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1 Dra. Clisia Mara Carreira Nutricionista Docente do Departamento de Ciências Farmacêuticas CCS-UEL Clisiamc@hotmail.com Módulo Saúde da Mulher Alimentação e Prevenção de Câncer Incidência aumentará em 100%, nos próximos 20 anos, se as medidas preventivas não forem tomadas OMS CÂNCER Conjunto de doenças caracterizado pelo progressivo acúmulo de mutações no genoma de uma célula. As alterações genéticas podem converter uma célula normal em uma célula transformada, que não mais responde aos sinais de controle de proliferação, morte e diferenciação (INCA, 2009). Iniciando a carcinogênese que é a síntese das células cancerosas. CÂNCER ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE Word Healh Organizacion .Câncer, 2006 2 Incidência de Câncer da Mulher no Brasil Incidência de Câncer da Mulher no Estado do Paraná NUTRIÇÃO E CÂNCER Há relação entre hábitos dietéticos e câncer? ↑Gorduras ↑Açúcar ↑Álcool ↓Fibras 3 Evidências Científicas da dieta preventiva. 4 PREVEÇÃO • Alimentos considerados protetores são ricos em antioxidantes; • Auxiliam o sistema imunológico a destruir carcinógenos antes que causem danos às células, podendo assim colaborar na reversão dos estágios iniciais da carcinogênese . OMS, 2006; MACHADO, 2008 WAITZBERG, 2005; BARREIROS, 2006. Selênio Flavonóides Ação dos Alimentos Antioxidantes � Alguns estudos mostram que uma alimentação rica em alimentos fontes de antioxidantes pode ajudar a diminuir o risco de câncer de pulmão, cólon, reto, estômago, boca, faringe e esôfago. � Provavelmente, reduzem também o risco de câncer de mama, bexiga, laringe e pâncreas; e, � Possivelmente, o de ovário, endométrio, colo do útero, tireoide, fígado, próstata e rim. � A associação das vitaminas A, C e E pode ajudar na minimização dos efeitos colaterais da QT, como os transtornos gastrointestinais. INCA, 2010 5 Vitamina C � Muitos estudos tem relatado a importância das vitaminas de dietas ricas em alimentos que contêm Vitamina C, como um potente anti-oxidante protetora contra o câncer de esôfago e estômago. Weisburger, 1985a potentes moduladores do crescimento e da diferenciação celular • potentes moduladores do crescimento e da diferenciação celular; • licopeno aparece atualmente como um dos antioxidantes mais potentes, sugerido na prevenção da carcinogênese e aterogênese. Fontes Alimentares de Carotenoides Betacaroteno Vitamina E � É capaz de inibir o crescimento de células cancerosas impedindo que continuem o ciclo celular. � Conduz as células cancerosas para apoptose. Fontes Alimentares WAITZBERG, 2005 6 Selênio � Componente essencial de diversas vias metabólicas; � desempenha importante função no estímulo ao sistema imune; � interfere no processo de carcinogênese e na fase da progressão da doença; � O principal efeito protetor está associado à sua presença nas enzimas protetoras do DNA; � Contribuir para a redução dos radicais livres. Ferrari & Torres, 2002, ALMONDES, 2010 Selênio Na década de oitenta foram iniciados estudos de suplementação farmacológica de antioxidantes, coordenados pelo Instituto Nacional do Câncer (NCI) dos EUA, baseados em achados promissores de estudos epidemiológicos e de investigações em modelos animais (Mathews-Roth,1985; Bonne et al.,1990). Suplementação de Antioxidantes Rev. Nutr., Campinas, 14(2): 135-143, maio/ago., 2001 GOMES, FS. Rev. Nutr., Campinas, 20(5):537-548, set./out., 2007 Entretanto os resultados desses estudos relacionados à suplementação com cápsulas de antioxidantes em altas doses foram contraditórios e evidenciaram a ausência de benefícios e até mesmo prejuízo sobre o desenvolvimento do câncer. ALIMENTAÇÃO PREVENTIVA Os pacientes oncológicos são beneficiados com uma alimentação rica em frutas e vegetais fontes de antioxidantes ou seja, ingerir no mínimo 5 ou mais porções por dia. OMS, 2006; INCA, 2007; INCA, 2010 Utilização de antioxidantes no paciente oncológico Quais os benefícios do uso de antioxidantes a partir de uma alimentação saudável em pacientes oncológicos? 1. Auxiliar na prevenção do processo de carcinogênese; 2. Contribuir com a melhora da imunidade, minimizar os efeitos colaterais da QT, promovendo melhor tolerância ao tratamento. Consenso Nacional de Nutrição Oncológica – Volume II, 2012 Utilização de antioxidantes no paciente oncológico Quais pacientes oncológicos se beneficiariam do uso de antioxidantes? Todos os pacientes oncológicos se beneficiam com uma alimentação saudável consumindo frutas e vegetais fontes de antioxidantes diariamente. Consenso Nacional de Nutrição Oncológica – Volume II, 2012 7 Utilização de antioxidantes no paciente oncológico Existe contraindicação do uso de suplementos nutricionais com antioxidantes no paciente oncológico? Sim. Doses de antioxidantes acima das recomendadas pela DRI (Recomendações internacionais de nutrientes). Consenso Nacional de Nutrição Oncológica – Volume II, 2012 Recomendações para a