Buscar

TRABALHO AV2-TRANSFUSÃO DE SANGUE E TESTEMUNHAS DE JEOVÁ

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Adriana Martins 
Daniele Cristina 
Vânia Goudin 
Nathália 
Genilda 
Rita Tavares 
Érica Tiago 
 
2013 
Direito Empresarial e 
Sanitário 
Transfusão sanguínea em Testemunhas de Jeová. 
 
 
 
1 
Sumário 
 
TRANSFUSÃO DE SANGUE E TESTEMUNHAS DE JEOVÁ ....................................................................................... 2 
1ª Corrente ........................................................................................................................................................... 2 
2ª Corrente ........................................................................................................................................................... 2 
Capitulo I - PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS .............................................................................................................. 3 
Capítulo II-DIREITOS DOS MÉDICOS ...................................................................................................................... 3 
Capítulo III – RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL ................................................................................................ 4 
Capitulo IV - DOS DIREITOS HUMANOS ................................................................................................................ 4 
Capitulo V - RELAÇÃO COM PACIENTES E FAMILIARES ......................................................................................... 4 
CONCLUSÃO: ......................................................................................................................................................... 5 
Bibliografia ........................................................................................................................................................... 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
TRANSFUSÃO DE SANGUE E TESTEMUNHAS DE JEOVÁ 
No que se refere à delicada situação da transfusão se sangue como único meio terapêutico para 
salvar a vida de paciente adepto da religião “Testemunhas de Jeová”, existem duas correntes 
doutrinárias: 
1ª Corrente 
Sustenta que à luz da dignidade da pessoa humana e do princípio da liberdade de consciência e 
crença, afirma que a vontade contrária do paciente deverá ser respeitada. É preciso ressalvar que o 
pai nunca poderá embasar a recusa da transfusão para seu filho menor. A ninguém é dado poder 
renunciar a direito da personalidade de outrem. 
2ª Corrente 
Para os adeptos desta corrente com base no principio da proporcionalidade, defende a supremacia 
do direito à vida, apta a justificar a necessária intervenção médica (ver antiga Resolução 1.021/1980 
do CFM – Conselho Federal de Medicina). 
Assim, de um lado figura a autonomia do paciente em recusar o tratamento médico por crença 
religiosa; e de outro lado figura a autonomia do médico em atuar de forma a zelar pela vida e saúde 
do paciente. 
Primeiramente, cabe mencionar o artigo 5º da Constituição Federal, que trata dos direitos e 
garantias fundamentais do indivíduo, sendo o principal deles a vida, da qual decorrem todos os 
demais, inclusive a garantia à liberdade de crença religiosa. 
Denota-se, assim, um conflito de dois princípios fundamentais consagrados em nosso ordenamento 
jurídico-constitucional: de um lado, o direito à vida e, de outro, a liberdade de crença. 
Convicções religiosas não podem prevalecer perante o bem maior tutelado pela Constituição 
federal que é a vida - pois o direito à vida antecede o direito à liberdade de crença. 
A convicção religiosa seja qual for não pode induzir alguém ao suicídio nem permitir que o médico, 
ou qualquer outro cidadão, seja cúmplice na destruição do bem maior que a natureza concedeu ao 
homem, que é a sua vida. 
Pode-se afirmar, apesar de toda controvérsia alimentada no mundo jurídico e em especial pelos 
indivíduos Testemunhas de Jeová que questionam a matéria, que é permitido ao profissional 
médico atuar em favor do paciente, submetendo-o à transfusão de sangue, apenas em casos de 
iminente risco de morte, mesmo contrariando a vontade do paciente ou de seu representante legal. 
Havendo respaldo para tanto da legislação pátria, do entendimento jurisprudencial, e, finalmente, o 
enfoque especial gerado pelo Código de Ética Médica e pelo entendimento dos Conselhos Federal e 
Regionais de Medicina. 
O problema criado, para o médico, pela recusa dos adeptos da Testemunha de Jeová em permitir a 
transfusão sanguínea, deverá ser encarada sob duas circunstâncias: 
 
 
 
 
3 
 
 
1 - A transfusão de sangue teria precisa indicação e seria a terapêutica mais rápida e segura para a 
melhora ou cura do paciente. 
Não haveria, contudo, qualquer perigo imediato para a vida do paciente se ela deixasse de ser 
praticada. 
Nessas condições, deveria o médico atender o pedido de seu paciente, abstendo-se de realizar a 
transfusão de sangue. 
 
2 - O paciente se encontra em iminente perigo de vida e a transfusão de sangue é a terapêutica 
indispensável para salvá-lo. 
Em tais condições, não deverá o médico deixar de praticá-la apesar da oposição do paciente ou de 
seus responsáveis em permiti-la. 
 
O Conselho Federal de Medicina assim se posiciona: 
Em caso de haver recusa em permitir a transfusão de sangue, o médico, obedecendo a seu Código 
de Ética Médica, deverá observar a seguinte conduta: 
 
1º - Se não houver iminente perigo de vida, o médico respeitará a vontade do paciente ou de 
seus responsáveis. 
 
2º Se houver iminente perigo de vida, o médico praticará a transfusão de 
sangue, independentemente de consentimento do paciente ou de seus responsáveis. (CFM. 
Resolução nº 1.021/80). 
 
