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AVALIAÇÃO NEUROPSICOLOGICA DA ATENÇÃO INSTRUMENTOS DE AUXÍLIO DIAGNÓSTICO DOS
UNESC
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Cerqueira et al, (2006) avaliaram 92 sujeitos, com idade entre 60 e 88 anos de ambos os sexos. Teste Dígitos Vimos até agora testes que focalizam as modalidades visuais de atenção seletiva, mas na modalidade auditiva o mais conhecido (e disponível em nosso meio) é o teste de Dígitos das baterias WISC-III e WAIS-III. Apesar de ser concebida tradicionalmente como tarefa de memória operacional, também demanda a atenção focalizada implicando na atenção executiva, que contribui para a manutenção ativa da informação na memória operacional. No teste de Dígitos o examinador lê em voz alta uma seqüência de números. Para cada item de Dígitos na Ordem Direta, a criança repete os números na mesma ordem em que foram falados. Para cada item de Dígitos na Ordem Inversa, o sujeito repete os números na ordem inversa. Cada item apresenta duas tentativas, com sequencias diferentes, e cada tentativa apresenta o mesmo número de dígitos. No manual do teste (Wechsler, 2002) os pontos para Ordem Direta e Inversa são somados primeiramente em separado, mas o escore total do teste é a soma dos pontos de ambas as partes. Alguns autores contestam a habitual combinação dos resultados da Ordem Direta e da Ordem Inversa, pois do ponto de vista neuropsicológico esses envolvem diferentes 23 atividades mentais e, portanto, são afetados diferentemente em casos de lesões cerebrais (Lezak, 1995), em crianças com TDA/H (Brock & Bohlin, 2006; Rizzuti et al, 2008) ou distúrbios de aprendizagem (Cruz et al., 2007). Brito et al. (1998) fornecem dados normativos na população brasileira para o span ordem direta e inversa, em crianças de 5 a 16 anos de idade. Testes de Atenção sustentada Teste de Desempenho Contínuo O Teste de Desempenho Contínuo (Continuous Performance Test – CPT), uma tarefa de vigilância desenvolvida inicialmente por Rosvold em 1956 para discriminar déficits de atenção em indivíduos com lesões cerebrais, tornou-se um dos mais populares instrumentos de pesquisa e diagnóstico em todo o mundo. De forma geral, o CPT requer que o sujeito mantenha a atenção e responda à presença ou ausência de um estímulo específico num conjunto de estímulos distratores apresentados continuamente. Este estímulo pode ser simples (ex. uma letra “X”) ou uma seqüência de estímulos (ex. letras AX, quando deve responder ao estímulo “X” somente se precedido do estímulo “A”). O número de erros por omissão (omissions), quando a resposta não é dada após aparecer o alvo, é considerado como medida de inatenção. Já o número de erros por co-omissão ou falsos alarmes (commissions), quando o sujeito responde ao estímulo não-alvo, reflete impulsividade (Corkum & Siegel, 1993, Miranda et al.2008). Várias versões do CPT foram desenvolvidas após a tarefa original (CPT-X; CPT- AX; CPT-XX; CPT-IP). Há versões com a modalidade auditiva e visual, o tipo de estímulo 24 apresentado pode diferir (letras, números, cores ou formas geométricas), assim como a natureza da tarefa (responder a estímulos simples, a uma seqüência de estímulos ou a cada estímulo com exceção de um). Na modalidade visual, a versão comercial do CPT que tem sido mais utilizada é a Conners´ Continuous Performance Test – CPT II (Conners, 2002). Esta versão é uma tarefa visual computadorizada que requer discriminação entre estímulos não-alvos (letra X), e alvos (letra não-X), sendo o sujeito instruído a apertar a tecla do computador para qualquer tecla que apareça na tela, exceto para a letra X. Sendo assim, o teste exige a inibição de uma resposta, pois requer do sujeito a interrupção de uma resposta motora contínua. Os índices empregados na versão Conners´ CPT-II diferem de outras versões, uma vez que esta, além das medidas tradicionais de