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Lavado Peritoneal Diagnóstico 
 
 
Monitoria da disciplina Medicina de Urgência: Trauma Clínico e Cirúrgico - UFRN Página 1 
Autores: Dr. José Luiz de Souza Neto e Ddo.: Jocélio Ramalho da Silva – 9° Período 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CURSO DE MEDICINA 
MONITORIA DA DISCIPLINA MEDICINA DE URGÊNCIA: 
 TRAUMA CLÍNICO E CIRÚRGICO 
ROTEIRO DE ATIVIDADE PRÁTICA 
 
Lavado Peritoneal Diagnóstico 
 
Introdução 
No atendimento de pacientes vítimas de traumatismos, a avaliação do trauma 
abdominal frequentemente se coloca como um desafio, poisuma sintomatologia sutil pode 
ocultar lesões graves, além disso, não raras são as condições que tornam o exame físico 
duvidoso (Ex.: rebaixamento do nível de consciência). 
Visando auxiliar no manejo destes pacientes alguns estudos diagnósticos podem 
ser empregados: o FAST(Avaliação Ultrassonográfica Direcionada para Trauma), 
aTomografia Computadorizada e o LPD, dentre eles, o último pode ser empregado 
mesmo em locais sem recursos diagnósticos prontamente disponíveis proporcionando 
maior autonomia ao médico. 
O LPD pode ser executado tanto em pacientes com estabilidade ou instabiliadade 
hemodinâmica, quanto em vítimas de trauma penetrante ou contuso. 
Em linhas gerais trata-se de uma minilaparotomia com fins de investigar a presença 
de hemorragia intraperitoneal e quando positiva indica necessidade de laparotomia 
exploradora. 
Pode ser executada pela técnica de técnica fechada (Seldinger) ou pela técnica 
aberta, a última será treinada pelo fato de ser a mais comumente empregada em nosso 
meio e ser mais segura. 
 
Indicação: 
A indicação clássica do LPD é o paciente politraumatizado com instabilidade 
hemodinâmica e com exame físico duvidoso: 
A. Exame físico abdominal de interpretação duvidosa, por apresentar dor abdominal 
que pode ser atribuída às fraturas de costelas inferiores, fratura pélvica ou lombar; 
B. Exame físico abdominal não confiável (duvidoso), como nos pacientes com 
alteração da consciência devido ao trauma de crânio e/ou intoxicação por droga 
depressora do sistema nervoso central ou, por trauma raquimedular; 
C. Impossibilidade de seguimento clínico (exame físico duvidoso/impraticável) do 
abdome em pacientes anestesiados para cirurgias em outros seguimentos 
corpóreos extra-abdominais ou submetidos a exames complementares 
prolongados. 
 
Contra-indicações(Absoluta): 
 
1. Indicação formal de laparotomia; 
 
Vantagens: 
 
1. Muito sensível para a detecção de hemorragia (98%); 
Lavado Peritoneal Diagnóstico 
 
 
Monitoria da disciplina Medicina de Urgência: Trauma Clínico e Cirúrgico - UFRN Página 2 
Autores: Dr. José Luiz de Souza Neto e Ddo.: Jocélio Ramalho da Silva – 9° Período 
 
 
2. Rápido e simples de ser realizado e não requer equipamento sofisticado. 
 
Desvantagens: 
 
1. Não diferencia entre sangramento de pequenas lesões daqueles significantes, 
resultando em laparotomiasnão terapêuticas (brancas) em 6 a 25% dos casos; 
2. Não mostra a localização ou extensão das lesões, nem mostra lesões do 
retroperitônio; 
3. Falsos-positivos mesmo na ausência de lesões intraperitoneais (Ex.: hemostasia 
incompleta); 
4. Adultera as avaliações posteriores: 
A. Obs.: Dor abdominal pelo fato de tratar-se de uma minilaparotomia; 
B. Obs.:Durante a realização do LPD, pequenas quantidades de ar 
penetram na cavidade peritoneal e isto pode ser interpretado como 
um resultado falso positivo de perfuração de víscera oca numa 
radiografia simples subseqüente. 
C. Obs.: A recuperação incompleta do líquido infundido pode resultar em 
falsa interpretação de hemoperitônio numa tomografia 
computadorizada ou ultrassom realizado posteriormente. 
Complicações: 
 
1. Hemorragia da parede abdominal gerando falso positivo; 
2. Perfuração de viscera (Ex.: intestinal/vesical); 
3. Lesão retroperitoneal; 
4. Infecção da ferida; 
5. Deiscência. 
 
Primeira etapa da aula (Revendo a anatomia de superfície/área a ser 
intervencionada) 
1. Um aluno (“paciente”) deita-se na maca sem camisa; 
2. Outro aluno (“assistente”) analisa a anatomia de superfície da paredeabdominal e 
identifica a linha alba e área a ser intervencionada (um pouco abaixo da cicatriz 
umbilical). 
 
