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Aulas 04 e 05 - Teoria do Fato, Ato e Negócio Jurídico

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COMEÇANDO DO ZERO 
Direito Civil 
Luciano Figueiredo 
1 
Teoria do Fato, Ato e Negócio Jurídico 
Tema VII 
 
Direito Civil Começando do Zero. 
Elaboração: Luciano L. Figueiredo1. 
 
 
1. Classificação 
 
a) Fatos Materiais 
 
b) Fatos Jurídicos 
 
b.1) Naturais (fatos jurídicos stricto 
senso) 
b.1.1 ) Ordinários 
b.1.2) Extraordinários 
 
b.2) Humanos (Atos Jurídicos ou 
fato jurídico lato sensu) 
 
b.2.1) Lícitos 
b.2.1.1) Atos 
Jurídicos Stricto 
Senso 
b.2.1.1) Negócios 
Jurídicos 
 
 b.2.2) Ilícitos 
 
2. Conceito de Negócio Jurídico 
 
3. Planos do Negócio Jurídico 
 
3.1. Existência 
 
O plano de existência do negócio jurídico não 
foi incluso pelo legislador civil na Codificação, 
sendo, porém, diuturnamente tratado pela 
doutrina. 
 
1 Advogado. Sócio do Figueiredo & Figueiredo Advocacia 
e Consultoria. Graduado em Direito pela Universidade 
Salvador (UNIFACS). Especialista (Pós-Graduado) em 
Direito do Estado pela Universidade Federal da Bahia 
(UFBA). Mestre em Direito Privado pela Universidade 
Federal da Bahia (UFBA). Professor de Direito Civil. 
Coordenador Científico do IBDFAM/BA. Palestrante. 
Autor de Artigos Científicos e Livros Jurídicos. Fanpage: 
Luciano Lima Figueiredo. Twitter: @civilfigueiredo. 
Instagram: @lucianolimafigueiredo. 
 
É o plano do “ser” do negócio jurídico. 
 
a) Agente 
 
b) Objeto 
 
c) Forma 
 
d) Vontade Exteriorizada 
 
3.2. Validade 
 
Validade é sinônimo de adequação ao sistema 
jurídico, verificando-se se o negócio existente 
pertence ao ordenamento jurídico. 
 
Art. 104. A validade do negócio 
jurídico requer: 
I - agente capaz; 
II - objeto lícito, possível, determinado 
ou determinável; 
III - forma prescrita ou não defesa em 
lei. 
 
I – Capacidade do Agente: Já estudada na aula 
de Pessoa Física. 
 
II – Objeto Lícito, Possível, Determinado ou 
Determinável 
 
III – Forma Prescrita ou Não Defesa em Lei. 
 
Art. 107. A validade da declaração de 
vontade não dependerá de forma 
especial, senão quando a lei 
expressamente a exigir. 
 
Hipótese em que a vontade é vinculada: 
 
Art. 108. Não dispondo a lei em 
contrário, a escritura pública é 
essencial à validade dos negócios 
jurídicos que visem à constituição, 
transferência, modificação ou renúncia 
de direitos reais sobre imóveis de valor 
superior a trinta vezes o maior salário 
mínimo vigente no País. 
 
IV – Consentimento Válido 
 
Pode ser pelo silêncio? Art. 111 do CC: 
 
 
 
 
 
 
 
 
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COMEÇANDO DO ZERO 
Direito Civil 
Luciano Figueiredo 
2 
Art. 111. O silêncio importa anuência, 
quando as circunstâncias ou os usos o 
autorizarem, e não for necessária a 
declaração de vontade expressa. 
 
3.2.1 Teoria das Invalidades 
 
Duas observações iniciais: 
 
I. As nulidades nunca são implícitas 
(exigem sempre texto de lei). Não há 
nulidade, seja absoluta ou anulabilidade 
(relativa), sem disposição legal. 
 
II. Não há nulidade sem prejuízo 
(brocardo francês), na ótica do art. 249, 
parágrafo único do CPC. Sobre o tema 
vide informativos 387 e 394 do STJ. 
 
