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Agrostologia e plantas tóxicas

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FESO
Medicina Veterinária
Agrostologia
e
Plantas Tóxicas
Giselle Keller El Kareh de Souza
Teresópolis - 2005
Índice
Alimentos										pág. 03
Pastagens no Brasil									pág. 04
Sistemas de produção de gado de corte						pág. 05
Plantas forrageiras									pág. 09
Classificação quanto ao hábito de crescimento				pág. 16
Regiões pastoris do Brasil								pág. 20
Fatores que afetam a produção forrageira					pág. 41
Estratégias de suplementação volumosa					pág. 53
Alimentos
Agrostologia: estudo das plantas utilizadas para pasto. São mais de 250 plantas diferentes.
Custo: Segue abaixo uma tabela com a média de preço de custo de alimentos utilizados em ração animal:
	Alimentos
	R$/kg
	U$/tonelada
	Ração (gado de leite) 22% PB
	0,35 à 0,70
	-
	Farelo de soja 42/48% PB
	0,55 à 0,65
	-
	Soja (caroço)
	0,35 à 0,45
	180 à 200
	Milho
	0,30
	120
	Farelo de algodão
	0,35 à 0,45
	-
	Caroço de algodão
	0,15 à 0,30
	-
	Polpa cítrica
	0,20 à 0,30
	-
	Resíduo de cervejaria
	0,12
	125
Obs: na base da matéria seca o resíduo de cervejaria custa R$ 0,50 o kg e 1 caminhão com 8 toneladas custa mil dólares.
O resíduo de cervejaria tem uma alta quantidade de vitaminas e isso favorece o crescimento microbiano dentro do rumem, auxiliando a digestão dos animais.
	Volumosos e concentrados
	Custo em R$/kg
	Comercializado em R$/kg
	Feno de alfafa
	0,50
	1,30 à 1,60
	Feno de tifton 85
	0,15
	0,25 à 0,40
	Silagem de milho (kg matéria seca)
	0,12
	0,25
	Silagem de sorgo (kg matéria seca)
	0,10
	0,18
	Silagem de capim elefante
	0,08
	0,15
	Cana *
	0,08
	0,15
	Pastagem alta intensidade de uso**
	0,03
	0,06
	Pastagem baixa intensidade de uso
	0,02
	0,04
* A vantagem da cana é que ela não precisa ser conservada e produz também no frio e na seca.
** Pode manter-se até 4 vacas/hectare.
Pastagens no Brasil
Brasil – 840.000.000 ha de território. (1ha = 10.000m²)
Pastagens – 198.000.000 ha, que correspondem à cerca de 21% do território.
Temos três tipos de pastagens: 
Nativa: são áreas formadas por forragens do continente americano que ocorrem de forma espontânea, como o pampa gaúcho, pantanal e diversas regiões de cerrado. Como exemplo temos os capins pojuca, grama batatais, capim Ramires, capim canarana.
Naturalizada: são pastagens de forrageiras, oriundas geralmente do continente africano, introduzidas a mais de 250 anos e que ocorrem espontaneamente. Como exemplo temos o capim colonião, Jaraguá, gordura, angola.
Melhorada: formada por forrageiras oriundas de outros continentes, introduzidas a cerca de 100 anos e podem ocorrer de forma espontânea. Como por exemplo, temos capim elefante, brachiaria, brachiarão, quicuio da Amazônia, tifton 85, coast-cross.
Obs: Ao dizer que as pastagens podem ocorrer de forma espontânea, significa que as sementes podem ser carreadas pelo ar, por pássaros, etc.
(Pastagens nativas do cerrado:
Capacidade de suporte (UA/ha) – unidade animal por hectare.
0,2 – 0,7 UA/ha ( produção da forrageira no cerrado - capacidade de suporte.
(Pastagens nativas do Pantanal:
Capacidade de suporte (UA/ha)
0,5 – 0,9 UA/ha.
(Naturalizada seca:
Capacidade de suporte (UA/ha)
0,7 – 1,8 UA/ha.
(Melhorada seca:
Capacidade de suporte (UA/ha)
0,5 – 1,2 UA/ha.
Obs: A Brachiaria é fundamental para o nosso sistema de pastagens, porque tem baixa exigência nutricional (relacionada à fertilidade do solo), é propagada por semente e tem grande produção de sementes.
Com a queda do café, o solo que era usado em seu cultivo havia se tornado mais infértil, tendo a necessidade de um capim que não necessitasse de solo fértil, como a Brachiaria.
Pastagens Nativas e Naturalizadas: aproximadamente 100.000.000ha;
Pastagens Melhoradas: 98.000.000ha.
Destes 98 milhões de hectares, 80% corresponde a pastagens do gênero Brachiaria, equivalendo a 78 milhões de hectares. Estima-se que 80% destes 78.000.000 hectares seja ocupada por Brachiaria decubens (referindo-se a pastagens melhoradas). Esta estimativa se dá com base na comercialização de sementes.
Obs: Rebanho bovino 180.000.000:
30 – 35% do rebanho é composto por matrizes, o que equivale a 50.000.000.
Natalidade 50 – 60% (55% das matrizes que estão parindo) o que equivale a 27.500.000 de parições.
Beef point: 48.000.000 nascimentos 0,30 UA – 14.400.000
 48.000.000 1-2 anos 0,65 UA – 31.200.000 +
 48.000.000 2-3 anos 0,85 UA – 40.800.000
 Total 86.400.000
 Vacas 80.000.000 	+	 80.000.000
 = 166.400.000
U.A rebanho 166.400.000 ÷ Área de pasto 198.000.000 = 0,84 UA/ha (média).
Sistemas de produção de gado de corte
Sistema 1: confinamento
Sistema 2: uso de pastagens
Peso ao nascimento: 32kg
Período de aleitamento: 5 a 7 meses
Desmame do bezerro: 5 a 7 meses: 140 a 170kg
Em sistemas mais intensificados há arraçoamento (administração de ração), o que faz com que no desmame o bezerro esteja com 180 a 210kg.
Quadro comparativo
	
	PV (kg)
	Média PV (kg)
	Taxa %
GPV/PV
	Valores de GPV (kg)
	Ganho de peso admitido (kg)
Confinado À pasto
	Cria
	150 - 250
	200
	0,3 - 0,5
	0,6 - 1,0
	0,80
	0,32
	Recria
	250 - 350
	300
	0,25- 0,45
	0,75-1,35
	1,00
	0,60
	Engorda
	350 - 450
	400
	0,22- 0,40
	0,88-1,60
	1,28
	0,70
Obs: O ganho de peso vivo (GPV) se baseia em 80% do mínimo em gado à pasto (cria: 0,6; recria: 0,75; engorda: 0,88) e 80% do máximo em gado confinado (cria: 1,0; recria: 1,35; engorda; 1,60).
	Dias para atingir o peso desejado
	
	Confinado
	À pasto
	Cria
	125
	312
	Recria
	100
	166
	Engorda
	78
	142
	Total:
	303 (10 meses)
	620 (19 meses)
Na cria, o ganho de pese é de 100kg (de 150 à 250), o mesmo ocorrendo na recria e na engorda. Para calcular a quantidade de dias para atingir o peso desejado, pega-se os 100kg e divide-se pelo ganho de peso admitido. Ex: 100 ÷ 0,80 = 125; 100 ÷ 0,32 = 312.
Consumo
Baseia-se no peso vivo – (% PV em kg de MS: matéria seca).
Muito alto: o animal consome em torno de 2,5 a 3,2% de seu PV.
Alto: consumo de 2,2 à 2,5% de seu PV.
Médio: 1,8 à 2,2%.
Baixo: 1,2 à 1,8%.
Muito baixo: menos que 1,2%.
Obs: Cada alimento tem sua aceitabilidade pelo animal, o que limita seu consumo. Ex: farinha de peixe: se usar mais de 10% na ração de bovinos, diminui o consumo, pois não aceitam bem este alimento.
Em confinamento, o consumo é alto (média de 2,35% do PV). À pasto, o consumo é de médio a baixo, tendo em média 1,8% do PV.
	Consumo de matéria seca por animal (MS/animal)
	Confinado
	À Pasto
	Kg/dia
	Kg/período
	Kg/dia
	Kg/período
	4,70
	588
	3,60
	1.123
	7,05
	705
	5,40
	896
	9,4
	733
	7,20
	1.022
	Total:
	2.026
	Total:
	3.041
Obs: 200 x 2,35 = 4,70 (200 = média PV na fase de cria; 2,35 = média de consumo confinado). 4,70 x 125 = 588 (4,70 = consumo de MS/kg/dia; 125 = dias confinado na fase de cria para atingir o peso desejado). 200 x 1,8 = 3,60 (200 = média PV; 1,8 = média de consumo à pasto). 3,60 x 312 = 1.123 (3,60 = consumo de MS/kg/dia; 312 = dias à pasto na fase de cria para atingir o peso).
Em confinamento, para obtermos estes resultados, os alimentos utilizados são:
Volumoso: silagem de milho.
Concentrado: qualquer mistura.
	
	R$/kg/MS
	Participação na ração
	Volumoso
	0,20
	40 – 60%
	Concentrado (média usando subprodutos)
	0,35
	60 – 40%
Na fase de cria, para obter 100% de rendimento, seria necessário 80% de concentrado e apenas 20% de volumoso, o que tornaria inviável, já que causaria acidose.R$/kg/MS
	Participação
	R$/100kg
	Volumoso
	0,20
	60%
	12,00
	Concentrado
	0,35
	40%
	14,00
	Total:
	26,00
Se cada 100kg de MS = R$ 26,00, então 1kg de MS = R$ 0,26.
O consumo total por período (em quadro anterior) é de 2.026kg.
Portanto o consumo em gado confinado será: 2.026 x 0,26 = R$ 526,70.
À pasto:
	
	R$/kg/MS
	Pasto de baixa tecnologia
	0,030
	Pasto de alta tecnologia
	0,045
Com um bom manejo de pasto, os animais consomem 60% deste pasto, restando 40% que irá rebrotar.
* Consumo do pasto = 60%
Portanto: Consumo do pasto por período total = 3.041 (que equivale à 60% do pasto produzido).
100% seria: 3041/X x 60/100 = 30.410/6 = 5.070.
O animal irá consumir 3.041, mas é necessário que se produza 5.070 de pastagem. Esse é o valor que deve ser computado no custo da produção:
O custo de produção à pasto será:
5.070 x 0,030 = R$ 152,10 (baixa tecnologia)
5.070 x 0,045 = R$ 228,15 (alta tecnologia)
O peso de abate é de 450kg/PV.
