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Antes do lançamento tem o fato gerador e a obrigação tributaria. Após o lançamento a gente passa a ter o que? O que é que o lançamento constitui? - O crédito. Na aula passada nós fizemos aquela analogia entre o lançamento e uma sentença judicial. A sentença certifica os fatos relevantes ao processo, a lide, e determina o direito aplicável aqueles fatos, que já ocorreram, mas, mesmo assim, precisam que algo certifique esse direito. Então isso é o que acontece com no lançamento. O lançamento certifica a ocorrência do fato gerador e estipula a obrigação tributaria que é a conseqüência jurídica para aquele fato gerador. Antes do lançamento: Fato e Obrigação Após o lançamento: Crédito – a realidade formalizada, a norma individual e concreta, que formaliza, que certifica o fato gerador e a obrigação. O que significa dizer que o Lançamento é uma atividade que possui efeitos declaratórios? Lembre-se que o conceito de tributo engloba cinco elementos: pecúnia, obrigação tributaria compulsória, sanção diferente de ato ilícito, instituída em lei, cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. O que é uma atividade administrativa plenamente vinculada? É uma atividade sem discricionariedade quanto ao conteúdo do tributo, a lei já esgota a regularização. Tributos são sujeitos a reserva de lei. A lei cria e tipifica o fato gerador e já estipula os critérios para certificar no caso concreto quem é o sujeito passivo, quem é o sujeito passivo, qual a base de calculo e qual a alíquota. Estes elementos já estão absolutamente regulamentados em lei, não sobra discricionariedade da administração publica quanto ao conteúdo do tributo. Então não adianta alguém chegar à Receita Federal ou na SEFAZ dizendo que aquele tributo ta muito caro e requerendo que diminuam o valor, o montante do tributo já é predefinido em LEI. Por isso que se diz que o lançamento possui efeitos declaratórios, por ele simplesmente certificar uma situação preexistente, ele declara uma situação preexistente. Pois bem. Vimos que tem efeitos declaratórios, já que a atividade administrativa é plenamente vinculada, e que, segundo o Paragrafo Único do art. 142, a atividade de lançamento... Efeitos Constitutivos - porque ele constitui crédito. O crédito tributário inicia um momento novo, ele formaliza a fase da existência, ele é uma ordem de pagamento, um título executivo extrajudicial. O sujeito passivo não realizando o pagamento do crédito, o que faz a fazenda publica? Ela inscreve o crédito em divida ativa, emite a certidão de inscrição em divida ativa e essa certidão é um documento que corporifica o titulo executivo extrajudicial (crédito). Efeitos Preclusivos Enquanto o lançamento não seja anulado, a relação jurídica tributaria se desenvolve nos termos do crédito vinculado. Nós vimos que o crédito deve espelhar com fidelidade o fato gerador e a obrigação tributaria, mas isso não exclui a possibilidade de ocorrer um lançamento falho. O lançamento pode, eventualmente, formalizar uma situação que não reflita com fidelidade a situação preexistente, mas, mesmo nessas situações, a relação jurídica tributaria passa a se desenvolver nos termos do credito tributário até que o lançamento seja anulado. NORMA APLICAVEL Norma material – o Lançamento aplica a lei que regulamenta o tributo, lei vigente no momento da ocorrência do fato gerador. Norma Formal – Não se trata mais da norma aplicada PELO LANÇAMENTO e que regulamenta o tributo, mas de uma norma que regulamenta o LANÇAMENTO EM SI. Para essa lei também valerá a lei vigente ao momento da pratica do ato processual. Nós também vimos que a atividade do lançamento se caracteriza por ser uma atividade VINCULADA e OBRIGATÓRIA. Que quem é competente para realizar o lançamento é a FAZENDA PUBLICA. Que um terceiro diferente do sujeito passivo pode ser responsabilizado pela atividade do lançamento. (...) Ela guarda para fiscalizar após a realização do pagamento. Nós temos a primeira etapa da relação jurídico-tributária, a da Existência, porque com o fato gerador automaticamente nasce a obrigação tributaria. Depois disso é necessário que formalizem e que se