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Indisponibilidade direito da personalidade

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Thiago José de Souza Oliveira, Historiador e Bacharelando em Direito pelo Centro Universitário Salesiano de São Paulo
(In) disponibilidade do direito da personalidade
2013
Introdução
	O Direito Civil Brasileiro como um conjunto único e complexo, preocupa-se, a priori, com a relação entre indivíduos, dispondo numa resultante patrimonial.
	A primeira característica, a qual difere a codificação civil nacional do ordenamento jurídico num todo, é a diversificação da ideia de personalidade, a figura persona no âmbito legislativo, prepondo a aptidão genérica para adquirir direitos e contrair obrigações. Para tanto, dispõe a personalidade possibilitar o ser sujeito a relações jurídicas.
	O homem é constituído por direitos e deveres, sendo, portanto, sujeito ativo e passivo de relações jurídico-econômicas num bloco constante e integrador. O conjunto dessas relações, situações, jurídicas do indivíduo, suscetíveis de apreciação econômica, designa-se patrimonialmente, justificando como a projeção econômica da personalidade.
	Contudo, diversificadamente dos direitos patrimoniais, a pessoa natural possui direitos pessoais – direitos da personalidade – mesmo acolhendo a pessoa jurídica, pois, havendo sua violação, fara jus a reparação por dano moral.
A (In)disponibilidade em si: um conceito a ser estudado
	O Direito da Personalidade resulta-se numa contribuição da codificação civil brasileira, recente a razão social. No Brasil, os direitos da personalidade estão protegidos pelo enraizamento das normas Constitucionais, que somente em fins do Século XX se pôde perpetrar suas dogmáticas frente a personalidade, respeitando a dignidade da pessoa humana, consagrando no art. 1º, III da CF/88.
	Conforme o art. 5º, X da CF/88, tutela-se como invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurando, assim, a indenização por dano à imagem agravada por abuso no exercício da liberdade de manifestação, disposta no inciso V do mesmo diploma.
	Descreve Carlos Roberto Gonçalves que, são os direitos da personalidade, cuja existência tem sido proclamada pelo direito natural, destacando-se o direito à vida, à liberdade, ao nome, ao próprio corpo, à imagem e à honra.
	Com a reformulação, revogação, da codificação, da codificação civil brasileira, reservou-se os artigos 11 a 21 para a figuração do tema, visando salvaguardar, desde a proteção ao nome e à imagem, até o direito de se dispor do próprio corpo para fins científicos ou altruísticos.
	São caracterizados os direitos da personalidade como sendo absolutos, intransmissíveis, indisponíveis, irrenunciáveis, ilimitados, imprescritíveis, impenhoráveis e inexpropriáveis. Também acarretam-se como sendo vitalícios, ou seja, a titularidade dos direitos da personalidade percorrem por todo o período da vida, resguardando alguns direitos “post mortem”.
	Por razão central, o direito da personalidade é o direito, como pondera Maria Helena Diniz, da pessoa de defender o que lhe é próprio, como vida, a identidade, a liberdade, a imagem, a privacidade, a honra etc. São adquiridos no instante da concepção, não podendo ser retirados da pessoa enquanto ela viver por dizerem respeito à qualidade humana, portanto, são direitos inatos.
	A titularidade dos direitos da personalidade são únicos e exclusivos, não podendo ser transferida para terceiros, herdeiros ou sucessores. Por estar integrado a condição humana, não está exteriorizado a pessoa, não podendo, assim, ser disponível.
	Os direitos constituem-se numa pluralidade, ou num pluridisciplinar meio jurídico. Pontes de Miranda analisa esse conceito como sendo “ubícuo”, pois não se pode dizer que nasce no direito civil e daí se exporta aos outros ramos didáticos do sistema jurídico, nascendo simultaneamente em todos os setores da ciência normativa. Dispõe, dessa maneira, rica abordagem do conceito, dependendo do âmbito no qual se visa discutir.
	Dispondo, de modo geral, o conceito dos direitos da personalidade, conduzindo sua identificação nos vários sistemas jurídicos, pode-se destacar o direito à vida, direito à liberdade, direito à integridade física e psíquica, direito moral do autor, direito à identidade pessoal, direito à privacidade, direito a honra (reputação).
