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Rotacional Se −→ F (x, y, z) = P (x, y, z) −→ i + Q(x, y, z) −→ j + R(x, y, z) −→ k é um campo vetorial sobre R3 e as derivadas parciais de P,Q e R existem, então o rotacional de −→ F é o campo vetorial do R3 definido por rot −→ F = ( ∂R ∂y − ∂Q ∂z )−→ i + ( ∂P ∂z − ∂R ∂x )−→ j + ( ∂Q ∂x − ∂P ∂y )−→ k Exemplo 1. Calcule o rotacional do campo vetorial −→ F (x, y, z) = xy −→ i + xyz −→ j − y2 −→k Nesse caso, P (x, y, z) = xy, Q(x, y, z) = xyz e R(x, y, z) = −y2 e P,Q e R possuem derivadas parciais. Logo, podemos calcular o rotacional de −→ F e rot −→ F = ( ∂R ∂y − ∂Q ∂z )−→ i + ( ∂P ∂z − ∂R ∂x )−→ j + ( ∂Q ∂x − ∂P ∂y )−→ k = (−2y − xy)−→i +(yz − x)−→k Observe que se −→ F é um campo vetorial conservativo, então existe uma função f de três variáveis tal que −→ F (x, y, z) = ∇f(x, y, z) = fx(x, y, z) −→i + fy(x, y, z) −→j + fz(x, y, z) −→k . Se P,Q,R têm derivadas parciais de primeira ordem contínuas, então f tem derivadas parciais de segunda ordem contínuas e, pelo teorema de Clairaut, rot −→ F = rot (∇f) = (fzy − fyz)−→i + (fxz − fzx)−→j + (fyx − fxy)−→k = −→0 Com isso concluímos o seguinte teorema: Teorema 1. Se −→ F é um campo vetorial conservativo cujas funções componentes P,Q e R têm derivadas parciais de primeira ordem contínuas, então rot −→ F = −→ 0 Observação 1. Com esse teorema garantimos que, se −→ F é um campo vetorial do R3 cu- jas funções componentes P,Q e R têm derivadas parciais de primeira ordem contínuas, e se rot −→ F 6= 0, então −→F não é conservativo. Exemplo 2. Determine se o campo vetorial −→ F (x, y, z) = xy −→ i + xyz −→ j − y2 −→k é ou não conservativo. Como as funções componentes de −→ F têm derivadas parciais de primeira ordem contínuas e rot −→ F = (−2y − xy)−→i + (yz − x)−→k 6= −→0 então −→ F não é conservativo. Teorema 2. Se −→ F é um campo vetorial definido sobre todo R3 cujas funções componentes têm derivadas parciais de segunda ordem contínuas e se rot −→ F = 0, então −→ F é um campo conservativo (ou seja, existe alguma função de três variáveis f(x, y, z) tal que −→ F = ∇f). 1 Observação 2. Não se esqueça que, para aplicar o teorema acima, exigimos que Dom( −→ F ) = R3 e que P,Q e R tenham derivadas parciais de SEGUNDA ordem contínuas. Exemplo 3. Mostre que o campo vetorial −→ F (x, y, z) = y2z3 −→ i + 2xyz3 −→ j + 3xy2z2 −→ k é conservativo e determine uma função f tal que −→ F = ∇f . Como Dom( −→ F ) = R3, como as funções componentes de −→ F têm derivadas parciais de todas as ordens contínuas (uma vez que elas são funções polinomiais) e como rot −→ F = ( ∂R ∂y − ∂Q ∂z )−→ i + ( ∂P ∂z − ∂R ∂x )−→ j + ( ∂Q ∂x − ∂P ∂y )−→ k = ( 6xyz2 − 6xyz2)−→i + (3y2z2 − 3y2z2)−→j + (2yz3 − 2yz3)−→k = −→0 então −→ F é um campo conservativo. Logo, existe uma função de três variáveis f(x, y, z) tal que −→ F = ∇f . Vamos determinar uma função satisfazendo esta relação. Queremos determinar f(x, y, z) satisfazendo fx(x, y, z) = y 2z3 fy(x, y, z) = 2xyz 3 (∗) fz(x, y, z) = 3xy 2z2 (∗∗) Integrando fx com relação à x obtemos f(x, y, z) = ∫ fx(x, y, z) dx = ∫ y2z3 dx = xy2z3 + g(y, z) Derivando o resultado com relação à y obtemos fy(x, y, z) = 2xyz 3 + gy(y, z) Comparando o resultado com (∗) obtemos que 2xyz3 = 2xyz3 + gy(y, z) ⇒ gy(y, z) = 0 Integrando gy(y, z) com relação à y: g(y, z) = ∫ gy(y, z) dy = ∫ 0 dy = h(z) Logo, f(x, y, z) = xy2z3 + h(z) Derivado a relação acima com relação à z: fz(x, y, z) = 3xy 2z2 + h′(z) Comparando o resultado com (∗∗) obtemos que 3xy2z2 = 3xy2z2 + h′(z) ⇒ h′(z) = 0 Logo, h(z) = k e temos que f(x, y, z) = 3xy2z2 + k Para cada constante real k temos uma função que satisfaz −→ F = ∇f . 2 Divergência Se −→ F (x, y, z) = P (x, y, z) −→ i +Q(x, y, z) −→ j +R(x, y, z) −→ k é um campo vetorial sobre R3 e as derivadas parciais ∂P ∂x , ∂Q ∂y , ∂R ∂z existem, então a divergência de −→ F é a função de três variáveis definida por div −→ F = ∂P ∂x + ∂Q ∂y + ∂R ∂z Exemplo 4. Calcule a divergência do campo vetorial −→ F (x, y, z) = xy −→ i + xyz −→ j − y2 −→k Nesse caso, P (x, y, z) = xy, Q(x, y, z) = xyz e R(x, y, z) = −y2 e P,Q e R possuem derivadas parciais com relação à x, y e z, respectivamente. Logo, podemos calcular a divergência de −→ F e div −→ F = ∂P ∂x + ∂Q ∂y + ∂R ∂z = y + xz Observe que o rotacional de um campo vetorial também é um campo vetorial e, portanto, podemos calcular sua divergência. O seguinte resultado nos diz que, em certas condições, a divergência do campo rotacional de um campo vetorial é a função constante igual a zero. Teorema 3. Se −→ F é um campo vetorial do R3 cujas funções componentes têm derivadas parciais de segunda ordem contínuas, então div ( rot −→ F ) = 0 Observação 3. Com esse teorema garantimos que, se −→ F é um campo vetorial do R3 cujas fun- ções componentes P,Q e R têm derivadas parciais de segunda ordem contínuas, e se div −→ F 6= 0, então −→ F não pode ser escrito como um campo rotacional de outro campo vetorial. Exemplo 5. Determine se o campo vetorial −→ F (x, y, z) = xy −→ i + xyz −→ j − y2 −→k pode ou não ser escrito como o rotacional de outro campo vetorial. Como as funções componentes de −→ F têm derivadas parciais de todas as ordens contínuas e div −→ F = ∂P ∂x + ∂Q ∂y + ∂R ∂z = y + xz 6= 0 Logo, −→ F não ser escrito como o rotacional de outro campo vetorial. 3
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