1@ = 15kg (carcaça)
O rendimento de carcaça é de 50% (média entre macho - 53, e fêmea - 49; gado puro e mestiço).
Machos: 450/2 = 225kg carcaça.
	 225/15 (1@) = 15@
É o mesmo que:
	 450/30 (2 x 15 – 1@) = 15@
Fêmeas: desconta-se 1kg PV/@, ou seja, 450kg tem 15@, desconta-se 15kg.
	 450 – 15 = 435kg
	 435/30 = 14,5@
1@ hoje = R$ 48,00
Portanto: 48 x 15@ = R$ 720,00
Em animais confinados, a dieta equivale a ± 70% do custo. À pasto equivale entre 30 a 50% do custo. Portanto:
Confinado:	Custo = 526,70
	Preço final = 720,00
	Lucro = 193,30
À pasto:	Custo = 208,15
	Preço final = 720,00
	Lucro = 511,85
Obs: desconsiderando-se os custos com compra de bezerros, vacinação, mão de obra, sal mineral.
Plantas forrageiras
As plantas forrageiras devem ser boas para consumo, terem alta produção por área, boa adaptação para pastejo e devem ter valor nutritivo adequado.
Geralmente as plantas consideradas forrageiras são pertencentes a duas famílias:
Gramíneas – Gramineae são os capins, é a mais importante.
Leguminosas – Leguminosoeae.
Gramíneas
Pelo lado botânico, uma gramínea se caracteriza por apresentar um caule segmentado, que é chamado de colmo, e um sistema radicular do tipo fasciculado (cabeleira), não possuindo uma raiz principal.
80% das raízes das gramíneas chegam a 20-30cm de profundidade. Isso não é vantajoso, pois com isso o solo fica mais susceptível a erosão. Não conseguem grande fixação ao solo, pois suas raízes não têm profundidade, nem conseguem captar águas mais profundas na seca. Por outro lado, o aproveitamento da água da chuva e dos fertilizantes é muito maior pelas gramíneas.
Cada segmento do colmo (também chamado de perfilho) é composto por um nó. Associado a cada nó tem origem uma folha (formam um gomo ou entre nó: gema lateral, bainha da folha, lâmina folhear). O nó é a região germinativa da folha. É composta também pela gema lateral (a “muda”), que vai funcionar como semente - esta gema fica por dentro da bainha. Uma gramínea sempre apresenta uma folha para direita e uma folha para esquerda, com disposição alternada.
No ápice da planta há uma região chamada de meristema apical (tecido de formação de células diferenciadas que vai dar origem às formas vegetativas e reprodutivas).
Obs: Perfilhamento: produção ou emissão de perfilhos, característica mais abundante em gramíneas. É um processo de brotação.
Perfilho
Unidade, estrutura de crescimento da planta. Nas gramíneas corresponde a um colmo. As gramíneas perfilham muito (produzem muitos perfilhos).
Os perfilhos surgem à partir da base da planta (abaixo e acima do solo), por um processo de brotação das gemas (gemas dos gomos). Essa característica confere uma alta produção por área.
Do perfilho principal surgem os primários e secundários, podendo ocorrer diversas gerações de perfilhos primários.
Os perfilhos primários são originários do perfilho principal, quando este perfilho principal apresenta entre 3 e 8 folhas (o perfilho principal surge primeiro com uma folha apenas). Podem surgir vários perfilhos principais na primeira geração.
Vamos exemplificar com a Brachiaria brizantha: sua primeira geração de perfilho primários surge quando o perfilho principal está com mais ou menos 5 ou 6 folhas, surgindo 3 perfilhos primários. A segunda geração de perfilhos primários surge quando o perfilho principal está com 9 ou 10 folhas, originando novos 3 perfilhos primários.
Obs: As plantas acumulam reservas – amido, sacarose, óleo (este é mais elaborado). O piruvato é a fonte energética da planta (equivale a glicose dos mamíferos).
Continuando com o exemplo: Quando o perfilho primário de primeira geração atinge 5 ou 6 folhas, ele está produzindo mais energia (fotossíntese) do que necessita. Essa energia é translocada para as gemas basais. Nestas gemas basais essa energia é utilizada para estimular a brotação. Com isso, leva ao surgimento dos perfilhos secundários (que surgem dos perfilhos primários).
Meristema apical 
Tecido diferenciado que origina as folhas. Se localiza (em plantas eretas), mais ou menos 20cm abaixo da inserção das últimas folhas. Isso para que fique protegido do pastejo e não seja eliminado, pois impediria a possibilidade de formação de novas folhas.
O meristema não sendo cortado, proporciona um rebrotamento mais rápido após o pastejo. As diversas gerações de perfilhos, com diferentes idades, proporcionam uma manutenção de meristemas apicais (mesmo com a perda de alguns) quando acontece um rápido rebrotamento.
Para que isso aconteça, cada gramínea possui um tamanho ideal para ser pastejada, para dispor de perfilhos primários e secundários, garantindo a permanência de meristemas apicais suficientes para rebrotamento. 
Ex.: Brachiaria brizantha: entrada dos animais – quando ela atingir de 50 a 80cm; saída dos animais – quando estiver com 25 a 30cm (levará mais ou menos 30 dias para que possa haver o rebrotamento). O tempo dependerá do número de animais por área.
Se ficarem por mais tempo, o capim pode ficar com apenas 10cm, o que levará de 45 a 50 dias para rebrotar, eliminando muitos meristemas apicais. Com isso, a rebrota ficará demorada, já que terão que surgir novos perfilhos da gemas para que nasçam novas folhas.
Ficando apenas 10cm, ficarão somente perfilhos muito leves, levando a uma rebrota mais demorada e o capim ficará com baixa altura. Já ficando 30cm, permanecerão perfilhos mais pesados, com mais meristemas apicais, levando a uma rebrota mais rápida e o capim ficará com mais altura.
A região de meristema apical produz o ácido indol acético (hormônio inibidor da brotação de gemas). O hormônio giberilina estimula a brotação das gemas e fica circulante por toda planta.
No capim elefante (muito usada para capineiras, por sua alta capacidade de rebrota), que é cortado próximo a base, remove-se todo o meristema apical e com isso leva-se a produção de ácido indol acético (já que era produzido pelo meristema apical). A giberilina entra em ação, estimulando o rápido rebrotamento do capim elefante. No verão (quando se tem muito luz e água), se o solo da capineira for bem adubado, em aproximadamente 30 dias já está em ponto de corte novamente.
Obs: Pennisetum purpureum = capim elefante. Possui vários cultivares (que são as variantes): napier, cameroom, gramafante, roxo, elefante de pinda, guaçú, mineiro, pioneiro, Mercker, Taiwan A- 142, 144, 146, 148, 152. Eles diferem quanto a grossura do colmo, mais ou menos joçal, época de floração, etc.
Para eqüinos, não é bom fornecer capim elefante de variedade que tenha caule muito grosso, pois possui muito carboidrato e pode fermentar no coxo. O ideal para eqüinos é o pioneiro (colmo mais fino).
Algumas variedades possuem menos joçal (pêlos), o que não faz diferença para o animal. Em contato com a pele humana eles causam muita coceira. Ex.: napier, gramafante, Taiwan (principalmente 146 e 144).
Para eqüinos, a melhor gramínea parapastagem é o coast-cross, que possui alto teor protéico e nutritivo, além de ter excelente digestibilidade.
Leguminosas 
São plantas interessantes para serem cultivadas em pastagens, pois para o mesmo estádio de desenvolvimento, estas plantas apresentam maior concentração (teor) de proteína bruta e aproveitamento maior (maior digestibilidade) que as gramíneas. Possuem valor nutricional mais elevado.
PB → 5 a 10 pontos percentuais a mais do que a gramínea. 
Gramíneas→ 3 a 12% de PB	Leguminosas→ 5 a 22% de PB.
Digestibilidade → 5 a 12 pontos percentuais a mais que a gramínea.
As leguminosas possuem associação com bactérias fixadoras de N atmosférico e quem promove o crescimento das plantas forrageiras é a adubação nitrogenada (nitrogênio). 
Simbiose entre a leguminosa e bactérias fixadoras de nitrogênio
A bactéria fixadora de nitrogênio causa uma infecção na raiz formando um nódulo. A planta fornece para as bactérias os carboidratos que elas necessitam e as bactérias fixam o Nitrogênio do ar do solo para as plantas.
O Nitrogênio atmosférico possui uma tripla ligação, que é difícil de quebrar:
Nitrogênio atmosférico
Para quebrar essa tripla ligação, é necessário que haja ausência de O2, pois a enzima nitrogenase (que promove a quebra) só funciona na ausência de oxigênio. Essas bactérias produzem nitrogenase e Leg hemoglobina no nódulo.
A Leg hemoglobina funciona como reguladora da presença de oxigênio no nódulo (é transportadora de O2, da mesma forma que a hemoglobina sanguínea).
O N é muito importante para a produção de proteínas pelas plantas, aumentando a produção de nutrientes da pastagem.
OBS: a bactéria usa o ar do solo para captar o N2 e transformar NH2, no nódulo (no sistema radicular). NH2 é aproveitado pela planta.
Obs.: Ervilhaca – leguminosa de climas temperados muito usada no sul para preparar o solo para plantação de milho, na intenção de aumentar a concentração de N no solo. Passa-se um trator por cima da plantação de ervilhaca, incorporando ao solo e planta-se o milho. A decomposição da leguminosa libera o N que é aproveitado pelo milho.
Características de uma leguminosa
Não apresenta caule segmentado (como a gramínea);
Fixa N2 
Possui sistema radicular com uma raiz principal chamada pivotante que tem desenvolvimento mais profundo, podendo chegar a uma profundidade de até 2/3m – (as gramíneas possuem raízes fasciculadas, não tendo uma raiz principal, e só atingem 20/30cm). 
Obs: Em áreas de lençol freático muito superficial, se houver contaminação por fungo e a raiz da leguminosa (que pode atingir até 2,5 a 3m) chegar até ele, pode levar ao desenvolvimento de antraquinose e pode exterminar toda a plantação. Mas nem toda leguminosa é sensível a antraquinose (a alfafa é).
Esse sistema radicular mais profundo permite que tenham maior resistência a seca que a gramínea, pois conseguem chegar a áreas mais profundas do solo tendo maior acesso a água.
