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Apostila de Dirieto do Consumidor - Prof. Duarte Júnior

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PROFESSOR 
DUARTE JUNIOR 
DIREITO DO 
CONSUMIDOR 
1 
CONTATOS 
2 
@DuarteJr_ 
Duarte Junior 
duartejr@duartejr.com 
www.duartejr.com 
CÓDIGO DE DEFESA DO 
CONSUMIDOR (Lei nº 8.078/90) 
 Representa um microssistema legislativo de tutelas 
cíveis, administrativas, penais e processuais. 
Tem normas de ordem pública e de observância 
obrigatória (natureza imperativa), ou seja, as partes 
não podem dispensar direitos. 
 - Civil: direito material; 
 - Administrativo: Princípio da Intervenção do Estado; 
 - Penal: relacionado aos crimes de consumo; 
 - Processual: processo coletivo (a coisa julgada 
atinge a coletividade). 3 
RELAÇÃO JURÍDICA DE CONSUMO 
 É aquela que se forma tendo como partes, 
consumidor e fornecedor, e como objeto, um 
produto ou serviço. 
 
– ELEMENTO SUBJETIVO: sujeitos da relação 
(consumidor e fornecedor); 
– ELEMENTO OBJETIVO: objeto da relação por 
contraprestação econômica (onerosidade); 
– ELEMENTO FINALÍSTICO: destinação final. 
4 
CARACTERÍSTICAS DO CDC 
 O CDC É UMA NORMA DE ORDEM PÚBLICA: 
 NORMA DE APLICAÇÃO OBRIGATÓRIA; 
 FORÇA COGENTE; 
 DESTA FORMA, O STJ PERMITE QUE O MAGISTRADO 
CONHEÇA DE OFÍCIO UMA CLÁUSULA ABUSIVA EM UM 
CONTRATO DE CONSUMO. 
 
 #DuDica Súmula 381 do STJ (Retrocesso Jurídico) 
 “Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, 
da abusividade das cláusulas.” 
 SENDO ASSIM, HAVERÁ A NECESSIDADE DO REQUERIMENTO 
DA PARTE PARA QUE O MAGISTRADO POSSA SE 
MANIFESTAR. 5 
CARACTERÍSTICAS DO CDC 
 O CDC É UMA NORMA DE INTERESSE SOCIAL 
– EXEMPLO: AÇÃO CIVIL PÚBLICA, DANO MORAL COLETIVO (ART. 6º, 
VI). 
 MICROSSISTEMA JURÍDICO 
– BUSCA TUTELAR O INTERESSE DOS DESIGUAIS (VULNERÁVEIS). 
 VULNERÁVEL – (MATERIAL) X HIPOSSUFICIÊNCIA (PROCESSUAL) 
– VULNERABILIDADE SE DIVIDE EM 4 ESPÉCIES: 
 TÉCNICA (FALTA DE CONHECIMENTOS TÉCNICOS), 
 JURÍDICA (FALTA DE CONHECIMENTOS JURÍDICOS), 
 FÁTICA ou REAL (MONOPÓLIO) E 
 INFORMACIONAL (FALTA DE INFORMAÇÕES ADEQUADAS). 
 O CDC É UMA NORMA PRINCIPIOLÓGICA 
– VEÍCULA VALORES, ESTABELECENDO FINS A SEREM 
ALCANÇADOS. 6 
ELEMENTOS DA RELAÇÃO DE 
CONSUMO 
– ELEMENTOS SUBJETIVOS 
 CONSUMIDOR (Art. 2º CDC); 
 TEORIAS DA RELAÇÃO DE CONSUMO: 
 
 1) TEORIA FINALISTA, SUBJETIVA OU TELEOLÓGICA: 
identifica como consumidor a pessoa física ou jurídica que retira 
definitivamente de circulação o produto ou serviço do mercado 
(destinatário final), utilizando o serviço para suprir uma 
necessidade ou satisfação pessoal, e não para o 
desenvolvimento de outra atividade de cunho profissional. Nesta 
teoria, não se admite que a aquisição ou a utilização de produto 
ou serviço propicie a continuidade da atividade econômica. 7 
ELEMENTOS DA RELAÇÃO DE 
CONSUMO 
 2) TEORIA MAXIMALISTA OU OBJETIVA: identifica 
como consumidor a pessoa física ou jurídica que adquire o 
produto ou utiliza o serviço na condição de destinatário 
fático, não importando se haverá uso particular ou 
profissional do bem, tampouco se terá ou não a finalidade 
de lucro, desde que não haja repasse ou reutilização do 
mesmo. Não se encaixa nesse conceito, portanto, aquele 
que utiliza serviço ou adquire produto que participe 
diretamente do processo de transformação, montagem, 
produção, beneficiamento ou revenda, para o exercício de 
sua atividade. 
8 
ELEMENTOS DA RELAÇÃO DE 
CONSUMO 
 3) TEORIA MISTA OU HÍBRIDA: surgida a partir das 
interpretações jurisprudenciais (STJ), suaviza os conceitos trazidos 
pelo CDC, reconhecendo como consumidor a pessoa física ou jurídica 
que adquire o produto ou utiliza o serviço, mesmo em razão de 
equipamentos ou serviços que sejam auxiliadores de sua atividade 
econômica. Surge aqui a interpretação da vulnerabilidade do 
consumidor. 
– QUAL A TEORIA ADOTADAS PELO CDC? 
 TEORIA FINALISTA (SUBJETIVA); 
 DESTINATÁRIO FINAL (CONSUMIDOR PADRÃO); 
– Propriamente dito (art. 2º, CC): toda pessoa física ou 
jurídica, pública ou privada, que adquire produtos ou utiliza 
serviços como destinatário final (o bem deve ser de 
consumo e, não de insumo). 
9 
ELEMENTOS DA RELAÇÃO DE 
CONSUMO 
– ELEMENTOS SUBJETIVOS 
 INFORMATIVO 478 DO STJ – RESP 1090044/SP; 
 
