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AMINOÁCIDOS E PROTEÍNAS AMINOÁCIDOS Unidade monomérica das proteínas. Possuem C assimétrico, exceto a glicina. A depender do grupo R da cadeia lateral - alteração significativamente nas propriedades físico-químicas. Como: carga líquida, solubilidade, reatividade química e potencial de ligação com o hidrogênio. AMINOÁCIDOS Já foram descritos mais de 300 a.a diferentes, porém apenas 20 L-α-aminoácidos são comumente encontrados como constituintes das proteínas dos mamíferos. Classificados nutricionalmente em dois grupos: indispensáveis (tb chamado de essenciais) e dispensáveis (tb chamado de não essenciais). AMINOÁCIDOS Indispensáveis - não podem ser sintentizados pelo organismo. Presentes na dieta. São nove, a saber: histidina, isoleucina, leucina, metionina, fenilalanina, treonina, triptofano e valina. Dispensáveis - capazes de serem sintetizados pelo organismo humano, a partir de outros a.a. ou metabólitos de complexos nitrogenados. São: alanina, ácido aspártico, asparagina, ácido glutâmico e serina. AMINOÁCIDOS Dispensáveis: Verdadeiramente dispensáveis. Condicionalmente indispensáveis - são sintetizados a partir de outros aminoácidos e/ou sua síntese é limitada em condições fisiopatológicas especiais. AMINOÁCIDOS Classificação: Com cadeia lateral apolar: glicina, alanina, valina, leucina, isoleucina, metionina, fenilalanina, triptofano e prolina. Com cadeia lateral polar: Sem carga – serina, treonina, tirosina, asparagina, glutamina e cisteína. Com carga – lisina, arginina, histidina, ácido aspártico e ácido glutâmico PROTEÍNAS Proteínas – vários aminoácidos ligados por ligações peptídicas. Principal componente estrutural e funcional (enzimática, transportadora, contrátil, defesa, hormonal e reserva) de todas as células do organismo. São nutrientes essenciais. Fornecem 4Kcal/g. Proteínas - apresentam características e funcionalidade distintas a partir do tipo e quantidade de aminoácidos que as formam, devido ao R. PROTEÍNAS Estrutura Primária – seqüência de aminoácidos. Secundária – pontes de H (α-hélice). Terciária – pontes de H, iônica, covalente. Quaternária – associação de estruturas terciárias ou sub- unidades. PROTEÍNAS Classificação: Fibrosas – cadeias peptídicas em arranjo paralelo – rígidas – função estrutural (ex: colágeno, elastina, queratina). Globulares – cadeias peptídicas enroladas em estruturas esféricas ou globulares (enzimas, ptns transportadoras, hormônios) – ex: albumina, globulina, prolaminas, gluteminas, histonas e protaminas) PROTEÍNAS Classificação - Quanto à Qualidade Nutricional: Completas – perfil qualitativo e quantitativo adequado de a.a. Incompletas – deficiência de um ou mais a.a. essenciais. Esse a.a. é chamado de limitante, ocorre em ptns de origem vegetal. Lisina - cereais e outras ptns vegetais. Metionina – feijão (leguminosas em geral). Treonina - trigo e centeio. Triptofano – caseína, milho e arroz (não é amplamente considerado na literatura). (BELITZ, 1999). Possível adição de a.a. provenientes da biotecnologia. PROTEÍNAS - VALOR BIOLÓGICO O valor biológico de uma proteína é determinado pelo conteúdo absoluto em aminoácidos essenciais e pela relação ponderal dos a.a. essenciais e os a.a. não essenciais (BELITZ, 1999). PROTEÍNAS Nos alimentos: contribuem diretamente com o sabor dos alimentos, são precursores de compostos aromáticos e substâncias que conferem cor, que se formam mediante reações térmicas e/ou enzimáticas que ocorrem durante a obtenção, preparação e