Possui vagem: estrutura fechada com sementes dentro, todas de um mesmo lado. As vagens têm formatos diferentes, podendo se apresentar inclusive espiraladas (ex: Acácia manja). O fruto de uma leguminosa sempre é uma vagem.
Obs: O que define o que é uma folha é a presença de uma gema caulinar (ou lateral).
Não apresentam um meristema apical característico: a região de onde se originam novas folhas (tecidos meristemáticos) são gemas laterais (caulinares). No pastejo, o animal ingere as folhas, levando boa parte do tecido meristemático, o que faz com que o rebote seja muito mais lento que os das gramíneas – característica que dificulta seu uso como pastagem, apesar de possuir maior teor nutritivo. 
Classificação quanto ao hábito de crescimento
Gramíneas
Crescimento cespitoso ou ereto: caracteriza-se por uma estrutura de perfilho perpendicular ao solo. Podem ser de porte alto, médio ou baixo.
- Porte alto: capim elefante (Pennisetum purpureum), capim colonião, mombaça, tobiatã, Guatemala, cana de açúcar, milho, sorgo, Venezuela. São plantas que podem atingir mais de 2 metros.
- Porte médio: Capim Jaraguá, andropogon, pojuca, tanzânia-1, setária, centenário, braquiarão, MG-5, milheto. São plantas que podem atingir de 1 a 1,20 metros.
- Porte baixo: Capim aruana, capim vencedor, Rhodes, aveia, azevém, Buffel. São plantas que atingem menos de 1 metro.
As plantas de crescimento cespitoso formam touceiras, ou seja, conjuntos de perfilhos de uma mesma planta ou de plantas vizinhas. A medida em que os perfilhos vão surgindo, suas folhas vão crescendo, o que impede a chegada de luz na base da planta. Com isso, algumas áreas do solo ficam sem uso (ao redor das touceiras). Com o pastejo, estas áreas ficam descobertas e podem sofrer ação de erosão, principalmente se estiverem em áreas de aclive.
A cana como não sofre pastejo (é cortada uma vez ao ano e no período seco, ao contrário do pastejo que ocorre até 7 vezes no período de chuvas) pode ser plantada em áreas inclinadas. Capineiras devem ser plantadas em áreas de aclividade suave.
Crescimento prostrado ou estolonífero: são as gramíneas rasteiras. Emitem estolões. Um mesmo gênero pode ter espécies de crescimento diferente.
Gênero Brachiaria: capim Quicuio da Amazônia; Brachiaria humidicula.
Gênero Cynodon: Tifton 85, Tifton 68, Coast-cross, Capim estrela africana (talo claro), Capim estrela de Porto Rico (talo roxo), Florona, Florico, Florakirk.
Gênero Pennisetum: P. clandestinum – Capim Kicuio verdadeiro.
Gênero Paspalum – Grama batatais, capim Ramirez, capim amargoso, grama Pernambuco (P. maritimum), capim pensacola, capim Tifton-9.
Obs: Tifton – cidade da Geórgia (EUA) onde existe um programa de melhoramento de gramíneas. As gramíneas desenvolvidas lá recebem o nome da cidade, seguidas de um número correspondente a espécie criada (que podem ser de gêneros diferentes).
Obs: Grama batatais, capim amargoso, e grama Pernambuco, quando surgem ou predominam em uma pastagem, significa que o solo está com baixa fertilidade (ácida, com pouco fósforo). Se houver um mau manejo, ou seja, deixar que prevaleçam e não corrigir o solo, estas gramíneas acabarão sendo substituídas por invasoras e facilitarão a erosão.
As melhores opções para o cultivo em áreas de declive são:
- Capim Hemarthria, capim do Nilo.
- Digitaria transvala, Pangola, Suazi.
Obs: Estolão – é um caule (ou perfilho) de gramíneas de crescimento prostrado que apresenta entre-nós longos e folhas rudimentares. Os entre-nós longos distanciam as gemas. Plantas com essa característica são extremamente agressivas do ponto de vista de propagação (dispersão).
As estoloníferas, se propagam mais rápido que as demais, inclusive mais que as que se disseminam por sementes, pois estas demoram um certo tempo até brotar e crescer.
Obs: Brachiaria decubens – baixa exigência nutricional, propagação é feita por sementes, alto vigor de estabelecimento e é extremamente agressiva do ponto de vista da competição. Estes motivos levaram essa planta a ser escolhida para cultivo na região de Teresópolis, que é extremamente montanhosa (o que levaria a primeira opção por uma planta estolonífera, mas não é o que ocorre na prática).
Crescimento decumbente: o perfilho pode começar a crescer de forma ereta e depois ficar paralelo ao solo, ou começar a crescer paralelo ao solo e subir, ficando o perfilho de forma ereta. Cada vez que toca o solo (a gema do perfilho), brota novamente dando origem a um novo perfilho que desenvolve sistema radicular. São gramíneas que podem ser cultivadas em áreas de aclive.
Ex: Brachiaria decumbens, Dictyoneira, Capim Angola, Tangola, Tanner-grass e Capim gordura (se dissemina por sementes leves, que são levadas pelo ar).
Leguminosas
Crescimento rasteiro: as leguminosas de crescimento rasteiro devem ser preferencialmente cultivadas com gramíneas de crescimento estolonífero, ou uma segunda opção com crescimento decumbente.
Ex: Amendoim forrageiro (Arachispintoi), Indigofora sublata.
O amendoim deve ser cultivado em áreas úmidas, tem crescimento lento e sua semente é muito cara (1kg = R$40), a semente fica enterrada e para ser colhida deve-se revolver o solo. Pode-se plantar por muda, sendo mais barato, mas o crescimento também é lento.
Trevos: branco, vermelho, encarnado, subterrâneo. Os trevos são leguminosas anuais que não resistem a altas temperaturas, ficando restritas ao sul do Brasil, apesar de poderem ser cultivados em regiões serranas, de clima ameno, como Teresópolis, Friburgo, Petrópolis, Campos do Jordão.
Crescimento volúvel ou trepador: plantas que precisam de um “tutor” para se desenvolver, ou seja, cresce sobre outra planta, mas não é um parasita, apenas usa o tutor como apoio.
Ex: Soja perene, Kudzu tropical, Centrosema, Calopogônio, Desmodium adcendeno, Macrotiloma, Siratro, (todas estas leguminosas são utilizadas para pastejo).
Obs: Leguminosas utilizadas para adubação verde – elas até podem ser utilizadas para alimentação animal, mas seu uso geralmente é destinado para adubação. Ex: Mucuna preta, rajada, cinza; feijão de porco; Lab-Lab.
Crescimento herbáceo: em geral apresentam até 1 metro de altura.
Ex: Alfafa; Desmodium ovalifolium (possui alto teor de polialcanos) - muito usada em pastagens consorciadas com Brachiaria decumbens.
Obs: Os polialcanos são substâncias de defesa da planta contra insetos, mas que no rúmen diminuem a população de bactérias, reduzindo a eficácia da digestão de fibras – o animal deixa de consumi-la, o que permite que fique no solo fazendo seu papel de fixar nitrogênio e produzir matéria orgânica (folhas que caem ao solo e se decompõem), melhorando a qualidade deste solo.
Stylozanthes – Mineirão e Campo Grande. Também possuem alto teor de polialcanos e fenóis (fenóis produzem o mesmo efeito que os polialcanos), sendo de baixo consumo.
Crescimento arbustivo: entre 1, 2 e 3 metros de altura.
Ex: Guandu, Sabiá, Erithrina, Glirecidea.
Crescimento arbóreo:
Ex: Leucena: Leucocephala e Diversifólia.
	Cratília.
Regiões Pastoris do Brasil
Cada região possui aspectos favoráveis e desfavoráveis (geograficamente), que possibilitam o desenvolvimento de determinadas forrageiras (gramíneas e/ou leguminosas).
Quadro Geológico do Brasil
Geomorfologia
A história geológica da Terra iniciou-se há aproximadamente 4,5 bilhões de anos, na era Pré-Cambriana. A partir do resfriamento superficial do magma, consolidaram-se as primeiras rochas, por isso chamadas magmáticas ou igneas (do radical latino ignis, que sugere idéia de fogo). A cristalização dos minerais e as transformações da estrutura molecular das rochas deram origem a estruturas geológicas compostas de rochas magmáticas, as quais denominamos escudos cristalinos. Formou-se, assim, a litosfera (do radical grego litbos, que significa pedra ou rocha ou crosta terrestre primitiva). A liberação de gases decorrente do resfriamento originou a atmosfera, responsável pela ocorrência das chuvas e pela formação de lagos e mares nas depressões preenchidas pela água. Assim, iniciou-se a ação do intemperismo (ou decomposição química das rochas), processo responsável pela formação dos solos e conseqüente início da erosão.
As partículas minerais que compõem os solos transportadas pela água, dirigem-se aos lagos e mares, onde a pequena velocidade de escoamento da água possibilita a sedimentação. Ao longo de milhões ou mesmo bilhões de anos, essas depressões foram preenchidas com sedimentos, constituindo as bacias sedimentares, áreas relativamente planas, independentes da altitude. Nessas bacias, são encontradas rochas formadas pela compactação física e química de partículas minerais, denominadas rochas sedimentares. Portanto:
- Escudos cristalinos: formado por rochas do período Pré-Cambriano (mais antigo). São os planaltos.
- Bacias sedimentares: originária da deposição de sedimentos nas áreas mais baixas da crosta terrestre, ocorrida nos períodos Paleozóico, Mezozóico e Cenozóico (um pouco mais recente). São as planícies.
- Dobramentos modernos: constituem as cadeias montanhosas, resultantes dos movimentos das placas tectônicas no período terciário.
A estrutura geológica brasileira é constituída por bacias sedimentares (64%) e escudos cristalinos (36%). Por encontrar-se no meio da placa tectônica sul-americana, o Brasil não possui cadeias montanhosas ou dobramentos modernos, portanto, não está sujeito a terremotos e vulcões freqüentemente. O tectonismo (movimento das placas) que ocorreu no passado originou os escudos cristalinos brasileiros, tais como Serra da Mantiqueira e do Mar. Os escudos cristalinos foram muito desgastados pela erosão, apresentando altitudes modestas e formas arredondadas.
