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Curvas parametrizadas do plano Suponha que x e y são funções de uma terceira variável t (chamada de parâmetro) dadas pelas equações x = x(t), y = y(t) (chamadas de equações paramétricas). Observe que, a cada valor de t, podemos definir um ponto (x, y) ∈ R2. À medida que variamos o parâmetro t, o ponto (x, y) = (x(t), y(t)) varia no plano xy e traça uma curva (chamada de curva paramétrica). Observe que, à medida que aumentamos o valor de t, nós percorremos a curva paramétrica em um certo sentido. Na maior parte das aplicações o parâmetro t denota o tempo. Neste caso, podemos pensar no ponto (x, y) = (x(t), y(t)) como sendo a posição de uma partícula no tempo t e podemos pensar na curva paramétrica como sendo o caminho percorrido pela partícula. Em geral, podemos restringir o domínio do parâmetro t para um intervalo real [a, b], Neste caso, o ponto (x(a), y(a)) é chamado de ponto inicial da curva paramétrica e o ponto (x(b), y(b)) é chamado de ponto final da curva paramétrica. Quando não restringimos o domínio de t estamos assumindo que o parâmetro pode variar em toda a reta real, isto é, que t ∈ R. Exemplo 1. Determine a curva paramétrica correspondente às equações paramétricas x = cos t, y = sen t onde t ∈ [0, 2pi]. Observe que, como x2 + y2 = 1, então os pontos (x, y) = (cos t, sen t) pertecem ao círculo centrado na origem de raio 1. A curva paramétrica começa no ponto inicial (x(0), y(0)) = (1, 0) e à medida que aumentamos o valor de t percorremos o círculo uma vez no sentido anti-horário até atingirmos o ponto final (x(2pi), y(2pi)) = (1, 0). Neste caso, podemos pensar na curva paramétrica como sendo o círculo trigonométricoo percorrido uma vez no sentido anti-horário. Em geral, as equações paramétricas x = a cos t, y = a sen t descrevem um círculo centrado na origem de raio a sendo percorrido no sentido anti-horário. 1 Exemplo 2. Esboce a curva com equações paramétricas x = sen t, y = sen 2t Observe que, como y = sen 2t = x2, então os pontos (x, y) = ( sen t, sen 2t) pertecem à parabóla y = x2. Mas, como −1 ≤ sen t ≤ 1, então −1 ≤ x ≤ −1. Como a funçã sen t é periódica, então o ponto (x, y) = ( sen t, sen 2t) se move infinitamente para frente e para trás ao longo da parábola y = x2 de (−1, 1) até (1, 1). Observação 1. Os gráficos das funções y = f(x) podem ser considerados curvas com equações paramétricas x = t, y = f(t) e os gráficos das funções x = g(y) podem ser considerados curvas com equações paramétricas x = g(t), y = t Se as funções x e y são deriváveis em t, então • Se dx dt 6= 0, a inclinação da reta tangente em t é dada por y′(t) x′(t) = dy/dt dx/dt • Se dx dt = 0, então a reta tangente em t é vertical. Observação 2. A RETA TANGENTE À UMA CURVA PARAMETRIZADA NÃO ESTÁ ASSOCIADA AO PONTO (x, y) E SIM AO PARÂMETRO t!!! Exemplo 3. Considere a curva definida pelas equações paramétricas x = t2 e y = t3 − 3t. • Mostre que a curva C tem duas tangentes no ponto (0, 3) e determine suas equações. • Encontre todos os pontos onde a tangente é horizontal ou vertical. ; Temos que x′(t) = 2t e y′(t) = 3t2 − 3 = 3(t2 − 1) Observe que a reta tangente é vertical quando x′(t) = 0 e, portanto, quando t = 0. Logo, a reta tangente é vertical no ponto (x(0), y(0)) = (0, 0). A reta tangente é horizontal quando y′(t) = 0 e, portanto, quando t = −1 ou t = 1. Logo, a 2 reta tangente é horizontal nos pontos (x(1), y(1)) = (1,−2) e (x(−1), y(−1)) = (1, 2). No ponto (3, 0) temos que{ x = t2 = 3 y = t3 − 3t = t(t2 − 3) = 0 ⇒ t = − √ 3 ou t = √ 3 A inclinação da reta tangente em t = −√3 é y′(−√3) x′(−√3) = − 6 2 √ 3 = − √ 3 e a inclinação da reta tangente em t = √ 3 é y′( √ 3) x′( √ 3) = 6 2 √ 3 = √ 3 Logo, no ponto (3, 0) temos duas retas tangente: a reta tangente passando pelo ponto (3, 0) com