PROVA. ANULAÇÃO. INTERVENÇÃO. 
TERCEIROS (informativo 394) 
 
Trata-se de ação declaratória de 
nulidade de escritura pública e dos 
registros realizados na qual o autor, 
ora recorrido, alega que houve 
simulação de negócios levados a 
registro com assinaturas falsas. 
Assim, após contestação, o pedido de 
denunciação à lide foi indeferido, 
prosseguindo o processo seu trâmite 
regular. Durante a fase probatória, foi 
produzida perícia na qual se constatou 
a falsidade das assinaturas apostas nos 
contratos levados a registro. Porém, 
este Superior Tribunal reverteu a 
decisão interlocutória e determinou que 
o pedido de denunciação à lide fosse 
processado. O juiz de primeiro grau, ao 
considerar tardia a intervenção no 
processo dos litisdenunciados, 
determinou novamente a produção de 
prova pericial. Contudo, o ora recorrido 
não recolheu as custas para a nova 
perícia, então a sentença julgou 
improcedentes os pedidos formulados 
na inicial, pois não se desincumbiu o 
autor de seu ônus processual. A Turma 
entendeu que a prova produzida 
anteriormente não deve ser considerada 
inexistente. A prova foi realizada com a 
observância do 
contraditório e da 
ampla defesa. O recorrente estava 
representado nos autos quando ela foi 
realizada, tendo oportunidade de opor-
se a ela e apresentar o termo de seu 
inconformismo. A resistência à 
utilização dessa prova poderia vir de um 
dos litisdenunciados, jamais do 
recorrente. A jurisprudência assente 
neste Superior Tribunal afirma que a 
declaração de nulidade dos atos 
processuais depende de 
demonstração de existência de 
prejuízo à parte interessada, 
conforme o art. 249, § 1º, do CPC, o 
que não ocorreu no caso. Assim, a 
Turma negou provimento ao recurso. 
Precedente citado: RMS 18.923-PR, DJ 
12/4/2007. REsp 879.567-SP, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, julgado em 
12/5/2007. 
 
CONTRATO. PRORROGAÇÃO. 
DECADÊNCIA. (informativo 387) 
 
A Turma decidiu que, no caso sub 
judice, não há que se falar em 
interrupção ou suspensão do prazo 
decadencial, visto que a ilegalidade 
perpetuou-se no tempo, com a 
prorrogação do contrato de concessão 
de serviço público de transporte 
rodoviário interestadual sem prévia 
licitação, motivo pelo qual o prazo 
decadencial é contado após cessados 
seus efeitos, descabendo a alegada 
discussão quanto à decadência. 
Outrossim, ressaltou o Min. Luiz Fux o 
entendimento pacificado deste Superior 
Tribunal de que, na hipótese, tais 
prorrogações equiparam-se a 
obrigações de trato sucessivo e, por 
isso, o prazo decadencial é contado a 
partir de cada uma. Se houve uma 
prorrogação enquanto prevalece a 
ilegalidade, o parquettem legitimidade e 
está dentro do prazo para o exercício da 
ação civil, baseada ademais na 
legislação local. Por outro lado, não 
cabe a declaração de nulidade se a 
decisão pode ser proferida no mérito 
a favor da parte a quem se aproveita. 
Com esse entendimento, o recurso foi 
parcialmente provido. Precedentes 
 
 
 
 
 
 
 
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COMEÇANDO DO ZERO 
Direito Civil 
Luciano Figueiredo 
3 
citados: REsp 764.278-SP, DJe 
28/5/2008, e REsp 912.612-DF, DJe 
15/9/2008. REsp 1.095.323-RS, Rel. 
Min. Francisco Falcão, julgado em 
17/3/2009. 
 
 
a) Nulidade Absoluta 
 
Hipóteses: 
 
Art. 167. É nulo o negócio jurídico 
simulado, mas subsistirá o que se 
dissimulou, se válido for na substância 
e na forma. 
§ 1º Haverá simulação nos negócios 
jurídicos quando: 
I - aparentarem conferir ou transmitir 
direitos a pessoas diversas daquelas 
às quais realmente se conferem, ou 
transmitem; 
II - contiverem declaração, confissão, 
condição ou cláusula não verdadeira; 
III - os instrumentos particulares forem 
antedatados, ou pós-datados. 
 
Art.166. É nulo o negócio jurídico 
quando: 
I - celebrado por pessoa 
absolutamente incapaz; 
II - for ilícito, impossível ou 
indeterminável o seu objeto; 
III - o motivo determinante, comum a 
ambas as partes, for ilícito; 
IV - não revestir a forma prescrita em 
lei; 
V - for preterida alguma solenidade 
que a lei considere essencial para a 
sua validade; 
VI - tiver por objetivo fraudar lei 
imperativa; 
VII - a lei taxativamente o declarar 
nulo, ou proibir-lhe a prática, sem 
cominar sanção. 
 
Características: 
 
1. O ato nulo atinge interesse público 
superior; 
2. Opera-se de pleno Direito (ope 
legis); 
 
 
3. Não admite confirmação 
(ratificação), mas pode ser convertido; 
4. Pode ser argüida pelas partes, por 
terceiro interessado, pelo MinistérioPúblico, quando lhe couber intervir, 
ou, até mesmo, pronunciada de ofício 
pelo Juiz ex ofício; 
5. A ação declaratória de nulidade é 
decidida por sentença de natureza 
declaratória de efeitos “ex tunc”; 
6. A nulidade, segundo o novo Código 
Civil, pode ser reconhecida a qualquer 
tempo, não se sujeitando a prazo 
prescricional (imprescritível) ou 
decadencial. 
 
