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Artigos - Carga aérea

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Carga aérea: rapidez no transporte e altos custos operacionais
A participação do modal aéreo no mercado de movimentação de cargas varia apenas entre 1% e 2% no Brasil. No entanto, o transporte de mercadorias por meio de aviões é um grande trunfo em termos de rapidez. Essa modalidade de transporte é um elemento essencial da logística para os embarques “just in time”, já que o transporte marítimo, embora menos custoso, é muito mais demorado.
 
De acordo com Norberto Jochmann, diretor-presidente da ABSA Cargo – empresa líder no mercado brasileiro de carga aérea -, devido aos altos custos operacionais da movimentação de carga via aviões, as empresas que optam pelo mercado de carga área são, em esmagadora maioria, aquelas que lidam com produtos manufaturados de alto valor agregado. Dessa forma, considerando o valor total de mercadorias movimentadas, a participação do modal aéreo cresce para 25%, tendo grande importância nos ramos de prestação de serviços e logística.
Para os próximos anos, a previsão é de expansão no mercado de carga aérea no Brasil e no resto do planeta: o setor deve manter um crescimento acima de 6% ao ano nos próximos 20 anos. O volume de carga pela via aérea deve triplicar e a frota mundial de aeronaves cargueiras tende a dobrar de tamanho. 
O diretor-presidente da ABSA Cargo concedeu entrevista exclusiva ao site PortoGente para detalhar o crescimento do transporte de cargas por meio de aviões. Ele ainda falou sobre a relação quase inexistente do modal aéreo com os demais modais, ao contrário do que acontece no meio marítimo, e sobre as principais especificidades dos aviões destinados a esse tipo de serviço. 
Quais as principais particularidades da movimentação de cargas por meio de aviões? Há como traçar um paralelo com o transporte marítimo?
Norberto Jochmann - O principal diferencial da carga aérea em comparação com outros modais de transporte está em sua rapidez. Por exigir um tempo de transporte mais exíguo, o tipo de embalagem para a remessa é mais frágil e simples e também envolve prêmios de seguro consideravelmente mais baixos. A carga aérea é um elemento ideal da logística de transporte para os embarques sob a modalidade do just in time de produtos manufaturados de alto valor agregado, contribuindo assim para a redução de estoques e, ao mesmo tempo, para aceleração do desembolso do capital empatado nos bens transportados. No entanto, devido aos custos operacionais mais altos que incidem sobre o modal aéreo - principalmente o de combustível -, a movimentação da carga via marítima é mais vantajosa para mercadorias tipo commodities , que apresentem uma baixa relação valor por quilo. 
Como é a integração com empresas e setores de outros modais, como o ferroviário e o rodoviário?
Jochmann - Praticamente inexistente, em decorrência do fato de que, na cadeia do transporte, a decisão de utilização de um certo modal já é tomada numa etapa anterior entre o produtor e seu agente de cargas. Assim que a empresa aérea é colocada perante fatos consumados, ela limita a sua atuação ao mero transporte da carga que lhe foi confiada.
Qual a fatia do mercado de movimentação de mercadorias ocupado pela carga aérea e qual a projeção de crescimento para os próximos anos? 
Jochmann  - A participação do modal aéreo no mercado total de cargas em termos de volume e peso, entre 1 e 2%, é insignificante. Contudo, tomando-se como base o valor das mercadorias transportadas, a sua participação aumenta consideravelmente: para cerca de 25%. A projeção de crescimento da carga aérea internacional está estimada na média de 6% ao ano até 2025.
Para transportar cargas, que fatores adicionais um avião necessita ter em relação aos aviões de passageiros?
Jochmann - Atualmente, em âmbito mundial, dois terços da carga aérea são transportados em porões de aviões de passageiros, os chamados vôos mistos. A contribuição da carga aérea para os vôos mistos continua a ter um caráter de receita marginal, pois o planejamento da operação nesses casos considera em primeira linha as necessidades e demandas do transporte de passageiros. Os vôos exclusivamente cargueiros seguem e obedecem outros parâmetros de planejamento. O mais importante entre eles reside no fato que a carga aérea é, por princípio, um produto one way, ao contrário da grande maioria dos passageiros que adquirem para a sua viagem uma passagem de ida e outra de volta. Sendo assim, para aviação exclusivamente cargueira é tão imprescindível haver embarque de carga não só para o vôo de ida, mas também para o segmento de retorno. Uma tarefa árdua, em face das constantes oscilações da demanda em pontos distintos de embarque de carga aérea.
Quais os principais cuidados que devem ser tomados para efetuar o transporte de cargas por ar?
Jochmann – O fator principal de cuidado é usar a embalagem apropriada para cada tipo de mercadoria. Por permanecer menos tempos em "mãos allheias" no ar, ou seja, durante a fase do transporte, e também no aeroporto de partida como no da chegada, a carga aérea é, em geral, de simples manuseio. Naturalmente, o transporte de mercadorias especiais, como animais vivos, perecíveis e substâncias químicas, requer uma maior atenção.
A empresa e o setor no Brasil, em geral, contam com aeronaves modernas suficientes para atender a demanda de mercado?
Jochmann - Dentro do Brasil, em sua grande maioria, a carga aérea é transportada em vôos mistos. A rota entre Manaus e São Paulo é uma das poucas a ser servida por aviões exclusivamente cargueiros. Dessa maneira, apesar de em números a frota de aviões cargueiros brasileira ser suficiente para atender a atual demanda do mercado, ela necessitaria de um maior número de equipamentos modernizados a fim de se tornar mais eficiente.
    
