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Helicobacter Pylori - Transcrição de aula

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Helicobacter pylori 
Profa. Nilse Querino 
Pensava-se antigamente que a mucosa gástrica era estéril. Então acidentalmente 
pesquisadores surpreendentemente fizeram a descoberta dessa bactéria que já recebeu 
vários nomes, já foi campilobacter, Helicobacter pyloridio, depois virou Helicobacter 
pylori, e então a sua última denominação é Helicobacter pylori. Quando eu voltei da 
Alemanha do meu doutoramento eu consegui uma amostra para fazer cultura dessa 
bactéria, que ela é muito difícil, talvez por isso demorou-se tanto para se descobrir que 
realmente as úlceras poderiam ter como agente etiológico essa bactéria. 
 
GÊNERO HELICOBACTER 
 H. pylori 
 H.cinaedi 
 H.fennelliae 
 H.canis 
 H. canadensis 
 H. pullorum 
Bom, o gênero helicobacter é composto por algumas espécies, o nome já da pra vocês 
terem uma idéia de que alguns são associados a alguns animais, outros nem tanto, mas a 
espécie que nós vamos focar é o pylori. O helicobacter tem sido raramente isolado em 
humanos, e, quando as outras espécies de helicobacter são isoladas, ocorre normalmente 
em pacientes com AIDS. 
 
 Helicobacter pylori 
 
– Isolado em humanos, macacos e porcos 
– Agente etiológico associado 
– gastrites 
– úlceras gástricas e duodenais 
– adenocarcinoma gástrico 
– linfomas de células B de tecido linfoide associado a mucosa 
gástrica(MALT) 
 
– É extremamente comum e provavelmente infecta cerca de metade da 
população mundial. 
– Causa doença clínica em apenas 5 a 10% dos indivíduos infectados. 
Bom, o Helicobacter pylori foi isolada em humanos macacos e porcos. É o agente 
etiológico associado justamente a gastrites, úlceras gástricas e duodenais, 
adenocarcinoma gástrico. É muito interessante isso, 100% dos pacientes que têm 
adenocarcinoma gástrico eu posso isolar o helicobacter. E o um tipo raro de linfoma, 
que é chamado MALT, que o linfoma por células B, do tecido linfóide B, associado à 
mucosa gátrica. É interessante a independência da relação dele com a doença, vocês 
vão ver que a maioria das pessoas já teve ou tem o Helicobacter, mas que só 5 à 10% 
dos indivíduos infectados irão desenvolver qualquer patologia. Quem sabe talvez entre 
aí o fator emocional. 
Pergunta de Jéssica que eu não consegui escutar. 
Resposta da professora: Não, ele não seria considerado como um habitante normal, mas 
se sabe que ele pode viver comensalmente, ele pode ficar no estômago e não causar 
dano. Só em 5 à 10% dos indivíduos infectados se diria que ele vai causar algum dano. 
Eu não devo tratar; por exemplo, eu faço uma endoscopia, encontro helicobacter, mas 
não encontro nenhuma lesão histológica significante, eu não devo tratar, com a 
orientação da gastroenterologia ou da infectologia que preconiza que não se deve tratar 
a infecção se não há lesão. 
 
Epidemiologia 
 Nos países desenvolvidos, a infecção é pouco freqüente na infância e a 
prevalência da infecção pode atingir 80% ou mais em adultos. 
 
 
 Nos países em desenvolvimento a infecção ocorre precocemente e com 
freqüência mais altas, fenômeno possivelmente associado à presença de 
condições sócio econômicos e ambientes inadequados. 
Nos países desenvolvidos a infecção, como toda a epidemiologia dos países 
desenvolvidos, acontece predominantemente na idade adulta. Enquanto nos países 
subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, as crianças mais cedo, mais precocemente 
começam a se infectar com helicbacter. Tem vários inquéritos epidemiológicos, com 
soro, com endoscopia e você vê que uma criança de 10 anos (a média digamos assim é 
de 10 anos) em um país pobre já tem o estômago colonizado com helicobacter, 
enquanto nos países ricos, isso vai acontecer mais tarde, principalmente na idade adulta. 
 
MODO DE TRNASMISSÃO 
 
 O modo de transmissão poderia ser a via oral. 
 
 Infecções iatrogênicas, derivados do emprego de instrumental contaminado. 
 
