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Direito Civil – Obrigações 1 01 - OBRIGAÇÕES ..................................................................................................................................5 Noções iniciais – Direitos pessoais e direitos reais ...............................................................................5 Distinções entre direitos reais e creditícios:.......................................................................................5 Categorias mistas (híbridas):.............................................................................................................6 Obrigações propter rem .................................................................................................................6 Conceitos e elementos .........................................................................................................................6 Elementos constitutivos das obrigações ...............................................................................................6 02 - FONTES DAS OBRIGAÇÕES..........................................................................................................8 Fontes das obrigações..........................................................................................................................8 03 - CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES.............................................................................................9 OBRIGAÇÃO CIVIL E EMPRESARIAL...............................................................................................10 OBRIGAÇÃO MORAL ........................................................................................................................10 OBRIGAÇÃO NATURAL.....................................................................................................................10 04 - OBRIGAÇÃO DE DAR ....................................................................................................................12 Generalidades ....................................................................................................................................12 Conceituação......................................................................................................................................12 Divisão das obrigações de dar............................................................................................................12 Obrigação de dar coisa certa .............................................................................................................13 Generalidades.................................................................................................................................14 Perda ou deterioração da coisa.......................................................................................................14 Cômodos.........................................................................................................................................15 Obrigação de dar a coisa incerta ........................................................................................................15 Generalidades.................................................................................................................................15 Competência para escolha e seleção da coisa - CC. Art. 244. .......................................................16 Efeitos da concentração - CC. Art. 245 ..........................................................................................16 Obrigação de solver dívida em dinheiro ..............................................................................................17 05- OBRIGAÇÃO DE FAZER.................................................................................................................18 Obrigação de fazer .............................................................................................................................18 Generalidades.................................................................................................................................18 Diferenças entre a obrigação de dar e fazer....................................................................................18 Espécies de obrigações de fazer....................................................................................................19 Conseqüências do descumprimento das obrigações.......................................................................19 06 - OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER (AD NON FACIENDUM) ................................................................21 Generalidades ....................................................................................................................................21 Inadimplemento das obrigações de não fazer.....................................................................................21 07 - OBRIGAÇÕES LÍQUIDAS E ILÍQUIDAS.........................................................................................22 Obrigações líquidas ............................................................................................................................22 Obrigações ilíquidas ...........................................................................................................................22 Diferença entre ilíquida e de dar a coisa incerta .................................................................................23 Efeitos da obrigação ilíquida ...............................................................................................................23 08- OBRIGAÇÕES SIMPLES E CUMULATIVA......................................................................................24 Obrigações simples ............................................................................................................................24 Obrigação cumulativa .........................................................................................................................24 09 - OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS (DISJUNTIVAS) .........................................................................25 Generalidades ....................................................................................................................................25 Concentração do débito na obrigação alternativa ...............................................................................25 Conseqüência da inexeqüibilidade das prestações.............................................................................27 10 - OBRIGAÇÃO FACULTATIVA (OBRIGAÇÃO COM FACULDADE ALTERNATIVA) ........................29 11 - OBRIGAÇÃO MOMENTÂNEA E CONTINUADA.............................................................................30 Obrigação momentânea ou instantânea .............................................................................................30 Obrigação de execução continuada ou periódica................................................................................30 12 - OBRIGAÇÕES CONDICIONAIS .....................................................................................................32 Introdução...........................................................................................................................................32 Definição.............................................................................................................................................32 Efeitos.................................................................................................................................................32 13 - OBRIGAÇÃO MODAL.....................................................................................................................36 Generalidades ....................................................................................................................................36 Direito Civil – Obrigações 2 Conseqüênciasjurídicas .....................................................................................................................36 14 - OBRIGAÇÃO A TERMO .................................................................................................................37 Exigibilidade da obrigação a termo .....................................................................................................37 15 - OBRIGAÇÃO DIVISÍVEL E INDIVISÍVEL........................................................................................38 Introdução...........................................................................................................................................38 Indivisibilidade difere de solidariedade ............................................................................................38 Conceito de obrigação indivisível e divisível .......................................................................................38 A divisibilidade e indivisibilidade nas