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Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários 2 Sumário Introdução ..................................................................................................................................... 5 1. Como abordar educação alimentar e nutricional nos serviços socioassistenciais? .................. 7 2. Ciclos de vida Educação Alimentar Nutricional ......................................................................... 9 2.1. Crianças de zero a seis anos ................................................................................................... 9 Atividade 1: Amamentação ....................................................................................................... 9 Atividade 2: Vantagens do leite materno para a proteção da criança e da mãe .................... 12 Atividade 3: Oficina culinária para as mães ............................................................................ 15 Atividade 4: Alimentação saudável e gostosa para crianças de 01 a 02 anos ........................ 19 Atividade 5: Semáforo da alimentação para famílias de crianças de 01 a 02 anos ................ 21 Atividade 6: Descobrindo os alimentos por meio dos sentidos I ............................................ 23 Atividade 7: Descobrindo os alimentos por meio dos sentidos II ........................................... 25 Atividade 8: Prevenindo insegurança alimentar e nutricional ................................................ 26 Atividade 9: De onde vêm os alimentos? ................................................................................ 28 Atividade 10: Refeições saudáveis .......................................................................................... 30 Atividade 11: O caminho dos alimentos até chegar à nossa mesa ......................................... 32 Atividade 12: Jogo de memória saboroso ............................................................................... 34 Atividade 13: Semáforo Saudável ........................................................................................... 36 Atividade 14: Jogo de cartas da energia ................................................................................. 39 2.2. EAN para adolescentes ......................................................................................................... 42 Atividade 1: O que vem a sua cabeça?? .................................................................................. 42 Atividade 2: Reflexão e debate sobre os Direitos Humanos, incluindo à alimentação .......... 44 Atividade 3: Hábitos alimentares saudáveis durante o dia ..................................................... 46 Atividade 4: Adolescente promovendo a alimentação saudável na família e comunidade ... 48 Atividade 5: Transtornos alimentares ..................................................................................... 50 Atividade 6: Da produção à mesa ........................................................................................... 52 Atividade 7: Prevenindo a obesidade ..................................................................................... 54 Atividade 8: “Mitos e Verdades” ............................................................................................. 55 2.3. EAN na fase adulta ............................................................................................................... 57 Atividade 1: Os passos para uma alimentação saudável ........................................................ 57 Atividade 2: Cesto saudável .................................................................................................... 59 Atividade 3: Prato saudável .................................................................................................... 62 Atividade 4: Sinal vermelho ao excesso de peso .................................................................... 64 Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários 3 Atividade 5: Desvendando os rótulos dos alimentos .............................................................. 65 2.4. EAN para pessoas idosas ...................................................................................................... 66 Atividade 1: Oficinas com alimentos: estimulando olfato ...................................................... 66 Atividade 2: Oficinas com alimentos: estimulando os sabores............................................... 67 Atividade 3: Resgate de receitas locais ................................................................................... 68 Atividade 4: Dez passos para a alimentação saudável ............................................................ 69 Atividade 5: Piquenique saudável ........................................................................................... 71 2.5 Sugestão de atividades intergeracionais ............................................................................... 73 Atividade 1: Alimentação das crianças com saúde e sem doenças ........................................ 73 Atividade 2: Prevenindo deficiências nutricionais na família ................................................. 75 Atividade 3: Descobrindo os alimentos por meio dos sentidos .............................................. 76 2.6. Sugestão de filmes e documentários: .................................................................................. 77 3. Monitoramento e Avaliação da atividade ............................................................................... 78 4. Referências bibliográficas ....................................................................................................... 80 Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários 4 Apresentação O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome apresenta o Caderno Metodológico - Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários como um complemento do Caderno Teórico - Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. O primeiro Caderno tem por objetivo subsidiar de maneira teórica o tema da Educação Alimentar e Nutricional – EAN no trabalho social realizado pelos técnicos e ou orientadores sociais nos serviços socioassistenciais da proteção social básica. O segundo Caderno, aqui apresentado, propõe algumas atividades de Educação Alimentar e Nutricional para a abordagem dessa temática no trabalho social realizado com famílias, tanto em grupos intergeracionais como em grupos específicos. A presente publicação subsidia e orienta os profissionais dos serviços socioassistenciais no que se refere à abordagem prática da Educação Alimentar e Nutricional no trabalho social junto às famílias. Mas, atenção! As atividades de EAN apresentadas a seguir não devem ser vistas como única possibilidade de trabalho. Poderão ser adaptadas, alteradas ou expandidas, conforme a realidade do território, sempre buscando como fim a promoção da alimentação adequada e saudável. Denise Ratmann Arruda Colin Maya Takagi Secretária Nacional de Assistência Social Secretária Nacional de Segurança Alimentar e NutricionalCaderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários 5 Introdução As famílias em situação de vulnerabilidade social estão mais propícias a vivenciarem situações de insegurança alimentar e nutricional, sendo que a mesma pode se apresentar de maneira contraditória com a coexistência da desnutrição e de obesidade no mesmo território ou em um mesmo domicílio. Desta forma, o tema da Educação Alimentar e Nutricional - EAN inserido no trabalho social junto às famílias, especialmente no Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família – PAIF e no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos - SCFV, tem como objetivo fortalecer o resgate da cultura alimentar local, a garantia de direitos, especialmente o direito a alimentação e ainda o empoderamento e a autonomia das famílias sobre a alimentação adequada e saudável. A abordagem da EAN necessita de um planejamento prévio da atividade, que pode ser realizado pelo técnico da proteção social básica em conjunto com o Coordenador do Centro de Referência de Assistência Social - CRAS. A atuação desse Coordenador é fundamental para a realização da EAN no trabalho social com as famílias, principalmente no que se refere à promoção da intersetorialidade das ações e a formação de parcerias no território, as quais são muitas vezes necessárias à realização de algumas das atividades propostas neste caderno - além de outras atividades que podem ser propostas pelos técnicos ou pelas famílias. Assim, a EAN pode ser