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Instituto Tributário de Ensino a Distância ___________________________________________________________________ 1 ___________________________________________________________________________ www.intra-ead.com.br IMPOSTOS SOBRE A PROPRIEDADE (IPTU, ITR E IPVA) Siga as instruções abaixo para navegar no ambiente virtual do INTRA e obter êxito no curso. Após a inscrição, o usuário tem 30 dias para concluir o curso. Para fazer a avaliação, digite seu e-mail e senha na área do usuário (IDENTIFICAÇÃO), clique em ENTRAR, depois clique em MINHA CONTA, em seguida MINHAS INSCRIÇÕES e, por fim, clique no ícone AVALIAÇÃO. O usuário deverá responder a avaliação, existente na última página deste material, e transcrever as respostas para o gabarito existente no site. Uma vez confirmada às respostas, a avaliação não será mais disponibilizada. Para emitir o CERTIFICADO, o usuário precisa obter pontuação igual ou superior a 6,00 na avaliação e pagar a taxa de administração no valor de R$ 30,00. 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No art. 170 da Constituição Federal de 88, é assegurado e reconhecido a propriedade privada, porém condicionam o uso delas ao bem estar social. O Poder Público impõe normas e limites, para o uso e o gozo dos bens e riquezas particulares. A intervenção tributária é uma das mais constantes intervenções do Estado no domínio econômico do particular. A intervenção do Estado na propriedade particular tem como objetivo principal à proteção aos interesses da comunidade. Diante dessas informações podemos dizer que os impostos sobre a propriedade é mais uma forma de o Estado intervir no domínio econômico do particular. Os impostos sobre a propriedade que iremos estudar neste curso serão: o IPTU, ITR e IPVA. Não nos custa nada lembrar que impostos são obrigações ex lege em moeda, que não se constitui sanção por ato ilícito e tem como sujeito ativo, normalmente uma pessoa política e, por sujeito passivo, qualquer pessoa apontada na lei da entidade tributante. 2. O Imposto Predial Territorial Urbano - IPTU Este imposto é um velho conhecido da nossa legislação, figurava na primeira Constituição Republicana como um imposto de competência dos Estados. E lá permaneceu até a Constituição de 1891 (artigo 9°, item 2.°), passando à alçada municipal a partir da Carta Magna Constitucional de 1934, permanecendo assim até os dias atuais. No inicio, dividia-se em dois tributos distintos: o imposto predial e o imposto territorial. A unificação desses impostos só veio com a Constituição de 1946, que passou a denominá-lo Imposto Predial e Territorial Urbano, tal como conhecemos hoje. A Constituição anterior - Carta Política de 24 de janeiro de 1967 -, em seu artigo 24, inciso I, também previa o IPTU. Instituto Tributário de Ensino a Distância ___________________________________________________________________ 2 ___________________________________________________________________________ www.intra-ead.com.br Atualmente, repetindo a tradição expressa e consagrada desde a Carta Magna de 1934, o IPTU está previsto no artigo 156, inciso I, da Constituição da República de 1988. O IPTU é imposto de competência municipal e do Distrito Federal, está previsto em nossa Carta Magna e no Código Tributário. Tem função tipicamente fiscal, ou seja, seu objetivo primordial é a obtenção de recursos financeiros para os Municípios. Será lançado de ofício pelo ente federado competente. O imposto em estudo deve ser criado pelos Municípios/DF através de uma Lei Ordinária, devendo sempre obedecer a uma Regra Matriz de Incidência Tributária. Regra Matriz de Incidência Tributária nada mais é do que os diversos fatores que se deve levar em conta para que o poder público possa cobrar o imposto. Dentre os fatores que se deve levar em conta na hora de se cobrar o valor do tributo temos que se ater principalmente ao fato gerador do imposto em estudo. Fato Gerador é um fato/ato que deve existir para vincular a obrigação tributária. Assim podemos dizer que fato gerador do IPTU é ser proprietário de imóvel urbano. E ser proprietário a luz do art. 1228 do Código Civil é ter o direito de usar, fruir, dispor do imóvel ou de reaver de quem injustamente o possua. Aqui deve ser feita uma observação, pois o art. 34 do CTN prevê que para ser contribuinte do IPTU basta tão somente ser proprietário ou até mesmo possuidor, ou ainda mero detentor de domínio útil, devemos observar que, o