 #DuDica RESP 1010834/GO – TEORIA FINALISTA 
APROFUNDADA OU MISTA OU HÍBRIDA 
(ABRANDA O CRITÉRIO SUBJETIVO ADOTADO 
PELA LEI). 
– EX: MICRO EMPRESÁRIO 
(VULNERABILIDADE). 
10 
ELEMENTOS DA RELAÇÃO DE 
CONSUMO 
– ELEMENTOS SUBJETIVOS 
CONSUMIDOR POR EQUIPARAÇÃO (ART. 2º, § 
ÚNICO; ART. 17 e Art. 29); 
– é aquele que participa indiretamente da relação de 
consumo (está relacionado ao fato, ainda que pela 
oferta ou publicidade). Ex: a) pessoa que ganha um 
presente ou ainda uma coletividade indeterminada; 
 b) Avião da Tam que caiu na casa do João. 
– OBS: Quanto à responsabilização, o consumidor 
pode cobrar de qualquer pessoa da cadeia de 
circulação. 11 
ELEMENTOS DA RELAÇÃO DE CONSUMO 
 ELEMENTOS DA RELAÇÃO DE CONSUMO 
– ELEMENTOS SUBJETIVOS 
 FORNECEDOR (Art. 3º CDC) 
 
 Toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada (o serviço 
público está sujeito ao CDC, é aquele que tem pagamento 
direto, como tarifa ou preço público), nacional ou estrangeira, 
bem como os entes despersonalizados (por exemplo, a 
massa falida), que desenvolve atividade de importação, 
montagem, transformação, exportação, produção, 
construção, distribuição e comercialização, de forma 
onerosa (implícita ou explicitamente) e habitual (não 
eventual). 12 
ELEMENTOS DA RELAÇÃO DE CONSUMO 
 ELEMENTOS DA RELAÇÃO DE CONSUMO 
– ELEMENTOS SUBJETIVOS 
 FORNECEDOR (Art. 3º CDC) 
 
 Entretanto, o CDC apesar de não mencionar explicitamente 
faz diferenciação de tipos de fornecedores ao tratá-los 
diversamente nos artigos 12 e 18, sendo necessário 
esclarecer quais são eles: 
– REAL: participa da cadeia produtiva; 
– PRESUMIDO: coloca sua logomarca no produto, mesmo 
sem produzi-lo; 
– APARENTE: é o comerciante, o importador (são 
intermediantes). 13 
ELEMENTOS DA RELAÇÃO DE CONSUMO 
 ELEMENTOS DA RELAÇÃO DE CONSUMO 
– ELEMENTOS OBJETIVOS 
 
 PRODUTO § 1º, Art. 3º 
– qualquer bem móvel ou imóvel, material (corpóreo) 
ou imaterial (incorpóreo), durável ou não durável, 
oneroso ou gratuito (amostra grátis). 
14 
ELEMENTOS DA RELAÇÃO DE CONSUMO 
 ELEMENTOS DA RELAÇÃO DE CONSUMO 
– ELEMENTOS OBJETIVOS 
 SERVIÇO § 2º, Art. 3º (Vide Súmulas 297 e 321 STJ) 
– Qualquer atividade colocada no mercado de consumo, 
mediante remuneração direta ou indireta; 
– Para que haja serviço deverá haver remuneração; 
– Serviços bancários: o banco tentou na ADIN 2591 excluir 
o art. 3º, CDC, mas foi improcedente. Logo, ao banco é 
aplicável o CDC! 
 
– SITUAÇÕES EM QUE NÃO SE APLICA O CDC 
 Relações trabalhistas, tributárias, locatícias, 
condominiais, franqueado e franqueador... 
 
15 
ELEMENTOS DA RELAÇÃO DE CONSUMO 
 ELEMENTOS DA RELAÇÃO DE CONSUMO 
– ELEMENTOS OBJETIVOS 
 SERVIÇO 
– É ilegal a interrupção de serviços essenciais mesmo 
frente ao inadimplemento do consumidor, frente ao 
princípio da dignidade humana; 
 
– Mediante pagamento de tributo não se submete aos 
preceitos consumeristas. pois não se efetua pagamento 
direto pelo serviço prestado. 
 EX: taxa de iluminação pública (serviços uti universi). 
 
 16 
ELEMENTOS DA RELAÇÃO DE CONSUMO 
SERVIÇO #DuDica 
 SERVIÇOS GERAIS OU “UTI UNIVERSI” (NÃO Aplica o CDC) 
– são aqueles que a Administração presta sem ter usuários 
determinados, para atender à coletividade no seu todo. Ex.:polícia, 
iluminação pública, calçamento. Daí por que, normalmente, os serviços 
uti universi devem ser mantidos por imposto (tributo geral), e não por 
taxa ou tarifa, que é remuneração mensurável e proporcional ao uso 
individual do serviço. 
 
 SERVIÇOS INDIVIDUAIS OU “UTI SINGULI” (SIM Aplica o CDC) 
– são os que têm usuários determinados e utilização particular e 
mensurável para cada destinatário. Ex.: o telefone, a água e a energia 
elétrica domiciliares. São sempre serviços de utilização individual, 
facultativa e mensurável, pelo quê devem ser remunerados por taxa 
(tributo) ou tarifa (preço público), e não por imposto. 
 
