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Função cortical superior e a linguagem

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Linguagem Aula 2 Bárbara Matos 
 
CONCEITOS – LINGUAGEM → FUNÇÃO CORTICAL SUPERIOR 
 Processo de simbolização → atribuição de símbolos; um código construído culturalmente e repassado 
através da comunicação; transmissão de ideias; 
 Transmissão de pensamentos 
 Acumulação de conhecimento 
 
O QUE É LINGUAGEM? 
Consiste em símbolos que contém significados, mais regras para combinar esses símbolos, que podem ser 
usados para gerar uma infinita variedade de mensagens. 
 
Exemplos de linguagem: língua de sinais, expressões faciais, alfabeto... 
 
SIGNOS (SEGUNDO SAUSSURE) 
 Linguagem é um sistema de signos 
 Teoria do valor: um signo só tem seu valor na medida que não é outro. 
 São a base da comunicação, unidade portadora de sentido 
 Trata-se de um sinal que ocupa o lugar de qualquer coisa que é conhecida pela experiência 
 Aquilo que representa algo diferente de si. 
 
Por exemplo: a letra A é um monte de riscos, nós atribuímos significado a esses riscos. Uma pessoa que 
não conhece esse significado, só vê um conjunto de traços e não a letra “A” 
 
Existem dois componentes do signo: 
 Significante: essencialmente sonoro, parte material (som, letras, imagem) 
 Significado: parte abstrata, conceito, representação mental (ideias) 
 
LINGUAGEM 
 Integrada ao funcionamento cognitivo 
 É produto da história evolutiva da espécie 
 Aumenta a capacidade de: 
1. Comunicação 
2. Troca de informações 
3. Compartilhamento de experiências privadas (opiniões, crenças, desejos e valores) 
 
 Existem produtos cognitivos não linguísticos. Ex: falar de sentimentos 
 Falha no processo de reconhecimento dos pais gera patologias. Ex: autismo 
 
FATORES PSICOSSOCIAIS E AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM 
Qualidade dos estímulos: 
 Condições da comunidade verbal. 
 Relações existentes entre a criança e seus familiares geram desenvolvimento melhor da linguagem 
 
Quantidade de estímulos: 
 Crianças criadas com muitos adultos e outras crianças → quanto mais pessoas se comunicando com 
a criança, melhor; 
 Diversidade de estímulos de comunicação. 
 
Fatores de risco: geram atraso e embotamento afetivo 
 Privação econômica 
 Ausência de estimulação ambiental e social 
 
Linguagem Aula 2 Bárbara Matos 
 
 
DIFERENÇAS INDIVIDUAIS E DE GRUPO 
Diferenças na taxa 
 Grande variabilidade linguística em relação à quando a criança fala a primeira palavra 
 O tamanho do vocabulário aos 2 anos varia de 10 palavras a centenas 
 
Mais da metade das crianças que começam a falar mais tarde emparelham com as outras. 
 
As que não emparelham: 
Tem linguagem receptiva pobre → entendem com dificuldade 
Podem estar atrasadas no desenvolvimento cognitivo 
 
DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM 
 
Basicamente: 
Chomsky → temos um dispositivo interno 
que nos permite desenvolver a linguagem 
e em contato com o meio esse dispositivo 
“se ativa”. 
 
Ele levou à proposição bastante aceita 
atualmente de que, embora existam 
muitas línguas, a linguagem humana é 
universal, isto é, existem características 
universais comuns a todos os idiomas, que 
seriam derivadas da capacidade biológica 
inata do cérebro humano. 
 
Skinner → A linguagem é adquirida e é 
produto da interação com os pais. Os pais dão reforços como sorrisos e comemorações das primeiras 
palavras da criança e isso estimula o desenvolvimento da linguagem. 
 
Linguagem Aula 2 Bárbara Matos 
 
Trata-se de teorias contrárias, mas sabe-se que é um pouco das duas. 
 