armazenamento. Tem capacidade de formar géis, espumas, emulsões e estruturas fibrilares. PROTEÍNAS Funções nos alimentos: Interação proteína e água – a solubilidade das proteínas ocorre pelas interações destas com a água, pelas cadeias hidrofílicas. Interações proteína-proteína reduzem a solubilidade em água. Desnaturação favorece a solubilidade em água. Emulsão – apresentam estruturas hidrofóbicas e hidrofílicas permitem o equilíbrio das interfases da solução. Espuma – desnaturação da ptn, por agitação, amassamento e batedura o ar será agregado as moléculas desnaturadas. Fixação de aromas – fixam aldeídos, cetonas e alcoóis. Desejável e indesejável. PROTEÍNAS Alterações possíveis nos alimentos: Natural, Processamento, Armazenamento. PROTEÍNAS Implicações da deterioração: Perdas de funcionalidade, Perdas nutricionais, Aumento do risco da toxicidade, Alterações indesejáveis do flavour. Positivo - desnaturação térmica dos inibidores de tripsina em feijão, soja - aumento da digestibilidade. PROTEÍNAS Principais processos de deterioração: Desnaturação, Modificações de pH, Reação de Maillard, Racemização, Ligações intercruzadas Decomposição microbiana. DESNATURAÇÃO Alteração na conformação espacial da molécula com possível perda de atividade biológica e funcional. Alterações nas estruturas: Secundárias, Terciárias, Quaternárias. DESNATURAÇÃO Causas da desnaturação: Temperatura – desestabilização das ligações de Van der Waals e pontes de hidrogênio. Pressão Hidrostática – modificação estrutural (enzimas e m.o) Força de cisalhamento. Alteração do pH – ponto isoelétrico. Concentração salina – modificação das interações eletrostáticas. Desidratação. DESNATURAÇÃO Efeitos nos alimentos: Menor solubilidade, Aumento da viscosidade, Aumento da reatividade das cadeias laterais, Maior exposição à hidrolise enzimática, Biodisponibilidade afetada, Possibilidade de inativação de enzimas, Eliminação de efeitos tóxicos. MODIFICAÇÕES DE PH Meios ácidos e básicos podem modificar irreversivelmente proteínas. Perda da funcionalidade e valor nutricional. Modificações das forças atrativas e repulsivas. Possibilidade de modificação na retenção da água. Aumento da hidrólise protéica em meio alcalino. Meio alcalino – facilitação da reação de Maillard. Desaminação. MODIFICAÇÕES DE PH – TRATAMENTO ALCALINO Tratamento alcalino utilizado em café, cacau, soja, cerveja e vinho. Objetivos: Remoção de casca, Melhora da textura, Inativação enzimática, Retirada de carne residual de ossos. MODIFICAÇÕES DE PH – TRATAMENTO ALCALINO Possibilidade de racemização e ligações cruzadas entre os aminoácidos. Racemização - formação do D-aminoácido, gerando uma digestão protéica mais lenta. Ligações cruzadas – diminuição da digestibilidade e biodisponibilidade do aminoácidos essenciais. Ex. lisinoalanina. MODIFICAÇÕES DE PH – TRATAMENTO ÁCIDO Exposição ao meio diminui biodisponibilidade do triptofano, principalmente em temperaturas elevadas. REAÇÃO DE MAILLARD Fatores que influenciam a reação Maillard. 1. Temperatura – a cada 10ºC a mais até os 70ºC a reação é duplicada ou triplicada. 2. pH – neutro e básico – melhores; a acidez forma NH3 + 3. Atividade de água – ideal valores entre 0,6 e 0,8. 