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CARBOIDRATOS GLICÍDEOS OU CARBOIDRATOS Um dos maiores grupos de compostos orgânicos na natureza e em organismos vivos originados da fotossíntese em plantas (principal fonte). CARBOIDRATOS São definidos como carboidratos os polihidroxialdéidos, as polihidroxicetonas, os polihidroxiálcoois, os polihidroxiácidos, seus derivados e, polímeros desses compostos unidos por ligações hemiacetálicas aldeído acetona alcool FUNÇÕES o Fonte de energia; Reserva de energia; Estrutural; Matéria-prima para a biossíntese de outras biomoléculas. Adoçantes naturais; Matéria‐prima para produtos fermentados; Responsáveis pela reação de escurecimento em muitos alimentos (alteração de cor e sabor). IMPORTÂNCIA Carboidratos 50-60% das calorias Proteínas + Lipídeos 40-50% das calorias Fornecem 1g de CHO / 17 KJ ou 4 Kcal CLASSIFICAÇÃO Monossacarídeos Dissacarídeos Oligossacarídeos Polissacarídeos CLASSIFICAÇÃO Simples - Monossacarídeos Adocicado Com fórmula estrutural Cn(H2O)n. Esse "n" pode variar de 3 a 7 (trioses, tetroses, pentoses, hexoses e heptoses), sendo os mais importantes as pentoses e hexoses. São solúveis em água: Glicose - Frutose - Galactose – Manose. Simples - Monossacarídeos Glicose: Amplamente distribuída na natureza (frutas, mel) Produto final da quebra de maltose, amido, dextrinas, lactose e sacarose Galactose: Não ocorre livre na natureza Combinada à glicose Lactose Frutose Encontrada no mel e nas frutas. Produto da quebra da Sacarose Maior poder adoçante Galactose Formação da ligação glicosídica (ex: maltose) Compostos: Oligossacarídeos ou Dissacarídeos Grupamento de dois a dez monossacarídeos através de ligação glicosídica DISSACARÍDEOS CARBOIDRATOS DE MENOR PESO MOLECULAR DISSACARÍDEO COMPOSIÇÃO FONTE Maltose Glicose + Glicose Cereais Sacarose Glicose + Frutose Cana-de-açúcar Lactose Glicose + Galactose Leite CLASSIFICAÇÃO DA SACAROSE a) Açúcar cristal: contendo no mínimo: 99,3% de sacarose. b) Açúcar refinado: contendo no mínimo: 98,5% de sacarose. c) Açúcar demerara: contendo no mínimo: 96,0% de sacarose. d) Açúcar mascavo: contendo no mínimo; 90,0% de sacarose. e) Açúcar-cande: contendo no mínimo: 99,0% de sacarose. f) Açúcar glacê ou em pó ou de confeiteiro: contendo no mínimo:99.0% de sacarose g) Açúcar em cubos ou tabletes: contendo no mínimo:98.0% de sacarose h)Açúcar light: mix com adoçantes artificiais i)Açúcar impalpável: adicionado de amido. j) Açúcar para confeitar: açúcar finou em cristais, adicionado de corantes permitidos. FLUXOGRAMA DE OBTENÇÃO DE AÇÚCAR REFINADO CLASSIFICAÇÃO DA SACAROSE Açúcar Cristal Açúcar Refinado Açúcar Demerara Açúcar Mascavo Açúcar Cande Açúcar Glacê Açúcar em Cubos Açúcar impalpável POLISSACARÍDEO FUNÇÃO E FONTE Glicogênio (unidades de glicose) Açúcar de reserva energética de animais e fungos Amido (unidades de glicose) Açúcar de reserva energética de vegetais e algas Celulose (unidades de glicose) Função estrutural. Compõe a parede celular das células vegetais e algas Quitina (unidades de glucosaminas) Função estrutural. Compõe a parede celular de fungos e exoesqueleto de artrópodes Pectinas e gomas Formação de gel; aumento de viscosidade ALIMENTOS Amido: arroz, inhame, mandioca, milho, trigo e batata, além dos processados como massas, pães e alguns biscoitos; Sacarose: a cana-de-açúcar, a beterraba, frutas além dos doces e biscoitos; Lactose: leite e derivados. Polissacarídeos não amido (fibras): vegetais folhosos, legumes e frutas. AMIDO Espessante – aumenta a viscosidade de um alimento. Gelificante – confere textura através da formação de gel. Estabilizante – torna possível a manutenção de uma dispersão uniforme de duas ou mais substâncias imiscíveis em um alimento. Está presente nos tecidos em forma de grânulos, cada vegetal terá o grânulo diferente. AMIDO Formado por duas cadeias de amilose e amilopectina em