 
Teoria nova: Neurônios espelhos → Interesse em 
reproduzir comportamentos ao redor. Exemplo: uma 
criança vê pessoas falando e assim ela se interessa 
em aprender a falar. 
Esses neurônios existem em várias partes do 
cérebro. 
 
 
 
 
 
 
Piaget → a linguagem se 
desenvolve a partir de processos 
cognitivos por assimilação e 
acomodação. 
 
Vygotsky → Estímulos do meio 
promovem um processo de 
ressignificação interno. 
 
 
 
 
ABORDAGEM SOCIOHISTÓRICA 
De acordo com Luria: 
Cérebro: “Sistema Funcional Complexo”. 
 Sistema dinâmico, plástico, produto de evolução sócio histórica e da experiência social do 
indivíduo, internalizada, sedimentada no cérebro 
 Enfatiza a natureza subjetiva e social desse funcionamento → O cérebro é um órgão moldado pelas 
experiências externas que, por sua vez, transformam o funcionamento cognitivo. 
 Respaldo em Vygotsky – “organização extracortical” → relativo à influência que as atividades 
sociais e intersubjetivas desempenham na organização neuronal e neurofuncional do cérebro 
 Método dialético de Luria: a natureza exerce ações sobre o homem e influencia seu comportamento 
e desenvolvimento, mas o homem também é capaz de agir sobre a natureza e modificá-la. 
 As funções superiores ocorrem por meio da participação de grupos de estruturas cerebrais operando 
em conjunto, cada uma concorrendo com a sua própria contribuição para a organização desse 
sistema funcional → Lesões cerebrais podem ocasionar uma desorganização do sistema. 
 O trabalho conjunto de todas as áreas possibilita rearranjos neurofuncionais em caso de 
desorganização do sistema, buscando o restabelecimento ou a reorganização das funções 
comprometidas (princípio da solidariedade) → Base para a plasticidade neuronal. 
 
 
 
 
 
 
Linguagem Aula 2 Bárbara Matos 
 
NEUROANATOMIA DA LINGUAGEM 
Lateralização da linguagem 
 99% dos indivíduos destros → hemisfério esq. 
 60 – 70% dos indivíduos canhotos → hemisfério 
direito 
 
Hemisfério esquerdo 
 Áreas perissilvianas (compreensão, expressão 
da linguagem) 
 
Hemisfério direito 
 Leitura de mapas, relação espacial e formas 
geométricas complexas 
 Reconhecimento do tom emocional da voz 
 Prosódia 
 
NATUREZA SOCIOHISTÓRICA DO SER HUMANO 
 O homem não só se adapta ao ambiente em que vive mas precisa dele para se constituir. 
 Através da relação com o ambiente, o indivíduo se transforma em sujeito. 
 A condição humana não passa de uma matéria prima flexível que só adquire uma forma através da 
cultura. Isto implica em uma diferença dos homens no espaço e no tempo, o onde e o quando eles se 
transformam de acordo com a sociedade; 
 Cultura: 
Conjunto de saberes, fazeres, regras, normas, proibições, estratégias, crenças, ideias, valores e mitos, 
que se transmite de geração em geração, reproduzem-se em cada indivíduo, controlam a existência 
da relação psicossocial entre os homens. Não há sociedade desprovida de cultura (Morin, 2000). 
 
 Os instintos não estão inseridos na definição de cultura, pois são uma herança puramente biológica 
 Seres humanos apresentam um modelo de transmissão cultural singular. 
 Transmissões e artefatos culturais acumulam modificações ao longo do tempo. Não ocorre em outras 
espécies. 
 Seres humanos são capazes de combinar os seus recursos cognitivos de uma maneira não encontrada 
em outras espécies. 
 