17 
ELEMENTOS DA RELAÇÃO DE CONSUMO 
SERVIÇOS UTI UNIVERSI 
(NÃO Aplica o CDC) 
X 
SERVIÇOS UTI SINGULI 
(SIM Aplica o CDC) 
 
– ART. 4º, VII; ART. 6º, X; ART. 22; 
– SÚMULA 356 STJ 
 “É legítima a cobrança da tarifa básica pelo uso dos serviços de 
telefonia fixa.” 
– SÚMULA 407 STJ 
 “É legítima a cobrança da tarifa de água fixada de acordo com as 
categorias de usuários e as faixas de consumo.” 
 STJ POSSIBILIDADE DE COBRANÇA DE TARIFA 
PROGRESSIVA (PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL/ISONOMIA). 
18 
PRINCÍPIOS DA RELAÇÃO DE 
CONSUMO 
 a) Dignidade (art. 4º, CDC): o consumidor jamais poderá ser 
tratado de forma indigna. 
 b) Proteção à vida, saúde e segurança (arts. 4º e 6º, I, CDC): o 
fornecedor deve tomar medidas preventivas na relação de 
consumo. 
 c) Vulnerabilidade (art. 4º, I, CDC): desproporção econômica na 
relação de consumo. O consumidor presume-se vulnerável. 
 d) Aproveitamento da hipossuficiência: deve haver igualdade 
na relação de consumo. 
 e) Dever-ser do Estado (art. 5º, XXXII, CF): 
 - criação de lei específica: CDC; 
 - aplicabilidade da lei: PROCON, DECON, INMETRO, etc. 
19 
PRINCÍPIOS DA RELAÇÃO DE 
CONSUMO 
 f) Transparência (arts. 4º, 6º, III, 30 e 46, CDC): não 
pode faltar informação e não pode informar de forma 
errada. 
 
 g) Boa-fé (art. 4º, III, CDC): presunção da boa-fé 
(objetiva) na relação de consumo (partes). A má-fé 
deve ser comprovada judicialmente. 
 
 h) Interesse econômico: o ônus do risco do negócio é 
exclusivamente do fornecedor. 
20 
DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR 
 TRATA-SE DE UM ROL EXEMPLIFICATIVO (Art. 6º CDC); 
1) PROTEÇÃO À VIDA, SAÚDE E SEGURANÇA DO 
CONSUMIDOR (arts. 8º a 10): 
 os produtos não acarretarão risco; 
 se o produto for potencialmente lesivo, a segurança do 
consumidor dá-se pela informação prévia (art. 31); 
 se o risco somente é identificado após posto em mercado, o 
fornecedor deve comunicar sua existência aos 
consumidores e a autoridade pública (por meio de 
notificação). 
 
OBS: A publicidade é obrigatória para informar riscos (art. 10) ou nos 
casos de contra-publicidade. 21 
DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR 
2) EDUCAÇÃO PARA O CONSUMO: 
 a) o fornecedor deve orientar o consumidor sobre o consumo 
adequado e correto; 
 b) o Estado deve educar o consumidor para o consumo em geral; 
 c) levar o direito do consumidor aos bancos escolares, 
transformando em matéria obrigatória. 
 
3) LIBERDADE DE ESCOLHA: o consumidor tem o direito de optar, 
ou seja, solicitar o produto ou serviço. Se ele recebe sem prévia 
solicitação, considera-se “amostra grátis”, retirando o requisito da 
onerosidade na relação. O Estado também tem a obrigação de 
permitir essa opção do consumidor (liberdade de escolha – livre 
concorrência). 22 
DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR 
 4) INFORMAÇÃO: é dever informar sobre quantidade, qualidade, 
peso, composição e modo de utilização do produto. 
 
 5) PROTEÇÃO CONTRA A PUBLICIDADE ENGANOSA E ABUSIVA. 
 
 6) PROTEÇÃO CONTRATUAL: o contrato não obriga o consumidor 
das coisas que ele não tenha absoluta ciência do seu conteúdo. 
 Direito à modificação das cláusulas contratuais 
desproporcionais e à revisão contratual pela superveniência de 
fato novo (art. 6º, V). 
OBS: Teoria da Imprevisão do fato futuro (caso fortuito ou força maior) 
não cabe na relação de consumo. 
OBS: Princípio da preservação dos contratos de consumo (art. 51, § 6º). 23 
DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR 
 7) INDENIZAÇÃO: direito à integral reparação dos danos morais e 
patrimoniais (art. 6º, VI). 
 8) ACESSO À JUSTIÇA: não é preciso se submeter ao juízo arbitral 
antes de recorrer do judiciário. 
 9) FACILITAÇÃO DA DEFESA DO CONSUMIDOR (art. 6º, VIII, 
CDC): quando houver comprovada vulnerabilidade e hipossuficiência 
do consumidor, inverte-se o ônus da prova. 
 10) QUALIDADE DOS SERVIÇOS PÚBLICOS: garantia de boa 
qualidade dos serviços prestados pelas pessoas públicas. 
 SERVIÇOS PÚBLICOS (art. 22) 
 OBS: O direito de escolha do consumidor não se aplica na hipótese 
de vício do serviço público. Este será compelido a regularizar a 
prestação do serviço e indenizar pelos danos ocorridos. 24 
DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR 
“PONDERAÇÕES” 
 ART. 6º, V – a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações 
desproporcionais (LESÃO) ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que 
as tornem excessivamente onerosas; 
 AMBOS GERAM O DESEQUILIBRIO CONTRATUAL. SÓ QUE O 
MOMENTO É DIVERSO. 
 ORIGINA-SE A TEORIA DO ROMPIMENTO DA BASE OBJETIVA DO 
NEGÓCIO JURÍDICO – O CDC NÃO ADOTOU A TEORIA DA IMPREVISÃO 
(ART. 478 CC/2002); 
LESÃO CC/2002 
ELEMENTOS SUBJETIVOS (NECESSIDADE OU INEXPERIÊNCIA 
(ART. 157 CC/2002) 
ELEMENTOS OBJETIVOS (PRESTAÇÃO DESPROPORCIONAL) 
X 
LESÃO CDC 
ELEMENTOS OBJETIVO (PRESTAÇÃO DESPROPORCIONAL) 
 Revisão ou modificação de cláusula fundamenta a mitigação do 
princípio do pacta sunt servanda x cláusula rebus sic stantibus 25 
DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR 
“PONDERAÇÕES” 
 ART. 6º, VI – REPARAÇÃO INTEGRAL DOS DANOS (INDIVIDUAIS, COLETIVOS, DIFUSOS, 
MATERIAIS, MORAIS, ESTÉTICOS, PERDA DE UMA CHANCE...); 
 DANO MATERIAIS 
– EMERGENTES – É A PERDA DE UM PATRIMÔNIO JÁ EXISTENTE; 
– LUCROS CESSANTES – É A PERDA DE UM GANHO ESPERADO; 
 DANO MORAL – VIOLAÇÃO DA PERSONALIDADE (FÍSICA OU JURÍDICA); 
#DuDica MERO ABORRECIMENTO OU DISSABOR NÃO GERAM DANO MORAL; 
SÚM. 37 STJ – CUMULAÇÃO DANO MORAIS E DANO MATERIAIS; 
SÚM. 227 STJ – POSSIBILIDADE DA PJ SOFRER DANO MORAL; 
SÚM. 370 STJ – APRESENTAÇÃO ANTECIPADA DE CHEQUE PRÉ-DATADO 
CONFIGURA DANO MORAL (BOA-FÉ OBJETIVA); 
SÚM. 385 STJ – HAVENDO UMA NEGATIVAÇÃO DEVIDA E POSTERIORMENTE 
OUTRA INDEVIDA NÃO HÁ QUE SE FALAR EM CONFIGURAÇÃO DE DANO 
MORAL; 
SÚM. 387 STJ – HÁ POSSIBILIDADE DE CUMULAÇÃO DE DANOS ESTÉTICOS E 
DANOS MORAIS; 
SÚM. 388 STJ – DEVOLUÇÃO INDEVIDA DE CHEQUE CARACTERIZA DANO MORAL 
(DANO IN RE IPSA) 
26 
DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR 
“PONDERAÇÕES” 
– ART. 6º, VIII – INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA 
 INVERSÃO OPE JUDICIS – O JUIZ PODERÁ INVERTER O 
ÔNUS DA PROVA QUANDO ESTIVEREM PRESENTES A 
HIPOSSUFICIÊNCIA OU VEROSSIMILHANÇA. 
OPE JUDICIS (PODE) 
X 
OPE LEGIS (DEVE) 
NÃO EXISTE ANÁLISE DO CRITÉRIO SUJETIVO DO 
JULGADOR. 
Art. 12, § 3º; Art. 14, § 3º; Art; 38. 
 