abordada por meio de diferentes formas e metodologias, como: dinâmicas, oficinas de culinária, atividades culturais e esportivas, entre outras. Vale salientar que a EAN abrange desde a produção, o abastecimento até o consumo e descarte de alimentos, priorizando-se sempre os modos de produção e consumo sustentável e responsável, além de abranger o comportamento e o consumo alimentar, a valorização do consumo de alimentos tradicionais e a produção para o auto consumo (hortas domésticas e comunitárias). Além disso, a EAN deve considerar aspectos relacionados ao território, ao ambiente e à pessoa, as experiências vividas ao longo do tempo, os fatores pessoais, a estrutura social, o contexto alimentar, os aspectos sensoriais, a rotina e a vida social dos usuários dos serviços. As atividades práticas apresentadas neste Caderno sugerem assuntos sobre: a importância da alimentação de qualidade; os benefícios da alimentação saudável; a importância dos alimentos e seus nutrientes no desenvolvimento da criança, do adolescente, do adulto e da pessoa idosa; os cuidados necessários no manuseio dos alimentos; o respeito/resgate da cultura alimentar Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários 6 regional; a atenção aos modos de produção e o cultivo agroecológico e orgânico; a necessidade de estimular o consumo responsável; além de outras temáticas. Cabe destacar que o profissional pode ampliar o seu embasamento teórico sobre Educação Alimentar e Nutricional acessando o Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para as Politicas Públicas. Este documento sugere um campo comum de reflexão e orientação da prática de EAN para a atuação nas políticas públicas, contemplando os diversos setores vinculados ao processo de produção, distribuição, abastecimento e consumo de alimentos. Além deste documento é importante que os técnicos, coordenadores e gestores se apropriem dos conhecimentos teóricos abordados no Caderno Teórico - Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares. Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários 7 1. Como abordar educação alimentar e nutricional nos serviços socioassistenciais? As abordagens educativas e pedagógicas adotadas para tratar a Educação Alimentar e Nutricional - EAN devem privilegiar os processos ativos, que incorporem os conhecimentos e práticas populares, contextualizados na realidade dos indivíduos, de suas famílias e seus grupos possibilitando a integração permanente entre a teoria e a prática. O caráter permanente indica que a EAN precisa estar presente ao longo do curso da vida respondendo às diferentes demandas que o indivíduo apresente: desde a formação dos hábitos alimentares na primeira infância à organização da sua alimentação fora de casa na adolescência e na idade adulta, bem como adequar às necessidades da pessoa idosa ou de uma pessoa com deficiência (BRASIL, 2012). As atividades propostas neste Caderno podem ser desenvolvidas a partir desta idéia/concepção, promovendo assim o empoderamento das famílias, a maior participação dos indivíduos, a valorização do saber popular, o compartilhamento dos saberes, a construção de parcerias e associação de conhecimento e informações entre as famílias no território. Desta forma a abordagem da EAN no trabalho social pode ultrapassar as barreiras de ser apenas um processo de comunicação e de informação! Evidencia-se que as atividades de EAN devem ser elaboradas de forma a contemplar os objetivos do trabalho social e da promoção da alimentação saudável. Para tanto, o planejamento da abordagem da EAN no serviço socioassistencial compõe a realização do diagnóstico do território, enfocando-se os aspectos relacionados ao ciclo do alimento e as especificidades culturais, sociais, e econômicas locais. A partir deste diagnóstico podem ser definidos os temas prioritários para abordagem na EAN, com vistas à realização do Direito Humano a Alimentação Adequada- DHAA na perspectiva da Segurança Alimentar e Nutricional - SAN. Assim, o objetivo global da EAN é de promoção da alimentação saudável, mas cada temática abordada pelo serviço terá seus objetivos específicos. Esses objetivos específicos da EAN, por sua vez, serão o ponto de partida para o planejamento das atividades práticas a serem desenvolvidas com as famílias. Ou seja, a promoção da alimentação saudável será alcançada com base em uma determinada atividade, a qual irá focar, em um determinado momento, em uma temática específica, com sua metodologia especifica para alcançar os objetivos da A sigla EAN será utilizada ao longo do caderno como referencia à Educação Alimentar e Nutricional. Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários 8 atividade num dado grupo. Por exemplo: construção de hortas suspensas por jovens com objetivo de fomentar a produção de alimentos para o auto consumo. Com base nisso, as ações propostas nesse Caderno buscam evidenciar o uso de abordagens e recursos educacionais problematizadores e ativos que favoreçam o diálogo com as famílias para a promoção da alimentação saudável e adequada. Essas abordagens também devem valorizar os elementos da cultura alimentar do território. SUGESTÃO Sugestão de trabalho para todos os grupos – é importante iniciar a abordagem da EAN fazendo uma apresentação do grupo (pode ser uma dinâmica, brincadeira ou atividade), assim o técnico conhece o perfil e as principais necessidades e interesses das famílias. A abordagem da EAN pode ser realizada da maneira que a equipe de referência do serviço considerar mais adequada, com base no prévio planejamento e no objetivo do serviço socioassistencial em que a EAN esta inserida. Paratanto, podem ser elaboradas ilustrações (cartazes, recursos multimídias, entre outros), atividades lúdicas com crianças (teatro, visitas a feiras), debate com as famílias, atividades de lazer com crianças, adolescentes, adultos e pessoas idosas. Trata-se da EAN dentro do serviço, PAIF ou SCFV, assim a temática da alimentação saudável é inserida na oficina ou no grupo, sendo que a realização da ação será de acordo com a abordagem já em andamento do serviço, ou seja, a maneira que a equipe técnica conduz o serviço deve ser mantida, sensibilizando os participantes e sua família, conduzindo a atividade da forma que mais se adeque a realidade. Apesar das atividades serem planejadas de acordo com os interesses e as necessidades de cada faixa etária, é interessante que sejam também desenvolvidas de maneira intergeracional, ou seja, todos os membros da família podem participar da mesma atividade em algum momento do trabalho social. Por exemplo, a preparação de material ilustrativo para promoção da alimentação saudável pode ser realizada com adolescentes (netos, sobrinhos) junto as pessoas idosas e adultos (pais, tios, primos). Dessa forma promove-se a integração e convívio familiar facilitando o relacionamento, as trocas de vivências intergeracionais e o fortalecimento de vínculo familiar. Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários 9 2. Ciclos de vida Educação Alimentar Nutricional 2.1. Crianças de zero a seis anos Atividade 1: Amamentação Objetivos: Incentivar a amamentação exclusiva de bebês até o 6º mês de vida na forma de apoio à mãe; Apoiar às mulheres para que elas tenham possibilidade de amamentar e cuidar de seus bebês; Garantir o direito do bebê a alimentação e a da mãe de amamentar seu filho; Estimular a troca de experiências com as demais participantes; Fortalecer o vínculo familiar. Participantes: Mulheres e seus bebês de até seis meses; Responsáveis por bebês de até seis meses; Gestantes. Podem participar desta atividade: os pais e/ou os familiares do bebê, limitando o número de familiares participantes da atividade de acordo com o local onde for realizado o grupo. Materiais necessários: Papel madeira ou papel cartolina; Canetas hidrocores coloridas ou canetões coloridos; Cadeiras em número suficiente; Sala com paredes ou lousas para colar os cartazes. Metodologia: É fundamental acolher bem e com carinho as mães que passam por dificuldades para que se sintam aceitas, compreendidas e estimuladas a continuar alimentando com carinho seus filhos e filhas. Após o acolhimento do grupo, fazer o levantamento das dificuldades enfrentadas pelas mamães durante a fase da amamentação ou dificuldades cotidianas na família para que se estabeleça uma rotina de amamentar o bebê. Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários 10 Caso algumas mães apresentem dificuldades para amamentação, cabe fazer uma tabela em papel madeira ou cartolina, para escrever sugestões de soluções para esse problema, partindo da troca de experiências entre o grupo. Este momento pode estimular o fortalecimento dos vínculos entre mãe e pai. O pai ou responsável pelo bebê podem destacar as possibilidades de resolução das dificuldades da família, expondo suas contribuições no âmbito do cotidiano familiar. Antes de inserir o tema amamentação, vale fazer uma abordagem entre as mães para saber a opinião delas sobre amamentação e sobre como se dá a relação do vínculo afetivo entre mãe e bebê. Com essa pesquisa é possível fazer um diagnóstico sobre as condições da amamentação, de sua frequência e caso não esteja amamentando, quais os motivos. Com base nessas informações será possível contextualizar sobre direito à amamentação do bebê e a alimentação da mulher, sendo que o grupo auxiliara na resolubilidade das necessidades encontradas. Sugestão: Sugere-se que, de acordo com a demanda do grupo, seja realizado contato com os profissionais da rede de atenção básica de saúde (ou outra rede) e que o grupo possa receber um enfermeiro, por exemplo, para auxiliar as mães na técnica de amamentação, entre outras. Assim, é possível atender aos objetivos do trabalho social, como o fortalecimento vínculos familiares, e a garantia do aleitamento materno no que se refere à educação alimentar e nutricional. De acordo com as dificuldades apresentadas pelas famílias, a equipe técnica pode referenciar estas a rede de saúde. Essa rede irá orientar sobre as especificidades do ato de amamentar ou sobre necessidades nutricionais da alimentação da mulher. Temática específica: O quadro abaixo é uma sugestão de temas ou itens que podem ser abordados em um grupo. Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários 11 Quadro 1. Temas para trabalhar com gestantes e mães que amamentam. OBS: As atividades de EAN podem ser direcionadas também as gestantes! Sugestão de objetivos: possibilitar o enriquecimento dos conhecimentos sobre as temáticas que envolvem a gestação e os cuidados com a alimentação da mulher e do bebê, a importância do aleitamento materno, trabalhar o lado emocional da gestante especialmente a autoestima, as mudanças no corpo, os cuidados com o bebê, bem como os direitos e deveres. Dicas para a mãe: - Caso aconteça dor ou rachadura no peito durante a amamentação, é importante passar o leite materno que cicatriza e previne o aumento do incômodo. - Durante a gestação e no período da amamentação é importante ter uma alimentação de qualidade, equilibrada e saudável. - Os componentes dos alimentos que a mãe come são transferidos para o leite. - Quanto mais o bebê mama, mais leite se produz. - Para não prejudicar o desenvolvimento do bebê, tenha atenção em comer alimentos ricos em nutrientes importantes: vitamina A, vitamina C, em ferro, iodo e cálcio. Realize uma alimentação colorida e tenha todos os nutrientes necessários ao seu bebê! - Procurar uma posição confortável para a mãe e o bebê. - Não existe leite fraco! Amamentar é um ato instintivo de amor! Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários 12 Atividade 2: Vantagens do leite materno para a proteção da criança e da mãe Objetivos: Incentivar a amamentação exclusiva de bebês até o 6º mês de vida como forma de promover a saúde e a alimentação saudável da mãe e do bebê; Garantir o direito do bebê a alimentação e da mãe de amamentar seu filho; Fortalecimento de vínculos sociais e familiares. Participantes: Mulheres com bebês até o sexto mês ou responsáveis por bebês de até seis (seis) meses e gestantes. Materiais necessários: Papel ofício; Canetas coloridas; Papel cartola ou cartolina para a transcrição do caça palavras em um painel; Utilizar o chão ou parede da sala para expor o material. Metodologia: Para a exposição do tema específico, o profissional pode realizar da maneira que melhor se adaptar a realidade local das famílias. Para a realização da atividade será necessária à transcrição do caça palavras em um painel de papel no chão ou na parede da sala (realizado anterior à atividade do grupo). Primeiramente fazer uma conversa com o grupo sobre os benefícios do leitematerno para bebê e para as mães. Pode ser na forma de conversa ou exposição em cartazes na forma de discussão entre os participantes. Aqui pode combinar com um profissional da saúde para auxiliar neste dia, ou para passar algumas informações mais específicas a respeito da amamentação, bem com verificar as necessidades locais deste público. A realização do caça palavras, como forma de incentivo, o profissional pode premiar a mãe que encontrar a primeira palavra, ou ainda, a mãe que explicar --em seu entendimento-- sobre uma das palavras encontradas. Assim por diante. Sugerimos que o grupo seja dividido em dois para facilitar a atividade e a premiação. Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários 13 A equipe técnica pode fazer a leitura do quadro inicial de acordo com as frases separadas e repetir aos participantes as palavras (grifadas) que devem ser encontradas no caça palavras. Ao final de cada linha, pode ser contabilizado o numero de palavras encontradas por cada grupo. Ao final da atividade o técnico pode estimular o dialogo sobre a temática. Temática específica: Para promover a saúde e a alimentação saudável da mãe e do bebê, bem como incentivar o aleitamento materno, poderá ser utilizado o quadro descrito abaixo como forma de discussão no grupo e o diagrama do caça palavras que comtempla as palavras que estão grifadas no quadro abaixo. Quadro 2. Quadro para a leitura aos participantes da atividade de caça palavras Muita gente sabe que o LEITE MATERNO é fonte de saúde e INTELIGÊNCIA para o bebê. O que poucos conhecem são as vantagens da amamentação para as MÃES. Hoje está comprovada as vantagens da amamentação na prevenção de CÂNCER DE ÚTERO, OVÁRIOS e MAMAS. Amamentar também evita ANEMIA PÓS-PARTO, além de ajudar o CORPO a voltar ao que era antes da gestação. Sim, a amamentação colabora para a PERDA do PESO que foi ganho durante a gravidez. Sem falar na ECONOMIA que é uma VANTAGEM para a família. Pense bem, AMAMENTAR é ou não uma ótima escolha? É importante não deixar as PALAVRAS visíveis antes de iniciar a atividade, para que os participantes não encontrem as palavras no caça palavras previamente ao início do grupo. O diagrama da figura abaixo contêm as palavras em destaque do texto explicito no quadro 2. Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários 14 Figura 1. Diagrama de caça palavras. Z Y X S Y T O U V O S P E R D E R P E S O I Z Y Z X Z H M L X C V A N T A G E M A X K E M M Z P P I Z C R A P D M B A Z J Y Z X C R M F E I F I Z H N G F O Y I N T E L I G E N C I A Q I F L P M Z Y J M F C R M I W K L X Y W H L L A X H N B S P H E Z W E L S P L E I T E X K X U I X L X I E M K Y Z H I L O G E O P H M S X L A L L E H N M K X U T C R O E Y I D Z Y G K A K P K H S E Q K A L S P I L J V Q J H B Y G J M A T R B L K G M F W A M A M E N T A R K P L I L G B K E S K S A C A H F O Y J B P G M X L C P S F E L M R R J R S K E E W R M S H A K A N E M I A G H S C P B N A A R R J S J I D Y J Z P P O S P A R T O W E M M O K R P A C R H M B B S S O P B Q H G P C M E J G B R C H P R B P D K H R P K A Q Q Y H E H F D M A C A N C E R D E U T E R O O V A R I O E M A M A S E S A B W P P Q C C P R M D B B D H H K B K G H C E F P K P B M R P E C O N O M I A E H Q H G X B L O H K R R J O M O M A B P B K B W D B C P H E H B C B W C O H K A B H M R R F P B P M L B H B Y X D W O R F H R P Y H P H B P C P O K P G B M B G M S F X W L J C Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários 15 Atividade 3: Oficina culinária para as mães Objetivos: Incentivar a alimentação complementar saudável para bebês após o 6º mês de vida; Estimular o preparo de alimentos no domicílio; Desestimular a utilização de alimentos industrializados na alimentação complementar dos bebês (caso isso seja percebido); Favorecer o resgate e/ou promoção da cultura alimentar local; Garantir o direito a alimentação adequada e saudável; Incentivar as famílias no enfrentamento das barreiras individuais no que tange ao preparo da alimentação dos filhos; Fortalecimento de vínculos sociais e familiares. Participantes: Mulheres ou responsáveis por bebês com mais de seis meses até um ano; Mulheres ou responsáveis por bebês com menos de seis meses e mais de cinco meses que apresentam interesse em obter informações sobre alimentação complementar, mas que somente irão oferecer a alimentação ao bebê após o sexto mês. Materiais necessários: Alimentos que compõem a receita elencada; Os materiais necessários para a técnica culinária são utensílios e equipamentos de cozinha; Estimula-se que esta técnica contemple para cada participante um conjunto de uniforme (touca, luva descartável e avental ou jaleco). Cabe destacar que o CRAS somente irá realizar esta atividade se tiver uma cozinha em sua estrutura física ou se a copa do CRAS comporte essa atividade. Metodologia: A culinária contempla a preparação de alimentos como uma das maneiras de promover a alimentação complementar saudável. Nestas atividades devem-se priorizar as receitas regionais e os alimentos que compõem o hábito alimentar local. Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários 16 Em um primeiro momento pode-se resgatar as receitas costumeiras com as mães ou com as famílias socializando com o grupo. Em segundo, será realizada a oficina de preparação das receitas como forma de aprendizado e interação social. A equipe técnica também pode propor receitas para realização na atividade. Além disso, anterior ao início da atividade, é necessário verificar se os alimentos que compõem a receita estão disponíveis no local antes de iniciar o preparo da mesma com as famílias. A equipe do CRAS irá orientar a preparação da receita com o grupo, incentivando a utilização de papas caseiras como forma de alimentar o bebê mesmo em famílias que possuem pouco tempo para o preparo de alimentos. As mães podem contribuir com outras receitas de sopas e papas gostosas que já experimentaram com seus bebês ou que sejam receitas tradicionais de família. A receita pode ser fixada em um local da sala e antes do grupo e o técnico pode, de forma agradável, informar o nome da receita e os itens que irão ser usados, ela pode estar fixada e escrita em papel pardo, em letra bastão de forma que as famílias já tenham contato com a escrita previamente. Pode-se contextualizar a forma de servir o alimento ao filho como forma de fortalecer vínculos e na preparação pode estimular o fortalecimento de vínculos sociais. As receitas preparadas podem fazer parte de um caderno de receitas da família. Sugestão: No contexto da culinária podem-se atingir diversos objetivos, de acordo com a atividade previamente planejada. Além da atividade exposta, pode ser incentivado o contexto das boas praticas de higiene no preparo do alimento e a importância desta higiene para os bebês e as crianças. É necessário reforçar que algumas crianças aceitarão volumes maiores ou menores por refeição, sendo importante observar e respeitar os sinais de fome e saciedade da criança. Caso CRAS não tenha cozinha, possuindo apenas uma copa, sem equipamentos e utensíliosnecessários para a realização da culinária, o órgão gestor pode articular junto a outras redes para a utilização da cozinha na realização da culinária. Esta Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários 17 articulação pode ser realizada junto à rede socioassistencial, cozinha comunitária, restaurante popular, ou alguma sociedade civil que tenha cozinha. Temática específica: O quadro abaixo é uma sugestão de temas ou itens que podem ser abordados em uma atividade. Quadro 3. Tipo de alimento a ser oferecido conforme a faixa etária do bebê. IDADE TIPO DE ALIMENTO Até completar 6 meses Aleitamento materno exclusivo Ao completar 6 meses Leite Materno, papa de fruta, papa salgada Ao completar 7 meses Segunda papa salgada Ao completar 8 meses Gradativamente passar para a alimentação da família Ao completar 12 meses Comida da família Fonte: BRASIL, 2009; BRASIL, 2010a. Quadro 4. Recomendações quanto à preparação de sopas e papas para bebês. Recomendações para a sopa e papa salgada: a) Cozinhar todos os alimentos, para deixá-los macios. b) Amassar com garfo, não liquidificar e não passar na peneira. c) A papa deve ficar consistente, em forma de purê grosso. d) A primeira papa salgada pode ser oferecida no almoço ao: Completar 6 meses e Quando o bebê completar 7 meses, conforme a aceitação, introduzir a segunda papa salgada no jantar. Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários 18 O quadro 5 apresenta uma referência de preparações que podem ser utilizadas na culinária de acordo com a região do país. Sugerimos que a equipe técnica busque mais informação e receitas no livro Receitas Regionais para crianças de 06 a 24 meses (BRASIL, 2010b). Quadro 5. Sugestão de alimentos a serem utilizados nas receitas da atividade proposta. Região norte - Açaí com farinha de tapioca e peixe desfiado - Peixe com alfavaca e papa de batata com pupunha - Arroz e feijão com tucumã e frango desfiado - Carne desfiada com maxixe e mandioca Região Nordeste - Baião de dois (arroz e feijão) com carne moída e bredo - Arroz com vinagreira e feijão com peixe desfiado - Purê de jerimum com inhame e frango desfiado (escondidinho) ou com carne desfiada - Feijão fradinho com mandioquinha e frango desfiado Região Centro oeste - galinhada com cenoura e salsinha - Mojica (mandioca, peixe e temperos) - Quibebe de abóbora, frango desfiado e arroz com feijão - mandioca, peixe e temperos Região Sudeste - Angu com quiabo, frango e feijão - Tutu de feijão com ora pro nóbis e frango - Arroz colorido (ovo, cenoura e abobrinha) - Bamba de canjiquinha e peito de frango Região Sul - Sopa de lentilha com carne bovina e espinafre - arroz com carne moída, temperos e repolho - Purê de batata baroa (mandioquinha), arroz com feijão e frango desfiado - arroz, lentilha e tomate Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários 19 Atividade 4: Alimentação saudável e gostosa para crianças de 01 a 02 anos Objetivos: Incentivar a alimentação saudável para crianças entre um e dois anos; Empoderar as famílias sobre a responsabilidade em relação à alimentação dos filhos; Troca de vivências e fortalecimento de vínculos familiares e comunitários; Participantes: Mulheres ou responsáveis pelas crianças de 01 a 02 anos; As crianças podem participar junto às famílias. Materiais necessários: Dispor dos 10 passos para a alimentação de crianças menores de 02 anos do Guia Alimentar para menores de 02 anos elaborado pelo Ministério da Saúde na forma de cartazes (escrita ou desenho); Parede para afixar os cartazes; Além disso, é necessário materiais de consumo como cartolina, papel kraft, canetas coloridas, durex, etc. Metodologia: Para esta atividade é necessário representar os 10 passos para a alimentação de crianças menores de 02 anos na forma de cartazes e afixar na parede. Também pode imprimir ou passar para uma cartolina os dez passos para que o grupo faça desenhos relacionados a cada passo. A equipe pode discutir com as famílias sobre cada um dos passos, estimulando que cada família perceba se a alimentação da criança esta mais ou menos saudável. De acordo com a realidade do grupo, esta atividade pode ser contemplando os 10 passos em vários encontros e com diferentes metodologias. Na atividade sugerida pode-se estimular a família a perceber as vivências da criança em relação à alimentação saudável, construindo em conjunto formas de enfrentar o consumo de alimentos não saudáveis pelas crianças e por toda família. Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários 20 Sugestão: Nesta atividade pode contemplar mulheres ou responsáveis por crianças de zero até dois anos para que estas já discutam junto aos grupos sobre a alimentação dos bebês que chegarão à fase de 01 a 02 anos. Temática específica: O quadro abaixo relaciona na primeira coluna os passos para alimentação de menores de dois anos de idade. Quadro 6. Os dez passos da alimentação saudável para crianças brasileiras menores de dois anos e a representação gráfica em figuras. Guia Alimentar elaborado pelo Ministério da Saúde com os 10 passos para a alimentação de crianças menores de 02 anos Dez passos Figuras representativas Passo 1 - Dar somente leite materno até os 6 meses, sem oferecer água, chás ou qualquer outro alimento; Passo 2 - Ao completar 6 meses, introduzir de forma lenta e gradual outros alimentos, mantendo o leite materno até os dois anos de idade ou mais; Passo 3 - Ao completar 6 meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas e legumes) três vezes ao dia, se a criança estiver em aleitamento materno; Passo 4 - A alimentação complementar deve ser oferecida de acordo com os horários de refeição da família, em intervalos regulares e de forma a respeitar o apetite da criança; Passo 5 - A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida de colher; iniciar com a consistência pastosa (papas/purês) e, gradativamente, aumentar a consistência até chegar à alimentação da família; Passo 6 - Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é uma alimentação colorida; Passo 7 - Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições; Passo 8 - Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas, nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação; Passo 9 - Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos; garantir o seu armazenamento e conservação adequados; Passo 10 - Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e seus alimentos preferidos, respeitando a sua aceitação. P1.Figura de um bebê + mãe amamentando = mamadeira de água com uma barra de proibição; P2 e P3. bebê maior + mãe amamentando + alimentos variados (cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas e legumes) P 4. Alimentos e relógio e família P5. Mostrar papa salgada + liquidificador com tarja de proibido P6 e P7.Vários alimentos coloridos P8. açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas com tarja de proibidos P 9. Figura de lavar as mãos P10. bebê doente com alimentos frutas, verduras, legumes???? Fonte: BRASIL, 2010a; BRASIL, 2002. Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários 21 Atividade 5: Semáforo da alimentação para famílias de crianças de 01 a 02 anos Objetivos: Incentivar a alimentação saudável para crianças entre um e dois anos; Ampliar o conhecimento e empoderamento das famílias sobre a alimentação de seus filhos; Incentivar o consumo de alimentos saudáveis pelas crianças e suas família. Participantes: Mulheres ou responsáveis pelas crianças de um a dois anos; As crianças podem participar junto às famílias. Materiais necessários: Materiais como cartolina, papel kraft, canetas coloridas, durex ou cola, etc.; Figuras de alimentos: sugerimos encartes de supermercados e feiras. Metodologia: Para trabalhar em grupo os alimentos com as famílias sugerimos o quadro representativo abaixo. Previamente a equipe técnica deve expor três cartazes em uma mesa ou uma parede. Após deve fazer um circulo em cada cartaz, destes, um na cor verde, outro na cor amarela e o ultimo na cor vermelha, onde serão colados os alimentos (quadro 7). Inicialmente o técnico irá acolher as famílias e após explicar a atividade da seguinte forma: primeiros os participantes irão recortar os alimentos que os filhos consumiram no ultimo dia/ na ultima semana ou ainda os alimentos que os pequenos mais se interessam ou que mais ingerem durante o dia. Em seguida o técnico explicar o motivo do semáforo: cada alimento recortado e apresentado pelo participante será colocado no circulo de acordo com a quantidade em que o filho ingeriu mais ou menos. Após feito isso, a equipe técnica orienta sobre os alimentos que não esta sendo oferecido na medida certa ao filho, sempre explicando que a família pode aumentar ou diminuir a quantidade e nunca dizendo qual quantidade deve ser ingerida (pois a quantidade correta devera ser orientada pela rede de saúde). Cabe destacar que nesta parte técnico deve conduzir de forma que a família não se constranja ou se exclua pela exposição da alimentação da família. Assim, cada participante irá ser questionado se os alimentos oferecidos ao filho são saudáveis ou Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários 22 não e a partir da resposta desta deve ser colocado no circulo que a família entende que o alimento deve estar. Após a representação de cada família a equipe vai explicando cada alimento e em qual circulo o alimento deve ficar. Assim, o sinal verde representa os alimentos que devem ser mais oferecidos à criança; o sinal amarelo, os alimentos que devem ser oferecidos em quantidade moderada e o sinal vermelho são alimentos não necessários na alimentação da criança. Temática específica: É necessário reforçar que algumas crianças aceitarão volumes maiores ou menores por refeição, sendo importante observar e respeitar os sinais de fome e saciedade da criança. Quadro 7. Referências para uma alimentação saudável e adequada para crianças de um até dois anos. GRUPO RECOMENDAÇÕES DIÁRIAS PARA CRIANÇAS 01 a 02 anos* UTILIZAR NA ATIVIDADE DE EAN QUANTIDADE NECESSÁRIA À CRIANCA SINAL DE REPRESENTAÇÃO DA QUANTIDADE Cereais, pães e tubérculos (massas, arroz, pães, biscoitos, babatas, aipim, etc.). 05 porções Maior quantidade Verduras e legumes (beterraba, cenoura, alface, abobora, jerimum, etc.). 03 porções Media quantidade Frutas (banana, laranja, açaí, tangerina, abacaxi, manga, kiwi, etc.). 04 porções Maior quantidade Leguminosas (ervilha, feijões, lentilha, fava, etc.). 02 porções Pequena quantidade Leites e produtos lácteos (queijos, iogurtes, nata, coalhada, etc.). 03 porções Media quantidade Carnes, miúdos e ovos (peixe, frango, bovinos, sardinha, ovos, etc.). 02 porções Pequena quantidade Óleos e gorduras (azeites, margarina, banha, etc.). 02 porções Pequena quantidade Açúcares e doces (biscoito recheado, balas, chocolates, sorvetes, etc.). nenhuma Não é necessário *Estas informações não precisam ser apresentadas para as famílias nas atividades dos serviços socioassistenciais. Caso o profissional perceba que a família tenha a necessidade de obter um melhor entendimento sobre o porcionamento dos alimentos oferecidos as crianças, o técnico irá encaminhar a família para a rede de saúde ou ainda realizar uma atividade conjunta com um profissional que tenha as competências necessárias para a realização dessa tarefa na rede de saúde do território. Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários 23 Atividade 6: Descobrindo os alimentos por meio dos sentidos I Objetivos: Promover o consumo de frutas entre as crianças pequenas; Incentivar a alimentação saudável para crianças entre 02 e 03 anos com a apresentação saborosa e de novas texturas das frutas; Incentivar a variedade do consumo alimentar das crianças, dentro das realidades familiares; Participantes: Crianças de 02 a 03 anos. Materiais necessários: Um tipo de fruta ou no máximo dois em quantidade suficiente para o grupo; Utensílios e materiais de cozinha para a correta higienização, bem como a correta preparação (descascar, cortar); Folhas para impressão da tabela de quantidade. OBS: Esta atividade também pode ser utilizada para estimular o consumo de outros alimentos como verduras. Metodologia: Fazer uma oficina de degustação de diversos tipos de frutas da época e da região para que as crianças sintam os sabores azedos e doces como laranja, banana, mexerica e outras frutas. Previamente, selecione a fruta que irá oferecer a criança ou grupo de crianças, faça a sua higienização da seguinte forma: deixe de molho as frutas com casca por 15 minutos em água clorada (1 litro de água com 1 colher de água sanitária sem perfume) e após retire e enxague em água corrente. Após retire as cascas e sementes. Corte, em diferentes formatos, algumas das frutas e mantenha algumas sem cortar. Sente junto ao grupo, em um local tranquilo e sem muito barulho. Ofereça a fruta para que cada uma das crianças sintam a textura, o cheiro e o gosto da fruta. Não adicione açúcar nas frutas oferecidas. Mesmo que a criança rejeite, isso não deve ser tachado como se ela não gostasse da fruta oferecida, mas sim como a primeira experimentação dentre as outras sete que devem ser feitas para que a criança se habitue ao sabor do alimento, no caso a fruta. Repita o procedimento com todas as Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários 24 crianças dos grupos. A sugestão é que esta atividade também possa ser realizada junto à família. Após o trabalho com o grupo de crianças, marque um “x” no quadro 8 na primeira coluna referindo que a criança fez a sua primeira experimentação da fruta. Após a finalização do grupo incentive a mãe a continuar oferecendo a fruta para a criança e marcando número de vezes que ofereceu determinado alimento. Explique a mãe ou responsável pelacriança qual fruta que foi oferecida e a finalidade da tabela. Somente após a nona vez que a criança rejeitar que ai sim deve ser devido à reprovação desta fruta pela criança. Temática específica: Abaixo sugerimos algumas frutas, mas o técnico deve priorizar a utilização de frutas da região. Quadro 8. Use a tabela abaixo para marcar o número de vezes que você ofereceu cada alimento a sua criança. ALIMENTOS 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9.