# Atenção: apesar de o juiz poder reconhecer 
ex ofício a nulidade, ele não tem permissão 
para supri-la, ainda que a requerimento da 
parte (art. 168 p.u, CC/02). 
 
Parágrafo único. As nulidades devem 
ser pronunciadas pelo juiz, quando 
conhecer do negócio jurídico ou dos 
seus efeitos e as encontrar provadas, 
não lhe sendo permitido supri-las, 
ainda que a requerimento das partes. 
 
# Atenção: Entende o STJ que a argüição de 
nulidade absoluta nas instâncias 
extraordinárias demanda a observância do 
requisito do prequestionamento. Informativo 
329, STJ: 
 
ALIENAÇÃO. BEM IMÓVEL. 
CLÁUSULA. INALIENABILIDADE. 
NULIDADE ABSOLUTA. 
DECLARAÇÃO. OFÍCIO. 
PREQUESTIONAMENTO. 
 
Destacaram as instâncias anteriores 
que os gravames em questão incidem, 
tão-somente, sobre os frutos, e não, 
propriamente, sobre o imóvel. O 
Tribunal estadual manteve-se nos 
exatos limites da questão da 
prescritibilidade, ou não, da pretensão 
de reconhecimento da nulidade do 
negócio jurídico entabulado, mantendo-
se silente sobre qualquer outra matéria. 
Não obstante, ainda que se trate de 
questão chamada de "ordem 
pública", isto é, nulidade absoluta – 
 
 
 
 
 
 
 
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COMEÇANDO DO ZERO 
Direito Civil 
Luciano Figueiredo 
4 
passível, segundo respeitável 
doutrina, de conhecimento a 
qualquer tempo, em qualquer grau de 
jurisdição –, este Superior Tribunal já 
cristalizou seu entendimento pela 
impossibilidade de se conhecer da 
matéria de ofício, quando inexistente 
o necessário prequestionamento. 
Ocorrida essa nulidade, a prescrição a 
ser aplicada é a vintenária. Com esse 
entendimento, a Turma não conheceu 
do REsp, anotando que a ação foi 
ajuizada trinta e oito anos após o 
registro da alienação. O Min. Antônio de 
Pádua Ribeiro acompanhou o Min. 
Relator apenas na conclusão, por 
entender incidente a Súm. n. 283-STF, 
pois defende a imprescritibilidade dos 
atos nulos. Precedentes citados: REsp 
178.342-RS, DJ 3/11/1998; AgRg no 
REsp 478.379-RS, DJ 3/4/2006; Edcl no 
REsp 750.406-ES, DJ 21/11/2005; 
REsp 919.243-SP, DJ 7/5/2007, e REsp 
591.401-SP, DJ 13/9/2004. REsp 
297.117-RS, Rel. Min. Hélio Quaglia 
Barbosa, julgado em 28/8/2007. 
 
b) Nulidade Relativa (Anulabilidade) 
 
Hipóteses: 
 
Art. 171. Além dos casos 
expressamente declarados na lei, é 
anulável o negócio jurídico: 
I - por incapacidade relativa do agente; 
II - por vício resultante de erro, dolo, 
coação, estado de perigo, lesão ou 
fraude contra credores. 
 
Características: 
 
1. O ato anulável atinge interesses 
particulares, legalmente tutelados (por 
isso a gravidade não é tão relevante 
quanto na hipótese de nulidade); 
2. Não se opera de pleno Direito (ope 
iudicis); 
3. Admite confirmação expressa ou tácita 
(ratificação); 
4. Somente pode ser argüida pelos 
legítimos interessados; 
 
5. A anulabilidade somente pode ser 
argüida, pela via judicial, em prazos 
decadenciais de 4 (regra geral) ou 2 
(regra supletiva) anos, salvo norma 
específica sem sentido contrário (art. 
178 e 179). 
 
Art. 178. É de quatro anos o prazo de 
decadência para pleitear-se a 
anulação do negócio jurídico, contado: 
I - no caso de coação, do dia em que 
ela cessar; 
II - no de erro, dolo, fraude contra 
credores, estado de perigo ou lesão, 
do dia em que se realizou o negócio 
jurídico; 
III - no de atos de incapazes, do dia 
em que cessar a incapacidade. 
 