– #DuDica A INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA PODERÁ SER 
AUTOMÁTICA!!! 27 
RESPONSABILIDADE CIVIL NO CDC 
 PRESSUPOSTOS: 
– ação ou omissão do agente; 
– o dano causado (eventus damini); 
– o nexo de causalidade entre a ação ou omissão e o dano; 
– a presença da intenção (dolo) ou a culpa no sentido estrito. 
 
 TIPOS: 
– PELO FATO DO PRODUTO OU SERVIÇO (objetiva): se volta 
para a saúde e segurança, responsabilidade subsidiária do 
comerciante, decorre de acidente de consumo. 
– PELO VÍCIO DO PRODUTO OU SERVIÇO: se prende no vício 
em si, responsabilidade solidária do comerciante,decorre do 
vício de adequação. 28 
RESPONSABILIDADE CIVIL NO CDC 
POR VÍCIO DO PRODUTO OU DO SERVIÇO 
NATUREZA INTRÍNSECA 
OU 
POR FATO DO PRODUTO OU DO SERVIÇO 
ACIDENTE DE CONSUMO 
 RESPONSABILIDADE PELO FATO Arts. 12 a 17 
 1) Em razão do PRODUTO (art. 12, CDC): 
– Responsáveis: fabricante, produtor, construtor ou 
importador, com responsabilidade objetiva por qualquer 
dano causado pelo produto. 
– Obs: Produto defeituoso (§1º): não oferece segurança 
necessária ou informação suficiente ao bom uso. 
– #DuDica O COMERCIANTE NO FATO DO PRODUTO 
RESPONDERÁ DE FORMA SUBSIDIÁRIA! (Art. 13) 
– (Vide Art. 88/101, II CDC) 
 
29 
RESPONSABILIDADE CIVIL PELO FATO 
 1) Em razão do PRODUTO (art. 12, CDC): 
 EXCLUDENTE DE RESPONSABILIDADE DO FABRICANTE: 
– quando não colocou o produto no mercado; 
– quando não existe o defeito; 
– culpa exclusiva do consumidor ou de 3º. 
 
#DuDica 
 o ônus da prova será do fornecedor quanto às excludentes. 
 #DuDica A LEI NÃO APRESENTA COMO EXCLUDENTE O 
CASO FORTUITO E A FORÇA MAIOR! 
30 
RESPONSABILIDADE CIVIL PELO FATO 
 2) Em razão do SERVIÇO (art. 14, CDC): 
– o fornecedor de serviços responde de forma objetiva pela 
reparação do dano ou falta de informação. 
– Obs: Serviço defeituoso é aquele que não oferece segurança. 
 
– EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE (art. 14, §3º): 
 Não prestou o serviço; 
 quando o defeito inexiste; 
 culpa exclusiva do consumidor. 
– #DuDica A LEI NÃO APRESENTA COMO 
EXCLUDENTE O CASO FORTUITO E A FORÇA 
MAIOR! 
 
31 
RESPONSABILIDADE CIVIL PELO FATO 
 #DuDica: O profissional liberal responde mediante a 
verificação de culpa (art. 14, §4º), tendo 
responsabilidade subjetiva. 
 Em regra, o Médico cirurgião não tem como assegurar a 
sobrevivência do paciente. Tem a obrigação de usar de 
todos os meios necessários existentes para alcançar o 
resultado. Essa responsabilidade civil subjetiva recai 
sobre a pessoa física do profissional liberal e, não sobre o 
estabelecimento ao qual presta serviço. 
 Porém, se este profissional assume uma obrigação pelo 
resultado, terá responsabilidade objetiva. Ex: Cirurgião 
Plástico (Estética). 
 
32 
RESPONSABILIDADE CIVIL PELO VÍCIO 
 RESPONSABILIDADE PELO VÍCIO Arts. 18 a 25 
– 1) Em razão do PRODUTO: problema de qualidade 
ou quantidade. 
 