 
 
 Constituição de uma ordem simbólica de comunicação e compartilhamento de sentidos diante do 
mundo. 
 Importância da dimensão semiótica. → estudo dos signos 
 
 Selvagem: nasce, cresce e vive sem cultura, sem cuidados especiais. Ou se desenvolve de forma 
indisciplinada ou sem controle, sem regras, sem orientação prévia. 
Bárbara
Riscado
Bárbara
Máquina de escrever
Bárbara
Máquina de escrever
esquerdo
Bárbara
Máquina de escrever
Bárbara
Máquina de escrever
Bárbara
Máquina de escrever
Bárbara
Máquina de escrever
Bárbara
Máquina de escrever
Bárbara
Máquina de escrever
Bárbara
Máquina de escrever
Bárbara
Máquina de escrever
Bárbara
Máquina de escrever
Bárbara
Máquina de escrever
Bárbara
Máquina de escreverLinguagem Aula 2 Bárbara Matos 
 Crianças selvagens teceram teias de significado diferentes daquela rede simbólica da sociedade (não 
utilizam os mesmos signos) 
 
 Para aquisição de linguagem deve haver um sistema coletivo de significados (cultura). 
 Crianças selvagens não tiveram a oportunidade de interagir com outros seres humanos no espaço 
constituinte da cultura (privação cultural). 
 
 É possível educar a criança → Teoria de um 
período sensível para o desenvolvimento. 
 
 Privação sociocultural, pode levar a um déficit 
no desenvolvimento da linguagem (sistema 
simbólico), levando a um déficit cognitivo 
(Vygotsky, 1991). 
 
 Entretanto, são necessários estudos que levem 
em conta outros fatores, como o local e a extensão 
da lesão, a etiologia, etc. 
 
 O meio ambiente e as interações influenciam 
diretamente a organização cerebral. A plasticidade 
cerebral está longe de reduzir-se a fatores 
meramente neurofisiológicos e bioquímicos; 
 
 
LINGUAGEM E PENSAMENTO 
 Raízes genéticas diferentes 
 Desenvolvem-se ao longo de trajetórias diferentes e independentes 
 
Na filogênese: 
 
NATUREZA SOCIOHISTÓRICA DO SER HUMANO 
 Hiperatividade, impulsividade, desorganização, egocentrismo são termos que aparecem na literatura, 
geralmente aplicados à criança surda. 
Portanto, a aquisição da linguagem tem um papel significativo também na socialização da emoção da 
criança. 
 O atraso de linguagem pode impedir o desenvolvimento da habilidade planejadora que está associada 
à função do córtex frontal (maturação “social”) (Santana, 2004). 
 Um cérebro maduro não implica ausência de plasticidade cerebral. A plasticidade e a reorganização 
cognitiva continuam além da infância. 
 
Linguagem Aula 2 Bárbara Matos 
LINGUAGEM (Ítalo) 
 
A fala para ser emitida ou compreendida depende da consulta a sofisticados dicionários mentais, os 
léxicons, em busca do som dos fonemas, das sílabas e das palavras, da organização gramatical que lhes 
confere sentido, e do seu conteúdo final. 
Além disso, um conjunto de modulações de voz, mímica facial e gestos corporais dá colorido afetivo à fala 
humana. 
 
Os homens se comunicam de várias maneiras, utilizando todos os sistemas sensoriais para perceber e 
interpretar os sinais que o sistema motor (de outro) produz. A comunicação humana, e dos animais, tem 
sempre dois lados: um que emite, outro que recebe. 
 
Linguagem → sistemas de comunicação com regras definidas que devem ser empregadas por um emissor 
para que a mensagem possa ser compreendida pelo receptor. 
 
 Quando a expressão é oral ou vocal (fala), a compreensão ocorre principalmente pelo sistema auditivo; 
 Quando a expressão é gestual, a compreensão é realizada pelo sistema visual. 
 Da mesma forma, quando a expressão é escrita, é o sistema visual que possibilita a leitura. 
 Quando a escrita é Braille, a compreensão é realizada pelo sistema somestésico. 
 