Bom, o modo de transmissão: via oral. Ingestão de alimentos, água. É possível 
acontecer iatrogenicamente porque já foram descritas verdadeiras epidemias causadas 
por endoscópios mal esterilizados. 
Pergunta inaudível de um colega: 
Resposta da professora: Não, porque ai a gente vai ver onde é que ela vai ficar 
exatamente, ela não fica flutuando. É aí que nós vamos entrar na patogenia e vocês vão 
entender que ela não fica flutuando. 
 
Morfologia e Identificação 
Microrganismo 
 
– Bastonetes Gram-negativos curvos ou espiralados. 
– Não formam esporos 
– São móveis por flagelação 
– Produz potente urease 
– na qual converte uréia em amônia e aumentando o pH local. 
 
Quem é esse microorganismo? Então, são bastonetes Gram-negativos curvos ou 
esporalados, não formam esporos e é importante para a patogenia a presença do 
flagelo e vocês vão ver por que. Sem o flagelo talvez elas não conseguissem 
ocasionar os sintomas. Porque gente? Ela vai ter que atravessar o muco que forra o 
epitélio do estômago, e é esse muco que protege da acidez. Esse flagelo é um dos 
mecanismos, é uma das ferramentas, que é utilizada para atravessar o muco que protege 
o estômago e aí ela fica lá, porque ela fica abaixo do muco. Outro mecanismo 
também importante é a UREASE, vocês vão ver que a urease do Helicobacter é 
extremamente potente, e essa enzima vai pegar a uréia e transformar em amônio e vai 
aumentar esse pH local. Pra que ela vai aumentar esse pH? Pra transformar o ambiente 
no ambiente ideal para sua sobrebivêcia. 
Lembre-se que a professora falou no último dia de aula a importância de se saber o 
fatores de virulência de cada bichinho. 
 
Então ta aqui um Helicobacter pylori. Vejam os 
flagelos que vão impulsionar, mas também girar 
como se fosse um saca-rolha e aí penetrar na 
mucosa. Então se o sujeito ingerir um alimento, 
uma água contaminada, o helicobacter cai no 
estômago, e no estômago, rapidamente, ele 
mergulha na mucosa do estômago. Porque se ele 
ficasse na superfície, num dado momento ele 
seria eliminado pelo ácido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Patogenia e Patologia 
H. pylori coloniza preferencialmente a superfície epitelial e as criptas gástricas, 
atravessando a camada mucosa que recobre o estômago na região do antro, provocando 
inflamação e produzindo a gastrite crônica. A gastrite pode ser sintomática ou 
assintomática. 
Existe uma forte associação entre a presença de infecção por H. pylori e a ocorrência de 
ulceração duodenal. 
H. pylori pode constituir um importante fator de risco para o desenvolvimento do câncer 
gástrico. 
 
Ele tem uma preferência por tecido bem interessante. Ele tem receptores para células do 
epitélio antral. Como existem as chamadas metaplasias, algumas células do epitélio do 
antro passam a se localizar também no duodeno. Conseqüentemente, a bactéria tembém 
cresce lá no duodeno e causam ulcera duodenal. O Helicobacter pylori vai colonizar 
preferencialmente a superfície das criptas, através da camada mucosa do antro e vai 
provocar inflamação, o que vai se traduzir na gastrite. A gastrite que pode, em um dado 
momento, ser simplesmente assintomática, como também pode dar pirose e sensação de 
mal estar. Existe uma forte associação entre a presença de infecção por H. pylori e 
úlcera duodenal. 
Em um momento mais extremo em que ocorre uma úlcera, certamente não é uma 
situação interessante para a bactéria, devido à ação do suco gástrico sobre o tecido 
gástrico e sobre a bactéria. (comentário da professora após uma pergunta). 
Então o helicobacter vai atravessar a mucosa e causar inflamação. A depender do grau 
de inflamação, pode ocorrer gastrite. No duodeno, não vai haver gastrite (obviamente), 
mas pode ser que alguém faça uma duodenite e depois a úlcera duodenal.Ora, porque que o indivíduo desenvolve 
a doença? Porque Chico tem helicobacter 
e não tem nada e Francisco tem 
helicobacter e tem úlcera? Existem 
fatores relacionados ao ambiente, 
relacionados à própria virulência do 
Helicobacter e a genética do indivíduo. 
Então são explicações que vão desde a 
biomolecular até imunologia, até a 
psicologia. Está muito bem demonstrado 
que o stress altera a produção de 
moléculas de defesa. 
 