 QUALIDADE (art. 18): todos os fornecedores 
respondem de forma solidária. O fornecedor deve 
sanar o vício em 30 dias (prazo negociado pelas 
partes que pode ser entre 7 e 180 dias). 
 Essa negociação é bilateral (manifestação expressa 
do consumidor). Se for em contrato de adesão, 
deve-se incluir a cláusula que altera o prazo. 33 
RESPONSABILIDADE CIVIL PELO VÍCIO 
 RESPONSABILIDADE PELO VÍCIO 
 1) Em razão do PRODUTO: problema de QUALIDADE. 
Obs: Se após o prazo de 30 dias o vício não for sanado, o 
consumidor pode optar por: 
– substituição do produto por outro de mesma espécie; 
– restituição dos valores pagos devidamente atualizados; 
– abatimento proporcional no preço. 
 
#DuDica 
 ART. 18, § 3º - EXCEÇÃO AO PRAZO DE 30 DIAS DO §1º; 
 ART. 18 § 5º “PRODUTO “IN NATURA” ROMPIMENTO DA RESP. 
SOLIDÁRIA. 
 
34 
RESPONSABILIDADE CIVIL PELO VÍCIO 
 RESPONSABILIDADE PELO VÍCIO 
 1) Em razão do PRODUTO: problema de QUANTIDADE 
(art. 19): os fornecedores respondem de forma solidária, e o 
consumidor pode escolher alternadamente: 
– complementação do peso ou da medida; 
– abatimento proporcional no preço; 
– substituição do produto; 
– restituição dos valores pagos. 
#DuDica 
– ART. 19, § 2º ROMPIMENTO DA RESP. SOLIDÁRIA – TEORIA 
DO RISCO DA ATIVIDADE; 
– NÃO SE OBSERVA PRAZOS DE ESPERA PARA A REALIZAÇÃO 
DE PEDIDOS (SUBSTITUIÇÃO, RESTITUIÇÃO, 
COMPLEMENTAÇÃO OU ABATIMENTO). 
35 
RESPONSABILIDADE CIVIL PELO VÍCIO 
 RESPONSABILIDADE PELO VÍCIO 
 2) Em razão do SERVIÇO (art. 20): os 
fornecedores respondem pelos vícios de 
qualidade, de forma solidária, podendo o 
consumidor escolher alternadamente: 
– reexecução do serviço pelo próprio fornecedor 
ou por terceiro; 
– restituição dos valores pagos; 
– abatimento proporcional do preço. 
 
36 
RESPONSABILIDADE CIVIL CDC 
FATO VÍCIO 
ART. 12/17 ART. 18/25 
OFENDE A INTEGRIDADE FÍSICA OU 
PSÍQUICA 
OFENDE A INTEGRIDADE 
ECONÔMICA 
ACIDENTE DE CONSUMO PROBLEMA DE QUANTIDADE OU 
QUALIDADE 
CONSUMIDOR REAL É A VÍTIMA CONSUMIDOR PADRÃO É A VÍTIMA 
PRAZO PRESCRICIONAL 5 ANOS 
(ART. 27) 
PRAZO DECADENCIAL: 30 DIAS 
(NÃO DURÁVEIS) E 90 DIAS 
(DURÁVEIS) (ART. 26) 
RESP. FORNECEDOR REAL. 
FORNECEDOR APARENTE SÓ NOS 
CASOS DO ART. 13 
RESP. SOLIDÁRIA DE TODOS OS 
FORNECEDORES DA CADEIA DE 
PRODUÇÃO 
DIREITO À INDENIZAÇÃO PELOS 
DANOS MATERIAIS E MORAIS 
DIREITO: OPÇÕES DO § 1º DO ART. 
18 E INCISOS DO ART. 19. 37 
PRAZOS PARA RECLAMAÇÃO 
(art. 26, CDC) 
 O consumidor pode reclamar diretamente ao fornecedor 
por vícios no produto ou serviço, nos seguintes prazos: 
30 dias para bens não duráveis e 90 dias para bens 
duráveis, contados da entrega do bem, da conclusão 
do serviço ou quando oculto, do momento em que se 
evidenciar. Esse prazo será decadencial, mas existem 
causas suspensivas desses prazos: 
– da reclamação feita pelo consumidor até a resposta do 
fornecedor; 
– da instauração do Inquérito Civil pelo MP até o seu 
encerramento. Nessa situação, o efeito da suspensão é 
erga omnes. 
 
38 
PRAZOS PARA RECLAMAÇÃO 
(art. 26, CDC) 
• VÍCIO DE FÁCIL CONSTATAÇÃO, VÍCIO APARENTE E VÍCIO 
OCULTO 
• ARTIGO 26 
• O PRAZO PARA RECLAMAÇÃO DO VÍCIO É DECADÊNCIAL; 
• VÍCIO DE FÁCIL CONSTATAÇÃO, SE DÁ COM O MERO 
MANUSEAR; 
• VÍCIO APARENTE, SE DÁ COM O MERO OLHAR; 
• 30 DIAS – BENS OU SERVIÇOS NÃO DURÁVEIS; 
• 90 DIAS – BENS OU SEVIÇOS DURÁVEIS; 
 CONTA-SE DA ENTREGA EFETIVA DO BEM OU O 
TÉRMINO DA EXECUÇÃO DO SERVIÇO. 
• #DuDica ART. 207 CC/2002 X ART. 26, § 2º - SUSPENÇÃO DA 
DECADÊNCIA. 39 
PRAZOS PARA RECLAMAÇÃO 
(art. 26, CDC) 
• VÍCIO DE FÁCIL CONSTATAÇÃO, VÍCIO APARENTE E VÍCIO 
OCULTO 
• ARTIGO 26, § 3º 
• O PRAZO DECADÊNCIAL SE INICIA DA DATA DA SUA 
CIÊNCIA. 
• APÓS A CIÊNCIA DO VÍCIO SURGE O PRAZO DE 30 OU 90 
DIAS PARA A RECLAMAÇÃO. 
• QUAL É O PRAZO PARA CONSTATAR O VÍCIO??? 
• NÃO EXISTE PRAZO PARA A DESCOBERTA DO VÍCIO NO 
CDC (TEORIA DA VIDA ÚTIL DO BEM). 
• #DuDica O CC/2002 DE FORMA DIFERENTE DO CDC NÃO 
PROTEGE O CHAMADO VÍCIO DE FÁCIL CONSTATAÇÃO E O 
VÍCIO APARENTE. (VÍCIOS REDIBITÓRIOS Art. 441 ao 446 
CC/2002). 
 