proporções variáveis com a espécie e grau de maturação: Amilose – polissacarídeo linear formado por unidades (200 a 1000) de glicose, unidas por ligações glicosídicas alfa 1-4. Em solução assume forma de uma espiral, é solúvel em água quente. Forma complexos com outras moléculas (lipídios polares), pela inclusão da sua estrutura em hélice (OH para fora, H para dentro, inserção da parte hidrofóbica do lipídio no interior da hélice. AMIDO Formado por duas cadeias: Amilopectina – polissacarídeo ramificado de forma esférica, formado por unidades de glicose, unidas por ligações glicosídicas alfa 1-4 e alfa 1-6. GELATINIZAÇÃO DO AMIDO Seqüência de eventos irreversíveis que ocorre quando o amido é aquecido em água – quebra de pontes de H, inserção na micela de amido – ação mais eficiente da amilase. GELATINIZAÇÃO DO AMIDO RETROGRADAÇÃO Processo irreverssível de cristalização de moléculas através da formação de pontes de hidrogênio durante o resfriamento e armazenamento da pasta de amido gelatinizado. Três etapas – esticamento das moléculas helicoidais de amilose, perda parcial da água de hidratação que possibilita alinhamento das cadeias e formação de pontes de H (sinerese). Efeitos – expulsão de parte da água absorvida na gelatinização (sinerese), diminuição do volume, aumento da firmeza e opacidade. RETROGRADAÇÃO Depende: Tipo de amido – qto mais amilose, maior a tendência a retrogradação. Procedimento de cozimento e resfriamento: Resfriar rápido – é mais difícil retrogradar. Resfriar lento – é mais fácil retrogradar. FIBRA DIETÉTICA – DEFINIÇÃO ATUAL Institute of Medicine, Dietary reference intakes for energy, carbohydrate, fiber, fat, fatty acids, cholesterol, protein and aminoacids. Washigton, D.C. National Academy Press, 2002/2005, p. 1331. Fibras Dietéticas – refere-se aos carboidratos não-digeríveis e lignina, intrínsecos e intactos nas plantas. Fibras Funcionais – refere-se aos carboidratos não-digeríveis isolados, que podem exercer efeitos fisiológicos benéficos à saúde humana. Fibras Totais – somatório de fibras dietéticas e funcionais. ALGUMAS FIBRAS DIETÉTICAS Celulose - polissacarídio linear ligações β-(1,4) de glicose principal componente das células vegetais. β-Glicanos (derivados da aveia) – homopolissacarídeos de resíduos de glicose. Estrutura química da cadeia de beta-glucano. ALGUMAS FIBRAS DIETÉTICAS Pectinas - polímero constituído de unidades de ácido galacturônico. ALGUMAS FIBRAS DIETÉTICAS Lignina – polímero de unidades de fenilpropanóide. ALGUMAS FIBRAS DIETÉTICAS Gomas – diversos polissacarídeos (principal; galactomanana) encontrados em sementes/germe. Hemicelulose – polissacarídio encontrado em torno da celulose, formado por glicose, arabinose, manose, xilose, e ácido galacturônico. EFEITO DAS FIBRAS As propriedades físico-químicas, o trajeto percorrido no trato gastrointestinal, a solubilidade, além da capacidade defermentação da fibra dietética tem sido demonstrado como sendo determinante nos efeitos fisiológicos e metabólicos ocasionados, quando as fibras são consumidas pela população. EFEITO DAS FIBRAS Propriedades de hidratação: fibras solúveis e insolúveis. Todas captam água. Fibras solúveis a água é incorporada rapidamente e são facilmente decompostas no intestino grosso (70 a 90% decompostas pelas bactérias do cólon) Fibras insolúveis - menor capacidade de incorporação de água - dificilmente degradadas pelas bactérias - eliminadas praticamente intactas. EFEITO DAS FIBRAS Fibras solúveis Alta Hidratação – moléculas pouco organizadas no tecido vegetal, muitos grupos hidrofílicos - Forman gel no estomago (saciedade). Gel inibe a atividade de enzimas - digestão de gorduras, carboidratos e proteína prejudicada – reduz índice glicêmico (β-glucano – aveia). Fermentadas pela microbiota intestinal (aumento da microbiota, massa fecal ) – produtos (benefícios). EFEITO DAS FIBRAS Fibra