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aula 16 modalidades especiais de pagamento

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Direito Civil III - Obrigações
Aula 10– MODALIDADES ESPECIAIS DE PAGAMENTO
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Definição: dá-se com a entrega de outro bem no lugar da prestação devida.
É um acorde de vontades entre credor e devedor, por meio do qual o primeiro concorda em receber do segundo, para exonerá-lo da dívida, prestação diversa da que lhe é devida.
REGRA: que o credor não é obrigado a receber outra coisa, ainda que mais valiosa (art. 313).
Art. 356 do CC
Assim o credor não está obrigado a receber coisa diversa, para solver a dívida.
Mas pode aceitar a substituição, desde que distinta da coisa devida.
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Várias modalidades de substituição:
Substituição de dinheiro por bem móvel (rem pro pecunia);
De coisa por coisa (rem pro re);
De uma coisa pela prestação de um fato (rem pro facto);
De dinheiro por título de crédito;
De coisa por obrigação de fazer.
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Elementos Constitutivos:
Existência de uma dívida;
Animus solvendi;
Concordância do credor, verbal ou escrita, tácita ou expressa;
Diversidade da prestação oferecida em relação à divida originária.
Não se exige a coincidência entre o valor da coisa recebida e o quantum da dívida nem que as partes indiquem um valor.
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Natureza Jurídica:
É uma forma de pagamento indireto;
É essencialmente contrato liberatório, ao contrario dos demais contratos cujo efeito é gerar obrigação.
Tem a mesma índole do pagamento.
Trata-se de um negócio jurídico bilateral de alienação, pois o devedor dá o objeto da prestação para satisfazer a pretensão do credor., havendo um plus que é solver a dívida.
Constitui assim negócio oneroso e, em regra, real, pois se aperfeiçoa com a entrega de determinado bem em pagamento da dívida, com finalidade de extingui-la por adimplemento, salvo quando a prestação substitutiva for de fazer ou não fazer.
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Circunstâncias (disposições legais)
1.aplicação subsidiária das regras de compra e venda – art. 357 do CC: quando a prestação consiste na entrega de dinheiro e é substituída pela entrega de um objeto, o credor não recebe por preço certo e determinado, mas, sim, como satisfação de seu crédito.
2.se, título de crédito – CC, art. 358, vigora cessão de crédito
3. pode ser usada para extinguir qualquer obrigação
4.admite-se a dação de dinheiro em pagamento.
5. Evicção da coisa recebida em pagamento, CC. Art. 359 – constitui evicção a perda da coisa. Valoriza-se a boa-fé objetiva.
Dação em dinheiro x indenização (947, CC)
Indenização pressupõe a perda da coisa (na dação basta a vontade)
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Exemplo: 
Duas partes obrigacionais concordam em substituir um imóvel (objeto da prestação) por dois veículos.
Em regra, se os veículos se perderem por evicção, retorna a obrigação de dar a casa.
Mas se a mesma foi vendida pelo devedor a um terceiro, que agiu de boa-fé ao comprá-la, não haverá o mencionado retorno.
O credor (adquirente, evicto) terá que suportar os efeitos da evicção, tendo ação regressiva contra o devedor (alienante), conforme as regras constantes da teoria geral do contrato.
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Dá-se a sub-rogação quando os direitos do credor são transferidos àqueles que adimpliu a obrigação ou emprestou o suficiente para solve-la. Dependendo do caso, tal ocorre de pleno direito, isto é, a circunstância está prevista pelo legislador. Em outros casos, dá-se por meio de convenção das partes. Assim exposto, considere as proposições abaixo e assinale a correta: 
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A) opera-se a sub-rogação de pleno direito quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere os seus direitos.
B) a sub-rogação é convencional na hipótese de terceiro interessado, que paga a divida pelo qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte;
C) opera-se a sub-rogação de pleno direito em favor do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado do direito sobre imóvel;
D) opera-se a sub-rogação de pleno direito quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutante sub-rogado os direitos do credor satisfeito.
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Conceito – dá-se com a conversão de uma dívida em outra para extinguir a primeira.
Substituição de uma obrigação anterior por uma obrigação nova, diversa da primeira criada pelas partes.
Seu principal efeito é a extinção da dívida primitiva, com todos os acessórios e garantias, salvo se não houver estipulação em contrário.
Espécies
1. novação objetiva (troca do objeto)
2. novação subjetiva (troca do sujeito)
2.1 – ativa (troca do credor)
2.2 – passiva (troca do devedor)
Indicado pelo devedor – delegação
Sem anuência do devedor – expromissão.
