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Apostila 2

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DIREITO PENAL
AÇÃO PENAL
AÇÃO PENAL
É o procedimento judicial inicial pelo titular da ação penal quando há indícios de autoria e de materialidade, a fim de que o juiz declare procedente a pretensão punitiva estatal e condene o autor da infração penal.
Classificação
Pública Incondicionada e Condicionada à representação;
Privada Exclusiva, Personalíssima e Subsidiária da Pública.
AÇÃO PENAL
CONDIÇÕES GERAIS DA AÇÃO
LEGITIMIDADE DA PARTE- se a ação for pública deve ser proposta pelo MP e se for privada, pelo ofendido ou seu representante legal.
INTERESSE DE AGIR- é necessária a existência de indícios suficientes de autoria e de materialidade a ensejar a propositura. É preciso que não esteja extinta a punibilidade.
POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO – é preciso que o fato descrito na denúncia ou queixa seja típico e também, em alguns caso, que existam algumas condições específicas como a representação da vítima e a requisição do Ministro da Justiça nos crimes de ação pública condicionada (condições de procedibilidade).
AÇÃO PENAL
AÇÃO PENAL PÚBLICA
É aquela cuja titularidade é exclusiva do Ministério Público para os delitos que a lei defina como ação pública.
Princípios específicos da ação pública
Além dos princípios gerais da ação (contraditório, ampla defesa, devido processo legal, duplo grau de jurisdição, etc.) que se aplicam a todo e qualquer tipo de ação penal, a ação pública rege-se ainda por três princípios que lhe são específicos.
AÇÃO PENAL
OBRIGATORIEDADE – o promotor não pode transigir ou perdoar o autor do crime de ação penal pública. De acordo com a sua “opinio delicti” e havendo indícios de autoria e materialidade, estará obrigado a oferecer denúncia, salvo se houver alguma causa impeditiva, como, por exemplo, a prescrição. Entretanto, nas infrações de menor potencial ofensivo, amparadas pela lei 9099/95 (crimes e contravenções com pena máxima de até 02 anos), o MP pode deixar de promover a ação penal, optando, para tanto, pela transação penal.
AÇÃO PENAL
INDISPONIBILIDADE – O MP não pode desistir da ação por ele proposta ou desistir do recurso que tenha interposto.
OFICIALIDADE – o titular exclusivo da ação penal pública é o órgão oficial do Estado, sendo ele o MINISTÉRIO PÚBLICO, no entanto, de acordo com o art. 5º, LIX da CF, caso o MP não apresente qualquer manifestação dentro do prazo legal é permite a apresentação de queixa em crime de ação penal pública.
AÇÃO PENAL
Espécies de AÇÃO PENAL PÚBLICA
A) INCONDICIONADA;
B) CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO.
AÇÃO PENAL
AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA
É a regra do direito penal, uma vez que, no silêncio da lei, a ação penal será pública incondicionada. 
A maioria dos crimes previstos no CPB e em leis especiais são de ação pública incondicionada.
O artigo 24 do CPP ainda prevê que ação será pública quando cometido em detrimento de patrimônio e interesse da UNIÃO, ESTADOS e MUNICÍPIOS.
AÇÃO PENAL
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO.
Em determinadas infrações, o legislador condicionou a propositura da ação penal pelo MP à prévia existência de REPRESENTAÇÃO (manifestação da vontade da vítima e de seu representante legal),em que solicita providências do Estado (POLÍCIA JUDICIÁRIA) para a apuração de determinado crime e, autorizar o MP a ingressar com a ação penal contra os autores do delito.
	AÇÃO PENAL
A representação é condição de procedibilidade (condição para que o titular da ação possa dar causa à sua instauração. É também chamada por alguns doutrinadores de “delatio criminis” postulatória.
A Autoridade Policial só pode iniciar o inquérito policial para apurar crime de ação penal pública incondicionada se já presente a REPRESENTAÇÃO (art. 5º, §4º do CPP.
AÇÃO PENAL
Nos crimes dessa natureza, a lei expressamente menciona, junto ao tipo penal que “SOMENTE SE PROCEDE MEDIANTE REPRESENTAÇÃO”.
Excepcionalmente nos crimes de LESÃO CORPORAL DOLOSA LEVE E LESÃO CULPOSA, a necessidade de representação encontra-se prevista noutra lei (art.88 da lei 9099/95 – esta lei versa sobre os crimes de menor potencial ofensivo). Da mesma forma, ocorre a necessidade de representação no artigo 291, §1º do CTB.