insolúvel Poucos grupos hidrofílicos, hidratação dependente dos espaços intracelulares, muito coesa – pouca hidratação - limitam a ação de enzimas bacterianas sobre o substrato sendo pouco ou parcialmente fermentáveis. Aumento do volume das fezes ou através da diminuição do tempo de trânsito intestinal - remoção dos carcinógenos, co-carcinógenos e/ou promotores de tumor. EFEITO DAS FIBRAS Capacidade de adsorção de moléculas orgânicas, da fibra - lipídios - grupos iônicos das fibras reagem com colesterol e ácidos biliares e modificar a “entero- reciclagem” dos mesmos e conseqüentemente aumentar a excreção fecal – Doença Coronariana. EFEITO DAS FIBRAS Cuidado: Processos tecnológicos podem modificar as propriedades de hidratação e conseqüentemente as características físico-químicas das fibras que refletirá nos seus efeitos fisiológicos. CARBOIDRATOS • Principais alterações: reação de Maillard e caramelização. • Semelhanças: formam-se compostos escuros e de alto peso molecular. • Diferenças: reação de Maillard, a interação de aminoácidos e açúcares redutores; caramelização, se dá com açúcares redutores e não redutores sem a necessidade da presença de aminoácidos. REAÇÃO DE MAILLARD Diversas reações químicas aminoácido Carboidrato Meloidinas ESCURECIMENTO NÃO ENZIMÁTICO 1- Reação de Maillard O início da reação de Maillard se dá com a união dos grupos amino e carbonila. GLICOSAMINA ESCURECIMENTO NÃO ENZIMÁTICO 1- Reação de Maillard A partir dessa reação, se verifica: o rearranjo conhecido como de Amadori, que é a isomerização da glicosilamina; a formação da base de Schiff; a degradação de Strecker e algumas reações intermediárias, formação do hidroximetil furfural (HMF), polimerização do HMF Formação da melanoidina. EVANGELISTA, 1992; CHEFTEL, 1992) ↑P CARAMELIZAÇÃO Aquecimento de açúcares sem ou com a presença de água e catalisadores ácidos ou básicos, em temperatura acima de 120 °C Açúcares pirolizados, formação de anéis furâmicos. REAÇÃO DE CARAMELIZAÇÃO Degradação do CHO Caramelo Polímero insaturado Importante: Sais e Ácidos a reação CARAMELIZAÇÃO Forma-se um pigmento coloidal de cor marrom a com carga positiva em meio alcalino e negativa em meio ácido CARAMELIZAÇÃO Reações: hidrólise, degradação, eliminação e condensação. Binômio tempo e temperatura e com a presença de catalisadores - produtos de diferente viscosidade e poder corante são obtidos. CARAMELIZAÇÃO Sem catalisador 200 a 240º C - caramelo com baixo poder corante são obtidos, flavorizantes. Com catalisadores e temperaturas entre 130º C e 200º C são obtidos compostos com um poder corante maior. CARAMELIZAÇÃO Utilização da sacarose - produção de aroma e corante de caramelo, com catalisadores de sais de amônio. Utilizado em alimentos e bebidas como refrigerantes tipo cola e cerveja. Utilização de catalisadores - direcionar, cores, viscosidade, solubilidade e acidez. DEGRADAÇÃO DE CARBOIDRATOS DE FRUTAS • Cessar da fotossíntese ocorre a degradação de carboidratos para a síntese de glicose, essencial do processo de respiração celular do fruto. • Aumento de enzimas, amido hidrolisado, aumento da glicose, frutose e sacarose, fruta adocicada. • A hemicelulose é degradada ocasionando um amolecimento da fruta. DEGRADAÇÃO DE CARBOIDRATOS DE FRUTAS A protopectina (ácidos galacturonicos ligadas ao cálcio)- precursora da pectina, retém água em sua malha e quando hidrolisada libera água, formando ácidos pécticos e pectínicos, tal processo diminui a rigidez da parede celular e amolece o fruto. DEGRADAÇÃO DE CARBOIDRATOS DE FRUTAS Durante a maturação ocorre um aumento das concentrações das enzimas, responsáveis por esse processo (Pectinametilesterase e Poligalacturonase). DETERMINAÇÃO DE AÇÚCARES CROMATOGRAFIA DETERMINAÇÃO DE AÇÚCARES Lane-Eynon CARBOIDRATOS POR DIFERENÇA = 100 – Soma (ptn+lip+fibras+cinzas+umidade)
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