certifiquem acerca do fato gerador e que se estipulem os termos da obrigação tributaria principal. Essa formalização é a atividade do lançamento. LANÇAMENTO POR OFÍCIO Realizado exclusivamente pela Fazenda Pública. Quando ela realiza o lançamento sem a colaboração do contribuinte, realizando e fiscalizando por conta própria. Ex: IPTU e IPVA. – Todo mês de janeiro chega aquele boleto, que é uma notificação do credito tributário que foi constituído pela Fazenda Publica sem chamar pela sua colaboração. A FP certificou o fato gerador, a propriedade, a base de calculo, a alíquota, e notificou por conta própria. ORIGINARIO – Quando o lançamento por ofício já é a modalidade estipulada por lei para realizar o lançamento daquele tributo. SUBSTITUTO – Quando outras modalidades de lançamento não foram possíveis. Ex: quando é um lançamento por declaração e o contribuinte não apresenta sua declaração no prazo estipulado. Nesses casos ela está autorizada a realizar um lançamento por ofício ao invés de um lançamento por declaração. E no lançamento por ofício ela continua a realizar o lançamento sozinho, sem a colaboração do contribuinte. Então esse tipo de lançamento não foi originariamente escolhido para lançar aquele tributo, mas veio a ser em virtude de substituição. Esses tipos de lançamento devem consubstanciar a segunda fase da relação jurídico-tributária. Então após a existência a Fazenda Pública deve realizar o lançamento por para certificar a ocorrência do fato gerador e para estipular os termos dos quais se constitui obrigação tributária decorrente deste fato. O lançamento por ofício deve PRECEDER a existência em contrapartida deve anteceder as fases do pagamento e da exigibilidade da mora. A partir do lançamento abre-se um prazo do pagamento. O crédito tributário torna-se apto a ser pago. Encerrado o prazo de pagamento sem que o contribuinte, sujeito passivo, tenha adimplido o pagamento do credito tributário, a obrigação se torna exigível e o sujeito passivo passa a incorrer em mora. Então nesse caso, o lançamento por oficio antecede o prazo de pagamento, antecede a exigibilidade do credito (quando ele se torna exigível) e antecede a mora. Isso significa dizer que o lançamento por oficio é condição do pagamento, da exigibilidade e da mora. O credito só pode ser pago, se houver o lançamento. O lançamento é uma necessidade lógica do pagamento. Porque pra eu pagar eu tenho que saber o que é que eu to devendo, quanto eu to devendo, quando eu devo realizar o pagamento, de que forma eu devo realizar o pagamento, onde eu devo realizar o pagamento. Constituído e lançado o crédito, ele se torna um titulo executivo extrajudicial. Ex: Na notificação do IPTU consta que o prazo para pagamento daquela parcela se vence no dia 5 de fevereiro. Caso não haja pagamento, a partir do dia 6 de fevereiro aquele credito já pode ser cobrado tanto pela via administrativa quanto pela via judicial. LANÇAMENTO POR DECLARAÇÃO Realizado com a colaboração do contribuinte, que apresenta uma declaração e a Fazenda Publica lança. Ela chama o contribuinte para auxiliá-la. Ela impõe ao contribuinte o dever de declarar. Esforço conjunto entre Fazenda Publica e Contribuinte. Essa declaração seria que tipo de obrigação tributária? Obrigação tributária principal de pagar tributos Obrigação tributaria principal de pagar multa Obrigação tributaria acessória Quando a Fazenda Publica impõe ao sujeito passivo a obrigação de declarar, ela ta impondo uma obrigação de fazer, ou seja, uma obrigação acessória de fazer, de apresentar uma declaração. De posse dessa declaração, a Fazenda Publica analisa a declaração, se ela possa fé. Se sim, a Fazenda Publica realiza o lançamento baseado nessas informações. Se não, a Fazenda Publica deve chamar o sujeito passivo para prestar esclarecimentos. Se essa pessoa não for prestar esclarecimentosou esclarecer de modo insuficiente, a Fazenda Publica esta autorizada a desprezar a declaração prestada pelo contribuinte e a substituir essa modalidade de lançamento por declaração pelo Lançamento por oficio, agindo, a partir de então, sem a colaboração do contribuinte.
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