Art. 179. Quando a lei dispuser que 
determinado ato é anulável, sem 
estabelecer prazo para pleitear-se a 
anulação, será este de dois anos, a 
contar da data da conclusão do ato. 
 
c) Princípio da conservação dos atos e 
negócios jurídicos 
 
I) Conversão Substancial 
 
É uma medida sanatória por meio da qual 
aproveitam-se os elementos materiais de um 
negócio jurídico inválido, convertendo-o em 
negócio válido de fins lícitos. Está prevista no 
art. 170 e consiste na recategorização de 
determinado negócio para outro de diferente 
espécie, respeitadas determinadas 
circunstâncias. 
 
Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico 
nulo contiver os requisitos de outro, 
subsistirá este quando o fim a que 
visavam as partes permitir supor que o 
teriam querido, se houvessem previsto 
a nulidade. 
 
# Exemplos: Compra e venda por escritura 
particular de imóvel acima de 30 salários: juiz 
pode considerar convertendo em promessa de 
compra e venda, e depois possibilitando a 
adjudicação compulsória do bem 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Civil 
Luciano Figueiredo 
5 
II) Ratificação (Saneamento, Convalidação 
Ou Confirmação): 
 
Art. 169. O negócio jurídico nulo não é 
suscetível de confirmação, nem 
convalesce pelo decurso do tempo. 
 
Art. 172. O negócio anulável pode ser 
confirmado pelas partes, salvo direito 
de terceiro. 
 
 
III) Redução do Negócio Jurídico 
 
Permite uma invalidada parcial. 
 
Art. 184. Respeitada a intenção das 
partes, a invalidade parcial de um 
negócio jurídico não o prejudicará na 
parte válida, se esta for separável; a 
invalidade da obrigação principal 
implica a das obrigações acessórias, 
mas a destas não induz a da 
obrigação principal. 
 
3.3. Eficácia 
 
Tem como elementos acidentais ou acessórios, 
opostos pela vontade humana a negócios com 
fundo patrimonial: 
 
a) Condição 
 
I) Suspensiva x Resolutiva 
II) Lícita x Ilícita 
III) Puramente Potestativa x Simplesmente 
ou Meramente Potestativa 
 
Art. 122. São lícitas, em geral, todas 
as condições não contrárias à lei, à 
ordem pública ou aos bons costumes; 
entre as condições defesas se incluem 
as que privarem de todo efeito o 
negócio jurídico, ou o sujeitarem ao 
puro arbítrio de uma das partes. 
 
Art. 123. Invalidam os negócios 
jurídicos que lhes são subordinados: 
I - as condições física ou juridicamente 
impossíveis, quando suspensivas; 
 
II - as condições ilícitas, ou de fazer 
coisa ilícita; 
III - as condições incompreensíveis ou 
contraditórias. 
 
Art. 124. Têm-se por inexistentes as 
condições impossíveis, quando 
resolutivas, e as de não fazer coisa 
impossível. 
 
Art. 125. Subordinando-se a eficácia 
do negócio jurídico à condição 
suspensiva, enquanto esta se não 
verificar, não se terá adquirido o 
direito, a que ele visa. 
 
Art. 130. Ao titular do direito eventual, 
nos casos de condição suspensiva ou 
resolutiva, é permitido praticar os atos 
destinados a conservá-lo. 
 
Na hora da prova? 
 
01. (Analista Judiciário – Execução de 
Mandados TRF 4ª região/ 2010 – Direito 
Civil/ FCC) Considere as seguintes 
assertivas a respeito da Condição, do 
Termo e do Encargo: 
 
I. Considera-se condição a cláusula que, 
derivando exclusivamente da vontade das 
partes, subordina o efeito do negócio 
jurídico a evento futuro e certo. 
II. Se for resolutiva a condição, enquanto 
esta se não realizar, vigorará o negócio 
jurídico, podendo exercer-se desde a 
conclusão deste o direito por ele 
estabelecido. 
III. O termo inicial suspende o exercício, 
mas não a aquisição do direito. 
IV. Em regra, o encargo suspende a 
aquisição e o exercício do direito. 
 
De acordo com o Código Civil, está correto 
o que consta APENAS em 
 
a) I e III. 
b) I, II e III. 
c) II, III e IV. 
d) II e III. 
e) II e IV. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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COMEÇANDO DO ZERO 
Direito Civil 
Luciano Figueiredo 
6b) Termo 
 
I) Inicial (dies a quo) x Final (Dies ad quem) 
 
Art. 131. O termo inicial suspende o 
exercício, mas não a aquisição do 
direito. 
 
