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resumo penal III segunda prova thaís bandeira

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Direito Penal III
Resumo
1. Penas restritivas de direito
São penas alternativas que buscam substituir a pena de prisão. Não podem ser aplicadas cumulativamente com as penas privativas de liberdade. 
A substituição geralmente ocorre no momento da sentença condenatória. Para que ocorra a substituição já durante a execução da pena, é necessário que: a pena privativa de liberdade não ultrapasse dois anos; o condenado esteja em regime aberto de execução; tenha cumprido pelo menos um quarto da pena; os antecedentes e a personalidade do condenado indiquem a substituição. 
Os requisitos legais para a substituição da pena tem caráter objetivo e subjetivo. O objetivo envolve os atos culposos e dolosos. Nos primeiros, a pena restritiva de direito sempre caberá, independente da natureza do crime e da quantidade da pena. Já nos segundos, só se aplicará caso a pena aplicada seja menor ou igual a quatro anos e o crime cometido tenha sido praticado sem violência ou grave ameaça. Os requisitos de ordem subjetiva não permitem que o réu seja reincidente específico em crime doloso e exigem que se observe se as circunstancias judiciais são favoráveis ao mesmo, ou seja, faz-se necessária uma análise da culpabilidade, dos antecedentes, da conduta, da personalidade, dos motivos e das circunstancias do crime. 
Artigo 43 - Restrições de direito:
a) Prestação pecuniária: pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social. Será estabelecido um valor de 1 a 360 salários mínimos. Não se confunde com indenização, pois esta tem caráter civil, contudo, uma não exclui a outra, pois o valor pecuniário pode ser abatido de uma eventual indenização. 
b) Perda de bens e valores: cairá sobre o patrimônio lícito do acusado e se dará em favor do Fundo Penitenciário Nacional, tendo o valor como teto máximo o montante do proveito do crime ou do prejuízo causado. 
c) Prestação de serviços à comunidade: atribuição de tarefas gratuitas de acordo com as aptidões do condenado. Somente é aplicável a condenações superiores a seis meses de prisão. Será praticada de segunda a sexta, uma hora por dia, até o cumprimento do tempo que o réu passaria preso. Em condenações superiores a um ano, admite-se a possibilidade de aumentar o tempo de trabalho por dia, até o dobro (2 horas por dia), diminuindo até metade o tempo do cumprimento da pena. 
d) Interdição temporária de direitos: o art. 47 do CP prevê a proibição de certos direitos (nomeação em concurso público; exercício de cargo ou função pública; frequentar determinados lugares; suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo). 
e) Limitação de final de semana: comparecimento obrigatório em cursos e palestras aos sábados e domingos durante cinco horas cada dia. 
A forma de condenação poderá ser fixada da seguinte maneira: se a pena for menor ou igual a um ano, caberá ao juiz escolher entre aplicar uma restritiva de direito ou uma multa. Já em penas superiores a um ano, aplicar-se-á duas restritivas de direito ou uma restritiva de direito + uma multa.
O cumprimento da pena restritiva de direitos gera a extinção da punibilidade. Já o seu descumprimento injustificável gera o retorno à pena privativa de liberdade, sendo computado o período já cumprido como restrição de direitos. A privação de liberdade tem um tempo mínimo de trinta dias, portanto, mesmo que o agente abandone o cumprimento da pena restritiva de direitos faltando menos de trinta dias para acabar, ficará preso por trinta dias. 
2. Sursis
É a suspenção condicional da pena privativa de liberdade. Seu tempo de cumprimento sempre será maior que o tempo da pena. São três tipos:
a) Simples: período de prova de dois a quatro anos. Para sua aplicação, é necessário que não seja cabível pena restritiva de direitos e que a condenação seja menor ou igual a dois anos. Além disso, o sujeito não pode ser reincidente em crime doloso e precisa ter suas circunstancias judiciais favoráveis. O sujeito deverá se submeter a um ano de prestação de serviços à comunidade ou limitação do final de semana. Passado esse um ano, aplicam-se as condições do artigo 78, §2:
I. Não se ausentar da comarca sem prévia autorização do juízo. 
II. Não frequentar determinados lugares.
III. Comparecimento mensal em cartório para informar atividades. 
b) Especial: Segue os mesmo requisitos da simples. Só se difere nas condições a serem cumpridas no período de prova, pois por conta da reparação do dano, o sujeito ficará livre do primeiro ano de prestação de serviços à comunidade ou limitação do final de semana. Só se aplicará o §2° do art. 78. 
c) Etário/Humanitário: período de prova de quatro a seis anos. Para sua aplicação, é necessário que não seja cabível pena restritiva de direitos e a condenação seja menor ou igual a quatro anos. Além disso, o sujeito deve ter mais de 70 anos ou sofrer de alguma doença grave. As condições a serem cumpridas são iguais a do especial, ou seja, cumprimento do estipulado no art.78, §2º. 
O cumprimento integral do sursis gera a extinção da punibilidade do agente. Seu descumprimento implicará em cumprimento integral da pena inicial fixada na sentença. Ou seja, se por exemplo um sujeito cumpriu 3 anos de sursis e sua pena era de um ano e dois meses, tendo esse sursis revogado o sujeito deverá responder sua pena privativa de liberdade de um ano e dois meses. 
A revogação do sursis pode ser obrigatória ou facultativa. A obrigatória ocorre quando há a condenação do sujeito por outro crime doloso; quando o sujeito descumpre as obrigações estabelecidas no art. 78, §1º; ou ainda quando não há a reparação de dano. Já a revogação facultativa fica a critério do juiz e pode ser aplicada caso haja o descumprimento do art 78, §2º; se o sujeito sofrer condenação por crime culposo ou por contravenção penal. 