CTN é um código de 1966, não tendo sido recepcionado no todo pela Constituição Federal de 1988, tendo prevalecido o entendimento de que será considerado contribuinte, sujeito passivo do IPTU, àquele que tiver a posse, não se fazendo necessário que esta seja mansa e pacífica apenas, ou domínio útil do bem imóvel, devendo obrigatoriamente ter o elemento animus domini, vontade de ser dono ou ânimo de dono, na melhor tradução. Esta distinção se faz importante, pois assim não se pode considerar como sujeito ativo do imposto em comento, o mero locatário, por não satisfazer as qualificações impostas pelo fato gerador. É importante ainda, pelo fato de que o usucapiendo ainda que não sendo considerado proprietário do bem imóvel, mas por estar detendo a posse do imóvel com o animus domini, passa a ser contribuinte do IPTU. A definição de zona urbana é feita com base na existência de algumas benfeitorias que estão expressos no artigo 32 do Código Tributário Nacional. O § 1° do art. 32 do CTN traz que para o imóvel ser considerado urbano, deve-se atender a pelo menos dois (2) dos requisitos ali expostos, vejamos: “§ 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal; observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público: I. Meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; II. Abastecimento de água; III. Sistema de esgotos sanitários; IV. Rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar; V. Escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado.” Porém, como toda regra cabe exceção, quanto à definição do que será imóvel urbano para fins de IPTU, o art. 15 da Lei 57 de 1966, tendo sido recepcionada pela Constituição Federal, diz que, se o imóvel tiver uma destinação econômica rural, pecuária, agropecuária ou semelhante, mesmo que dentro de zona considerada urbana, este será contribuinte do Imposto Territorial Rural e não do IPTU. Prevê ainda a legislação que o Município poderá considerar como urbana as áreas urbanizáveis ou de expansão urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãoscompetentes, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio (art. 32, § 2° do CTN). É necessário dizer que, a jurisprudência do Instituto Tributário de Ensino a Distância ___________________________________________________________________ 3 ___________________________________________________________________________ www.intra-ead.com.br Superior Tribunal de Justiça firmou-se no sentido de que nessas áreas incide IPTU independentemente da existência das melhorias de que trata o § 1° do art.32 do CTN. Para efeitos de IPTU, considera-se terreno o imóvel com edificação incompleta ou ausente, e prédio o imóvel edificado que possa ser utilizado para habitação ou para exercício de qualquer atividade. Quanto ao critério temporal do IPTU, podemos dizer que é todo aquele estabelecido em legislação local, em regra geral dia primeiro de janeiro. Critério Temporal é o que condiciona o lapso temporal em que se dá o fato jurídico tributário para o efeito de incidência da norma, é o que a doutrina descreve como tempo no fato, ou seja, o momento em que o evento social surge e faz nascer à obrigação tributária, que será sempre anterior ao tempo do fato, ou seja, do lançamento propriamente dito, seja de ofício ou não, o tempo do fato corresponde ao momento em que se produz a norma individual e concreta que cria o crédito certo, líquido e exigível da Fazenda contra o Sujeito Passivo. E do critério espacial, do espaço, será sempre o do Município em que está localizado o bem imóvel. O critério espacial, condicionador espacial da incidência tributária, cuja função é a de definir a competência territorial do ente tributante, neste critério o espaço do fato e o espaço no fato necessariamente coincidem, pois enquanto o correr do tempo se dá de forma discreta, a localização no espaço ocorre de forma contínua, à incidência se dá em determinado território de uma vez por todas, cabendo ao ato de lançamento somente registrar este dado diretamente relacionado com a competência constitucionalmente prevista e indelegável de cada Pessoa Jurídica de Direito Público Interno do Estado do Brasil. Dentro da Regra Matriz de Incidência Tributária, temos ainda que falar dos sujeitos da relação tributária, que podem ser sujeito ativo e sujeito passivo. Sujeito Ativo sempre irá coincidir com o critério espacial, o Município, pois será em regra, a pessoa jurídica de Direito Público titular da competência