demais modalidades de obrigação ............................................39 Efeito da indivisibilidade da prestação ................................................................................................40 Perda da qualidade de indivisibilidade - CC. Art. 263.........................................................................42 16 - OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS..........................................................................................................43 Generalidades ....................................................................................................................................43 Caracteres da solidariedade ...............................................................................................................43 Espécies de obrigação solidária..........................................................................................................43 Normas comuns a solidariedade.........................................................................................................43 Distinção entre solidariedade e indivisibilidade ...................................................................................44 Vantagens da solidariedade................................................................................................................45 Fontes da solidariedade......................................................................................................................45 Solidariedade ativa .............................................................................................................................45 Generalidades.................................................................................................................................45 Efeitos .............................................................................................................................................45 Solidariedade passiva.........................................................................................................................47 Generalidades.................................................................................................................................47 Conseqüências................................................................................................................................48 Solidariedade recíproca ou mista........................................................................................................51 Extinção da solidariedade...................................................................................................................51 17 - OBRIGAÇÃO DE MEIO...................................................................................................................52 18 – OBRIGAÇÃO DE RESULTADO .....................................................................................................52 19 – OBRIGAÇÃO DE GARANTIA.........................................................................................................52 20 – OBRIGAÇÕES PRINCIPAIS E ACESSÓRIAS ...............................................................................53 Efeitos jurídicos ..................................................................................................................................53 21 - DOS EFEITOS DAS OBRIGAÇÕES ...............................................................................................55 Considerações gerais .........................................................................................................................55 22 - MODOS DE EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES.................................................................................56 Generalidades ....................................................................................................................................56 23 - DO PAGAMENTO...........................................................................................................................57 Generalidades ....................................................................................................................................57 Requisitos essenciais ao exato cumprimento da obrigação ................................................................57 Satisfação exata do objeto da prestação.........................................................................................57 Presença da pessoa que paga - SOLVENS ..................................................................................58 Pessoa que recebe ACCIPIENS .....................................................................................................59 Tempo do pagamento.........................................................................................................................61 Convencionado o termo ..................................................................................................................61 Não ajustado o termo de vencimento..................................................................................................62 Vencimento das obrigações condicionais ........................................................................................62 Lugar de pagamento...........................................................................................................................62 Do pagamento e sua prova.................................................................................................................63 Requisitos da quitação ....................................................................................................................63 Do pagamento indevido ......................................................................................................................65 Introdução .......................................................................................................................................65 Requisitos para caracterização do pagamento indevido..................................................................65 Repetição do pagamento ................................................................................................................66 Casos excludentes da restituição do indébito..................................................................................67 24 - DO PAGAMENTO INDIRETO .........................................................................................................68 Generalidades.................................................................................................................................68 25 - DO PAGAMENTO POR CONSIGNAÇÃO.......................................................................................69 Conceito .............................................................................................................................................69 Direito Civil – Obrigações3 Casos legais em que se justifica a consignação – art. 335 do CC .....................................................69 Requisitos da consignação .................................................................................................................70 Levantamento do depósito..................................................................................................................71 Processo de consignação...................................................................................................................72 Efeitos do depósito judicial..................................................................................................................72 26 – PAGAMENTO POR SUB-ROGAÇÃO ............................................................................................73 CONCEITO.........................................................................................................................................73 NATUREZA JURÍDICA .......................................................................................................................73 MODALIDADES DE SUB-ROGAÇÃO PESSOAL...............................................................................74 EFEITOS ............................................................................................................................................76 27 - IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO .....................................................................................................77 DEFINIÇÃO ........................................................................................................................................77 REQUISITOS......................................................................................................................................77 ESPÉCIES..........................................................................................................................................78 EFEITO...............................................................................................................................................79 