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Fatos Jurídicos - Saber Direito

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FATOS JURÍDICOS
Fato jurídico é todo acontecimento da vida relevante para o direito, mesmo que seja ilícito. (Gonçalves, 2011, p. 316). Os fatos jurídicos em sentido amplo podem ser classificados em:
FATOS NATURAIS (FATOS JURÍDICOS EM SENTIDO ESTRITO)
São os fatos que decorrem da natureza. Dividem-se em:
ORDINÁRIOS – nascimento, morte, maioridade, decurso do tempo, etc.
EXTRAORDINÁRIOS – terremoto, raio, tempestade e outros fatos que se enquadram na categoria do fortuito ou força maior.
FATOS HUMANOS (ATOS JURÍDICOS EM SENTIDO AMPLO)
São os fatos que decorrem da atividade humana.
Assim, são as ações humanas que criam, modificam, transferem ou extinguem direitos, dividindo-se em:
LÍCITOS – são os atos humanos a que a lei defere os efeitos almejados pelo agente.
Praticados em conformidade com o ordenamento jurídico, produzem efeitos jurídicos voluntários, desejados pelo agente. (Gonçalves, 2011, p. 318)
Dividem-se em:
ATO JURÍDICO EM SENTIDO ESTRITO (MERAMENTE LÍCITO)
No ato jurídico em sentido estrito, o efeito da manifestação da vontade está predeterminado na lei, não havendo, por isso, qualquer dose de escolha da categoria jurídica (ex.: notificação que constitui em mora o devedor, reconhecimento de filho, tradição, percepção de frutos, uso de algum bem, etc.).
Segundo Gonçalves, com a prática do ato jurídico em sentido estrito não se cria nada de novo, apenas se obtém o efeito que já está previsto em lei. É sempre unilateral porque se aperfeiçoa com uma única manifestação de vontade.
De modo geral, no ato jurídico o destinatário da manifestação da vontade a ela não adere, como na notificação, por exemplo. Às vezes, nem existe destinatário, como na transferência de domicílio. É, também, potestativo, porque permite que o agente interfira na esfera jurídica de outra pessoa sem que esta possa impedir. (Gonçalves, 2011, p. 343)
A ação humana se baseia não numa vontade qualificada, mas em simples intenção (ex.: alguém fisga um peixe, dele se tornando proprietário graças ao instituto da ocupação – o ato material dessa captura não demanda a vontade qualificada que se exige para a formação de um contrato).
Por esta razão, nem todos os princípios do negócio jurídico, como os vícios do consentimento e as regras sobre nulidade e anulabilidade, aplicam-se aos atos jurídicos em sentido estrito.
Dessa forma, um garoto de sete anos de idade torna-se proprietário dos peixes que pesca, pois a incapacidade, no caso, não acarreta nulidade ou anulação, ao contrário do que sucederia se essa mesma pessoa celebrasse um contrato de compra e venda.
Isto porque, na hipótese de ocupação, a vontade exigida pela lei não é a vontade qualificada, necessária para a realização do contrato; basta simples intenção de tornar-se proprietário da res nullius, que é o peixe, e essa intenção podem tê-la todos os que possuem consciência dos atos que praticam. (Gonçalves, p. 342)
Verifica-se, assim, que o ato jurídico é menos rico de conteúdo e pobre na criação de efeitos.
Não constitui exercício da autonomia privada e a sua satisfação somente se concretiza pelos modos determinados na lei.
NEGÓCIO JURÍDICO
No negócio jurídico, a ação humana visa diretamente a alcançar um fim prático permitido na lei (ex.: compra e venda de um bem), dentre a multiplicidade de efeitos possíveis, ou seja, permite a criação de situações jurídicas novas. (Gonçalves, 2011, p. 320)
Por essa razão, é necessária uma vontade qualificada, sem vícios. Conclui-se que fundamentalmente, o negócio jurídico consiste na manifestação de vontade que busca produzir determinado efeito jurídico permitido pela lei.
Em regra, é bilateral, mas há exceções, isto é, negócios jurídicos unilaterais, que se aperfeiçoam com uma única manifestação de vontade e permitem a obtenção de múltiplos efeitos, por exemplo, testamento, instituição de fundação, renúncia de herança, etc.
A doação não é unilateral, mas sim bilateral, pois depende da aceitação do donatário.
No negócio jurídico há uma composição de interesses, um regramento geralmente bilateral de condutas, como ocorre na celebração de contratos.