º 10º Banana Maçã Pera Caju Ameixa Laranja Goiaba Mexerica Mamão Manga Fr u ta s Banana, maçã, perâ, caju, ameixa, laranja, goiaba, mexerica, mamão, manga Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários 25 Atividade 7: Descobrindo os alimentos por meio dos sentidos II Objetivos: Incentivar a alimentação saudável para crianças entre 04 e 06 anos; Descobrir os alimentos, os sabores e os cheiros da alimentação saudável; Estimular o potencial e a disciplina das equipes; Estimula a autoestima, o companheirismo e o trabalho em equipe com as crianças. Participantes: Crianças de 04 a 06 anos. Materiais necessários: Faixa de tecido ou TNT para vendar os olhos dos pequenos. Seis tipos de fruta em quantidade suficiente para o grupo; Utensílios e materiais de cozinha para a correta higienização, bem como a correta preparação (descascar, cortar). Metodologia: Previamente, selecione a fruta que irá oferecer a criança ou grupo de crianças, faça a sua higienização da seguinte forma: deixe de molho as frutas com casca por 15 minutos em água clorada (1 litro de água com 1 colher de água sanitária sem perfume) e após retire e enxague em água corrente. Após retire as cascas e sementes. Corte as frutas em diferentes formatos. A atividade consiste em vendar os olhos das crianças e colocar algum alimento em sua boca para que elas tentem identificá-lo por meio do sabor. Participam seis crianças de cada equipe, sendo chamada uma por vez. A prova é realizada com seis alimentos diferentes ou menos. Exemplos de alimentos que podem ser utilizados na prova: verduras, legumes, pães, etc. ou de acordo com a cultura do local. Será necessária a divisão em grupos para que ao final tenha um dos grupos como vencedor. Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários 26 Atividade 8: Prevenindo insegurança alimentar e nutricional Objetivos: Incentivar a alimentação saudável para crianças entre 04 e 06 anos; Prevenir deficiências nutricionais e excesso de peso nas crianças; Estimular o potencial e a disciplina das equipes; Estimula a autoestima, o companheirismo e o trabalho em equipe com as crianças. Participantes: Crianças de 04 a 06 anos. Materiais necessários: Local para as crianças desenharem (mesa); Dois cartazes grandes para os desenhos, canetas coloridas. Metodologia: Distribuir a turma em dois grupos para fazer seus cartazes, um sobre o menino não saudável (com excesso de peso) e outro menino saudável. Para facilitar o entendimento pode-se iniciar a atividade contando uma historinha sobre dois meninos diferentes entre eles. O técnico enfatiza na historia de dois meninos que são amigos, um que come muitos alimentos não saudáveis (salgadinhos, balas, refrigerantes, doces, etc.) em frente à televisão e o outro menino que adora frutas e verduras e, além disso, brinca na rua (corre, nada, joga futebol, etc.). O técnico irá adequar a historinha com a realidade local para que o grupo se identifique. O técnico estimula a criatividade das crianças, perguntando o que o grupo acha que vai acontecer com cada um dos meninos no final da historia. Ao final, cada grupo expõe seu desenho ao grande grupo explicando o que fazer na situação escolhida. O técnico auxilia nas explicações ao grande grupo estimulando que o menino com excesso de peso deve acompanhar seu amigo nas brincadeiras diárias e “copiando” sua maneira de se alimentar para viver saudável e feliz. Temática específica: Você pode expor as seguintes perguntas para que as crianças façam os desenhos: Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários 27 GRUPO DO MENINO SAUDÁVEL: Como é uma (aparência) criança saudável? O que ele fez (comeu ou deixou de comer) para ficar assim? GRUPO DO MENINO NÃO SAUDÁVEL: Como é uma (aparência) criança com obesidade ou excesso de peso? O que ele fez (comeu ou deixou de comer) para ficar assim? O que ele deve fazer para ficar saudável? Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários 28 Atividade 9: De onde vêm os alimentos? Objetivos: Incentivar a alimentação saudável para crianças entre 04 e 06 anos; Estimular o interesse pela a descoberta de onde vêm os alimentos, de onde são produzidos os alimentos; Refletir sobre o consumo de alimentos produzidos na região; Aprofundar o conhecimento sobre a origem do alimento escolhido (feijão); Estimular a consciência da sustentabilidade nas crianças; Incentivar a responsabilidade de cada participante. Participantes: Crianças de 04 a 06 anos. Materiais necessários: Algodão; 2 grãos de feijões por criança; Água; Copo descartável ou vasilha pequena: sugere-se que a criança traga de casa uma lata que iria para o lixo ou um pote que não tem mais necessidade em casa; Tapete ou local confortável para as crianças sentarem e realizem a atividade. Metodologia: Acolha as crianças e distribua o grupo em um grande circulo, acomodando estes sentados. Separe previamente os materiais que serão usados na atividade. Ao iniciar a atividade incentive a participação d grupo perguntando: Vocês sabem de onde vêm nossos alimentos? Alguém plantou algum alimento ou ajudou alguém plantar? Leia o procedimento descrito na figura juntamente com as crianças. A seguir cada participante irá plantar o seu feijão. Cada criança ficara responsável pelo seu potinho. Os feijões poderão ser levados para casa ou deixar no local onde é realizado o serviço, conforme combinado previamente. Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários 29 É importante ressaltar que: o feijão deve receber água diariamente; Deve ficar em um local com luz, mas não diretamente no sol; A criança deve observar as mudanças todos os dias em seu feijão para depois contar no próximo grupo. O técnico deve relacionar o algodão, a terra e o feijão aos alimentos. Além do feijão, podem ser plantadas no algodão todas as sementes que possuem casa, a saber: girassol, soja, arroz com casca, milho, caqui, frutas cítricas. Temática específica: Figura 2. Procedimento para plantar o feijão no algodão. • 1º PASSO: Colocar água no algodão até ficar úmido, depois coloque em um copo plástico forrando o fundo como se fosse uma cama para as sementes. Segestão: Desenho de um copinho transparente e o algodão no fundo. • 2º PASSO: Coloque os feijões de modo que tenha um lugar para que as sementes possamter iluminação. Sugestão: Desenho de um copinho trasnparente, com algodão no fundo e o feijão. • 3º PASSO: Molhe um pouco algodão com água toda vez que estiver seco. Sugestão: Desenho de um copinho trasnparente, com algodão no fundo, a sementinha já com uma folha e uma gota de água caindo no algodão. Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários 30 Atividade 10: Refeições saudáveis Objetivos: Incentivar a alimentação saudável para crianças entre 06 e 10 anos; Estimular o interesse pela a descoberta de onde vêm os alimentos, de onde são produzidos os alimentos; Refletir sobre o consumo de alimentos produzidos na região; Estimular a consciência da sustentabilidade nas crianças; Refletir sobre as necessidades locais de oferta de alimentos; Despertar o interesse das crianças para o cultivo de horta e conhecimento do processo de germinação. Participantes: Crianças entre 06 e 10 anos. Materiais necessários: Folhas de oficio; Papel kraft em tamanho grande; Canetas coloridas e lápis de cor em quantidade suficiente ao grupo; Figuras de alimentos. Metodologia: Cada participante irá elaborar um quadro, em papel tamanho A-3 (metade de uma cartolina) para levar pra casa e fixar na cozinha. O quadro irá conter a representação das refeições diárias, com sugestões de alimentos em variedade para cada refeição (café da manhã, lanche, almoço, lanche, jantar), de acordo com a imagem a ser trabalhada a seguir. Utilizar imagens de revistas e desenhos coloridos. É importante que o técnico, busque com antecedência as imagens de alimentos de acordo com os hábitos alimentares de sua região, para que durante o trabalho do grupo os recursos necessários estejam disponíveis aos participantes e assim não prejudique o bom desempenho da atividade. Em uma folha, cada participante irá representar com desenhos ou figuras o que consome em suas refeições diárias. Depois, em grupos de quatro ou cinco, fazer conjuntos com os alimentos mais frequentes, para depois, no grupo todo, fazer um grande painel, colando as páginas dos grupos. Analisar a qualidade das refeições, Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários 31 propor mudanças na alimentação diária e fazer uma reflexão sobre desperdício de alimentos em suas casas, caso haja. Depois de debatida a reflexão inserir os alimentos que faltam para uma alimentação equilibrada, em outro conjunto e em cores diferente. Temática especifica: Antes de chegar ao prato, várias etapas exercem influência na qualidade do que comemos. A figura abaixo representa o caminho dos alimentos. Figura 3. O caminho dos alimentos da produção à mesa. http://www.dgs.pt/upload/membro.id/ficheiros/i005536.pdf Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários 32 Atividade 11: O caminho dos alimentos até chegar à nossa mesa Objetivos: Incentivar a alimentação saudável para crianças entre 06 e 10 anos; Estimular o interesse pela a descoberta de onde vêm os alimentos, de onde são produzidos os alimentos; Refletir sobre o consumo de alimentos produzidos na região; Estimular a consciência da sustentabilidade nas crianças; Despertar o interesse das crianças para o cultivo de horta e conhecimento do processo de germinação; Dar oportunidade aos participantes de aprender a cultivar plantas utilizadas como alimentos; Conscientizar da importância de estar saboreando um alimento saudável e nutritivo. Participantes: Crianças entre 06 e 10 anos. Materiais necessários: 01 garrafa pet de 2 litros; 01 tampa de caixa de 12 ovos; Tesoura sem ponta; Terra adubada; Mudas ou sementes de acordo com a disponibilidade da região (hortelã, manjericão, salsa, cebolinha, alface, pimenta, etc.). Metodologia: Acolher o grupo e propor a confecção de modelos de horta com garrafas pet. Providenciar com antecedência o material necessário. Seguir o procedimento de como fazer a horta de acordo com a figura. Sugere-se que a horta seja plantada no início das atividades do grupo para que durante a continuação do grupo, as crianças possam acompanhar o crescimento dos alimentos. Com este estímulo o técnico pode incentivar as crianças e suas famílias a prepararem hortas na residência ou ainda levar à discussão a comunidade. Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários 33 Alguns links com ideias para cultivo de horta caseira e imagens com diferentes instalações são apresentados na página 25 do caderno teórico. Nesta atividade a equipe técnica deve incentivar o grupo a refletir sobre a necessidade de cuidado com o alimento, a origem dos alimentos estimulando o interesse do grupo na preparação de hortas também em casa. Figura 4. Metodologia de preparação de hortas em garrafas pet. Deite a garrafa de plástico e corte no retângulo na parte superior; Faça furinhos na base da garrafa; Coloque a terra adubada dentro da garrafa; Deite a garrafa sobre a tampa da caixa de ovos. Essa irá absorver a água que escorrer da garrafa; Agora é hora de plantar! Enterre as sementinhas ou plante as mudas cobrindo bem as raízes ou as sementes na terra; Agora esta pronta a horta; É importante regar pelo menos uma vez ao dia e deixar em um local bem arejado. Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários 34 Atividade 12: Jogo de memória saboroso Objetivos: Incentivar a alimentação saudável para crianças entre 06 e 08 anos de forma lúdica; Incentivar o reconhecimento dos alimentos e a identidade cultural local; Desenvolver a atenção, a percepção visual e a memória, identificar semelhanças e diferenças entre os alimentos. Desenvolver a curiosidade, o raciocínio e o pensamento; Estimular o aprendizado de regras e trabalho em conjunto e a integração social dos participantes. Participantes: Crianças entre 06 e 08 anos. Materiais necessários: Impressão colorida; Folhas de oficio; Tesoura; Papel cartão. Metodologia: Previamente imprimir a figura 5 em duas páginas e após colar no papel cartão para que o jogo da memoria fique firme para a brincadeira. Sugere-se também que o jogo pode ser construído em cartas maiores e com outros tipos de alimentos (guloseimas, leite e derivados, carnes e ovos, etc.). Dependendo do grupo, o técnico pode deixar recortadas as figuras do jogo da memoria ou pode deixar para as crianças fazerem esta atividade. Após o recorte das figuras de acordo com o pontilhado, misture as figuras com a face virada para baixo e coloque-as lado a lado. Comece o jogo embaralhando as peças e escolhendo um participante para iniciar. Organizar as peças, com os desenhos virados para baixo, em fileiras com a mesma quantidade. Cada participante levanta duas peças de modo que os outros possam visualizar. Sendo que cada participante terá direito a jogar uma vez e após deixar o próximo jogar. Caso as figuras sejam iguais, separe do lado e pegue novamente mais duasfiguras. Caso as figuras não sejam iguais, coloque-as de volta no Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários 35 mesmo lugar e passe para o próximo jogador. Quando não consegue levantar peças iguais o jogador deve colocá-las na posição original A criança que tiver mais figuras iguais é a vencedora. Figura 5. Representação gráfica do jogo da memoria (Frente e Verso). Legume ou verdura Fruta Legume ou verdura Legume ou verdura Fruta Legume ou verdura Fruta Legume ou verdura Legume ou verdura Fruta Fruta Fruta Fruta Legume ou verdura Legume ou verdura Legume ou verdura Cereal ou tubérculo Cereal ou tubérculo Fruta Legume ou verdura Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários 36 Atividade 13: Semáforo Saudável Objetivos: Incentivar a alimentação saudável para crianças entre 04 e 06 anos; Prevenir deficiências nutricionais e excesso de peso nas crianças; Estimular o potencial e a disciplina das equipes; Estimular a autoestima, companheirismo e o trabalho em equipe com as crianças. Participantes: Crianças de 04 a 06 anos. Materiais necessários: 1 folha de papel pardo; 1 folha de papel vermelho; 1 folha de papel amarelo; 1 folha de papel verde; Diversas figuras de alimentos; Ambiente aberto ou fechado que possua uma parede de boa visibilidade para afixar cartazes e uma mesa baixa para apoiar os alimentos. Metodologia: Recortar as folhas coloridas em forma de círculo e colá-las na folha de papel pardo montando um mural em forma de semáforo de trânsito onde, ao lado, serão dispostos os alimentos (conforme a figura 6). Figura 6. Representação do semáforo e da distribuição dos alimentos. Fonte: Adaptado de SEGOV, 2010. Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários 37 Após o início da oficina, divida as crianças em duas equipes. O profissional irá explicar sobre os alimentos mais importantes para a saúde em contraposição aos alimentos menos importantes (que fazem mal para saúde), dando alguns exemplos e deixando o grupo interagir. É fundamental explicar que os círculos verdes representam os alimentos que deveriam ser ingeridos em maior quantidade, os círculos amarelos são os alimentos ingeridos com moderação e os círculos vermelhos, os alimentos que devem ser ingeridos com cuidado. O quadro 9 apresenta os alimentos de acordo com as cores do semáforo. As figuras dos alimentos deverão ser distribuídas em uma mesa. A seguir, todos serão convidados a afixá-las no semáforo conforme esquema abaixo: • Vermelho → sinal de perigo, alimentos que podem trazer malefícios a saúde; • Amarelo → sinal de alerta, alimentos que devem ser consumidos com moderação; • Verde → sinal livre, alimentos que trazem benefícios à saúde. Em seguida as crianças terão tempo para preencher corretamente o semáforo com as três cores: verde, amarela e vermelha. Os alimentos do grupo dos pães, massas, cereais e tubérculos e o grupo das verduras e frutas devem ficar na parte verde do semáforo; as carnes, ovos, leites e derivados na parte amarela do semáforo; os açúcares e gorduras devem ficar na parte vermelha do semáforo. Quando todas as figuras estiverem afixadas no cartaz o profissional deve destacar aquelas que foram posicionadas adequadamente e redistribuir as outras que foram colocadas em lugares errados. Conte o numero de acertos e erros que cada equipe obteve ao final da oficina, premiando a equipe vencedora. Temática específica: A equipe técnica expõe sobre os alimentos importantes para a alimentação saudável e após de acordo com o quadro explicativo abaixo: Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários 38 Quadro 9. Semáforo da alimentação de crianças entre 04 e 06 anos. GRUPO ALIMENTOS EXPOSTOS NO CARTAZ QUANTIDADE NECESSÁRIA À CRIANCA SINAL DE REPRESENTAÇÃO DA QUANTIDADE Cereais, pães e tubérculos Aipim, pães, batatas, arroz, biscoitos, milho, etc. Maior quantidade Verduras e legumes Todos os vegetais: abobora, cenoura, alface, etc. Media quantidade Frutas Banana, maçã, abacaxi, etc. Maior quantidade Leguminosas Feijões, lentilha, ervilha, fava, soja, etc. Pequena quantidade Leites e produtos lácteos Leites, iogurtes, queijos, mingaus de leite, etc. Media quantidade Carnes, miúdos e ovos Carnes, ovos, frango, suíno, peixe, etc. Pequena quantidade Óleos e gorduras Alimentos fritos, carnes gordas, hambúrgueres e empanados, mortadelas, banha de porco, salgadinhos e chips, margarinas, sorvetes, batata frita, pele de frango, caldos de carnes, etc. Pequena quantidade Açúcares e doces Biscoito recheado, balas, pirulitos, chocolates, bolos, sorvetes, refrigerante, etc. Não é necessário . Fonte: Adaptado de SEGOV, 2010. Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários 39 Atividade 14: Jogo de cartas da energia Objetivos: Conhecer os alimentos saudáveis e não saudáveis do grupo dos cereais; Estimular uma alimentação saudável; Identificar a capacidade critica das crianças e dos adolescentes; Incentivar o trabalho em equipe. Participantes: Crianças de 8 a 11 anos; Adolescentes de até 15 anos. Materiais necessários: Figuras de alimentos do grupo dos cereais e tubérculos (pães, batatas, arroz, massa, biscoitos salgados, fubá, cuscuz, tapioca, etc.); Cartolina branca; Perguntas sobre o conteúdo a ser trabalhado, no caso os alimentos do grupo dos cereais. Metodologia: Previamente a equipe técnica ira confeccionar o jogo de cartas da seguinte forma: recorte a cartolina branca em retângulos de 12x8cm. Em um verso coloque um grande ponto de interrogação e no outro uma pergunta ou um desafio sobre os alimentos, no caso especifico do dia, os cereais. Após a colhida do grupo, serão apresentadas as cartas, contendo as figuras dos alimentos, aos participantes ressaltando a importância dos cereais como fonte de energia. O técnico deve estimular a participação do grupo, interagindo e criando expectativas sobre o jogo que será realizado com o grupo. Nesse início, o técnico pode incentivar o consumo dos cereais integrais em detrimento dos cereais refinados e buscar desfazer o mito de que os cereais promovem o ganho de peso. Além disso, o técnico pode estimular a reflexão sobre a monotonia alimentar em relação ao consumo de cereais, a qual acontece em algumas regiões, incentivando a maior diversidade de consumo destes alimentos. Para reforçar o conteúdo e dinamizar a atividade divida os participantes em duas equipes, para fazer o jogo das cartas. Cada integrante da equipe escolhe uma Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculosfamiliares e comunitários 40 carta, alternando as equipes. As cartas poderão conter uma pergunta, uma mímica a ser realizada e adivinhada pela equipe ou ganho ou perda de pontuação direta. As cartas com perguntas, quando acertadas, valem um ponto e as mímicas, quando adivinhadas valem dois. O ganho ou perda direta de pontos variava de 2 a 5 pontos. A equipe que ao final obtiver maior pontuação é a campeã. Quadro 10. Sugestões de conteúdo do grupo dos cereais para incluir nas cartas. Tipo de atividade Conteúdo da carta Pontuação Pergunta 1) Antes de realizarmos qualquer atividade física, devemos consumir: a) cereais b) legumes c) frutas 1 ponto Pergunta 2) Pertence ao grupo dos cereais: a) Feijão b) Arroz c) Carne 1 ponto Pergunta 3) Os alimentos do grupo dos cereais devem ser: a) alimentos menos consumidos ao dia b) alimentos não consumidos todos os dias c) alimentos mais consumidos ao dia 1 ponto Pergunta 4) Qual tipo de bolo não pertence aos cereais? a) bolo de fubá b) bolo de cenoura c) bolo de aniversário 1 ponto Pergunta 5) Pertence ao grupo dos cereais: a) cenoura b) beterraba c) mandioca 1 ponto Pergunta 6) Não pertence ao grupo dos cereais: a) batata cozida b) batata frita c) batata assada 1 ponto Pergunta 7) Qual tipo de pó NÃO é considerado cereal? a) fubá b) farinha de trigo c) açúcar 1 ponto Mimica 8) Imite alguém comendo macarrão. 2 pontos Charada 9) O que é que nasce a soco e morre a facada? Dica: está na base da Pirâmide dos Alimentos. 2 pontos Charada 10) Qual é o alimento de oito letras que se tirarmos quatro, ainda ficam oito? Dica: Se tiver recheio, está no grupo dos açúcares. 2 pontos Charada 11) Qual o cereal preferido do vampiro? 2 pontos Pergunta 12) Comer pão integral deve ser feito por todas as pessoas? 2 pontos Charada 13) Ele é magro pra chuchu, tem dentes mas nunca come e mesmo sem ter dinheiro, dá comida a quem tem fome? 2 pontos Respostas: 1) A; 2) B; 3) C; 4) C; 5) C; 6) B; 7) C; 9) Pão; 10) Biscoito; 11) Aveia; 12) Sim; 13) Garfo. Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários 41 Figura 7. Modelo de cartas. SURPRESA! Perca 1 ponto! PERGUNTA (vale 1 ponto) Os cereais são alimentos que: a) dão energia b) engordam muito c) constroem os músculos Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários 42 2.2. EAN para adolescentes Atividade 1: O que vem a sua cabeça?? Objetivos: Incentivar a alimentação saudável entre os adolescentes; Estimular a autoestima, o empoderamento, e protagonismo dos adolescentes; Valorizar as experiências e as vivencias dos adolescentes no que tange a alimentação saudável; Aprofundar a discussão sobre a percepção critica dos adolescentes a cerca da alimentação na realidade social e cultural do território; Participantes: Adolescentes entre 12 e 18 anos de idade. Materiais necessários: Música Comida do Titãs (Arnaldo Antunes e Marcelo Frommer); Som para reproduzir a musica; Cadeiras; Caso tenha interesse em que os adolescentes fiquem com a letra pode reproduzir a letra em papel oficio. Metodologia: Após a apresentação dos participantes, o técnico organiza os adolescentes em um circulo para escutar a musica. O profissional pode auxiliar na escuta da música e na realização do grupo focal1. A equipe organiza o grupo em um círculo e pede que cada participante pense em um alimento que gosta e que tem uma qualidade semelhante em si mesmo. Após pode colocar a musica para o grupo escutar. Logo mais a equipe orienta o grupo em suas discussões e pede ao final para que cada desenhe ou escreva algo que em um papel oficio para ser fixado na parede da sala. Nesse grupo o profissional pode instigar os adolescentes a responder algumas questões cotidianas da vida, do consumo alimentar dele e da família, bem como do mesmo inserido na sociedade. 1 Grupo focal: A essência desse grupo consiste na interação entre os participantes e o pesquisador, que objetiva colher dados a partir da discussão focada em tópicos específicos e diretivos (IERVOLINO; PELICIONI, 2001). Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários 43 Discutir: O que vem em sua cabeça?? Ler algum trecho da música faz você pensar em algo importante para sua vida? O que mais é necessário para que você leve a vida numa boa? Bebida é água! Comida é pasto! Você tem sede de que? Você tem fome de que?... A gente não quer só comida A gente quer comida Diversão e arte A gente não quer só comida A gente quer saída Para qualquer parte... A gente não quer só comida A gente quer bebida Diversão, balé A gente não quer só comida A gente quer a vida Como a vida quer... Bebida é água! Comida é pasto! Você tem sede de que? Você tem fome de que?... A gente não quer só comer A gente quer comer E quer fazer amor A gente não quer só comer A gente quer prazer Prá aliviar a dor... A gente não quer Só dinheiro A gente quer dinheiro E felicidade A gente não quer Só dinheiro A gente quer inteiro E não pela metade... Bebida é água! Comida é pasto! Você tem sede de que? Você tem fome de que? A gente não quer só comida A gente quer comida Diversão e arte A gente não quer só comida A gente quer saída Para qualquer parte... A gente não quer só comida A gente quer bebida Diversão, balé A gente não quer só comida A gente quer a vida Como a vida quer... A gente não quer só comer A gente quer comer E quer fazer amor A gente não quer só comer A gente quer prazer Prá aliviar a dor... A gente não quer Só dinheiro A gente quer dinheiro E felicidade A gente não quer Só dinheiro A gente quer inteiro E não pela metade... Diversão e arte Para qualquer parte Diversão, balé Como a vida quer Desejo, necessidade, vontade Necessidade, desejo, eh! Necessidade, vontade, eh! Necessidade... Bebida é água Comida é pasto Você tem sede de que? Você tem fome de que? Caderno Metodológico Educação Alimentar e Nutricional: o direito humano a alimentação adequada e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários 44 Atividade 2: Reflexão e debate sobre os Direitos Humanos, incluindo à alimentação Objetivos: Incentivar a alimentação saudável e o fortalecimento de vínculos sociais entre os adolescentes com base na reflexão dos adolescentes e do coletivo; Fazer adolescente refletir sobre as necessidades alimentares locais, bem como a o habito alimentar regional; Reconhecer os fatores de insegurança alimentar e nutricional no contexto da família e da sociedade; Empoderar os adolescentes sobre o direito humano a alimentação adequada por meio da participação cidadã. Participantes: Adolescentes entre 12 e 18 anos. Materiais necessários: Folhas de oficio, canetas. Metodologia: Os participantes irão escrever em tarjetas quais atividades gostam de fazer nos momentos de lazer, em casa, com amigos, nos finais de semana, etc. Depois, com as tarjetas na mão, será promovido um debate sobre o que mais traz alegria para suas vidas. Em grupos, elaborar um desenho para representar o que eles
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