40 
PRAZOS CDC 
 FATO DO PRODUTO E FATO DO SERVIÇO 
 ART. 27 CDC 
 PRESCRICIONAL – 5 ANOS 
 
 
 VÍCIO DO PRODUTO E VÍCIO DO SERVIÇO 
 ART. 26 CDC 
 DECADÊNCIAL – 30 OU 90 DIAS 
 #DuDica NO CDC NÃO HÁ PRAZO 
PRESCRICIONAL EM DIAS. 
 
41 
FORNECIMENTO SEM QUALIDADE 
 a) PERIGOSO: é aquele que causa lesão ao patrimônio, 
saúde ou integridade física do consumidor por ausência de 
informações num produto ou serviço próprios ao 
consumo. 
 
 b) DEFEITUOSO: é aquele que causa lesão ao patrimônio, 
saúde ou integridade física do consumidor por 
impropriedade no produto ou serviço. 
 
 c) VICIADO: é aquele que não causa lesão ao consumidor, 
mas poderia ter causado, pois o produto ou serviço são 
impróprios ao consumo. 42 
RECALL (art. 10, CDC) 
 É o dever do fornecedor em alertar todos os 
consumidores de determinado lote de produto 
colocado em mercado de modo viciado, bem como as 
autoridades competentes. 
 
 Deve haver substituição gratuita de todas as peças 
necessárias. O recall não exclui a responsabilidade do fornecedor. 
43 
DEFESA INDIVIDUAL OU COLETIVA 
 1) INDIVIDUAL: quando o consumidor recorre em nome 
próprio. 
 2) COLETIVA: 
– em prol de um interesse difuso: pessoas indeterminadas 
e ligadas por circunstância do fato; (moradores de uma 
região atingida pela poluição ambiental) 
– coletivo: grupo de pessoas ligadas entre si por uma 
relação jurídica; 
– homogêneo: interesses decorrentes de origem comum. 
(os consumidores que adquirem o mesmo produto produzido em 
série com o mesmo defeito) 
44 
DEFESA DO CONSUMIDOR EM JUÍZO 
 1) Sistema de tutela das obrigações de fazer e não 
fazer no CDC: 
– Tutela específica; 
– Obtenção do resultado prático correspondente; 
– Compensação pecuniária. 
 
 2) Caráter satisfativo emergencial das tutelas de 
obrigação de fazer e não fazer (sendo relevante o 
fundamento da demanda e havendo justificado receio de 
ineficácia do provimento final). 
 
 
45 
SISTEMA DE GARANTIAS 
• GARANTIA 
• GARANTIA LEGAL (ART. 24) 
• não precisa de termo escrito (implícita a todo e 
qualquer produto); 
• é irrecusável (decorre de lei); 
• é ilimitada, exceto quanto ao prazo de sua duração; 
• durante a sua vigência, não corre a Contratual. 
46 
SISTEMA DE GARANTIAS 
• GARANTIA 
• GARANTIA CONTRATUAL (ART. 50) 
• necessita de termo escrito; 
• é facultativa (complementa a legal e é fornecida por 
escrito); 
• é limitada pelo fornecedor (de forma expressa); 
 
• #DuDica APÓS FINDA A GARANTIA CONTRATUAL. 
INICIA-SE A GARANTIA LEGAL. 
• A CLÁUSULA DE NÃO INDENIZAR É NULA DE 
PLENO DIREITO (ART. 23 cc ART. 25); 
47 
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE 
JURÍDICA – Art. 28 CDC 
 DISREGARD – DOCTRINE – TEORIA DA PENETRAÇÃO. 
 O patrimônio dos sócios responderá pela reparação dos 
danos, desconsiderando o patrimônio da sociedade. A 
personalidade poderá ser desconsiderada desde que 
comprovada a má-fé do empresário (fornecedor) – art. 28, 
CDC: 
– a) abuso de direito e excesso de poder. Ex: venda 
casada; 
– b) infração da lei ou prática de ato ilícito; 
– c) violação dos estatutos ou contrato social; 
– d) má administração: falta de perícia técnica; 
– e) obstáculo ao ressarcimento. 
48 
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE 
JURÍDICA – Art. 28 CDC 
• A pessoa jurídica não pode ser utilizada como meio fraudulento, que 
gere confusão patrimonial em razão de um abuso de sua 
personalidade. Havendo abuso de personalidade poderão ser 
acionados os bens particulares dos sócios. 
• Desconsideração da personalidade jurídica é diferente de extinção da 
personalidade. 
ART. 50 CC/2002 TEORIA MAIOR DA D.P.J – NECESSIDADE DE REQUERIMENTO DA 
PARTE PREJUDICADA OU DO MP. 
X 
ART. 28 CDC TEORIA MENOR DA D.P.J – PODE DE OFÍCIO. 
• DESCONSIDERAÇÃO INVERSA 
• Quando o sócio não tem nada no seu nome, só no nome da 
sociedade. Então o patrimônio do sócio é desconsiderado e o 
patrimônio da sociedade responderá pela reparação do dano. 49 
PRÁTICAS COMERCIAIS (art. 29) 
 Consumidor é toda pessoa exposta às práticas comerciais ou 
princípios de proteção contratual previstos no CDC. 
 Por exemplo: Publicidade. 
 1) OFERTA (art. 30): Toda informação ou publicidade, 
suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de 
comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou 
apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se 
utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado. 
• Suficentemente precisa = aos padrões médios do 
mercado; 
• #DuDica erro latente não obriga o fornecedor! 
– CONSEQUÊNCIA: vinculativa; 
50 
OFERTA (art. 30) 
– PRESSUPOSTOS: 
 FORMA PRECISA (precisão): importa em objetividade. 
 Ex: preço. 
 DIVULGAÇÃO: quando chega ao conhecimento dos 
consumidores. 
 