para exigir o seu cumprimento. (art.119 do CTN). E Sujeito passivo, a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária (art. 121 do CTN). O sujeito passivo é o proprietário, detentor do domínio público ou o detentor com animus domini, como já esclarecido acima. Quanto ao critério quantitativo, estes se subdividem em base de cálculo e da alíquota. A base de cálculo, é a previsão normativa que delimita, quantifica a dimensão econômica do evento tributável, aqui no IPTU, o que se utiliza como base de cálculo do IPTU é o valor venal do imóvel, isto é, o valor real de mercado do bem imóvel. A alíquota, enquanto a Base de Cálculo delimita o terreno econômico que importa ao tributo, a alíquota indica qual o quinhão que interessa ao Fisco que é o Estado, a porcentagem, a parte que se deve pagar em pecúnia. Este critério quantitativo, a alíquota irá depender de qual Município está situado o bem imóvel, sendo assim variável de município para município. Uma importante observação a ser feita sobre as alíquotas é que não há definição expressa de um limite, salvo aquele que vem definido no Estatuto da Cidade, art. 7º, §1º, que define alíquota máxima de 15% para a hipótese do art. 182 da CF (descumprimento da função social do imóvel). Esgotado os critérios da Regra Matriz de incidência tributária, não se pode deixar de falar de uma importante característica que apresenta o IPTU, que é o fato deste imposto poder ser progressivo em razão da função social (art. 182,§ 4º, II CF) e em razão do valor do imóvel (art. 156, § 1º, I CF). Dizer que o IPTU é progressivo é mesmo que dizer que, o imposto aumenta de acordo com o aumento da base de cálculo. Ora se a base de cálculo do IPTU é o valor venal do imóvel e se um imóvel hipotético passa a ter devida valorização por se encontrar agora em área privilegiada, deve a partir de então, o contribuinte passar a pagar um valor maior de IPTU sobre imóvel, assim ainda estará exercendo o princípio da seletividade (Em miúdos: “Quem pode pagar mais, pague mais!”). Antes da Emenda Constitucional de n° 29 de 2000 só era permitido uma hipótese de progressividade da alíquota de IPTU, que era a em razão do tempo Instituto Tributário de Ensino a Distância ___________________________________________________________________ 4 ___________________________________________________________________________ www.intra-ead.com.br (art. 182 da CF). Atualmente nosso ordenamento jurídico prevê dois modos do IPTU ser progressivo. Temos a progressividade nos termos do art. 182 da CF, que é da função social da propriedade e o do art. 156 da CF, que é pelo valor do imóvel. A progressividade do art. 182 foi um modo que o Estado encontrou de obrigar aos particulares a exercerem a sua propriedade/posse respeitando a função social do imóvel, assim obriga o particular a estabelecer construção em terreno “abandonado”. O segundo modo de progressividade do IPTU, àquele previsto no art. 156, só pode ser cobrado a partir da Emenda Constitucional de 29, tendo inclusive o Supremo já se pronunciado quanto a este assunto, vejamos: “Súm. 668 – é inconstitucional a lei que prevê a progressividade antes da EC29.” Esta progressividade está intimamente ligada à valorização do imóvel, mesmo que o município não tenha contribuído para tal. Devo mencionar que somente 3(três) tributos tem este caráter de progressividade, que são o IPTU, o ITR e o IR. Por fim, devo destacar que o IPTU, via de regra, deve respeitar todos os princípios gerais do Direito Tributário, exceto quando houver majoração da base de cálculo momento em que o princípio da anterioridade da noventena será desrespeitado, devendo ser respeitado somente a anterioridade do exercício. Para ficar claro imagine que um dado município, hipoteticamente falando, majorou a sua base de cálculo no dia 20 de Dezembro do ano em exercício, passará a valer tal majoração a partir do dia primeiro do no seguinte, pois aqui nesse exemplo não se deve respeitar o princípio da noventena, respeitando somente o principio da anterioridade do exercício. Já se, a majoração fosse apenas da alíquota, por exemplo, esta majoração que aconteceu no dia 20 de dezembro teria que se respeitar o principio da noventena, ou seja, conta-se mais 90 dias para frente do dia 20/12 e ainda se respeita o princípio da anterioridade do exercício. 