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1 DIREITO CIVIL 3 – CONTRATOS LEGISLAÇÃO APLICAVEL: CÓDIGO CIVIL art. 421 e ss AULA MINISTRADA EM 18.02.2011 O contrato é uma norma jurídica particular, que se aplica entre as partes contratantes, etimologicamente falando, é um “trato em comum”, onde o que for pactuado deverá ser cumprido. (pacta sun servanda). 1. CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS a) Patrimoniais ou reais – refere-se à coisa, ou seja, o contrato está vinculado ao bem, em contratos de Direito Real, Propriedade. b) Pessoais – se dirigem aos sujeitos contratantes, vínculo pessoal, contratos ligados ao Direito Obrigacional. c) Sociais – que atendem, em seu objeto, uma coletividade. Exemplo o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), pactuado entre o Ministério Público e a coletividade social. d) Execução Imediata – é o contrato que se executa de uma só vez, o tripé formação- execução-conclusão ocorre no mesmo momento. Ex. pagamento à vista. e) Execução Continuada – aquele contrato que a execução se dá em períodos, em trato sucessivo. As partes manifestam sua vontade em momentos distintos. A formação se dá em um momento, a execução em períodos distintos e a conclusão com o “pagamento” da última parcela. f) Personalíssimos ou intuito personae – é aquele contrato que se desenvolve em função de pessoas, de uma habilidade técnica especial, em que só aquela pessoa descrita no contrato poderá fazer cumprir o pacto. Ex. um contrato qualquer vincula um show de axé com a cantora Ivete Sangalo, desse modo, apenas se essa cantora se apresentar no dia do show estará satisfeita a obrigação, qualquer outra, por mais parecida que seja, que vier a se apresentar em seu lugar não satisfaz a obrigação, pois se trata de um Contrato Personalíssimo. O fortuito, se provado, afasta o ônus da obrigação. O óbito extingue o contrato. Ex2. Pensão Alimentícia, quando o alimentante falece, a obrigação não se transfere sucessoriamente para os herdeiros. g) Impessoais – exatamente o oposto de personalíssimos. Neste tipo de contrato só o R$ envolvido importa. O Óbito não extingue a obrigação contratual. h) Principais – o contrato per se sustenta a relação jurídica. Ex. Contrato de Locação, o objeto do contrato de locação define a relação. ADENDO: o objeto do contrato de 2 locação não é o imóvel e sim o usufruto do imóvel como prestação de locatário e o pagamento do locatário como contraprestação. i) Acessórios – são contratos em que o objeto não define a relação jurídica (FIANÇA), o acessório por si só não é capaz de sustentar o contrato, pois só existe em função de um contrato principal. Ex. Fiança, aval, juros... 2. EFEITOS DOS CONTRATOS Os contratos, por fazer lei entre as partes, tem um efeito vinculante, tornando-o um universo à parte. Pela força vinculante, um contratante está ligado ao outro e estes ao objeto do contrato. Há também o efeito relativo dos contratos, informando que não há terceiros envolvidos, isto é, o contrato diz respeito apenas às partes sendo vedada a presença de um 3º. Em exceção a esta teoria da relatividade, apresenta-se a SUCESSÃO A TÍTULO UNIVERSAL, onde o de cujus tinha diversas relações contratuais, e os seus sucessores herdarão a universalidade de suas relações contratuais e por elas responderão no limite do quinhão hereditário de cada um. Já quando há SUCESSÃO A TITULO SINGULAR, isto é, quando o alguém herda bem individualizado, através de testamento deixado pelo de cujus aquele recebe o bem sem nenhum ônus, não podendo este responder pelos ônus do mesmo. ADENDO: toda pessoa tem parte de seus bens que poderão ser testados para terceiros, de modo que no mínimo 50% fará parte de seu patrimônio disponível (poderá ser objeto de testamento) e os outros 50% são indisponíveis, pertencem a seus sucessores diretos. 3. CONTRATOS PARITÁRIOS As partes definem a elaboração das cláusulas, presume-se não haver onerosidade excessiva, de modo que os contratantes delinearam suas vontades. Presume-se também a boa-fé objetiva que nasce desses tipos de contrato. 4. CONTRATOS CONSENSUAIS Contratos puros e simples, acordos de vontades tácitos ou verbais, não é necessário a forma escrita. Ex. A entrega de chaves é um ato simbólico de um contrato de locação. 5. CONTRATOS SOLENES Necessita essencialmente de forma prescrita em lei, só terá validade se for escrito. 6. CONTRATOS INOMINADOS Não tem nomem iuris devido à forma livre com a qual é feito. 3 7. ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO (art. 436 e ss do Código Civil) É uma modalidade de contrato consensual em que aparecem três figuras distintas: ESTIPULANTE – PROMITENTE – BENEFICIÁRIO. O primeiro define e apresenta o que quer. Este pode substituir o segundo (PROMITENTE) ou até mesmo exonerá-lo se não houver cláusula impeditiva nesse sentido. COBRAR MAIS EXPLICAÇÃO DA PROFESSORA. 8. CONTRATO POR TERCEIRO (art. 439 e ss do Código Civil) Ocorre esse tipo de contrato quando um contraente se obriga com outro a obter uma prestação de fato de um 3º, a princípio estranho à relação. Enquanto não houver consentimento deste 3º, o 1º encontra-se obrigado, no entanto após a anuência (consentimento) do 3º o 1º não será codevedor, devendo recair sobre aquele todo o ônus e bônus da relação contratual. Ex. A se obriga com B, através de um contrato por terceiro, que C irá reformar a casa de B, então A busca C no sentido de que este consinta esta obrigação, a partir de então, ou seja, do consentimento, o contrato terá eficácia para todos os efeitos entre as pessoas de B e C, A não faz mais parte da relação, a não ser que C não tivesse anuído se assim fosse, A continuaria obrigado. 9. CONTRATO COM PESSOA A DECLARAR (art. 467 e ss do Código Civil) É uma espécie de contrato em que o indivíduo se reserva ao direito de indicar um 3º para assumir sua posição na obrigação. Assim que o terceiro a ser declarado aceitar (ele pode não aceitar) a obrigação, os efeitos do contrato retroagem (ex tunc) como se a relação obrigacional tivesse acontecido originariamente sem a presença do contratante e sim entre o 2º e o 3º da relação. 10. EXCEPTIO – exceção de contrato não cumprido A exceção de contrato não cumprido só existe em contratos sinalagmáticos. É quando um dos contratantes, devidamente adimplente em suas obrigações contratuais, pode alegar o não pagamento (cumprimento) se a outra parte também não cumprir (pagar) sua parte na obrigação. 11. DIREITO DE RETENÇÃO Tem o contratante o direito de reter a coisa que está em poder em função de débitos oriundos de melhoramentos desenvolvidos sobre a coisa que não foram indenizados pelo dono da coisa. O exemplo de um contrato de Locação, onde o locador desenvolve benfeitorias úteis e necessárias, estas são indenizáveis e ao término do contrato o locatário se nega a indenizar, pode o locador reter a coisa, sem prejuízo em uma possível ação judicial.
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