II) Forma de Contagem: 
 
Art. 132. Salvo disposição legal ou 
convencional em contrário, computam-
se os prazos, excluído o dia do 
começo, e incluído o do vencimento. 
§ 1º Se o dia do vencimento cair em 
feriado, considerar-se-á prorrogado o 
prazo até o seguinte dia útil. 
§ 2º Meado considera-se, em qualquer 
mês, o seu décimo quinto dia. 
§ 3º Os prazos de meses e anos 
expiram no dia de igual número do de 
início, ou no imediato, se faltar exata 
correspondência. 
§ 4º Os prazos fixados por hora 
contar-se-ão de minuto a minuto. 
 
II) Regras Importantes: 
 
Art. 133. Nos testamentos, presume-
se o prazo em favor do herdeiro, e, 
nos contratos, em proveito do 
devedor, salvo, quanto a esses, se do 
teor do instrumento, ou das 
circunstâncias, resultar que se 
estabeleceu a benefício do credor, ou 
de ambos os contratantes. 
 
Art. 134. Os negócios jurídicos entre 
vivos, sem prazo, são exeqüíveis 
desde logo, salvo se a execução tiver 
de ser feita em lugar diverso ou 
depender de tempo. 
 
c) Modo ou Encargo 
 
Art. 136. O encargo não suspende a 
aquisição nem o exercício do direito, 
salvo quando expressamente imposto 
no negócio jurídico, pelo disponente, 
como condição suspensiva. 
 
 
Art. 137. Considera-se não escrito o 
encargo ilícito ou impossível, salvo se 
constituir o motivo determinante da 
liberalidade, caso em que se invalida o 
negócio jurídico. 
 
4. Regras Interpretativas dos Negócios 
Jurídicos 
 
4.1 Boa-Fé 
 
Subjetiva – Bona Fides romana. 
 
Objetiva - treu und glauben - Germânica 
 
Art. 113. Os negócios jurídicos devem 
ser interpretados conforme a boa-fé e 
os usos do lugar de sua celebração. 
 
Art. 422. Os contratantes são 
obrigados a guardar, assim na 
conclusão do contrato, como em sua 
execução, os princípios de probidade 
e boa-fé. 
 
Funções da Boa-Fé Objetiva: 
 
a) Interpretativa 
 
En. 27. Art. 422: na interpretação da 
cláusula geral da boa-fé, deve-se levar 
em conta o sistema do Código Civil e 
as conexões sistemáticas com outros 
estatutos normativos e fatores 
metajurídicos. 
 
b) Integrativa 
 
En. 24.: Art. 422.: em virtude do 
princípio da boa-fé, positivado no art. 
422 do novo Código Civil, a violação 
aos deveres anexos constitui espécie 
de inadimplemento, 
independentemente de culpa. 
 
O descumprimento de tais deveres denomina-
se de violação positiva do contrato ou 
adimplemento fraco, sendo reconhecido pelo 
STJ na hipótese de não observância do dever 
de informação: 
 
Recurso especial. Civil. Indenização. 
Aplicação do princípio da boa-fé 
 
 
 
 
 
 
 
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COMEÇANDO DO ZERO 
Direito Civil 
Luciano Figueiredo 
7 
contratual.Deveres anexos ao 
contrato. 
- O princípio da boa-fé se aplica às 
relações contratuais regidas pelo 
CDC, impondo, por conseguinte, a 
obediência aos deveres anexos ao 
contrato, que são decorrência lógica 
deste princípio. 
- O dever anexo de cooperação 
pressupõe ações recíprocas de 
lealdade dentro da relação 
contratual. 
- A violação a qualquer dos deveres 
anexos implica em inadimplemento 
contratual de quem lhe tenha dado 
causa. 
- A alteração dos valores arbitrados a 
título de reparação de danos 
extrapatrimoniais somente é possível, 
em sede de Recurso Especial, nos 
casos em que o quantum determinado 
revela-se irrisório ou exagerado. 
Recursos não providos. 
(REsp 595631 / SC. Relatora 
Ministra Nancy Adrighi. 3 Turma. 
Julgado em:08.06.2004.) 
 
O CJF reconhece como um dos deveres 
anexos o de mitigação por parte do credor - 
Duty to Migate the Loss ou o dever do credor 
de mitigar as próprias perdas: 
 
E. 169 – Art. 422: O princípio da boa-
fé objetiva deve levar o credor a evitar 
o agravamento do próprio prejuízo 
 
c) Restritiva 
 
En. 26 Art. 422.: a cláusula geral 
contida no art. 422 do novo Código 
Civil impõe ao juiz interpretar e, 
quando necessário, suprir e corrigir o 
contrato segundo a boa-fé objetiva, 
entendida como a exigência de 
comportamento leal dos contratantes. 
 
Aplicação: Do pré-contrato ao pós-contrato? 
 
 
 
 
 
 
E. 25 - Art. 422: o art. 422 do Código 
Civil não inviabiliza a aplicação pelo 
julgador do princípio da boa-fé nas 
fases pré-contratual e pós -contratual. 
 