O médico deverá sempre orientar sua conduta profissional pelas determinações de seu Código. 
No caso, o Código de Ética Médica assim prescreve: 
 
Capitulo I - PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 
 
I- A Medicina é uma profissão a serviço da saúde do ser humano e da coletividade e será exercida 
sem discriminação de nenhuma natureza. 
II - O alvo de toda a atenção do médico é a saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir 
com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional. 
VI - O médico guardará absoluto respeito pelo ser humano e atuará sempre em seu benefício. 
Jamais utilizará seus conhecimentos para causar sofrimento físico ou moral, para o extermínio do 
ser humano ou para permitir e acobertar tentativa contra sua dignidade e integridade”. (Código de 
Ética Médica, 2009). 
 
Capítulo II-DIREITOS DOS MÉDICOS 
É direito do médico: 
 
I - Exercer a Medicina sem ser discriminado por questões de religião, etnia, sexo, nacionalidade, cor, 
orientação sexual, idade, condição social, opinião política ou de qualquer outra natureza 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
Capítulo III – RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL 
É vedado ao médico: 
 
Art. 1º Causar dano ao paciente, por ação ou omissão, caracterizável como imperícia, imprudência 
ou negligência.(...) 
 
Capitulo IV - DOS DIREITOS HUMANOS 
 
É vedado ao médico: 
 
Art. 22. Deixar de obter consentimento do paciente ou de seu representante legal após esclarecê-lo 
sobre o procedimento a ser realizado, salvo em caso de risco iminente de morte.(...) 
Art. 24. Deixar de garantir ao paciente o exercício do direito de decidir livremente sobre sua pessoa 
ou seu bem-estar, bem como exercer sua autoridade para limitá-lo.(...) 
 
Capitulo V - RELAÇÃO COM PACIENTES E FAMILIARES 
É vedado ao médico: 
 
Art. 31. Desrespeitar o direito do paciente ou de seu representante legal de decidir livremente 
sobre a execução de práticas diagnósticas ou terapêuticas, salvo em caso de iminente risco de 
morte. 
Art. 32. “Deixar de usar todos os meios disponíveis de diagnóstico e tratamento, cientificamente 
reconhecidose a seu alcance, em favor do paciente”. (Código de Ética Médica, 2009). 
 
 
Por outro lado, ao praticar a transfusão de sangue, na circunstância em causa, não estará o médico 
violando o direito do paciente? 
 
Realmente, a Constituição Federal determina em seu artigo 153, Parágrafo 2º que “ninguém será 
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei”. 
 
Aquele que violar esse direito cairá nas sanções do Código Penal quando este trata dos crimes 
contra a liberdade pessoal e em seu artigo 146 preconiza: 
 
"Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por 
qualquer meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não 
manda". 
 
Contudo, o próprio Código Penal no parágrafo 3º desse mesmo artigo 146, declara ser lícita a 
intervenção médica/cirúrgica: 
 
Não se compreendem na disposição deste artigo: 
 
 
5 
“I - a intervenção médica ou cirúrgica sem o consentimento do paciente ou de seu representante 
legal, se justificada por iminente perigo de vida”. 
 
A recusa do paciente em receber a transfusão sanguínea, salvadora de sua vida, poderia, ainda, ser 
encarada como suicídio. 
Nesse caso, o médico, ao aplicar a transfusão, não estaria violando a liberdade pessoal, pois o 
mesmo parágrafo 3º do artigo 146, agora no inciso II, dispõe que não se compreende, também, nas 
determinações deste artigo: "a coação exercida para impedir o suicídio". 
 
Através da legislação acima analisada, apesar de haver no âmbito constitucional uma aparente 
colisão entre dois princípios fundamentais consagrados, em casos de iminente risco de morte, resta 
reconhecida a prevalência do direito à inviolabilidade da vida, com o intuito de evitar a 
concretização de um dano irreparável ao paciente. 
Os dispositivos supracitados resguardam o respeito e a defesa da vida do paciente, sendo dever do 
profissional médico atuar em seu favor. Ao mesmo tempo, deixam claro que a vontade do paciente 
ou de seu representante legal não tem guarida em casos de iminente risco de morte. 
 
CONCLUSÃO: 
Após todo o estudo realizado, desde a legislação constitucional, infraconstitucional e ética até o 
posicionamento jurisprudencial e o posicionamento do CFM e dos Conselhos Regionais, nos casos 
em que o paciente ou seu representante legal se negar à realização de transfusão de sangue por 
convicções religiosas (a exemplo dos Testemunhas de Jeová), conclui-se que apenas em caso de 
iminente risco de morte o profissional médico pode contrariar a vontade do paciente ou de seu 
representante legal. 
Tendo em vista que, apesar de constranger o paciente, contrariar sua vontade e ferir frontalmente 
o seu direito, o profissional médico está atuando em benefício e na proteção da vida deste 
indivíduo, garantia fundamental diametralmente superior à liberdade de crença religiosa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
Bibliografia 
 
http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=12304 
 
http://www.bioetica.ufrgs.br/transfus.htm 
 
http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/1980/1021_1980.htm 
 
http://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=22068:juiz-defende-
direito-de-testemunhas-de-jeova-a-recusa-de-transfusao-de-sangue&catid=3

Outros materiais