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Legislação Penal Especial Aula 2 04 Material de Apoio Magistratura

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Magistratura e Ministério Público 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
MATERIAL DE APOIO 
 
Disciplina: Legislação Penal Especial 
 Professor: Paulo Henrique Fuller 
Aula: 04 | Data: 12/06/2015 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
1. Procedimento do Acordo de Colaboração 
 
1. Procedimento do Acordo de Colaboração 
 
Podem negociar esse acordo: 
 
- delegado de polícia; 
- MP 
 
Com o investigado e seu defensor (a defesa técnica é obrigatória). 
 
A lei estabelece a defesa técnica como obrigatória, o acordo não pode sequer se iniciar sem a presença de defesa 
técnica, artigo 4º, §§ 6º e 15 da lei 12.850/13. Em qualquer fase do acordo de colaboração (desde as negociações, 
até a sua formalização e posterior execução) é obrigatório que o colaborador seja assistido por defensor técnico, 
inclusive na fase de investigação criminal, de natureza inquisitiva. Trata-se de situação de defesa técnica obrigatória 
mesmo em fase de natureza inquisitiva. 
 
Pode o delegado oferecer acordo versando perdão judicial, o promotor ser contra e mesmo assim o juiz celebrar? 
 
Pela lei basta manifestação do MP e manifestação pode ser a favor ou contra, artigo 4º, §6º, lei 12.850/13 - o juiz 
antes de proferir decisão deve colher manifestação do MP, por outro lado, para a prova do MP colocar a resposta 
abaixo: 
 
Resposta para prova do MP: O juiz não poderia homologar acordo de colaboração celebrado pelo delegado de 
polícia se o MP discordar dos seus termos, pois não poderia a autoridade policial dispor do direito-poder de 
acusação que pertence ao titular da ação penal pública, artigo 129, I, CF. 
Eugenio de Oliveira Pacelli: o juiz não pode colher o acordo sem que o MP concorde com ele, afinal o MP é titular 
da ação penal. 
 
O juiz, com o oferecimento do acordo, tem três possibilidades: 
 
a) homologação do acordo: artigo 4º, §7º, lei 12.850/13. Com a homologação do acordo, o juiz fica vinculado ao 
prêmio estabelecido pelas partes, cabendo-lhe apenas a aferição do cumprimento efetivo das obrigações 
assumidas pelo colaborador. Ao juiz cabe apenas examinar a eficácia do acordo; 
 
b) o juiz pode recusar a homologação do acordo se faltar requisito legal, artigo 4º, §8º, lei 12.850/13 (controle de 
ilegalidade). 
Exemplo: celebraram acordo na fase inquisitiva sem defensor técnico assistindo. 
Exemplo: requerimento de arquivamento para o acusado que foi o 20º colaborador. 
 
c) adequar o acordo ao caso concreto, artigo 4º, §8º. Adequar é modificar o acordo por motivos de 
proporcionalidade (o juiz acha desproporcional o prêmio – controle de proporcionalidade). 
 
 
 
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Por outro lado, na prova dissertativa colocar que o juiz não pode adequar o acordo, uma vez que violaria a liberdade 
de acordo das partes. Em doutrina, sustenta-se a impossibilidade de o juiz homologar o acordo com modificações 
(adequação), pois isso significaria impor unilateralmente às partes cláusulas que elas não convencionaram. Assim, 
caso o juiz entenda desproporcional o acordo celebrado, a solução seria recusar a homologação, sugerindo às 
partes a modificação que entende adequada. 
 
- Execução do Acordo: 
 
Artigo 4º, §14, lei 12.850/13. Nos depoimentos que prestar, o colaborador será ouvido com compromisso legal de 
dizer a verdade (origem do artigo 203, CP), sob pena de cometer o crime do artigo 19 da lei 12.850 (tipo especial - 
só o colaborador durante a colaboração premiada pode cometer esse crime) (afasta o crime de falso testemunho 
pela especialidade). 
 
Art. 19. Imputar falsamente, sob pretexto de colaboração com a 
Justiça, a prática de infração penal a pessoa que sabe ser inocente, ou 
revelar informações sobre a estrutura de organização criminosa que 
sabe inverídicas: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
 
O colaborador deve renunciar ao direito de se manter em silêncio antes de prestar o depoimento. A colaboração 
pressupõe a entrega de revelações, o colaborador deve falar para tornar o acordo eficaz. Ficar em silêncio é o 
descumprimento do acordo, então na verdade não é uma renúncia ao direito de se manter em silêncio (pode ficar 
em silêncio, mas isso implicaria na ineficácia do acordo). 
 
- Regra de corroboração: valor probatório do depoimento das palavras do colaborador – artigo 4º, §16. As 
declarações do colaborador devem ser confirmadas/corroboradas por outras provas. Trata-se de uma restrição à 
regra geral da livre apreciação da prova contida no artigo 155, “caput” do CPP (o juiz não pode condenar apenas 
com base nas palavras do colaborador).

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