragmentos se situam. para determinados tipos de moléculas, o íon molecular não é suficientemente estável para ser encontrado em quantidades apreciáveis no espectro por impacto de elétrons; deve ser o íon de maior massa no espectro (se coincidir com o pico base) Abundância do íon molecular X estrutura: [M+.] - depende da sua estabilidade ; [M+.] - é um indício da estrutura molecular; [M+.] - usualmente aumenta com o aumento de insaturações e número de anéis; [M+.] - usualmente diminui com o aumento do tamanho da cadeia de uma estrutura; [M+.] - diminui com as ramificações Em geral, a estabilidade da molécula se assemelha a estabilidade do íon M+., e é refletido na abundância do M+. . Pode ser calculada a partir da abundância das fragmentações de picos isotópicos (M+1) para C e (M+2) para S, Br, Cl em relação ao pico do íon molecular. 1. Se M é impar – o composto terá numero impar de N Se M é par– o composto terá numero par de N 2. A abundância relativa do pico M+1 determina o numero de átomos de C Abundancia relativa em % de M+1 / 1,1 3. A abundância relativa do pico M+2 determina a presença de S, O, Cl ou Br 4. Adicionar O ou H na molécula para propor a formula PROPONDO A FORMULA MOLECULAR Perdas neutras lógicas: há somente um certo número de fragmentos neutros de pequena massa que são comumente perdidos na decomposição dos íons moleculares; íons importantes de massas (M - 1)+ , (M - 15)+ , (M - 18)+ e (M - 20)+ normalmente representam a perda de H, Me, H2O e HF respectivamente a partir do íon molecular; íons característicos informação estrutural é difícil: há grande número de possibilidades. Entretanto para vários valores específicos há somente alguns grupos estruturais característicos; m/z 30 - aminas; m/z 77 - fenil; m/z 105 – metilbenzil m/z 149 - ftalato, embora muitos outros compostos possam também gerá-los; m/z 191 - terpanos m/z 74 - ésteres metílicos m/z 58 - metil cetonas lineares Exemplo 1. Um pico molecular com massa 84 com valores de M+1 e M+2 de 5,6 e 0,3 % de M+, sugere qual fórmula molecular? 2. Determine a formula molecular usando a tabela abaixo e indique qual a formula molecular mais provavel Caracterização/identificação da substância a partir das fragmentações, o que pode ser feito de duas formas principais: - Comparação do espectro de massas com de um padrão conhecido: injeta-se a amostra e posteriormente um padrão conhecido e compara-se as fragmentações - Comparação entre espectro obtido de uma bibloteca compilada e o experimental ESPECTRO DE MASSA DAS CLASSES MAIS COMUNS DE COMPOSTOS Hidrocarbonetos • sofrem rearranjos randômicos, o qual é reduzido com ramificações e insaturações. Hidrocarbonetos alifáticos saturados • apresentam íon molecular pequeno; • séries típicas de (CnH2n+1)+ ; • ramificações levam a decréscimo na intensidade do M+. e a um aumento na abundância de (CnH2n+1) devido a quebra e retenção de carga no carbono ramificado; Hidrocarbonetos alifáticos insaturados • aumenta [M+.] somente para compostos de baixo peso molecular; • isomerizam com a migração da ligação dupla; Hidrocarbonetos aromáticos • pico do íon molecular é normalmente bem intenso; • processos de clivagem do anel aromático necessita de alta energia; • posição no anel de substituintes alquilastem pouca influência no espectro; • séries de íons homólogos dos fenilalcanos ocorrem a massas correspondendo a C6H5(CH2)n+ (m/z 77, 91, 105, 119,...) ; • íon mais característico desta série corresponde a ruptura da ligação benzílica com perda do maior grupo alquila; • íon benzílico é estabilizado por ressonância. Espectro de massa dos alcanos Picos moleculares apresentam baixa intensidade. CH3 C H CH3H3CH2CH2C m/z 86 H3CH2CH2C CH CH3 + CH3 CH3 HC CH3 + CH3CH2CH2 m/z 71 m/z 43 Espectro de massa dos alcenos Estabilização por ressonância dos cations é favorecida. Álcoois alifáticos saturados • íon molecular diminui; • dehidrogenação e dehidratação catalítica ou térmica podem gerar íons como (M - 2)+. ; (M - 18)+. e (M - 20)+. , embora também possam advir da fragmentação por impacto de elétrons. Álcoois alifáticos cíclicos • clivagem a é favorável na ligação do anel mais substituída; • reações posteriores pela eliminação de CnH2n leva aos íons característicos com m/z 44, 58, 72, 86,... • perda de água é um caminho principal de decomposição do M+. . Fenóis • o pico (M - CO)+. , usualmente acompanhado pelo (M - CHO)+ , é especialmente útil no reconhecimento dessa funcionalidade; • íons (M - 18 )+. - “efeito orto” • pico (M - 1)+ - advém da perda de hidrogênio benzílico Espectro de massa de álcoois • Álcoois normalmente perdem a uma molécula de água. • M+ pode não ser visível ou ser muito pequeno. Cetonas e aldeídos alifáticos • íon molecular das cetonas é usualmente observado; de aldeídos alifáticos de cadeia longa é normalmente pequeno, mas pode ser identificado pelos fragmentos característicos (M - H2O)+. e (M - C2H4)+. • pico CHO+ (m/z 29) é proeminente para aldeídos pequenos; • clivagem a gerando (M - H)+ é apreciável somente quando RCO+ for bem estabilizado; • apresentam as séries características a m/z 15, 29, 43, 57, 71, 85, 99, 113, 127. Aldeído Cetona Amida Amina Amina Aromático Ácido Carboxílico Éster Éter Haleto Espectrometria de massa • Peso molecular pode ser obtido a partir de uma amostra muito pequena. • As massas dos fragmentos e a sua abundância relativa fornece informação da estrutura da molécula. • Técnica de alta sensibilidade, destrutiva, sendo amplamente utilizada na química forense. • Não envolve a absorção ou emissão de luz. • O feixe de electrons de elevada energia quebra a molécula.