omissões, co-omissões e tempo de reação inclui medidas baseadas na teoria de detecção de sinais (signal detection theory). A teoria de detecção de sinal se aplica como medida de distinção entre os vários determinantes do desempenho do sujeito numa tarefa de sustentada. Em qualquer tarefa dessa natureza a questão fundamental é determinar se há declínio devido a uma perda na sensibilidade perceptual para detectar o sinal ou se é devido a mudanças no critério de decisão de resposta (Parasuraman, 1999). Desta forma, através dessa teoria incorpora-se no Conners´ CPT II outras medidas como a capacidade de discriminação dos sinais (sensibilidade perceptual - d’) e índices de mudanças no critério de decisão (critério de resposta - β) (Corkum & Siegel, 1993; Miranda et al. 2008; Parasuraman, 1999). Adicionalmente, o Conners´ CPT inclui outras medidas importantes de tempo de reação do que as versões tradicionais, que medem apenas a velocidade da resposta. O Conners´CPT inclui medidas de variabilidade e consistência do tempo de resposta expressa em termos de desvio-padrão (variability e Hit RT Std. Error, respectivamente) relacionados 25 à inatenção; medidas de mudanças no tempo de resposta em diferentes intervalos entre estímulos (ISIs), indicadores importantes da habilidade do respondente se adaptar às mudanças na taxa de apresentação dos estímulos com o decorrer do tempo, o que confere sensibilidade ao teste para detectar problemas atencionais. (Conners, 2002). Um estudo na população brasileira apresenta dados de desempenho de 384 crianças na idade escolar (Miranda et al., 2008a). Os resultados mostraram efeitos de gênero e idade em diversas medidas do teste, similares aos encontrados em outras culturas. Os autores ainda realizaram uma comparação com os dados da normatização americana e encontraram diferenças significativas em quase todas as medidas, sendo que a amostra brasileira teve melhor desempenho, principalmente conforme aumenta a idade das crianças. Miranda et al (2008) destacam que as médias e desvios-padrão apresentados podem ser úteis como referência nacional para avaliação de crianças com transtornos de atenção, até que se possa ter mais estudos para determinar se o teste Conners´CPT-II é livre de fatores culturais. Os mesmos autores (Miranda et al, 2008b, submetido) apresentam ainda dados para crianças pré-escolares de 4-5 anos de idade utilizando a versão Conner´s Kiddie CPT, o que é importante devido ao fato de que, como salientam Mahone et al. (2005), aproximadamente 2% de crianças nessa fase manifestam sintomas de TDA/H e há escassez de medidas para uso com pré-escolares, em nível nacional e internacional. Rielly et al. (1999) e Diehl & Palumbo (2007) referem que apesar do CPT ter alta sensibilidade (em torno de 88% na detecção do TDAH), ele apresenta baixa especificidade (da ordem de 20 a 37%) para a identificação de diferentes subtipos de TDA/H. Esses testes (Conners´ CPT e K-CPT) ainda não são comercializados no Brasil, e têm sido utilizados apenas por pesquisadores brasileiros em estudos diagnósticos (Miranda et al., 2008; Rohde & Mattos, 2003; Rizzuti et al., 2008,). 26 Feniman et al. (2007) desenvolveram no Brasil o THAAS (Teste da Habilidade da Atenção Auditiva Sustentada) o qual é baseado no CPT auditivo (ACPT-Auditory Continuous Performance Test). O teste apresenta uma lista de 21 palavras monossilábicas, gravadas em voz masculina e apresentadas na proporção de uma palavra por segundo, as quais são repetidas e rearranjadas aleatoriamente, formando uma lista de 100 palavras incluindo as 20 ocorrências da palavra-alvo que são: não (palavra-alvo), pé, sim, flor, gol, trem, mar, sol, quer, mal, lã, boi, meu, sal, pai, gás, vou, céu, já, pó e um.. A lista gravada em CD é apresentada seis vezes sem interrupção. A criança é instruída que irá ouvir uma lista de palavras e que levante a mão toda vez que ouvir a palavra “não”.