A manifestação da vontade tem finalidade negocial, que em geral é criar, adquirir, transferir, modificar, extinguir direitos, etc.
ATO - FATO JURÍDICO OU FATO JURÍDICO EM SENTIDO ESTRITO
Ao contrário do que ocorre nos dois primeiros (ato jurídico em sentido estrito e negócio jurídico), em que se exige uma manifestação de vontade, no ato-fato jurídico não se leva em consideração a vontade do agente.
O ato-fato jurídico é um fato jurídico qualificado pela ação humana. (Gonçalves, 2011, p. 344)
Nesse caso, é irrelevante para o direito se a pessoa teve ou não a intenção de praticá-lo. O que se leva em conta é o efeito resultante do ato que pode ter repercussão jurídica.
Muitas vezes o efeito do ato não é buscado nem imaginado pelo agente, mas decorre de uma conduta e é sancionado pela lei, como a pessoa que acha casualmente um tesouro. A conduta do agente não tinha por fim imediato adquirir-lhe a metade, mas tal acaba ocorrendo por força do disposto no art. 1.264 - CC, ainda que se trate de um louco.
É que há certas ações humanas que a lei encara como fatos, sem levar em consideração a vontade, a intenção ou a consciência do agente, demandando apenas o ato material de achar. Assim, o louco, pelo simples achado do tesouro, torna-se proprietário de parte dele. (Gonçalves, 2011, p. 345)
Essas ações são denominadas pela doutrina atos-fatos jurídicos ou fatos jurídicos em sentido estrito.
No ato-fato jurídico ressalta-se a consequência do ato, fato resultante, sem se levar em conta a vontade praticá-lo.
ILÍCITOS – os ilícitos, por serem praticados em desacordo com o prescrito no ordenamento jurídico, repercutem na esfera do direito, produzindo efeitos jurídicos involuntários, impostos por esse ordenamento. Em vez de direitos, geram obrigações (ex.: obrigação de reparar o dano – art. 927 – CC). (Gonçalves, 2011, p. 318)
Logo, modernamente, admite-se que integrem a categoria dos atos jurídicos pelos efeitos que produzem.
CLASSIFICAÇÃO DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS
Os negócios jurídicos podem ser classificados em:
UNILATERAIS, BILATERAIS E PLURILATERIAS
NEGÓCIOS JURÍDICOS UNILATERAIS
Negócios jurídicos unilaterais são os que se aperfeiçoam com uma única manifestação de vontade (ex.: testamento, codicilo, instituição de fundação, aceitação e renúncia da herança, promessa de recompensa, etc.).
São de duas espécies:
RECEPTÍCIOS – são aqueles em que a declaração de vontade tem de se tornar conhecida do destinatário para produzir efeitos (ex.: denúncia ou resilição de um contrato, revogação de mandato, etc.).
NÃO RECEPTÍCIOS – são aqueles em que o conhecimento por parte de outras pessoas é irrelevante (ex.: testamento, confissão de dívida, etc.).
NEGÓCIOS JURÍDICOS BILATERAIS
Negócios jurídicos bilaterais são aqueles que se perfazem com duas manifestações de vontade, coincidentes sobre o objeto. Essa coincidência chama-se consentimento mútuo ou acordo de vontades (contratos em geral).
O que torna o contrato bilateral é a existência de dois pólos distintos, independentemente do número de pessoas que integre cada pólo.
NEGÓCIOS JURÍDICOS PLURILATERAIS
Negócios jurídicos plurilaterais são os contratos que envolvem mais de duas partes, ou seja, mais de dois pólos distintos (ex.: contrato social de sociedades com mais de dois sócios).
GRATUITOS, ONEROSOS, NEUTROS E BIFRONTES
NEGÓCIOS JURÍDICOS GRATUITOS
Negócios jurídicos gratuitos são aqueles em que só uma das partes aufere vantagens ou benefícios (ex.: doação pura).
NEGÓCIOS JURÍDICOS ONEROSOS
Negócios jurídicos onerosos são aqueles em que ambos os contratantes auferem vantagens, às quais, porém, corresponde uma contraprestação (ex.: compra e venda, locação, etc.).
Conclui-se, portanto, que todo o negócio oneroso é bilateral, mas a recíproca não é verdadeira (ex.: doação, comodato).
Os negócios jurídicos onerosos podemser:
COMUTATIVOS – quando a prestação de uma parte depende de uma contraprestação da outra, que é equivalente, certa e determinada.
ALEATÓRIOS – quando a prestação de uma das partes depende de acontecimentos incertos e inesperados. A álea, a sorte, é elemento do negócio (ex.: contrato de seguro).