4. Tipo de aminoácido – lisina e outros básicos reagem mais. AUTÓLISE Deterioração protéica em peixes devido a ação de enzimas proteolíticas. Ação do suco digestivo atravessando a parede intestinal no pós-mortem do pescado. Atuação nos tecidos musculares. Decomposição – auxilia os microrganismos do trato intestinal. FORMAÇÃO DE AMINAS BIOGÊNICAS No pós-mortem devido a redução do pH e aos processos enzimáticos – degradam-se aminoácidos. Aumento da proliferação microbiana. Formação da cadaverina, histamina e putrescina. Aumento do pH da carne. DETERMINAÇÃO DE PROTEÍNAS Determinação através de um elemento (C ou N) ou grupo pertencente à proteína (aminoácidos ou ligações peptídicas). Análise de Carbono: digestão mais fácil que N; menor erro (quantidade de C maior que N); fator de correção mais constante; maior dificuldade em separar o que é Carbono protéico do não protéico Análise de Nitrogênio; determinação mais utilizada, considera-se que proteína possui cerca de 16% de N, fator de conversão de N para proteína: geral=6,25; trigo=5,70; leite=6,38; arroz=5,95 e ovo=6,68. Proteínas - MÉTODO DE KJELDAHL 1-DIGESTÃO amostra + H2SO4 CO2 + H2O + (NH4)2SO4 2-DESTILAÇÃO (NH4)2SO4 + NaOH NaSO4 + 2NH3 + 2H2O NH3 + H3BO3 + H2O (NH4)3 BO3 + H2O 3-TITULAÇÃO (NH4)3 BO3 + 3HCl 3NH4Cl + H3BO3 Proteínas - MÉTODO DE KJELDAHL Método clássico Pesou-se 1,0023g de amostra em papel de seda. Transferiu-se para o balão de Kjeldahl (papel + amostra). Adicione 25mL de ácido sulfúrico e cerca de 6g de mistura catalítica. Leve ao aquecimento em chapa elétrica, na capela, até a solução se tornar azul-esverdeada e livre de material digerido. Aqueça por mais uma hora. Deixe esfriar. Transfira o material do balão para o frasco de destilação. Adicione 10 gotas de fenolftaleína e 1g de zinco. Ligue balão ao conjunto de destilação. Mergulhe a extremidade afilada do refrigerante em 25mL de ácido sulfúrico 0,05M, contido no erlenmeyer de 500mL com 3 gotas do indicador vermelho de metila. Adicione ao frasco que contém a amostra digerida, por meio de um funil com torneira, solução de hidróxido de sódio a 30% até garantir um ligeiro excesso de base. Aqueça a ebulição e destile até obter cerca de 250 a 300mL do destilado. Titule o excesso de ácido bórico 0,05M com solução de HCl 0,1M, com vermelho de metila como indicador. Proteínas - MÉTODO DE KJELDAHL Método modificado Destilação com ácido bórico (0,033M) e titulação com ácido clorídrico 0,05M. Cálculo (ambos os métodos) Ptn % (m/m) = V x 0,14 x f / P V = volume da titulação P = gramas de amostra f = fator de conversão Proteínas – Fator de conversão MÉTODO DE DUMAS N org é transformado em N gas e mede-se o volume Problema: medição do volume de gás; só serve para amostras secas. MÉTODOS COLORIMÉTRICOS 1- Biureto – Substâncias com duas ou mais ligações peptidicas formam complexos com sais de Cu em meio alcalino. Intensidade de cor está relacionada com a quantidade de proteína. Problemas: Açúcares redutores e aminas reagem com o Cu, impedindo a formação do complexo. Só peptídeos reagem com biureto. 2-Dye Binding – ligação da proteína com um corante.Baixo pH: as proteínas coagulam e precipitam-se, ligando-se ao corante. A quantificação é baseada na medida do corante que não reagiu (laranja G, vermelho A). MÉTODOS COLORIMÉTRICOS 3- Folin – grupos aromáticos presentes nos aas que constituem as proteínas reagem reduzindo o reagente de Folin, originando um complexo azul. Amostra + reagente = complexo azul(620nm) Reagente = ác. Fosfomolíbdico + ác. Fosfotungstênico 4-Lowry – (Biureto + Folin) Amostra + reagente de Biureto + reagente de Folin = complexo azul (540nm). Vantagem – muito mais sensível que Biureto (5ppt); bastante específico.Desvantagens – a cor depende não só da quantidade, mas do tipo de proteína; pigmentos interferem; lento.
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