En. 170 – Art. 422: A boa-fé objetiva 
deve ser observada pelas partes na 
fase de negociações preliminares e 
após a execução do contrato, quando 
tal exigência decorrer da natureza do 
contrato. 
 
4.2 Demais Regras 
 
Art. 109. No negócio jurídico celebrado 
com a cláusula de não valer sem 
instrumento público, este é da 
substância do ato. 
 
Art. 112. Nas declarações de vontade 
se atenderá mais à intenção nelas 
consubstanciada do que ao sentido 
literal da linguagem. 
 
Art. 114. Os negócios jurídicos 
benéficos e a renúncia interpretam-se 
estritamente. 
 
 
5. Defeitos do Negócio Jurídico 
 
5.1. Vícios de Consentimento (de vontade) 
 
a) Erro ou Ignorância 
 
Erro principal ou essencial ou determinante: 
 
Art. 138. São anuláveis os negócios 
jurídicos, quando as declarações de 
vontade emanarem de erro 
substancial que poderia ser percebido 
por pessoa de diligência normal, em 
face das circunstâncias do negócio. 
 
O erro acidental ou acessório: 
 
Art. 142. O erro de indicação da 
pessoa ou da coisa, a que se referir a 
declaração de vontade, não viciará o 
negócio quando, por seu contexto e 
pelas circunstâncias, se puder 
identificar a coisa ou pessoa cogitada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Hipóteses de erro 
 
a) Error in negotio (sobre o negócio) 
b) Error in corpore (sobre o objeto) 
c) Error in Persona (sobre a pessoa) 
d) Error in Iures (sobre o direito) 
 
Art. 139. O erro é substancial quando: 
I - interessa à natureza do negócio, ao 
objeto principal da declaração, ou a 
alguma das qualidades a ele 
essenciais; 
II - concerne à identidade ou à 
qualidade essencial da pessoa a quem 
se refira a declaração de vontade, 
desde que tenha influído nesta de 
modo relevante; 
III - sendo de direito e não implicando 
recusa à aplicação da lei, for o motivo 
único ou principal do negócio jurídico. 
 
Falso motivo: 
 
Art. 140. O falso motivo só vicia a 
declaração de vontade quando 
expresso como razão determinante. 
 
Erro de transmissão de vontade: 
 
Art. 141. A transmissão errônea da 
vontade por meios interpostos é 
anulável nos mesmos casos em que o 
é a declaração direta. 
 
Erro de cálculo: 
 
Art. 143. O erro de cálculo apenas 
autoriza a retificação da declaração de 
vontade. 
 
 
b) Dolo 
 
Dolo principal: 
 
Art. 145. São os negócios jurídicos 
anuláveis por dolo, quando este for a 
sua causa. 
 
 
 
 
 
Dolo acessório: 
 
Art. 146. O dolo acidental só obriga à 
satisfação das perdas e danos, e é 
acidental quando, a seu despeito, o 
negócio seria realizado, embora por 
outro modo. 
 
 
Dolo negativo: 
 
Art. 147. Nos negócios jurídicos 
bilaterais, o silêncio intencional de 
uma das partes a respeito de fato ou 
qualidade que a outra parte haja 
ignorado, constitui omissão dolosa, 
provando-se que sem ela o negócio 
não se teria celebrado. 
 
Dolo de terceiro: 
 
Art. 148. Pode também ser anulado o 
negócio jurídico por dolo de terceiro, 
se a parte a quem aproveite dele 
tivesse ou devesse ter conhecimento; 
em caso contrário, ainda que subsista 
o negócio jurídico, o terceiro 
responderá por todas as perdas e 
danos da parte a quem ludibriou. 
 
Dolo de Representante: 
 
Art. 149. O dolodo representante legal 
de uma das partes só obriga o 
representado a responder civilmente 
até a importância do proveito que teve; 
se, porém, o dolo for do representante 
convencional, o representado 
responderá solidariamente com ele 
por perdas e danos. 
 
 
a) Se representação legal – o 
representado apenas responde até a 
importância que tiver proveito 
 
b) Se representação convencional – 
responsabilidade solidária 
 
Dolo recíproco: 
 
Art. 150. Se ambas as partes 
procederem com dolo, nenhuma pode 
 
 
 
 
 
 
 
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alegá-lo para anular o negócio, ou 
reclamar indenização. 
 
c) Coação Moral: 
 
Coação absoluta x relativa 
 
Requisitos para que a coação possa viciar o 
negócio: 
 
i.A coação deve ser a causa do ato; 
ii. Gravidade: A coação deve imputar ao 
coagido um verdadeiro temor de dano 
sério; 
iii.Injusta (ilícita, contrária ao direito, 
abusiva); ameaça do exercício normal 
do direito não é coação, idem temor 
reverencial. 
iv.Iminência ou Atualidade: A coação 
deve ser atual ou iminente (é para 
afastar a coação impossível); 
v. A coação deve constituir ameaça de 
prejuízo à pessoa ou bens da vítima, 
ou à pessoas da sua família. 
 