NEGÓCIOS JURÍDICOS NEUTROS
Há negócios que não podem ser incluídos na categoria dos onerosos, nem dos gratuitos, pois lhes falta atribuição patrimonial.
São chamados de neutros e se caracterizam pela destinação dos bens. Em geral, coligam-se aos negócios translativos, que têm atribuição patrimonial, como por exemplo a instituição das cláusulas de inalienabilidade e incomunicabilidade.
NEGÓCIOS JURÍDICOS BIFRONTES
Negócios jurídicos bifrontes são os contratos que podem ser onerosos ou gratuitos, segundo a vontade das partes (ex.: mútuo, mandato, depósito, etc.).
A conversão de negócio jurídico só se torna possível se o contrato é definido na lei como negócio gratuito, pois a vontade das partes não pode transformar um contrato oneroso em gratuito, uma vez que subverteria a sua causa.
Nem todos os contratos gratuitos podem ser convertidos em onerosos por convenção das partes.
A doação e o comodato, por exemplo, ficariam desfigurados, se tal acontecesse, pois se transformariam, respectivamente, em venda e locação.
NEGÓCIOS JURÍDICOS “INTER VIVOS” e “MORTIS CAUSA”
“Inter vivos” – destinam-se a produzir efeitos desde logo, isto é, estando as partes ainda vivas (ex.: promessa de venda e compra).
“Mortis causa” – são os negócios jurídicos destinados a produzir efeitos após a morte do agente (ex.: testamento).
NEGÓCIOS JURÍDICOS PRINCIPAIS E ACESSÓRIOS
NEGÓCIOS JURÍDICOS PRINCIPAIS
Negócios jurídicos principais são os negócios jurídicos que têm existência própria e não dependem da existência de qualquer outro para produzir efeitos (ex.: compra e venda, locação, etc.).
NEGÓCIOS JURÍDICOS ACESSÓRIOS
Negócios jurídicos acessórios são os que têm sua existência subordinada a um negócio jurídico principal (ex.: cláusula penal, fiança, etc.), de forma que seguem o destino do principal (nulo este, nulo também será o negócio acessório, sendo que a recíproca não é verdadeira).
SOLENES OU FORMAIS E NÃO SOLENES OU DE FORMA LIVRE
NEGÓCIOS JURÍDICOS SOLENES OU FORMAIS
São os negócios jurídicos que devem obedecer à forma prescrita em lei para que se aperfeiçoem.
NEGÓCIOS JURÍDICOS NÃO SOLENES OU DE FORMA LIVRE
São os negócios jurídicos de forma livre. Como a lei não reclama nenhuma formalidade para o seu aperfeiçoamento, podem ser celebrados por qualquer forma, inclusive a verbal (art. 107 – CC).
SIMPLES, COMPLEXOS E COLIGADOS:
SIMPLES – são os negócios que se constituem por ato único.
COMPLEXOS – são os que resultam da fusão de vários atos com eficácia independente.
Compõem-se de várias declarações de vontade, que se completam, emitidas pelo mesmo sujeito ou diferentes sujeitos, para a obtenção dos efeitos jurídicos pretendidos na sua unidade (ex.: alienação de um imóvel em prestações, que se inicia pela celebração de um compromisso de compra e venda, e se completa com a outorga da escritura definitiva).
O negócio jurídico complexo é único e não se confunde com o coligado.
COLIGADOS – são os que se compõem de vários outros negócios jurídicos distintos (ex.: arrendamento de posto de gasolina, coligado pelo mesmo instrumento ao contrato de locação das bombas, de comodato de área para funcionamento de lanchonete, de fornecimento de combustível, de financiamento, etc.).
NEGÓCIO JURÍDICO - ELEMENTOS ESSENCIAIS
        
Alguns elementos do negócio jurídico podem ser chamados de essenciais porque constituem requisitos de existência e de validade do negócio jurídico, a saber:
REQUISITOS DA EXISTÊNCIA DO NEGÓCIO JURÍDICO
        
Requisitos de existência são os elementos estruturais do negócio jurídico, faltando qualquer deles, o negócio não existe. São eles:
A manifestação da vontade;
A finalidade negocial;
E a idoneidade do objeto;
MANIFESTAÇÃO DE VONTADE
A manifestação da vontade é pressuposto básico do negócio jurídico e é imprescindível que se exteriorize.
A manifestação da vontade pode ser:
EXPRESSA – é a palavra escrita ou falada, gestos, mímica, etc.
