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Dermatologia de Animais de Companhia - Blastomicose

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V e t e r i n a r i a n D o c s 
www.veterinariandocs.com.br 
 
 
 
 
1 
www.veterinariandocs.com.br 
Micoses Profundas 
 
 
Blastomicose 
Sinônimo 
 Blastomicose norte-americana. 
Definição 
É uma micose produzida por Blastomyces dermatitidis fungo dimórfico que 
determina afecção que compromete principalmente cães entre as espécies domésticas, 
bem como o homem. No cão, a blastomicose norte-americana manifesta-se por quadro 
crônico, debilitante e fatal, com extensas lesões pulmonares e raramente lesões 
cutâneas. 
Etiologia 
 Blastomyces dermatitidis 
Características do Agente 
 Saprófita de solo e sobrevive por breves períodos no solo, a menos que o solo 
seja refrigerado ou esterilizado. 
Apresentação Clínica 
 -Infecção pulmonar primária; 
 -Infecção disseminada; 
 -Infecção cutânea; 
 
 
 
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www.veterinariandocs.com.br 
Vias de Infecção 
 A infecção se dá pela inalação de esporos trazidos pelo vento ou solo ou pela 
inoculação direta na pele. 
Patogenia 
 Após a entrada do esporo no organismo o período de incubação varia entre 5 até 
12 semanas e os animais jovens são mais suscetíveis. 
 Após esta inalação, os esporos são depositados nos alvéolos, onde são 
fagocitados pelos macrófagos e assim há a transformação do fungo da fase miceliana na 
fase de levedo e também ocorre sua multiplicação no interior do macrófago. 
 A liberação das células leveduriformes dos macrófagos resulta em uma 
acumulação dos microrganismos nos alveólos e em uma reação inflamatória marcante. 
 Os microrganismos fagocitados são deslocados para o interstício pulmonar, até 
os sistema linfático e vascular. Se o sistema imune for competente a enfermidade limita-
se ao parênquima pulmonar e linfonodos drenantes associados. 
 Caso ocorra a disseminação do microrganismo para outros órgãos via linfática 
ou hematógena pode resultar em lesões cutâneas, linfáticas, oculares, esqueléticas, 
urogenitais e do sistema nervoso central. 
Sinais Clínicos 
 Infecção pulmonar primária: anorexia, depressão, intolerância à exercícios, 
perda de peso, febre, tosse não produtiva, dispneia, linfadenomegalia, corrimento ocular 
e nasal. Pode haver remissão espontânea ou melhora branda até que surjam lesões 
disseminadas. 
 Infecção cutânea: lesões cutâneas múltiplas, pequenas, ligeiramente elevadas, 
com úlceras centrais e trajetos fistulosos, pode-se ter exsudato serossanguinolento a 
purulento e linfoadenomegalia generalizada. 
 Infecção disseminada: em sistema ocular pode-se verificar uveíte, glaucoma, 
formação de grânulos subretinal ou deslocamento de retina, edema de córnea, 
exoftalmia e conjuntivite podem estar presentes. Pode-se ter envolvimento ósseo em até 
25% dos casos da blastomicose disseminada e as lesões geralmente envolvem ossos 
longos do esqueleto apendicular e verifica-se lesões osteomielíticas com reações 
periosteais. Em sistema urogenital pode-se verificar hematúria, disúria, noctúria e 
tenesmo (devido a envolvimento prostático). E lesões em sistema nervoso central é raro. 
Diagnóstico 
 -Anamnese e História Clínica (a ausência de resposta à antibióticos ou ao 
tratamento com glicocorticoides); 
 