 TRANSPARÊNCIA DA OFERTA (Art. 31 e 33 CDC) 
 
 DESCUMPRIMENTO DA OFERTA – Art. 35 CDC 
• Mecanismos processuais para assegurar a oferta (art. 
84). 51 
OFERTA (art. 30) 
 Situações em que a oferta não pode ser cumprida: quando há 
um impedimento legal para o cumprimento forçado da obrigação. 
– O consumidor pode: 
 rescindir o contrato; 
 receber o pagamento de volta; 
 receber um outro produto em substituição ao anterior. 
 O fornecedor é solidaria e objetivamente responsável pelos atos 
praticados pelos seus prepostos (art. 34 CDC cc art. 932, III CC) e 
representantes comerciais, ainda que não tenha autorizado 
previamente. 
 O fabricante e importador têm a obrigação de dispor no mercado 
peças e componentes de reposição de seus produtos por período 
razoável de tempo (art. 32). 
 
52 
PUBLICIDADE – Art. 36 CDC 
 2) Publicidade: é qualquer informação difundida com 
o fim de incentivar consumidores a adquirir produtos 
ou utilizar serviços. Tem sempre finalidade 
comercial, ou seja, o lucro do anunciante. 
 
 ≠ Propaganda: nunca tem finalidade comercial. Visa 
divulgar idéias (ex: propaganda política), veicular 
realizações governamentais (ex: obras públicas) e 
lançar campanha ao público (ex: campanha contra a 
dengue). 
 53 
PUBLICIDADE – Art. 36 CDC 
 PRINCÍPIOS: 
– a) Vinculação da mensagem publicitária (art. 30). 
– b) Identificação (art. 36). 
– c) Veracidade (art. 37, §1º): proíbe a publicidade 
enganosa (total ou parcialmente falsa). 
 O fornecedor deve manter arquivados os dados que 
comprovem o conteúdo da mensagem publicitária. 
Havendo dúvida, o ônus é do fornecedor em provar 
os dados da publicidade (art. 38). 
– d) Não abusividade (art. 37, §2º): veda a publicidade 
abusiva. 
 
54 
PUBLICIDADE – Art. 36 CDC 
 PUBLICIDADE ILÍCITA: 
– a) PUBLICIDADE ENGANOSA: induz o consumidor 
ao erro. 
Comissiva (37, § 1º): induz ao erro; 
Omissiva (37, § 3º): omite dados essenciais do 
produto, podendo induzir o consumidor ao erro. 
 
– b) PUBLICIDADE SIMULADA: apresenta uma 
roupagem diferente da publicitária. 
55 
PUBLICIDADE – Art. 36 CDC 
 PUBLICIDADE ILÍCITA: 
– c) PUBLICIDADE ABUSIVA (37, § 2º): deturpa valores 
morais, discriminatória de qualquer natureza, onde se 
explora fraqueza humana, incentiva o consumidor a agir 
de forma que prejudique a sua saúde ou segurança ou 
ainda, se prevê, incentiva ou tolera lesão aos valores 
sociais, estimula a violência, estimula a degradação do 
meio ambiente e que abusa a inocência das crianças. 
 O CDC prevê SANÇÕES à publicidade ilícita. Existe ainda 
o CONAR (Conselho Nacional de Auto-regulamentação 
Publicitária) que criou o CBAP (Código Brasileiro de Auto-
regulamentação da Publicidade). 
 
56 
PUBLICIDADE – Art. 36 CDC 
 PUBLICIDADE ILÍCITA: 
– Podemos citar ainda: 
 a) Publicidade clandestina: realizada sob a roupagem de uma 
matéria jornalística. 
 b) Publicidade sub-reptícia: é a realizada durante programas 
(filmes ou novelas), também chamada de merchandising. 
 c) Publicidade subliminar: é aquela divulgada em alta velocidade, 
não sendo captada pela visão, mas captada pelo cérebro. 
 Art. 38 – INVERSÃO OPE LEGIS 
INVERSÃO OPE LEGIS – POR FORÇA DA LEI 
(Art. 12,§3º, 14,§3º e 38) 
X 
INVERSÃO OPE JUDIS – A CRITÉRIO DO JUIZ 
 
57 
PRÁTICAS COMERCIAIS ABUSIVAS 
Art. 39 CDC 
 3) PRÁTICAS COMERCIAIS ABUSIVAS: 
– toda aquela que afeta o bem estar do consumidor. 
– O art. 39 traz um rol meramente exemplificativo. 
– As sanções serão as do art. 6º (obrigação de reparar o dano). 
 
 a) Venda casada ou sinergética: quando o fornecedor condiciona a 
aquisição de um produto ou serviço à concomitante aquisição de um 
outro produto ou serviço, ouseja, não dá ao consumidor a opção de 
adquiri-lo separadamente. A Lei 8.137/90 tipificou como crime a venda 
casada, com pena de detenção de 2 a 5 anos ou multa. 
 b) Recusa de atendimento à demanda do consumidor: o fornecedor 
não poderá recusar as demandas do consumidor na proporção dos seus 
estoques e conforme usos e costumes (art. 7º, VI, Lei 8137/90). 
 c) Entrega sem solicitação do consumidor: considera amostra grátis. 
 