3. O Imposto Territorial Rural A partir da Constituição de 1891 a cobrança do imposto incidente sobre a propriedade territorial rural pertencia aos Estados ou aos Municípios, variando a competência de acordo com a Constituição vigente. Após a Emenda constitucional n°18/1965, ainda sob a essência da Constituição de 1946, transferiu-se a competência da instituição de tal imposto para a União. Desde então o Imposto territorial rural é de competência da União e deverá ser instituído por lei ordinária. Tem previsão Constitucional no art. 153. O ITR tem função extrafiscal, servindo como instrumento de política agrária do Governo, onerando mais pesadamente os latifúndios improdutivos, e permitindo melhor aproveitamento e ocupação da terra. Seu Fato Gerador é a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil (art.1228 do CódigoCivil – direitos usar, gozar, dispor e reaver), localizado fora da zona urbana do Município. Não se podendo esquecer da exceção prevista no art. 15 do decreto-lei 5766, já mencionado lá no tópico sobre IPTU. O domicilio tributário do contribuinte é o município de localização do imóvel rural. Sendo sua Base de cálculo o valor fundiário do imóvel, isto é, o valor da terra nua, sem incluir qualquer benfeitoria, calculado como a diferença entre o valor total do imóvel e seu valor venal, de mercado. As Alíquotas são progressivas e serão fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas, aumentando em função do tamanho da propriedade e à medida que diminui a proporção entre área utilizada e área total. O critério normalmente utilizado para determinar a produtividade da terra é a análise do seu grau de utilização. Este imposto tem uma imunidade específica que está prevista no art. 153, §4°, II da CF/88, que é da não incidência do imposto sobre pequenas glebas rurais. Esta imunidade tem caráter social e visa estimular a exploração de pequenas Instituto Tributário de Ensino a Distância ___________________________________________________________________ 5 ___________________________________________________________________________ www.intra-ead.com.br glebas rurais, devendo estas terras além da condição de pequenas glebas, ser de exploração efetiva pelo próprio proprietário e ainda não ter como sua propriedade nenhum outro imóvel urbano ou rural. A Lei n° 9393/96 define como pequenas glebas rurais as propriedades localizadas na Amazônia Ocidental com até 100 hectares, as localizadas em Município incluído no Polígono da Seca ou na Amazônia Oriental com até 50 hectares e as localizadas em qualquer outro Município com até 30 hectares. Ao contrário do IPTU, que é lançado pelas prefeituras, cabe ao proprietário rural lançar o valor de sua propriedade no ITR, ou seja, ele paga em cima daquilo que declara - o formulário preenchido é semelhante ao imposto de renda. Caberia ao Poder Executivo verificar se a declaração é verdadeira ou não. Este imposto segue o princípio da anterioridade. Seu lançamento é feito mediante declaração do contribuinte e logo após homologado pelo poder público, cabendo ao proprietário rural declarar o valor de sua propriedade no ITR, ou seja, ele paga em cima daquilo que preenche em um formulário específico, cabendo ao Poder Executivo verificar se a declaração é verdadeira ou não. Essa declaração, entretanto, só se faz necessária uma única vez, no ato do primeiro lançamento do imposto sobre o imóvel, nos anos seguintes o lançamento é feito de ofício com base nos dados anteriormente apresentados. Segundo o artigo 153, §4°, III tal imposto pode ser fiscalizado e arrecadado pelos Municípios, desde que haja convênio com a União. Trata-se de uma inovação contemplada pela Emenda Constitucional de n° 42/2003, vindo a autorizar os Municípios que possuírem estrutura administrativa para exercer a fiscalização e a cobrança do imposto, que assim o façam, em contrapartida serão os Municípios beneficiados com o produto da arrecadação. Nesse sentido estabelece o art. 158, II da Constituição Federal, vejamos: “Art. 158. Pertencem aos Municípios: (...) II - cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se refere o art. 153, § 4º, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003.” Assim, entende-se que se o município tiver convênio com a União 100% (cem porcento) da arrecadação ficará com o Município. Se não houver convênio 50% da arrecadação é destinada para o Município e os outros 50% para a União. É importante dizer que, o que a União transfere para o Município é a sua Capacidade Ativa Tributária e não sua Competência Tributária, pois esta é indelegável. Entenda que, competência tributária é a competência que tem o sujeito de criar e majorar tributos; e capacidade ativa tributária é a capacidade que se tem de arrecadar, fiscalizar e executar o crédito tributário, podendo esta ser delegada, segundo o art. 7° do Código Tributário Nacional. 