 
 
LÉXICON SEMÂNTICO 
Pode constar de 50 mil palavras e expressões idiomáticas. Os mecanismos de consulta a esse dicionário 
mental permitem o reconhecimento e a produção de até três palavras por segundo, ou seja, quase 200 
palavras por minuto. 
 
Para falar, o indivíduo consulta o léxicon em busca de informações semânticas, sintáticas e fonológicas 
necessárias à expressão verbal de seus pensamentos. 
 
Como o léxicon estaria organizado no cérebro? 
 Não seria em ordem alfabética 
Primeiro, porque essa ordem é arbitrária, de natureza cultural. 
 
Linguagem Aula 2 Bárbara Matos 
Segundo, porque seria mais difícil encontrar e emitir palavras iniciadas por letras do meio do 
alfabeto (J, L, M etc.) 
Terceiro, porque é mais fácil compreender e emitir as palavras que usamos frequentemente. 
 
 As palavras que não usamos podem ser esquecidas (excluídas do dicionário...) 
 O conteúdo do léxicon é flexível e dinâmico → depende do uso. 
ORGANIZAÇÃO DO LÉXICON 
Hipótese: Pode ser organizado segundo redes semânticas, de acordo com categorias de significado 
semelhante. Quando nos escapa uma palavra (ex: 
caminhão), ao buscá-la na memória lembramos mais 
facilmente de carro, semanticamente próxima, do que de 
cereja, que nada tem a ver com ela. 
 
Pacientes portadores de lesões cerebrais localizadas que 
apresentam distúrbios da linguagem cometem erros de 
compreensão e de expressão relacionados com o 
significado das palavras ou conceitos que querem emitir 
ou compreender (parafasias semânticas). Ex: Ao ver um 
cavalo dizem boi (ambos são animais de porte e aspecto 
semelhante); ou dizem bicho (categoria genérica a que 
pertencem os cavalos). 
 
As redes semânticas reúnem categorias específicas: 
animais, instrumentos, pessoas, cores, plantas etc. Em 
um estudo reunindo pacientes com distúrbios 
linguísticos, os erros semânticos referentes a pessoas 
foram típicos de pacientes com lesões rostrais do lobo 
temporal esquerdo; os erros relativos a animais eram 
mais comuns em doentes com lesões intermediárias no 
córtex inferotemporal; e os enganos sobre instrumentos 
e objetos em geral ocorriam quando se tratava de lesões 
caudais do lobo temporal. 
 
Obs.: rostral → em direção ao rosto 
 
 
ÁREAS CEREBRAIS DA LINGUAGEM 
Existem várias áreas ativas em torno do sulco 
lateral de Sylvius (regiões perissilvianas) do 
hemisfério esquerdo, envolvendo o córtex 
parietal inferior, os giros angulares e 
supramarginal da região que fica entre o lobo 
parietal e o lobo occipital, o córtex frontal 
lateral inferior, o córtex temporal superior, 
e também a região de representação da face 
em M1 (área motora primária). 
 
A linguagem está na região perissilvianas do 
hemisfério esquerdo (o direito é ativado em 
menor intensidade). O lado direito está mais 
relacionado à prosódia (emoção da 
linguagem). 
 
Linguagem Aula 2 Bárbara Matos 
O processamento fonológico se mostra lateralizado à esquerda em homens, mas bilateral nas mulheres → 
diferentes estratégias de busca do léxicon fonológico empregadas pelas mulheres, em comparação com os 
homens. 
 