inclinação −√3 dada pela equação y = − √ 3 (x− 3) e a reta tangente passando pelo ponto (3, 0) com inclinação √ 3 dada pela equação y = √ 3 (x− 3) Curvas parametrizadas do espaço Suponha que x, y e z são funções de uma quarta variável t (chamada de parâmetro) dadas pelas equações x = x(t), y = y(t), z = z(t) (chamadas de equações paramétricas). Observe que, a cada valor de t, podemos definir um ponto (x, y, z) ∈ R3. À medida que variamos o parâmetro t, o ponto (x, y, z) = (x(t), y(t), z(t)) varia no espaço tridimensional xyz e traça uma curva espacial (chamada de curva paramétrica). 3 Observe que, à medida que aumentamos o valor de t, nós percorremos a curva paramétrica em um certo sentido. Na maior parte das aplicações o parâmetro t denota o tempo. Neste caso, podemos pensar no ponto (x, y, z) = (x(t), y(t), z(t)) como sendo a posição de uma partícula no tempo t e podemos pensar na curva paramétrica como sendo o caminho percorrido pela partícula. Em geral, podemos restringir o domínio do parâmetro t para um intervalo real [a, b], Neste caso, o ponto (x(a), y(a), z(a)) é chamado de ponto inicial da curva paramétrica e o ponto (x(b), y(b), z(b)) é chamado de ponto final da curva paramétrica. Quando não restringimos o domínio de t estamos assumindo que o parâmetro pode variar em toda a reta real, isto é, que t ∈ R. Exemplo 4. Esboce a curva espacial com equações paramétricas x = cos t, y = sen t z = t Como y2 + x2 = 1, então os pontos (x, y, z) = (cos t, sen t, t) da curva pertecem ao cilin- dro y2 + x2 = 1. Além disso, observamos que o ponto (cos t, sen t, t) está acima do ponto (cos t, sen t, 0) de tal forma que, à medida que t aumenta, a altura do ponto aumenta. Como a curva é percorrida no sentido anti-horário (já que (x, y, 0) se move no sentido anti-horário da circunferência x2 + y2 = 1), então a curva espacial descrita faz uma espiral para cima ao redor de um cilindro à medida que t aumenta. Funções vetoriais Uma função vetorial é uma regra que associa a cada número real de seu domínio, um único vetor de Rn. Estaremos mais interessados em funções vetoriais cujas imagens são vetores do R2 ou do R3. Vamos tratar o caso R3. O caso R2 é obtido de forma completamente análoga. Seja −→r (t) uma função vetorial que a cada valor real t associa um vetor de R3. Nesse caso, podemos escrever −→r (t) como sendo −→r (t) = (f(t), g(t), h(t)) = f(t)−→i + g(t)−→j + h(t)−→k onde f, g e h são funções reais (chamadas de funções componentes de −→r ). Por convenção, chamamos de domínio de −→r o conjunto de todos os valores de t para os quais a expressão −→r (t) está bem definida (ou seja, para todos os valores de t nos quais f, g e h estão bem-definidas simultaneamente). 4 Exemplo 5. Determine o domínio da função vetorial −→r (t) = (t3, ln(3− t),√t) Observamos que a função t3 está definida para todos os reais, a função ln(3 − t) está definida para 3− t > 0 (ou seja, para t < 3) e a função √t está definida para t ≥ 0. Logo, Dom(−→r ) = [0, 3) O limite da função vetorial −→r (t) = (f(t), g(t), h(t)) é definida como sendo lim t→a −→r (t) = ( lim t→a f(t), lim t→a g(t), lim t→a h(t) ) desde que os três limites do lado direito da igualdade existam. Exemplo 6. Se −→r (t) = (t3, ln(3− t),√t), então lim t→2 −→r (t) = ( lim t→2 t3, lim t→2 ln(3− t), lim t→2 √ t ) = (8, 0, √ 2) Se −→r (t) = (f(t), g(t), h(t)), onde f, g e h são diferenciáveis, então a derivada da função vetorial −→r (t) é definida como sendo a função vetorial −→r ′(t) = (f ′(t), g′(t), h′(t)) Exemplo 7. Se −→r (t) = (t3, ln(3− t),√t), então r′(t) = ( 3t2,− 1 3− t , 1 2 √ t ) Observamos que, se considerarmos o representante do vetor −→r (t) com ponto inicial na origem, então o ponto final deste vetor traça uma curva parametrizada do espaço tridimensional à medida que o parâmetro t varia. 5