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www.veterinariandocs.com.br 
 -Sinais Clínicos; 
 -Exames Complementares: 
 -Achados hematológicos e bioquímicos: não são específicos ou 
conclusivos. Verifica-se anemia branda arregenerativa, leucocitose com desvio à 
esquerda, monocitose e linfopenia. Proteinemia com decréscimo de albumina e 
incremento de proteínas inflamatórias e imunoglobulinas. E também verifica-se 
hipercalemia devido a extensa moléstia granulomatosa com elevação da produção extra-
renal de calcitriol pela reação inflamatória e/ou desenvolvimento de insuficiência renal 
concomitante. 
 -Achados citológicos: a confirmação citológica pode alcança até 85% dos 
casos e as amostras devem ser coletadas a partir de linfonodos, secreções 
traqueobrônquicas, ossos, aspirados de agulha fina de pulmões e oculares, esfregaços 
por impressão de lesões cutâneas, amostras de urina e líquido cefalorraquidiano. 
 -Achados histopatológicos: revela reação inflamatória granulomatosa a 
supurativa mista. As lesões podem ser encontradas em pulmões, pele, ossos, próstata, 
epidídimo, bexiga, cérebro, meninges e medula espinhal. 
 -Achados radiográficos: as lesões são mais observadas em pulmões e 
ossos. A alteração pulmonar mais comum é o padrão intersticial nodular miliar 
generalizado e difuso. Geralmente lesões ósseas ficam confinadas a um osso e mais 
comumente afetam a região epifisiária de ossos longos. 
 -Características da cultura: utiliza-se ágar-dextrose de Sabouraud 
contendo antibióticos. As cultura demoram cerca de 4 semanas para crescerem. 
 -Sorologia: métodos sorológicos incluem fixação do complemento, 
imunodifusão em ágar gel, hemaglutinação de antiglobulinas e ELISA. 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 1. Blastomyces dermatitidis (setas azuis) 
 Fonte: Doctos Fungus em http://www.doctorfungus.org 
 
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O exame entre lâmina e lamínula do pus ou detritos celulares coletados da lesão 
e clareados com gota de hidróxido de potássio a 10%, após ligeiro aquecimento, permite 
diagnóstico rápido da micose. Em casos positivos, o B. dermatitidis aparece em forma 
de células esféricas, simples ou com brotamento, provida da chamada membrana de 
duplo contorno como o verificado na figura 1 nas setas azuis. 
Tratamento 
 Anfotericina B: agente antifúngico derivado da linhagem de Streptomyces 
nodosus. As vias comuns de administração são as endovenosa e subconjuntival. A 
penetração através da barreira hematocefálica, espaços articulares e tecidos oculares é 
deficiente. 
 Dose: 0,1 a 1,0 mg/kg SID. Em felinos deve-se utilizar a dose inferior. 
 Mecanismo de ação: ligação ao egosterol, o esterol principal nas 
membranas fúngicas. Esta ligação induz uma reorganização estrutural da membrana 
fúngica, causando um aumento da permeabilidade e resultando em vazamento de 
moléculas intracelulares e morte celular. 
*Tratamento de escolha para formas disseminadas. 
 Problemas: alta nefrotoxicidade e deve-se avaliar a função renal 
frequentemente. 
 Cetoconazol: imidazol com substituição. 
 Dose: 20 mg/kg BID. 
 Mecanismo de ação: aumento da permeabilidade da membrana, inibição 
da formação de RNA e DNA, alterações na síntese dos ácidos graxos e triglicerídeos e 
distúrbios nos sistemas enzimáticos oxidantes peroxidantes no interior da célula 
fúngica. 
 Itraconazol: 
 Dose: 1 mg/kg BID. 
*Tratamento de escolha para infecções leve à moderadas. 
Considerações de Saúde Pública 
 Não é provável que a blastomicose seja transmitida de animal para animal ou de 
animal para o homem. Mas devemos tomar precauções, quando fizermos contato com 
animais infectados, especialmente diante de feridas drenantes e abertas. 
 
 
 
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Referências Bibliográficas 
WOLD A.M. TROY G.C. Moléstias Micóticas Profundas. In: ETTINGER, J.S., 
FELDMAN, E.C. Tratado de Medicina Interna Veterinária. Manole, São Paulo, 
1992, pg. 357. 
FREITAS M.L.B. et al. Blastomicose em Canino – Relato de Caso. X JORNADA DE 
ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2010 – UFRPE: Recife, 18 a 22 de 
outubro.

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