SISTEMA LINGUÍSTICO HUMANO 
A construção das frases começa com a fase de conceitualização (1ª etapa), que ocorre quando planejamos 
o conteúdo da mensagem, uma ação mental conhecida como macroplanejamento da fala. 
 Áreas conceitualizadoras: macroplanejamento do conteúdo da fala e a compreensão do que é ouvido 
→ busca dos léxicons semânticos para encontrar os conceitos apropriados que desejamos veicular. 
→ áreas desconhecidas 
2ª etapa: busca da forma da mensagem (formulação) → busca de fonemas, palavras e regras sintáticas 
(microplanejamento) e associação destas. 
 Áreas formuladoras: microplanejamento com associação das letras em palavras e estas em frases → 
Área de Broca. 
 
3ª etapa: emissão da fala → planejamento da sequência de movimentos necessários à emissão da voz, e 
finalmente o envio de comandos a partir de Ml para os núcleos motores do tronco encefálico, que por sua 
vez comandam a musculatura facial, a língua, as cordas vocais na laringe, a faringe e também os músculos 
respiratórios. 
 Áreas articuladoras: comandam os movimentos necessários à fala → M1, núcleos do tronco cerebral. 
Outras regiões corticais envolvidas: 
 
crita; 
 
 
COMPREENSÃO 
Para compreender o que se ouviu será preciso proceder passo a passo, quase no sentido inverso ao da 
emissão da fala: 
Identificação fonológica → identificação léxica → compreensão sintática → compreensão semântica. 
 
 
Obs.: Área 8 → responsável pelos movimentos oculares 
Polo temporal → responsável pela tentativa de 
entendimento 
Área de broca (frontal interior) → Planejamentoda 
resposta 
Temporal inferior (Wernicke) → compreensão da fala 
 
 
 
Bárbara
Riscado
Bárbara
Máquina de escrever
superior
Bárbara
Máquina de escrever
Bárbara
Máquina de escrever
Bárbara
Máquina de escrever
Linguagem Aula 2 Bárbara Matos 
Observação 2: Como o estudo é francês, esse idioma é o considerado “entendível”, por isso, a listagem de 
palavras em francês ativa também a área de Broca. No entanto, as histórias em tâmil (língua estrangeira 
e “inentendível”) ativa apenas a área temporal. 
 
PROSÓDIA 
São as inflexões de voz, a mímica facial e 
os gestos das mãos e do corpo enquanto 
falamos. 
Permite que o emissor e o receptor 
diferenciem uma afirmação de uma 
interrogação e de uma exclamação. 
 
 Na escrita as palavras são 
separadas por espaços. 
 Na fala as palavras são separadas 
por inflexões e entonações características 
da voz → frequentemente não há pausas 
entre as palavras. São essas nuances de 
tons de voz, acompanhadas de gestos e 
expressões faciais, que dão a coloração 
emocional da fala. 
 
Pacientes com lesões do hemisfério 
direito apresentam o sintoma conhecido 
como aprosódia (ausência de prosódia). Esses pacientes, quando a lesão é rostral, não conseguem modular 
a fala convenientemente, e ela emerge monótona, sem modulações. Quando a lesão atinge regiões mais 
posteriores do hemisfério direito, os pacientes tornam-se incapazes de compreender as modulações 
prosódicas de alguém que lhes fala. 
 
Disprosódia → não ocorre essa variação de nuances. O paciente fala da mesma forma diferentes notícias. 
Por exemplo: a entonação atribuída à uma notícia alegre é a mesma de uma notícia triste. 
 
Afasia de prosódia → o indivíduo não consegue interpretar/identificar entonações 
 
 
MODELO DE PROCESSAMENTO NEURAL DA LINGUAGEM 
 Se a expressão da fala é função da área de Broca, e 
se a compreensão é função da área de Wernicke, 
então ambas devem estar conectadas para que os 
indivíduos possam compreender o que eles mesmos 
falam e responder ao que os outros lhes falam. 
 Existem conexões entre essas duas áreas linguísticas 
através de um feixe de fibras imerso na substância 
branca cortical chamado feixe arqueado. 
 A lesão desse feixe deveria provocar uma afasia de 
condução, na qual os pacientes seriam capazes de 
falar espontaneamente, embora cometessem erros 
de repetição e de resposta a comandos verbais. 
 