 O período de prova será prorrogado no caso de o sujeito estar respondendo por outro crime ou contravenção, enquanto durar o processo. 
3. Concurso de crimes
Ocorre quando o agente pratica mais de uma infração penal. Poderá ser:
a) Material: O agente pratica dois ou mais crimes mediante mais de uma ação ou omissão. Os crimes praticados podem ser homogêneos, ou seja, crimes idênticos (ex.: vários furtos), ou heterogêneos, crimes diversos (ex.: furto e homicídio). No caso do concurso material, as penas dos vários crimes serão somadas, não podendo sua duração exceder a trinta anos. 
b) Formal: O agente pratica uma única ação ou omissão e causa dois ou mais crimes. Quando não queria praticar nenhum deles ou apenas um, tem-se o concurso formal perfeito. Nesse caso, o agente responderá, em princípio, por um só crime com pena aumentada. Aplica-se ao agente a mais graves das penas, aumentada de um sexto até a metade – esse critério é chamado de exasperação. O somatório de penas só será aplicado no concurso formal imperfeito, que consiste na execução de vários crimes com uma única conduta, porém de forma dolosa. Ou seja, o agente praticou dois ou mais crimes porque quis, quando por exemplo, a fim de matar um grupo de pessoas, acionou uma bomba. 
A pena do concurso formal não poderá exceder àquela que seria cabível para o concurso material. 
c) Continuado: O agente pratica, mediante mais de uma ação ou omissão, dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, consideram-se os crimes subsequentes do primeiro como uma continuação do mesmo. Nesse caso, aplica-se a pena de um dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada de um sexto a dois terços. 
Não é a simples reiteração de um crime que o classifica como continuado, pois os crimes praticados devem guardar entre si uma relação de interdependência ou de necessária sucessão, de modo que os subsequentes possam ser entendidos como uma continuação do primeiro. Em relação ao tempo que deve decorrer entre os delitos, há quem admita um lapso temporal de um mês entre as condutas, e outros quefalem em até três meses. 
Com a aplicação da lei nº 120015/2009, o crime de estupro passa a abranger também o atentado violento ao pudor. São portanto, crimes da mesma espécie e podem ser alvo de continuidade delitiva. 
* Crime continuado específico: O agente pratica crimes dolosos contra vítimas diferentes, mediante grave ameaça ou violência à pessoa. Nesse caso, aumenta-se a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo. É um tipo mais severo de crime continuado, pois os bens jurídicos ofendidos nesse caso são especialmente importantes (vida, liberdade, etc.) 
4. Medida de segurança
São aplicadas aos inimputáveis, quer dizer, autores de infração penal considerados incapazes de compreenderem o caráter ilícito do que fizeram, em razão de doença mental ou retardo. Sendo semi-imputável, o juiz escolherá se aplicará medida de segurança ou pena, não podendo cumulá-las, pois o sistema do Brasil é duplo alternativo, e o cúmulo de pena + medida de segurança só ocorre em sistemas binários/cumulativos. Ou seja, a medida de segurança só será aplicada em casos onde falta a imputabilidade, mas todos os outros critérios do fato devem estar presentes. 
É necessária a comprovação da periculosidade do agente para que se aplique a medida de segurança. Esta é vista como uma prevenção, que busca evitar atos de vingança por partes particulares e reação excessiva por parte do estado. 
O prazo mínimo de aplicação é de um a três anos, não havendo estipulado um prazo máximo, pois o agente deve ser tratado até que se cesse a periculosidade. Contudo, a jurisprudência estipula que o máximo será baseado na pena cominada no tipo praticado pelo agente. 
As espécies são as seguintes: tratamento ambulatorial, onde o agente responde em liberdade, devendo comparecer ao centro de atendimento psicossocial para tomar os medicamentos nos dias combinados; e internação no hospital de custódia e tratamento. 
Essa ultima é aplicada no caso de crimes mais graves, punidos por reclusão, enquanto a primeira serve para os crimes mais brandos, punidos com detenção. 
A extinção da medida de segurança se dará quando ficar comprovado que houve a cessação da periculosidade. Para tal, o agente será desinternado ou liberado condicionalmente durante um ano. Se ao final desse período não cometer fato indicativo de persistência da periculosidade, será liberado. Caso contrário, voltará a medida de segurança.
5. Extinção da punibilidade
 Não se confundem com as escusas absolutórias, embora produzam o mesmo efeito, já que estas só são aplicadas em caráter personalíssimo em crimes determinados.
Das causas de extinção da punibilidade, cuida o art. 107 do CP, de forma exemplificativa, pois existem outras causas no próprio Código e fora dele.
Morte do agente: vide o princípio mors solvit ominia (a morte tudo apaga), a morte do sujeito extingue a punibilidade de sua conduta. A prova da morte é feita por meio de certidão de óbito. Se esta for descoberta falsa depois do arquivamento da ação penal, retoma-se o curso normal da ação interrompida, ao menos que esta já tenha tido sua punibilidade extinta por outro motivo legal, como por exemplo a prescrição. Há doutrinadores que alegam que a retomada do processo fere o princípio da irretroatividade penal, e defendem que os agentes envolvidos devem responder apenas pela falsidade da prova, não mais pelo que estava sendo acusado, visto que não aprovam que se retome a punibilidade já extinta. Contudo, a visão do STF é contrária, defendendo a retomada da ação ou do inquérito penal de onde parou. 
Há um único caso em que a morte da vítima extingue a punibilidade - no caso de ação penal privada personalíssima. Isso ocorre porque nesse caso o único sujeito legítimo para propor uma ação contra a conduta praticada é a vítima, portanto, se esta morrer não haverá quem possa denunciar tal conduta.

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