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Direio Penal Geral Aula 1 04 Material de Apoio Magistratura

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Magistratura e Ministério Público 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
MATERIAL DE APOIO 
 
Disciplina: Direito Penal Geral 
 Professor: André Estefam 
Aula: 04 | Data: 12/02/2015 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
1. Penas Restritivas de Direitos 
2. Penas Restritivas de Direitos em espécie 
3. Pena de Multa 
4. Dosimetria 
 
1. Penas Restritivas de Direitos 
 
Artigo 44, §2º, CP – quando a pena privativa de liberdade for igual ou inferior a 1 ano o juiz deve verificar em 
caráter substitutivo uma pena restritiva de direitos ou exclusivamente pena de multa. Se a pena privativa de 
liberdade for superior a 1 ano deve se aplicar duas penas restritivas de direitos ou uma pena restritiva de direitos 
cumulada com multa. 
 
2. Penas Restritivas de Direitos em espécie 
 
1) Prestação Pecuniária: artigo 45, CP. Pena restritiva de direitos em que o réu é condenado a pagar quantia em 
dinheiro à vítima que vai de 1 a 360 salários mínimos, o valor fixado vai depender do prejuízo causado pela vítima. 
O valor pago será descontado de possível indenização de caráter civil (se for o mesmo beneficiário). Se houver 
concordância do beneficiário (vítima) a prestação poderá se constituir de outra natureza (prestação inominada); 
 
2) Perda de bens e valores: artigo 45, §3º - pena em que o juiz decreta a perda de bens ou valores do 
sentenciado. O legislador estabelece um teto: o prejuízo sofrido ou o proveito obtido pelo agente, vale o que for 
maior; 
 
Um dos efeitos da condenação, seja qual for a pena aplicada, é a perda do proveito do crime e atinge o 
patrimônio lícito do sentenciado. 
 
3) Prestação de Serviços: artigo 46, CP – para que o magistrado aplique essa pena restritiva de direitos, a pena 
privativa de liberdade deve ser superior a 6 meses. Consiste na atribuição de tarefas gratuitas perante entidades. 
A duração corresponde ao tempo da pena privativa de liberdade substituída. A carga horária é de 1 hora de tarefa 
para cada dia de prisão (cálculo que será feito na fase da execução penal). Se a pena privativa for menor que 1 
ano ela poderá ser cumprida na conversão de prestação de serviços em menor tempo (pode trabalhar com uma 
carga horaria maior por dia, por exemplo, cumpre duas horas por dia), desde que esse menor tempo seja maior 
que a metade da pena imposta substituída; 
 
4) Interdições Temporárias de Direitos: artigo 47, CP: 
 
a) proibição do exercício da atividade profissional: incisos I e II. A doutrina chama de pena restritiva de direitos 
especificas porque só pode ser aplicada para determinadas infrações penais, ou seja, infração praticada com 
relação a violação dos deveres inerentes; 
 
 
 
 
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b) suspensão da habilitação ou autorização para dirigir veículos automotores: aplicável a crimes culposos de 
trânsito. O CP está revogado pelo CTB, então o fundamento é o CTB. O CTB não diz respeito à autorização, então 
o CP é aplicado em caso de autorização para dirigir determinados veículos, como por exemplo, as “mobiletes”; 
 
c) proibição de frequentar determinados lugares: medida que aparece em vários institutos (exemplo: no CP 
aparece como condição do “sursis” e do livramento condicional), trata-se de uma pena restritiva de direitos 
genérica, pode ser aplicada em qualquer infração penal; 
 
d) proibição de se inscrever em certames públicos: trata-se de pena restritiva de direitos que só deve ser levada 
em conta para crimes do artigo 311-A, CP (fraudes em certames de interesse público). 
 
5) Limitação de Fim de Semana: artigo 48, CP – obrigação de o sentenciado permanecer durante 5 horas aos 
sábados e outras 5 horas aos domingos na casa do albergado. Existem autores que a denominam de “prisão 
descontínua” (porque o sentenciado só fica “preso” durante 5 horas de sábado e domingo e nos outros dias 
permanece solto). 
 
3. Pena de Multa 
 
Artigos 49 a 52 do CP. Alterada pela lei 9268/96 que considerou a multa pena de valor e proibida de conversão, se 
não for adimplida será inscrita na dívida ativa e haverá execução. 
 
Espécies: 
 
1) Multa cominada no tipo penal: está no preceito secundário, exemplo: furto e multa; 
2) Multa substitutiva ou vicariante: artigo 44, §2º, CP – o juiz aplica em substituição à pena de prisão. O artigo 
60, §2º fixa que cabe somente para condenações que não ultrapassem 6 meses, mas o artigo 44, §2º possui 
redação mais nova, revogando portanto o artigo 60. 
 