Bacias Sedimentares: correspondem à 64% do território, abrigam jazidas de gás natural, petróleo (Bacia de Campos, no Rio de Janeiro e no Recôncavo Baiano, o restante é retirado por exploração de águas profundas, explorados pela Petrobrás) e carvão (de baixa qualidade, nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul). A terra roxa é um solo basáltico encontrado nas bacias sedimentares. Além disso, há o Aquífero Guarani, importante região que abrange os países membros do Mercosul (Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai), trata-se de um gigantesco lençol freático, que poderia abastecer o Brasil por 3.500 anos.
Escudos Cristalinos: correspondem aos 36% restantes de nosso território, abrigam minérios de grande valor comercial, podendo ser não-metálicos (granito e pedras preciosas) e metálicos (ferro, bauxita e manganês). O Brasil apresenta grande quantidade de ferro [Quadrilátero Ferrífero (MG) e Carajás (PA)], manganês [Maciço de Urucum (MS) e Serra do Navio (AP)] e bauxita [Rio Trombetas (PA). 
O relevo do Brasil é dividido em duas grandes áreas de planalto e três de planície, a saber: 
Planalto das Guianas: abrangendo a região serrana e o Planalto Norte Amazônico. Localizado no extremo norte do país, é parte integrante do escudo das Guianas, apresentando rochas cristalinas do período Pré-Cambriano. É nessa área que se situa o pico culminante do Brasil - Pico da Neblina, com altitude de 3.014 m.
Planalto Brasileiro: subdividido em Central, Maranhão/Piauí, Nordestino, serras e planalto do Leste e Sudeste, Meridional e Uruguaio-Riograndense, é formado por terrenos cristalinos bastante desgastados e por bolsões sedimentares. Localiza-se na parte central do país, estendendo-se por grandes áreas do território nacional.
Planícies e terras baixas amazônicas: Localizadas na Região Norte do país, logo abaixo do Planalto das Guianas, apresenta três níveis altimétricos distintos - várzeas, constituídas por terrenos de formação recente situadas próximo às margens dos rios; teços ou terraços fluviais, com altitudes máximas de 30 m e periodicamente inundados; e baixos-planaltos ou platôs, formados por terrenos de Terciário.
Planície do Pantanal: localizada na porção oeste do estado do Mato Grosso do Sul e sudoeste de Mato Grosso, é formada por terrenos do Quartenário.
Planícies e terras baixas costeiras: acompanhando a costa brasileira do Maranhão ao sul do país, é formada por terrenos do Terciário e por terrenos atuais do Quartenário.
Solo
Uma rocha qualquer, ao sofrer intemperismo, transforma-se em solo, adquire maior porosidade e, como decorrência, há penetração de ar e água, o que cria condições propícias para o desenvolvimento de formas vegetais e animais. Estas, por sua vez, passam a fornecer matéria orgânica à superfície do solo, aumentando cada vez mais sua fertilidade. Assim, o solo é constituído por rocha intemperizada, ar, água e matéria orgânica, formando um manto de intemperismo que recobre superficialmente as rochas da crosta terrestre.
A matéria orgânica, fornecida pela fauna e pela flora decompostas, encontra-se concentrada apenas na camada superior do solo. Essa camada é chamada de horizonte A, sendo a mais importante para a agricultura, dada a sua fertilidade.Logo abaixo, com espessura variável de acordo com o clima, responsável pela intensidade e velocidade da decomposição da rocha, encontramos rocha intemperizada, ar e água, que formam o horizonte B. Em seguida, encontramos rocha em processo de decomposição – horizonte C – e, finalmente, a rocha matriz – horizonte D, que originou o manto de intemperismo ou o solo que a recobre. Sob as mesmas condições climáticas, cada tipo de rocha origina um tipo de solo diferente, ligado à sua constituição mineralógica: do basalto, por exemplo, originou-se a terra roxa; do gnaisse, o solo de massapê, e assim por diante.
É importante destacar que solos de origem sedimentar, encontrados em bacias sedimentares e aluvionais, não apresentam horizontes, por se formarem a partir do acúmulo de sedimentos em uma depressão e não por ação do intemperismo, mas são extremamente férteis, por possuírem muita matéria orgânica.
O principal problema ambiental relacionado ao solo é a erosão superficial ou desgaste, que ocorre em três fases: intemperismo, transporte e sedimentação.
Os fragmentos intemperizados da rocha estão livres para serem transportados pela água que escorre pela superfície (erosão hídrica) ou pelo vento (erosão eólica). No Brasil, o escoamento superficial da água é o principal agente erosivo e, sendo o horizonte A o primeiro a ser desgastado, e a erosão acaba com a fertilidade natural do solo.
A intensidade da erosão hídrica está diretamente ligada à velocidade de escoamento superficial da água: quanto maior a velocidade de escoamento, maior a capacidade da água de transportar material em suspensão; quanto menor a velocidade, mais intensa a sedimentação.
A velocidade de escoamento depende da declividade do terreno e da densidade da cobertura vegetal. Em uma floresta a velocidade é baixa, pois a água encontra muitos obstáculos (raízes, troncos, folhas) à sua frente e, portanto, muita água se infiltra no solo. Em uma área desmatada, a velocidade de escoamento superficial é alta e a água transporta muito material em suspensão, o que intensifica a erosão e diminui a quantidade de água que se infiltra no solo.
Assim, para combater a erosão superficial, há dois caminhos: manter o solo recoberto por vegetação ou quebrar a velocidade de escoamento utilizando a técnica de cultivo em curvas de nível, seja seguindo as cotas altimétricas na hora da semeadura, seja plantando em terraços.
Para a conservação dos solos, deve-se evitar a prática das queimadas, que acabam com a matéria orgânica do horizonte A. Somente em casos especiais, na agricultura, deve-se utilizar essa prática para combater pragas ou doenças.
Um problema natural relacionado aos solos de clima tropical, sujeitos a grandes índices pluviométricos, é a erosão vertical, representada pela lixiviação e pela laterização. A água que se infiltra no solo escoa através dos poros, como em uma esponja, e vai, literalmente, levando os sais minerais hidrossolúveis (sódio, potássio, cálcio, etc.), o que retira a fertilidade do solo. Essa “lavagem” chama-se lixiviação. Paralelamente a esse processo, ocorre a laterização ou surgimento de uma crosta ferruginosa, a laterita – popularmente chamada de canga no interior do Brasil, que em certos casos chega a impedir a penetração das raízes no solo.
Clima, temperatura e chuvas
Da mesma forma que o relevo e tipo de solo, as variações climáticas (precipitação, temperatura, radiação), de acordo com as estações do ano, também influem no cultivo das forrageiras:
Gráfico da média de chuvas, radiação e temperatura do Brasil ao ano
De acordo com a curva do gráfico, pode-se observar que a ingestão de alimentos é maior nos meses mais quentes, o que pode-se explicar pela alta incidência de chuvas, que favorece a qualidade e a quantidade dos alimentos.
Esta curva pode variar um pouco de acordo com a região do país ou com o ano (alguns anos ou meses são atípicos). 
 1m
 
1m → 1000mm 
1m 
10 x 10 x 10dm = 1000dm³	1dm³ = 1L	1000dm = 1000L.
Obs: Cada milímetro de chuva significa 1L em 1m².
Mapa: Médias Anuais de Temperatura 
	
	  
 
Acima de 25ºC
 
Entre 20ºC e 25ºC
 
Abaixo de 20ºC
 
Classificação das regiões segundo a precipitação
Regiões com mais de 1200mm ao ano / 3 à 5 meses de seca.
Regiões com 1000 à 1200mm ao ano / 3 à 6 meses de seca.
Regiões com 800 à 1000mm ao ano / 5 à 7 meses de seca.
Regiões com 400 à 800mm ao ano / 6 à 8 meses de seca.
Regiões com menos de 400mm ao ano / 8 à 10 meses de seca.
Geralmente, regiões com mais de 1200 não têm problemas de escassez de água, já as com menos de 800mm apresentam. Deve-se focar o período de duração da seca (é o período de problemas com alimentação dos animais).
Climas Brasileiros
Os climas ocorrem devido a dois fatores: dinâmicos e estáticos.
Estáticos: a altitude e a latitude. Países próximos ao equador são mais quentes, e os paralelos Trópico de Câncer e de Capricórnio apresentam os limites para o início da zona temperada. Os círculos polares indicam outro tipo climático. Quanto à altitude, a temperatura em regiões mais elevadas é inferior à temperatura de regiões mais baixas.
Dinâmicos: massas de ar. No Brasil são 4 principais: mEa (equatorial-atlântica, quente e úmida, de atuação limitada), mEc (equatorial-continental, também quente e úmida, porém de atuação o ano todo), mTa (tropical-atlântica, quente e úmida, originada da evaporação das águas oceânicas, provoca chuvas no litoral das regiões sudeste e sul, o ano todo) e mTc (tropical-continental, quente e seca, atua no centro do Brasil, além de elevar a temperatura diminui a umidade do ar).
Estes fatores originam os climas brasileiros:
Equatorial: altas temperaturas e chuvas abundantes. Ocorre na Região Norte do Brasil.
Semi-árido: sempre quente, chuvas escassas. Ocorre no sertão do nordeste.
Tropical: quente, com verão chuvoso e inverno seco. Domina grande parte do centro-oeste e trechos do sudeste e nordeste.
Tropical de altitude: quente e chuvoso, ocorre nas regiões mais altas circunscritas pelo planalto atlântico no sudeste, e ainda nas regiões ao sul de Mato Grosso do Sul e ao norte do Paraná.
Tropical-úmido: quente, com inverno chuvoso. Litoral leste do Nordeste e litoral norte do Sudeste.
Subtropical: variações sensíveis na temperatura durante o ano. Chuvas ocorrem o ano todo, e apresenta verão e inverno bem definido. Ocorre na região sul e no sul do estado de São Paulo.
Mapa: Climas do Brasil
Rede Hidrográfica Nacional
O Brasil possui 12% das reservas de água doce do planeta, e seus rios, em virtude do relevo, possuem grande potencial hidráulico. As maiores bacias hidrográficas do planeta estão no Brasil: a Amazônica e a Paranaica.
- Definições:
Rede Hidrográfica: recursos hídricos aproveitados de um país.
Bacia Hidrográfica: terras drenadas por um rio principal e afluentes.
Rios: podem ser perenes ou intermitentes; pluviais, nivais ou fluviais:
Perenes: correm o ano todo, comuns em regiões chuvosas.
Intermitentes: em períodos de seca, o nível da água abaixa e o leito chega a secar.
Pluviais: recebem água das chuvas.
Nivais: recebem água do degelo de picos nevados.
Fluviais: dependem das águas dos demais rios.