Na análise dos requisitos acima se leva em 
consideração as circunstâncias subjetivas da 
vítima. Art. 152 do CC: 
 
Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-
ão em conta o sexo, a idade, a 
condição, a saúde, o temperamento 
do paciente e todas as demais 
circunstâncias que possam influir na 
gravidade dela. 
 
Se a coação for dirigida a pessoa que não é da 
família, caberá ao magistrado analisar. Art. 151 
do CC: 
 
Art. 151. A coação, para viciar a 
declaração da vontade, há de ser tal 
que incuta ao paciente fundado temor 
de dano iminente e considerável à sua 
pessoa, à sua família, ou aos seus 
bens. 
Parágrafo único. Se disser respeito a 
pessoa não pertencente à família do 
paciente, o juiz, com base nas 
circunstâncias, decidirá se houve 
coação. 
 
 
Art. 153 do CC: 
 
Art. 153. Não se considera coação a 
ameaça do exercício normal de um 
direito, nem o simples temor 
reverencial. 
 
Coação exercida por terceiros: 
 
Art. 154. Vicia o negócio jurídico a 
coação exercida por terceiro, se dela 
tivesse ou devesse ter conhecimento a 
parte a que aproveite, e esta 
responderá solidariamente com aquele 
por perdas e danos. 
 
Art. 155, CC – Subsistirá o negócio 
jurídico, se a coação decorrer de 
terceiro, sem que a parte a que 
aproveite dela tivesse ou devesse ter 
conhecimento; mas o autor da coação 
responderá por todas as perdas e 
danos que houver causado ao coacto. 
 
d) Lesão Especial 
 
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma 
pessoa, sob premente necessidade, 
ou por inexperiência, se obriga a 
prestação manifestamente 
desproporcional ao valor da prestação 
oposta. 
 
§ 1º Aprecia-se a desproporção das 
prestações segundo os valores 
vigentes ao tempo em que foi 
celebrado o negócio jurídico. 
 
§ 2º Não se decretará a anulação do 
negócio, se for oferecido suplemento 
suficiente, ou se a parte favorecida 
concordar com a redução do proveito. 
 
A lesão tratada no CC é chamada de lesão 
especial, exigindo para sua configuração dois 
requisitos: 
 
a) Objetivo: manifesta desproporção entre 
as prestações estabelecidas no 
negócio. Observa-se que o CC não 
quantificou o valor, falando em 
desproporcionalidade como conceito 
 
 
 
 
 
 
 
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aberto, sem definir o padrão 
quantitativo. 
 
b) Subjetivo: Inexperiência, a qual é 
percebida pelas condições pessoais do 
contratante, ou premente necessidade 
do lesado no momento da contratação, 
levando a outra parte a um lucro 
exagerado. 
 
Enunciado 290, CJF: A lesão 
acarretará a anulação do negócio 
jurídico quando verificada, na 
formação destes, a desproporção 
manifesta entre as prestações 
assumidas pelas partes, não se 
presumindo a premente necessidade 
ou a inexperiência do lesado. 
 
Diga-se que vem entendendo-se ser 
dispensável o dolo de aproveitamento pela 
parte que objetiva beneficiar-se: 
 
E. 150 – Art. 157: A lesão de que trata 
o art. 157 do Código Civil não exige 
dolo de aproveitamento. 
 
E é em atenção ao princípio da conservação 
dos contratos: Enunciados 149 e 291, ambos 
do CJF: 
 
E. 291 – Art. 157. Nas hipóteses de 
lesão previstas no art. 157 do Código 
Civil, pode o lesionado optar por não 
pleitear a anulação do negócio 
jurídico, deduzindo, desde logo, 
pretensão com vista à revisão judicial 
do negócio por meio da redução do 
proveito do lesionador ou do 
complemento do preço. 
 
E. 149 – Art. 157: Em atenção ao 
princípio da conservação dos 
contratos, a verificação da lesão 
deverá conduzir, sempre que possível, 
à revisão judicial do negócio jurídico e 
não à sua anulação, sendo dever do 
magistrado incitar os contratantes a 
seguir as regras do art. 157, § 2º, do 
Código Civil de 2002. 
 