§ 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode 
ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior 
a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma 
pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. 
 
Sistema do dia-multa: 
 
É um sistema bifásico. Possui duas etapas: 
 
1) o juiz estipula o número de dia-multa, é fixado a partir das circunstâncias judiciais; 
2) valor unitário: quanto vale a multa – a multa pode valer de 1/30 até o quíntuplo do salário mínimo. Se fixado 
no valor máximo e mesmo assim for insuficiente, o juiz pode triplicar o valor do dia-mula já fixado no máximo. A 
capacidade econômica do réu é que influencia a fixação do valor unitário. 
 
O salário mínimo que deve ser levado em conta é aquele vigente no momento da conduta. 
 
Execução da Multa: 
 
1) intimação do sentenciado para pagamento em 10 dias (artigo 50, CP); 
 
 
 
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2) inscrição da multa na dívida ativa, move-se a execução fiscal (artigo 51, CP). 
 
Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será 
considerada dívida de valor, aplicando-se-lhes as normas da 
legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que 
concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição. 
 
E se durante a execução da multa o executado falecer? Segue a execução em face do espólio? 
A execução é encerrada, não se transmite ao espólio, afinal a CF garante que a pena não passará do condenado 
(princípio da personalidade da pena). Haverá a extinção da punibilidade! 
 
4. Dosimetria 
 
1) predosimetria: momento em que o juiz fixa os limites abstratos (qual o mínimo e o máximo do caso em 
concreto), ou seja, leva em consideração as elementares, qualificadoras (não confundir com causa de aumento) e 
eventuais privilégios (não confundir com causa de diminuição). Se houver mais de uma qualificadora, uma será 
aplicada para fixar os limites abstratos e a segunda para as agravantes, se não se encaixar nas agravantes será 
valorada como circunstância judicial desfavorável na primeira fase. 
 
2) dosimetria – sistema trifásico (artigo 68, “caput”, CP): 
 
a) pena-base 
b) pena provisória 
c) pena definitiva 
 
3) pós-dosimetria: 
 
a) regime inicial; 
b) cabimento de pena alternativa; 
c) cabimento do “sursis”; 
d) fixação da multa. 
 
O juiz não pode considerar o mesmo caso concreto mais de uma valoração (princípio do “non bis in idem”): 
 
1) se algum dado concreto for utilizado na pré-dosimetria não podem ser revalorados no sistema trifásico (não 
podem aparecer em nenhuma outra etapa da dosimetria). 
 
Exemplo: agravantes genéricas do artigo 62, CP, dentre elas praticar o crime por motivo torpe, essa agravante 
deve ser utilizada na segunda fase. O réu foi condenado pelo júri por homicídio praticado por motivo torpe, no 
homicídio o motivo torpe é uma qualificadora e deve ser utilizada na pré-dosimetria e não pode o juiz invocar 
novamente o motivo torpe para agravar a pena, sob pena de infringir o princípio do “non bis in idem”. 
 
2) o mesmo dado concreto não pode ser valorado em mais de uma fase da dosimetria. 
 
Exemplo: o juiz na análise dos antecedentes verifica que há uma única certidão criminal que demonstra que o réu 
foi condenado com trânsito em julgado em data anterior ao fato. Na primeira fase o juiz fixa a pena base e dentre 
as circunstânciasjudiciais o juiz analisa os antecedentes; na segunda fase como agravante o juiz leva em 
 
 
 
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consideração a reincidência. Isso gera violação ao “non bis in idem”, as últimas fases sempre são mais especificas 
que as anteriores, dessa forma na primeira fase o juiz não tinha qualquer fato relevante para valorar a pena, deve 
reconhecer a reincidência na segunda fase. 
 
Súmula 241 do STJ: 
 
A REINCIDÊNCIA PENAL NÃO PODE SER CONSIDERADA COMO 
CIRCUNSTÂNCIA AGRAVANTE E, SIMULTANEAMENTE, COMO 
CIRCUNSTÂNCIA JUDICIAL. 
 
É possível que o juiz reconheça maus antecedentes e reincidência? 
Sim, desde que as duas informações sejam oriundas de casos concretos diferentes, ou seja, o juiz pode usar 
outras condenações para a reincidência. 
 
Exemplo: réu comete homicídio contra criança de 8 anos de idade. A idade pesa na dosimetria da pena, no rol das 
agravantes é agravante praticar crime contra criança. O homicídio tem como causa especial de aumento de pena 
quando a vítima for menor de 14 anos, deve ser causa de aumento, afinal a terceira fase da dosimetria é mais 
completa que as anteriores. 
 
Pena-base: 
 
Circunstâncias judiciais – artigo 59, “caput”, CP: próxima aula.

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