Nascente: onde as águas surgem, geralmente de rochas.
Leito: o curso d'água.
Afluente: rio que deságua em outro.
Sub-Afluente: rio que deságua no afluente.
Foz: onde o rio deságua, podendo ser em um lago, outro rio ou mesmo no oceano. Estuário é um rio que deságua diretamente no mar, e delta é um rio que se ramifica em canais antes de desaguar no mar.
- As bacias hidrográficas mais importantes do Brasil são:
Amazônica: a maior bacia do planeta, apresenta como rios principais Amazonas, rio Negro, rio Solimões, rio Tocantins e rio Araguaia. Localiza-se em uma planície, porém a localização dos afluentes possibilitou a construção de hidrelétricas, como Tucuruíe Balbina. O maior problema, no entanto, é a devastação ambiental gerada por estas obras. Desta forma, o potencial hidráulico da bacia não é tão aproveitado.
São-Franciscana: corresponde ao Rio São Francisco, rio importante em diversos momentos de nossa história, devido ao transporte, pecuária e variadas atividades econômicas praticadas à sua margem. Possibilitou o crescimento da região nordeste e o fato de ser perene confirma sua influência no clima semi-árido. As usinas hidrelétricas mais importantes são 3: Sobradinho, Paulo Afonso e Três Marias.
Paranaica: segunda maior bacia nacional, com o rio Paraná, rio Paraguai e rio Uruguai como sendo os mais importantes. Apresenta grande aproveitamento hidrelétrico, com dezenas de usinas, sendo a Itaipú a mais importante. Ainda assim, faltam investimentos governamentais no transporte fluvial, que poderia vir a transformar o transporte nacional mais barato e confiável, ao contrário do modelo rodoviário adotado.
Mapa: Bacias Hidrográficas do Brasil
Vegetação Brasileira
Floresta Amazônica: formadas no clima equatorial, graças ao calor e a umidade. Apresenta grande biodiversidade. É uma mata densa e latifoliada, árvores de folhas largas. Divide-se em mata de terra firme (nunca são inundadas), mata de várzea (inundada durante as cheias) e mata de igapó (permanentemente inundadas). A devastação é grande.
Caatinga: caracterizada pela predominância de arbustos, como cactos e gramíneas, com muitos espinhos. Característica de climas semi-áridos.
Cerrado: com a alternância de chuvas e secas, o cerrado é complexo, apresentando arbustos com raízes profundas, troncos e galhos retorcidos com cascas grossas. O solo é ácido e infértil. Apresenta-se ameaçado, devido a constante exploração do solo para agricultura.
Mata Atlântica: quase que extinta, é caracterizada por vasta biodiversidade, com muitas árvores, similar a Amazônia, porém adaptada ao clima litorâneo (tropical-úmido). Possui mangues (áreas de estuários, com águas salobras) e jundu, uma mata situada na região de elevada salinidade.
Mata de Araucária: forma-se no clima subtropical, constituída de vegetais com folhas em forma de agulha, adaptadas a geadas e nevascas, sua espécie comum é a araucária, com aspecto de pinheiros. Sua madeira é imprescindível na fabricação de móveis e de papel.
Ainda ocorrem os pampas (áreas planas do sul, destinadas à pecuária), o pantanal (composta por todos os tipos de vegetação, com a maior biodiversidade, considerado patrimônio ecológico da humanidade), mata dos cocais (transição entre Amazônia e caatinga, com babaçu e carnaúba) e a vegetação litorânea.
Mapa: Vegetações do Brasil
Regiões do Brasil
Região Sul
- Pastagem de campo nativo: Gênero – Paspalum (forrageira de inverno)
Inverno chuvoso, com 300 à 400mm e temperaturas baixas. Como as temperaturas são mais baixas, não há muita evaporação da água do subsolo, favorecendo seu acúmulo, tendo assim um balanço hídrico positivo.
No verão, o Sul apresenta dias mais longos que o restante do Brasil, com isso há um maior aumento da temperatura. Quando há o El Niño (fenômeno de elevação da temperatura das águas do Pacífico), se torna mais complicado, pois criam-se massas de ar quente e aumenta-se a umidade.
A temperatura no verão é elevada, em torno de 34ºC.
Não há forrageira que consiga se adaptar a essas alterações climáticas, portanto, na região Sul , deve-se cultivar um tipo de forrageira no inverno e outro no verão.
- Inverno = plantas de clima temperado.
- Verão = plantas de clima tropical.
- Plantio de forrageiras de inverno em pastagens nativas 
(Sobressemeadura)
Este manejo se iniciou no RS, nas áreas onde existem campos nativos (nos campos nativos, a maioria das plantas é adaptada a climas mais quentes). Hoje se usa toda em toda região.
- Trevo branco, vermelho, encarnado, subterrâneo (são leguminosas).
- Aveia, azevém (são gramíneas).
- Tremosso, ervilhaca (leguminosas).
Planta-se (semeia-se - semeadura) antes do inverno (no final do período chuvoso).
Ao chegar o inverno elas germinam e alimentam os animais. Com o retorno do verão elas regridem e ressurgem as pastagens tropicais.
A semeadura deve ser refeita, em média, a cada 5 anos ou mais.
Este tipo de plantio sustenta 2 novilhos/ha, com ganho de peso de 1kg/dia durante o inverno (2 vezes mais que a média do país).
Atualmente esta técnica tem sido utilizada em áreas de lavouras, para quebrar o ciclo de pragas (insetos) e doenças (fúngicas e bacterianas), que atingem estas lavouras, utilizando a área como pastagem durante um período, para depois retornar com a lavoura.
Com a mistura de espécies de forrageiras, consegue-se alterar a curva de produção de matéria seca.
Com a mistura, têm-se alimentos sendo produzidos durante todo o período seco, além de obter boa variedade de nutrientes.
- Solos da Região Sul:
Em geral possuem maior fertilidade que os solos de cerrado e da Região Sudeste.
Na região oeste do Paraná e Santa Catarina encontramos a terra roxa, que possui fertilidade altíssima, e é onde encontramos muita plantação de milho.
Apesar de possuírem alta fertilidade, necessitam de alguma correção, principalmente de calcário.
Forrageiras mais indicadas: Capim Cetária, Hemarthria, Quicuio verdadeiro, Tifton 85, Capim estrela, Coast-cross, Capim Pangola.
Nas áreas mais quentes: Capim Tanzânia, Braquiarão, Bombassa.
Região Sudeste
É quase uma região de transição. É a que possui maior diversidade no Brasil. Apresenta grande variação climática e de solo.
Dentro da região sudeste encontramos várias regiões fisiográficas:
Baixada litorânea – Cabo Frio, Arraial, Búzios, Niterói, etc.
Mata Atlântica – Angra, etc.
Planalto de altitude.
- Campos das Vertentes: Serra da Mantiqueira (Campos do Jordão, Itatiaia, até Barbacena), Sul de Minas e Nordeste de São Paulo.
Cerrado.
- O que diferencia floresta de cerrado é a vegetação:
→ Floresta: árvores com 15m ou mais. Podem possuir áreas mais ou menos densas.
→ Cerrado: arbustos geralmente retorcidos, podendo ser mais ou menos densos. Pode-se encontrar algumas regiões parecidas com matas (cerradão), por exemplo entre Ribeirão Preto e Pirassununga. Os solos de cerrado, são de baixa fertilidade.
Existe variação em termos de precipitação e clima entre as regiões do sudeste:
*Cerrado:
Norte e noroeste de MG – período seco de 5 à 7 meses.
Centro de MG (200km em torno de BH) - período seco de 5 meses.
Triângulo mineiro, noroeste de SP – período seco de 4 à 5 meses (solos relativamente melhores em relação a fertilidade que o restante do cerrado).
*Floresta:
Centro-sul de S.P – período seco de 3 à 4 meses. Solos geralmente de elevada fertilidade.
Vale do Paraíba e Serra da Mantiqueira – período seco de 3 à 4 meses e solos de baixa fertilidade.
*Sul de Minas: Período seco de 4 meses, mas solos de alta fertilidade.
*Zona da Mata mineira: região que está passando por profunda alteração climática. Atualmente já está com período seco de 5 meses (há 40 anos atrás era menos) e solos de baixíssima fertilidade. Isso ocorre graças a intenso desmatamento sofrido.
*Baixada litorânea: período seco de 3 meses de Mangaratiba à Cabo Frio, mas a partir de Cabo Frio (Macaé, Campos, litoral do ES) o período seco é mais acentuado, tendo 5 meses. O solo desta região se alterna entre média e baixa fertilidade.
Devido a esta grande variabilidade de climas e solos, cada região existe uma planta mais adaptável a cultivo.
Mapa: Biomas do Brasil
Principais opções de alimentos para o período seco do ano na Região Sudeste
Gado de leite especializado (+ de 18kg de leite).
- Animais de crescimento e vacas secas: alimentação com cana, pastagens de boa qualidade, silagem de pastagem, silagem de capim elefante, capim elefante picado.
- Animais em produção: alimentação a base de silagem de milho ou sorgo, feno de gramíneas, cana e capim picado (final de lactação).
Gado de leite não especializado
- Animaisde crescimento e vacas secas: pastagem diferida, cana, silagem de pastagem e capim elefante, mistura mineral protéica.
- Animais em produção: capim elefante picado, cana e silagem de capim elefante.
Gado de corte
Silagem de pasto, mistura mineral protéica, pastagem diferida (pastagem de boa qualidade em locais onde o período de seca seja menor, de três meses – em locais com períodos secos prolongados não há como suplementar com pastagem).
Em épocas em que a pastagem é abundante e cresce mais do que os animais consomem, pode-se usar o restante para silagem. É possível fazer silagem de capim durante os meses de janeiro, fevereiro e março.
A energia bruta da silagem de capim tem entre 2.200 a 2.500kcal/kg de energia bruta.
A silagem de milho tem de 3.000 a 3.100kcal/kg de energia bruta.
Por isso não há como fazer a suplementação de vacas de alta produção com silagem de capim, pois não conseguirá atingir o balanço nutricional adequado, já que são animais de alta exigência nutricional.
As capineiras fornecem o alimento que vai ser administrado no cocho. Também pode-se fazer silagem deste capim (das capineiras), mas lembrando que não supre as necessidades de animais de alta produção.
A cana só fornece um corte ao ano. Pode-se plantar a cana em épocas diferentes, para que se possa cortá-la em várias épocas. Também há o tempo de maturação (a cana matura no período seco).