 
 
 
 
 
Linguagem Aula 2 Bárbara Matos 
 
MODELO DE WERNICKE 
O modelo neurolinguístico de Wernicke considerava 
que a área de Broca conteria os programas motores 
da fala, ou seja, as memórias dos movimentos 
necessários para expressar os fonemas, compô-los 
em palavras, e estas, cm frases. A área de Wernicke, 
por outro lado, conteria as memórias dos sons que 
compõem as palavras, possibilitando a compreensão. 
Bastaria que esta área fosse conectada com a 
primeira para que o indivíduo pudesse associar a 
compreensão das palavras ouvidas com a sua própria 
fala. 
 
A ideia inicial de que a área de Wernicke conteria as 
memórias dos sons para a compreensão do 
significado das palavras e das frases teve que ser 
corrigida quando se observou que os pacientes com 
lesões bem restritas à porção posterior do giro 
temporal superior (a área de Wernicke stricto sensu) 
apresentavam na verdade uma surdez linguística, e 
não uma verdadeira afasia de compreensão. → eram 
incapazes de identificar os sons verbais como 
palavras, e por isso não conseguiam repeti-las. Mas 
quando testados se as compreendiam (apontando as 
figuras), eram capazes de fazê-lo. 
 
Logo: Área de Wernicke → identificação das 
palavras como símbolos linguísticos (não como 
sons quaisquer). 
 
O modelo de Wernicke ainda será expandido já 
que a linguagem é o modo de expressão e de 
compreensão do pensamento, o que exige que as 
áreas linguísticas interajam com todas as demais 
áreas cerebrais. 
Um exemplo desse conceito conexionista da 
neuroanatomia da linguagem é a prosódia. Para 
emitir uma fala que contém os elementos 
afetivos da prosódia, as áreas linguísticas do 
hemisfério esquerdo precisam buscá-los nas 
áreas correspondentes do hemisfério direito, e 
isso se dá através das comissuras cerebrais. O 
modelo deve adicionar, assim, um circuito inter-
hemisférico. 
 
A Figura 19.15 apresenta uma amostra dos dados 
obtidos por Posner e seus colaboradores, com 
indivíduos solicitados a ler uma palavra e 
descrever a sua função por meio de um verbo. 
O córtex cingulado anterior é o primeiro a ser 
ativado, seguindo-se a área de Broca e depois a 
área de Wernicke. O experimento, assim, 
permite atribuir uma sequência temporal ao 
Linguagem Aula 2 Bárbara Matos 
 
processamento linguístico realizado nas diversas 
áreas cerebrais, o que levou Posner a propor um 
modelo de processamento para a leitura. 
De acordo com Posner, menos de 100 ms após a 
fixação ocular da palavra escrita ocorre a ativação 
da área visual primária (V1). Entre 100 e 200 ms 
ocorrem a identificação da forma dos grafemas e das 
palavras no córtex associativo visual, bem como a 
focalização da atenção para as computações 
subsequentes (córtex cingulado anterior). O 
envolvimento do setor mais anterior da área de 
Broca pode revelar a realização de uma análise 
sintática do que foi lido (substantivo ou verbo?), e 
subsequentemente o início da elaboração do 
programa motor para a vocalização da palavra lida 
(no setor posterior da área de Broca). Entre 200 e 
300 ms após afixação ocorreria a interpretação 
semântica e fonológica da palavra (na área de 
Wernicke), e logo a seguir os olhos se movem em 
nova sacada para a palavra seguinte. O sentido da 
frase só é compreendido depois. 
(Abaixo, imagem que ilustra esse processamento) 
 
 
 
 
 
 
RESUMO ARTIGO – Idade crítica para aquisição da linguagem 
 
A teoria do período crítico para aquisição da linguagem baseia-se no desenvolvimento neurológico e na 
importância do input para a aquisição da linguagem. Enquanto o sistema neurológico está imaturo, a 
natureza do input determinará o seu desenvolvimento. Mas se a maturidade já foi alcançada, é improvável 
que o sistema possa ser modificado por influências ambientais. 
 