 
Essa foto é bem ilustrativa. Aqui estão os 
helicobacter, aqui está o muco. A bactéria vai 
destruir células epiteliais, vai metabolizar a uréia, 
vai afetar o pH e aqui começa o processo 
inflamatório. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Existe o muco que 
cobre a camada 
epitelial do 
estômago. A 
bactéria tem 
preferência pelas 
células da região do 
antro, como 
evidencia a figura ao 
lado. Vejam que as 
bactérias passam, 
então, pelo muco e 
começam a 
desencadear o 
processo 
inflamatório. Então 
esse processo pode 
se desenvolver de tal 
forma que o 
indivíduo tenha 
úlcera gástrica ou 
duodenal. Mas é 
interessante: úlcera 
gástrica, causada por 
H. pylori, vai ser 
sempre na região 
antral. 
 
 
 
 
 
 
 
 FLAGELOS 
– VENCEM O MUCO (tava errado no slide, tava camada mucosa) 
 
 CATALASE E SUPERÓXIDO DISMUTASE 
– Evitam ação lítica dos fagócitos 
 
 MUCINASE 
– Enzima proteolítica do muco gástrico 
 
 Adesinas BabA e SabA 
A presença da bactéria ativa uma série de respostas inflamatórias. Mas o Helicobacter 
não tem somente essa potente urease e o flagelo, ela também tem uma superóxido 
dismutase. A catalase e a superóxido dismutase têm ação de destruir os fagócitos, que 
tem a função de incorporar, endocitar a bactéria. Tem uma enzima proteolítica do muco 
gástrico que vai ajudar também. Além do flagelo, ela também ajuda a atravessar o 
muco. E tem essas adesinas que vão fixar as bactérias na mucosa. 
 PROTEÍNA cagA 
– Efeito citotóxico 
 TOXINA VACULIZANTE A (vacA) 
– Associada a lesão tissular da úlcera 
Existem alguns estudos que tentam fazer a seguinte associação: Não são todos os 
helicobacter que têm essas proteínas, mas o paciente que desenvolve câncer gástrico 
tem bactérias com essa proteína cagA, enquanto que pacientes que têm úlcera tem 
muitas bactérias que possuem a toxina vaculizante A (vacA). Bom, cagA e vacA são 
nomes de genes. 
 
 
Essa imagem ele não comentou nada. É só um figura de resumo 
mesmo. 
 
 
 
 
 
Manifestações Clínicas 
 Os sinais e sintomas são os da gastrite e úlcera duodenal. 
 Muitos pacientes com infecção causada por H. pylori são assintomáticos. 
Bom, sinais e sintomas, isso é coisa de clínica (palavras dela), dores, ou em casos mais 
graves, sangramento (hematêmese). Mas sempre lembrando, muitos pacientes podem 
ter Helicobacter e não ter qualquer sintoma. 
 
Exames Laboratoriais Diagnósticos 
 Amostras 
– Biópsia gástrica ou duodenal obtidas por endoscopias para exame 
histológico. 
– São colhidas amostras de sangue para determinação dos anticorpos 
séricos*. 
 Esfregaço 
– Histologicamente o diagnóstico de gastrite e infecção por H. pylori por 
coloração (Gimsa) 
Bom, como é que eu vou diagnosticar? Então, diante do paciente na sua clínica, e você 
suspeita de úlcera ou de gastrite, você tem que encaminhá-lo ao gastroenterologista ou 
mandar fazer endoscopia digestiva. Porque se o paciente apresenta um quadro sugestivo 
de úlcera, pode ser um câncer ulcerado. A endoscopia é fundamental para fazer o 
diagnóstico diferencial entre gastrite e úlcera e câncer ulcerado nesse caso. E também 
através da biópsia, identificar se é um quadro associado à H. pylori ou não. Porque se 
tiver uma gastrite não associada à H. pylori a estratégia terapêutica muda. A endoscopia 
é mandatória. 
Então, uma vez feita a biópsia, as amostras são levadas para a anatomia patológica, que 
vai fazer a pesquisa direta com a coloração gimsa. E aí você vai ver bastonetes, gram 
negativos, espiralados e etc. isso no estômago leva a pensar em helicobacter. Fora que a 
anatomia patológica vai descrever se é compatível com gastrite crônica ou gastrite 
aguda. Esse vai ser o método diagnóstico. 
Quando eu faço a endoscopia eu também posso dizer macroscopicamente que há sinais 
de úlcera ou carcinoma. E esses sinais macroscópicos podem bater ou não com o 
microscópio. No microscópio pode ser uma gastrite muito mais intensa, no exame 
macroscópico você pode passar como uma gastrite leve. 
Bom, aqui tem assim: “São colhidas amostras de sangue para determinação dos 
anticorpos séricos*”. Esse asterisco quer dizer que não é o ideal. Pois, se nós temos um 
paciente que tem muito Helicobacter, ele apresenta anticorpos séricos, mas não quer 
dizer que ele tenha sintomatologia. Então a endoscopia com a biópsia, mandando a 
amostra para a anatomia patológica é o método diagnóstico mais utilizado. A amostra 
colhida pode ser enviada para a cultura, mas aí vem um problema que vou falar daqui a 
pouco. 
O método de diagnostico através da sorologia não é muito válido, devido à alta 
prevalência de infecção por H. pylori, que muitas vezes não manifesta sintomatologia. 
Além disso não pode ser utilizado para controle de cura, pois uma vez curado da 
infecção a sorologia anti-H.pylori continua positiva. 
 