28 - DAÇÃO EM PAGAMENTO .............................................................................................................80 CONCEITO, OBJETO A NATUREZA JURÍDICA ................................................................................80 Requisitos...........................................................................................................................................81 Efeito ..................................................................................................................................................81 Nulidade .............................................................................................................................................82 29 - NOVAÇÃO ......................................................................................................................................83 Conceito .............................................................................................................................................83 Requisitos essenciais .........................................................................................................................83 Espécies .............................................................................................................................................84 Efeitos.................................................................................................................................................85 Efeitos da novação quanto à obrigação extinta ...............................................................................85 Efeitos da novação em relação à nova obrigação ...........................................................................86 30 - COMPENSAÇÃO ............................................................................................................................87 Conceito a natureza jurídica ...............................................................................................................87 Espécies .............................................................................................................................................87 Compensação legal ............................................................................................................................87 Requisitos...........................................................................................................................................88 Compensação convencional ...............................................................................................................90 Compensação judicial.........................................................................................................................90 31 - TRANSAÇÃO.................................................................................................................................91 Definição e elementos constitutivos ....................................................................................................91 Caracteres ..........................................................................................................................................92 Modalidades e formas de transação ...................................................................................................92 Objeto.................................................................................................................................................93 Natureza jurídica.................................................................................................................................93 Nulidade .............................................................................................................................................93 Efeitos.................................................................................................................................................94 32 - COMPROMISSO.............................................................................................................................96 Conceito a natureza jurídica ...............................................................................................................96 Espécies .............................................................................................................................................96 Pressupostos subjetivos a objetivos ...................................................................................................97 Compromisso a institutos afins ...........................................................................................................98 Efeitos do compromisso......................................................................................................................99 Nulidade do laudo arbitral ...................................................................................................................99 Extinção do compromisso.................................................................................................................100 33 - CONFUSÃO..................................................................................................................................101 Conceito a requisitos ........................................................................................................................101 Espécies ...........................................................................................................................................102 Efeitos...............................................................................................................................................102 Extinção............................................................................................................................................10234 - REMISSÃO DAS DÍVIDAS............................................................................................................103 Conceito a natureza jurídica .............................................................................................................103 Direito Civil – Obrigações 4 Modalidades .....................................................................................................................................103 Casos de remissão presumida..........................................................................................................104 Efeitos...............................................................................................................................................104 35 - EXTINÇÃO DA RELAÇÃO OBRIGACIONAL SEM PAGAMENTO ................................................106 Generalidades ..................................................................................................................................106 Prescrição.........................................................................................................................................106 Impossibilidade de execução sem culpa do devedor ........................................................................106 Noções gerais ...............................................................................................................................106 Caso fortuito a força maior ............................................................................................................106 Efeitos da inexecução da obrigação por fato inimputável ao devedor...........................................107 Advento de condição resolutiva ou de termo extintivo ...................................................................108 36 - Execução forçada por intermédio do Poder Judiciário ...................................................................109 Conseqüências da inexecução das obrigações por fato imputável ao devedor.................................111 Inadimplemento voluntário ............................................................................................................111 Fundamento da responsabilidade contratual do inadimplente...........................................................111 37 - MORA ...........................................................................................................................................113 Conceito a espécies de mora............................................................................................................113 Mora do devedor...............................................................................................................................113 Noção e modalidades....................................................................................................................113 Requisitos .....................................................................................................................................113 Efeitos jurídicos .............................................................................................................................114 