 
 
e) Estado de Perigo 
 
Art. 156. Configura-se o estado de 
perigo quando alguém, premido da 
necessidade de salvar-se, ou a 
pessoa de sua família, de grave dano 
conhecido pela outra parte, assume 
obrigação excessivamente onerosa. 
 
Parágrafo único. Tratando-se de 
pessoa não pertencente à família do 
declarante, o juiz decidirá segundo as 
circunstâncias. 
 
E. 148, CJF – Art. 156: Ao “estado de 
perigo” (art. 156) aplica-se, por 
analogia, o disposto no § 2º do art. 
157. 
 
5.2 Vícios Sociais 
 
a) Fraude Contra Credores: 
 
O patrimônio do devedor é o domicílio da 
garantia do credor (Alexandre Câmara). 
 
Requisitos: 
 
a) Eventus Damni 
b) Consilium Fraudis 
 
Hipóteses nas quais o CC presume a má-fé: 
 
Art. 158. Os negócios de transmissão 
gratuita de bens ou remissão de 
dívida, se os praticar o devedor já 
insolvente, ou por eles reduzido à 
insolvência, ainda quando o ignore, 
poderão ser anulados pelos credores 
quirografários, como lesivos dos seus 
direitos. 
§ 1º Igual direito assiste aos credores 
cuja garantia se tornar insuficiente. 
§ 2º Só os credores que já o eram ao 
tempo daqueles atos podem pleitear a 
anulação deles. 
 
Art. 159. Serão igualmente anuláveis 
os contratos onerosos do devedor 
insolvente, quando a insolvência for 
notória, ou houver motivo para ser 
conhecida do outro contratante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Art. 162. O credor quirografário, que 
receber do devedor insolvente o 
pagamento da dívida ainda não 
vencida, ficará obrigado a repor, em 
proveito do acervo sobre que se tenha 
de efetuar o concurso de credores, 
aquilo que recebeu. 
 
Art. 163. Presumem-se fraudatórias 
dos direitos dos outros credores as 
garantias de dívidas que o devedor 
insolvente tiver dado a algum credor. 
 
Presunção de boa-fé: 
 
Art. 164. Presumem-se, porém, de 
boa-fé e valem os negócios ordinários 
indispensáveis à manutenção de 
estabelecimento mercantil, rural, ou 
industrial, ou à subsistência do 
devedor e de sua família. 
 
# Fraude Contra Credores x Fraude à 
Execução. 
 
b) Simulação 
 
Classificação: 
 
- Absoluta 
- Relativa (ou dissimulação) 
 
Art. 167. É nulo o negócio jurídico 
simulado, mas subsistirá o que se 
dissimulou, se válido for na substância 
e na forma. 
§ 1º Haverá simulação nos negócios 
jurídicos quando: 
I - aparentarem conferir ou transmitir 
direitos a pessoas diversas daquelas 
às quais realmente se conferem, ou 
transmitem; 
II - contiverem declaração, confissão, 
condição ou cláusula não verdadeira; 
III - os instrumentos particulares foremantedatados, ou pós-datados. 
 
 
 
 
 
 
 
# Reserva Mental 
 
Art. 110, CC – A manifestação de 
vontade subsiste ainda que o seu 
autor haja feito a reserva mental de 
não querer o que manifestou, salvo se 
dela o destinatário tinha 
conhecimento. 
 
Na hora da prova? 
 
02. (FCC/ TRT/ 9 R/ 2013) Em relação à 
interpretação do negócio jurídico, é correto 
afirmar que 
 
A) quaisquer negócios jurídicos onerosos 
interpretam- se estritamente. 
B) na vontade declarada atender-se-á mais à 
intenção das partes do que à literalidade da 
linguagem. 
C) a renúncia interpreta-se ampliativamente. 
D) o silêncio da parte importa sempre anuência 
ao que foi requerido pela outra parte. 
E) como regra geral, não subsiste a 
manifestação da vontade se o seu autor houver 
feito a reserva mental de não querer o que 
manifestou. 
 
 
03. (TRT 12. FCC. 2013). Acerca dos 
negócios jurídicos: 
 
(A) nas declarações de vontade importa 
considerar e fazer prevalecer apenas o sentido 
literal da linguagem. 
(B) os negócios jurídicos benéficos e a 
renúncia interpretam-se ampliativamente. 
(C) a manifestação de vontade subsiste ainda 
que o seu autor haja feito a reserva mental de 
não querer o que manifestou, salvo se dela o 
destinatário tinha conhecimento. 
(D) se forem eles celebrados com a cláusula 
de não valer sem instrumento público, este 
passa a ser incidental e secundário ao ato 
(E) o silêncio de uma parte importa sempre 
anuência à vontade declarada pela outra parte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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GABARITO 
 
 
01. D 
02. B 
03. C

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