 Cultura 
 
– O meio de Skirrow modificado a base de gema de ovo e antibióticos 
– Agar-sangue com diferentes drogas antimicrobianas (colistina- ácido 
nalidíxico; vancomicina - polimixina - trimetoprim - anfotericina) para 
conferir-lhe poder seletivo. 
Morfologia e Identificação 
Cultura 
– Temperatura ótima de crescimento é 37ºC 
– São microaerofílos 
– O meio de cultura para isolamento primário: 
– meio de Skirrow modificado com gema de ovo vancomicina, 
polimixina B e trimetoprim 
– Ágar chocolate e outros meios seletivos com antibióticos 
(vancomicina, ácido nalidíxico e anfotericina). 
– 
A cultura é uma coisa muito sofisticada, complicada. O bactéria demora pra crescer, 
não pode ser um meio anaeróbio, precisa de um pouquinho de oxigênio dentro de um 
sistema fechado, o meio precisa de um monte de antibiótico e além do mais o meio é a 
base de gema de ovo. É uma confusão que, muitas vezes, dentro de 2 ou 3 dias a placa 
está contaminada com outros patógenos, com outras bactérias, logo tem que jogar fora a 
cultura. 
Então, hoje, na sua prática clínica, vocês não vão pedir cultura para helicobacter, porque 
ninguém faz. 
Então, o procedimento é mandar para a anatomia patológica ou então existe um teste em 
que você pega um fragmento da biópsia e imediatamente você coloca num meio rico em 
uréia e com um indicador de pH. Se naquele fragmento tiver Helicobacter, o que vai 
acontecer? Ela vai pegar a uréia do meio que é o substrato e vai transformar em amônia, 
vai elevar o pH, que vai ser detectado pelo indicador de pH. A urease da bactéria é tão 
potente que imediatamente o meio fica vermelho, indicando a elevação do pH. Então 
esse é um teste rápido de resultado imediato que pode ser realizado na própria clínica ou 
hospital. 
Logo o procedimento diagnóstico envolve a endoscopia com biópsia, que vai ser 
submetida a um teste laboratorial rápido e análise anatomo-patológica. 
 
 
Morfologia e Identificação 
CULTURA 
 
– Incubar por até sete dias. 
– pH ótimo entre 8 -8,4 
– Colônias transparentes 
– Oxidase 
– catalase positiva 
 