Mora do credor .................................................................................................................................114 Conceito a pressupostos ...............................................................................................................115 Conseqüências jurídicas ...............................................................................................................116 Mora de ambos os contratantes........................................................................................................116 Juros moratórios ...............................................................................................................................117 Conceito a classificação dos juros.................................................................................................117 Juros moratórios............................................................................................................................117 Extensão dos juros moratórios ......................................................................................................118 Momento da fluência dos juros de mora........................................................................................118 Purgação da mora ............................................................................................................................118 Cessação da mora............................................................................................................................119 39 - CLÁUSULA PENAL.......................................................................................................................120 Conceito a funções ...........................................................................................................................120 Caracteres ........................................................................................................................................120 Modalidades .....................................................................................................................................122 Requisitos para sua exigibilidade......................................................................................................122 Paralelo com institutos afins .............................................................................................................123 Efeitos...............................................................................................................................................124 40 - CESSÃO .......................................................................................................................................126 Conceito de cessão ..........................................................................................................................126 Espécies de cessão..........................................................................................................................126 Cessão de crédito.............................................................................................................................126 Cessão de crédito a institutos similares ............................................................................................127 Requisitos.........................................................................................................................................127 Efeitos...............................................................................................................................................129 Cessão de débito..............................................................................................................................130 Conceito a pressupostos ...............................................................................................................131 Modos de realização .....................................................................................................................131 Efeitos ...........................................................................................................................................132 Cessão de contrato...........................................................................................................................132 Conceito........................................................................................................................................132 Requisitos .....................................................................................................................................133 Efeitos ...........................................................................................................................................133Direito Civil – Obrigações 5 01 - OBRIGAÇÕES Noções iniciais – Direitos pessoais e direitos reais O direito das obrigações consiste num complexo de normas que regem as relações jurídicas de ordem patrimonial, que têm por objeto prestações de um sujeito para outro. (Clóvis Bevilaqua). Os direitos patrimoniais consistem no conjunto de bens, direitos e obrigações de uma pessoa natural ou jurídica, sendo suscetíveis de estimação pecuniária, dividindo-se em pessoais e reais. Desta forma, os direito das obrigações trata dos direitos pessoais, vínculo jurídico entre sujeito ativo (credor) e sujeito passivo (devedor), em razão do qual o aquele pode exigir deste uma prestação. Assim, podemos afirmar que os direitos de crédito são: Direitos Relativos: pois dirigem-se a pessoas determinadas (não erga omnes), pois a prestação só pode ser dirigida ao devedor. Direitos a uma prestação positiva ou negativa: exigem certo comportamento do devedor - que reconhecerem o direito do credor de reclamá-la. Distinções entre direitos reais e creditícios: • Quanto aos sujeitos: o Pessoais: dualidade de sujeitos – ativo e passivo; o Reais: só um sujeito (relação homem e coisa). • Quanto a ação: o Pessoais: atribuem a seu titular uma ação pessoal dirigida somente a um indivíduo; o Reais: conferem a seu titular uma ação contra quem indistintamente detiver a coisa; • Quanto ao limite: o Pessoais: ilimitado – autonomia da vontade – permite criação de novas figuras contratuais; o Reais: não pode ser objeto de livre convenção – numerus clausus – tipos impostos. • Quanto ao modo de gozar os direitos: o Pessoais: exige sempre um intermediário o obrigado a prestação o Reais: supõe exercício direto pelo titular do direito sobre a coisa. • Quanto a extinção: o Pessoais: extingue-se pela inércia do sujeito; o Reais: conserva-se até que se constitua uma situação contrária em proveito de outro titular. • Quanto a seqüela: o Pessoais: consiste no poder de exigir certa prestação que deve ser realizada por determinada pessoa, não vinculando terceiros. o Reais: segue o seu objeto onde quer que se encontre. • Quanto ao abandono: o Pessoais: não é possível; o Reais: possível o abandono quando o titular não quer arcar com o ônus. • Quanto ao usucapião: Direito Civil – Obrigações 6 o Pessoais: não é possível; o Reais: um dos modos aquisitivos; • Quanto a posse: o possível nos direitos reais – exteriorização do domínio. Categorias mistas (híbridas): Certas situações requerem a reunião de direitos obrigacionais e reais em uma só obrigação. Obrigações propter rem A obrigação propter rem passa a existir quando o titular do direito real é obrigado, devido a sua condição, a satisfazer certa prestação. É uma obrigação entre o direito real e o pessoal , pois só existe em razão da detenção ou propriedade da coisa. Nessas obrigações o devedor é determinado de acordo com sua relação em face de uma coisa (provém sempre de um direito real). Caracteres: • Vinculação a um direito real – coisa possuída; • Possibilidade de exoneração pelo abandono da coisa; • Transmissibilidade por meio de negócios jurídicos; Conceitos e elementos “A obrigação é um vínculo jurídico pelo qual somos compelidos pela necessidade de pagar a alguém qualquer coisa, segundo os direitos de nossa cidade” (Institutas). “A obrigação é a relação jurídica , de caráter transitório, estabelecida entre devedor e credor cujo objeto consiste numa prestação pessoal econômica, positiva ou negativa, devida pelo primeiro ao segundo, garantindo-lhe o adimplemento, o patrimônio do devedor” (Washington Monteiro de Barros). OBRIGAÇÃO: vínculo de direito pelo qual alguém - sujeito passivo - se propõe a dar, fazer, não fazer qualquer coisa - objeto - em favor de outrem - sujeito ativo. Essa definição contém os elementos fundamentais das obrigações. Elementos constitutivos das obrigações 1- VÍNCULO JURÍDICO : sujeita o devedor à realização de um ato positivo ou negativo no interesse do credor. É jurídico pois, é acompanhado de sanção. Teorias: • Monista: obrigação uma só relação jurídica vinculando credor e devedor, cujo objeto é a prestação; • Dualista: a relação obrigacional contém dois vínculos: um atinente ao deve do sujeito passivo de satisfazer a prestação