4. Imposto sobre a propriedade de veículos automotores – IPVA O imposto incidente sobre a propriedade de veículos automotes foi introduzido no ordenamento jurídico pátrio pela Emenda Constitucional de n° 27/85, ainda na vigência da Constituição anterior, sendo mantida pela nossa atual Constituição Federal de 1988. Tem função predominantemente fiscal; tem, todavia, observa-se a função extrafiscal, quando discrimina, por exemplo, em função do combustível utilizado. Esse imposto pode ser criado por lei ordinária. Trata-se de Imposto de competência estadual e distrital, que poderá ser exigido em 1.º de janeiro de cada exercício. Tal imposto tem como fato gerador a propriedade de veículo automotor, sendo devido, o seu pagamento, no local do registro do veículo. Todavia, na realidade ocorre o fato gerador no momento da aquisição do bem Instituto Tributário de Ensino a Distância ___________________________________________________________________ 6 ___________________________________________________________________________ www.intra-ead.com.br móvel, veículo automotor, ou da data do desembaraço aduaneiro. Em regra ocorre o fato/ato estabelecido na norma para veículos automotores antigos, por ficção jurídica, em 1.º de janeiro de cada ano. No inicio, a definição de veiculo automotor foi motivo de inúmeros debates na doutrina e na jurisprudência, existindo, inclusive, julgados do Supremo Tribunal Federal considerando inconstitucional a exigência do tributo sobre embarcações e aeronaves, sob argumento de que o conceito de veículo automotor é limitado a veículos terrestres. Assim conclui-se que Sujeito Ativo do imposto serão os Estados e Distrito Federal. E o Sujeito Passivo, será todo o Proprietário de veículo automotor de qualquer espécie, não se aplicando às aeronaves. Presume-se proprietário como sendo tal pessoa em cujo nome o veículo esteja licenciado pela repartição competente. Tem como Base de Cálculo é o valor venal do veículo ou preço do mercado, ao qual se chega indiretamente, pelo ano de fabricação, marca modelo do veículo e tipo de combustível utilizado. Quanto às alíquotas, estas serão estabelecidas em lei ordinária estadual. Não há limite máximo para estas alíquotas, no entanto, o Senado Federal, por meio de Resolução, estabelecerá as alíquotas mínimas, nos termos do Art. 155, §6.º, I da CF. As alíquotas, em regra, são fixas, por assim dizer, já que não são indicados em porcentagem, pelo menos em alguns Estados, mas em valor determinado, em referência ao ano de fabricação. Ainda sobre o IPVA, reza o art. 155,§ 6° da Constituição Federal que tal imposto poderá ter alíquotas diferenciadas em razão do tipo e da utilização do veículo. Importante comentar que esta diferenciação de alíquotas para a cobrança do IPVA não se confunde com a aplicação da progressividade existente lá no IPTU, ITR e IR. Este tipo de entendimento é repudiado pela doutrina majoritária e pela jurisprudência do Supremo Tribunal Federal nos impostos que chamamos de impostos reais. O lançamento do IPVA será de ofício. Há um grande questionamento doutrinário acerca do fato de ser o lançamento deste imposto de ofício ou por homologação. Lançamento por homologação é aquele no qual a lei atribui ao contribuinte o dever de antecipar o pagamento do tributo que lhe é devido, sem que haja sequer prévio exame da Administração Tributária, e a administraçãonão encontrando qualquer divergência ao comparar o valor pago, com as informações que tem em seu cadastro de contribuintes, procederá à administração com a homologação, reafirmação do tributo. Por sua vez, lançamento de ofício ocorre quando a própria autoridade administrativa tributária é quem determina o valor do imposto a ser pago, utilizando-se das informações que constam em seu banco de dados. Segundo entendimento do STJ prevalece o entendimento de que, é de ofício o lançamento do IPVA. Entre os doutrinadores mais renomados, tais como Ricardo Alexandre, Hugo de Brito Machado, Sacha Calmon e Luiz Emygdio F. Da Rosa Jr. entende-se que o lançamento é de ofício. Já Eduardo Sabbag adota o entendimento contrário. Sobre as repartições das receitas tributárias, no que é de competência do IPVA, estabelece o artigo 158, III o seguinte: “Art. 158 - Pertencem aos Municípios: (...) “III - cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em seus territórios; (Alterado pela EC 42 de 2003)” Este artigo visa compensar os Municípios pelos investimentos necessários e custos decorrentes da fruição do exercício da propriedade dos veículos que circulam nas suas ruas, além de, à evidência, reforçar seus cofres. Em resumo, os Estados têm a competência tributária para instituir o IPVA, porém, devem repartir o produto da arrecadação com os Municípios. Instituto Tributário de Ensino a Distância ___________________________________________________________________ 7 ___________________________________________________________________________ www.intra-ead.com.br Tendo esta ação destinação orçamentária, tendo em vista a vedação do artigo 167, IV da Constituição Federal. 5. Das Imunidades e isenções A Imunidade Tributária está disciplinada expressamente na nossa CF/88, é uma hipótese de não incidência tributária constitucionalmente qualificada, ou seja, prevista na Constituição, limitando os poderes das pessoas políticas de tributar, sendo vista por alguns estudiosos do direito tributário até como um princípio basilar desta disciplina. Serão imunes os templos de qualquer culto; sedes de partidos políticos, inclusive suas fundações; das entidades sindicais dos trabalhadores; das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos; os imóveis de propriedade da União, DF, Estado e Município. (art. 150, VI da CF) A isenção é a dispensa de se pagar o tributo, por força de lei ordinária, é hipótese de não- incidência legalmente qualificada. Bem, estamos tratando de impostos de competência de âmbito municipal, estadual e distrital, assim cada ente federado deve estabelecer as suas isenções e seu trâmite legal de como obté-lo. Instituto Tributário de Ensino a Distância ___________________________________________________________________ 8 ___________________________________________________________________________ www.intra-ead.com.br IMPOSTOS SOBRE A PROPRIEDADE (IPTU, ITR E IPVA) AVALIAÇÃO Atenção! Ao realizar avaliação, se faz necessário o preenchimento do gabarito em nossa página para que possamos avaliar seu rendimento. Para emitir o certificado, o usuário precisa obter pontuação igual ou superior a 6,00 na avaliação e pagar a taxa de administração no valor de R$ 30,00. Clique no link abaixo e siga as instruções. http://www.intra-ead.com.br/conta-do-usuario.php Clique no botão Entrar na área do usuário, digite seu e-mail e senha. Uma vez logado clique no botão Minha Conta, depois na aba Inscrições e, por fim, clique no ícone . 1) Em nosso sistema tributário, a progressividade das alíquotas somente existirá nos seguintes impostos: a) IR, IPTU e ITR b) IR, IPI e ICMS c) ITBI d) IR, ITCMD e ITBI 2) A União resolveu instituir no município X uma Delegacia da Receita Federal. O município não poderá cobrar o IPTU sobre o imóvel de propriedade da União, no qual será instalada, em face da Constituição Federal estabelecer a: a) Não incidência legal; b) Capacidade contributiva; c) Isenção tributária; d) Imunidade tributária. 3) A respeito do imposto sobre propriedade predial e territorial urbana, pode-se afirmar: I. Poderá ser progressivo em razão do valor do imóvel. II. Terá alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel. III. Não poderá ser progressivo, nos termos de lei municipal, de forma a assegurar o cumprimento da função social da propriedade. Assinale a alternativa correta: a) I, II e III - verdadeiros. b) I, II e III - falsos. c) I - verdadeiro, II - verdadeiro e III – falso. d) I - falso, II - falso e III – verdadeiro. 4) No que diz respeito ao imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA), assinale a opção correta consoante a CF e a jurisprudência. a) É legítima a cobrança do IPVA tendo como base de cálculo o valor venal de aeronaves; b) É de competência do Município a instituição e cobrança do IPVA dos veículos automotores registrados em sua circunscrição; c) É de competência do Estado a instituição e cobrança do IPVA dos veículos automotores registrados em sua circunscrição; d) Dada a inexistência de restrição constitucional à incidência de IPVA sobre os automóveis, é legítima a incidência desse imposto sobre as embarcações e aeronaves regularmente registradas no ente político instituidor da exação, porquanto ambas são movidas por propulsão própria. Instituto Tributário de Ensino a Distância ___________________________________________________________________ 9 ___________________________________________________________________________ www.intra-ead.com.br 5) A expiração do prazo legal para lançamento de um tributo, sem que a autoridade administrativa fiscal competente tenha constituído, caracteriza hipótese de: a) Remissão b) Transação c) Prescrição d) Decadência 6) Compete aos Estados instituir impostos: a) Sobre a transmissão de bens imóveis por ato entre vivos, por título oneroso; b) Sobre propriedade territorial rural; c) Sobre a propriedade territorial urbana; d) Sobre a propriedade de veículos automotores. 