58 
4) ORÇAMENTO - Art. 40 CDC 
 Vocábulo “prévio”. É um direito do consumidor e dever do fornecedor; 
deve ser descritivo e pormenorizado, ou seja, deve descrever o 
serviço e especificar as peças do serviço. 
 No silêncio, o orçamento vincula o fornecedor pelo prazo de 10 dias. 
 Não existe pagamento para a realização de orçamento. Com a 
aceitação pelo consumidor, o orçamento passa a ter poder vinculativo 
às duas partes, se transformando em contrato de consumo. 
– Itens obrigatórios do orçamento: 
 a) valor da mão-de-obra; 
 b) preço dos materiais e equipamentos empregados; 
 c) condições de pagamento; 
 d) datas de início e término do serviço; 
 e) prazo de validade: 10 dias; 
 f) deve ser gratuito. 
59 
COBRANÇA DE DÍVIDAS 
Art. 42 CDC 
 5) COBRANÇA DE DÍVIDAS (art. 42): 
– não pode ser vexatória, nem causar qualquer tipo de dano ao 
consumidor (Abuso de Direito (Art. 187 CC) = origem lícita, e 
uma consequência ilícita); 
– é crime utilizar na cobrança: ameaça, coação, constrangimento 
físico ou moral, ou qualquer outro comportamento que constranja 
o consumidor, sob pena de detenção de 3 meses a 1 ano e multa 
(art. 71); 
– INSCRIÇÃO INDEVIDA no SERESA e SPC gera indenização. 
 NECESSÁRIA A NOTIFICAÇÃO CONSUMIDOR. 
– se não houver a notificação e ocorrer a negativação a 
inscrição será indevida e o fornecedor responderá por 
abuso de direito (Resp. Objetiva). 60 
COBRANÇA DE DÍVIDAS 
Art. 42 CDC 
– REPETIÇÃO DO INDÉBITO (Parágrafo Único do art. 42): o 
consumidor tem direito de receber aquilo que pagou em excesso, 
acrescido de correção monetária e juros legais, salvo engano 
justificável; 
COBRANÇA INDEVIDA 
(JUDICIAIS OU EXTRAJUDICIAIS) 
+ 
PAGAMENTO EM EXCESSO 
(SALVO ENGANO JUSTIFICÁVEL) 
 
 Art. 940 CC/2002 HÁ NECESSIDADE DE DEMANDA JUDICIAL. 
 
61 
CADASTROS DE CONSUMIDORES E 
FORNECEDORES - Arts. 43 e 44 
 a) CADASTRO DE CONSUMIDORES: 
– exercem função de interesse público; 
– regidos por instituições privadas; 
– espécies: de bons consumidores ou de maus 
consumidores (restrição de crédito). Ex: Serasa; 
– o consumidor tem direito a todas as informações 
referentes à restrição do crédito, inclusive de ser 
previamente notificado acerca da inclusão do seu nome no 
cadastro de restrição; 
– o prazo de permanência é de 5 anos contados da última 
inclusão. Prescrito o direito de cobrança, o banco cadastral 
não pode informar dados negativos acerca do consumidor. 62 
CADASTROS DE CONSUMIDORES E 
FORNECEDORES - Arts. 43 e 44 
 b) CADASTRO DE FORNECEDORES: 
– regido por órgãos públicos de defesa do consumidor 
(Procon); 
– as reclamações contra fornecedores devem ser 
fundamentadas; 
– deve ser publicado pelo menos 1 vez por ano; 
– o prazo máximo de permanência será de 5 anos, desde 
que não haja novas reclamações. 
 
63 
CADASTROS DE CONSUMIDORES E 
FORNECEDORES - Arts. 43 e 44 
 O consumidor poderá valer-se-á do HABEAS DATA para ter direito 
a informação, retificação e exclusão de suas informações. 
– Vide Art. 43, § 4º - SPC e SERASA são considerados entidades 
de caráter público. Logo, cabe Habeas Data e não mandado 
de segurança. sob pena de configurar o art. 72 CDC. 
 
O que o SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA pensa acerca do 
tema!? 
• Súm. 323 STJ – 5 ANOS (DATA DO DÉBITO); 
• Súm. 359 STJ – NOTIFICAÇÃO; 
• Súm. 404 STJ – DISPENSÁVEL AR. 
• Súm. 385 STJ – NÃO CONFIGURAÇÃO DO DANO MORAL. 
 
 
64 
PROTEÇÃO CONTRATUAL 
Art. 46 CDC 
 1) Princípio da Transparência Máxima – Boa-fé Objetiva (Art. 46); 
 2) Princípio da Interpretação mais Favorável ao Consumidor 
(art. 47); 
– Presunção de que o consumidor sempre contrata de boa-fé; 
– presunção absoluta; 
– não comporta prova em contrário. 
 3) Vinculação do Cumprimento do que Fora Acordado Ação de 
obrigação de fazer (art. 48); 
 4) Cláusulas contratuais abusivas, desproporcionais ou 
leoninas (art. 51): 
– retira o equilíbrio entre direitos e deveres das partes dentro da 
relação obrigacional; 
– é notoriamente desfavorável ao consumidor. 
 
65 
PROTEÇÃO CONTRATUAL 
Art. 46 CDC 
 5) Direito de arrependimento pelo consumidor (art. 49): 
– direito potestativo; 
– prazo de 7 dias; 
– a contratação deve ocorrer fora do estabelecimento 
comercial, por exemplo: internet, call centers e venda porta 
a porta (catálogos e revistas); 
– não precisa justificar sua desistência; 
– o consumidor terá direito de receber qualquer valor que fora 
pago monetariamente atualizado. 
66 
CLÁUSULAS ABUSIVAS 
Art. 51 CDC 
• Trata-se de um rol meramente exemplificativo o descrito no artigo 
51 do CDC; 
#DuDica Uma cláusula abusiva não invalida todo o contrato; 
 
• Súm. 130 STJ 
• A empresa responde, perante o cliente, pela reparação de dano ou 
furto de veículo ocorridos em seu estacionamento. 
• Súm. 302 STJ 
• É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita no 
tempo a internação hospitalar do segurado. 
• Súm. 381 STJ 
• Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, 
da abusividade das cláusulas. 67 
MUITO OBRIGADO! 
68 
@DuarteJr_ 
Duarte Junior 
duartejr@duartejr.com 
www.duartejr.com