prevenção de Câncer Alimentos, Nutrição, Atividade Física e Prevenção de Câncer: uma perspectiva global, 2007 Recomendações para a prevenção de Câncer Alimentos, Nutrição, Atividade Física e Prevenção de Câncer: uma perspectiva global, 2007 Recomendações para a prevenção de Câncer Alimentos, Nutrição, Atividade Física e Prevenção de Câncer: uma perspectiva global, 2007 Recomendações para a prevenção de Câncer Alimentos, Nutrição, Atividade Física e Prevenção de Câncer: uma perspectiva global, 2007 Recomendações para a prevenção de Câncer Alimentos, Nutrição, Atividade Física e Prevenção de Câncer: uma perspectiva global, 2007 8 Alimentos com Ação Preventiva Inativadores Carcinogênicos Flavonóides Componentes Organosulfurados Maçã, brocolis, couve, uva vermelha, limão, cebola, laranja pera, pimenta verde e vermelha, morango, alho, alho porró e cebola. Regulação da progressão do ciclo celular tumoral Vitamina E Beta-caroteno Licopeno Abacate, maçã, amoras, banana, brócolis, folhosos verde escuros, kiwi, espinafre, Frutas e vegetais amarelo-alaranjados, goiaba, tomate, melancia. Atua no metabolismo do DNA Folato ou ácido fólico Frutas cítricas e vegetais folhosos verde escuros. Diluição e união de carcinógenos, Aumenta transito intestinal, Produção ácidos graxos de cadeia curta, os quais afetam o pH Fibras Maçã, damasco, aspargo, broto de feijão, banana, beterraba, brócoli, couve, repolho, melão, cenoura, couve-flor, aipo, ervilha, cogumelos, nectarina, cebola, abacaxi, ameixa, abóbora, rabanete, tangerina, tomate, melancia, aveia, linhaça, farelo de trigo. Evidências Científicas da dieta como fator de risco para o desenvolvimento de câncer 9 DIETA DE RISCO � Há várias evidências de que a alimentação tem um papel importante nos estágios de iniciação, promoção e propagação do câncer. � Acredita-se que uma dieta adequada poderia prevenir de 3 a 4 milhões de novos casos de cânceres a cada ano (Glanz K,1997). Fatores da dieta que podem AUMENTAR o risco para câncer Excesso de Gordura: regulação hormonal Excesso ingestão de gordura Ca de Mama, colon e reto ↑ produção de ácidos biliares: mutagênicos modifica a composição das membranas celulares alteração dos receptores alteração ligação dos hormônios ocorre modificação dos estímulos da proliferação e diferenciação cellular. Fatores da dieta que podem AUMENTAR o risco para câncer Conservas, embutidos e enlatados (Nitritos) � Recentemente descobriu-se o potencial carcinogênico das nitrosaminas (substâncias derivadas dos conservantes nitritos). � Já esta bem documentado que estes compostos N-nitrosos induzem à formação tumoral por meioda sua transformação em um óxido desestabilizado, levando ao aumento na produção de radicais livres e lesão celular. Fontes de nitrosaminas: salsichas, presunto, mortadela, salames, carnes e peixes salgados, conservas e picles. Mecanismo de mutação do DNA pelos compostos N-nitrosos Por outro lado, associação positiva entre câncer de mama e ingestão de lipídeos é apontada pela National Academy of Sciences. Nos estudos experimentais e nas metanálises publicadas até a década de oitenta, foram demonstradas correlações entre o maior consumo de energia e lipídeos dietéticos totais com o aumento da obesidade e do risco de câncer de mama. Já os estudos publicados recentemente não encontraram evidência Significativa da relação do consumo de lipídeos da dieta e Ca de mama. 10 DIETA DE RISCO Expor a carne diretamente ao fogo de carvão como nos churrascos, tem sido desaconselhado pela World Cancer Research Fund, por produzir componentes carcinogênicos (alcatrão) na superfície do alimento e aumentar o risco de câncer do estômago. Fatores da dieta que podem AUMENTAR o risco para câncer Trabalhos epidemiológicos demonstram a relação de risco aumentado para o câncer de estômago e alto consumo de sal. Estudos experimentais confirmam os efeitos danosos deste para a mucosa gástrica facilitando a ação de agentes genotóxicos. Guerra et al, 2005 Evitar � Consumo excessivo de sal � Fontes de nitrosaminas � Defumados e churrascos (alcatrão) � Alimentos ricos em gordura animal � Alimentos mofados e ricos em aflatoxina (amendoim e milho) Resumindo Fatores de risco associados: Excesso de consumo de energia e lipídios - obesidade Consumo excessivo de sal Consumo de compostos Nitrosos (nitritos e nitratos) Limitar o consumo dos fatores de risco e manter o peso saudável DOENÇA PREVENÇÃO Referências WAITZBERG, D.L. Câncer. Inn: Waitzberg, D.L. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na prática clínica, São Paulo: Atheneu, 3a edição, 2000, p.1381 1393. WAITZBERG, D.L.; FADUL, R.A.; AANHONT, D.P.J. et al Indicações e técnicas de ministração em nutrição enteral. Inn: Waitzberg, D.L. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na prática clínica, São Paulo: Atheneu, 3a edição, 2000, p.561-572. http:// www.inca.gov.br. Manuais, resumos, consensos ...
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