7) Assinale a opção correta. a) É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar imposto sobre o patrimônio, a renda ou os serviços uns dos outros; Atende plenamente ao princípio da anterioridade a majoração de um imposto no dia 2 de dezembro de um ano, para ser no primeiro dia útil do exercício seguinte; b) Tanto o IPTU, como o ITR são lançados por homologação; c) O IPVA jamais poderá ter alíquotas diferentes para carros de modelos e marcas diferentes, bem como levar em conta sua utilização (de passeio, coletivo), pois assim estaria ferindo o princípio da igualdade estabelecido no art. 5° da Constituição Federal. 8) São respectivamente impostos de competência da União, Estados e Municípios: a) IPTU, ISS e ITBI; b) IR, IOF e IPI; c) IR, IPVA e IPTU; d) ITR, IPVA e II; 9) Sobre a Repartição de Receitas Tributárias, marque a incorreta: a) Pertencem aos Municípios cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis neles situados; b) Pertencem aos Municípios cinqüenta por cento do produto da arrecadaçãodo imposto do Estado sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em seus territórios; c) Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a União instituir no exercício de sua competência residual; d) Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal vinte por cento do produto da arrecadação do imposto predial territorial urbano nos limites das circunscrição dos Estado e do Distrito Federal. 10) Tendo como referência os impostos sobre propriedade privada, marque V(verdadeiro) ou F (falso) para as assertivas que se segue e depois marque a sequência correta: I. Existe perante o nosso ordenamento jurídico uma premissa que assegura o fato do Interesse do Estado prevalecer sob o dos particulares, principio conhecido como supremacia do interesse público. II. O IPTU é imposto de competência municipal e do Distrito Federal e será lançado de ofício pelo ente federado competente. III. Cabe para o IPTU a progressividade das alíquotas, mas somente no caso de não Instituto Tributário de Ensino a Distância ___________________________________________________________________ 10 ___________________________________________________________________________ www.intra-ead.com.br cumprimento da função social do bem imóvel; IV. O ITR tem função extrafiscal, servindo como instrumento de política agrária do Governo, onerando mais pesadamente os latifúndios improdutivos, e permitindo melhor aproveitamento e ocupação da terra. V. A base de cálculo do ITR é o valor venal do bem imóvel, incluindo todas as benfeitorias que estivem naquela terra; VI. O IPVA pode ser progressivo em razão da utilidade do veiculo automotor; VII. O lançamento do IPVA será de ofício. a) Verdadeiro, verdadeiro, verdadeiro, verdadeiro, verdadeiro, falso, verdadeiro; b) Verdadeiro, verdadeiro, verdadeiro, verdadeiro, falso, verdadeiro, falso; c) Verdadeiro, verdadeiro, falso, falso, verdadeiro, falso, verdadeiro; d) Verdadeiro, verdadeiro, falso, verdadeiro falso, falso, verdadeiro; Instituto Tributário de Ensino a Distância ___________________________________________________________________ 11 ___________________________________________________________________________ www.intra-ead.com.br REFERÊNCIAS 1- MACHADO, Costa. Código Tributário Nacional Interpretado - artigo por artigo, parágrafo por parágrafo. São Paulo. Manole, 2010. 2- ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado.6ª Ed. Método, 2012. 3- Machado, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 31ª Ed. Malheiros, 2010. 4- SABBAG, Eduardo. Disponível em:<http://www.professorsabbag.com. br/index.php> Acesso em 15 de novembro de 2012. 5- Acesso ao site <http://www.essaseoutras.xpg.com.br/c omo-fazer-bibliografia-pelas-normas- abnt-dicas-e-exemplos-simples/> Em 07 de novembro de 2012.
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