A aviação cargueira, no Brasil e na América do Sul, é utilizada da mesma forma e quantidade como no exterior?
Jochmann - O Brasil e a América do Sul são bem atendidos pela aviação cargueira. A bem da verdade, as mais importantes empresas aéreas cargueiras brasileiras vivem de suas operações internacionais. Os principais destinos estão na América Latina, EUA e Europa.
O que fazer para conquistar e atrair clientes que optam por outros meios de transporte? E como é a concorrência interna, ou seja, dentro do setor da aviação comercial?
Jochmann - O custo continua a ser o principal fator de decisão para a escolha do modal de transporte pelos clientes. Não existem argumentos plausíveis que convençam um exportador de grãos a optar pela via aérea. Seria naturalmente ideal poder conquistar de forma regular novos de produtos de outros modais para o transporte a longo prazo por avião. Uma tarefa quase intransponível. Dessa maneira, envidamos os nossos esforços em atrair carga avulsa e esporádica para o nosso modal. Os atrasos na produção de mercadorias pertencentes ao transporte regular por outros modais são nossos mais que bem-vindos clientes. A maior rapidez do transporte aéreo neutraliza o atraso e permite, assim, que a mercadoria chegue a tempo no seu destinatário. A concorrência interna no mercado brasileiro de carga aérea é bastante acirrada. No entanto, a qualidade e a eficiência do atendimento, a confiabilidade nas informações prestadas, além do valor do frete, são os fatores determinantes de escolha da empresa aérea cargueira pelos clientes. 
COMPORTAMENTO DO TRANSPORTE AÉREO GLOBAL EM JANEIRO
04/03/2013 - 19:47:49 
Crescimento encorajador" de 5%.
Volumes globais ainda estão abaixo dos níveis registrados em 2010 e 2011
A Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata) divulgou que o transporte aéreo global de cargas registrou crescimento de 5% em janeiro, o que mostra a estabilização desse mercado desde o final de 2012, que teve um "crescimento encorajador".
"O negócio de carga aérea está mostrando alguns sinais encorajadores, mas ainda é muito cedo para ser otimista demais. Enquanto o declínio parou, os volumes globais ainda estão abaixo dos níveis de 2010 e 2011. A economia mundial é frágil. Nossa previsão para o crescimentoda demanda permanece modesto de 1,4%", disse o CEO da Iata, Tony Tyler.
"O transporte de carga aérea é importante para a economia global e da vida cotidiana. Em valor, quase um terço dos bens comercializados internacionalmente são enviados via aérea. Emprego e oportunidades econômicas são criados por meio da ligação de mercadorias aos mercados. E vidas são enriquecidas pelo comércio global de produtos e serviços, o que é tornado possível pela conectividade aérea. Apoiar o sucesso do setor é do interesse de todos", disse Tyler.
Remessas
O envio de remessas aéreas para mercados internacionais teve expansão de 4,5% em janeiro na comparação com o mesmo mês de 2012. Em mercados domésticos o crescimento de janeiro foi de 7,5% em relação ao mesmo período do ano passado.
A oferta total do transporte de cargas registrou crescimento de 2,1% em janeiro. Em vôos internacionais e domésticos, a capacidade teve aumentos de 2,3% e de 1,3%, respectivamente, nas mesmas bases comparativas.
América Latina
As companhias aéreas da América Latina foram as únicas que apresentaram queda na demanda, de 1,6%, em relação ao ano anterior. No entanto, houve aumento de 10,2% na capacidade.
As companhias locais vêm aumentando a capacidade de carga aérea para aproveitar as oportunidades de crescimento do comércio de muitas economias locais. Este potencial de crescimento também está atraindo companhias aéreas de outras partes do mundo, acirrando a concorrência.
África e Ásia
As companhias africanas relataram aumento de demanda de 3,7%, enquanto a capacidade teve uma evolução de 13,9%. As transportadoras da região se beneficiaram de um forte crescimento econômico, particularmente na África Ocidental.
A demanda das operadoras da Ásia-Pacífico, que representam 39,2% de carga aérea mundial, cresceram 7,1%, enquanto a capacidade caiu 0,4%. Com o ajuste para o Ano Novo Chinês, estima-se que as transportadoras da região tiveram crescimento de cerca de 3% da demanda.
EUA e Europa
As companhias norte-americanas tiveram um crescimento modesto, de 0,6%, em relação a janeiro de 2012, enquanto a capacidade se reduziu em 1%. Os consumidores norte-americanos estão tendo perspectivas mais positiva sobre a economia das companhias aéreas da América do Norte.
As européias registraram crescimento da demanda de 1,2%, metade do crescimento de 2,4% na capacidade. De acordo com a Anac, a debilidade econômica na Zona do Euro, que é um grande mercado de bens de consumo, está atrapalhando o crescimento do comércio mundial, e vai limitar o crescimento dos volumes de carga aérea em 2013.
As companhias aéreas do Oriente Médio continuam a ter o crescimento mais rápido de todas as regiões: 16,3% em relação a janeiro 2012. O capacidade aumentou em 12,4%. As transportadoras da região continuam a se beneficiar da rota e da capacidade de expansão das economias que crescem rapidamente na África Ocidental e na Ásia.

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