TÁCITA – é a que se infere da conduta do agente.
        
A manifestação de vontade pode ser tácita, quando a lei não exigir que seja expressa.
PRINCÍPIOS BASILARES DA MANIFESTAÇÃO DA VONTADE
PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DA VONTADE
Pelo tradicional Princípio da Autonomia da Vontade, as pessoas têm liberdade de, em conformidade com a lei, celebrar negócios jurídicos, criando direitos e contraindo obrigações.
Esse princípio sofre algumas limitações pelo Princípio da Supremacia da Ordem Pública, pois muitas vezes, em nome da ordem pública e do interesse social, o Estado interfere nas manifestações de vontade, especialmente para evitar a opressão dos economicamente mais fortes sobre os mais fracos.
Em nome desse princípio surgiram diversas leis: Lei do Inquilinato, Lei da Economia Popular, CDC, etc.
FINALIDADE NEGOCIAL
A finalidade negocial ou jurídica é a vontade de criar, conservar, modificar ou extinguir direitos.
Sem essa intenção, a manifestação de vontade pode desencadear determinado efeito, preestabelecido no ordenamento jurídico, praticando o agente, então, um ato jurídico em sentido estrito e não um negócio jurídico.
Com efeito, a existência do negócio jurídico depende da manifestação de vontade com finalidade negocial, isto é, com a finalidade de produzir os efeitos jurídicos mencionados.
IDONEIDADE DO OBJETO
        
A idoneidade do objeto é necessária para a realização do negócio que se tem em vista.
Assim, se a intenção é celebrar um contrato de mútuo, a manifestação de vontade deve recair sobre coisa fungível.
No comodato, o objeto deve ser coisa infungível. Para a constituição de uma hipoteca, é necessário que o bem dado em garantia seja imóvel, navio ou avião, pois os demais bens são inidôneos para a celebração de tal negócio.
REQUSITOS DA VALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO
São os requisitos para que o negócio jurídico seja válido. Se os possui, é válido e dele decorrem os mencionados efeitos.
Se, porém, falta-lhe um desses requisitos, o negócio é inválido, não produz o efeito jurídico em questão e é nulo ou anulável.
Os requisitos de validade podem ser de caráter geral ou específico. 
REQUISITOS DE CARATER GERAL 
Agente capaz;
Objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
Forma prescrita e não defesa em lei;
AGENTE CAPAZ (CONDIÇÃO SUBJETIVA)
A capacidade do agente é a aptidão para intervir em negócios jurídicos como declarante ou declaratório.
A capacidade aqui é a de fato ou de exercício de direito, necessária para a prática dos atos da vida civil.
Esta incapacidade é suprida pelos meios legais: a representação e a assistência 
Os absolutamente incapazes não participam do ato, sendo representados pelos pais, tutores ou curadores.
Já os relativamente incapazes participam do ato, junto com os referidos representantes, que assim os assistem.
Observação:
- Incapacidade x falta de legitimação – a incapacidade não se confunde com a falta de legitimação. Enquanto aquela é a inaptidão para exercer os atos da vida civil, a falta de legitimação é a incapacidade para a prática de determinados atos. O ascendente não estará legitimado a vender bens a um descendente enquanto não obtiver o consentimento do seu cônjuge e dos demais descendentes (art. 496), embora não seja um incapaz, genericamente, para realizar negócios jurídicos. A proibição imposta ao tutor de adquirir bens do pupilo, mesmo em hasta pública, cria um impedimento ou falta de legitimação que não importa em incapacidade genérica. 
OBJETO LÍCITO, POSSÍVEL. DETERMINADO OU DETERMINÁVEL
OBJETO LÍCITO
       
 A validade do negócio jurídico requer, ainda, objeto lícito, que é aquele que não atenta contra a lei, a moral ou os bons costumes.Quando o objeto do contrato é imoral, os tribunais por vezes aplicam o princípio de direito de que ninguém pode valer-se da própria torpeza, também aplicado pelo legislador, por exemplo, no art. 150, que reprime o dolo ou torpeza bilateral.
OBJETO POSSÍVEL
O objeto deve ser também, possível. Quando impossível, o negócio é nulo. A impossibilidade do objeto pode ser:
Impossibilidade física – é a que emana de leis físicas ou naturais. Deve ser absoluta, isto é, atingir a todos, indistintamente. A impossibilidade relativa, que atinge o devedor, mas não outra pessoa não constitui obstáculo ao negócio jurídico (art. 106).