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Pressupostos (362,CC) –
Existência de obrigação anterior válida
não se restabelece obrigações nulas/extintas
Animus de constituir obrigação nova declarado (expresso ou tácito).
Obrigação nova ser motivo da extinção da primeira
Elemento novo (objetivo ou subjetivo)
Partes legítimas e capazes
Obrigação assumida por incapaz não pode ser novada (367)
Novação viciada – restabelecimento da dívida original + acessórios
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Efeitos da novação
Extinção da obrigação anterior (360)
Extinção dos acessórios da dívida (364) salvo estipulação das partes e anuência de terceiros e fiadores (364 a 366)
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Novação Objetiva ou real: é a modalidade mais comum de novação, ocorrendo nas hipóteses em que o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir a primeira (art. 360,I).
Novação Subjetiva ou pessoal: é aquela em que ocorre a substituição dos sujeitos da relação jurídica obrigacional, criando-se uma nova obrigação, com um novo vínculo entre as partes. 
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Novação subjetiva ativa: ocorre a substituição do credor, criando uma nova obrigação com o rompimento do vínculo primitivo (art. 360, III). São seus requisitos: o consentimento do devedor perante o novo credor, o consentimento do credor antigo que renuncia ao crédito e a anuência do novo credor que aceita a promessa do devedor.
Novação subjetiva passiva: ocorre a substituição do devedor que sucede o antigo, ficando este último quite com o credor (art. 360, II). Se o novo devedor for insolvente, não terá o credor que o aceitou ação regressiva contra o primeiro, salvo se este obteve de má-fé a substituição.
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Novação subjetiva passiva por expromissão: ocorre quando um terceiro assume a divida do devedor originário, substituindo-a sem o consentimento deste (art. 362), mas desde que o credor concorde com a mudança no pólo passivo. No caso da novação expressa, assinam o instrumento obrigacional somente o novo devedor e o credor, sem a participação do antigo devedor.
Novação subjetiva passiva por delegação: ocorre quando a substituição do devedor é feita com o consentimento do devedor originário, pois é ele que indicará uma terceira pessoa para assumir o seu débito, havendo concordância do credor.
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Assinale a alternativa correta a respeito da novação:
A) se o novo devedor for insolvente, o credor que o aceitou pode ajuizar ação regressiva contra o primeiro, se houver má-fé deste na substituição;
B) a novação extingue, em todos os casos, os acessórios e garantias da dívidas;
C) a novação por substituição do devedor depende do consentimento deste;
D) permanece a obrigação do fiador, ainda que a novação feita com o devedor principal tenha ocorrido sem o consentimento daquele.
E) as obrigações anuláveis não podem ser objeto de novação.
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Assinale as proposições e indique a alternativa correta.
I – o pagamento em consignação é meio especial de que dispõe o devedor para liberar-se não só de divida em dinheiro, como de qualquer outra modalidade de obrigação.
II – na dação em pagamento, a evicção da coisa dada em substituição não restabelece a primitiva obrigação.
III – a obrigação simplesmente anulável pode ser confirmada pela dação.
Alternativas:
A) todas as proposições são verdadeiras.
B) todas as proposições são falsas.
C) apenas uma das proposições é verdadeira.
D) apenas uma das proposições é falsa.
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Conceito – extinção simultânea de encargos recíprocos e da mesma natureza entre dois devedores.
Requisito – créditos de igual natureza 
Natureza jurídica – de defesa (exceção pessoal)
Obs: somente produz efeito se alegada – nunca ex officio
Efeito: extinção das obrigações 
Se um for maior, sobrevive a diferença
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Espécies
1. legal (judicial ou extrajudicial) - 368 CC
Independe de ser as partes capazes
Opera efeito ex tunc no principal e acessório.
2. convencional
Pela vontade das partes – ajuste de compensação expresso.
Renúncia prévia – 375 CC
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Pressupostos
Obrigações recíprocas (368, 370 e 377)
Certeza, liquidez e exigibilidade das dívidas (369)
Fungibilidade dos débitos (369 e 370)
Devem ser substituíveis entre si. Ex: café com café, soja com soja.
Características gerais
Compensação em solidariedade ativa (274 – só se for o devedor solidário devedor do crédito compensável)
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1. por renúncia das partes – 375
Na formação do contrato
Por ato posterior
2. por imposição de lei
a) dívida proveniente de ato ilícito – 373-I (esbulho, furto ou roubo)
b) dívida proveniente de comodato, depósito e alimentos (373, II)
c) dívida de coisa impenhorável (373,III e 649)
d) dívidas fiscais, exceto se houver lei permissiva (374 CC, 170 CTN)
e) dívida de terceiro (exceto – fiador)
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