AÇÃO PENAL
A representação não obriga o MP a oferecer denúncia (art. 127 da CF – estabelece a independência funcional no sentido de tomarem decisões, de acordo com sua convicção, podendo, no entanto, serem revistas pelo PGJ, nas hipóteses que a lei permita.
Assim a representação não vincula o MP, podendo assim requerer arquivamento ou denunciar apenas um dos investigados por entender que não há provas contra os demais.
AÇÃO PENAL
ASPECTOS FORMAIS DA REPRESENTAÇÃO
Para os tribunais não existe formalismos na representação, bastando que a vítima ou seu representante legal deixem claro seu interesse em ver o delito apurado. Assim podem somente fazer constar no boletim de ocorrência que desejam a responsabilização penal dos autores do crime.
A representação pode ser dirigida ao JUIZ, ao REPRESENTANTE DO MINISTÉRIO PÚBLICO ou à AUTORIDADE POLICIAL, na forma escrita ou verbal (devendo ser reduzida a termo).
AÇÃO PENAL
TITULARIDADE DO DIREITO DE REPRESENTAÇÃO
Se a vítima é maior de 18 anos, somente ela pode oferecer a representação. No entanto, se for doente mental, o direito passa a ser do representante legal. 
Se a vítima não tiver representante ou havendo conflito de interesses entre ambos, o juiz criminal dever nomear um CURADOR ESPECIAL (pessoa de confiança), para avaliar a conveniência de oferecer a representação (art. 33 do CPP).
DA AÇÃO PENAL
PRAZO PARA A REPRESENTAÇÃO
O artigo 103 do CPB reza que o direito de representação deve ser exercido no prazo de seis meses a contar do dia em que a vítima ou seu representante legal descobrirem quem é o autor do delito. O prazo que se refere a lei é para que a representação seja oferecida, podendo o MP apresentar a denúncia mesmo após esse período
DA AÇÃO PENAL
O prazo é decadencial, mas só corre após a descoberta da autoria pela vítima ou seu representante. A prescrição, corre, desde a data da consumação do delito, razão pela qual é comum que a prescrição aconteça antes da decadência, bastando que a vítima não tome conhecimento acerca da autoria da infração penal contra ela cometida.
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RETRAÇAO DA REPRESENTAÇÃO
O artigo 102 do CPB prevê que é possível a retratação até o oferecimento da denúncia da denúncia. A vítima pode retirar a representação, de forma a impossibilitar o oferecimento da denúncia do MP.
			
DA AÇÃO PENAL
Alguns autores admitem a possibilidade, dentro do prazo decadencial, de oferecimento de nova representação, chamando assim de retratação da retratação.
DA AÇÃO PENAL
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA À REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA
É também condição de procedibilidade da ação penal.
Em determinados ilícitos penais é necessário que o Ministro da Justiça avalie a conveniência política de ser iniciada a ação penal pelo MP.
			
DA AÇÃO PENAL
Ocorre quando um estrangeiro pratica crime contra brasileiro fora do território nacional (artigo 7º, §3º, b do CPB) ou quando é cometido contra a honra do Presidente da República ou Chefe de governo estrangeiro (artigo 145, § único do CP
DA AÇÃO PENAL
Nos crimes desta natureza, a lei expressamente prevê que somente se procede mediante requisição do Ministro da Justiça. Ao contrário do que ocorre com a representação, não existe prazo decadencial para o oferecimento da requisição pelo Ministro da Justiça.
A doutrina diverge sobre a possibilidade de retração da requisição. 
DA AÇÃO PENAL
AÇÃO PENAL PRIVADA
É a ação de iniciativa do ofendido ou, quando for menor ou incapaz, de seu representante legal. O direito de punir continua sendo estatal, mas a iniciativa da ação é transferida para o ofendido ou seu representante legal, uma vez que os delitos dessa natureza atingem a intimidade da vítima ou interesses estritamente particulares, de modo que ela pode preferir não discutir o assunto em juízo.
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PRINCÍPIOS
OPORTUNIDADE
– também conhecido por conveniência, significa que ainda que haja provas contra o autor da infração penal, pode o ofendido preferir não processar.
DISPONIBILIDADE – o querelante pode desistir do prosseguimento da ação por ele intentada por meio dos institutos do perdão e da perempção, bem como desistir do recurso que tenha interposto.