Segunda etapa da aula (Execução do procedimento) 
Modelo de simulação “tipo reservatório”: 
1. Aqui o objetivo é executar o Lavado peritoneal diagnóstico pela técnica aberta 
(método mais empregado na rotina) passo a passo conforme descrita abaixo. 
 
Lavado Peritoneal Diagnostico(Técnica aberta): 
 
1. Sondagem “gástrica e vesical”; 
2. Assepsia; 
3. “Anestesia local” com emprego de xilocaína com vasoconstrictor; 
4. Incisão mediana da “pele” e “subcutâneo” até a “aponeurose”(Cerca de 2 cm 
inferior à cicatriz umbilical. Se houver suspeita de fratura de bacia ou de gestação, 
a incisão deve ser supraumbilical); 
Lavado Peritoneal Diagnóstico 
 
 
Monitoria da disciplina Medicina de Urgência: Trauma Clínico e Cirúrgico - UFRN Página 3 
Autores: Dr. José Luiz de Souza Neto e Ddo.: Jocélio Ramalho da Silva – 9° Período 
 
 
5. Prender, tracionar a “aponeurose” com pinças eefetuar sua incisão; 
6. Fazer pequena incisão no “peritônio parietal”; 
7. Introduzir o cateter preso pela extremidade com uma pinça longa com cremalheira 
acionada e seguir em direção da pelve; 
8. Conectar o cateter a uma seringa e aspirar; 
9. Caso não consiga aspirar “sangue vivo”, instilar dentro da cavidade peritoneal 
cristalóide isotônico e aquecido (1L); 
10. Suaves “compressões do abdome” visando melhor distribuição do cristalóide 
(melhorar a sua mistura com o sangue porventura existente na cavidade); 
11. Drenagem do líquido infundido, por mecanismo de sifonagem, no próprio frasco de 
soro (Importante: não furar o frasco de soro a serinfundido com agulha); 
12. .Enviar material ao laboratório para análise (Quando necessário). 
 
Obs.: Durante o procedimento é essencial uma hemostrasia meticulosa em função 
das possibilidades de eventual hemorragia da parede abdominal capaz de gerar 
falso positivo e culminar com laparotomia não terapêutica (branca). 
 
Interpretação: 
Os critérios de positividade do LPD são: 
1-Saída de mais de 10 ml de sangue na aspiração inicial após abertura do 
peritônio; 
2-Saída de sangue à drenagem do líquido infundido; 
3- Mais de 100.000 hemácias por ml ou 500 leucócitos por ml no exame do líquido 
de retorno; 
4-Saída de restos alimentares, bile ou material fecal. 
 
Conduta: 
Caso o exame seja negativo: 
 Retira-se o cateter e sutura-se a aponeurose e a pele. Paciente permanece em 
observação. 
 
Caso o exame seja positivo: 
 Apenas retira-se o cateter, faz-se um curativo e encaminha-se o paciente ao centro 
cirúrgico. 
 
 
Materiais usados nesta aula em laboratório (Lavado Peritoneal Diagnóstico): 
1. Gorro; 
2. Óculos de proteção; 
3. Máscara; 
4. Avental de manga longa; 
5. Luvas; 
6. Campo fenestrado; 
7. Gaze; 
8. Seringas e agulhas; 
9. Bisturi e lâmina; 
10. Pinça Kelly; 
11. Tesouras(Metzenbaum e Mayo); 
12. Porta-agulha; 
13. Degermantes(PVP-I ou clorexidina); 
14. Ringer Lactato; 
15. Anti-séptico tópico; 
16. Lidocaínacom vasoconstrictor; 
17. Sonda Nelaton/Catéter de diálise 
peritoneal 
18. Mononylon 3-0 agulhado; 
19. Fita adesiva (Esparadrapo/Micropore); 
20. Modelo de simulação. 
Lavado Peritoneal Diagnóstico 
 
 
Monitoria da disciplina Medicina de Urgência: Trauma Clínico e Cirúrgico - UFRN Página 4 
Autores: Dr. José Luiz de Souza Neto e Ddo.: Jocélio Ramalho da Silva – 9° Período 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Adaptado doGuia para Lavado Peritoneal Diagnóstico. 
 Acesso em: http://www.aibarra.org/Guias/1-5.htm no dia 25/09/11. 
 
Referências:Guia de Medicina de Urgência, Higa EMS, Atallah NA, UNIFESP-EPM, 2ª Edição. 
ATLS - Manual do Curso de Alunos, Colégio Americano de Cirurgiões- Comitê de 
Trauma 8ª edição.

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