A cana tem três tipos de maturação: precoce, média e tardia. A maturação envolve uma maior concentração de açúcar no caldo.
Independente do tipo de maturação, ela sempre ocorrerá no período seco, portanto a colheita se dá sempre no período seco.
A cana mais plantada no Brasil é a RB - 74.454. Outras também utilizadas são a JAC 86 2210 e RB 85 8550.
A cana serve para alimentar animais de até 14kg de leite (em média de 12 a 13kg). Animais de alta produção devem receber silagem de milho e não cana, por causa do valor energético e da qualidade da fibra.
Silagem de milho e de sorgo: o milho deve ser ensilado e o sorgo também, já a cana não. Não há necessidade de armazenar a cana. Ela pode ficar no campo e ser colhida a medida que for necessário. Mas o milho e o sorgo tem que ser colhidos.
- Pastagem diferida: também é uma prática de reserva de forragem, que é feita a campo. Um pasto é vedado aos animais (ao pastejo), durante o final do período das elevadas taxas de crescimento (janeiro, fevereiro), para que a forragem possa ser acumulada por um período de 90 a 120 dias, quando será utilizada do meio para o final do período de seca. É recomendável ser realizado este manejo em 30 a 40% da propriedade. Sua vantagem é que o custo operacional é baixo, mas a desvantagem é ser um alimento de baixo valor nutritivo.
Pode-se fazer o diferimento escalonado, para melhorar a quantidade de pastagem no final, no período seco. Difere-se uma parte em janeiro e outra em fevereiro. Esta pastagem diferida deve ser associada a utilização de uma mistura mineral protéica (sal proteinado). A pastagem diferida evita que o animal perca peso no período de seca.
Região Centro-Oeste
A importância desta região está no gado de corte: de 55% a 60% do rebanho nacional se localiza-as nela. O grande facilitador da utilização destas áreas foi sua topografia.
- Topografia: Plana, mas existem áreas com declividade (porém 80% destas áreas apresentam declividade a 20%, ou seja, muito pouco declive), isso permite o uso de maquinaria (mecanização). É um grande fator de desenvolvimento.
- Solo: Grande parte dessa região possui solos de cerrado, sendo muito velhos e altamente intemperizados. Em geral são solos de baixa fertilidade, porem solos de baixa fertilidade podem ser corrigidos.
Solo de baixa fertilidade: acidez de 3,5 a 5,2 (toxidez por alumínio).
P/K: baixo teor de fósforo e potássio.
Deficiente em Zn e S.
- Profundidade do solo: são solos muito profundos, acarretando em uma melhor capacidade de armazenar água.
- Tipos de Cerrado:
Cerrado de campo – região com poucos arbustos, existem forrageiras nativas que estão presentes no cerrado de campo e que podem ser usadas como pastagem. Mas é uma pastagem de baixa qualidade e o desempenho dos animais é muito baixo (nativa: 0,2 a 0,5 UA/ha).
Cerradinho – 30% da área com arbustos.
Cerrado – 50% da área com arbustos.
Cerradão – 100% da área com arbustos e árvores.
Os arbustos de cerrado são tortuosos. A maioria dessa região foi transformada em carvão e substituída por pastagens. A pecuária de corte se estendeu, principalmente pelo cerrado de campo, cerradinho e cerrado.
As forrageiras que foram utilizadas foram aquelas com baixa exigência nutricional, como Brachiaria decumbens e Capim andropogon (80% com B. decumbens).
Hoje, para que haja uma boa região de pastagem é necessário que se faça uma boa correção do solo. O capim Andropogon consegue crescer em áreas com mais de 7 meses de seca. A B. decumbens tem efeito tóxico, devido ao fungo presente em sua base, causando fotossensibilização.
Apesar de 80% das pastagens serem B. decumbens, ela é extremamente susceptível a uma praga chamada de cigarrinha das pastagens. A cigarrinha é um inseto sugador. Suga a seiva da planta e injeta sua toxina. Essa toxina queima as plantas.
A partir da década de 80 começou-se a utilizar outras forrageiras, que foram a B. brizantha, e outras do gênero Pânicum (Tanzânia, mombaça, vencedor, Tobiatã). Todas precisam de correção de solo para serem implantadas.
Clima:
- Regime hídrico (chuvas)
A região mais ao sul do M.S possui apenas de 2 a 3 meses de período seco.
A região do leste do M.S, leste de M.T e praticamente todo GO, possui de 5 a 7 meses de período de seca.
A região norte do MT, acima de Cuiabá, possui seca de quase 6 meses. Cerca de 20 anos atrás eram de apenas 4 meses. Esse aumento do período de seca ocorreu pelo desmatamento desta região.
O sudoeste do MT e noroeste do MS em geral tem 4 meses de seca.
Sul do MT (abaixo de Cuiabá) é cerrado com períodos de 6 a 7 meses de seca.
Pantanal: sudoeste do MT e noroeste do MS - 6 meses de chuvas, 6 meses de seca. É uma região repleta de lagoas e que possui ciclos muito variados: em cada três a cinco anos há maior intensidade de vazantes (cheias). Há lagoas que são permanentes e outras que se formam no período de vazante, depois desaparecem.
É uma área de boa produtividade, mas que varia de acordo com a vazante: mais água melhor para plantações, mas não para o gado, que fica impossibilitado de pastar, prejudicando a criação.
O Pantanal se divide em:
Áreas de terra firme: nunca sofrem invasão de água (vazante): forrageiras da região do cerrado
Áreas alagadas: possuem áreas de lagoas permanentes e lagoas anuais - forrageiras adaptáveis.
 *lagoas permanentes: Canarana (se adapta a áreas encharcadas).
 *lagoas anuais: Angola, Tangola, Pojuca e B. humidícola.
O pantanal possui muita umidade (presença das lagoas), o que facilita a qualidade das pastagens e favorece o pastejo.
Região Nordeste
Possui 3 grandes regiões fisiográficas: baixada litorânea, agreste e sertão.
Obs: O Maranhão deveria estar no Norte, pois sua geografia (solo, vegetação) é de Amazônia, portanto será analisado juntamente com a região Norte.
Baixada litorânea: compreende uma faixa entre 50 a 100km do litoral até o interior da região. Possui período seco de 4 a 5 meses e chove cerca de 900mm por ano.
Não há problema de seca nesta região, porém possui solos coesos: uma camada de solo arenoso na superfície, com cerca de 2m de profundidade, seguida de uma camada de solo mais compacto, argiloso, o que leva a acúmulo de água no período chuvoso, pois a camada compacta não consegue absorver bem esse excesso de água. Dessa forma, a camada arenosa fica encharcada. Forrageiras que não são adaptadas a encharcamento não resistem.
No período de seca, essa camada é um impedimento ao desenvolvimento de raízes, pois não permite que cheguem até fontes de água mais profundas. Portanto essa camada argilosa é um problema tanto no períodoseco quanto no chuvoso.
Deve-se usar forrageiras adaptadas a estas condições: feijão Guandu (consegue perfurar essa camada), capim elefante, Tanzânia, Mombassa e todas as forrageiras de cerrado podem ser utilizadas.
O inverno do nordeste não é acompanhado por baixas temperaturas, como no sudeste. As temperaturas, nessa região, são constantes durante o ano, chovendo mais no inverno (a partir de março, abril), sendo o inverso do sudeste. Portanto seu período seco ocorre no verão. As temperaturas são adequadas ao crescimento das forrageiras de clima tropical.
Região do agreste: região que está além da baixada litorânea e também ocupa uma faixa de 50 a 100km. Na região de Pernambuco e Bahia esta faixa aumenta um pouco, indo além de 100km, chegando até Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), cidades ribeirinhas do São Francisco.
Onde passa o Rio São Francisco é região de Agreste e não de sertão.
O período seco varia de 5 a 7 meses, onde chove de 600 a 800mm de água por ano. É uma região extremamente apta a fruticultura, pois o excesso de umidade causaria doenças a estas plantas, principalmente fúngicas. Por exemplo, a produção de uvas: acreditava-se que uvas precisavam passar um período de vernalização (estresse pelo frio) para darem frutos, mas descobriu-se que a falta de água também causava-lhe este estresse. Por isso se adaptou bem ao Nordeste, onde consegue-se duas colheitas de uvas ao ano, enquanto no sul apenas uma. Outros exemplos de fruticulturas bem sucedidas no nordeste são: manga, mamão, açaí.
Nesta região há um problema de déficit hídrico elevado. Necessita de forrageiras que sejam adaptadas a falta de água, como por exemplo, o capim-buffel. Para áreas de capineira, o capim elefante é indicado. Não é indicada plantação de milho, mas sim de sorgo é. A palma forrageira (bromeliácea – cacto) é indicada nessa região, para forncer alimento no período seco. Leva 2 anos para fornecer o primeiro corte, porem fornece cortes subseqüentes todo ano. É fornecida picada para o gado.
Os melhores solos do Brasil são os da região do agreste. Sua fertilidade é extremamente elevada. É uma região com bom potencial produtivo, desde que o plantio seja feito no período de chuva ou haja irrigação. O problema desta região é a pobreza, o que leva a baixa infra-estrutura para produção.
Região do sertão: É uma região de vegetação arbustiva. Apresenta regiões que pode-se plantar forrageiras, como o capim buffel.
Sua precipitação é menor do que 400mm por ano. O período chuvoso é de cerca de 2 a 3 meses, com os demais de seca, e existem anos que não chove.
Na verdade, é uma região de sobrevivência e não de produção. Sua vegetação é semelhante a do cerrado, semi-arbustivo. A única possibilidade de produção é a de produzir animais que consumam essa vegetação, como os cabritos. O couro dessa região é fino e de excelente qualidade, pois há poucas moscas do chifre e berne. O couro é usado para fabricação de roupas e acessórios.
A região possui um lençol freático acessível, mas os solos têm alto teor de sódio (sal). Se for feita irrigação desta área, haverá o problema da salinização. Açudes que se formam no período chuvoso diluem este sal. Se usar esta água para irrigação irá dispersar esse sal, agravando o problema. O solo é fértil, mas com este problema do sal a água se torna salobra.
Região de cerrado: compreende todo oeste da Bahia (Barreiras, Luis Eduardo Magalhães).
É uma região de agricultura bem desenvolvida, embora possua 7 meses de período de seca. Nessa região se planta muita soja. O teor de proteína dessa soja é de 46 a 48%, mais que o da soja proveniente do Sul é entre 38 e 40%.