em benefício do credor (debitum) e outro relativo a autorização dada pela lei ao credor que não for satisfeito, de acionar o devedor , alcançando seu patrimônio (obligatio). Essa teoria valoriza o obligatio esquecendo que o adimplemento da obrigação é regra , e seu descumprimento exceção. Para essa teoria, em regra, os dois elementos estão reunidos numa mesma pessoa, pois o devedor deve e responde pelo adimplemento da prestação. • Eclética: os dois elementos debitum e obligatio são essenciais – reúnem-se e se completam. Direito Civil – Obrigações 7 2- PESSOAL - PARTES NA RELAÇÃO OBRIGACIONAL : duas partes determinadas ou determináveis, um sujeito ativo - credor - e um sujeito passivo - devedor . Importante a presença dos dois sujeitos na relação obrigacional, permitida a mudança subjetiva.. • Sujeito ativo - credor - tem a expectativa de obter do devedor o desempenho da obrigação. Pode ser único ou coletivo. Não precisa ser individuado ou determinado; basta que seja determinável, identificando-se no momento do adimplemento da obrigação. Tem o direito de exigir o cumprimento da prestação. • Sujeito passivo: cumpre-se o dever de colaborar com o credor fornecendo a prestação devida; limita-se o devedor a dar, fazer ou não fazer alguma coisa, que adveio de sua vontade, ato ilícito ou imposição legal. Está o devedor vinculado legalmente, na hipótese de inadimplemento pode o credor recolher judicialmente. Pode ser único ou plural. Se houver mais de um devedor , a prestação devida consistira quer em uma fração do objeto, quer na totalidade , nesse último caso, uma vez paga, competirá ao que a cumpriu direito regressivo em relação aos co-devedores quanto a parte proporcional que lhe cabe. 3 – MATERIAL - OBJETO DA PRESTAÇÃO: ato humano positivo ou negativo: dar, fazer ou não fazer alguma coisa. Credor só dispõe de direito a prestação e não sobre o bem devido . Para que a prestação seja cumprida pelo devedor é preciso que ela seja: • Lícita: conforme o direito, a moral bons costumes e à ordem pública, sob pena de nulidade da relação obrigacional (CC. Arts. 104 e 166 I e II); Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz; II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei. Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito; IV - não revestir a forma prescrita em lei; V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade; VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa; VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção. • Possível: física e juridicamente, ou seja, não deve contrariar as leis da natureza (contrariar leis físico-naturais, superar as forças humanas ou ser irreal) e não ser proibida por lei. Deve a impossibilidade ser absoluta, se temporária e cessar antes do implemento da condição não será causa de nulidade da obrigação. Determinada ou determinável: sob pena de não haver obrigação válida. Quando houver perfeita individuação do objeto da prestação. Será determinável quando sua individuação for feita no momento de seu cumprimento, medianteos critérios estabelecidos, no contrato ou na lei, baseados em caracteres comuns a outros bens, seja pela indicação do gênero e da quantidade (obrigação genérica - CC art. 234). A passagem da indeterminação relativa para a determinação designa-se concentração da pessoa devida. Podem ser objeto de obrigação não só as prestações presentes, bem como, as futuras. (CC. arts. 458 e 459) Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir. Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente a si o risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante a todo o preço, desde que de sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à esperada. Parágrafo único - Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação não haverá, e o alienante restituirá o preço recebido. • Patrimonial: suscetível de apreciação econômica; Direito Civil – Obrigações 8 02 - FONTES DAS OBRIGAÇÕES Fontes das obrigações Fonte das obrigações são os fatos jurídicos que dão origem aos vínculos obrigacionais , em conformidade com as normas jurídicas 1 - FONTES IMEDIATAS (PRIMÁRIA) : • LEI: pois todos os vínculos obrigacionais são relações jurídicas; 2 - FONTES MEDIATAS - FATOS JURÍDICOS (lato sensu): • FATO NATURAL: ocorre sem intervenção da vontade humana; • VONTADE HUMANA: decorre do contrato - vontade conjugada - ou de corre de - ato unilateral da vontade - promessa de recompensa, título ao portador,etc.. Pode ser: o VOLUNTÁRIO: produz fatos querido pelo agente; � Ato jurídico: em sentido estrito: mera realização da vontade do agente � Negócios jurídicos: cria normas que regula os interesses entre as partes – autonomia privada. o INVOLUNTÁRIOS: conseqüência jurídica alheia a vontade do agente. ATO ILÍCITO: são as que se constituem através de uma ação ou omissão culposa ou dolosa do agente, causando dano à vítima. São diretas do comportamento humano infringente de um dever legal ou social. A LEI quando a obrigação advém diretamente da lei, independente de um comportamento humano. Direito Civil – Obrigações 9 03 - CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES 1) CONSIDERADAS EM SI MESMA: A) OBRIGAÇÕES DE MÚLTIPLOS OBJETOS (MODO DE EXECUÇÃO) PODEM SER : � CUMULATIVAS: várias prestações , todas devem ser cumpridas pelo devedor, podem ser de: dar ou fazer, ou dar e não fazer. � SIMPLES: só um credor, só um devedor, um só objeto � ALTERNATIVAS: objeto é mais de uma prestação , o devedor se libera se cumprir uma delas, apenas uma das prestações constitui o seu débito. � FACULTATIVA: a lei ou contrato permite o devedor exonerar-se do vinculo obrigacional mediante a entrega de outra prestação - a primeira era devida a segunda constitui faculdade concedida ao devedor de preferi-la para saldar seu débito. B) OBRIGAÇÕES QUANTO A MULTIPLICIDADE (PLURALIDADE) DE SUJEITOS: � DIVISÍVEL: reparte-se em obrigações autônomas ,tantas quantas forem as partes credoras ou devedoras; � INDIVISÍVEL: a lei resolve; � SOLIDÁRIAS : em virtude da lei ou vontade das partes, obrigações entre vários devedores e credores, que enfeixadas passam a constituir um único vínculo jurídico. C) QUANTO AO FIM: � DE MEIO: devedor promete evidar esforços para alcançar o resultado, cumpre a obrigação desde que a preste diligentemente e escrupulosamente o serviço prometido. � DE RESULTADO: promete um resultado, se não o cumpre é inadimplente, traz problemas no campo da responsabilidade civil. � DE GARANTIA. D) QUANTO AO TEMPO DE ADIMPLEMENTO: � MOMENTÂNEA OU INSTANTÂNEA; � EXECUÇÃO CONTINUADA OU PERIÓDICA. E) OBRIGAÇÕES QUANDO A FORMA (NATUREZA) DO OBJETO (PRESTAÇÃO): � DAR; � FAZER ; � NÃO FAZER. F) QUANTO A LIQUIDEZ DO OBJETO: � LÍQUIDAS ; � ILÍQUIDAS. G) QUANTO AOS ELEMENTOS ACIDENTAIS; � PURA; � CONDICIONAL; � MODAL; � A TERMO. H) QUANTO AO SEU VÍNCULO: � MORAL; � CIVIL; � NATURAL. I) RECIPROCAMENTE CONSIDERADAS: � OBRIGAÇÃO PRINCIPAL; � OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. Direito Civil – Obrigações 10 OBRIGAÇÃO CIVIL E EMPRESARIAL Na primeira há um vínculo jurídico que sujeita o devedor à realização de uma prestação positiva ou negativa no interesse do credor estabelecendo um liame jurídico entre os dois. A segunda diz respeito à atividade do empresário abrangendo não só atos de comércio, mas também as atividades industriais e de crédito. OBRIGAÇÃO MORAL Mero dever de consciência , cumprida apenas por questões de princípios , juridicamente é uma mera liberalidade. Não há como constranger o “devedor”no caso de inadimplemento. Amparada pela direito, após cumprida a liberalidade torna-se irrevogável – solutio retentio – de modo que aquele que “cumpriu” não pode reclamar restituição , alegando que não estava obrigado ao seu adimplemento. OBRIGAÇÃO NATURAL Na obrigações naturais é preciso apreciar o vínculo. Na obrigação civil o vínculo jurídico está provido de ação , tendente a efetivar a prestação do devedor, de modo que este está juridicamente vinculado a execução da prestação estabelecida, o credor quando o devedor não a cumprir tem o direito de reclamá-la judicialmente. Tem-se o vinculum solius aequitatis, sem obligatio, ou seja, há o credor o devedor e o objeto, mas não há ação, não tem o credor como compelir o devedor ao pagamento da prestação. Diferentemente da obrigação moral quando cumprida considera-se uma liberalidade, na obrigação natural considera-se o cumprimento da obrigação como pagamento válido, podendo ser retida pelo credor e não repetida pelo devedor. Apesar do credor não ter direito a ação creditória ele possui a soluti retentio, assim, o devedor não pode exercer a condictio indebiti. Assim a obrigação natural é aquela em que o credor não pode exigir do devedor uma certa prestação, embora, em caso de seu adimplemento voluntário ou espontâneo, possa retê-la a título de pagamento e não de liberalidade. Caracteres: � Não se trata de obrigação moral; � Acarreta inexigibilidade da prestação, daí ser também designada como obrigação juridicamente inexigível; � Cumprida espontaneamente por pessoa capaz, ter-se-á a validade do pagamento � Irretratabilidade de seu pagamento � Seus efeitos de previsão normativa; Efeitos: � Ausência do direito de ação do credor para exigir seu adimplemento; � Denegação do repetitio indebiti ao devedor que realizou; � Não é suscetível de novação, composição e compensação; � Não comporta fiança; � Não se aplica o regime prescrito no Código Civil para os vícios redibitórios; Nosso C. Civil não menciona a obrigação natural resvalando-a quando trata da: � irrepetibilidade da prestação paga – CC. Art. 882 e 883; Direito Civil – Obrigações 11 � da dívida de jogo e aposta – 814 e 815; � mútuo feito a menor sem autorização – 588 e 589. Art. 882. Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação judicialmente inexigível. Art. 883. Não terá direito à repetição aquele que deu alguma coisa para obter fim ilícito, imoral, ou proibido por lei. Parágrafo único - No caso deste artigo, o que se deu reverterá em favor de estabelecimento localde beneficência, a critério do juiz. Art. 814. As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a pagamento; mas não se pode recobrar a quantia, que voluntariamente se pagou, salvo se foi ganha por dolo, ou se o perdente é menor ou interdito. § 1º Estende-se esta disposição a qualquer contrato que encubra ou envolva reconhecimento, novação ou fiança de dívida de jogo; mas a nulidade resultante não pode ser oposta ao terceiro de boa-fé. § 2º O preceito contido neste artigo tem aplicação, ainda que se trate de jogo não proibido, só se excetuando os jogos e apostas legalmente permitidos. § 3º Excetuam-se, igualmente, os prêmios oferecidos ou prometidos para o vencedor em competição de natureza esportiva, intelectual ou artística, desde que os interessados se submetam às prescrições legais e regulamentares. Art. 815. Não se pode exigir reembolso do que se emprestou para jogo ou aposta, no ato de apostar ou jogar. Art. 588. O mútuo feito a pessoa menor, sem prévia autorização daquele sob cuja guarda estiver, não pode ser reavido nem do mutuário, nem de seus fiadores. Art. 589. Cessa a disposição do artigo antecedente: I - se a pessoa, de cuja autorização necessitava o mutuário para contrair o empréstimo, o ratificar posteriormente; II - se o menor, estando ausente essa pessoa, se viu obrigado a contrair o empréstimo para os seus alimentos habituais; III - se o menor tiver bens ganhos com o seu trabalho. Mas, em tal caso, a execução do credor não lhes poderá ultrapassar as forças; IV - se o empréstimo reverteu em benefício do menor; V - se o menor obteve o empréstimo maliciosamente. Direito Civil – Obrigações 12 04 - OBRIGAÇÃO DE DAR Generalidades A obrigação de prestação de coisa vem a ser aquela que tem por objeto mediato de uma coisa – certa (CC. art. 233 a 242) ou incerta (CC. art. 243 a 246). A obrigação será específica se tiver se tiver por objeto a coisa certa e determinada. Será genérica quando o seu objeto for indeterminado. Conceituação OBRIGAÇÃO DE DAR: consiste na entrega de alguma coisa, ou seja, na tradição de alguma coisa para o devedor. A prestação, na obrigação de dar, é essencial à constituição ou transferência do direito real sobre a coisa. Divisão das obrigações de dar As obrigações de dar se dividem em: dar a coisa certa , dar coisa incerta, restituir. � RESTITUIR: envolve uma devolução, como ocorre com o depositário, comodatário que recebida coisa alheia encontra-se adstrito a devolvê-la - o credor é dono da coisa, o que não ocorre na simples obrigação de dar . � Se provar a perda da coisa que deve ser restituída sem que tenha havido culpa do devedor , o credor, por ser proprietário arcará com todos os prejuízos, e a obrigação se extinguirá (CC. art. 238).Havendo perda da coisa por culpa do devedor , este responderá pelo equivalente mais perdas e danos (CC. arts. 239, 583 e 1995). Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda. Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos. Art. 583. Se, correndo risco o objeto do comodato juntamente com outros do comodatário, antepuser este a salvação dos seus abandonando o do comodante, responderá pelo dano ocorrido, ainda que se possa atribuir a caso fortuito, ou força maior. Art. 1.995. Se não se restituírem os bens sonegados, por já não os ter o sonegador em seu poder, pagará ele a importância dos valores que ocultou, mais as perdas e danos. � Sofrendo deterioração sem que tenha havido culpa do devedor , o credor deverá recebê-lo no estado em que se encontrar, sem qualquer indenização, caso a deterioração ocorra por culpa do devedor o credor pode exigir o equivalente , podendo, optar pelo recebimento do bem do bem no estado em que se encontra, acrescido de perdas e danos (CC. arts. 240, 1435 IV). Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art. 239. Art. 1.435. O credor pignoratício é obrigado: IV - a restituí-la, com os respectivos frutos e acessões, uma vez paga a dívida; � Valorizando-se a coisa restituível em virtude de melhorias e acréscimos que se derem sem despesa ou trabalho do devedor, lucra o credor sem pagar indenização (CC. arts.241, 629, 1435). Mas se teve melhoramentos em razão do dispêndio do devedor, deve o credor pagá-los (CC. art. 242), neste caso deve se observar se o devedor procedeu de boa ou má fé. Se de boa fé terá direito à indenização dos melhoramentos necessários e úteis, podendo, sem deterimento Direito Civil – Obrigações 13 para coisa levantar os voluptuários, se não reembolsado; terá ainda direito a retenção no que concerne o valor dos acréscimos úteis e necessários. Se dá má fé terá apenas direito á indenização dos melhoramentos necessários sem que lhe assista o direito de retenção pela importância destes e dos úteis, não podendo levantar os de mero deleite, perde em favor do credor o útil ou voluptuários. Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização. Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé. Parágrafo único - Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo modo, o disposto neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé. Art. 1.435. O credor pignoratício é obrigado: I - à custódia da coisa, como depositário, e a ressarcir ao dono a perda ou deterioração de que for culpado, podendo ser compensada na dívida, até a concorrente quantia, a importância da responsabilidade; II - à defesa da posse da coisa empenhada e a dar ciência, ao dono dela, das circunstâncias que tornarem necessário o exercício de ação possessória; III - a imputar o valor dos frutos, de que se apropriar (art. 1.433, inciso V) nas despesas de guarda e conservação, nos juros e no capital da obrigação garantida, sucessivamente; IV - a restituí-la, com os respectivos frutos e acessões, uma vez paga a dívida; V - a entregar o que sobeje do preço, quando a dívida for paga, no caso do inciso IV do art. 1.433. � Os frutos percebidos serão do devedor de boa fé, assim, o de má fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber. � A diferenciação entre a obrigação de dar e de restituir tem importância no campo processual, já que somente na resituição é cabível a busca e apreensão . � DAR COISA INCERTA: não considerada em sua individualidade mas no gênero a que pertence. Deve ter dados como gênero e quantidade. No momento em que se efetua a escolha , individualiza o objeto da obrigação, a obrigação de dar a coisa incerta , transforma-se em obrigação de dar a coisa certa. � DAR COISA CERTA: estabelece um vínculo entre as partes , devedor compromete-se a entregar ou restituir objeto determinado, assim considerado em sua individualidade. Para exonera-se o devedor deve entregar o objeto determinado - ajustado no contrato - se não houver disposição em contrário o acessório seguirá o principal da obrigação. � DE SOLVER DÍVIDA EM DINHEIRO: que abrange prestações especiais, consistentes não só em dinheiro, mas abrangendo também aqui, perdas e danos e pagamentode juros. � OBRIGAÇÕES DE CONTRIBUIR: CC. Arts. 1.315 e 1.568 – rege-se pelas normas da obrigação de dar e pelas disposições legais alusivas às obrigações pecuniárias. Art. 1.315. O condômino é obrigado, na proporção de sua parte, a concorrer para as despesas de conservação ou divisão da coisa, e a suportar os ônus a que estiver sujeita. Parágrafo único - Presumem-se iguais as partes ideais dos condôminos. Art. 1.368. O terceiro, interessado ou não, que pagar a dívida, se sub-rogará de pleno direito no crédito e na propriedade fiduciária. Obrigação de dar coisa certa Direito Civil – Obrigações 14 Generalidades Ter-se-á a obrigação de dar coisa certa, quando seu objeto foi constituído por um corpo certo e determinado, estabelecendo-se entre as partes da relação obrigacional, um vínculo em que o devedor deverá entregar ao credor uma coisa individuada. Rege-se por um princípio fundamental de que o devedor não poderá ser obrigado a receber outra coisa , ainda que mais valiosa, logo o devedor , para exonerar-se da obrigação , está adstrito a entregar exatamente o objeto determinado na convenção (CC. Art. 313). Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa. Mas se o credor aceitar aliud pro alio, ou seja uma coisa por outra, Ter-se- á dação em pagamento (CC. Art 356) devendo o devedor celebrar outro acordo com o credor, já que não pode mudar unilateralmente o objeto da prestação, da mesma forma para pagar a dívida parceladamente precisará efetuar novo pacato. Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida. A obrigação de dar a coisa certa , evidentemente, abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso. (CC. Art. 233). Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso. Perda ou deterioração da coisa Deve o devedor conservar a coisa que deva entregar ao credor, devendo ainda, defendê-la de terceiros. (CC. art. 239) recorrendo, inclusive a medidas judiciais. Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos. Perdendo-se a coisa sem culpa do devedor, antes de efetuada a tradição ou pendente a condição suspensiva resolve-se a obrigação para ambos contratantes (CC. art. 234 – 1ª parte). Se já ocorreu a tradição e a coisa vier a se perder logo em seguida, o risco deverá ser suportado pelo comprador já que é seu dono, salvo se houver fraude. Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos. Se a coisa se deteriorar sem culpa do devedor caberá ao credor escolher se considera extinta a relação obrigacional ou se aceita o bem no estado em que se encontra, abatido no seu preço o valor do estrago. (CC. art. 235). Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu. Perecendo a coisa por culpa do devedor, ele deverá responder pelo equivalente, pelo valor que a coisa tinha no momento em que pereceu, mais as perdas e danos (dano emergente e lucro cessante.(CC. art. 234 2ª parte). Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos. Direito Civil – Obrigações 15 Deteriorando o objeto por culpa do devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se achar, com direito a reclamar, em um ou outro caso, indenização de perdas e danos (CC. art. 236). Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos. Notamos, também, nos casos expostos que quem sofre o prejuízo, em regra, é o DONO DA COISA, seja pôr perda ou deterioração - Res perit domine. Cômodos Cômodos são as vantagens produzidas pela coisa, ou seja, seus melhoramentos e acrescidos, que na obrigação de dar a coisa certa, pertencem ao devedor, que poderá por eles exigir aumento no preço ou a resolução da obrigação se o credor não concordar. (CC. Art. 237) Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação. Parágrafo único - Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes. No que atina aos frutos da coisa certa, os percebidos até a tradição serão do devedor, e os pendentes ao tempo da tradição do credor. (CC. Art. 237 – parágrafo único) Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação. Parágrafo único - Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes. Obrigação de dar a coisa incerta Generalidades A obrigação de dar a coisa incerta consiste na relação obrigacional em que o objeto, indicado de forma genérica no início da relação, vem a ser determinado mediante um ato de escolha, por ocasião de seu adimplemento. Prestação é indeterminada, suscetível de determinação. O objeto da obrigação é referido em gênero e quantidade (CC. Art. 243), sem que nenhuma individualização seja feita. Não se pode cogitar os riscos derivados de seu perecimento ou deterioração. Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade. Direito Civil – Obrigações 16 Para o cumprimento da obrigação a coisa indeterminada deve tornar-se determinada, individualizada; essa individualização se faz através da - ESCOLHA - o ato de seleção das coisas constantes do gênero. No momento desta escolha é que se aperfeiçoa a obrigação , transformando-se em obrigação de dar coisa incerta em obrigação de dar coisa certa , o devedor não poderá dar coisa pior, nem ser obrigado a prestar a melhor. Competência para escolha e seleção da coisa - CC. Art. 244. Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor. Para que a obrigação de dar a coisa incerta seja suscetível de cumprimento, será preciso que a coisa seja determinada por meio de um ato jurídico unilateral de escolha - concentração, que é a sua individuação manifestada no instante de cumprimento de tal obrigação, mediante atos apropriados, como a separação (pesagem, medição e a contagem) e a expedição. A indeterminação é transitória. As partes estipulam a quem compete a escolha, que poderá inclusive ser delegada a terceiro (CC. Art.485), no seu silêncio, pertence ao devedor o direito de escolha, a lei limita a liberdade de seleção do devedor, não poderá prestar coisa pior que o credor escolheria, nem será obrigado a prestar a melhor. MÉDIA. Art. 485. A fixação do preço pode ser deixada ao arbítrio de terceiro, que os contratantes logo designarem ou prometerem designar.Se o terceiro não aceitar a incumbência, ficará sem efeito o contrato, salvo quando acordarem os contratantes designar outra pessoa. Se o contrato conferir ao credor a escolha (não poderá o credor praticar abusivamente o seu direito, os contratos devem ser interpretados em boa-fé, atendendo mais a sua intenção que ao sentido literal das palavras) .este será citado para esse fim sob pena de perder esse direito, caso em que o devedor deverá providenciá-la. (CC. Art. 342 c/c CPC Art. 629), qualquer das partes poderá impugnar a escolha feita pela outra no período de 48 horas. Art. 342. Se a escolha da coisa indeterminada competir ao credor, será ele citado para esse fim, sob cominação de perder o direito e de ser depositada a coisa que o devedor escolher; feita a escolha pelo devedor, proceder-se- á como no artigo antecedente. Efeitos da concentração - CC. Art. 245 Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente. Após escolha pelo devedor, ou pelo credor, a obrigação de dar coisa incerta passará a ser de dar a coisa certa, regendo-se pelas normas desta espécie, conseqüentemente , o credor poderá exigir o bem escolhido, não podendo entregar, o devedor , outro, ainda que mais valioso. Antes da concentração, sendo a obrigação de dar a coisa incerta, a coisa permanece indeterminada. Logo se houver perda ou deterioração da coisa, não poderá o devedor falar em culpa, em força maior ou em caso fortuito. Isto é assim porque genus nunquam perit, ou seja, se alguém vier a prometer 50 sacos de laranja, ainda que se percam em sua fazenda todas as existentes, nem por isso eximir-se-á da obrigação, uma vez que poderá obter laranjas em outro local. Direito Civil – Obrigações 17 Obrigação de solver dívida em dinheiro Abrange prestação consistente em dinheiro, reparação de danos e pagamento de juros – dívida pecuniária, dívida de valor e dívida remuneratória. Trata-se de uma modalidade de obrigação de dar, que se caracteriza pelo valor da quantia devida. É obrigação de valor nominal não se admitindo que seja contraída pelo valor não se admitindo que seja contraída pelo valor intrínseco (valor da qualidade e quantidade de metal) ou pelo valor aquisitivo da moeda – CC. art. 315 – nulas as obrigações que repudiem nossa unidade monetária. Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subseqüentes. Somente se o credor concordar a dívida em dinheiro poderá ser paga de outra forma. È possível s inclusão de certas cláusulas que evitem a desvalorização da moeda, são elas: � Cláusula de escala móvel: pagamento que deverão ser feitos de acordo com a variação do preço de determinada mercadoria ou serviços (cláusula-mercadoria) ou do índice geral de custo de vida (cláusula index-number). � Cláusula de correção monetária: de atualização de valores monetários, segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, que consistem em revisões estipuladas pelas partes, ou impostas por lei, que têm por ponto de referência a desvalorização da moeda. Dívida de valor: não tem por objeto diretamente o dinheiro – seu objeto não é dinheiro mas uma prestação de outra natureza, sendo aquele apenas um meio necessário de liquidação da prestação em certo momento, aqui o devedor arca com a possível valorização. Obrigação pecuniária: tem por objeto uma quantia fixa em dinheiro, devendo ser satisfeita com o número de unidades monetárias estipulado no contrato, ainda que tenha sido alterado seu poder aquisitivo. Dívida remuneratória: prestação de juros, objeto da obrigação, remuneração pelo uso do capital alheio deve ser determinada por estipulação contratual ou por lei. Direito Civil – Obrigações 18 05- OBRIGAÇÃO DE FAZER Obrigação de fazer Generalidades OBRIGAÇÃO DE FAZER: devedor vincula-se à um comportamento, determinado consistindo em praticar um ato ou realizar uma tarefa, que gera vantagem para o credor. Envolve uma atividade humana. Dentro da idéia de fazer encontra-se a de dar, só que de dar a prestação de fato e não de coisa. Obrigação de fazer é a que vincula o devedor à prestação de um serviço ou ato positivo, material ou imaterial, seu ou de terceiro, em benefício do credor ou de terceira pessoa. Ex.: a de construir