	Quanto ao direito à vida, acarreta-se quando a pessoa nasce com vida, constituindo-se, para tanto, num direito inato à razão personal; ninguém pode dispor de determinado direito. Os sistemas jurídicos, de modo geral, negam o direito ao suicídio, porque a vida é indisponível, irrenunciável, mas há meios e pormenores de discussões, não cabíveis neste instante.
	O direito geral à liberdade é o direito de ser livre, desde o nascimento até a morte, o direito de ir e vir. A privação e restrição indevida da liberdade dá ensejo à indenização compensatória por dano moral.
	Direito à integridade física e psíquica, possui por objeto a preservação da intocabilidade do corpo físico e mental da pessoa natural.
	Compreende-se a integridade física, por decorrência do direito da personalidade e numa perspectiva dos direitos inerentes a pessoa, a legislação sobre transplantes de tecidos, órgãos e partes de corpo humano, que internamente procura regulamentar a intervenção externa no corpo da pessoa e sua disposição “post mortem”, perpetrados na codificação complementar da Lei nº 9. 434/99.
	Direito à privacidade cabem os direitos da personalidade que resguardam de interferências externas aos fatos da intimidade e da reserva da pessoa, que não devem ser compreendidos ao espaço público.
	Resguarda, por exemplo, o art. 5º, XI da CF/88 que, a casa é o asilo inviolável do indivíduo, não sendo permitido a ninguém sua penetração sem o consentimento do morador, salvo em flagrante delito ou para prestar socorro ou por determinação judicial.
	Direito a honra ou a reputação denota o direito à integridade moral da pessoa. A honra pode ser entendida, conforme alguns doutrinadores, como conotação subjetiva quando toca à pessoa física, porque somente ela pode sofrer constrangimentos, humilhações e vexames.
	Em referência ao direito moral do autor, diz respeito a criação intelectual, compreendendo as obras literárias, cientificas e artísticas; dotado das características intransmissibilidade, imprescritibilidade e inexpropriedade, estando assegurada pela Lei nº 9.610/98.
	Já o direito à identidade pessoal significa a pia proteção ao nome, ocorrendo ser absoluto e inato. Quando lesado o direito da identidade, responderá seu lesante por danos morais, sempre que haja utilização indevida ou não autorizada denotada à pessoa, respeitando a regrinha dos Direitos das Responsabilidades, no qual percutam a culpa, o nexo de causalidade e o dano em si.
	Contudo, o art. 11 do CCB exprime que, os direitos da personalidade são intransmissíveis, irrenunciáveis e indisponíveis, embora essa norma tenha sido sobremodo parcimoniosa ao qualificar tais seguridades, a doutrina reconhece que os direitos da personalidade são necessários, imprescritíveis, absolutos, inatos, impenhoráveis, inexpropriaveis e ilimitados. Quanto a indisponibilidade de tais direitos, compreende-se que essa característica não seja de absoluta razão, porquanto, o próprio ordenamento jurídico encarrega de autorizar certa relativização desses determinados direitos, como exemplos, a divulgação e a comercialização de obras intelectuais, compreendida a razão autoral, observando os direitos do autor; ou ainda, a disposição do corpo com finalidade cientifica, preceituada pelo art. 14 do CCB, “É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo em parte, para depois da morte”.
Considerações finais
	Por acarretar esse conceito, Direito da Personalidade, de razão recente a visão social e ao ordenamento jurídico, muitas contradições são plausíveis e até mesmo pertinentes; para tanto, compreende que, tanto o Poder Legislativo quanto doutrinadores, por estar caminhando a um patamar de socialização moderna, a instrução e construçãodo conhecer do meio social, transpondo-o da plena ignorância à razão prática das normas regimentares.
	Contudo, por ser os Direitos da Personalidade intransmissível e irrenunciável, permeia a razão conceitual da não disponibilidade, não podendo assim, seus titulares, dispor, abrir mão, pois refutam a própria caracterização da pessoa, da formação do homem em sociedade.
Referências bibliográficas
COELHO, Fábio Ulhoas. Curso de direito civil. São Paulo: Saraiva, 2009. v. 1.
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: Teoria geral do direito civil. 24ª ed. São Paulo: Saraiva, 2007. v. 1.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Curso de direito civil brasileiro. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011. v. 1.

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