As forrageiras que são utilizadas são as mesmas que são usadas no cerrado.
Região Norte
Compreende 48% do território nacional. Existem diferenças nesta região. É caracterizada por um período intenso de chuvas de 6 a 8 meses, dependendo da região. A precipitação varia de 1200 a 1800mm de chuva por ano.
Toda a região ribeirinha, de influência de rios como o amazonas e o Negro, tem alto índice de inundação e chuvas. Estas águas invadem as áreas mais baixas, tendo expansão de até 100km de seu leito. Não é uma região para ser usada para agricultura nem pecuária. É área de preservação.
Para uso na produção seriam as áreas do Maranhão (sul e oeste do estado), que vem sendo ocupado principalmente com pecuária. No sul do Maranhão há uma área chamada de Balsas, que é usada para agricultura.
O norte do Mato Grosso, Acre e Rondônia não têm inundação. São regiões que têm sido usadas principalmente para pecuária de corte e leite, e também para agricultura. Em Rondônia, a Nestlé instalou uma indústria de beneficiamento.
O Sudeste do Pará também não está sujeito a inundações e é utilizado praticamente só com pecuária de corte.
Os solos desta região são de baixíssima fertilidade, não devendo ser utilizados para produção. O que mantêm este solo é a grande quantidade de matéria orgânica produzida pela floresta. Já quando há desmatamento, este solo pobre não resiste e passa a não servir para nada.
Fatores que Afetam a Produção Forrageira
Possibilidades de ação
Água: melhorar as condições de solo e vegetação e economizar água. Alguns tipos de forrageiras economizam água.
Irrigação: o pivô central de 100ha gasta água equivalente a uma cidade com 500.000 habitantes.
Temperatura e radiação: utilizar plantas adequadas.
Solo (textura):
até 18% de argila é considerado arenoso;
de 19 a 35% de argila é considerado franco-argiloso (areno-argiloso);
de 35 a 60% de argila é considerado argiloso;
mais de 60% é altamente argiloso.
Quanto maior o teor de argila, maior a fertilidade, mas acima de 60% torna-se problemático, pois é pesado para trabalhar e extremamente impermeável. O franco-argiloso seria o ideal. Não se deve mexer em textura do solo. O que se pode fazer para melhorar a característica de retenção de água é aumentar a matéria orgânica do solo (também melhora a fertilidade do solo).
Químicas: pode-se fazer calagem, correção e adubação. A correção pode ser com calcário, escória de auto-forno de siderúrgica. A correção e adubação são as práticas que podem ser feitas com mais facilidade, porém nem sempre o produtor tem condições financeiras para fazê-las e elas não garantem por si só o aumento de produção.
Biológico: Mesofauna (besouros rola-bosta, minhoca). Microrganismos (bactérias) são capazes de melhorar a penetração de matéria orgânica no solo.
- Tratamento de partículas – argila: < 0,002mm
 Silte: de 0,2 a 0,002mm
 Areia: de 2 a 0,2mm.
Em 1cm³ de argila, a superfície de contato é maior, com isso a carga de eletricidade também é maior. Em geral as partículas estão agregadas. O agregado é formado por mucilagem de mesofauna e dos microorganismos.
Os agreagados formados favorecem a passagem de água e a estruturação do solo. Os microorganismos têm a capacidade de formar agregados e também fazem fixação biológica de nitrogênio (alguns organismos).
Existem fungos que formam uma vesícula na planta e formam hifas. Essas hifas captam água para a planta e consomem o carboidrato. Também aumentam a captação de fósforo e molibdênio (P, Mo).
Ações de manejo
Fragmento do pastejo: Existem princípios de manejo de pasto que devem ser observados.
É necessário um período de descanso para a pastagem (uma pastagem é um conjunto de perfilhos de diferentes idades).
O período de descanso é necessário para que ocorra o perfilhamento, formando perfilhos de diferentes idades, favorecendo o rebrote mais rápido (pois nem todos os meristemas apicais serão comidos), e para que ocorra a formação de folhas.
Se uma pastagem é pastejada sempre, irá sempre apresentar uma taxa de crescimento baixa. O descanso também é importante na formação de reservas, pois através das folhas ocorre o acúmulo de carboidratos na base da planta, e isso só ocorre se houver o descanso.O princípio do manejo da pastagem é o princípio do descanso.
Altura do pastejo: quantidade de folha residual após o pastejo.
Altura de saída:
Cespitoso: 100 – 500 perfilhos/m²
 Alto – 0,4 a 0,6m;
 Médio – 0,4 a 0,5m;
 Baixo – 0,3 a 0,5m.
Decumbente: 0,15 – 0,20m; entre 1000 – 2000 perfilhos/m².
Prostrado: 0,10 – 0,15m; entre 1000 – 5000 perfilhos/m².
Altura de entrada:
Cespitoso:
Alto – 1,40m;
Médio – 1,0 – 1,2m;
Baixo – 0,6 – 0,8m.
Decumbente: 0,4 – 0,5m;
Prostrado: 0,3 – 0,4m.
Período de descanso
Fixo: não respeita as alturas de entrada.
Ex: Período de descanso fixo de 30 dias.
	
	Capim elefante (1,40m)
	Tifton-85 (30cm)
	Nov
	30
	28
	Dez
	26
	25
	Jan
	21
	18
Quantidades de dias para alcançar o tamanho
Não fixo: Quando a planta alcança o tamanho adequado, interrompe-se o descanso.
Pastejo contínuo: Toda a área é pastejada.
Pastejo alternado: Período de descanso grande e período de ocupação médio. Na prática, significaria dizer:
- Período de ocupação 15 dias.
- Período de descanso de 30dias.
O período de ocupação de 15 dias ainda não é adequado, pois existe uma tendência do animal tornar a pastejar o perfilho que já foi pastejado, já que o período de surgimento de folhas novas varia de 3 a 8 dias, e o animal prefere os tecidos novos. Portanto ele irá pastejar as folhas que surgirem nesse período de 3 a 8 dias. Neste período de 15 dias ainda não deu tempo do perfilho tornar a acumular carboidrato para promover novo perfilhamento.
Pastejo rotacionado: Período de ocupação curto (1 - 7 dias); Período de descanso longo (30 dias). Para sete dias de ocupação: 5 piquetes.
 5 – 7
 3 – 11
 1 – 31.
Quando se tem uma ocupação muito pequena, o pastejo é mais uniforme. O pastejo de 7 dias de ocupação tem a vantagem de economizar na construção de piquetes.
Solo
Aspectos químicos: são os aspectos que mais se têm condições de trabalhar.
Avalia-se o resultado de uma amostra de solo (análise química do solo). Existe uma metodologia para coleta de solo para a análise:
Primeiro critério: a amostra deve ser representativa da área. Para isso é necessário um determinado número de sub-amostras para compor a amostra.
Ex.: Riversite Califórnia – em uma área de 50ha, retiraram 100 sub-amostras.
A conclusão foi que o ideal era que se tivesse de 10 a 15 sub-amostras para cada amostra. Para cada amostra são necessárias de 15 a 20 sub-amostras.
Amostras: Critérios para separar as áreas na propriedade:
A primeira característica avaliada é a da topografia: separa-se áreas planas, que podem ser de várzea ou de chapada. A várzea pode ser separada em: seca e úmida. As áreas de várzea são sempre fertilizadas, pois quando há inundação, os nutrientes vêm trazidos de outras áreas por essa água. As áreas inclinadas podem ser divididas em: parte superior do morro, parte mediana e parte inferior do morro. Cada parte dessa possui um tipo diferente de solo. Na parte superior o solo é mais velho.
O segundo critério, é a vegetação: Vegetação nativa: caso vá retirar a vegetação nativa, deve-se fazer a análise da área onde a vegetação foi retirada. Vegetação cultivada: é necessário conhecer o histórico da área (se a área for fertilizada, a fertilidade da área estará maior). No histórico deve-se saber: cultura anterior, se foi feita correção do solo, se foi feita a fertilização da área. Essas características são fundamentais. As áreas cultivadas são separadas em: área de lavoura e área de pastagem. Nas áreas cultivadas de lavoura as plantas apresentam necessidades nutricionais diferentes. Separa-se essas áreas em: capineira, canavial e milho.
O terceiro critério é o tamanho da área. Possibilidades: área uniforme em relação a topografia e a vegetação, na qual se verifica uma mesma cultura: áreas uniformes grandes devem ser separadas em sub-áreas de até 50ha. Retira-se 20 sub-amostras de cada sub-área de 50ha (cada 20 sub-amostras compõem 1 amostra).
Procedimento da coleta: deve-se ter bom senso. Tentar fazer uma representação em toda a área. Faz-se um zig-zag.
Retira-se a amostra e coloca-a dentro do balde, retira-se outra e também coloca-a no balde, seguindo assim sucessivamente. Terminada a coleta, o material deve ser misturado, colocado para secar ao sol e destorroado (secar ao sol antes de misturar - se o material já tiver seco pode-se misturar na hora), depois pega-se de 500 a 1000g e envia esse material para análise.
Equipamentos usados na coleta: primeiro deve-se retirar a vegetação e a matéria orgânica em decomposição, de cobertura (retirar todos os resíduos). Usa-se um enxadão (bate-se com o enxadão, retira uma parte e descarta, depois bate ao lado dessa primeira área, com cerca de 20cm de profundidade: essa será a amostra). Retira-se apenas uma quantidade da amostra que está no enxadão. Deve-se ter um critério em todas as amostras. Se for usar 1/3 do material que está no enxadão, em todas as amostras deve-se usar 1/3. Outro instrumento é o trado, mas para coletar material com o trado deve ter umidade no solo, se estiver muito seco não se consegue coletar uma boa quantidade de amostra. Também existe a sonda, mas é cara e difícil de achar.
Cuidados: Não coletar amostra de solo um a dois dias após chuva, pois estará com a quantidade de potássio (K) alterada.
Em uma amostra de solo deve-se solicitar: pH, matéria orgânica, P, K, Ca, Mg, Na, Al, H e Al.
Nutrientes para a planta
Macronutrientes orgânicos: C, H, O (formam glicose, sacarose e frutose). De 85% a 95% da matéria seca, sendo que 80% é carbono.
Minerais: N, P, K, Ca, Mg, S. De 5 a 15% da matéria seca.
Micronutrientes minerais: Fe, Cu, Zn, Mn, Cl, B, Mo.
Co – leguminosas, Si – gramíneas.
Ex.: Lavoura de milho para ensilagem.