 
 
Linguagem Aula 2 Bárbara Matos 
 
 A maturação faz parte do desenvolvimento biológico do indivíduo e se realiza por etapas, atingindo 
sua evolução máxima na idade adulta. 
 Como a maturação atinge seu ápice após os doze anos, a linguagem e a cognição também teriam uma 
etapa de desenvolvimento máximo, haveria um início, um meio e um fim, até alcançar “platô”. 
Por isso, se a criança não recebe o input linguístico do meio, perde a capacidade de adquirir linguagem, 
já que seu cérebro já está maduro e sua maturação se deu sem o estímulo linguístico. 
 
Argumentos para formulação da hipótese: 
1) Dificuldade de aquisição de linguagem em indivíduos privados da experiência linguística e interacional. 
2) Diferença de prognóstico da afasia em crianças e adultos. O tipo de alteração linguística apresentada 
e a rapidez na melhora dos sintomas seriam as bases desse argumento. 
3) Diferenças linguísticas (o sotaque, por exemplo) na aquisição de uma segunda língua por crianças e 
adultos. 
4) Dificuldade de aquisição da linguagem em crianças surdas congênitas expostas à língua de sinais depois 
da puberdade. Alguns autores afirmam que essas crianças não têm a mesma proficiência na língua de 
sinais que um falante nativo. 
 
 O isolamento social pode fazer com que as crianças jamais aprendam a falar “normalmente” → déficit 
decompetência linguística, em particular da sintaxe, para adquirir a linguagem após a infância. 
 
Obs.: O déficit linguístico de crianças com privação social se assemelha a adultos submetidos a uma 
operação cirúrgica com ablação do hemisfério esquerdo. Esses indivíduos poderiam recuperar a linguagem 
através do hemisfério direito, que acabaria por incumbir-se das funções visuoespaciais passadas e das 
novas funções verbais. O hemisfério direito perderia, contudo, suas características específicas, relativas 
ao controle de aspectos emotivos, afetivos da linguagem. 
 
 Para Lanneberg, a linguagem não pode se desenvolver até um certo nível de maturação física cerebral, 
e isso ocorreria principalmente entre as idades de dois e três anos, quando há uma interação entre a 
maturação e a aprendizagem autoprogramada. Após esse período, haveria uma diminuição progressiva 
dessa capacidade, que se extinguiria na puberdade. 
 
 Segundo Barbizet e Duizabo, a maturação cerebral que a criança atinge logo após o nascimento não 
serve de nada sem a intervenção de fatores adquiridos, vindos do ambiente social sob a forma de 
estímulos que atingem seus órgãos sensoriais. A criança adquire conhecimento por meio de contatos 
com a mãe e familiares. 
 
 O fator crucial para o desenvolvimento linguístico das crianças não é primariamente o canal 
sensóriomotor, e, sim, a abundância e a riqueza do input acessível e disponível para a criança durante 
toda a sua infância 
 
 O atraso de linguagem pode impedir o desenvolvimento da habilidade planejadora que está associada 
à função do córtex frontal. Em outras palavras, a comunicação é o “catalisador” da maturação “social”. 
O desenvolvimento da maturação é atrasado em consequência do atraso de desenvolvimento da 
linguagem. 
 
 Há “evidências” que questionam essa teoria do período crítico para desenvolvimento da linguagem: os 
surdos que aprendem língua de sinais em idade adulta, os adultos que aprendem uma segunda língua 
em sua forma sem sotaque, a evolução das afasias em adultos (aprendem a falar...), as dificuldades 
de evolução em crianças afásicas (algumas não aprendem a falar...), a plasticidade audiológica, etc.

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