Então deixa eu responder essa pergunta, na cultura, eu utilizo um meio especial, com 
antibióticos, o pH tem que ser alcalinopara possibilitar o crescimento da bactéria , que 
as vezes leva 7 dias. Ela é catalase + e oxidase +. 
Mas a pergunta da colega é: “como é que eu arrumo esses fragmentos de biópsia?” Na 
biópsia o endoscópio tem na ponta uma pinçazinha através da qual você retira de 8 a 10 
fragmentos da região antral desse indivíduo. Existe todo um protocolo: fazer 
endoscopia, chegar na região do antro, retirar de 8 a 10 fragmentos e mandar para a 
anatomia patológica. Quem tem, ao lado do paciente esse kit de teste rápido, pode fazer 
esse teste da uréia, submetendo um desses fragmentos ao teste. Como o Helicobacter 
tem a urease, ele vai transformar a uréia em amônia, o pH vai subir e o meio fica logo 
vermelho. Você pode até se dar ao luxo de já estabelecer um tratamento contra a úlcera 
secundária à infecção por H. pylori. 
 Testes Especiais 
– Testes rápidos para detecção da atividade de urease na amostra da 
biópsia gástrica. O material é colocado em meio contendo uréia como 
indicador colorimétrico. Na presença de H. pylori, a urease cliva 
rapidamente a uréia e a amônia é produzida a partir da uréia, o pH 
aumenta e o indicador torna-se vermelho. 
 
– Testes sorológicos medem os anticorpos circulantes direcionados por 
uma variedade de antígenos de H. pylori e são muito sensíveis e 
específicos para o diagnóstico primário de infecção por H. pylori porém 
não distinguem infecção de colonização 
Então eu já disse como é que eles penetram, eu já falei de sinais e sintomas, já falei com 
é que a gente colhe a amostra, já falei que a cultura e a sorologia têm menor utilidade 
prática. A cultura pela dificuldade e a sorologia porque “todo mundo” tem Helicobacter, 
então você não sabe até que ponto aquilo é colonização ou é doença, falei do teste 
rápido, aqui ó, detecção de urease na amostra endoscópica gástrica. Falei dos 
testes sorológicos que são muito sensíveis e específicos para o diagnóstico primário. 
Mas se a pessoa já teve contato com H. pylori o resultado positivo não vai ter utilidade 
prática. (acho que nessa parte ela ta ratificando o que é importante). 
Nós estávamos com um kit, que nós estávamos fazendo uma pesquisa, um teste rápido, 
mas de fezes. Você elimina nas fezes o Helicobacter, então, esse kit ele veria com as 
fezes a presença de antígeno. Mas aí a gente remonta ao velho problema, ao você 
eliminar helicobacter nas fezes, não quer dizer que você esteja ??(não ouvi).. Mas esse 
kit é bem interessante porque, pelo que entendi, ele pode ser usado para acompanhar a 
infecção e verificar se a infecção acabou, uma vez que depois do tratamento o cara 
muitas vezes não ta afim de fazer uma nova endoscopia (tem que tomar anestesia e 
tals.). logo você é capaz de idenificar se o paciente parou de eliminar Helicobacter nas 
fezes. 
 Teste respiratório da urease 
envolve a ingestão de uréia 
marcada com carbono radioativo 
(C13 ou C14) é ingerida pelo 
paciente. Na presença de H. pylori, 
a uréia é metabolizada em amônia e 
bicarbonato, este ao alcançar a 
corrente sanguínea é eliminado 
pelos pumões na forma de dióxido 
de carbono radioativo é detectado no ar exalado pelo paciente. 
Existe um teste que é chamado teste respiratório da urease. Esse teste é mais sofisticado 
e problema é que precisa ter um local próprio pra ler o carbono 13, carbono 14 que é 
radiotivo. O indivíduo ingere a uréia com o carbono marcado, a uréia é metabolizada em 
amônia e bicarbonato. Na presença do Helicobacter, a amônia marcada vai alcançar a 
corrente sanguínea e vai ser eliminada na forma de dióxido de carbono radiotavamente 
detectável. Então a pessoa ingere e depois sopra dentro desse pacotinho e aí você coloca 
num detector pra ver se paciente está eliminando pela respiração o carbono marcado. Se 
eu não tiver Helicobacter isso vai sair pelas fezes. Se eu tiver Helicobacter, o carbono 
marcado vai cair na corrente sanguínea e daí vai ser eliminado na respiração. 
 
Tratamento e sensibilidade às drogas antimicrobianas 
 Preconiza-se a terapia combinada de três e até quatro drogas. 
Tratamento: esse é um grande problema porque essa bactéria tem a mania de criar 
resistência. Deve-se fazer então, nesse tipo de infecção, uma terapia combinada. Eu vou 
usar 3 ou mais drogas. 
 