Ideal: 45t/ha de matéria original (15t MS/ha).
N = 120 – 140Kg/ha
P = 15 – 20Kg/ha
K = 130 – 160Kg/ha
Ca = 30 – 40Kg/ha
Mg = 12 – 20Kg/ha
S = 15 – 20Kg/ha
g/ha
Fe = 3000 – 9000g/ha
Cu = 1500 – 2000g/ha 
Zn = 0,800 – 1500g/ha
Mn = 1000 – 1800g/ha
Cl = 0,800 – 1400g/ha
B = 0,200 – 0,400g/ha
Mo = 0,010 – 0,150g/ha
Quando um elemento é considerado essencial para uma planta, a falta dele pode causar prejuízo.
Nitrogênio: Depois do potássio é o nutriente extraído em maior quantidade. Ele faz parte de um ciclo biogeoquímico. O nitrogênio passa por estado líquido, sólido e gasoso. Quando em estado gasoso, pode evaporar e diluir a sua concentração no solo. O nitrogênio, na planta, forma aminoácidos, enzimas, proteínas. Cerca de 60 a 65% do nitrogênio está na clorofila.
Pep carboxilase: fosfoenol piruvase.
Carboxilase CO2 - 20 a 25% está na Pep carboxilase.
O nitrogênio está diretamente envolvido na fotossíntese, tanto através da clorofila quanto através da Pep carboxilase.
A fotossíntese é a obtenção de carbono, estando ligado ao aumento da produção vegetal.
Formas presentes de nitrogênio no solo:
Formas minerais: NO3ˉ (nitrato); NH4+ (amônia).
Formas orgânicas: na matéria orgânica: R-NH4 (amina ligada a algum radical).
Cerca de 70% do nitrogênio presente no solo está sob a forma orgânica. A planta não absorve essa forma. A planta só absorve as formas minerais, que são o nitrato e o amônio.
A matéria orgânica sofre um processo de decomposição e depois de mineralização dos nutrientes.
N (Kg/ha)/ano Lotação (UA/ha)
 0 0,7
 50 1,2 – 1,5
 100 2,0 – 2,5
 200 3,5 – 4,5 ( 5,0300 5,0 – 6,5
 400 6,5 – 7,5.
A adubação nitrogenada é muito importante: permite um aumento de lotação do pasto (aumento de 3 a 3,5 vezes a lotação), pois aumenta a captação de carbono e a produção vegetal. Com isso o retorno financeiro para o proprietário é maior.
A adubação nitrogenada (200Kg/ha de nitrogênio) equivale a 1 mês de receita bruta, porém eleva em 4x a produção de leite.
0 N: é possível produzir 2.890 (7,9L/ha/dia)
200Kg N + 160Kg K2O + 50 P2O5 = aumenta esta produção em 4 x: 11.560L/ha/ano = 32L/ha/dia. 1/12 seria investimento para a adubação com 200Kg/ha de N.
Obs: Em pecuária leiteira é preciso ter um referencial de produção para calcular a área necessária para a produzir:
1400 a 1500L/dia. Em terra sem adubação nitrogenada seria necessário 177,2ha. Em terra com adubação nitrogenada seriam necessários 43,75ha. Diminui o investimento em terras:
( não adubada = propriedade de 200ha ( 2.000,00/ha = 400.000,00.
( adubada = propriedade de 60ha ( 3.500,00/ha (mais cara por ter melhor topografia) = 21.0000,00.
N – 1,2% encontrado na planta cultivada em terreno com bom solo
P – 0,12% (ou solo adubado). Solos ruins diminuem um pouco
K – 1,3% essa porcentagem.
Adubação nitrogenada: O N é o grande promotor de crescimento (é quem leva ao aumento de produção). Solo nitrogenado leva a maior absorção de K, portanto a absorção de potássio está intimamente ligada a presença de N no solo.
N e K ( alta solubilidade no solo: Muitas chuvas levam estas substâncias do solo. Para evitar essa perda, é necessário que haja um parcelamento da fertilização (adubar progressivamente, um pouco a cada período).
A planta absorve do solo o necessário e usa o restante para crescer:
N – 1,2%
P – 0,12%	 Normal (seu necessário) 
K – 1,3%
Com mais N no solo, ela cresce (aumenta sua produção) e favorece a absorção de K. Mas a adubação em excesso é tóxica para as plantas.
Ex.: K – 1,8; 2,5; 4,0 ( alta concentração leva a morte da planta.
O parcelamento da adubação é fundamental para evitar que os nutrientes de alta solubilidade sejam perdido, pois além do problema das chuvas há também a capacidade de absorção das plantas que deve ser respeitada. O parcelamento depende da quantidade de adubação necessária (3 a 6x ao ano), e depende de:
Época do ano: período chuvoso e seco. Não se faz adubação em período seco, pois sem chuva não há solubilização. Além disso, as plantas crescem com o calor, por tanto no período seco (clima mais frio), não há necessidade de adubação.
Dose: dose x época do ano:
Outubro: dose 1 – menor dose
Dezembro: dose 2 – maior dose
Fevereiro: dose 3 – maior dose
Março: dose 4 – menor dose
Ex.: 200Kg/ha/ano – serão 4 aplicações: 200/4 = 50Kg/aplicação
- Menor corte – 15%
- Maior corte – 35%
*Dose –1 = 30Kg
*Dose - 2 = 70Kg
*Dose – 3 = 70Kg ( para algumas plantas 70Kg de N é uma quantidade 
*Dose – 4 = 30Kg muito grande. 
Adubação nitrogenada:
Parcelamento:
A – 3 vezes durante o período chuvoso – dose até 200Kg/ha/ano.
B – única aplicação – até 100Kg/ha/ano, na entrada do período seco (março).
C - 4 ou mais vezes – acima de 200Kg/ha/ano. Acima de 100Kg/ha/ano por aplicação excede a capacidade de absorção.
Obs: 100kg/ha/ano já é uma dose elevada.
A produção de forrageira é de 0,7vc/ha ao ano, que significa alimento por vaca por ano – sem adubação. Mesmo com adubação o problema no período seco continua. Para melhorar é necessário promover uma boa conservação de forrageira (feno/silagem) para o período seco e fornecer alimentos suplementares (sal proteinado).
Obs: Pastagem consorciada: A leguminosa fixa o nitrogênio atmosférico, possui maior teor de proteína e a morte de sua raízes e folhas enriquece ainda mais o solo.
Resposta - Animais UA/ha.
Uma pastagem consorciada bem manejada chega a promover o equivalente a 100Kg/ha de N na forma mineral (fertilizante mineral).
Fertilizantes nitrogenados:
Orgânicos: Esterco (frango, gado de curral, suínos). O esterco de gado, quando bem curtido, possui 1% de N.
Ex: 150Kg/ha de N (uréia)
 12t de cama de frango/ha – equivale a 150Kg/ha/N.
A adubação orgânica tem uma vantagem sobre a química, pois o N está em forma de amina, demorando mais tempo para ser liberado, ou seja, transformar a matéria orgânica e mineralizar o solo (liberar amônia ou nitrato). Dessa forma, aumenta a distância temporal necessária para uso da 2º dose (do parcelamento de adubação). É melhor para planta, pois o N vai sendo liberado de forma de coincida com sua necessidade.
As 12t de cama de frango possuem menos do que 150Kg de N; 3 a 4% de N = 48Kg de N em 12t.
Ex.: liberação do N = na 1º sem. – 5Kg; 
 2º sem. – 5Kg
 3º sem. – 10Kg ( nessa semana ocorreu mais calor 
 e levou a maior mineralização
 do solo.
Químicos: Uréia.
Ao aplicar uréia, o solo deve estar bem úmido e a aplicação deve ser feita nas horas mais frescas do dia, para diminuir a perda por volatilização.
Há outros fertilizantes químicos, como sulfato de amônio, nitrato de cálcio, monoamônio fosfato, diamônio fosfato, nitrato de amônio, nitrato de potássio, porém os mais usados são a uréia e o sulfato de amônio.
O N mais barato é o da uréia, além de sofrer menor perda no solo. Por isso é a mais utilizada. Tem 45% de N (o sulfato de amônio tem 22% de N). O sulfato de amônio tem uma vantagem sobre a uréia, pois é uma substância acidificante, diminuindo a perda por volatilização (esta ocorre em ambiente alcalino). Sua desvantagem é ser um pouco mais caro, e ter menor porcentagem de N do que a uréia. Além disso, seu uso constante acaba acidificando o solo sendo necessário promover sua correção.
Obs: A uréia também é um pouco acidificante. O nitrato de amônio possui 35% de N e não acidifica o solo, porém é mais difícil de ser encontrado no comércio.
Fósforo: nutriente mineral de ação importante principalmente para a implantação da cultura. O fósforo, no solo, possui baixa mobilidade ficando muito restrito ao local onde foi depositado. Durante a formação da cultura (forrageira), essas plantas possuem um sistema radicular muito curto. Por ter baixa mobilidade no solo, o fósforo fica restrito a camada superficial do solo, facilitando sua absorção por essas raízes curtas. Na planta, o fósforo possui alta mobilidade, facilitando o seu aproveitamento (uma vez absorvido), promovendo enraizamento e perfilhamento da planta. Solos pobres em fósforo dificultam o enraizamento e crescimento da planta.
	
	Braquiarão
	P (kg/ha)
	30 dias
	60 dias
	90 dias
	0
	2
	5
	8 a 10 (30%)
	40
	5
	20
	40 (80%)
	80
	8
	40
	60 (100%)
O fósforo tem grande importância na velocidade do estabelecimento da pastagem, pois aumenta seu enraizamento e perfilhamento.
Pastagens que são formadas em solos pobres em fósforo, levam até 1 ano para atingirem ponto ideal e sofrem ação de plantas invasoras. Pastagens que são formadas em solo adubado com fósforo levam de 3 a 4 meses para atingirem ponto ideal. Portanto, pasto que não possui fósforo, deve ser adubado de 6 a 8 meses antes de receber as sementes/mudas.
Obs: O adubo fosfatado tem um custo de mais ou menos R$300,00/ha, porém a pastagem fica formada com cerca de 3 meses, enquanto a sem adubação fosfatada leva 1 ano. O ganho de peso de produção de carne dos animais colocados nesta pastagem, paga (ou quase) o gasto com essa adubação.
Pastagem formada com fósforo leva cerca de 5 anos para entrar em degradação, enquanto a sem fósforo leva cerca de 3 anos.
A adubação fosfatada não

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