Impossibilidade jurídica – a impossibilidade jurídica do objeto ocorre quando o ordenamento jurídico proíbe, expressamente, negócios a respeito de determinado bem (ex.: herança de pessoa viva – art. 426, alguns bens fora do comércio, etc.).
OBJETO DETERMINADO OU DETERMINÁVEL
O objeto do negócio jurídico deve ser, também, determinado ou determinável (indeterminado relativamente ou suscetível de determinação no momento da execução). Admite-se, assim, a venda de coisa incerta, indicada ao menos pelo gênero e pela quantidade (art. 243), que será determinada pela escolha; bem como a venda alternativa, cuja indeterminação cessa com a concentração (art. 252).
FORMA PRESCRITA OU NÃO DEFESA EM LEI 
O terceiro requisito de validade do negócio jurídico é a forma, que deve ser prescrita ou não defesa em lei. 
Em regra, a forma é livre. As partes podem celebrar o contrato por escrito público ou particular, ou verbalmente, a não ser nos casos em que a lei, para dar maior segurança e seriedade ao negócio, exija a forma escrita, pública ou particular. 
É nulo o negócio jurídico quando não revestir a forma prescrita em lei ou for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade.
NEGÓCIO JURÍDICO / CONDIÇÃO
REQUISITOS DE VALIDADE DE CARÁTER ESPECÍFICO
São aqueles pertinentes a determinado negócio jurídico específico (ex.: na compra e venda, são elementos essenciais a coisa, o preço e o consentimento).
REQUISITOS ACIDENTAIS
Outros elementos são chamados de acidentais porque não exigidos pela lei, mas introduzidos pela vontade das partes.
Assim, além dos elementos essenciais, que constituem requisitos de existência e validade do negócio jurídico, pode este conter outros elementos meramente acidentais, introduzidos facultativamente pela vontade das partes, não necessários à essência do negócio.
Uma vez convencionados, passam porém a integrá-lo, de forma indissociável, constituindo requisitos de eficácia do negócio.
São eles (a enumeração não é taxativa, porque muitos outros elementos acessórios podem ser apostos ao negócio jurídico, segundo a conveniência das partes e necessidade do mundo jurídico):
CONDIÇÃO
Condição é a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.
REQUISITOS DA CONDIÇÃO
São requisitos da condição:
A FUTURIDADE – não se considera condição o fato passado ou presente, mas somente o futuro.
A INCERTEZA – o evento a que se subordina o negócio deve ser incerto. Se for certo, como a morte por exemplo, não haverá condição, mas sim termo.
ESPÉCIES DA CONDIÇÃO
Há várias espécies de condições que podem ser classificadas:
QUANTO à LICITUDE
CONDIÇÕES LÍCITAS – dispõe o art. 122 do Código Civil que são lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons costumes.
CONDIÇÕES ILÍCITAS – a contrario sensu, serão ilícitas todas as que atentarem contra proibição expressa ou implícita do ordenamento jurídico, a moral ou os bons costumes.
QUANTO à POSSIBILIDADE
CONDIÇÕES POSSÍVEIS – são as que podem ser cumpridas.
CONDIÇÕES IMPOSSÍVEIS – estas podem ser:
Condições fisicamente impossíveis – são as que não podem ser cumpridas por nenhum ser humano (ex.: colocar toda a água de um oceano num copo).
Não se consideram fisicamente impossíveis se a impossibilidade não atingir a toda e qualquer pessoa, indistintamente.
Condições juridicamente impossíveis – é a que esbarra em proibição expressa do ordenamento jurídico, ou fere a moral e os bons costumes (ex.: adotar pessoa da mesma idade, realizar negócio que tenha por objeto herança de pessoa viva, etc.).
QUANTO à FONTE DE ONDE PROMANAM
Condições Causais – são as que dependem do acaso, do fortuito, de fato alheio à vontade das partes (ex.: dar-te-ei tal quantia se chover amanhã).
Condições Potestativas – são as que decorrem da vontade de uma das partes.
Podem ser:
Condições puramente potestativas – são as que sujeitam todo o efeito do ato ao puro arbítrio de uma das partes, sem a influência de qualquer fato externo (ex.: se eu quiser, se eu entender conveniente, se eu assim decidir, etc.). É uma condição ilícita (art. 122 -  CC).
Condições simplesmente potestativas – dependem não só da manifestação de vontade de uma das partes como também de algum acontecimento ou circunstância exterior que escapa ao seu controle (ex.: se eu viajar a tal lugar, se eu vender a minha casa, etc.). Estas condições não são consideradas ilícitas.