INDIVISIBILIDADE – a queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará a todos os demais. A intencional exclusão de um deles será interpretada como renúncia em relação a eles e, nos termos do artigo 49 do CPP, a todos se estenderá. Cabe ao MP zelar pela indivisibilidade da ação privada.
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ESPÉCIES DE AÇÃO PENAL PRIVADA
A) EXCLUSIVA– cabe ao ofendido ou seu representante legal, mas em caso de morte ou declaração de ausência antes da propositura, esta poderá ser intentada, dentro do prazo decadencial de seis meses, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. Atualmente o direito tem reconhecido a figura do companheiro. O querelante que falecer após o início da ação penal, poderá haver substituição no polo ativo, no prazo de sessenta dias a contar da morte. O CPB declara que para a apuração daquele delito somente se procede mediante queixa.
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Personalíssima - só pode ser intentada pela vítima. Se esta for menor de idade deve-se aguardar que complete 18 anos para que tenha legitimidade ativa. Se for incapaz em razão de doença mental, deve-se aguardar sua eventual melhora. Em tais hipóteses, o prazo decadencial é de seis meses e só correrá a partir da maioridade ou da volta à capacidade mental. Atualmente, o único crime de ação privada personalíssima do CPB é o INDUZIMENTO A ERRO ESSENCIAL OU OCULTAÇÃO DE IMPEDIMENTO PARA CASAMENTO (ART. 236) em que estabelece que a ação penal só pode ser intentada por queixa do contraente enganado.
DA AÇÃO PENAL
AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA – prevista no artigo 5º, LIX, da CF, será admitida a ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal. O MP tem cinco dias para oferecer denúncia se o réu estiver preso e quinze dias se o réu estiver solto, a contar da data do recebimento do inquérito policial. Assim, se o MP não oferecer denúncia dentro deste prazo a vítima poderá oferecer queixa-crime em substituição àquela, dentro do período decadencial de seis meses. Transcorrido esse prazo a vítima não poderá oferecer queixa e o MP ainda poderá oferecer denúncia. Se o MP requer o arquivamento do IP ou solicitar novas diligências não caberá queixa subsidiária.
DA AÇÃO PENAL
O MP ainda pode:
Repudiar a queixa e oferecer denúncia substitutiva;
Aditar a queixa (corrigir imperfeições,etc);
Interpor recursos;
Fornecer elementos de prova;
Retomar a titularidade da ação penal em caso de negligência do querelante
DA AÇÃO PENAL
ASPECTOS FORMAIS DA QUEIXA
O autor é chamado de querelante e o acusado de querelado. A peça inicial é chamada de queixa-crime e deve ser endereçada ao juízo competente. Para apresentar a queixa, o procurador do ofendido deve estar munido de procuração com poderes especiais, cujo mandato deve constar menção ao fato criminoso e o nome do querelado; devendo este estar acompanhado da queixa. A ausência de procuração com poderes especiais ou a falta de algum dos requisitos do artigo 44 do CPP impede o recebimento da queixa, mas a falha poderá ser corrigida dentro do prazo decadencial.
DA AÇÃO PENAL
A queixa-crime deve atender aos requisitos do artigo 41 do CPP, ou seja, deve conter a exposição do fato criminoso com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol de testemunhas. Estes são os mesmos requisitos da denúncia.
DA AÇÃO PENAL
TITULARIDADE DA QUEIXA 
Se a vítima for maior de 18 anos, somente ela pode exercer o direito. Se for menor ou doente mental, o direito passa ao representante legal. Se a vítima não tiver representante legal ou houver conflitos entre esta e o representante, o juiz criminal deverá nomear CURADOR ESPECIAL
DA AÇÃO PENAL
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL 
De acordo com o artigo 225 do CPB a ação penal será pública condicionada, salvo se a vítima for pessoa vulnerável (menor de 14 anos, doente mental ou pessoa que não possa por outra causa oferecer resistência, ou se for menor de 18 anos a ação será pública incondicionada.
DA AÇÃO PENAL
LESÃO CORPORAL DOLOSA LEVE E LESÃO CORPORAL CULPOSA. 
De acordo com a lei 9099/95, estes crimes passaram a ser apurados mediante representação. Se as partes chegarem a um acordo quanto aos danos civis, a homologação do acordo pelo juiz gera renúncia do direito de representação e, assim, extinção da punibilidade

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