Esquema terapêutico Taxa de erradicação % 
Subcitrato de bismuto 
 Amoxicilina 72% durante 14 dias 
 Metronidazol 
 Claritromicina 
Subsalicilato de bismuto 
 Metronidazol 
Amoxicilina 69 - 96% durante 14 dias 
 clartromicina 
Omeprazol /Lanzoprazol 58 - 82% durante 14 dias 
Amoxicilina 
 
 
 
Então eu posso usar amoxicilina com metranidazol e claritromicina, posso usar 
metronidazol, amoxicilina por 14 dias. Nem ela entendeu o entendeu essa tabela direito. 
Huahahhaua. Omeprazol, Lanzoprazol, eu uso em associação com um antibiótico. Para 
diminuir a acidez estomacal e possibilitar a cura, a recuperação da mucosa e os 
antibióticos para eliminar o Helicobacter. Não se usa anti-inflematório. Existem 
trabalhos mostrando que o anti-inflamatório piora o problema da acidez gástrica. 
Em nosso meio existe alto meio de resistência ao metronidazol. Então é muito 
complicado na hora de você manipular isso. Mas como você está usando mais outros 
antibióticos, você consegue uma boa erradicação. 
 
Fatores limitante da eficácia da terapia para H. pylori 
 O desenvolvimento rápido de resistência bacteriana ao metronidazol, às 
quinolonas e aos macrolídeos. 
 
 A disponibilidade reduzida de determinados fármacos, como a amoxicilina, no 
ácido estomacal. 
 
 O não cumprimento da prescrição pelo paciente após os efeitos colaterais ou por 
ter a obrigação de ingerir vários comprimidos por 7 a 10 dias. 
Quais são as dificuldades: desenvolvimento rápido de resistência, não cumprimento da 
prescrição pelo paciente, porque o tratamento é complicado. Existe um kit, H. pylori 
fight, que é sempre um monte de comprimidos. O paciente já está com acidez, já está 
com uma úlcera e ainda tem que botar pra dentro aqueles comprimidos. As vezes é 
complicado. As vezes você começa só com o bloqueador, o anti-acido, para depois você 
entrar com o anibiótico. 
 
Enfim, é importante saber a microbiologia: fatores de virulência, lembre-se 
que nós estamos na matéria microbiologia, então você tem que saber por 
que o Helicobacter causa úlcera. Por que o Helicobacter causa úlcera? 
Porque tem uma urease potente, porque tem flagelo, então você tem que 
saber o porquê da doença. 
 
Outras espécies de Helicobacter 
 H. cinaedi - Encontra-se envolvida em enterite, proctolite, bacteremia e infecção 
assintomática em homossexuais e pacientes com Aids. Tem sido isolada do 
sangue e das fezes de crianças e mulheres imunocompetentes. Seu reservatório 
natural é o hamster. 
 
 H. fennelliae - Tem sido isolada de proctite, proctocolite e bacteremia em 
pacientes homossexuais, bissexuais e com Aids. Seu reservatório natural não é 
conhecido. 
Para finalizar existem outros helicobacters que tem sido isolados em pacientes com 
AIDS, em crianças. É interessante que o Helicobacter cinaedi o reservatório natural é o 
hamster, não causa úlceras nem nada de mais. O fennelliae tem sido isolado em proctite, 
pacientes com AIDS. Seu reservatório natural não é bem conhecido. 
 
Exames Laboratoriais Diagnósticos 
 Amostras 
 
– Swab retal e de fezes diarréicas 
 Esfregaço 
 
– Corados pelo método de Gram 
 Cultura ( os três primeiros tópicos ela não leu nem comentou) 
 
– Meio de cultura seletivo (ágar-brucella com 10% de sangue de carneiro, 
vancomicina, polimixina, trimetroprim e anfotericina) e meio não 
seletivo. 
– Incubação a 36-37ºC em ambiente microaeróbio, 4-7 dias. 
–São catalase e oxidase positiva. 
– Urease negativo 
Bom, eles podem causar diarréia, diferente da H. pylori. Eu posso fazer esfregaço das 
fezes, dificilmente a gente faz esse diagnóstico. Mas eu quero chamar a atenção de 
uma única coisa pra vocês: o divisor de águas entre os outros Helicobacter e o 
Helicobacter pylori é que aqueles são urease negativo, talvez por isso não colonizem o 
estômago. 
 
Na aula foi feita uma pergunta sobre o que é Agar chocolate? 
É o Agar sangue que foi submetido a uma temperatura mais alta que desnatura as 
proteínas da hemácia e ela se rompe.

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