Condições Mistas – são as condições que dependem simultaneamente da vontade de uma das partes e da vontade de um terceiro (ex.: dar-te-ei tal quantia se casares com fulano, se constituíres sociedade com beltrano, se for eleito deputado,
etc.).
QUANTO AO MODO DE ATUAÇÃO
Condição Suspensiva – impede que o ato produza efeitos até a realização do evento futuro e incerto (ex.: dar-te-ei tal bem se lograres tal feito).
Assim, não se terá adquirido o direito enquanto não se verificar a condição suspensiva (art. 125 – CC).
O titular tem apenas situação jurídica condicional, mera expectativa de direito. Verificada a condição suspensiva, o direito é adquirido.
A retroatividade ou irretroatividade das condições é um tema bastante controvertido na doutrina.
Condição Resolutiva – é a que extingue, resolve o direito transmitido pelo negócio, ocorrido o evento futuro e incerto, por exemplo, o beneficiário da doação, depois de recebido o bem, casa-se com a pessoa que o doador proibira, tendo este conferido ao eventual casamento o caráter de condição resolutiva).
Em outras palavras, é a condição cujo implemento faz cessar os efeitos do ato ou negócio jurídico. Logo, até que seja implementada a condição, vigorará o negócio jurídico, podendo exercer-se desde o momento deste o direito por ele estabelecido (art. 127 – CC).
 Condição resolutiva e negócio jurídico de execução continuada ou periódica – o art. 128 – CC deixa claro que, o implemento da condição resolutiva, salvo disposição em contrário, não tem eficácia quanto aos atos já praticados, que se reputam válidos para todos os fins e efeitos de direito, desde que compatíveis com a natureza da condição pendente e conforme os ditames da boa-fé.
A condição resolutiva pode ser expressa ou tácita.
QUANTO AO ESTADO
Condição Pendente – a condição encontra-se pendente enquanto não se verifica o evento futuro e incerto.
Condição Implementada – diz-se implementada a condição quando se verifica a ocorrência do evento futuro e incerto, isto é, quando o evento efetivamente ocorre.
Condição Frustrada – diz-se frustrada a condição quando não se verifica a ocorrência do evento futuro e incerto, ou seja, quando o evento definitivamente não tem mais a possibilidade
CONDIÇÕES QUE INVALIDAM OS NEGÓCIOS JURÍDICOS
As condições que invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados e condições que se reputam não escritas.
CONDIÇÕES QUE INVALIDAM OS NEGÓCIOS JURÍDICOS QUE LHES SÃO SUBORDINADOS
Se pactuada qualquer das condições abaixo, tanto a condição como o negócio jurídico serão nulos:
CONDIÇÕES FÍSICA OU JURIDICAMENTE IMPOSSÍVEIS
Quando suspensivas, consideram-se impossíveis as condições que violam as leis naturais ou o direito expresso.
No primeiro caso, dizem-se fisicamente impossíveis; no segundo, juridicamenteimpossíveis. Estas, quando suspensivas, são inválidas, assim como os negócios jurídicos que lhes são subordinados.
NEGÓCIOS JURÍDICOS QUE NÃO ADMITEM CONDIÇÃO
Geralmente, todos os atos com conteúdo econômico permitem a pactuação de condição.
Há, contudo, certos negócios jurídicos que não a admitem. São exemplos os direitos de família puros e os direitos personalíssimos.
NEGÓCIO JURÍDICO / TERMO
TERMO
É o dia em que começa ou se extingue a eficácia do negócio jurídico. É sempre um evento futuro e certo.
O termo pode ser: Termo certo e termo incerto
TERMO CERTO
Termo certo é o que se reporta a determinada data certa do calendário ou a determinado lapso de tempo
TERMO INCERTO
Termo incerto é o termo que, embora certo quando a sua ocorrência (por isso não é uma condição), é incerto quanto a sua data (ex.: morte – a morte é uma certeza, mas a data não).
TERMO INICIAL OU SUSPENSIVO (DIES A QUO)
Termo inicial ou suspensivo (dies a quo) – é aquele a partir do qual se pode exercer o direito.
TERMO FINAL OU RESOLUTIVO (DIES AD QUEM):
Termo final ou resolutivo (dies ad quem) – é aquele no qual termina a produção de efeitos do negócio jurídico
O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito (art. 131 – CC).