um edifício, a de escrever um poema, etc.. O inadimplemento da obrigação de fazer conduz, via de regra, ao ressarcimento das perdas e danos, já que não há como penhorar, arrestar ou apreender o objeto da obrigação de fazer, exceto quando se tratar de declaração de vontade, que pode ser suprimida judicialmente. Diferenças entre a obrigação de dar e fazer Ambos constituem obrigações positivas, e muitas vezes se mesclam. QUANTO : DAR FAZER à prestação da obrigação Entrega de um objeto Realização de um ato ou confecção de uma coisa À tradição Imprescindível Não ocorre Ao devedor Fica num plano secundário, prestação pode ser praticada por terceiros. CC art. 304 e 305 Erro sobre a pessoa do devedor não acarreta anulabilidade. Personalíssima, a pessoa do devedor tem uma significância especial – CC art. 247, in fine Ë possível a anulação da obrigação por erro sobre a pessoa do devedor. À execução Completa-se com a entrega da coisa Não comporta a execução por entrega da coisa - inadimplemento resolve-se por perdas e danos à astreinte Não é possível ser usada Somente aqui é cabível, já que a astreinte é a multa destinada a forçar indiretamente o devedor a fazer o que deve e não repara o dano decorrente do inadimplemento. CC art. 287 Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor. Parágrafo único - Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste. Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor. Parágrafo único - Se pagar antes de vencida a dívida, só terá direito ao reembolso no vencimento. Direito Civil – Obrigações 19 Art. 287. Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-se todos os seus acessórios. Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exeqüível. Espécies de obrigações de fazer � DE FAZER INFUNGÍVEIS - PESSOA DO DEVEDOR PREOCUPAÇÃO ESSENCIAL DO CREDOR - CC. Art. 247: Obrigação de fazer infungível consiste seu objeto num facere que só poderá ante a natureza da prestação ou por disposição contratual, ser executado pelo próprio devedor, sendo, portanto, intuitu personae , uma vez que se levam em conta as qualidades pessoais do obrigado. O credor poderá exigir que a prestação avençada seja fornecida pelo próprio devedor, devido sua habilidade técnica, cultura, reputação, etc.. NÃO estando obrigado a aceitar substituto. São os negócios que elaboram-se intuitu personae, pois o credor visa a prestação avençada, se for fornecida por aquele devedor, cujas qualidades pessoais ele tem em vista. Por vezes não se funda em qualidades pessoais e objetiva do devedor, mas em condições particulares a critério do credor. Em nossa codificação civil a regra e a fungibilidade da prestação, para que seja considerada infungível , requer-se menção expressa , embora, em certos casos, em que não haja expressa menção, pode-se a infungibilidade ser reconhecida,dada as circunstâncias e acontecimentos do negócio (quando o devedor deve prestá-la pessoalmente).. Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exeqüível. � DE FAZER DE NATUREZA FUNGÍVEIS: o que importa não é a pessoa do devedor, mas a tarefa a ser cumprida. Pode ser cumprida por terceiros, caso em que o credor será livre mandar executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da cabível indenização por perdas e danos.(CC. Art 249 c/c CPC. Art. 632 a 641). O objetivo do credor não leva em conta as qualidades pessoais do obrigado. São fungíveis todas as prestações que não requerem para sua execução aptidões pessoais, além dos requisitos comuns da especialização profissional. Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível. Parágrafo único - Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido. Conseqüências do descumprimento das obrigações A – IMPOSSIBILIDADE DA PRESTAÇÃO - CC. Art. 248 A prestação torna-se impossível, irrealizável. � POR CULPA DO DEVEDOR: responderá este por perdas e danos, deve compor o prejuízo; .(CC. Art. 248 – 2a parte e 389) � SEM CULPA DO DEVEDOR: pela ocorrência de força maior ou caso fortuito, a obrigação se resolve, voltam as partes ao status quo ante, havendo devolução do que, porventura , tenham recebido, prevalecendo assim o princípio de que ad impossibilia nemo tenetur, ou seja, ninguém é obrigado a efetivar coisas impossíveis.(CC. Art. 248 – 1a parte e CC. art. 393). Direito Civil – Obrigações 20 Se a prestação se impossibilitou por culpa do devedor, responderá por perdas e danos (CC arts. 248, in fine e 389) – não se pode realizar o impossível – ad impossibilia nemo tenetur. Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos. Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. Parágrafo único - O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir. B – INADIMPLEMENTO VOLUNTÁRIO O devedor voluntariamente não cumpre a obrigação por não lhe convir, descumprimento do dever. � SE INFUNGÍVEL: por ser intuitu personae, não pode em regra, o credor exigir a execução direta da obrigação, ante o princípio de que nemo potest precise cogi ad factum, ou que ninguém pode ser coagido a praticar ato a que se obrigara; sem o agravo da liberdade do devedor, o credor reverte a reparação do prejuízo experimentado em perdas e danos. CC. Art. 247 Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exeqüível. � SE FUNGÍVEL: tem alternativa o credor, de um lado as perdas e danos, já referidas, e de outro lado possibilita mandar executar a prestação por terceiro à custa do faltoso, devendo, nesse caso , recorrer a via judicial para comprovação da recusa do devedor e se alcança a aprovação da substituição pretendida .CC. Art. 249. Em caso de manifesta urgência , poderá o credor , independente de autorização judicial , executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido. (CC.art. 249, in fine). Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível. Parágrafo único - Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido. C - DE PRESTAR DECLARAÇÃO DE VONTADE: se o devedor não imite a declaração prometida (avençada), ela pode ser suprida judicialmente. A sentença transitada em julgado produzirá o efeito da declaração não emitida. Direito Civil – Obrigações 21 06 - OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER (AD NON FACIENDUM) Generalidades OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER: É aquela em que o devedor assume o compromisso de se abster de um fato que poderia praticar , não fosse o vínculo que o prende - obrigação negativa. Será sempre lícita, desde que não envolva sensível restrição à liberdade individual. Abstenção de um ato. Obrigação negativa, devedor conserva-se numa situação omissiva, pois a prestação negativa a que se comprometeu consiste numa abstenção ou num ato de tolerância. Inadimplemento das obrigações de não fazer Ocorre quando o devedor comete o ato que deveria abster-se. A – IMPOSSÍVEL - CC. Art. 250.: Se tornou-se impossível sem culpa do devedor a obrigação se extingue; Se a obrigação de não fazer se impossibilitar , sem culpa do devedor, que não poderá abster-se do ato, em razão de força maior ou caso fortuito, resolver-se-á exonerando-se o devedor. Se por ventura o credor fez algum adiantamento ao devedor, este deverá restituí-lo, esta restituição não tem o caráter de indenização, mas repõe as partes no status quo ante. Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster- se do ato, que se obrigou a não praticar. B – INADIMPLEMENTO (INEXECUÇÃO CULPOSA) - CC. Art. 251: O devedor realiza, por negligência ou por interesse ato que não poderia, caso em que o credor: • Pode exigir o desfazimento do ato, sob pena de desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado em perdas e danos, salvo se o desfazimento for satisfatório ao credor; • Sendo impossível ou inoportuno desfazer o ato sujeita-se o devedor a perdas e danos. Em havendo urgência no desfazimento, o credor está autorizado a desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem o prejuízo do ressarcimento devido (CC. art.251, parágrafo único). Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos. Parágrafo único - Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido. Direito Civil – Obrigações 22 07 - OBRIGAÇÕES LÍQUIDAS E ILÍQUIDAS Obrigações líquidas LÍQUIDA: a obrigação certa quanto à sua existência e determinada quanto a seu objeto. Especificada de modo preciso, numericamente e / ou em cifras a qualidade, a quantidade e a natureza do objeto devido. O termo inicial para contagem de juros, decorre de acordo entre as partes, arbitramento ou sentença judicial. CC.art 397 e 407 Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em mora o devedor. Parágrafo único - Não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou extrajudicial. Art. 407. Ainda que se não alegue prejuízo, é obrigado o devedor aos juros da mora que se contarão assim às dívidas em dinheiro, como às prestações de outra natureza, uma vez que lhes esteja fixado o valor pecuniário por sentença judicial, arbitramento, ou acordo entre as partes. Obrigações ilíquidas ILÍQUIDA: é aquela
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