Assim, ao contrário da condição suspensiva, em que não se adquire o direito a que o ato visa; no termo inicial, pelo contrário, não se impede a aquisição do direito, mas se retarda seu exercício.
Termo inicial ou suspensivo x condição suspensiva – em ambos o exercício do direito está suspenso até o implemento do termo ou condição.
A diferença entre ambos é que a condição suspensiva, além de suspender o exercício do direito, suspende também a sua aquisição. O termo inicial ou suspensivo não suspende a aquisição do direito, mas apenas protela o seu exercício.
Em outras palavras, na condição, enquanto não se verifica seu implemento, não se adquire o direito a que o ato visa; no termo inicial, pelo contrário, não se impede a aquisição do direito, apenas se retarda seu exercício.
Além disso, no termo o evento é futuro e certo, ao passo que na condição é futuro e incerto.
Por isso é correto dizer que na condição há direito eventual, pois, o direito poderá jamais se cristalizar, ao passo que no termo é incorreto o emprego desta terminologia, devendo-se dizer que no termo há direito deferido, pois o direito a que o termo se refere será inexoravelmente do credor.
Em razão da semelhança entre os institutos da condição e do termo, o Código Civil manda aplicar ao termo inicial ou suspensivo e final ou resolutivo, no que couber, as disposições relativas à condição suspensiva e resolutiva.
Em razão do prescrito no art. 135 – CC, que manda aplicar no que for compatível as regras referentes à condição resolutiva e suspensiva, conclui-se que o termo, ainda que inicial ou suspensivo, não obsta o exercício dos atos destinados a conservar o direito a ele subordinado (ex.: interrupção de prescrição, rechaçar atos de esbulho ou turbação, etc.).
TERMO DE DIREITO, CONVENCIONAL, JUDICIAL E DE GRAÇA
        Termo de direito – é o que decorre da lei.
        Termo convencional – é o que decorre da vontade das partes.
        Termo judicial – é o fixado por decisão judicial.
        Termo de graça – é a dilação de prazo concedida ao devedor.
TERMO X PRAZO
Enquanto termo é o dia em que começa ou se extingue a eficácia do negócio jurídico, prazo é o intervalo entre o termo “a quo” e o termo “ad quem”. Logo, os dois institutos não se confundem.
PRAZO CERTO E INCERTO
Diz-se que o prazo é certo se o ato é a termo certo, e prazo incerto se o ato é a termo incerto.
CONTAGEM DO PRAZO
Na contagem dos prazos, exclui-se o dia do começo e inclui-se o do vencimento (art. 132 - CC).
Se este cair em feriado, considerar-se-á prorrogado o prazo até o dia útil seguinte (art. 132, §1º - CC).
Se cair em sábado, fica igualmente prorrogado até o dia útil subsequente, por força do art. 3º da Lei 1408/51 e Lei 4178/62.
CONTAGEM DO PRAZO EM MESES E ANOS
Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no imediato, se faltar exata correspondência (ex.: ano bissexto) (art. 132, §3º - CC).
CONTAGEM DO PRAZO EM HORAS
Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto (ex.: pedido de falência) (art. art. 132, §4º - CC).
PRAZO NOS TESTAMENTOS
Nos testamentos, presume-se o prazo em favor do herdeiro (art. 133 – CC).
Assim, se o testador fixar prazo para a entrega do legado, entender-se-á que foi estabelecido em favor do herdeiro, obrigado ao pagamento, e não do legatário.
PRAZO NOS CONTRATOS
Nos contratos, presume-se o prazo em favor do devedor (art. 133 – CC). Desse modo, pode o devedor renunciar ao prazo e antecipar o pagamento da dívida, para livrar-se, por exemplo, de um índice de atualização monetária que estaria vigorando na data do seu vencimento, sem que o credor possa impedi-lo.
NEGÓCIO JURÍDICO / ENCARGO OU MODO
ENCARGO OU MODO
O encargo ou modo trata-se de “cláusula acessória” às liberalidades, como na doação, testamentos, pela qual se impõe um ônus ou obrigação ao beneficiário. É admissível, também, em declarações unilaterais da vontade como na promessa de recompensa.
É comum nas doações feitas ao município, em geral com a obrigação de construir um hospital, escola, creche ou algum outro melhoramento público; e nos testamentos, em que se deixa a herança a alguém, com a obrigação de cuidar de determinada pessoa ou de animais de estimação.
Em regra, a cláusula acessória é identificada pelas expressões “para que”, “a fim de que”, “com a obrigação de”.
Destarte, o encargo apresenta-se como restrição à liberdade, quer estabelecendo uma finalidade ao objeto do negócio, quer impondo uma obrigação ao favorecido, em benefício do instituidor ou de terceiros, ou mesmo da coletividade.
Não deve, porém, o encargo se configurar em contraprestação; não pode ser visto como contrapartida ao benefício concedido. Se houver contraprestação típica, a avença (contrato) deixa de ser liberal para ser onerosa, não se configurando o encargo.
O fato é que ninguém é obrigado a aceitar a liberalidade. Se o faz, sabendo ser gravada com encargo, fica sujeito ao seu cumprimento.
Embora o encargo não se possa configurar em contraprestação, não há para ele limitação quantitativa: a instituição pode deixar intacto o montante do benefício (ex.: doação de uma área à Municipalidade com a obrigação de esta colocar o nome do doador em uma das vias públicas); ou pode a disposição abater parte do benefício (ex.: doação de quantia a alguém com o ônus de o donatário pagar pensão aos pobres do lugar); ou pode até a instituição esgotar todo o benefício (ex.: legado com a obrigação do legatário erigir um túmulo ao testador que absorva toda a quantia legada).
Em nenhum caso, no entanto, o encargo pode constituir contraprestação.
O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito. Nos termos do art. 136 - CC, o encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva.
Assim, por exemplo, aberta a sucessão, o domínio e a posse dos bens transmitem-se desde logo aos herdeiros nomeados, com a obrigação, porém, de cumprir o encargo a eles imposto. Se esse encargo não for cumprido, a liberalidade poderá ser revogada.
EXECUÇÃO DO ENCARGO
Dispõe o art. 553 – CC, que o donatário é obrigado a cumprir os encargos da doação, caso forem a benefício do doador, de terceiro, ou do interesse geral.
Acrescenta o parágrafo único:
“Se desta última espécie for o encargo, o MP poderá exigir sua execução, depois da morte do doador, se este não tiver feito”.
O instituidor e o beneficiário também podem reclamar o cumprimento do encargo. O Ministério Público só poderá fazê-lo depois da morte do instituidor, se este não tiver feito e se o encargo foi imposto no interesse geral.
REVOGAÇÃODA LIBERALIDADE POR DESCUMPRIMENTO DO ENCARGO
A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por inexecução do encargo (art. 555 – CC).
O doador pode, exercendo o direito personalíssimo, pleitear a revogação da doação pura e simples, em virtude da ingratidão do donatário, por este revelada na insensibilidade e desrespeito ao valor ético-jurídico da liberalidade feita em seu benefício.
A ingratidão afronta o doador, pelo inadimplemento de um dever moral — o do reconhecimento ou recognição  do donatário pelos favores recebidos .
O art. 562 – CC, prevê que a doação onerosa pode ser revogada por inexecução do encargo, se o donatário incorrer em mora. Tal dispositivo aplica-se, por analogia, às liberalidades “causa mortis”.
O terceiro beneficiário pode exigir o cumprimento do encargo, mas não está legitimado a propor ação revocatória. Esta é privativa do instituidor, podendo os herdeiros apenas prosseguir na ação por ele intentada, caso venha a falecer depois do ajuizamento.
ENCARGO X CONDIÇÕES SUSPENSIVA E RESOLUTIVA
Apesar da aparente semelhança, o encargo não se confunde com a condição.
O encargo é coercitivo, o que não ocorre com a condição, uma vez que ninguém pode ser obrigado a cumpri-la.
O encargo difere da condição suspensiva porque esta impede a aquisição do direito, enquanto o encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito.
Entretanto, o encargo pode ser imposto como condição suspensiva e com efeitos próprios deste elemento acidental, desde que tal disposição seja expressa (art. 136, 2ª parte).
Difere também da condição resolutiva, porque não conduz, por si só, à revogação do ato. O instituidor do benefício poderá ou não propor a ação revocatória, cuja sentença não terá efeito retroativo.
ENCARGO ILÍCITO OU IMPOSSÍVEL
O Código Civil disciplina o encargo ilícito ou impossível, dispondo, no art. 137:
“Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico”.
A ílicitude ou impossibilidade física ou jurídica do encargo leva a considerá-lo como não escrito, libertando o negócio jurídico de qualquer restrição, a não ser que se apure ter sido o modus o motivo determinante   da liberalidade Inter vivos (doação) ou mortis  causa(testamento) caso que se terá a invalidação do ato negocial; posta, fere disto; porém, fora disto , se aproveitará como puro e simples.

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